Personal I Dade
Personal I Dade
Personal I Dade
Características da Personalidade
Discente: Docente:
Gilda José Faustino Nádia Pereira
Características da Personalidade
Discente:
Gilda José Faustino
Docente: Nádia Pereira
Nampula, Maio de 2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Metodologia......................................................................................................................1
2. Características da Personalidade..............................................................................................2
3. Conclusão.................................................................................................................................7
4. Bibliografia...............................................................................................................................8
1. Introdução
O estudo da personalidade humana tem sido, ao longo do tempo, abordado de diferentes formas
por inúmeras teorias que procuram explicações para as muitas facetas do comportamento. Para
Allport (1973) citado por Bartholomeu (2005), a personalidade se refere à consistência do
comportamento das pessoas ao longo do tempo e situações, caracterizando sua individualidade.
O eixo físico segue duas linhas no estabelecimento dos tipos ou temperamentos, a saber, as
tipologias baseadas nos humores (linha arcaica) ou nos hormônios (linha moderna) e as
tipologias baseadas no tipo físico do corpo ou tipologias morfológicas. Ambas estas correntes
deixaram de ser proeminentes na literatura científica hoje em dia e, ao que parece, estão em via
de extinção, pelo menos como base primária para definir tipos psicológicos. Por outro lado, está
aumentando o interesse na definição de tipos psicológicos tomando como fundamento
características mais psicológicas da personalidade humana (Pasquali, 1999 ).
As tentativas históricas nesta última área enveredaram por todas as direções, procurando eixos de
estratificação os mais variados. Jung, por exemplo, trabalhava com vários eixos, a saber −
Movimento da energia (libido, para ele) para dentro ou para fora − Nível racional ou irracional
(isto é, inconsciente para ele) − Função de conhecimento ou de sentimento − Estilo de vida
orientado pelo julgamento ou pela percepção (Pasquali, 1999 ).
1.1. Metodologia
Para atingir o objectivo do presente trabalho e a sua materialização foi feita uma leitura e
pesquisa bibliográfica, utilizando artigos científicos, dissertações, livros, e páginas de
instituições públicas e privadas, para assim compilar o resumo teórico deste trabalho.
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2. Características da Personalidade
2.1. O que é personalidade?
Os humanos não estão sozinhos em sua singularidade e variabilidade entre os indivíduos das
espécies. Os indivíduos que pertencem a cada espécie viva exibem diferenças ou variabilidade.
De fato, animais como polvos, pássaros, porcos, cavalos, gatos e cachorros possuem diferenças
individuais consistentes no comportamento, conhecidas de outra forma como personalidade,
dentro de sua própria espécie (Dingemanse, Both, Drent, Van Oers, & Van Noordwijk, 2002;
Gosling & John, 1999; Weinstein, Capitanio, & Gosling, 2008). Porém, o grau em que os
humanos variam entre si, tanto física quanto psicologicamente, é espantoso e singular entre as
espécies. Alguns de nós somos quietos e introvertidos, outros anseiam por contato e estimulação
social; alguns de nós somos calmos e equilibrados, enquanto outros mostram-se excitados e
persistentemente ansiosos. Neste livro, exploramos as explicações e ideias que vários homens e
mulheres tiveram referentes a como acontecem essas diferenças na personalidade humana.
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Apesar de não haver uma definição única que seja aceita por todos os teóricos da personalidade,
podemos dizer que personalidade é um padrão de traços relativamente permanentes e
características únicas que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa
(Roberts & Mroczek, 2008). Os traços contribuem para as diferenças individuais no
comportamento, a consistência do comportamento ao longo do tempo e a estabilidade do
comportamento nas diversas situações. Os traços podem ser únicos, comuns a algum grupo ou
compartilhados pela espécie inteira, porém seu padrão é diferente em cada indivíduo. Assim,
cada pessoa, embora seja como as outras em alguns aspectos, possui uma personalidade única.
Características são qualidades peculiares de um indivíduo que incluem atributos como
temperamento, psique e inteligência.
Diversos modelos teóricos têm contribuído para o estudo da personalidade, dentre eles, o modelo
dos Cinco Grandes Fatores (CGF), conhecido, na literatura, como Big Five, ou Five Factor
Model, o qual tem sido foco de interesse e entusiasmo crescentes por parte da comunidade
científica. Esse modelo, além de ser “amplamente pesquisado, por representar uma forma de
descrição da personalidade muito simples, elegante e econômica” (Nunes, Hutz, & Nunes, 2008,
p. 12), origina-se de um grande conjunto de pesquisas na área da personalidade. O modelo dos
Cinco Grandes Fatores (CGF) é uma versão moderna da Teoria do Traço e um avanço conceitual
e empírico no campo da personalidade. As teorias de traços de personalidade colaboraram
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grandemente para o desenvolvimento da sua base teórica e as teorias fatoriais contribuíram sob o
aspecto instrumental e metodológico que convergiram para uma solução de cinco fatores, os
quais descrevem dimensões humanas básicas de forma consistente (Nunes et al., 2008).
Conforme Judge, Bono, Ilies e Gerhardt (2002), existe um consenso de que o modelo dos Cinco
Grandes Fatores de personalidade pode ser utilizado para descrever os aspectos mais relevantes
da personalidade e, por isto, esse modelo tem sido utilizado em pesquisas com diferentes grupos,
incluindo os líderes.
Raros são os estudos encontrados que tratam sobre características de personalidade de gestores
no contexto empresarial. Na revisão teórica sobre estudos que envolvem esta temática, optamos
pela base de dados EBSCO, pois esta base indexa os principais periódicos dos diferentes
continentes, assim, contemplado idiomas diversos, o que permite uma busca ampla. Em uma
busca realizada nesta base de dados, então, utilizando os termos personality e manager, foram
encontrados 59 resultados. No entanto, vários desses estudos não focalizam esses dois temas de
forma mais ampla, mas enfocam apenas um desses dois aspectos. Como exemplos, podemos
citar o estudo de Robson, Abraham e Weiner (2010) que examinou o potencial cognitivo e
preditores de personalidade no trabalho de pessoas que prestam suporte e apoio direto a pessoas
deficientes; e o de Garcia-Santos, Almeida, Werlang e Veloso (2010), o qual avaliou o
processamento de informação de gestores de alto desempenho.
Destaca-se, entre os artigos encontrados, o estudo de Judge et al. (2002), o qual realizou uma
meta-análise sobre as pesquisas que abordam liderança e traços de personalidade. Foi observado
que algumas características como ajustamento, sociabilidade, integridade e autoconfiança
aparecem relacionadas a traços de lideranças emergentes ou eficazes. Os autores procuraram
analisar possíveis relações entre os traços de personalidade do modelo dos CGF e traços de
liderança. Os resultados sugeriram que os fatores Extroversão, Realização e Abertura estão
positivamente relacionados à liderança, enquanto que o fator Neuroticismo estaria negativamente
associado a esse construto e que a relação entre Socialização (amabilidade) e liderança ainda
mostra-se imprecisa. Outra pesquisa procurou investigar se as características de personalidade e
comportamentais de gerentes de Tecnologia de Informação (TI) diferenciavam-se de gerentes de
outros setores (Willcoxson & Chatham, 2006). Essa demonstrou uma tendência nos Gerentes de
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TI em seguir instruções e prestar serviços, em vez de executar tarefas que demandem tomada de
decisão e dúvidas quanto ao resultado esperado, ou seja, que estes gestores evitam correr riscos.
No contexto organizacional, verificou-se que alguns autores, como Mandelli (2001), Resende
(2000) e Goleman (1995), destacam que a personalidade é mais importante e decisiva para o
sucesso profissional das pessoas do que o conhecimento. Um programa de desenvolvimento
pessoal que dê a cada um o conhecimento de suas próprias características de personalidade é de
extrema importância e, indiscutivelmente, oportuno (Bergamini & Tassinari, 2008). Os gestores
e executivos deveriam reconhecer suas características de personalidade, pois o autoconhecimento
é essencial para sobrevivência profissional (Drucker, 1995).
Van Aken e Dubas (2004) apontam uma relação entre padrões distintos de funcionamento
psicossocial e relacional, e tipos de personalidade, os quais identificam com base na combinação
de traços. Assim, constatam e os jovens que designam de resilientes (com pontuações nos cinco
fatores da personalidade num sentido considerado favorável, que inclui maior estabilidade
emocional e emocionalidade positiva) apresentam melhores resultados na escola, menos
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problemas emocionais e comportamentais, e relações interpessoais mais satisfatórias com pais e
colegas. Pelo contrário, os “sobre controladores” (resultados baixos na Extroversão e
estabilidade emocional; elevados na Amabilidade e Conscienciosidade; e moderados na Abertura
à experiência) apresentam maior isolamento social e baixa autoestima, e reportam baixos níveis
de apoio parental e dos pares. Por fim, os subcontroladores (elevados níveis de Extroversão e
resultados baixos nos restantes traços) apresentam mais problemas de externalização, níveis mais
elevados de agressão e reportam menos níveis de apoio parental e dos pares (van Aken & Dubas,
2004). Independentemente dos aspetos mais particulares, relativos a cada um daqueles tipos de
personalidade identificados, os resultados evidenciam diferenças significativas ao nível do
comportamento interpessoal entre indivíduos com características de personalidade diferentes, o
que corrobora a perspectiva da importância desta variável para o modo como os adolescentes se
relacionam com os outros.
Para além desses exemplos relacionados com o modelo dos cinco fatores, a empatia, por
oposição ao egocentrismo, tem também sido considerada uma característica central no
desenvolvimento de comportamento pró-social na adolescência (Del Barrio, Aluja, & García,
2004; García-Martinez, Orellana, & Ruiz García, 2010). Entretanto, a timidez está também
relacionada com problemas de internalização na adolescência e relacionada fortemente, de forma
negativa, com a impulsividade, procura de sensações associadas ao perigo, agressão e sentimento
de eficácia social (Hartup & Van Lieshout, 1995).
A tendência global expressa na investigação é, assim, para uma associação entre características
da personalidade e comportamento interpessoal. Podemos classificar essa relação como
bidirecional, já que a personalidade não só afeta o comportamento na escola, mas também é
influenciada pelas experiências sociais. Isso quer dizer que o comportamento social dos
indivíduos é favorecido ou dificultado em função da personalidade e, do mesmo modo, a
qualidade das relações interpessoais pode afetar a organização da personalidade (Bartholomeu e
cols., 2008).
3. Conclusão
O estudo da personalidade humana tem sido, ao longo do tempo, abordado de diferentes formas
por inúmeras teorias que procuram explicações para as muitas facetas do comportamento. Para
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Allport (1973) a personalidade se refere à consistência do comportamento das pessoas ao longo
do tempo e situações, caracterizando sua individualidade. Numa outra perspectiva, o termo
personalidade pode ser compreendido como uma organização de necessidades e capacidades,
diferenciadas e integradas. Desse modo, o ser humano estabeleceria um estilo de vida, a partir do
qual a realidade cultural lhe imprimisse, bem como de sua subjetividade (Fedeli, 1997)
4. Bibliografia
Bartholomeu, D. (2005). Traços de personalidade e características emocionais de crianças. São
Francisco: PSIC - Revista de Psicologia da Vetor Editora.
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Bartholomeu, D., Nunes, C., & Machado , A. (2008). Traços de personalidade e habilidades
sociais em universitários. Brasil: Psico-USF.
Caspi, A., & Shiner, R. (2006). Personality Development. Em N. Eisenberg (Ed.), Handbook of
Child Psychology (Vol. 3). New York: Wiley.
Fraire, M., Prino , L., & Sclavo, E. (2010). Socio-emotive skills, basic abilities and student-
teacher relationship. Granada: Editorial Geu.
Hartup, W. W., & Van Lieshout, C. (1995). Personality development in social context. Annual
Review of Psychology.
Pasquali, L. (1999 ). Os Tipos Humanos: A Teoria da Personalidade. Brasília .
Van Aken, M., & Dubas, J. (2004). Personality type, social relationships, and problem
behaviour in adolescence. European Journal of Developmental Psychology.