Ficha de Campo de Geofisica 2
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De acordo com COSTA (2008) o emprego desse método é devido às rochas, em função de suas
composições mineralógicas, texturais e disposições apresentarem a propriedade eléctrica da
resistividade, resistência que o material oferece à passagem da corrente eléctrica.
U =R . I Expressão 1
Segundo KOEFOED (1979) apud NASCIMENTO et al, (2004), a resistividade eléctrica de uma
substância pode ser definida como a dificuldade encontrada pela corrente eléctrica para se
propagar em um meio, ou seja, é o inverso da Condutividade Eléctrica (σ ).
1
ρ= Expressão 2
σ
ρa =k
∆U AB 2 π
Sendo k, o factor de configuração k =( −MN ) Expressão 5 e 6
I MN 4
Sendo assim o uso da electrorresitividade em campo, é baseado na capacidade do equipamento
em introduzir uma corrente eléctrica no subsolo a diferentes profundidades de investigação e
calcular as resistividades dos materiais geológicos a estas várias profundidades (BRAGA, 2006).
A partir disto, conhecendo a intensidade da corrente eléctrica transmitida, a diferença de
potencial medida e através da geometria de distribuição dos eléctrodos de corrente e de
potencial, é possível calcular-se as resistividades laterais e/ou verticais do semi-espaço em
subsuperficie (SILVA, 2008).
O valor medido desta diferença de potencial é função da resistividade aparente do subsolo e do
arranjo geométrico dos eléctrodos, sendo que a profundidade investigada depende do
espaçamento entre os eléctrodos de corrente em virtude do fluxo eléctrico atingir maiores
profundidades com espaçamentos maiores (ORELLANA, 1972).
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3.2.1.5.2.1.Arranjo Schlumberger
O arranjo de eléctrodos designado por Schlumberger (Figura 14), empregado principalmente em
sondagens eléctricas verticais (SEV’s) é um dispositivo simétrico em que a distância entre os
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modelo final, uma vez que as curvas de campo podem admitir muitas soluções. Entre estas, o
intérprete tem que escolher, dentro das margens de variações possíveis, aquele conjunto de
soluções que tenham maior probabilidade de representar a sequência geológica real da área
(BRAGA, 2000).
Nessa ambiguidade, três efeitos são muito importantes e fundamentais na interpretação das
SEV’s (ORELLANA, 1982):
1) Supressão de Camadas: uma camada relativamente delgada, em relação à sua
profundidade de ocorrência, cuja resistividade é intermediária entre às das camadas que a
delimitam, pode influir muito pouco na curva de campo, tornando-se difícil sua
visualização;
2) Equivalência: baseado no fato de que diferentes secções geoeléctricas podem
corresponder a curvas de campo iguais ou muito semelhantes entre si, resultantes das
relações entre as espessuras e resistividades das camadas existentes;
3) Continuidade Lateral: efeitos das variações das formações atravessadas com aumento
do espaçamento AB.
De acordo com BRAGA (2000), para a redução destas ambiguidades, existem certos
procedimentos que podem ser obedecidos, que são:
O mínimo de SEV’s que devem ser executadas e a boa qualidade dos dados de campo;
Conhecimento geológico da área estudada;
Familiaridade e experiência do intérprete com os princípios teóricos básicos do método e
técnicas utilizadas;
Execução de SEV’s de calibração.
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. Distribuição das SEV’s em Macomia - Sede. Fonte: Elaborado pela Autora através do Google earth.
Analisando o modelo (Figura 14), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.5 m e resistividade 800 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.5 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 5.7 m e resistividade 1515 Ωm, que vai da profundidade 0.5 a 6.2 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 6.2 m a 73 m, de
resistividade 6.8 Ωm e espessura 67 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e
o quarto horizonte que vai da profundidade de 73 m em diante, resistividade de 11966 Ωm e
espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.
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Analisando o modelo (Figura 15), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.42 m e resistividade 65 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.42 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 1.3 m e resistividade 1563 Ωm, que vai da profundidade 0.42 a 1.7 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 1.7 m a 73 m, de
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Analisando o modelo (Figura 16), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.62 m e resistividade 780 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.62 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 3.2 m e resistividade 2778 Ωm, que vai da profundidade 0.62 a 3.8 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 3.8.2 m a 70 m, de
resistividade 6.2 Ωm e espessura 66 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e
o quarto horizonte que vai da profundidade de 70 m em diante, resistividade de 11547 Ωm e
espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.
O segundo horizonte, com valores de resistividade variando entre 1515 – 2778 Ωm e a média de
1952 Ωm corresponde a Areia grossa/Cascalho;
O terceiro horizonte, com baixos valores de resistividade, variando entre 6.2 – 6.9 Ωm, e a média
de 6.6 Ωm corresponde a Argila/Areia saturada (água salobra), representando a camada do
potencial aquífero;
O quarto horizonte, com valores de resistividade variando entre 11456 – 11966 Ωm e média de
11656 Ωm corresponde ao Grés Conglomerático.
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Analisando o modelo (Figura 18), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.84 m e resistividade 283 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.84 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 2.9 m e resistividade 2218 Ωm, que vai da profundidade 0.84 a 3.7 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 3.8.2 m a 70 m, de
resistividade 6.2 Ωm e espessura 66 m, é interpretado como argila/areia saturada (água salobra) e
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Analisando o modelo (Figura 19), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.67 m e resistividade 340 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.67 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
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Analisando o modelo (Figura 20), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.5 m e resistividade 310 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.5 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 9 m e resistividade 1200 Ωm, que vai da profundidade 0.5 a 9.5 m, corresponde à areia
grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 9.5 m em diante, resistividade
de 380 Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de Grés conglomerático.
Este modelo de SEV foi realizado no Povoado de Bangala próximo a um furo de água existente
com vista a comparar os resultados da SEV do furo com as outras SEV’s realizadas no povoado
com vista a comparar os resultados em termos de ocorrência de água visto que o furo existente
apresenta resultados positivos em termos de ocorrência de água subterrânea. Este tipo de SEV,
ajudou na determinação do modelo geoeléctrico-geológico final da área de estudo.
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Analisando o modelo (Figura 21), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.69 m e resistividade 226 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.69 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 5.1 m e resistividade 3330 Ωm, que vai da profundidade 0.69 a 3.7 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de m a 5.8 m, de resistividade
405 Ωm e espessura 5.8 m, é interpretado como camada de Grés conglomerático. e o quarto
horizonte que vai da profundidade de 75 m em diante, resistividade de 45 Ωm e espessura
indeterminada é interpretado como camada de areia saturada.
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O segundo horizonte, com valores de resistividade variando entre 1200 – 3330 Ωm e a média de
290 Ωm corresponde a Areia grossa/Cascalho;
O terceiro horizonte, com valores de resistividade variando entre 374 – 420 Ωm e a média de 395
Ωm, corresponde a cascalho;
O quarto horizonte com valores de resistividade baixa, 45 Ωm, correspondente à areia saturada,
representando o potencial aquífero.
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4.1.3.Povoado de Machova
No Povoado Machova foi realizada uma (1) SEV com o espaçamento máximo dos eléctrodos de
corrente (AB/2) de 100 m. Os pontos de realização de SEVs foram georreferenciados e as suas
coordenadas apresentadas na Tabela 4 e a sua distribuição espacial representada na Figura 22.
Analisando o modelo (Figura 23), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 5.1 m e resistividade 806 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 5.1 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 38 m e resistividade 20 Ωm, que vai da profundidade 5.1 a 43 m, corresponde à areia
saturada; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 43 m em diante, resistividade de 5.7
Ωm e espessura indeterminada é interpretado como camada de argila/água salobra.
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Analisando o modelo (Figura 24), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 0.89 m e resistividade 2019 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 0.89 m, corresponde
à cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
espessura 5.4 m e resistividade 5278 Ωm, que vai da profundidade 0.0.89 a 6.3 m, corresponde à
areia grossa/cascalho; o terceiro horizonte que vai da profundidade de 6.3 m em diante,
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Analisando o modelo (Figura 25), nota-se que o primeiro horizonte no início da curva de
espessura 6 m e resistividade 213 Ωm, que vai da profundidade de 0.0 a 6 m, corresponde à
cobertura superficial ou solo vegetal, conforme observado em campo; o segundo horizonte de
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O terceiro horizonte, com valores de resistividade variando entre 5.7 – 16 Ωm e a média de 395
Ωm corresponde a Argila/água salobra, representando o potencial aquífero;
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O segundo horizonte nos três locais é constituído por areia grossa/cascalho, que ocorre na parte
superior do Grés conglomeráticos como ilustrados os resultados das SEV’s realizadas, com
resistividade variando entre 1515 – 2778 Ωm, sendo a média de 2147 Ωm em Macomia–Sede;
1200 – 3330 Ωm e média de 2265 Ωm no povoado de Bangala; e 20 – 5278 Ωm no povoado de
Machova. Tal como admite D.N.A (1958), a parte superior dos Grés conglomeráticos que
ocorrem no distrito de Macomia possui uma cobertura arenosa.
Com base nos resultados verifica-se a ocorrência dos potenciais aquíferos na parte superior da
camada de Grés conglomerático no Povoado de Machova e Macomia – Sede. Segundo a D.N.A
(1958), a parte superior da camada de Grés conglomerático é bastante produtiva.
As SEV’s realizadas nos povoados de Machova e Macomia – Sede, indicam a presença de água
subterrânea de baixa qualidade, devido a salinidade que aumenta com profundidade na cama
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aquífera até 58.6 m e 72 m com resistividade variando entre 11.9 Ωm e 6.6 Ωm, respectivamente.
Água com qualidade ligeiramente melhor, pode ser encontrada no Povoado de Bangala, acima
dos 75 m apresentando uma resistividade de 45 Ωm na camada aquífera.