08-Curvamento de Tubos-2006

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Curvamento de Tubos

1. CURVAMENTO DE TUBOS

1.1 O curvamento de tubos deve obedecer ao disposto nas seguintes normas:


 OLEODUTOS  norma ASME B 31.4
 GASODUTOS  norma ASME B 31.8 e ABNT NBR 12712

1.2 Deve-se verificar a adequação dos equipamentos de curvamento ao tubo a ser curvado.

Nota: Para uma grande coluna do mesmo diâmetro, troca-se a “sela” para outro serviço, com
outro diâmetro.

1.3 Para adequação ao projeto de terraplanagem e abertura da vala, no que se refere a raios
horizontais e verticais, o raio mínimo de curvatura do tubo deve ser previamente estabelecido
através de um teste de qualificação, utilizando-se os tubos a serem aplicados, sempre
considerando o respectivo código de montagem.

Teste de qualificação - distribui-se ao longo do tubo revestido, golpes com valores progressivos
de ângulo, até ocorrer o enrugamento visível externamente ou danos ao revestimento. Depois
deve ser examinado internamente nestas regiões, determinando o máximo de angulação
aceitável sem causar danos. Todos esses parâmetros devem estar no relatório chamado “as
built” (conforme construído).

1.4 O método de curvamento deve ser aprovado e satisfazer às seguintes condições mínimas
de inspeção:
a) a diferença entre antes e depois do curvamento, do diâmetro externo, medidos em
qualquer seção do tubo, após o curvamento, não pode exceder 2,5% do seu diâmetro
externo especificado na norma dimensional de fabricação.
b) não serão permitidos enrugamentos e danos mecânicos no tubo e no revestimento.
c) o tubo com grau de curvatura igual ou superior a 50% do grau máximo de curvatura,
estabelecido no seu procedimento de curvamento, deve ser inspecionado por
passagem de gabarito interno (passa não passa) para verificar se a ovalização está
dentro do prescrito neste item alínea “a)“.

Calcula-se o diâmetro da placa do gabarito, pela fórmula:

DP = 0,98.DE-2.e(1+K)

Onde:
DP: Diâmetro externo da Placa (pol)
DE: Diâmetro externo do tubo (pol)
e: Espessura nominal de parede do tubo ou da conexão, o que for maior (pol)
K tolerância da espessura, conforme Tabela 1 (abaixo)

Diâmetro Nominal Processo de Fabricação Grau do aço (API 5 L)


do duto B X42 a X70
Menor que 2” Com ou sem costura 0,20 0,15
2” a 18” Com ou sem costura 0,15 0,15
Maior ou igual a 20” Com costura 0,18 0,20
Maior ou igual a 20” Sem costura 0,15 0,18

d) deve ser feita inspeção visual em toda a superfície do tubo para verificar possíveis
danos nos biseis, corpo e no revestimento anticorrosivo.
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e) a curvatura deve ser distribuída, o mais uniformemente possível, ao longo do


comprimento do tubo.
f) em cada extremidade do tubo a ser curvado deve ser deixado um comprimento reto
mínimo determinado na qualificação.
g) nos tubos com costura, não é permitida a coincidência da solda longitudinal com a
geratriz mais tracionada ou mais comprimida, devendo o curvamento ser executado de
forma que a solda longitudinal seja localizada o mais próximo possível do eixo neutro do
tubo curvado, com uma tolerância de mais ou menos 30°.
h) nos curvamentos de tramos (trechos) que contenham uma solda circunferencial, deve
ser deixado um comprimento reto mínimo de 1m para cada lado da curva.
Caso isto não seja possível, o curvamento pode ser realizado desde que a solda
circunferencial seja totalmente radiografada após o curvamento. Não é admitido reparo
da solda.
i) o curvamento, de tubos com costura, deve ser realizado de modo a evitar durante a
soldagem, a coincidência das soldas longitudinais.
j) antes do curvamento, a geratriz que vai ser mais comprimida, deve ser marcada a tinta.
k) devem ser marcadas a tinta as seções do tubo a serem golpeadas durante o
curvamento.
l) o tubo já curvado não pode ter aumentado o seu raio de curvatura.
m) o tubo curvado deve ter a posição de sua geratriz superior marcada junto às
extremidades, para auxiliar na sua montagem.

1.5 Quando for utilizado o curvamento natural, este não deve ultrapassar o limite elástico do
material, fixado pelo projeto.

1.6 O raio mínimo de curvatura, para curvamento natural, para linhas trabalhando com
produtos a temperatura ambiente (∆θ=0), deve ser calculado pela fórmula:

Ec.D/2
R=
0,9 SY – 0,7 P.D –E.α.∆θ
2.e
Onde:
R: raio mínimo de curvatura para curvamento natural [cm]
Ec: módulo de elasticidade do material [MPa] (*) tensão
SY: mínima de escoamento especificada [MPa]
D: diâmetro externo do tubo [cm]
e: espessura nominal de parede do tubo [cm]
P: pressão de projeto do duto [MPa]
α coeficiente de dilatação térmica linear do aço em ºC¹

(*)Ec = 2,00 x 105 MPa para aço-carbono a temperatura ambiente de 21 °C.

1.7 Os pontos de golpeamento devem ser eqüidistantes e afastados entre si de um diâmetro,


do tubo. Quando o curvamento acontecer com temperatura <18ºC, o tubo deve sofrer
aquecimento interno com maçarico tipo chuveiro, com a finalidade de não danificar o
revestimento.

1.8 O curvamento a quente somente deve ser empregado, quando seu método de execução,
prever aquecimento uniforme por indução elétrica de alta freqüência e resfriamento controlado.

1.9 O raio da curva obtido deve atender a limitação definida pelo projeto, quanto ao raio mínimo
para a passagem de “pig” instrumentado.

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1.10 Os tubos curvados devem ser marcados com pintura externa contendo as seguintes
informações:
 Ângulo / raio da curva
 Posição da geratriz superior (na montagem)
 Local de aplicação
 Sentido de montagem

1.11 Para Gasodutos, pode ser feito curvamento com raio inferior ao estabelecido no parágrafo
acima, desde que a espessura da parede não fique ao mínimo especificado para aquelas
condições de operação.

1.12 A espessura mínima da parede do tubo, para Gasodutos, é definida pela ASME B 31.8
conforme a fórmula abaixo. No entanto é normal que a espessura mínima seja superior a
encontrada pela fórmula, quando se levar em consideração outros esforços a que o tubo pode
estar sujeito.
P.D
t=
2.S.F.E.T

Onde: t = espessura nominal (in)


D = Diâmetro externo (in)
P = Pressão de projeto (psi)
S = Tensão mín. Escoamento (psi)
F = Fator de projeto em função da classe de locação, conforme tabela a seguir
E = Fator de junta longitudinal (= 1,0 para tubos API)
T = Fator de temperatura (= 1,0 para 121ºC ou menos)

Valores de F
Classe de Locação F
1 0,72
2 0,60
3 0,50
4 0,40

Para diâmetro < 12 ¾ usar uma proporção direta. No entanto não deve nunca ser < 5D.

GASODUTO OLEODUTO
DE (in) (diâm.ext.) Grau máximo Raio mínimo Raio mínimo
de Deflexão
Menor que 12 ¾ ------------ 18D
12 ¾ 3.2 18D 18D
14 2.7 21D 21D
16 2.4 24D 24D
18 2.1 27D 27D
Maior que 20 1.9 30D 30D

Espessuras maiores são normalmente previstas em trechos bem definidos, quando sujeitos a
outros esforços adicionais:

2.0 O tubo curvado não deve apresentar nenhum enrugamento na parte mais comprimida, pois
isso reduz a sua resistência mecânica, conforme exigência da N–464 H.

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3.0 No entanto o ASME B 31.8, quando fala sobre curvamento vincado (wrinkle bend), é mais
flexível, quando diz não ser permitido tão somente rugas pontiagudas (sharp Kinks), esta
prática, no entanto, não é recomendável.

4.0 A qualificação do procedimento de curvamento deve ser conduzida para cada


CURVADEIRA disponibilizada na obra.

5.0 O Inspetor de Dutos deve verificar periodicamente o estado de manutenção das máquinas
curvadeiras, assim como verificar se o procedimento de curvamento está de acordo com as
normas e especificações técnicas. Conhecendo e eventualmente aprovando esta
documentação e verificando se o curvamento está sendo conduzido de acordo com o referido
procedimento. Executa também exame visual e controle dimensional dos tubos curvados.São
feitas várias passadas do mesmo tubo pela curvadeira para atingir a curva desejada.

Foto1 - Curvadeira em operação (a frio), um pistão na parte superior e dois na inferior.

Foto 2 - Tubos curvados, marcados com marquei (graus, número e posição)

Nota: atenção especial deve ser dada à movimentação, posicionamento e levantamento de


tubos depois de curvados, devido à possibilidade de movimentos inesperados provocados pela
mudança em seu CG.

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