Sentença - Edmundo Leite X Edésio Adorno
Sentença - Edmundo Leite X Edésio Adorno
Sentença - Edmundo Leite X Edésio Adorno
06/06/2022
Número: 1046689-07.2020.8.11.0001
Classe: EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL
Órgão julgador: 8º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ
Última distribuição : 25/11/2020
Valor da causa: R$ 25.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EDMUNDO CESAR CICERO LEITE (EXEQUENTE) CAMILA RAMOS COELHO (ADVOGADO(A))
EDESIO DO CARMO ADORNO (EXECUTADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
82414 03/05/2022 16:35 Sentença Sentença
702
ESTADO DE MATO GROSSO
PODER JUDICIÁRIO
8º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ
SENTENÇA
Processo: 1046689-07.2020.8.11.0001.
Vistos, etc.
Fundamento e decido.
1 – DA REVELIA
Extrai-se da decisão de Id. nº 70964485 que, em consonância com o artigo 20, da Lei nº
9.099/95, a MM. Juíza Togada decretou a revelia da parte Reclamada.
Todavia, ressalte-se que a revelia do requerido importa em confissão ficta dos fatos
aduzidos na inicial, contudo, não induz necessariamente a procedência do pedido, desde
que convicção diversa possa ser extraía dos elementos existentes nos autos.
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2 - MÉRITO
O autor alega que é presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Meio do Poder
Executivo Estadual de Mato Grosso, e que o reclamado utiliza termos insultuosos e
injuriosos para atacá-lo, lesionando direitos que são constitucionalmente protegidos.
Após análise de todo acervo probatório dos autos, verifico que o autor comprovou fato
constitutivo de seu direito.
Ressalto que o dever de indenizar por danos morais decorrentes do abuso do direito-
dever de informar apenas se verifica quando a matéria veiculada invade a esfera jurídica
da honra e imagem da vítima, ensejando calúnia, difamação ou injúria.
Como se verifica através das provas colacionadas, o reclamado não se limitou a narrar os
fatos, mas, sim, optou por difamar o autor, emitindo opiniões pessoais ao fato narrado.
Vejamos:
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De modo que para a configuração do dever de indenizar por danos morais é necessária a
presença simultânea de três elementos essenciais, quais sejam: a ocorrência induvidosa
do dano; a culpa, o dolo ou má-fé do ofensor; e o nexo causal entre a conduta ofensiva e
o prejuízo da vítima.
Acrescente-se que o dano moral é o prejuízo decorrente da dor imputada a uma pessoa,
em razão de atos que, indevidamente, ofendem seus sentimentos de honra e dignidade,
provocando mágoa e atribulações na esfera interna pertinente à sensibilidade moral.
Em tese, é possível a reparação de danos morais causados pessoas públicas por injúria,
calúnia e difamação, se verificado o abuso do ofensor nas críticas formuladas, a intenção
de denegrir a reputação da vítima, bem como o dano decorrente de tal conduta.
A narração de um fato, mesmo que de forma mais crítica, não deve ultrapassar os limites
da liberdade de expressão, no presente caso, o dever de informar ultrapassou os limites,
uma vez que o autor utilizou de termos como “parasitário” “aloprado”, para descrever o
autor, fato este invade a esfera jurídica da honra e imagem da vítima, ensejando o dever
de indenizar.
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Restando evidenciado o direito do autor, uma vez que o requerido não compareceu à
Audiência designada e não contestou o alegado na inicial.
Assim, uma vez que o requerido não produziu qualquer prova ou se manifestou nos autos
para defender-se do alegado, demonstrando verdadeiro descaso com a demanda.
No que concerne à fixação do valor que corresponda à justa indenização pelo dano de
natureza moral, aprecio na causa, as circunstâncias que a doutrina e jurisprudência
determinam observar para arbitramento, quais sejam, a condição educacional, econômica
e profissional do lesado, a intensidade de seu sofrimento, o grau de culpa ou dolo do
ofensor, a sua situação econômica e os benefícios advindos do ato lesivo, bem como a
extensão do dano.
3- DISPOSITIVO
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Intimem-se.
Consoante o disposto no art. 40, da Lei nº. 9.099/95, submeto o presente processo à
apreciação da Meritíssima Juíza de Direito.
Juíza Leiga
Vistos etc.
Homologo, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o projeto de sentença
elaborado pela Juíza Leiga, na forma do artigo 40 da Lei n. 9.099/1995.
Preclusa a via recursal, em nada sendo requerido, arquivem-se os autos com as baixas e
anotações de estilo.
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