Teorico
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Teorico
para o Ensino de
Matemática
Material Teórico
Tecnologias da informação e comunicação
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Tecnologias da informação e comunicação
• Resolução de problemas
• História da Matemática
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Unidade: Tecnologias da informação e comunicação
Contextualização
Antes de iniciar seus estudos sobre os recursos que o professor de Matemática pode utilizar
em sua prática pedagógica, leia a reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo, em
6 de junho de 2011, que faz uma análise de resultados obtidos por alunos brasileiros em testes
de Matemática de significância reconhecida:
Como apontado pela reportagem, a Matemática tem uma relevância social e científica
considerável e contribui significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico de um
país. Sabe-se que inúmeros alunos possuem certa aversão ao estudo de conceitos matemáticos
e nosso desafio, enquanto professores de Matemática, é despertar em nossos alunos o prazer
por aprender Matemática fazendo com que superem possíveis repulsas ou preconceitos.
Na atual sociedade da comunicação, cada vez mais, as crianças (e os jovens) têm acesso a
meios eletrônicos que despertam mais seus interesses do que outros recursos tradicionalmente
disponíveis nas salas de aula. Professores que somos nesta nova geração do conhecimento,
precisamos compreender as tecnologias da computação e da comunicação como aliadas no
enfrentamento dos dilemas apontados na reportagem em questão.
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Resolução de problemas
Os PCN (BRASIL, 1998) indicam a resolução de problemas como ponto de partida das
atividades matemáticas e discutem caminhos para fazer matemática na sala de aula. Enquanto
metodologia de ensino, a resolução de problemas passou a ser o lema das pesquisas e estudos
realizados a partir da década de 1990.
Segundo Dante (2002), embora tão valorizado ao longo dos anos, esse item foi um dos tópicos
mais difíceis de serem trabalhados em sala de aula. É comum os alunos saberem efetuar todos os
algoritmos e não conseguirem resolver um problema que envolva um ou mais desses algoritmos.
Entende-se que, ao trabalhar com resolução de problemas em sala de aula, o professor propicia
aos seus alunos a superação do uso padronizado de regras, uma vez que esta estratégia permite
ao estudante a utilização de diferentes caminhos para chegar ao resultado esperado.
Há de se considerar que na prática docente existe uma confusão no que se refere à distinção
de exercício e resolução de problemas. De acordo com os PCN (BRASIL, 1998), um problema
matemático é uma situação que demanda a realização de uma sequência de ações ou operações
para se obter um resultado. Para Silveira (2001), um problema matemático é toda situação
que requer a descoberta de informações matemáticas desconhecidas para a pessoa que tenta
resolvê-lo e/ou a invenção de uma demonstração de determinado resultado matemático dado.
Com relação à aprendizagem da Matemática, pesquisadores como Boavida (1993), Polya (1995),
Huerte e Bravo (2006) afirmam que o uso da resolução de problemas é fundamental, uma vez que
permite ao aluno colocar-se diante de questionamentos e pensar por si, favorecendo que “aprenda
a aprender” e lhe possibilitando o exercício do raciocínio lógico, além da elaboração de estratégias
de resolução, que contribui para o desenvolvimento do espírito investigativo, não apenas para o uso
padronizado de regras e fórmulas em um processo mecânico do tipo “siga modelo”.
Jogos
Com relação à utilização de jogos no ensino da Matemática, até o século XIX na história da
educação o jogo não era visto com seriedade. Somente a partir do romantismo é que foi possível
associar jogo e educação e, por consequência, descobrir nessa abordagem valores educativos,
transformando-o em atividade séria. Borin (2004) aponta que tal recurso contribui para o
desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração.
No Brasil, o uso de jogos foi incentivado pelo movimento Escola Nova, seguido pela
Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES). Professores que
ministravam cursos de capacitação, financiados pela CADES davam ênfase ao lúdico para
estimular e motivar o aluno pelo gosto da Matemática. Para Kishimoto (1995) foi somente a partir
da década de 1980 que o jogo passou a ser valorizado no Brasil. Porém, para que esse recurso
possa mediar o ensino e a aprendizagem, atingindo os objetivos esperados, faz-se necessário
um estudo pelo docente antes de sua aplicação. Tal análise permitirá que o professor questione-
se sobre a finalidade de utilizar determinado jogo, como utilizá-lo e quais situações-problema
poderão ser trabalhadas para que exista uma aprendizagem matemática, possibilitando que os
estudantes ultrapassem a fase da mera tentativa e erro, ou de jogar pela mera diversão.
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Unidade: Tecnologias da informação e comunicação
Moura (1991) defende o uso de jogos no ensino da Matemática com intencionalidade, pois
ao optar pelo jogo como estratégia de ensino, o professor o faz (ou deveria) com uma intenção:
propiciar a aprendizagem. E ao fazê-lo, assume por propósito o ensino de um conteúdo ou
de uma habilidade. Assim, por meio do estudo o docente encontrará diversos tipos de jogos.
Em Pires e Corrêa Neto (2001), por exemplo, encontramos os jogos de estratégia, jogos para
trabalhar conteúdos e quebra-cabeças; em Borin (2004), fundamentada em Krulik e Rudnick
(1983), além dos jogos de estratégia, encontramos a classificação em jogos de treinamento.
História da Matemática
Tecnologia da informação
No que diz respeito à utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas aulas
de Matemática, os PCN apontam que tais recursos devem ser entendidos como instrumentos que
contribuem para a melhoria do ensino dessa área do conhecimento. Para pesquisadores como
Andrade e Nogueira (2004), Groenwald e Ruiz (2006) e Borba e Penteado (2007) a inserção do
computador nas aulas de Matemática podem auxiliar os alunos em diversas atividades. Podem,
por exemplo, ser utilizados para explorar a interpretação e a análise de gráficos e tabelas.
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Embora se reconheça a importância da incorporação das TIC nas aulas de Matemática, as
pesquisas realizadas apontam que ainda há dificuldades para a efetivação de ações docentes
nessa perspectiva. Inúmeros são os entraves e obstáculos apresentados quando o assunto é a
introdução das TIC nas salas de aulas. Dentre os quais, surgem questionamentos à infraestrutura
das escolas e a resistência dos professores, para citar dois exemplos.
Segundo Lins (2005), ainda há uma parcela significativa de profissionais que veem as
tecnologias como “monstros”. Para o teórico esta percepção os paralisam por desconhecerem
como esses recursos funcionam, por não saberem como agir diante dessas novas ferramentas.
Tal cenário aponta para a necessidade de se desenvolver ações formativas que auxiliem os
professores de Matemática a superarem esta percepção e, gradativamente, incorporarem os
recursos das TIC em sua prática docente.
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Unidade: Tecnologias da informação e comunicação
D’Ambrósio (1990) afirma que os computadores devem estar presentes no cotidiano das
escolas, principalmente das mais carentes, pois a presença desse tipo de equipamento permitirá
que os menos favorecidos socioeconomicamente tenham acesso às ferramentas disponíveis no
mercado de trabalho que, em um futuro próximo, farão parte de todas as profissões. Além disso,
não podemos privar os alunos do conhecimento e manipulação de instrumentos tecnológicos
certamente úteis na sua vida profissional.
Se uma criança de classe pobre não vê na escola um computador, como jamais
terá oportunidade de manejá-lo em sua casa, estará condenada a aceitar os piores
empregos que se lhe ofereçam. Nem mesmo estará capacitada para trabalhar
como um caixa de um grande magazine ou num banco (D’AMBRÓSIO, 1990).
No que diz respeito ao uso das tecnologias no ensino, Levy (1995) diz que a informática
é um “[...] campo de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e parcialmente
indeterminado”. Assim, a questão da utilização desses recursos, principalmente na educação,
ocupa uma posição central e é por isso que refletir sobre as mudanças educacionais provocadas
por essas tecnologias tem ocupado um espaço cada vez maior nas práticas docentes, buscando
proporcionar experiências de aprendizagem significativas para os alunos.
A presença das tecnologias nas escolas requer dessas instituições de ensino, assim como de seus
docentes, novas posturas frente ao sistema de ensino-aprendizagem, necessitando de um professor
mediador no processo de interação tecnologia-aprendizagem, que proporcione constantemente
aos alunos experiências significativas de aprendizagem, tanto presenciais como a distância.
A revolução tecnológica produziu uma descendência de pessoas que cresceu em ambientes
de multimídia, característica que não se aplica às gerações anteriores. Portanto, rever as práticas
educacionais atuais torna-se uma condição necessária para que seja possível proporcionar uma
educação apropriada.
• Ambientes de busca na Internet, tais como Yahoo, MSN, Google, esse atualmente é o
mais popular e está disponível em: <http://www.google.com>. O Google também permite
pesquisas segmentadas por formato ou gênero da informação, tais como:
o Google Acadêmico Beta, disponível em: <http://scholar.google.com.br>;
o Google Docs, disponível em: <http://docs.google.com>;
o Google Maps, disponível em: <http://www.google.com.br/maps/preview>;
o Google Earth, disponível em: <http://www.google.com/earth>.
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• Ambientes de vídeos, como o Youtube (disponível em: <http://www.youtube.com>),
por exemplo, onde existem milhares de vídeos em todas as áreas;
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• Jogos: ambiente dinâmico no qual o sistema desafia o aluno e esse pode competir com o
programa ou com o colega ao desenvolver o raciocínio. O estudante aprende os campos
conceituais através dos jogos e é desafiado a resolver problemas que, em alguns momentos,
necessitam de conhecimentos prévios.
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Quadro 1 – Relação de softwares gratuitos.
Software Descrição Disponível em:
Este é um software de construção em
geometria que disponibiliza ao usuário “régua
Cabri- <http://www.cabri.com/
e compasso eletrônicos”, sendo a interface de
Geometry download-cabri.html>
menus de construção em linguagem clássica
da Geometria.
Régua e Este é mais um software de construções <http://www.professores.
Compasso geométricas com régua e compasso. uff.br/hjbortol/car>
Este software permite a investigação
tridimensional de sólidos, com possibilidade
<http://www.peda.com/
Poly de movimento, planificação e vista topológica.
poly>
Possui grande coleção de sólidos, platônicos,
arquimedianos, entre outros.
É um software pautado em uma linguagem
<http://www.
de programação de fácil compreensão e que
nied.unicamp.br/
S-Logo possibilita o desenvolvimento do raciocínio
publicacoes/pub.
do usuário visto que é esse quem delimita seu
php?classe=software>
próprio programa.
Este software permite que se construa
matrizes e opere com essas. Calcula a inversa, <http://math.exeter.edu/
Winmat
transposta, determinante e encontra o rparris/default.html>
polinômio característico da matriz, inclusive.
Software de construção de gráficos a partir de
funções elementares. Possibilita a construção <http://math.exeter.edu/
Winplot
de gráficos em duas e três dimensões, ainda rparris/winplot.html>
que se trabalhe com operações de funções.
Permite que se construa grande variedade de
figuras a partir das sete peças do Tangram. As <http://www.peda.com/
Tangram
peças podem ser rotadas, refletidas, giradas, poly>
transladadas etc.
Para elaborar esta seleção de softwares foi considerada a visita ao site Educação
Matemática e Tecnologia Informática da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Para conhecer outros softwares acesse: <http://www2.mat.ufrgs.br/edumatec/
softwares/softwares_index.php>
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Material Complementar
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Referências
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PIRES, A. M. M.; CORRÊA NETO, P. M. Jogos de estratégia. In: Jogos para trabalhar
conteúdos e quebra-cabeças. v. 1. São Paulo: iEditora, 2001.
POLYA, G. A arte de resolver problemas. Trad. e adapt. Heitor Lisboa de Araújo. Rio de
Janeiro: Interciência, 1995.
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Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000