Artigo Científico - A LUDICIDADE DOS CONTOS INFANTIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - Maria José e Maria Vandileuza
Artigo Científico - A LUDICIDADE DOS CONTOS INFANTIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - Maria José e Maria Vandileuza
Artigo Científico - A LUDICIDADE DOS CONTOS INFANTIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - Maria José e Maria Vandileuza
O presente artigo tem por finalidade mostrar a importância da ludicidade nos contos infantis
como um instrumento de auxílio no desenvolvimento de alunos da Educação Infantil. Procurou-
se enfatizar a diversidade de formas como o professor pode utilizar de recursos junto a contação
de histórias em seu cotidiano escolar com crianças da educação infantil. A metodologia
utilizada foi à de uma pesquisa descritiva fundamentada em bibliografias, artigos científicos,
na reflexão de leitura de livros, artigos e sites, referentes ao tema, proporcionando, desta forma,
uma leitura mais consciente acerca do valor da ludicidade com a educação infantil. Estudos
indicam que a desenvolvimento lúdico tem grande importância na educação infantil, pois o
envolvimento da criança com contação de histórias deve começar o mais cedo possível. A a
contação de história é um tema muito importante para se trabalhar com a criança, pois podemos
abordar diversos assuntos que permeiam o desenvolvimento infantil. A pesquisa traz uma
abordagem da ludicidade nos contos infantis no contexto da educação infantil como uma
ferramenta que auxilia e facilita o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da
criança.
ABSTRACT
This article aims to show the importance of playfulness in children's tales as a tool to aid in the
development of early childhood students. We tried to emphasize the diversity of ways in which
the teacher can use resources along with storytelling in their school routine with children in
early childhood education. The methodology used was that of a descriptive research based on
bibliographies, scientific articles, on the reflection of reading books, articles and websites,
referring to the theme, thus providing a more conscious reading about the value of playfulness
with early childhood education. Studies indicate that playful development is of great importance
in early childhood education, as the child's involvement with storytelling should start as early
as possible. Storytelling is a very important topic to work with the child, as we can address
several issues that permeate child development. The research brings an approach to playfulness
in children's tales in the context of early childhood education as a tool that helps and facilitates
the child's cognitive, physical, social and emotional development.
1
Discentes do Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia – AEB/FBJ
2
Orientador Professor Doutor do Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia – AEB/FBJ
1 INTRODUÇÃO
Por atualmente atravessarmos uma situação muito complicada, que não só nos
afetou individualmente, mas coletivamente, com a educação não se torna diferente, quando
falamos da educação vemos os prejuízos que só se revertera com um investimento maciço no
decorrer dos anos seguintes, personificando o tempo e o aprendizado mais intensivamente.
Tendo em vista que vivemos um período em que a mídia e as tecnologias estão cada
vez mais inseridas no contexto educacional da criança, levando até ela todas as informações e
ampliando seus conhecimentos. Os livros estão sendo deixados de lado e para o professor é
uma difícil tarefa incentivar leitura nas séries iniciais com a finalidade de formar o leitor e
estimular a criatividade através da leitura. A contação de histórias é uma ferramenta de ensino
aprendizagem que aprioristicamente, supre essa dificuldade inicial e lança os nossos alunos a
busca da leitura.
Hoje é de fundamental importância que se insira a contação de história no processo
de ensino aprendizagem de crianças na educação infantil, pois o lúdico associado aos contos
clássicos da literatura infantil, além de tornarem as aulas mais atrativas, também instigam a
criatividade, oralidade e principalmente a imaginação que por sua vez incentiva à leitura. Vale
ressaltar que o professor poderá inserir conteúdos a partir das histórias contadas e cantadas por
ele, promovendo a dinamicidade e a aplicabilidade teórico-prática.
Aprendemos mais e melhor quando encontramos significado para aquilo que
percebemos, somos e desejamos, quando há alguma lógica nesse caminhar – no meio
de inúmeras contradições e incertezas –, a qual ilumina nosso passado e presente, bem
como orienta nosso futuro (MORAN, 2015, p. 25).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O trabalho com a literatura infantil pode ser realizado de várias maneiras, tendo em
vista que o universo da leitura desenvolve no aluno vertentes inter e transdisciplinares como:
ludicidade, musicalidade, fantasias, marionetes, fantoches, intuição e criatividade, elementos
básicos para o processo de ensino aprendizagem na educação infantil. Vale ressaltar que tanto
a inter quanto a transdisciplinariedade, caracterizam-se pela grandiosa intensidade de trocas
entre os envolvidos no processo de ensino aprendizagem e as disciplinas do saber socialmente
sistematizado.
“Voltada para a formação do indivíduo, a interdisciplinaridade propõe a capacidade
de dialogar com as diversas ciências, fazendo entender o saber como um e não partes,
ou fragmentações” (FAZENDA, 1994).
2.1 MUSICALIDADE
A música sempre esteve presente nos mais diversos povos, desde a antiguidade,
como nos gregos, egípcios e árabes. A palavra música tem origem na mitologia grega e significa
“a arte das musas”. As musas eram seres celestiais ou divindades que inspiraram as artes e as
ciências e tinham Orfeu, filho de Apolo, como seu deus. Orfeu foi, na mitologia grega, o deus
da música.
O uso da música e das histórias nas escolas se bem utilizadas facilitam no ensino-
aprendizagem, sendo importante ressaltar que elas são vivenciadas por boa parte das crianças
desde seu nascimento quando a mãe canta e conta para a criança dormir tornando-se assim
práticas do cotidiano. Ao ir para a escola nos primeiros anos de vida há um grande desafio por
parte dos professores para interação dessas crianças em um ambiente acolhedor e não tão
distante de sua realidade familiar, sendo assim se a música está presente na casa destas crianças
é bem interessante que também esteja presente nas escolas. Brito afirma que:
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do
nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons
provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a
movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material sonoro
especial e referencia afetiva para eles. (Brito, 2003. p.35)
Logo vem uma ideia na utilização conjunta da música com a literatura de contos.
Nenhum professor ficará repetindo o mesmo conto todos os dias, assim é mais interessante
pegar o conto do dia e transformá-lo em música, pois além de trabalhar de maneira divertida a
contação de história, trabalhará outros termos importantes no ambiente escolar.
Abordaremos neste trabalho os contos infantis do autor Ziraldo, suas obras são
caracterizadas por uma exposição de brincadeiras e frases que mostram que tudo é possível a
nossa imaginação que agrada a maior parte do público brasileiro e de todo o mundo, afinal a
maior parte das pessoas, crianças ou adultos gostam de métodos que os levem a rir. É visível
assim que ao criar suas obras Ziraldo propõe livros para todas as idades sem distinções
buscando aqueles que muitas vezes se encontram desmotivados na leitura de um mundo
fantasioso.
“Ziraldo é um artista de bom calibre porque é capaz de criar um mundo particular por
meio de suas obras. O seu Brasil não é o país atual, mas dos anos 50 para trás, mais
otimista, mais solidário, menos perigoso e muito mais inocente (...) A obra de Ziraldo
não valoriza o saber nem os valores cosmopolistas, sem pátria e sem raízes, da aldeia
global, mas a cultura tradicional, de um mundo anterior à televisão – onde o que é
importante se aprende com os pais, ou, melhor ainda, com os avós.” (CAMAROTTI,
1996:157)
Sendo assim, ao ler as obras de Ziraldo fica claro o quanto o autor preocupa-se em
divertir o mundo infantil, buscando sempre incentivar um mundo de fantasias e desejos.
Pensando nos tempos em que a tecnologia não era tão presente, o autor cria obras onde seus
próprios títulos já demostram suas características de escritor, são textos próprios que levam não
só as crianças, mas também o mundo adulto a praticar de forma eficaz suas imaginações e
aprender valores familiares. Seus livros apresentam-se sempre recheados de ilustrações
demostrando o quanto busca incentivar a leitura, seja leitura escrita, seja leitura por imagem,
para ele o importante é ler em vez de assistir ou buscar outros meios.
É possível notar que o autor Ziraldo tem diversos contos publicados, alguns deles
são:
• O Joelho Juvenal
• O bichinho da maçã
• As aventuras da Professora maluquinha
• O menino da lua
• Um sorriso chamado Luiz
• O menino marrom
• A bela Borboleta
No presente trabalho haverá abordagem de duas das suas obras.
2.2.1.1 A bela borboleta
2.3 FANTOCHE
Muitas histórias são contadas de forma muito simples, apenas contadas oralmente,
quando se é possível que o profissional tenha o recurso de algum instrumento ou aparelho de
som, incrementa a forma cantada ou musical, o professor usa de movimentos dos olhos e gestos
para dar expressões a história. Está são formas lúdicas e criativas. A arte de contar uma história
com recursos lúdico/pedagógicos ficou mais acessível tantos com materiais que estão
disponíveis no mercado como de fácil produção pessoal. Com criatividade, podemos
confeccionar: dedoches, fantoches, livros de pano, EVA e diversos outros materiais, recursos
que auxiliam na apresentação dos contos e das histórias, que, além de serem ouvidas, passam a
ser assistidas, manuseadas.
Utilizam-se outras linguagens: a música, a mímica, a dança, as artes plásticas... tudo
é bem-vindo quando desperta o sabor de um passeio com o qual se sonhou há muito
tempo, com o qual se restituiu o tempo do jogo do faz-de-conta. (SISTO, 2005, p. 32)
Para o educador contar essas histórias sem o livro, ele deve ter o conhecimento da
mesma em detalhes, deve utilizar técnicas, como gestos, mudanças de voz, movimentos
corporais, assim a narrativa transcorre sem interrupções, de forma atrativa e com emoção. Essas
expressões, gestos e emoções utilizadas pelo professor serão o ponto de sedução para as
crianças, que vivenciam este mundo apresentado na história, com sua imaginação acelerada.
A contação de história nas salas de aulas da educação infantil era uma forma de
distrair as crianças, atualmente vem se transformando e surgindo uma figura “o contador de
histórias” ou o momento da “contação de história”. Vários educadores/estudiosos, afirmam que
a contação de histórias é um precioso auxílio à prática pedagógica dos educadores da Educação
Infantil. A contação de história abre a porta da imaginação, da criatividade, melhora a oralidade,
incentiva a criança pela leitura, colabora na formação da personalidade da criança, contribui no
envolvimento social e afetivo. Desse modo a utilização de diferentes atributos, desperta a
curiosidade e aguça a criatividade da criança.
De acordo com Oliveira (2009), os fantoches também poderão ser produzidos pelos
alunos para representação da história, e após o planejamento e execução dos bonecos,
confeccionados com massa, tecido, papel ou sucata (de acordo com a escolha dos alunos), a
apresentação se fará da melhor forma.
Verdadeiramente se ver que estimulando os alunos a imaginar, criar, envolver-se
nos contos apresentados, vemos o grande enriquecimento e desenvolvimento da personalidade,
pedagogicamente percebemos que é de grande importância o conto; a mesma age positivamente
na aprendizagem, pois o fantasiar e o imaginar antecedem a leitura.
O fantoche é um recurso metodológico, de grande importância significativa, para a
“Contação de Histórias”. Muito utilizado no ambiente escolar, é um excelente recurso na arte
de contar histórias, ajudando o educador, que consegue em um boneco um meio representativo
físico real de envolver os alunos, de forma contagiante, lúdica, mágica se pode dizer. O fantoche
é mais que um simples boneco, é a representação personificada do personagem da história que
se torna algo real e concreto neste mundo, como se tivesse saído da história, eles veem emoções,
os sentimentos neste fantoche através do manuseio e da voz de quem o manipula.
O fantoche é um objeto de expressão, tem função social, é um ser de comunicação,
promovendo relações com o mundo interno, externo e com o outro. Os fantoches são
em si provedores de diálogo (SANTOS 2006 p.75).
Quando o aluno ouve a história ela se torna altamente envolvente e mágica, porque
o personagem parece saltar da contação para realmente existir, a imaginação dá vida própria a
esse fantoche, o aluno chega a manter um diálogo com o fantoche, fitando seus olhos e
esquecendo que ele está sendo manipulado e que a voz vem de outro lugar e não da boca do
boneco, fica completamente ligado ao boneco que na sua imaginação ele tem vida.
O fantoche é um objeto que transita entre o mundo interno e o externo da criança. Ele
é um símbolo da intimidade de seu ser expresso em brincadeira. Assim, o fantoche
tem alto valor pedagógico, criativo e terapêutico, pois, a criança tanto pode assistir a
história, como pode manipulá-lo e dar vida àquilo que toca. (SANTOS 2006, p.73)
Para você poder contar histórias com fantoches, primeiramente você precisa
conhecer a história, ver sobre um olhar imaginário, como este personagem se vestiria, se
existiria outros personagens que também deveriam ser criados, um palco onde de fundo deverá
existir um tema ou temas que personifique o local da história, como dia e noite por exemplo,
tudo isso criado numa forma de caixa retangular representando uma janela que seria a passagem
imaginaria para a criança de um novo mundo ali existente. Após, terá adequadamente ter um
local para guardá-los, um ambiente agradável e seguro, pois para criança sua avaliação e que
todos foram dormir e só despertaram para uma nova história.
[...] ao ouvirem histórias, as crianças são mobilizadas em vários aspectos, envolvendo
seu corpo, suas ideias, sua linguagem, seus sentimentos, seus sentidos, sua memória,
sua imaginação. Além disso, a imagem que associa a experiência de quem ouve
histórias a um estado de contemplação, de fruição, de “viagem”, de evasão da
realidade, revela apenas parcialmente o que é o contato com histórias e seus impactos
na infância (BRANDÃO e ROSA, 2010, p. 39).
Diante disso, foi possível perceber na prática como a Literatura Infantil mexe com
imaginário das crianças fazendo-as se mudarem para o mundo da ficção. Elas saem do mundo
real e se transformam nos personagens da contação da história, o que importante, uma vez que
ao vivenciar o mundo imaginário a criança avança no seu desenvolvimento cognitivo e social
como também passa a ter maior sensibilidade em se colocar no lugar do outro.
A criança pequena pensa e reproduz fatos que a cercam, para os quais conduz sua
atenção bastante curiosa. A educação infantil é um espaço original, onde crianças
pequenas podem desenvolver como indivíduos ativos e criadores. Sua função é
promover aprendizagem significativa, por meio de atividades lúdicas, que são formas
de representação através das quais se revela o mundo interior da criança. Se a
instituição de Educação Infantil puder proporcionar á criança pequena um espaço com
muitas atividades lúdicas, estará propiciando melhores condições para que ela seja
apta, em diferentes circunstancias aprender por si mesma, conhecendo suas
capacidades. (MALUF, 2012, p. 24)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BRASIL. Referencial Curricular para Educação Infantil. Introdução, vols.: I, II, III.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades Lúdicas para Educação Infantil: conceitos,
orientações e práticas. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
MORAN, José Manuel, MASSETTO, Marcos T., BEHRENS Marilda Aparecida. Novas
tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas, SP. Papirus, 2015.
OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Dinâmicas em Literatura Infantil. São Paulo: Paulinas,
2009.
OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Leitura Prazer - Interação participativa da criança com a
Literatura Infantil na escola. São Paulo: Paulinas, 1996.
SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Positivo. 2ª Ed. Curitiba
Série: Práticas educativas, 2005.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11.ed. São Paulo: Global, 2003.