Ficha de Campo de Geofisica 2

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3.2. Geofísica Aplicada


Segundo BORGES (2007), a Geofísica Aplicada é um ramo das Geociências que estuda
propriedades das rochas e minerais bem como os fenómenos associados a estas. Nos seus estudos
aplicam-se os princípios da Física, tendo como objectivo investigar, localizar e identificar a
distribuição espacial dos materiais e estruturas que compõem a Terra.

3.2.1. Geofísica Aplicada a Hidrogeologia


Segundo BRAGA (2000), as principais aplicações geofísicas na Hidrogeologia têm os seguintes
objectivos:
 Identificação e caracterização litológicas das rochas armazenadoras de água subterrânea,
exemplo: arenosas, argilosas, etc.
 Determinação do topo rochoso (embasamento do aquífero);
 Determinação de falhas e fracturas, bem como a presença de diques e outros corpos
intrusivos.
 Determinação de nível de água e a direcção do fluxo;
 Determinação do contacto água doce/água salgada em aquíferos costeiros.

3.2.1.1. Os métodos geoeléctricos


Dentre os principais métodos geofísicos de prospecção, para o estudo das estruturas geológicas
da parte superior da crosta terrestre, destacam-se os métodos geoeléctricos, os quais se
fundamentam nos campos eléctricos e electromagnéticos. Estes métodos têm a função de estudar
o comportamento do fluxo da corrente eléctrica no ambiente geológico. Tornando possível
determinar a geometria e a resistividade eléctrica dos materiais geológicos em subsuperficie,
usando fontes artificiais (PALMA, 2004).

3.2.1.1.1. Método da resistividade eléctrica – electrorresitividade


Tendo como base a aplicação dos métodos geoeléctricos, este trabalho destaca a aplicação do
método da electrorresistividade, onde IEZZI (2008) o conceitua como um método artificial, ou
seja: o campo físico a ser estudado é criado por meio de equipamentos apropriados que
introduzem uma corrente eléctrica em subsuperfície através de eléctrodos pontuais ou linhas de
contacto
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Princípio do método electrorresistivo está baseado na determinação do parâmetro físico


resistividade eléctrica dos materiais o qual reflecte algumas de suas características servindo para
caracterizar seus estados, em termos de alteração, facturação, saturação, etc., e até identificá-los
litologicamente, sem necessidade de escavações físicas (FILHO, 2012).

De acordo com COSTA (2008) o emprego desse método é devido às rochas, em função de suas
composições mineralógicas, texturais e disposições apresentarem a propriedade eléctrica da
resistividade, resistência que o material oferece à passagem da corrente eléctrica.

3.2.1.2. A resistividade eléctrica


A resistividade baseia-se na Lei de Ohm, definidos pelo cientista alemão Georg Simon Ohm em
1827, que define uma relação empírica entre a corrente fluindo através de um condutor e o
potencial de voltagem requerido para conduzir esta corrente (BRAGA 2005).
A lei de Ohm determina que: a corrente eléctrica (I) que atravessa um fio condutor é
proporcional à diferença de potencial (U) entre os extremos do fio em função da resistência (R)
do condutor (Figura 9).

U =R . I Expressão 1

Segundo KOEFOED (1979) apud NASCIMENTO et al, (2004), a resistividade eléctrica de uma
substância pode ser definida como a dificuldade encontrada pela corrente eléctrica para se
propagar em um meio, ou seja, é o inverso da Condutividade Eléctrica (σ ).

1
ρ= Expressão 2
σ

Para um cilindro de resistência R, comprimento L e área de secção S (Figura 9).

Figura 1. Definição da resistividade dos materiais (FACHIN, 2007).


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Considerando-se o corpo cilíndrico exposto acima um material homogéneo, a resistividade


eléctrica deste corpo segundo GODOLFO (2007) será dada por:
R.S
ρ= Expressão 3
L
Onde:
ρ = Resistividade Eléctrica (Ohm);
L= Comprimento do cilindro (metros);
R = Resistência Eléctrica (Ohm);
S = A área da secção transversal do cilindro, em metros quadrados.

3.2.1.2.1. Resistividade aparente ( ρa ¿


Ao utilizar o mesmo tipo de arranjos de eléctrodos para efectuar medições sobre um meio
homogéneo, a diferença de potencial observada será diferente da registada sobre um meio
heterogéneo (Figura 10), pois o campo eléctrico deverá sofrer modificações em função desta
heterogeneidade dos materiais geológicos.

Figura 2. Resistividade em meio homogéneo (a) e heterogéneo (b) (BRAGA, 2007).


No entanto, na prática o subsolo não pode ser considerado um meio homogéneo, mas sim
heterogéneo e anisotrópico, as rochas e principalmente os solos, são meios passíveis de grandes
variações laterais e verticais de propriedades físicas e químicas, as quais se refletem nos valores
da resistividade (COSTA, 2008). Deste modo, a resistividade varia, em cada ponto, lateralmente
e com a profundidade.
Resulta que seja mais correcto falar-se em Resistividade Aparente ( ρa ¿ que em Resistividade
Real ρ . Esta resistividade não será mais a resistividade de uma rocha ou de uma camada e sim
uma resistividade média do pacote de rochas (incluindo o solo) abaixo dos pontos de medidas
(BORGES, 2007).
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2
∆U AB π
ρa =k Sendo k, o factor de configuração k =( −MN ) Expressão 4 e 5
I MN 4

3.2.1.2.2. Princípio do método electrorresistivo


O método emprega uma corrente eléctrica (I) artificial que é introduzida no terreno através de
dois eléctrodos (denominados de A e B – eléctrodos de corrente), com o objectivo de medir o
potencial (ΔU) gerado em outros dois eléctrodos (denominados de M e N – eléctrodos de
potencial) nas proximidades do fluxo de corrente, permitindo assim calcular a resistividade real
ou aparente em subsuperfície (SILVA et al, 2002).

Figura 3. Princípio do método electrorresistivo (SILVA, et al 2002).


A Resistividade (ρ), será dada, aplicando-se a Lei de Ohm, por:

ρa =k
∆U AB 2 π
Sendo k, o factor de configuração k =( −MN ) Expressão 5 e 6
I MN 4
Sendo assim o uso da electrorresitividade em campo, é baseado na capacidade do equipamento
em introduzir uma corrente eléctrica no subsolo a diferentes profundidades de investigação e
calcular as resistividades dos materiais geológicos a estas várias profundidades (BRAGA, 2006).
A partir disto, conhecendo a intensidade da corrente eléctrica transmitida, a diferença de
potencial medida e através da geometria de distribuição dos eléctrodos de corrente e de
potencial, é possível calcular-se as resistividades laterais e/ou verticais do semi-espaço em
subsuperficie (SILVA, 2008).
O valor medido desta diferença de potencial é função da resistividade aparente do subsolo e do
arranjo geométrico dos eléctrodos, sendo que a profundidade investigada depende do
espaçamento entre os eléctrodos de corrente em virtude do fluxo eléctrico atingir maiores
profundidades com espaçamentos maiores (ORELLANA, 1972).
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3.2.1.3. Propriedades eléctricas dos materiais geológicos


A condução da corrente eléctrica na rocha é condicionada pelos seus constituintes minerais ou
pelo fluido contido nos poros da rocha e ocorre segundo dois processos: o primeiro é iónico
podendo conduzir a corrente eléctrica por meio dos sais dissolvidos na água contida em seus
poros por condução electrolítica e o segundo, electrónico, quando a condução por electrões é
possível em minerais que admitem a condução electrónica.
A resistividade eléctrica está relacionada com os mecanismos de propagação de corrente
eléctrica nos materiais. Em geral, a propagação de corrente eléctrica em solos e rochas ocorre
predominantemente devido ao deslocamento de iões dissolvidos na água contida nos poros e
fissuras, sendo afectada principalmente pela composição mineralógica, porosidade, teor em água,
resistividade do fluido que preenche os vazios (que é função da concentração de sais dissolvidos)
(MICHAUD, 1991; ELIS et al, 2004 e MILSOM, 2003).
Segundo COSTA (2008), as rochas, em função de suas composições mineralógicas, texturais e
disposições, apresentam propriedades eléctricas características, tais como resistividade,
permeabilidade magnética, constante dieléctrica, etc. Em função disto, uma secção geológica
pode ser considerada como um meio, cujos materiais existentes apresentam diferentes
propriedades eléctricas.
As rochas podem ter uma composição muito diversificada, sendo que o valor da sua resistividade
pode variar de local para local em função da sua heterogeneidade: nível de humidade presente na
rocha, natureza dos sais dissolvidos e da porosidade efectiva, da profundidade das camadas, da
idade da formação geológica, da temperatura, e de outros factores naturais (NÓBREGA et al,
2003).
Portanto, segundo BRAGA (2007), a resistividade das rochas, depende de vários factores para
que se possa atribuir um só valor para um determinado tipo litológico. Um mesmo tipo litológico
pode apresentar, então, uma ampla gama de variação nos valores de resistividade.
De acordo com TELFORD et al, (1990) resistividade é uma propriedade física de cada
substância medida e tabelada para vários materiais. A Figura 12, apresenta as variações típicas,
nos valores de resistividade para algumas rochas, minerais e solos.
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Figura 4. Resistividade de algumas rochas, solos e minerais comuns (WARD, 1990


argumentada por TELFORD et al, 1990).
Para GALLAS (2003), uma vez que a grande maioria das rochas e solos são maus condutores,
suas resistividades deveriam ser extremamente altas, se não fosse pelo fato que usualmente elas
apresentam interstícios que estão preenchidos por fluidos, principalmente água. A rocha porosa
que é saturada em água salgada permitirá que a electricidade flua com relativa facilidade, pois o
líquido em seus poros possui baixa resistividade (COSTA, 2008).
GODOLFO (2007), comenta que solos com texturas mais finas tendem a conduzir melhor a
corrente eléctrica. A argila, por exemplo, conduz melhor a corrente do que a areia, devido às
características do sistema de suas partículas que mantém a água por adesão (em situações onde o
electrólito apresenta baixa concentração de sais).

3.2.1.4. Aplicação do método electrorresistivo


Os métodos electrorresistivos têm sido empregues intensamente em problemas geotécnicos,
águas subterrâneas e ambientais, devido ao seu baixo custo relativo dos equipamentos em
comparação com outros métodos e por ser um procedimento de fácil aplicação (BORGES,
2007).
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Para GALLAS (2003) o emprego da electrorresitividade na prospecção de água subterrânea


proporciona uma considerável diminuição de custos na perfuração de poços tubulares, uma vez
que o método detecta com precisão a existência de estruturas potencialmente aquíferas.

3.2.1.5. Técnicas de Aquisição de Dados e Arranjos de Campo

3.2.1.5.1. Técnicas de Aquisição de Dados


De acordo com o objectivo da prospecção há duas modalidades básicas de investigação, as
sondagens e as perfilagens eléctricas. Respectivamente conhecidas também como sondagem
eléctrica vertical (SEV) e caminhamentos eléctricos (FERREIRA, 1999).
A técnica de sondagem eléctrica vertical é aplicada quando se deseja uma informação pontual,
com observação da variação vertical da resistividade com objectivo de investigar em
profundidade os diferentes tipos e situações geológicas, determinando suas espessuras e
resistividades a partir de um ponto fixo na superfície de terreno (BRAGA, 2007).
O caminhamento é aplicado quando o alvo é o estudo da variação lateral da resistividade
mantendo-se uma profundidade teoricamente constante com o objectivo de determinar
descontinuidades laterais nos materiais geológicos, tais como: diques e "sills", contactos
geológicos, fracturamento e/ou falhamentos, corpos mineralizados, mapear plumas de
contaminação no subsolo, etc… (ELIS, 1998; 2000).

Figura 5. Técnicas de campo, sondagem (a) e caminhamento (b) (BRAGA, 2007).


A diferença básica entre elas está na disposição dos eléctrodos na superfície do solo ou interior
de furos de sondagens e na forma que como será desenvolvida a investigação para se obter os
dados de campo, ligada aos objectivos da pesquisa e geologia da área (BRAGA 2001 apud
COSTA, 2008).
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3.2.1.5.1.1. Sondagem Eléctrica Vertical (SEV)


A resistividade eléctrica dos materiais terrestres está íntima e directamente relacionada com a
presença de água. As SEV’s permitem obter a variação da resistividade com a
profundidade,encontrando aplicações na prospecção de água subterrânea e problemas
geotécnicos (FERREIRA, 1999).
Para avaliar o comportamento da resistividade aparente com a profundidade são realizadas
medidas com os eléctrodos a vários espaçamentos, sendo mantido o mesmo ponto central
(MONTEIRO, 1999).
À medida que se expande à distância entre os eléctrodos de emissão de corrente (AB) em relação
aos eléctrodos de recepção de potencial (MN), aumenta a profundidade investigada (SILVA,
2008).
De acordo com BRAGA (2007), existem dois tipos principais de arranjos para o
desenvolvimento da técnica da SEV: Schlumberger e Wenner e apesar das diferenças entre estes
dois tipos de arranjo, serem pequenas, o Schlumberger pode ser considerado superior, tanto em
practicidade como em qualidade dos resultados.

3.2.1.5.2. Arranjos de campo


Os quatro eléctrodos podem assumir qualquer disposição geométrica sobre a superfície do
terreno. As diferentes disposições recebem o nome de “arranjos”. Muitos destes, comummente
utilizados nos levantamentos de campo, recebem nomes especiais - Schlumberger, Wenner,
dipolo-dipolo, entre outros (OTÁVIO, 2007). Sendo Schlumberger e Wenner os mais utilizados.
A escolha do arranjo de eléctrodos para um dado estudo depende de vários factores: facilidades
operacionais, resolução vertical e resolução lateral (BONGA, 2014).
Nesta pesquisa dar-se-á referência fundamentalmente à técnica de SEV, efectuada com o arranjo
Schlumberger. Arranjo este que segundo ELIS et al, (2008) é o mais utilizado em SEV’s, devido
à boa resolução vertical (fornecendo, em geral óptimas curvas de campo), facilidade e rapidez na
execução do ensaio e menor susceptibilidade às variações laterais de resistividade e ruídos, como
correntes naturais no subsolo.

3.2.1.5.2.1.Arranjo Schlumberger
O arranjo de eléctrodos designado por Schlumberger (Figura 14), empregado principalmente em
sondagens eléctricas verticais (SEV’s) é um dispositivo simétrico em que a distância entre os
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eléctrodos de potencial (M e N) não varia e é pequena em relação à distância entre os eléctrodos


(A e B) que se expande para a corrente atingir profundidades maiores. As medidas são atribuídas
ao ponto central do dispositivo.

Figura 6. Arranjo Schlumberger (TELFORD e tal, 1990).


Segundo COSTA (2003) neste arranjo os quatro eléctrodos A, M, N, B são dispostos linearmente
na superfície, os eléctrodos de corrente A e B apresentam uma separação crescente (L), em
relação ao centro do arranjo (o), os eléctrodos de potencial M e N permanecem fixos, a uma
distância MN ≤ AB/5, durante o desenvolvimento do ensaio.
Na configuração Schlumberger, a diferença de potencial, é medida entre dois pontos o mais
próximo possível um do outro; e estes pontos são mantidos fixos para várias aberturas de AB
(MONTEIRO, 1999).
O valor da resistividade aparente (ohm.m) é calculado a partir da equação:
∆U
ρa =k Expressão 7
I
Onde, simplificando a Equação Geral do coeficiente geométrico K, tem -se:
( AM . AN )
K=π Expressão 8
MN
As vantagens da configuração Schlumberger residem no facto de que os eléctrodos de potencial
não são movidos ou são movidos um mínimo de vezes durante a sondagem (MONTEIRO, 1999).
Sendo que as leituras, neste tipo de arranjo, estão menos sujeitas às variações laterais no
parâmetro físico medido, irregularidades na superfície topográfica e ruídos produzidos por fontes
artificiais (BRAGA, 2006).

3.2.1.5.3. Ambiguidade na interpretação de curvas de SEV


MACHADO (2008) argumenta que em qualquer método utilizado na interpretação das SEV’s,
uma das dificuldades que o intérprete encontra, diz respeito à ambiguidade na obtenção do
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modelo final, uma vez que as curvas de campo podem admitir muitas soluções. Entre estas, o
intérprete tem que escolher, dentro das margens de variações possíveis, aquele conjunto de
soluções que tenham maior probabilidade de representar a sequência geológica real da área
(BRAGA, 2000).
Nessa ambiguidade, três efeitos são muito importantes e fundamentais na interpretação das
SEV’s (ORELLANA, 1982):
1) Supressão de Camadas: uma camada relativamente delgada, em relação à sua
profundidade de ocorrência, cuja resistividade é intermediária entre às das camadas que a
delimitam, pode influir muito pouco na curva de campo, tornando-se difícil sua
visualização;
2) Equivalência: baseado no fato de que diferentes secções geoeléctricas podem
corresponder a curvas de campo iguais ou muito semelhantes entre si, resultantes das
relações entre as espessuras e resistividades das camadas existentes;
3) Continuidade Lateral: efeitos das variações das formações atravessadas com aumento
do espaçamento AB.
De acordo com BRAGA (2000), para a redução destas ambiguidades, existem certos
procedimentos que podem ser obedecidos, que são:
 O mínimo de SEV’s que devem ser executadas e a boa qualidade dos dados de campo;
 Conhecimento geológico da área estudada;
 Familiaridade e experiência do intérprete com os princípios teóricos básicos do método e
técnicas utilizadas;
 Execução de SEV’s de calibração.
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CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Levantamento Geofísico


No distrito de Macomia, foi aplicada a técnica de SEV no arranjo de Schlumberger que, segundo
BRAGA (2007) é considerado superior, tanto em practicidade como em qualidade dos
resultados, para fazer o levantamento das características georesistivas e posterior análise
comparativa dos dados de resistividade em termos de ocorrência de águas subterrâneas em
Macomia-sede, Povoado de Machova e Povoado de Bangala. A interpretação dos dados obtidos
permitiu estimar a profundidade do nível de água, os diferentes tipos litológicos, suas espessuras
e parâmetros petrofísicos.

4.1.1. Macomia – Sede


Em Macomia–Sede foram realizadas três (3) SEV’s com o espaçamento máximo dos eléctrodos
de corrente (AB/2) de 100 m. Os pontos de realização das SEV’s foram georreferenciados e as
suas coordenadas apresentadas na Tabela 1 e a sua distribuição espacial representada na Figura
13.

Tabela 1. Coordenadas dos pontos de realização das SEV’s em Macomia–Sede.

Denominação Latitude Longitude


SEV-01 12ᵒ 14’ 13” 40ᵒ 8’ 0.8”
SEV-02 12ᵒ 14’ 15” 40ᵒ 8’ 5’
SEV-03 12’ 14’ 16” 40ᵒ 8’ 13”
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. Distribuição das SEV’s em Macomia - Sede. Fonte: Elaborado pela Autora através do Google earth.

4.1.1.1. SEV-01 (MAC - SEDE)


A Figura 14 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-01 (MAC - SEDE) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 4 camadas, sendo 𝜌1¿𝜌2 ¿𝜌3¿ ρ 4.
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Figura 7. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-01 (MAC-SEDE). Fonte: Elaborado pela


Autora através do WinSev v.6.3.

Analisando o modelo (Figura 14), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.5 m e resistividade 800 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.5 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 5.7 m e resistividade 1515 Ωm, que vai da profundidade 0.5 a 6.2 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 6.2 m a 73 m, de
resistividade 6.8 Ωm e espessura 67 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e
o quarto horizonte que vai da profundidade de 73 m em diante, resistividade de 11966 Ωm e
espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.
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4.1.1.2. SEV-02 (MAC-SEDE)


A Figura 15 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-02 (MAC - SEDE) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 4 camadas, sendo𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3¿ ρ 4.

Figura 8.Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-02 (MAC-SEDE).

Analisando o modelo (Figura 15), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.42 m e resistividade 65 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.42 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 1.3 m e resistividade 1563 Ωm, que vai da profundidade 0.42 a 1.7 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 1.7 m a 73 m, de
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resistividade 6.9 Ωm e espessura 71 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e


o quarto horizonte que vai da profundidade de 73 m em diante, resistividade de 11456 Ωm e
espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.

4.1.1.3. SEV-03 (MAC-SEDE)


A Figura 16 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-03 (MAC - SEDE) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 4 camadas, sendo𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3¿ ρ 4.

Figura 9. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-03(MAC-SEDE).


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Analisando o modelo (Figura 16), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.62 m e resistividade 780 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.62 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 3.2 m e resistividade 2778 Ωm, que vai da profundidade 0.62 a 3.8 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 3.8.2 m a 70 m, de
resistividade 6.2 Ωm e espessura 66 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e
o quarto horizonte que vai da profundidade de 70 m em diante, resistividade de 11547 Ωm e
espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.

4.1.1.4. Modelo Geoeléctrico-Geológico de Macomia – Sede


De acordo com os resultados das interpretações das SEV’s (1, 2 e 3), foi possível elaborar um
modelo Geoeléctrico-Geológico da área de estudo (Tabela 2) em conformidades com a geologia
e observações locais.

Tabela 2.Modelo Geoeléctrico-Geológico da área em estudo (Macomia – Sede).


Camada Resistividade ( ρ . m¿ Z (m) Geologia
I 548 0.51 Solo vegetal
II 1952 3.9 Areia grossa/Cascalho
III 6.6 72 Argila/Areia saturada (água salobra)
IV 11656 ∞ Grés Conglomerático
Potencial Aquífero.
Neste modelo (Tabela 2) o primeiro horizonte Geoeléctrico, com resistividades variando entre 65
– 800 Ωm, e a média de 548 Ωm refere-se à cobertura superficial, relacionada ao Solo vegetal em
conformidade com as observações locais;

O segundo horizonte, com valores de resistividade variando entre 1515 – 2778 Ωm e a média de
1952 Ωm corresponde a Areia grossa/Cascalho;

O terceiro horizonte, com baixos valores de resistividade, variando entre 6.2 – 6.9 Ωm, e a média
de 6.6 Ωm corresponde a Argila/Areia saturada (água salobra), representando a camada do
potencial aquífero;

O quarto horizonte, com valores de resistividade variando entre 11456 – 11966 Ωm e média de
11656 Ωm corresponde ao Grés Conglomerático.
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4.1.2. Povoado de Bangala


No Povoado de Bangala foram realizadas quatro (4) SEV’s (uma de calibração) com o
espaçameno máximo dos eléctrodos de corrente (AB/2) de 100 m, excepto a SEV de calibração
que foi até 120 m para permitir investigar maiores profundidades. Os pontos de realização de
SEV foram georreferenciados e as suas coordenadas apresentadas na Tabela 3 e a sua
distribuição espacial representada na Figura 17.

Tabela 3.Coordenadas dos pontos de realização das SEV’s no Povoado de Bangala.


Denominação Latitude Longitude
SEV-01 (BANG-01) 12ᵒ 18' 43" 40ᵒ 7' 1.4"
SEV-02 (BANG-02) 12ᵒ 18' 39" 40ᵒ 7' 0.1"
SEV-03 (BANG-03) 12ᵒ 18' 41" 40ᵒ 7' 1.6"
CAL-01 12ᵒ 18' 34" 40ᵒ 6' 56"

Figura 10. Distribuição das SEV’s no Povoado de Bangala.


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4.1.2.1. SEV-01 (BANG-01)


A Figura 18 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-01 (BANG-01) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 3 camadas, sendo𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3.

Figura 11. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-01 (BANG-01).

Analisando o modelo (Figura 18), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.84 m e resistividade 283 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.84 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 2.9 m e resistividade 2218 Ωm, que vai da profundidade 0.84 a 3.7 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 3.8.2 m a 70 m, de
resistividade 6.2 Ωm e espessura 66 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e
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o quarto horizonte que vai da profundidade de 70 m em diante, resistividade de 11547 Ωm e


espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.

4.1.2.2. SEV - 02 (BANG-02)


A Figura 19 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-02 (BANG-02) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 3 camadas,sendo 𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3.

Figura 12. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-02 (BANG-02).

Analisando o modelo (Figura 19), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.67 m e resistividade 340 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.67 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
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espessura 15 m e resistividade 1386 Ωm, que vai da profundidade 0.67 a 16 m, corresponde à


areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 16 m em diante,
resistividade de 420 Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés
conglomerático.

4.1.2.3. SEV - 03 (BANG-03)


A Figura 20 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-03 (BANG-03) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 3 camadas, sendo 𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3.

Figura 13. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-03 (BANG-03).


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Analisando o modelo (Figura 20), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.5 m e resistividade 310 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.5 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 9 m e resistividade 1200 Ωm, que vai da profundidade 0.5 a 9.5 m, corresponde à areia
grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 9.5 m em diante, resistividade
de 380 Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.

4.1.2.4. SEV de Calibração (CAL-01)


A Figura 21 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV de Calibração (CAL - 01) e o respectivo
Modelo Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde a um modelo de 4 camadas, sendo𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3¿ ρ 4.

Este modelo de SEV foi realizado no Povoado de Bangala próximo a um furo de água existente
com vista a comparar os resultados da SEV do furo com as outras SEV’s realizadas no povoado
com vista a comparar os resultados em termos de ocorrência de água visto que o furo existente
apresenta resultados positivos em termos de ocorrência de água subterrânea. Este tipo de SEV,
ajudou na determinação do modelo geoeléctrico-geológico final da área de estudo.
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Figura 14.Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV de Calibração (CAL-01).

Analisando o modelo (Figura 21), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.69 m e resistividade 226 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.69 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 5.1 m e resistividade 3330 Ωm, que vai da profundidade 0.69 a 3.7 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de m a 5.8 m, de resistividade
405 Ωm e espessura 5.8 m, é interpretado como camada de Grés conglomerático. e o quarto
horizonte que vai da profundidade de 75 m em diante, resistividade de 45 Ωm e espessura
indeterminada é interpretado como camada de areia saturada.
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4.1.2.5. Modelo Geoeléctrico-Geológico do Povoado de Bangala


De acordo com os resultados das interpretações das SEV’s (1, 2 e 3) e CAL-01 (SEV de
calibração), foi possível elaborar um modelo Geoeléctrico-Geológico da área de estudo (Tabela
4) em conformidades com a geologia e observações locais.

Tabela 4. Modelo Geoeléctrico-Geológico da área em estudo (Povoado de Bangala).


Camada Resistividade ( ρ . m¿ Z (m) Geologia
I 311 0.8 Solo vegetal
II 290 6.4 Areia
III 395 69 Cascalho
IV 45 ∞ Areia saturada
Potencial Aquífero.
Neste modelo (Tabela 4) o primeiro horizonte Geoeléctrico, com resistividades variando entre
226 – 340 Ωm e a média de 311 Ωm, refere-se à cobertura superficial, relacionada ao Solo
vegetal em conformidade com as observações locais;

O segundo horizonte, com valores de resistividade variando entre 1200 – 3330 Ωm e a média de
290 Ωm corresponde a Areia grossa/Cascalho;

O terceiro horizonte, com valores de resistividade variando entre 374 – 420 Ωm e a média de 395
Ωm, corresponde a cascalho;

O quarto horizonte com valores de resistividade baixa, 45 Ωm, correspondente à areia saturada,
representando o potencial aquífero.
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4.1.3.Povoado de Machova
No Povoado Machova foi realizada uma (1) SEV com o espaçamento máximo dos eléctrodos de
corrente (AB/2) de 100 m. Os pontos de realização de SEVs foram georreferenciados e as suas
coordenadas apresentadas na Tabela 4 e a sua distribuição espacial representada na Figura 22.

Tabela 5. Coordenadas dos pontos de realização das SEV’s no Povoado de Machova.


Denominação Latitude Longitude
SEV-01 (MACH-01) 12ᵒ 18' 43" 40ᵒ 7' 1.4"
SEV-02 (MACH-02) 12o 16' 29.7" 40o 11' 0.1"
SEV-03 (MACH-03) 12o 14' 57.18" 40o 10' 31.02"

Figura 15. Distribuição das SEV’s no Povoado de Machova.


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4.1.3.1. SEV-01 (MACH-01)


A Figura 23 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-01 (MACH-01) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde ao modelo de 3 camadas, sendo𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3.

Figura 16. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-01 (MACH-01).

Analisando o modelo (Figura 23), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 5.1 m e resistividade 806 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 5.1 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 38 m e resistividade 20 Ωm, que vai da profundidade 5.1 a 43 m, corresponde à areia
saturada; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 43 m em diante, resistividade de 5.7
Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de argila/água salobra.
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4.1.3.2. SEV-02 (MACH-02)


A Figura 24 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-02 (MACH-02) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde ao modelo de 3 camadas, sendo𝜌1¿𝜌2 ¿𝜌3.

Figura 17. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-02 (MACH-02).

Analisando o modelo (Figura 24), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.89 m e resistividade 2019 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.89 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 5.4 m e resistividade 5278 Ωm, que vai da profundidade 0.0.89 a 6.3 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 6.3 m em diante,
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resistividade de 16 Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de argila/água


salobra.

4.1.3.3. SEV-03 (MACH-03)


A Figura 25 ilustra o Modelo Geoeléctrico da SEV-03 (MACH-03) e o respectivo Modelo
Geológico interpretado com base nas informações da Geologia da área de estudo, que
corresponde ao modelo de 3 camadas, sendo𝜌1 ¿𝜌2 ¿𝜌3.

Figura 18. Modelo Geoeléctrico-Geológico interpretado da SEV-03 (MACH-03).

Analisando o modelo (Figura 25), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 6 m e resistividade 213 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 6 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
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espessura 32 m e resistividade 213 Ωm, que vai da profundidade 6 a 30 m, corresponde à areia


grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 38 m em diante, resistividade de
14 Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de argila/água salobra.

4.1.3.4. Modelo Geoeléctrico-Geológico do Povoado de Machova


De acordo com os resultados das interpretações das SEV’s (1, 2 e 3), foi possível elaborar um
modelo Geoeléctrico-Geológico da área de estudo (Tabela 6) em conformidades com a geologia
e observações locais.

Tabela 6. Modelo Geoeléctrico-Geológico da área em estudo (Povoado de Machova).


Camada Resistividade ( ρ . m¿ Z (m) Geologia
I 1369 3,9 Solo vegetal
II 1833 58.6 Areia grossa/Cascalho
III 11.9 ∞ Argila/água salobra
Potencial Aquífero.
Neste modelo (Tabela 6) o primeiro horizonte Geoeléctrico, com resistividades variando entre
806 – 2019 Ωm e a média de 1369 Ωm, refere-se à cobertura superficial, relacionada ao Solo
vegetal em conformidade com as observações locais;

O segundo horizonte, com valores de resistividade variando entre 20 – 5278 Ωm e a média de


1833 Ωm corresponde a Areia grossa/Cascalho;

O terceiro horizonte, com valores de resistividade variando entre 5.7 – 16 Ωm e a média de 395
Ωm corresponde a Argila/água salobra, representando o potencial aquífero;
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4.2. Discussão dos Resultados


A resistividade do solo superficial em Macomia-Sede varia entre 65 – 800 Ωm e a média de 433
Ωm; no povoado de Bangala varia entre 226 e 340 Ωm e a média de 283 Ωm; e no povoado de
Machova varia entre 806 – 2019 Ωm e a média de 1369, revelando seu baixo grau de saturação,
sendo por esta razão, considerado o horizonte superficial uma camada de menor ou nenhuma
significância como uma unidade hidrogeológica devido a impossibilidade de se captar água
subterrânea neste horizonte (OLORUNFEMI e OLORUNIWO, 1985).

O segundo horizonte nos três locais é constituído por areia grossa/cascalho, que ocorre na parte
superior do Grés conglomeráticos como ilustrados os resultados das SEV’s realizadas, com
resistividade variando entre 1515 – 2778 Ωm, sendo a média de 2147 Ωm em Macomia–Sede;
1200 – 3330 Ωm e média de 2265 Ωm no povoado de Bangala; e 20 – 5278 Ωm no povoado de
Machova. Tal como admite D.N.A (1958), a parte superior dos Grés conglomeráticos que
ocorrem no distrito de Macomia possui uma cobertura arenosa.

Com base nos resultados verifica-se a ocorrência dos potenciais aquíferos na parte superior da
camada de Grés conglomerático no Povoado de Machova e Macomia – Sede. Segundo a D.N.A
(1958), a parte superior da camada de Grés conglomerático é bastante produtiva.

Quanto a profundidade dos aquíferos ou ocorrência de águas subterrâneas, os aquíferos de


Macomia–Sede e do povoado de Machova são relativamente menos profundos, ocorrendo a uma
profundidade média limite de 72 m e 58.6 m respectivamente. No povoado de Bangala são mais
profundos, ocorrendo a partir de uma profundidade média superior a 75 m, abaixo da camada de
grés conglomerático. Sendo isto causado pela diferença de altitudes entre as três áreas estudadas.
Estando o povoado de Machova em altitudes mais baixas, Macomia–Sede em altitudes
intermédias e o povoado de Bangala localizado em uma zona de alta altitude, com a água
ocorrendo a profundidades mais elevadas. Segundo a D.N.A. (1985), a profundidade da toalha
freática constitui o principal limitante dos aquíferos que ocorrem nos planaltos da formação dos
Macondes (caso do distrito de Macomia), pois é, em geral, superior a 100m.

As SEV’s realizadas nos povoados de Machova e Macomia – Sede, indicam a presença de água
subterrânea de baixa qualidade, devido a salinidade que aumenta com profundidade na cama
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aquífera até 58.6 m e 72 m com resistividade variando entre 11.9 Ωm e 6.6 Ωm, respectivamente.
Água com qualidade ligeiramente melhor, pode ser encontrada no Povoado de Bangala, acima
dos 75 m apresentando uma resistividade de 45 Ωm na camada aquífera.

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