Apostila Polícia Militar - PB

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SUMÁRIO

CONHECIMENTOS BÁSICOS:

1. Língua Portuguesa...........................................................................................Pág. 004


2. Noções de Informática .....................................................................................Pág. 069
3. Raciocínio Lógico ............................................................................................Pág. 167
4. Geografia da Paraíba ......................................................................................Pág. 212
5. História da Paraíba ...........................................................................................Pág. 223

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS:

1. Noções de Direito Constitucional .....................................................................Pág. 231


2. Noções de Direito Penal ..................................................................................Pág. 246
3. Noções de Direito Processual Penal................................................................Pág. 334
4. Noções de Direito Militar..................................................................................Pág. 362
5. Noções de Sociologia.......................................................................................Pág. 397
6. Legislação Extravagante..................................................................................Pág. 409

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☠ LÍNGUA PORTUGUESA – MARCELO RIBEIRO

☠ NOÇÕES DE INFORMÁTICA – TÚLIO QUEIROZ

☠ RACIOCÍNIO LÓGICO – PEDRO NOGUEIRA

☠ GEOGRAFIA DA PARAÍBA – KELLY LOPES

☠ HISTÓRIA DA PARAÍBA – KELLY LOPES

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PORTUGUÊS

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ASSUNTO: COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO
Procedimentos, etapas e competência leitora

Guerreiro (a),

Há etapas significativas que facilitam o processo de leitura. Inicialmente, pode parecer algo
“mecânico”; mas a fluidez virá conforme a prática e, quando menos perceber, estará gabaritando questões
que exigem competência leitora, elemento fundamental e divisor de águas em concurso público. Apresento-
lhes um esquema favorável à metodologia adotada à sua aprovação:

É preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto:

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a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o
assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do 3º ano do curso
de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assunto, porque vocênão tem
conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.
a) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações
novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informação nova
com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas não
compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a explicação, mas não
as justificativas ou o alcance social do texto.
b) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo
(sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama
“fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o
crescimento e a ampliação para novos sentidos.

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Embora os conceitos estejam bem claros, há erros comuns e determinantes em situações de
prova. Vale salientar que as bancas usam estratégias a fim de confundir e dificultar o nível dealguns itens.
Não se permita errar!
Muitos candidatos preterem as questões de competência leitora às de gramática, mas acabam
“remando contra a maré”. É importante ter em mente que a sua prova exigirá, em língua portuguesa,
conhecimentos dos níveis ortográfico, fonético/fonológico, morfológico, sintático e SEMÂNTICO. Portanto,
as relações de sentido também serão pontos fundamentais para a sua tão sonhada aprovação. Candidato
que foge das questões de leitura, no período de preparação, geralmente são os mesmos que deslizam em
tais situações:

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DENOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e enunciados de uma língua.
Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras.
De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função referencial,
cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos assuntos, como é o caso da
reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico, ata, memorando, receita, manual de instrução,
bula de remédios, entre outros. Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer
referência a conceitos, fatos, ações em seu sentido literal.

Exemplos:
• A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia.
• A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu.
• O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para a
fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores.
• Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.

CONOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado em situações
e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e
expressões, ressignificando-as.

De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursivos
textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários, ou seja,
aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem conotativa aparece com maior
expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários ocorre
para que se possa atribuir mais expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes
efeitos de sentido nos leitores/ouvintes.

Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a maneira como
o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

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TESE
Afinal, o que é a TESE de um texto?
Tese é um assunto, um tema, um objeto. É uma proposição que se apresenta para ser discutida e defendida
por alguém, com base em determinadas hipóteses ou pressupostos. Do grego “thesis” que significa
“proposição”.
A expressão “em tese” significa “de modo geral”, “de acordo com o que se supõe”, “em princípio”, “em teoria”.

Leia o texto abaixo:


Unesco quer que escola ensine a mediar conflitos

Adotado em países como Argentina, Espanha, França e Austrália, a mediação dos conflitos pode entrar
na grade curricular das escolas como uma forma de reduzir a violência. A Unesco tem dialogado com o Ministério
da Educação nesse sentido. No Rio de Janeiro, pelo menos 20 escolas públicas adotaram a ideia e mantêm
projetos que ajudam as crianças a mediar conflitos por meio de conversa. O objetivo é atacar a cultura da
hipermasculinidade que reforça a ideia de que a solução para os conflitos é feita por meio da força. [...] [...] "É
preciso conscientizar os alunos de que existem formas não-violentas de resolução de conflitos", afirma o
sociólogo Jorge Werthein, da Unesco. Para ele, a cultura de mediação propicia a prática do diálogo, a resolução
de conflitos, diminui o sentimento de insegurança dos alunos, interfere nos níveis de violência e pode contribuir
para a melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem, [...]"

COLLUCCI, Cláudia. Folha de S. Paulo, 25 jul, 2005. p. C 4. Fragmento. (P090859ES_SUP)

1- A tese defendida pelo autor desse texto é que a mediação de conflitos:

a) deve ser uma disciplina escolar das escolas públicas do Rio de Janeiro.
b) melhora a aprendizagem nas escolas públicas.
c) propicia a prática do diálogo e diminui a violência.
d)reforça a ideia de que a resolução de desentendimentos ocorre pela força.

Hoje em dia, o tipo de texto mais cobrado em vestibulares e concursos é o dissertativoargumentativo.


Isso já não é novidade mais. Entretanto, mesmo que isso não seja algo novo, muitas pessoas encontram
dificuldades em compreender os aspectos que constituem esse tipo de texto e, consequentemente, encontram
dificuldades para desenvolver essa produção textual.
Ao produzirmos um texto, o nosso foco principal deve ser a função social que ele tem, ou seja, devemos
tentar entender as razões que nos levam a produzir determinado tipo de texto. No caso dos textos
argumentativos, devemos ter em mente que a principal função é: defesa de posicionamento crítico.
Logo, de forma resumida, ao construirmos um texto dissertativo-argumentativo, estamos apresentando
a nossa opinião sobre determinado tema e desenvolvendo ideias que possam fundamentar o nosso ponto de
vista.
Você deve ter percebido que as palavras que mais apareceram no texto até agora foram: opinião, ponto
de vista, posicionamento. E nós temos uma explicação bem simples para que isso tenha acontecido. Tendo em
vista que a principal função social de um texto argumentativo é a defesa de nosso ponto de vista, podemos
afirmar que a essência desse tipo de texto é a nossa opinião, também conhecida como tese.
Tese, como já observamos anteriormente, é o que, comumente, chamamos de opinião, ponto de vista,
posicionamento crítico. É ela a parte fundamental para a existência de um texto argumentativo. Talvez isso
possa ter parecido muito radical, mas pense comigo: um texto argumentativo será um [bom] texto argumentativo
se não apresentar uma tese?

COESÃO TEXTUAL
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A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias dentro de um texto. Bem
utilizada, a coesão permite a eficiência na transmissão da mensagem ao interlocutor e, por consequência, o
entendimento.
Dentro do texto, a coesão pode ser compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios,
pronomes, o emprego de conectivos, sinônimos, dentre outros.

Para ser melhor empregada, a coesão necessita de recursos, como palavras e expressões que têm
como objetivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto. Esses recursos são chamados de
elementos de coesão.
Quando o texto é incoerente, prejudica o processo de comunicação.

A coesão referencial e a coesão sequencial são chamadas de recursos coesivos por estabelecerem
vínculos entre as palavras, orações e as partes de um texto.

Coesão referencial
A coesão referencial é responsável por criar um sistema de relações entre as palavras e expressões
dentro de um texto, permitindo que o leitor identifique ostermos aos quais se referem. O termo que indica a
entidade ou situação a que o falante se refere é chamado de referente.

Exemplo:
• Ana Elisabete gritou. Ela fica apavorada quando fica sozinha, apesar de ser uma menina calma e inteligente.

Nesse exemplo, o termo referente é Ana Elisabete. Todas as vezes que o referenteprecisa ser retomado no
texto, podemos utilizar outras palavras para que os leitores possam retornar e recuperar a ideia.

É bastante frequente o uso de figuras de construção/sintaxe para a coesão referencial, como as anáforas,
catáforas, elipses e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações).

Coesão sequencial
A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão textual. De maneira geral,
as flexões de tempo e de modo dos verbos e as conjunções são os mecanismos responsáveis pela coesão
sequencial nos textos.
Os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para que as partes e as informações do texto
possam ser articuladas e relacionadas. Além da progressão das partes do texto, os mecanismos de coesão
sequencial contribuem para o desenvolvimento do recorte temático. Dessa forma, o autor do texto evita falta de
coesão, garantindo boa articulação entre as ideias, informações e argumentos no interior do texto e,
principalmente, a coerência textual.

TIPOLOGIA TEXTUAL

As tipologias textuais são os tipos de textos criados em determinados contextos e que vão depender
da intenção e necessidade de comunicação das pessoas.

A tipologia textual é dividida em cinco tipos de textos:


1. tipologia narrativa (narração): contar uma história incluindo tempo, espaço e personagens
envolvidos.
2. tipologia descritiva (descrição): descrever uma pessoa, um objeto, um local, um
acontecimento.
3. tipologia dissertativa (dissertação): defender uma ideia e expor uma opinião através de
argumentações.
4. tipologia expositiva (exposição): apresentar um conceito, uma ideia, ou informar sobre algo.
5. tipologia injuntiva (injunção): ensinar ou instruir sobre algo com o objetivo de levar a uma ação.

Tipologia narrativa (narração)


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A narração significa contar uma história, acontecimentos e ações de personagens dentro de um
espaço e um tempo determinado.

Através de um enredo (história) é relatado por um narrador os acontecimentos e ações de maneira


linear ou não linear.

Assim, se o enredo seguir uma sequência cronológica, trata-se de um enredo linear. Do contrário, se
existir uma mistura entre o passado, o presente e o futuro, estamos diante de um enredo não linear.

Tipologia descritiva (descrição)


A descrição representa o ato de descrever algo e que pode ser uma pessoa, um objeto, uma paisagem,
um local.

Quando utilizamos a tipologia descritiva, buscamos apresentar as principais características de algo, e


isso pode ser feito de duas maneiras: descrição objetiva e descrição subjetiva.

Na descrição objetiva não há um juízo de valor, uma opinião, ou mesmo impressões subjetivas sobre
o que está sendo observado. A imparcialidade (visão neutra) é uma das principais características desse
tipo de descrição. Ela busca apontar de maneira muito realista e verossímil os atributos de algo (alto,
baixo, claro, escuro, longo, curto).

Já na descrição subjetiva, a opinião, as apreciações e as emoções de quem está descrevendo aparece


de forma muito nítida, que pode surgir pelo uso de muitos adjetivos. Nesse caso, o objetivo é valorizar
a forma do texto com o intuito de influenciar os leitores através de um juízo de valor sobre o que está
sendo observado.

Tipologia dissertativa (dissertação)


A dissertação é, de maneira geral, um tipo textual opinativo e argumentativo. Além disso, pode ser
persuasivo, já que tem como intuito defender uma ideia ou um conceito sobre determinado assunto
através de argumentações pautadas em dados, estatísticas e exemplos concretos.

Os autores que fazem uso dessa tipologia textual, pretendem convencer seus leitores a partir de suas
opiniões e juízos de valor fundamentados em pesquisas que realizaram ou em conhecimentos que
possuem sobre o tema.

Vale ressaltar que a opinião deve ser apresentada na terceira pessoa do plural (nós, eles) e não na
primeira pessoa do singular (eu).

Embora em sua maioria os textos dissertativos sejam argumentativos, há também outra subcategoria
denominada de textos dissertativos-expositivos. Nesse caso, as ideias, conclusões e conceitos
apresentados são expostos de maneira neutra e imparcial, sem que o autor se posicione mostrando
sua opinião.

Tipologia expositiva (exposição)


A exposição é um tipo textual que apresenta informações sobre determinado assunto. Diferente dos
textos argumentativos, que utiliza opiniões e juízos de valor para defender uma ideia, essa tipologia
foca em reunir informações e apresentar de maneira coerente e imparcial, sem opiniões que
convençam o leitor.

Esse tipo textual pode ser produzido de duas maneiras: textualmente (através de um texto) ou
oralmente (através da fala).

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Para entender melhor, vamos pensar no seminário da escola em que as duas modalidades da tipologia
expositiva são utilizadas (escrita e oral). A apresentação projetada no PowerPoint é um texto expositivo
escrito, e a explicação do tema pelos alunos é feita através da fala das pessoas, configurando um texto
expositivo oral.

Tipologia injuntiva (injunção)


A injunção é um tipo textual que pretende instruir ou ensinar alguém a fazer algo, por isso, apresenta
uma sucessão de informações que podem estar organizadas em pequenos parágrafos ou numerada
em passos. A ideia central é levar a uma ação por parte do receptor (ou leitor) que recebe a mensagem.

Esses textos precisam ser claros e objetivos para não gerar dúvidas ou duplas interpretações em quem
está lendo. Pense, por exemplo, no manual de instruções de um móvel. O objetivo é indicar um passo
a passo de tudo o que deve ser feito, como deve ser feito e quais ferramentas serão necessárias para
realizar essa tarefa.
ORTOGRAFIA OFICIAL
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está
relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos
fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de
grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua
portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que
houver dúvida.

O Alfabeto

O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra
maiúscula. Veja:

a A (á) j J (jota)
s S (esse)
b B (bê) k K (cá)
t T (tê)
c C (cê) l L (ele)
u U (u)
d D (dê) m M (eme)
v V (vê)
e E (é) n N (ene)
w W (dáblio)
f F (efe) o O (ó)
x X (xis)
g G (gê ou guê) p P (pê)
y Y (ípsilon)
h H (agá) q Q (quê)
z Z (zê)
i I (i) r R (erre)

Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas
palavras.

Emprego das letras K, W e Y Utilizam-se nos seguintes casos:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin,
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darwinismo; Taylor, taylorista.

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional.
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

O Novo Acordo Ortográfico está em vigor, mas muitas dúvidas sobre as novas regras, como as do hífen,
permanecem até hoje. Veja a seguir algumas das principais regras elencadas em tópicos:

• HIPER e INTER exigem hífen diante de palavras iniciadas pelas consoantes H e R.


Exemplos: Hiper-habilidade / inter-relação / super-homem.

• ALÉM, AQUÉM, BEM, EX, SUPER, PÓS, PRÉ, PRÓ, RECÉM, SEM, SOTA, SOTO, VICE e VIZO sempre
exigem hífen.
Exemplos: Recém-formado / além-túmulo / super-homem / exnamorado / vice-diretor.

• Os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA,
ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE passaram a exigir hífen diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por
vogal idêntica à do prefixo.
Exemplos: Auto-hipnose / contrahegemonia / extra-atividade / proto-história / arqui-inimigo / sobre-humano /
sobreaviso.

• Os prefixos CIRCUM e PAN exigem hífen somente diante de palavras iniciadas pelas consoantes H, M, N ou
por vogal idêntica à do prefixo. Diante de outras consoantes, o prefixo CIRCUM se aglutina.
Exemplos: Circum-navegação / circumponto / Pan-hispânico / Panamericano

• O prefixo SUB exige hífen somente diante de palavras iniciadas pelas consoantes B, H e R.
Exemplos: Sub-reino / Subatômico / Sub-humano
• O prefixo CO exige hífen somente diante de palavras iniciadas pela consoante H, exceto em casos de
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aglutinação.
Exemplos: Cooperação / Correpresentante / Coerdeiro /Co-hiponimia

• Os falsos prefixos AERO, AGRO, BIO, ELETRO, ENTRE, GEO, HIDRO, MACRO, MAX, MICRO, MINI, MULTI,
PLURI, RETRO etc. exigem hífen somente diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por vogal idêntica
à do prefixo.
Exemplos: Bio-óleo / entre-eixos / mini-horta.

Mais algumas considerações e dúvidas importantes sobre a nova regra para o emprego do hífen:
Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em vogal, diante de palavras iniciadas pelas consoantes R e S,
duplica-se a consoante. Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em consoante diante de palavras
iniciadas pelas consoantes R e S, não se duplica a consoante. Já os prefixos SUB, IN e MAL não dobram a
consoante S.

Exemplos:

Contrarreforma / pseudossábio / subsecretário.

Uso do X e CH

Uma das dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa diz respeito à quantidade de exceçõesexistentes
em relação a determinadas regras. O uso do “x” e do “ch”, por exemplo, traz essa dificuldade para os
candidatos.

Mas podemos, de maneira geral, apontar as seguintes circunstâncias para o uso ou não usodessas estruturas
na ortografia oficial:

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• Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “me”. Exemplo: mexendo e mexicano.
• Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “en”. Exemplo: enxergar e enxugar.
• Costuma-se utilizar o “X” depois de ditongos. Exemplo: caixa, abaixar.
• Costuma-se utilizar o “X” em palavras de origem indígena e africana. Exemplo: orixá e
abacaxi.

Esses são os casos básicos onde você deverá usar o “x” no lugar do “ch”.

Uso de S ou Z

Outra pedra no sapato é a confusão que muitos de nós fazemos quando vamos utilizar as letras “s”e “z”.

Aqui vão algumas regrinhas:

• Utiliza-se o “s” nas palavras derivadas de outras que já apresentam “s” no radical. Exemplo:
análise/analisar, casa/casinha/casarão.
• Utiliza-se o “s” nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem.
• Exemplo: portuguesa, milanesa, burguesia.
• Utiliza-se o “s” nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa”. Exemplo: gostoso,
catarinense, populoso, amorosa.
• Utiliza-se o “s” nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: catequese, glicose, poetisa.

Uso de C, Ç, S ou SS

Outro ponto um tanto confuso da Ortografia Oficial é essa parte de uso de c, ç, s ou ss. Paracomeçar, veja o
vídeo a seguir, do professor Sérgio Nogueira. Só 2 minutinhos:

Aqui vai uma dica genial para quando você estiver no dilema de escrever “s” ou “ss”: nas palavrasem que
empregamos apenas um “s”, ele aparece entre uma vogal e uma consoante. Exemplo: diversão, ofensa.

Quando estamos falando de dois “ss”, eles vêm entre duas vogais. Exemplo: processo, passivo.

Uso de J e G

Vamos a outro ponto bem difícil de definir todas as regras, mas que podemos facilitar um pouco: ouso
de “j” e “g”.
• Usa-se “j” nas palavras de origem árabe, indígena, africana ou exótica. Exemplo: jiboia e
acarajé.
• Usa-se “j” nos verbos terminados em “jar” ou “jear”. Exemplo: sujar e gorjear.
• Usa-se “j” na terminação “aje”. Exemplo: laje, traje.

O Novo Acordo Ortográfico

Embora já esteja em vigor desde 2016, ainda tem muita gente sem saber direito o que significa e oque mudou
com o mais recente Acordo Ortográfico, que mudou regras da nossa Ortografia Oficial.Veja aqui as regras
de maneira objetiva e simples:

Mudança no alfabeto

• Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
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• Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Na prática, as letras “k”, “w” e “y” são usadas em várias situações, como na escrita de símbolos deunidades
de medida (Ex.: km, kg) e de palavras e nomes estrangeiros (Ex.: show, William).

Uso do trema

Não se usa mais o trema, exceto em nomes próprios estrangeiros ou derivados, como porexemplo: Müller,
mülleriano, Hübner, hüberiano etc.

• Antes: cinqüenta, freqüente


• Depois: cinquenta, frequente

Acentuação

Perdem o acento os ditongos abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas (palavras que têm acentotônico na
penúltima sílaba).

• Antes: assembléia, jóia


• Depois: assembleia, joia

Perdem o acento o “i” e o “u” tônicos nas palavras paroxítonas, quando eles vierem depois deditongo.

• Antes: feiúra, Bocaiúva


• Depois: feiura, Bocaiuva

Perdem o acento as palavras terminadas em êem e ôo(s).

• Antes: abençôo, lêem


• Depois: abençoo, leem

Perdem o acento diferencial as duplas: pára/para, péla(s)/ pela(s), pólo(s)/polo(s), pêlo(s)/pelo(s),pêra/pera.

• Antes: Ele foi ao Pólo Norte.


• Depois: Ele foi ao Polo Norte.

Atenção: Permanece o acento diferencial:


1. Nas duplas: – pôde/pode Ex.: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. –
pôr/por Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
2. No plural dos verbos ter e vir, assim como das correspondentes formas compostas (manter,
deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ex.: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.

Obs: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Ex.: Qualé a forma
da fôrma do bolo? O circunflexo sai da palavra côa (do verbo coar).

Perde o acento o u tônico das formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) nos grupos que equi/gue e gui.

• Antes: ele argúi


• Depois: ele argui
Hífen
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com asletras r ou s,
que serão duplicadas.
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• Antes: auto-retrato e anti-social
• Depois: antissocial e autorretrato

Atenção: Mantém-se o hífen quando os prefixos hiper, inter e super se ligam a elementos iniciadospor r. Ex.:
hiper-requisitado; inter-regional; super-resistente.

Usa-se o hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.

• Antes: antiinflamatório
• Depois: anti-inflamatório

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo elemento.

• Antes: auto-escola
• Depois: autoescola

Atenção: Não se usa o hífen com o prefixo co, ainda que o segundo elemento comece pela vogal
o. Ex.: coocupante, cooptar.

Não se usa hífen em palavras compostas que, pelo uso, passaram a formar uma unidade.

• Antes: manda-chuva
• Depois: mandachuva

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Acento Prosódico e Acento Gráfico Todas as palavras de duas ou mais sílabas possuem uma sílaba
tônica, sobre a qual recai o acento prosódico, isto é, o acento da fala. Veja:

es - per - te - za

ca - pí - tu - lo

tra - zer

e - xis - ti - rá

Dessas quatro palavras, note que apenas duas receberam o acento gráfico. Logo, conclui-se que:

Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as palavras que possuem duas ou mais sílabas. Já o
acento gráfico se caracteriza por marcar a sílaba tônica de algumaspalavras. É o acento da escrita. Na língua
portuguesa, os acentos gráficos empregados são:

Acento Agudo (´ ): utiliza-se sobre as letras a, i, u e sobre o e da sequência -em, indicando que essas
letras representam as vogais das sílabas tônicas.
Exemplos: Pará, ambíguo, saúde, vintém Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais tônicas com
timbre aberto. Exemplos: pé, herói

Acento Grave (`): indica as diversas possibilidades de crase da preposição "a" com artigos e pronomes.
Exemplos: à, às, àquele
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Acento Circunflexo (^): indica que as letras e e o representam vogais tônicas, com timbre fechado. Pode
surgir sobre a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente diante de m, n ou nh.
Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo.

Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxítonas,
seguidas pelas oxítonas.

A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas
paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco
numerosas, são sempre acentuadas.

PROPAROXÍTONAS

Sílaba tônica: antepenúltima

As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente.

Exemplos: trágico, patético, árvore.

PAROXÍTONAS

Sílaba tônica: penúltima

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri,lápis
om,ons iândom,íons
um,uns álbum,álbuns
ã(s),ão(s) órfã,órfãs, órfão,órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei,túneis

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam em "ens",
não(hifens, jovens).

2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).

3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s),


ua(s),ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).

Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, inícioOxítonas

Sílaba tônica: última

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

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a(s): sofá,sofás
e(s): jacaré, vocês
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns

Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos.

Monossílabos Tônicos

Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase onde aparecem. Acentuam-
se os monossílabos tônicos terminados em:

a(s): lá, cá
e(s): pé, mês
o(s): só, pó, nós,pôs

MONOSSÍLABOS
ÁTONOS

Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do
vocábulo a que se apoiam.

Exemplos:

o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.

Observações:

1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por


artigos,pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções).

2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras.

Exemplos:

Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono)

Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora.(átono).

Saiba que:

Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas oxítonas ou


monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo alguma das terminações
contidas nas regras. Exemplos:
beijar + a = beijá-la
dar + as = dá-las
fez + o = fê-lo
fazer + o = fazê-lo

Acento de insistência

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Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a simples necessidade de enfatizar uma ideiapodem
levar o falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas palavras com uma intensidade e
duração além do normal.
Exemplos:

Está muuuuito frio hoje!

Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.

REGRAS ESPECIAIS

Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em evidência alguns
detalhes sonoros das palavras. Observe:

Ditongos Abertos

Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não êi),
são acentuados. Veja:

éi (s): anéis, fiéis, papéis


éu (s): troféu, céus
ói (s): herói, constrói, caubóis

Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados.

Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia,
etc.

Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não porpossuir
ditongo aberto "ói").

Hiatos

Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos
na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh".

Exemplos:

sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de

Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:

ju - iz ra - iz ru - im ca - ir

Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.

Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por outras
razões. Veja os exemplos abaixo:

po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo
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crescente.ja-ó: oxítona terminada em "o".

VERBOS TER E VIR

Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir,
bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja:

Ele tem Eles têm


Ela vem Elas vêm
Ele retém Eles retêm
Ele intervém Eles intervêm

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular.
Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:

ele detém - eles detêm


ele advém - eles advêm.

REGRAS ESPECIAIS

Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir,
bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja:

Ele tem Eles têm


Ela vem Elas vêm
Ele retém Eles retêm
Ele intervém Eles intervêm

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular.
Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:

ele detém - eles detêm


ele advém - eles advêm.

MORFOLOGIA

O Que É Morfologia?
Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela
pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere à dez classes, que
são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e
numerais.

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SUBSTANTIVOS

É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros e varia em
gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

Quanto à formação, o substantivo pode ser:


Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal.
Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e
jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente).
Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do significado das
palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir.
Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo,cujos
radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp.

Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser:

Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos:
cidade, pessoa e rio.

Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com
letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê.

Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos:
casa, fada e pessoa.

Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto
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de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis).

Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria,
altura e amor.

ARTIGOS
É a palavra que antecede os substantivos e varia em gênero e número, bem como o determina (artigo
definido) ou o generaliza (artigo indefinido).
São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural)
São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural)

NUMERAL

É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.

Os numerais classificam-se em:

Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e vinte.

Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo,
quarto e trigésimo.
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Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio,metade e um
terço.

Coletivos – é a forma dos números que indica um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia(conjunto de
doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem).

Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo esêxtuplo.

INTERJEIÇÃO
É a palavra que exprime emoções e sentimentos.
As interjeições podem ser classificadas em:
Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido!
Saudação – Alô!, Oi!, Tchau!
Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro!
Afugentamento – Fora!, Sai! Xô!
Alegria – Eba!, Uhu! Viva!
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Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui!
Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus!
Alívio – Arre!, Uf!, Ufa!
Animação – Coragem!, Força!, Vamos!
Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso!
Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!,
Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo!
Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara!
Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão!
Dúvida – Hã?, Hum?, Ué!
Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!,
Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria!

ADJETIVOS

É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e
grau.

Quanto à formação, o adjetivo pode ser:

Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel.

Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras
derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever).

Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujosradicais são
respetivamente: alt, estud e honest.

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Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo e
verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar.

Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local deorigem e as
Locuções Adjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo.
Exemplos de Adjetivos Pátrios: brasileiro, carioca e sergipano.
Exemplos de Locuções Adjetivas: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial).

CONJUNÇÕES

De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas
em coordenativas e subordinativas.

No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no
entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui.

Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

PREPOSIÇÃO
É a palavra que liga dois elementos da oração.
As preposições classificam-se em:
Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para.
Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal.Exemplos: como,
durante e exceto.

Há também as Locuções Prepositivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de preposição.
Exemplos: apesar de, em vez de e junto de.

ADVÉRBIO
É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de
tempo, modo, intensidade, entre outros.
Os advérbios classificam-se em:
Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”.
Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão.
Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora.
Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre.
Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco.

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Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim.
Dúvida – acaso, quiçá e talvez.

CORRELAÇÃO VERBAL

Correlação verbal é a uniformidade entre tempos e modos verbais num período composto por subordinação.
Seu objetivo é evitar incoerências na estruturação de frases, como ocorre no exemplo a seguir:

– Se eu fosse rico, compro uma casa.


Perceba que o primeiro verbo está no pretérito imperfeito do subjuntivo – o que indica uma hipótese –, e o
segundo está no presente do indicativo – o que indica certeza.

Essa mistura entre hipótese e certeza numa mesma sentença acaba por fugir da lógica esperada na afirmativa.

Portanto, a correlação de tempos e modos verbais trata dessa necessidade de uma lógica na semântica entre
os verbos de uma oração.

Lista de correlações verbais

Vejamos, então, algumas possibilidades de articulação correta entre os tempos e modos verbais numa frase.

1) Correlação verbal quando a oração principal está no tempo presente:

a) presente do indicativo + presente do indicativo:

– Eu sei que você come muito durante as festas.


b) presente do indicativo + futuro do presente do indicativo:

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– Eu sei que você comerá muito durante as festas.

c) presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:

– Espero que ele tenha trazido um presente para mim.


d) presente do indicativo + presente do subjuntivo:

– Espero que ele traga um presente para mim.

2) Correlação verbal quando a oração principal está no tempo pretérito:

a) pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

– Solicitei a minha mãe que fizesse um bolo.


b) pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do indicativo:

– Percebi que você ia colar na prova naquela hora.


c) pretérito perfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito do indicativo:

– Passou na prova final de tanto que estudara.


d) pretérito perfeito do indicativo + futuro do pretérito do indicativo:

– Disseram que seria uma apresentação rápida.


e) pretérito imperfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo:

– Queria que ele tivesse falado a verdade.


f) pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:

– Se você estudasse, saberia as respostas.


g) pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo:

– Se ele tivesse feito a compra do mês, a esposa não teria ficado brava.
3) Quando a oração principal está no tempo futuro:

a) futuro do pretérito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

– Gostaria que namorasse aquela moça, meu filho.


b) futuro do presente do indicativo + pretérito perfeito do indicativo:

– Nós teremos aquilo que nos prometeram.


c) futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

– Quando eu passar por lá, avisarei a você.

CRASE
Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.
Exemplo: Fomos à piscina à = a(preposição) + a(artigo)

Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o
artigo a. Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:

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I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de
palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplo: Temos amor à arte. (Temos amor ao estudo) Respondi às perguntas. (Respondi aos questionário)

II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplo: Contarei uma estória a você. (Contarei uma estória para você.) Fui à Holanda (Fui para a Holanda)

III. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a
crase.
Exemplo: Fui à França (voltei da França)

Não existe crase


a) Antes de verbo
Exemplo: estamos a contemplar a lua.

b) Antes de palavras masculinas


Exemplo: Gosto muito de andar a pé.

c) Antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:


Exemplo: Dirigiu-se à Sra. com aspereza.

d) Antes de pronomes em geral:


Exemplo: Não vou a qualquer parte.

e) Em expressões formadas por palavras repetidas:


Exemplo: Estamos frente a frente.

f) Quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:


Exemplo: Não falo a pessoas estranhas.

Crase facultativa
1. Antes de nome próprio feminino: Refiro-me à(a) aluna.

2. Antes de pronome possessivo feminino: Dirija-se à (a) sua fazenda.

3. Depois da preposição até: Dirija-se até à (a) porta.

Casos particulares
1. Casa Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto
adnominal, não ocorre a crase.
Exemplo: Regressaram a casa para almoçar Regressaram à casa de seus pais

2. Terra Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase. Exemplo:
Regressaram a terra depois de muitos dias. Regressaram à terra natal.

3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo. Se o tempo que antecede um desses
pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.

Ocorre também a crase


a) Na indicação do número de horas:
Exemplo: Chegamos às nove horas.

b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:


Exemplo: jogou à Pelé.

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c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:
Exemplo: Chegou à tarde (tempo). Falou à vontade (modo).

d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...

Sintaxe da Oração

1. Sujeito e predicado
Sujeito: termo com o qual o verbo concorda. Predicado: termo com uma afirmação sobre o su-jeito.

Tipos de sujeito
Conforme a Nomenclatura Gramatical Brasileirade fevereiro de 1959, só existem quatro tipos de sujeito.
http://www.filologia.org.br/revista/ar- tigo/7(19)09.htm

Sujeito Simples: um núcleo.


Ex.: Aconteciam situações surpreendentes.Ex.: Todos precisam de amor.
Ex.: Quem quer vencer?
Ex.: O olhar dela me fascina. Ex.: O treze representa sorte.
Ex.: Estamos sempre atentos aos avançostecnológicos. (sujeito simples: nós)

Obs.: O sujeito pode vir oculto (antigamente cha- mado de sujeito elíptico, implícito, deverbal, su-
bentendido, inexpresso ou desinencial). Mesmo es-tando elíptico na oração, o sujeito precisa ser classificado.

Sujeito Composto: dois ou mais núcleos.


Ex.: No período de seca, fome e desidrata-ção assolam o nordestino.

Sujeito Indeterminado: não aparece explícito na oração por não se saber ou não se querer identificá- lo.
Entretanto ele existe. Ocorre com:

1. Verbo na 3ª pessoa do plural sem referente ex-presso


Ex.: Dizem que as paredes têm ouvidos. (al-guém diz, mas não se sabe quem)

2. Verbo na 3ª pessoa do singular + se (índice de indeterminação do sujeito)


Ex.: Precisa-se de carinho. (não se pode de-terminar quem precisa)

Oração Sem Sujeito: verbos impessoais (unipes-soais). Ocorre com:


1. Fenômeno da Natureza
Ex.: Choveu em São Paulo e fez sol emFortaleza.

2. Verbo “haver” no sentido de existir ou ocorrer Ex.: Houve um protesto na praça principal.
Ex.: Há pessoas que merecem a felicidade.

3. Verbo “fazer” indicando tempo cronológico oumeteorológico


Ex.: Faz meses que viajamos.Ex.: Faz calor no sertão.

4. Verbo “ser” nas indicações de horas, distâncias edatas


Ex.: É uma hora.

5. Expressões chegar de, bastar de e passar de

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2. Termos ligados ao verbo
Objeto direto: completa o sentido do verbo sempreposição obrigatória.

• Exemplo: Estudamos a matéria.


Objeto indireto: completa o sentido do verbo pormeio de preposição obrigatória.
• Exemplo: Precisamos de atenção.

Adjunto adverbial: indica circunstância.(LU/ TEM/ MO/ CAU/ DU/ I/ N/ A)


• Exemplo: Maria não esteve aqui ontem.

Agente da voz passiva: age na voz passiva.


• Exemplo: A rua foi destruída pela chuva.

3. Termos ligados ao nome


Adjunto adnominal: qualifica ou quantifica o nome sem a mediação de verbo. Exercem essa fun- ção os
artigos, os pronomes, os numerais e os adje-tivos.
• Exemplo: As lindas flores de primaveraenfeitam os campos.

Predicativo: caracteriza o nome a que se refere por intermédio de um verbo, podendo ser do su-jeito ou
do objeto.
• Exemplo:
O pai encontrou a filha apavorada.O pai encontrou a filha apavorado.

Aposto: núcleo substantivo, que identifica outro nome. O aposto é uma equivalência entre substan-tivos.
• Exemplo: O afeto, amigo dos felizes, cura.

Obs.: O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere, podendo ser, ou não, desta-cado
por sinais de pontuação como vírgula, dois- pontos ou travessão.
Tipos de aposto
• Aposto explicativo
Usado para explicar ou esclarecer um termo da oração anterior. Sempre vem isolado na frase, po- dendo
aparecer entre sinais de pontuação como vír-gulas, parênteses ou travessões.
Exemplos: Rafael, aluno muito esforçado, ficouem melhor classificação.
• Aposto enumerativo
Enumera os elementos constituintes de um termoda oração.
Exemplos:
Nilo já visitou vários países: Argentina, México, Bolívia, Peru e Chile.
• Aposto especificativo

Especifica ou individualiza um termo de sentido genérico da oração. Normalmente é um nome pró-prio de


pessoa ou lugar e não aparece entre vírgu- las.
Exemplos: Moro na cidade de Fortaleza.
• Aposto de oração (oracional)
Trata-se de uma oração que resume termo(s) ante-rior(es).
Exemplos: Marta tinha um único desejo: que osseus filhos fossem felizes.
• Aposto recapitulativo ou resumidor Resume os termos anteriores em apenas uma pala- vra.
Geralmente, é expresso por um pronome inde-finido.
Exemplos: Comprei sapatos, cinto, e meias, tudocom desconto.
• Aposto comparativo
Usado para comparar um termo da oração com algo. Vem isolado por vírgulas.
Exemplos: A seu ronco, harmonia de uma sinfo-nia clássica, ecoava pela casa inteira.
• Aposto distributivo
Distribui, separa, informações referentes aos ter-mos da oração.

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Exemplos: O professor e o aluno moravam longe, aquele na área metropolitana e este em uma cidade
vizinha.
Rita e Kely são minhas alunas. Esta gosta de Lite-ratura, aquela, de Matemática.
Complemento nominal: completa o nome a quese liga por meio de preposição obrigatória.
• Exemplo: todos temos necessidade de cari-nho.

ANALISANDO...

Cara de macaco Livro de ouro Obediente aos pais


Relativamente aos estudosConstrução do prédio Construção do engenheiro.

ADJUNTO COMPLEMENT
ADNOMINAL O NOMINAL

SUBST. ADJETIVO
CONCRETO ADVÉRBIO
SUBST. SUBST. ABSTRATO
ABSTRATO

4. Vocativo:
Termo isolado por vírgula, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Admite a anteposiçãoo
da interjeição ó.
• Exemplo: Turma, façam os exercícios.

PONTUAÇÃO I
• Temos essenciais da oração
O sujeito e o predicado constituem a estrutura bá- sica das orações, por isso a ligação que mantêm
en- tre si não pode ser interrompida por uma vírgula, independentemente, de o sujeito ser extenso
ou es- tar posposto ao verbo.
Ex.: Várias tentativas de se estabelecer uma nova política entre os setores produtivo e financeiro
re- sultaram em fracasso.

A intercalação de termos entre o sujeito e o predi- cado deve ser marcada por vírgula
Ex.: Os ministros, ontem à noite, encaminharam um pedido coletivo de demissão.

Usa-se vírgula para separar os núcleos de um su- jeito composto:


Ex.: Pedaços de madeira, restos de tijolos, montí-culos de areia, amontoados de pequenas pedras
compunham o cenário da obra abandonada.

Atenção...
Moviam-se incessantemente as pessoas, e os ani-mais, e os seus reflexos e sombras.
Nem você, nem ela, nem o próprio dono desta es- pelunca me farão mudar de ideia.

PREDICATIVO DESLOCADO
Aborrecido, o homem velho afastou-se devagar. O homem velho, aborrecido, afastou-se devagar.

OMISSÃO DO VERBO
No chão, vários objetos quebrados.
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• Termos integrantes da oração
Não se separa verbo de complemento por vírgula, ainda que os complementos estejam antepostos
ao termo que completam.

Tenho confiança no trabalho do professor. (com- plemento nominal)


Preciso de sua atenção urgentemente. (comple- mento verbal)
Lemos as inesquecíveis obras de Alencar. (comple- mento verbal)

Obs.: Com objetos diretos e indiretos pleonásticos, a presença dela é imprescindível.


Os livros, devolva-os assim que possível. (objeto direto pleonástico)
Aos meus pais, obedeço-lhes sempre. (objeto indireto pleonástico)

Agente da passiva– a vírgula não o separa da locu- ção verbal que o antecede.
A resposta foi contestada por todos.

Termos intercalados, entre um verbo e um nome, devem ser sempre entre vírgulas.
Observem, caros alunos, que o material foi distri- buído.

• Termos acessórios da oração


Adjuntos adnominais são separados por vírgulas quando oracionais.
Ex.: O aluno, que estuda, aprende.
Adjuntos adverbiais, não estando ao final da ora- ção, devem ser separados por vírgulas. Se forem
de pequena extensão a vírgula será facultativa.
Ex.: Na manhã de ontem, fomos à praia. Fomos à praia na manhã de ontem.

Atenção...
. Isolamento de palavras explicativas ou
retificati- vas
Termos como isto é, ou melhor, ou seja, por
exem- plo, a saber e sem dúvida serão
sempre separados por vírgula.
Ex.: Aquele envelope, isto é, aquele
documento, fi- cou no banco do carro.
. Isolamento do nome de um lugar que vem
antes de data.
Ex.: Fortaleza, 20 de novembro de 2017.

Sintaxe do Período
1. Coordenação
Os períodos compostos por coordenação são formados por orações sintática e semanticamente
independentes.
COORDENADAS ASSINDÉTICAS – orações que se ligam sem conjunção, sendo separadas por vírgulas:
Estudo, aprendo, passo!
COORDENADAS SINDÉTICAS
(AD/AD/AL/COM/EX) – separam-se por vírgulas,exceto as aditivas com sujeitos iguais.
Aditiva: Raphael pratica esportes e faz longascaminhadas.
Adversativa: Raphael pratica esportes, mas não fazlongas caminhadas.
Alternativa: Raphael ora pratica esportes, ora fazlongas caminhadas.
Conclusiva: Raphael pratica esportes, logo fazlongas caminhadas.
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Explicativa: Raphael teve uma distensão muscular,porque está mancando.

FIQUE ATENTO!
* Aditivas separadas por vírgulas:
. Sujeitos diferentes: Os alunos estavam preparados, e o professor continuava a motivá-los.
. Repetição do “e” (polissíndeto): E brinca, e deita,e dorme.
.“E” com valor adversativo(= mas): Ela é rica, e não paga as dívidas.

Principais conjunções coordenadas:


a) aditivas: e, nem, mas também, mas ainda
b) adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto
c) alternativas: ou, ora... ora, ou... ou, já... já, quer... quer.
d) explicativas: pois (quando anteposta ao verbo), porque, que
e) conclusivas: pois (quando posposta ao verbo), logo, portanto, então
ANALISANDO...
Estuda que estuda e não cansa.Estudou, pois aprendeu.
Estudou; aprendeu, pois. Estude que você aprende.
2. Subordinação
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (S/P/O/O/C/A)
. INTRODUZIDAS PELAS CONJUNÇÕESINTEGRANTES (QUE/ SE)
. = ISTO
. RECEBEM O NOME DA FUNÇÃO SINTÁTICA QUE EXERCEM EM RELAÇÃO ÀORAÇÃO PRINCIPAL
- Subjetiva – funciona como sujeito
- Predicativa – funciona como predicativo
- Objetiva direta – funciona como objeto direto
- Objetiva indireta – funciona como objeto indireto
- Completiva nominal – funciona como complemento nominal
- Apositiva ANALISANDO...
É bom que vocês sorriam. O bom é que vocês sorriam. Espero que vocês sorriam.
Necessito de que vocês sorriam.
Tenho necessidade de que vocês sorriam. Tenho um desejo: que vocês sorriam.
Criamos o que precisamos. Deus disse: faça-se a luz. Deus disse isso: faça-se a luz. Urge
que a vida seja plena.
Diz-se que o futuro será próspero. Acontece que estamos aprendendo. Espera-se que tudo seja
alegria.

ADJETIVAS (R/EX)
. INTRODUZIDAS POR PRONOMESRELATIVOS
. FUNCIONAM SINTATICAMENTE COMO ADJUNTOS ADNOMINAIS.

- R estritiva = não é pontuada


- Explicativa = é pontuada

São pronomes relativos:


• Variáveis
O qual, a qual, os quais, as quais
Cujo, cuja, cujos, cujas
Quanto, quanta, quantos, quantas
• Invariáveis:
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35
Que (quando equivale a o qual e flexões)
Quem (quando equivale a o qual e flexões)Onde (quando equivale a no qual e flexões)ANALISANDO...
Walmir, que é nosso professor, está explicando as orações.
A orações que exercem função adjetiva sãoclassificadas como adjuntos adnominais.
Sou o que sou.

ADVERBIAIS (CAU/CON/CON/CON/COM/FI/TEM/PRO/ CONFOR)


. INTRODUZIDAS POR CONJUNÇÕESADVERBIAIS
. SÃO CLASSIFICADAS CONFORME A CIRCUNSTÂNCIA QUE REPRESENTAM
. EXERCEM A FUNÇÃO SINTÁTICA DEADJUNTO ADVERBIAL
- Causal - Final
- Concessiva - Temporal
- Condicional - Proporcional
- Consecutiva - Conformativa
- Comparativa

Principais conjunções subordinadas adverbiais:


a) proporcionais: à proporção que, à medida que, na medida em que...
b) finais: a fim de que, para que, para, que...
c) temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que...
d) concessivas: embora, se bem que, ainda que, mesmo que, conquanto...
e) conformativas: como, conforme, segundo...
f) comparativas: como, que, do que...
g) consecutivas: que (precedida de tão, tal, tanto), de modo que, de maneira que...
h) condicionais: se, caso, contanto que...
i) causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como...
ANALISANDO...

Ele passou porque estudou muito.


* Ele estava machucado, porque estava claudicando.
* Não corra, que você cai.
Estudei tanto que passei em primeiro lugar.Maria é mais atrevida que a prima.
Mesmo estando apressado, fez uma boa prova. Compareceu ao local, entretanto não fez a prova. Caso a
prova seja adiada, haverá mais tempo para estudo.
Quanto mais compreendo a estrutura gramatical, mais me encanto com o português.
Fizemos os exercícios conforme o professor orientou.
Mal entrou na sala, foi procurar uma cadeira nafrente.
Fomos à aula extra para que as dúvidas fossemesclarecidas.

Analisadas para você...


1. Quando a encontrei sorrindo, beijei-lhe o rosto, deixando-a surpresa.
Or. subord. Adverbial temp./ O.P. /Or. Subord.Adverbial consecutiva
2. A necessidade de que ela aprove minha decisão era perceptível.
O.P./ Or. subord. Substantiva completiva nominal
3. Apresentaram-me a foto à qual Marina aludiu: que Simone está grávida.
O.P./Or. subord. Adjetiva/ Or. subord. Subst.apositiva
4. Fiz o que me pediram: resolver os exercícios cujos gabaritos não estavam ao final do livro.
Oração principal: “Fiz o” . (“o” é pronome demonstrativo). No período acima, podemos substituir
“o” por “aquilo”. Oração subordinada adjetiva restritiva: “que me pediram. Oração subordinada
substantiva apositiva reduzida de infinitivo: “resolver os exercícios” Oração subordinada adjetiva
restritiva: “cujos gabaritos não estavam ao final do livro”.

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36
3. Orações Reduzidas: não são introduzidas por conjunção e verbos em suas formas nominais
(infinitivo, gerúndio e particípio). Ao começar a prova, o candidato deve guardar o material.
Quando começar a prova, o candidato deve guardaro material.

Análise da Oração: oração subordinada adverbialtemporal reduzida de infinitivo.


Ouvimos um candidato reclamando na porta.
Ouvimos um candidato que reclamava na porta.
Análise da Oração: oração subordinada adjetiva
restritiva reduzida de gerúndio.

Comprada a casa, a família livrou-se do aluguel.


Assim que comprou a casa, a família se livrou do
aluguel.
Análise da Oração: oração subordinada adverbial
temporal reduzida de particípio.
Lembre-se de que, dependendo do contexto, as
orações reduzidas podem permitir mais de um tipo
de desenvolvimento.

Pontuação das orações reduzidas: As orações


subordinadas reduzidas seguem as mesmas
regras
de pontuação das desenvolvidas.

PONTUAÇÃO

O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase,
indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-
se nos seguintes casos:

- Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.
Por Exemplo:

O rio está poluído; os peixes estão mortos.


- Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por
vírgula.
Por Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo;nove, contra.

- Para separar itens de uma enumeração.


Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos; balões; pipoca.

- Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) ,
substituindo, assim, a vírgula.
Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

- Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.
Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

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37
Observe o uso dos dois-pontos nos enunciados abaixo:

(1) Olhou para mim e disse: - Queira entrar, por favor!

(2) A Revolução Francesa defendia três ideais: liberdade, igualdade e


fraternidade.

(3) Abriu mão do que mais gostava: estar em sala de aula.

Como é possível notar, em cada um dos casos acima, o uso dos dois-pontos
possui justificativas diferentes, não é mesmo? Em (1), tal pontuação é utilizada
antes da fala de alguém; em (2), a razão do uso está no fato de que os dois-
pontos iniciam uma enumeração (os três ideais da Revolução Francesa); e, por
último, em (3), observa-se o uso para introduzir uma explicação de algo que
foi mencionado anteriormente no enunciado.
Assim, podemos conceituar que os dois-pontos são utilizados para:

anteceder uma citação ou fala de alguém:

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Exemplo:

Sobre o ato de ensinar, Paulo Freire disse: “Ensinar não é transferir


conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.”
iniciar uma enumeração:
Exemplo:

Mamãe foi ao supermercado e comprou: dois pacotes de arroz, um quilo de


feijão e dois quilos de frango a passarinho.
Introduzir um esclarecimento ou explicação a respeito de algo já
mencionado anteriormente:
Exemplo:

Ela conquistou tudo o que desejava: sua realização pessoal.


Introduzir um exemplo, uma observação, uma nota ou informação
importante:
Exemplo:

Observação: o ponto de interrogação pode indicar surpresa.

TRAVESSÃO

O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:

- No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança deinterlocutor nos


diálogos.

Por Exemplo:

–O que é isso, mãe?


– É o seu presente de aniversário, minha filha.

- Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.

Por Exemplo:

"E logo me apresentou à mulher, – uma estimávelsenhora –


e à filha." (Machado de Assis)
- Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitasvezes para
realçar o aposto.
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Por Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem

– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron –

Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)

- Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em algunscasos.

Por Exemplo:

"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a


superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das
religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a
orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia)

ASPAS

As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:

- Antes e depois de citações ou transcrições textuais.

Por Exemplo:

Como disse Machado de Assis: "A melhor definição doamor não


vale um beijo de moça namorada."
- Para representar nomes de livros ou legendas.

Por Exemplo:

Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.

Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc.também podemos
grifar as palavras, conforme o exemplo:

Ontem assisti ao filme Central do Brasil.

- Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressõespopulares,


ironia.

Exemplos:
O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus
usados no Brasil está cada vez maisdescarado.(Veja)

Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se


mandaram"rapidamente.
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!

- Para realçar uma palavra ou expressão.

Exemplos:

Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".Quem foi


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o "inteligente" que fez isso?

Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las


novamente, empregam-se aspas simples.

Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles,
'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas
dissimulada sabia, equeria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se
fitare examinar." (Machado de Assis)

O PODER DA VÍRGULA

Por meio da pontuação, indica-se, na escrita, as várias possibilidades de entonação da fala. Ela
ajuda também a expressão de pensamentos, de emoções, de sentidos e assim torna mais precisa
a compreensão de um texto. Dentre os sinais de pontuação, a vírgula é a que mais requer atenção.
Existem situações em que o uso desse sinal é obrigatório levando em conta a estrutura da frase;
em outras, se o deslocarmos, o sentido da frase será totalmente alterado.

Em que casos a vírgula é obrigatória e em que casos é proibida?


A estrutura da frase em Língua Portuguesa é formada por pares indissociáveis: sujeito + verbo;
verbo + complemento. A primeira regra de ouro do uso da vírgula é: não se separam esses
elementos com vírgula. Veja oexemplo:
O professor devolveu as provas corrigidas
O professor = sujeito devolveu =
verbo
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"
Quando algo "se intromete" nessa estrutura, a vírgula será usada:

O professor, durante a aula, devolveu, em silêncio, as provas corrigidas.


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O professor = sujeito
durante a aula = adjunto adverbial de tempodevolveu =
verbo
em silêncio = adjunto adverbial
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"

Quando usar a vírgula:


1) Separar o aposto (termo explicativo):
Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos.

2) Isolar vocativo (termo que chama a atenção):


Marcos, estamos a sua espera! Estamos,
Marcos, a sua espera! Estamos a sua
espera, Marcos!

3) Isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo, lugar, modo,
companhia, entre outras (adjuntos adverbiais invertidos ou intercaladosna oração):
Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados. Durante muitos
anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante!
4) Antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo:
Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas.
Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade.

5) Isolar termos explicativos tais como isto é, a saber, por exemplo, digo, a meu ver,
ou melhor, as quais servem para retificar, continuar ou concluir o que se está dizendo:
O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes.Voltaremos a nos
falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta.

6) Separar termos coordenados (uma lista, por exemplo): Amor,


fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade. Durante a
juventude viveu no Brasil, na França, na Itália.
Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar.

Quando NÃO usar a vírgula:


1) Para separar sujeito e predicado:
O tapete persa (sujeito, ser de quem se diz alguma coisa) nos serviu de camadurante
muitos anos (predicado, tudo o que se diz do sujeito).

2) Entre verbo e complemento:


O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do verbo).
O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do verbo).

pág.
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Estando a oração em ordem direta (seus termos se sucedem na seguinte progressão: sujeito → verbo

→ complementos do verbo (objetos) → adjunto adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o


uso da vírgula é, de modogeral, desnecessário. Assim:

1. Não se usa vírgula:


Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-sediretamente entre si:

a) entre sujeito e predicado.


Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado
b) entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.
Entre nome e complemento nominal;

2. Usa-se a vírgula:
⇒ Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial
O café,em razão dasua abundância, vem caindo de preço.
b) da conjunção:
Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas:
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
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As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,isto é,não querem abrirmão dos lucros altos.
⇒ Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo:
Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas:
Recife, 15 de maio de 1982.

⇒ Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):


Era um garoto de15 anos, alto, magro.
A ventania levouárvores, e telhados, e pontes, e animais.
⇒ Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
⇒ Usa-se a vírgula para isolar:
- o aposto:
São Paulo,considerada a metrópole brasileira,possui um trânsitocaótico.
- o vocativo:
Ora,Thiago,não diga bobagem.

Emprego dos sinais de pontuação

a) Vírgula
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):para separar os elementos mencionados numa relação:Exemplos:

• A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de


sistemas e secretárias.

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44
• O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área deserviço e
dois banheiros.
OB SER VAÇ Ã O

Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos daenumeração,


a vírgula deve ser empregada.
Exemplo:

• Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falavaem voz


alta, e ria, e roía as unhas.
b) para isolar o vocativo:

Exemplos:

• Cristina, desligue já esse telefone!


• Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.
c) para isolar o aposto:

Exemplos:

• Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa noelevador.

• Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.


d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, porexemplo,
isto é, ou melhor,aliás, além disso etc.):

Exemplos:

• Gastamos R$ 20.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o quetínhamos


economizado durante anos.

• Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.


e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Exemplos:

• Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas.


• Ontem à noite, fomos todos jantar fora.
f) para isolar elementos repetidos:

Exemplos:

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• O palácio, o palácio está destruído.
• Estão todos cansados, cansados de dar dó!

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

Exemplos:

• São Paulo, 22 de maio de 1995.


• Roma, 13 de dezembro de 2005.
h) para isolar os adjuntos adverbiais:

Exemplos:

• A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.


• Os candidatos serão atendidos, das sete às onze horas, pelo própriogerente.
i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela
conjunção e:

Exemplos:

• Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.


• Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir.
• Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
j) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Exemplos:

• Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava comoum animal.

• Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi umacidente.
k) para separar o paralelismo de provérbios:

Exemplos:

• Ladrão de tostão, ladrão de milhão.


• Ouvir cantar o galo, sem saber onde.
l) após a saudação em correspondência (social e comercial):

Exemplos:

pág.
46

46
• Com muito amor,
• Respeitosamente,
m) para isolar as orações adjetivas explicativas:

Exemplos:

• Marina, que é uma pessoa maravilhosa, levou todas as crianças parapassear.

• Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito porGraciliano


Ramos.
n) para isolar orações intercaladas:

Exemplos:

• Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.


• O filme, disse ele, é fantástico.

Ponto
1. Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa
de um período simples ou composto. Nesse caso, ele recebe onome de ponto-final.

Exemplo:

• Desejo-lhe uma feliz viagem.


• A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo noseu interior
era conservado com primor.
2. O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas.

Exemplos:

• fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.

Ponto e vírgula
Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma
pausa intermediária entre o ponto-final e a vírgula.Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para:

a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que


já apresentam separação por vírgula:

Exemplo:

• Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher
madura, tornou-se uma doidivanas.
b) separar vários itens de uma enumeração:
pág.
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Exemplo:

• Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
• I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
• II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,a arte e o
saber;

• III – pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituiçõespúblicas e


privadas de

• ensino;
• IV – gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;
• (Constituição da República Federativa do Brasil)

Dois-pontos
Os dois-pontos são empregados para:

a) uma enumeração:

Exemplo:

• Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, ogrito, o


salto que deu, levado de um ímpeto irresistível. (Machado de Assis)
b) uma citação:

Exemplo:

• Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:


– Afinal, o que houve?

c) um esclarecimento:Exemplo:

• Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Nãoporque o
amasse, mas para magoar Lucila.
Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de observações,
notas ou exemplos.

Exemplos:

• Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns


advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc.
pág.
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48
• Nota: a preposição per, considerada arcaica, somente é usada naexpressão
de per si (= cada um por sua vez, isoladamente).

• Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma.


Exemplo: descriminar/discriminar.
OB SER VAÇ Ã O
A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida
de dois-pontos ou de vírgula:
Exemplos:

• Querida amiga:
• Prezados senhores,

Ponto de interrogação
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta.

Exemplos:

• – O senhor não precisa de mim?


• – Não, obrigado. A que horas janta-se?

Ponto de exclamação
1. O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquerenunciado
com entonação exclamativa, que normalmente
exprime admiração, surpresa, assombro,indignação etc.

Exemplos:

• – Viva o meu príncipe!


• – Que bom que você veio!
2. O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções
interjetivas:

Exemplos:

• Oh!
• Valha-me Deus!

Reticências
As reticências são empregadas para:

a) assinalar interrupção do pensamento:

Exemplo:

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• – Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz omeu dever.
Mas o mundo saberá... (Júlio Dinis)
b) indicar trechos que foram suprimidos de um texto:

Exemplos:

• O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou dizia


respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de
signos (...). Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de umaciência mais geral,
a ciência dos signos. (Mattoso Camara Jr.)

c) marcar aumento de emoção:

Exemplo:

• As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do


infeliz, foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu aomeu destino... Perdi-
te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e
morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te”. (CamiloCastelo Branco)

Aspas
As aspas são empregadas:

a) antes e depois de citações textuais:

Exemplo:

• Roulet afirma que “o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época,
pois é dela que os alunos necessitam para a comunicaçãoquotidiana”.

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressõespopulares


ou vulgares:

Exemplos:

• O “lobby” para que se mantenha a autorização de importação de pneususados no


Brasil está cada vez mais descarado. (Veja)

• Na semana passada, o senador republicano Charles Grassley apresentou um


projeto de lei que pretende “deletar” para sempre dos monitores de crianças e
adolescentes as cenas consideradas obscenas.
(Veja)

• Preso no “xilindró”, o prefeito perdeu o apoio da população.


• Com a chegada da polícia, os três suspeitos “puxaram o carro”
rapidamente.

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c) para realçar uma palavra ou expressão:

Exemplos:

• Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.


• Aquela “vertigem súbita” na vida financeira de Ricardo afastou-lhe os amigos
dissimulados.

Travessão
Emprega-se o travessão para:

a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

Exemplos:

• — Que gente é aquela, seu Alberto?


• — São japoneses.
• — Japoneses? E... é gente como nós?
• — É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles sãoamarelos.

• — Mas, então não são índios? (Ferreira de Castro)


b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:

Exemplos:

• Maria José sempre muito generosa — sem ser artificial ou piegas — aperdoou
sem restrições.

• Um grupo de turistas estrangeiros — todos muito ruidosos — invadiu osaguão do


hotel no qual estávamos hospedados.
c) substituir a vírgula ou os dois-pontos:

Exemplos:

• Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a


superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem,
acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige;embriaga como a orgia e
como o êxtase. (Raul Pompeia)
Parênteses
Os parênteses são empregados para:

a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

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Exemplo

• Todo signo linguístico é formado de duas partes associadas e inseparáveis, isto


é, o significante (unidade formada pela sucessão de fonemas) e o significado
(conceito ou ideia).

b) incluir informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página


etc.):

Exemplo:

• Mattoso Camara (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da gramática e os


registros dos dicionários são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser
admitido e aceitam o que poderia, de preferência,
ser posto de lado.

c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro:

Exemplos:

• Abelardo I – Que fim levou o americano?


• João – Decerto caiu no copo de uísque!
• Abelardo I – Vou salvá-lo. Até já!

(sai pela direita). (Oswald de Andrade)

d) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à


vírgula e aos travessões:

Exemplo:

• Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os
carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento dasmultas.

Asterisco
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um recurso empregado para:

a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um


livro:

Exemplos:

• Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas


outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria,
chegamos à conclusão de que esse afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em
alguns contextos pode indicar atividades, como em bruxaria, gritaria, patifaria etc.

* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligadoa outras palavras.
pág.
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b) substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar:

Exemplo:

• O dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de SaúdeMunicipal


está ligada à falta de produtos adequados para assepsia.

SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
A sintaxe de concordância faz com que as palavras dependentes concordem, nas suas flexões, com
as pa- lavras de que dependem na frase. Os adjetivos, pro- nomes, artigos e numerais concordam
em gênero e número com os substantivos determinados.
1. Concordância do adjetivo adjunto com o substan- tivo:
a) o adjetivo biforme, como adjunto adnominal, con- corda com o substantivo em gênero e número.
As árvores tristonhas deixavam cair suas lágrimas so- lidificadas.
b) referindo-se a mais de um substantivo de gênero e número diferentes, o adjetivo concordará no
mascu- lino plural ou com o substantivo mais próximo.
- A referida regra aplica-se aos adjetivos escritos apósos substantivos.
Um cravo e uma rosa perfumados. Um cravo e uma rosa perfumada.
- Escrito antes dos substantivos, o adjetivo concorda geralmente com o mais próximo.

Recebestes péssima nota e conceito. Bem tratados po- mares e hortas.


c) se dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo determinado pelo artigo, qualquer uma
das construções abaixo será válida.
Conheço os idiomas chinês e japonês. Conheço o idi- oma chinês e o japonês.
d) após a preposição de, os adjetivos que se referem aos pronomes nada, muito, algo, tanto, que
ficam ge- ralmente no masculino singular.
A cidade nada tem de belo.
Nota: pode o adjetivo concordar, por atração, com o substantivo sujeito.
A menina tem algo de má.
2. Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito:
a) o adjetivo predicativo concorda com o sujeito em gênero e número.
A praia estava deserta.
b) se o sujeito for composto e for do mesmo gênero, o predicativo concordará no plural e no gênero
dos sujeitos.
A praça e as ruas estavam desertas.
c) se o sujeito for composto e for de gêneros diferen-tes, o predicativo concordará no masculino plural.
O professor e a aluna são organizados.
d) sendo o sujeito um pronome de tratamento, a con- cordância dependerá do sexo da pessoa a que
nos re- ferimos.
Vossa Excelência é muito caprichoso(a).
e) nas construções do tipo é bom, é preciso, é neces- sário, é proibido, o adjetivo predicativo ficará
no masculino singular não havendo artigo antes do su- jeito.
Água é bom para refrescar. É preciso prudência. É ne- cessário cautela. É proibido entrada a menores
desa- companhados.
Nota: havendo artigo antes do sujeito, a concor- dância será normal.
É proibida a entrada a menores desacompanhados.
3. Concordância do predicativo com o objeto:
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a) o adjetivo predicativo concorda em gênero e nú- mero com o objeto simples.
Encontrei-o atordoado.
b) se o objeto for composto e do mesmo gênero, o ad- jetivo predicativo concordará no plural com o
gênero dos objetos.

Considerei culpados o pai e seus filhos.


se o objeto for composto, mas de gêneros diferen- tes, o adjetivo predicativo concordará no masculino plural.
Encontrei castelos e cabanas destruídos.
• Concordância do pronome com o nome:
a) o pronome variável concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.
O velho comprou as terras e doou-as a uma instituiçãode caridade.
b) referindo-se a mais de um substantivo de gênero e número diferentes, flexiona-se o pronome no
mascu- lino plural.
A casa, o sítio, a fábrica, herdaste-os tu de teu avô.
c) os pronomes um…outro, ficam no masculino sin- gular, quando se referem a pessoas de sexos
diferen- tes, indicando reciprocidade.
Marido e mulher agrediam-se um ao outro.
• Casos especiais que geram dúvidas:
a) mesmo, incluso, anexo, próprio, apenso - devem concordar com o nome que qualificam.
Elas mesmas fizeram o trabalho. Eles próprios fizeram o trabalho
Os documentos anexos são importantes.O brinde vem incluso.
Apensas seguem as fotografias.
Obs.: Quando a palavra anexo vier precedida de em,torna-se invariável.
A documentação segue em anexo.
Obs.: mesmo = até ou = realmente - advérbio (invari-ável)
Mesmo Maria ficou apavorada. Elas realizaram mesmo as tarefas.
b) palavras menos, alerta e pseudo são invariáveis. Havia menos pessoas na faculdade do que
ontem. Eles não passam de pseudo-intelectuais.
Todos os homens estavam alerta no batalhão. (em es-tado de alerta)
c) palavra bastante - deverá concordar com o substan- tivo se for um pronome indefinido ou um
adjetivo. Se aparecer como um advérbio, não poderá ser flexio- nada. A flexão da palavra bastante
pode ser confir- mada pela sua substituição pela palavra muito, de forma que quando muito variar,
bastante também va- riará.
Comprou bastantes roupas. (pronome indefinido)As moças são bastante simpáticas. (advérbio)
Há razões bastantes para vir. (adjetivo=suficientes)
d) palavra meio - deverá variar quando substantivo ou associada a um substantivo (como adjetivo,
nume- ral adjetivo ou pronome adjetivo), mas quando funci-onar como um advérbio (com o sentido de
um pouco ou mais ou menos) não variará.
Eu bebi meia garrafa de vinho. (numeral).
Pedro é um homem de meias palavras. (adjetivo) Lúcia é meio maluca.(advérbio)
Maria está meio indecisa.(advérbio)
Os fins não justificam os meios. (substantivo)
e) palavra possível - quando acompanhar expressões superlativas, como o mais, o menos, o melhor,
o pior, dentre outras, deverá variar conforme o artigo que in-tegra a expressão.
Recebi a melhor nota possível.
Atribuiu as melhores recomendações possíveis.
FIQUE ATENTO:
CERTO
Adjetivo: O resultado está certo.
Pronome indefinido: Certo dia, eu estive nesta cidade.Advérbio de modo: O juiz agiu certo naquele caso.
Substantivo: Não sei se fizemos o certo.

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MAL
Advérbio de modo: Não estamos mal.Substantivo: Nunca lhe desejei o mal. BEM
Substantivo: Vivo entre o bem e o mal. Advérbio de modo: Ana se comportou bem hoje. Advérbio de
intensidade: O sol raia bem cedo.
TODO
Substantivo: Não julgue a parte sem analisar o todo! Pronome indefinido: Toda mulher quer ser amada. Advérbio
de modo: Ele chegou todo molhado. Elachegou toda molhada. (único advérbio que deve serflexionado)
Adjetivo: Vou estudar o ano todo.
MAIS
Pronome indefinido: Cheguei com mais novidades. Advérbio de intensidade: Vou sair mais cedo hoje.

REGRA GERAL DA CONCORDÂNCIA VERBAL


O VERBO concorda com o SUJEITO em número e pessoa.
As crianças, após terem cantado, abraçaram seus pais.
sujeito no plural verbo no plural
Existem porém casos especiais:
O sujeito é um nome que só se usa no plural. . O verbo deverá vir no singular, a menos que haja
um artigo precedendo o sujeito, caso em que o verbo con-cordará com este artigo.
Férias faz bem ao coração.
As férias fazem bem ao coração.
. Sujeito representado por nome próprio com forma de plural = verbo no plural, se o nome próprio admitirartigo
no plural.
Os Estados Unidos enfrentam uma grande crise.
. Verbo no singular, se o nome próprio admitir artigo no singular.
O Amazonas é um grande rio.
. Verbo no singular se o nome próprio não admitir an-teposição de artigo.
Baturité fica perto de Fortaleza.

Os sujeitos são ligados por OU.


O verbo virá no plural se não houver ideia de exclu-são de um dos sujeitos.
Rio de Janeiro ou São Paulo são locais perfeitos parafazermos compras.
Pedro ou Mário será o orador da turma. (ideia de ex- clusão).
O verbo concordará com o sujeito mais próximo se houver ideia de retificação. Neste caso, comumente os
núcleos vêm isolados por uma vírgula e são de nú-meros diferentes.
O menino, ou os meninos mataram as galinhas.Os meninos, ou o menino matou as galinhas.
O verbo concordará no plural se houver participa-ção de todos os sujeitos no processo verbal.
Saia daí que uma faísca ou um estilhaço poderãoatingi-lo em cheio.
O verbo concordará no singular se houver ideia deexclusão de um dos sujeitos do processo verbal.
O Brasil ou a França ganhará o próximo campeonato mundial de futebol.

Verbos Dar/ Bater e Soar indicando horas


O verbo concordará com os algarismos que indicamas horas, a menos que haja um sujeito, caso em que a
concordância seguirá a regra geral.
Deram duas horas no meu relógio. Soaram três badaladas no sino da igreja. O relógio
deu cinco horas da tarde.

Verbos Haver e Fazer impessoais


Verbo haver será empregado no singular se forusado com o sentido de existir.

Verbo fazer virá no singular quando indicar tempo passado


A IMPESSOALIDADE VERBAL é doença contagi- osa. Quem preceder o verbo impessoal ficará invariá- vel
também.

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Havia (existiam) muitas pessoas na festa Pode haver sérios obstáculos à sua vitória. Faz três
semanas que não a vejo.
Deve fazer uns cinco dias que João nos deixou.
Sujeito formado pelas expressões Mais de, Me- nos de ou Cerca de + numeral.
O verbo concordará com o numeral. A expressão “mais de um” levará o verbo para o plural quando vierrepetida
e quando indicar reciprocidade.
Mais de um professor, mais de um aluno e mais de um funcionário já reclamaram deste barulho.
Mais de um aluno fez o treinamento.
Mais de uma pessoa encontraram-se no aeroporto.
Cerca de dois alunos fizeram o trabalho.
Menos de dois alunos chegaram atrasados.

Sujeito representado por expressão partitiva ( a maioria, a minoria, a maior parte...)


O verbo deve preferencialmente aparecer no singu- lar. No entanto, poderá concordar com o adjunto.
A maior parte dos competidores desistiu (desisti- ram) do campeonato.
A maioria votou nulo.
A maior parte dos presentes aplaudiram a jogada. (A forma singular do verbo aplaudir também estaria
correta.)

Pronome relativo que como sujeito.


O verbo deverá concordar com a palavra que ante-cede o pronome.
Foste tu que falaste da festa para Mariana. Fui eu que falei da festa para Tiago.

Pronome quem como sujeito.


O verbo ficará na terceira pessoa do singular, con- cordando com o QUEM, ou concordará com o seu an-
tecedente.
Certamente não fomos nós quem matou (matamos)
a vítima.
Foste tu quem matou (mataste) a vítima.

Expressão um dos que como sujeito.

O verbo preferencialmente deverá aparecer no plu-ral.


Myrson foi um dos que contribuíram (contribuiu)
para o meu sucesso.

Sujeito composto
A regra geral é que o verbo venha no plural, mas po-derá concordar com o núcleo do sujeito mais próximose o
sujeito for posposto ao verbo.
O atleta e o técnico chegaram.
Chegou o atleta e o técnico. O verbo também poderia vir no plural

Concordância do verbo parecer


Na sequência em que há o verbo parecer + infinitivode outro verbo, apenas um deles ficará no plural.
Os astros parecem caminhar no firmamento. Os astros parece caminharem no firmamento.

Concordância do verbo ser


O verbo ser pode deixar de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo nos seguintes ca- sos:
. Sendo o sujeito um dos pronomes tudo, o, isto, isso,aquilo, e o predicativo uma palavra no plural.
Tudo eram recordações.Isto são alegrias.
Sendo o sujeito um substantivo inanimado no singu-lar e o predicativo uma palavra no plural.
O mundo são ilusões.
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A roupa eram uns trapos.
Obs.: a concordância priorizará, respctivamente, nome de pessoa, pronome pessoal e palavras de sen- tido
coletivo.
O filho(ele) era as alegrias do casal. A maioria eram crianças órfãs.
O herdeiro sois vós.

Na indicação de horas, datas e distâncias, o verbo ser concordará com a expressão numérica.
São duas horas.
Eram oito de maio. (Hoje é dia oito de maio)É um quilômetro.

Sujeito composto de pessoas gramaticais dife- rentes


A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª pessoaprevalece sobre a 3ª.

Eu, tu e ela escrevemos a lição. Tu e ela escrevestes a lição.


Tu e ela escreveram a lição.

Sujeitos resumidos por "tudo", "nada", "nin- guém"


O verbo concordará no singular.
Pobres, ricos, sábios, ignorantes, ninguém está satis-feito.

Sujeito coletivo
O verbo concordará no singular com o sujeito cole-tivo escrito no singular também.
O rebanho comeu toda a ração.

Sujeito representado por pronome de tratamento


verbo ficará na 3ª pessoa.
Vossa Senhoria deseja informação?

SINTAXE DE COLOCAÇÃO PRONO-MINAL


Colocação pronominal - conjunto de regras referentesà colocação dos pronomes pessoais, oblíquos e átonosque
funcionam como complementos (me, te, se, o, lhe, a, nos, vos, se, os, as, lhes).

Próclise – pronome anteposto ao verbo.


1. palavras de sentido negativo. Ninguém me avisou da festa.
2. pronome indefinido. Tudo me deixava feliz.
3. pronome relativo.
O anel que me deste era valioso.
4.com certos advérbios.
Muito se sabe que lá se veem lindas aves.
Nota: se depois do advérbio vier vírgula, ocorre ên-clise:
Aqui se aprende muito. Aqui, aprende-se muito.
5. conjunções subordinadas.
Quando me perguntarem por você, calar-me-ei. Se você o vir, informe-o de que precisei sair cedo.
6. Gerúndio regido de preposição em.
Em se tratando de aulas, agradam-me as de português.
7. infinitivo flexionado regido de preposição.
E, por se afinarem muito, associaram-se na aberturade um empreendimento.

Nota: Alguns poucos gramáticos consideram a colo- cação do oblíquo facultativa quando o infinitivo não
flexionado vem precedido de preposição ou palavra negativa:
Estou aqui para ouvir-te.(ou: para te ouvir)
Meu desejo era não o aborrecer. (ou: não aborrecê- lo).
Mas, se o infinitivo vier antecedido da preposição a, recomenda-se a ênclise:
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Estou decidido a acompanhar-te.Comecei a deitá-lo.
8. Nas orações optativas (aquelas que expressam de- sejo) de sujeito anteposto ao verbo.
Deus nos abençoe.
9. Nas orações exclamativas.
Quanta fofoca se espalhou desnecessariamente!
10. Nas orações interrogativas. Por que me ignoras?
Mesóclise – colocação do pronome oblíquo no in-terior do verbo.
. Com o futuro do presente e com o futuro do preté-rito, desde que não ocorra condição para a próclise. “Dir-
me-á o leitor que a beleza vive de si mesma!”(M.A.)
“Dar-me-iam água para lavar as mãos?” (G. Ramos)
Ênclise – pronome oblíquo posposto ao verbo.
1. Nas orações iniciadas por verbo. Falava-me com doçura.
Provaram-me que você fez tudo só.
2. Com verbo no gerúndio, sem partícula atrativa
O professor elogiava os alunos, dirigindo-se aos co-ordenadores.
Repudiava as marcas do tempo, mirando-se no espe-lho.
3. Com verbo no imperativo afirmativo. Dê-me um suco gelado.
Faça-me a gentileza de fechar a porta ao passar.
4. Com verbo no infinitivo, regido da preposição a. Cheguei a entrevistá-lo.
“Sabe-se ele se tornará a vê-los algum dia!” (José deAlencar)
5. Junto a infinitivo precedido de artigo.
O perder-se, o achar-se, compõem o livro da vida.
6. Nas orações interrogativas, estando o verbo no in- finitivo, embora antecedido de palavra ou
locução que obrigue a próclise.
Como ausentar-me, se não tenho substituto?Por que queixar-me ao reitor?
Como ignorá-la?

Colocação pronominal nas locuções verbais


1) Auxiliar + infinitivo:
a) ênclise ao auxiliar.
O aluno precisou lhe (precisou-lhe) contestar a res-posta.
b) ênclise ao infinitivo.
O aluno precisou indagar-lhe a resposta.
c) próclise ao auxiliar.
O aluno lhe precisou indagar a resposta.
d) próclise ou ênclise ao infinitivo precedido de pre- posição.
O aluno não deixou de lhe indagar a resposta.O aluno não deixou de indagar-lhe a resposta.
2. Auxiliar + Gerúndio:
a) próclise ao auxiliar.
O aluno lhe estava indagando a resposta.
b) ênclise ao auxiliar.
O aluno estava-lhe indagando a resposta.
c) ênclise ao gerúndio.
O aluno estava indagando-lhe a resposta.

Auxiliar + particípio:
a) próclise ao auxiliar
b) Os alunos se tinham separado com o tempo.
c) ênclise ao auxiliar.
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Os alunos tinham se (tinham-se) separado com o tempo.

Fique atento...
1. Com palavra ou locução atrativas, o pronome não pode ficar no meio da locução.
Não lhe posso acompanhar. Não posso acompanhar-lhe.
2. “A interposição do pronome átono nas locuções verbais sem se ligar por hífen ao auxiliar, é sintaxe
brasileira que se consagrou na língua literária.
“O morcego vem te chupar o sangue.” (Alencar) “...estava se distanciando da outra.” (Taunay) “Como
teria se comportado aquela alma de passari- nho diante do mistério da morte?” (Raquel de Quei-
rós)

Semântica: Denotação e Conotação


Conotação ou Conotativo

Conotação é quando as palavras são aplicadas em um sentido figurado. Além de depender do


contexto em que estão inseridas.

Denotação ou Denotativo
Denotação é o sentido real da palavra ou frase. Exatamente o contrário da função conotativa. É o
significado literal e original presente no dicionário.
Exemplos:

• Eduardo partiu o coração de Marcelo. (Conotativo)


• Marcelo partiu o pé da cadeira. (Denotativo)

Semântica: Sinonímia e Antonímia


Sinonímia

No estudo semântico, sinonímia acontece quando duas palavras com significados diferentes são
colocadas em um contexto em que passam a ser sinônimas. Isto quer dizer que não são palavras
sinônimas, mas dentro daquela determinada oração assume significados iguais.

Cuidado! Essas expressões não são sinônimos, apenas estabelecem uma relação de sinonímia dentro
de um contexto.

Exemplos:

• A paz e a tranquilidade reinava na casa de Marcelo.


• A ponte da esquina quebrou porque era frágil e fraca.

Entenda: Os substantivos "paz", "tranquilidade", "frágil e "fraca" quando separados do contexto não
são sinônimos. Contudo, dentro do contexto de cada sentença, elas possuem o mesmo significado, ou
seja, estão estabelecendo uma relação de sinonímia.

Antonímia

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Antonímia é a relação que ocorre quando duas ou mais palavras não são necessariamente contrárias,
mas ao serem colocadas dentro de um contexto assumem sentido de antônimos.

Exemplos:

• Mônica é uma pessoa caridosa, já seu irmão Marcos é agressivo.


• Marcos é um homem mau, já Mônica é uma pessoa boa.

Entenda: “caridosa” e “agressivo” não são antônimos, mas transmitem esse sentido dentro desse
contexto. Já as palavras “mau” e “boa” estão estabelecendo uma relação de antonímia, no entanto,
também são palavras antônimas, pois o contrário de mau é bom e vice e versa.

Semântica: Hiperônimo e Hiponímia


Hiperônimo

São palavras que tem um sentido mais abrangente, ou seja, englobam um conjunto de palavras
relacionadas a ela e que estão dentro do mesmo grupo semântico.

Exemplos:

• Profissão: é um hiperônimo, pois dentro desse grupo há várias outras palavras. Como médico,
jornalista, cozinheiro, entre outros.
• Inseto: hiperônimo de barata, mosquito, mosca, etc.
• Mamíferos: hiperônimo de ser humano, baleia, vaca, etc.

Hipônimo

Ao contrário do “hiper” que é algo mais amplo, “hipo” é mais restrito. Isto é, está relacionado a
elementos mais específicos dentro do conjunto dos hiperônimos.

Exemplos:

• Escritor e Jornalista são hipônimos de profissão.


• Mosquito e mosca são hipônimos de inseto.
• Gato e cachorro são hipônimos de mamíferos.

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Frutas é hiperônimo de maça e uva que são
hipônimos de frutas. (Foto: Freepik)

Semântica: Paronímia e Homonímia


Paronímia

São palavras parônimas aquelas que têm a escrita e a pronúncia semelhantes, mas possuem
diferentes significados. A relação parônima acontece quando duas ou mais expressões possuem
significados distintos, mas são parecidas na sonoridade e ortografia.

Exemplos:

• Absolver (perdoar, inocentar) e absorve (aspirar, sorver).


• Recrear (divertir) e recriar (criar novamente).
• Eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente).

Homonímia

É a relação presente entre duas ou mais palavras que possuem a mesma pronúncia ou escrita, mas
diferentes significados.

A homônima é subdivida em:

• Palavras homógrafas: expressões com sentidos diferentes, mas a mesma escrita.


Exemplo: sede (vontade de beber) e sede (matriz).
• Palavras homófonas: expressões que têm a escrita diferente, mas a pronúncia é igual.
Exemplos: Sessão, secção, seção ou cessão e acerto (ato de acertar) e asserto (afirmação).
• Perfeitas: são palavras homógrafas e homófonas ao mesmo tempo, ou seja, tem a escrita e a
pronúncia iguais, mas diferentes significados. Exemplo: Gosto (substantivo) e gosto (forma do verbo
gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo).

Semântica: Polissemia e Ambiguidade.

Polissemia
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A polissemia acontece quando uma mesma palavra pode ser interpretada em diversos significados,
proporciona mais de um leitura.

Exemplos: palavras polissêmicas

• Cabo: pode ser cabo de vassoura, da faca ou o policial militar.


• Banco: pode ser a instituição comercial financeira ou o local de sentar.
• Manga: pode ser a fruta ou parte da roupa.
• Pé: pode ser pé de moleque (doce), parte do corpo humano ou o pé da cadeira.

Entenda: as palavras mostradas acima podem ter vários significados. Os sentidos mudam apenas no
contexto em que forem inseridas.

Ambiguidade

Ambiguidade anda ao lado da polissemia, porém a ambiguidade não está atrelada a vários
significados, mas sim as possíveis interpretações em uma frase. Isto é, ambiguidade está relacionada
ao duplo sentindo de uma sentença ou palavra, enquanto que a polissemia caracteriza-se pelos vários
significados de uma única palavra.

Então, ambiguidade é a abertura que uma palavra ou oração pode deixar para interpretações, a
possibilidade de olhar por vários ângulos uma mesma coisa.

Exemplos:

• Daniela comeu um chocolate e sua irmã também. (Daniela e a irmã dela comeram um doce ou Daniela
comeu o doce e a irmã?).
• O policial prendeu o suspeito em sua casa. (Na casa de quem? Do suspeito ou do policial?).
• A estudante falou para a professora que era soteropolitana. (Quem era soteropolitana? A estudante
ou a professora?).

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QUESTÕES

01. Assinale a alternativa em que se faz uma correspondência INCORRETA entre os termos do texto.

A) Esse recorde (l. 08) retoma o registro feito de um relâmpago com 321 km de largura no estado de Oklahoma, nos
Estados Unidos (l. 07-08).

B) clarão (l. 10) refere-se a sequência de tempestades (l. 10)

C) fruto (l. 09) retoma o relâmpago com 500 quilômetros que atingiu o norte do Texas na manhã do dia 22 de outubro
de 2017 (l. 08-09).

D) Isso (l. 19) refere-se ao fato de o raio americano ter seu posto ameaçado (l. 19).

E) Em configurá-lo (l. 18), o pronome lo refere-se a super-raio (l. 16).

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Para uma companheira inseparável

Em Gramado, o Festival de Cinema; em Passo Fundo, a Jornada de Literatura: uma semana de festas no Rio
Grande do Sul. Não para mim, que não fui convidado para nenhuma das duas (talvez pensem que já morri?), e
mesmo que fosse, quase certamente não poderia ir. É que, embora continue vivo, arrumei uma inimiga poderosa. A
Tosse, eu a chamo, assim mesmo, com maiúsculas merecidas, pois já dura uns quatro meses e não tem nada,
absolutamente nada, que a cure.

Começou, que eu me lembre, lá por maio. Foi logo depois de uma gripe e tão generalizada que tinha também um
pouco de sinusite, rinite, otite e se outros ites existem no aparelho respiratório, essa gripe certamente também tinha.
Tudo foi passando aos poucos. Ela, a Tosse, não.

Traiçoeira, inadequada, vem principalmente à noite. Tarde da noite, como entidade do mal que é, lá pelas quatro,
cinco da manhã, quando faz tanto frio que seria suicídio sair da cama. E não passa.

Meu médico diz que a causa é uma só – chama-se Porto Alegre, talvez uma das cidades com um dos piores climas
do país. Principalmente em agosto, quando as paredes vertem água de tanta umidade, não há sol, o mofo se infiltra
e as casas geladas transformam-se numa espécie de Disneyworld de ácaros. Trata-se, portanto, de atravessar
agosto. Falta pouco. Prometo ser forte.

(Caio Fernando de Abreu. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado)

02. A narrativa apresentada tem como assunto principal

A) a fragilidade da saúde do narrador, que venceu a tosse recorrente depois de muito sofrer com ela.

B) o cenário cultural do Rio Grande do Sul, com um Festival de Cinema e uma Jornada de Literatura.

C) a tosse que vitima o narrador, decorrente do clima de Porto Alegre, segundo seu médico.

D) o clima da cidade de Porto Alegre, que é uma das mais geladas e úmidas no cenário nacional.

E) a iminência do suicídio do narrador, já que sofria com a tosse e não suportava mais aquilo.

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03. Com relação à tipologia e aos sentidos do texto, assinale a alternativa correta.

A) O primeiro parágrafo corresponde à introdução de um texto informativo, em que se apresenta um ponto de vista
acerca das empresas que vendem produtos alimentícios e se descrevem alternativas alimentares.

B) O segundo parágrafo é narrativo e apresenta uma sequência de fatos que contribuíram para que hoje se dê
preferência ao consumo de alimentos rápidos e práticos.

C) O texto é injuntivo, já que pretende apresentar informações a respeito da importância de haver consciência na
hora da escolha do alimento.

D) O terceiro parágrafo é a conclusão de um texto dissertativo e apresenta alternativas positivas para o atual cenário
em que vivemos.

E) O texto é dissertativo, uma vez que objetiva discutir, de forma genérica, o cenário alimentar de transição pelo qual
a população está passando.

04. Todas as sentenças abaixo apresentam erro de grafia, exceto uma. Aponte-a:

A) Eles queriam reinvindicar por melhorias na estrada.

B) É um privilégio participar dessa campanha.

C) Minha sombrancelha ficou estranha.

D) O ator participou do jantar beneficiente.

E) Ouviu-se uma freiada brusca na rua.

05. Marque a alternativa em que a palavra está grafada incorretamente:


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A) Ex-presidiário.

B) Sem-teto.

C) Para-quedas.

D) Recém-nascido.

06. Marque a alternativa em que a palavra mantém acento gráfico de acordo com a ortografia vigente e,
portanto, está grafada corretamente:

A) Escarcéu.

B) Idéia.

C) Pólo.

D) Bia.

07. Às vezes, as histórias da infância de minha mãe confundiam-se com as de minha própria infância. Quanto
ao uso do sinal indicativo de crase e à acentuação gráfica, assinale a alternativa correta:

A) Antes de palavra feminina / todas as palavras acentuadas são paroxítonas terminadas em ditongo decrescente.

B) O uso da crase está incorreto / todas as palavras acentuadas são paroxítonas terminadas em ditongo decrescente.

C) Antes de locução adverbial feminina / todas as palavras acentuadas são paroxítonas terminadas em ditongo
crescente.

D) Antes de locução adnominal feminina / todas as palavras acentuadas são paroxítonas terminadas em ditongo
decrescente.

08. Considerando-se o uso do acento gráfico, assinalar a alternativa CORRETA:

A) Alibí.

B) Colibrí.

C) Daquí.

D) Havaí.

E) Jabutí.

Leia a tira para responder à questão.

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09. Considerando-se as classes gramaticais, o efeito de humor da tira decorre do emprego do termo

A) “palmas”, substantivo na primeira ocorrência; e adjetivo, na segunda.

B) “lendo”, verbo na primeira ocorrência; e adjetivo, na segunda.

C) “palmas”, adjetivo nas duas ocorrências, com o mesmo sentido.

D) “lendo”, verbo nas duas ocorrências, com o mesmo sentido.

E) “palmas”, substantivo nas duas ocorrências, com sentidos diferentes.

10. Considere a seguinte frase:

Reza a lenda que ela teria jogado as roupas do ex-marido pela janela, deixando-o envergonhado.

A forma destacada exprime a ideia de:

A) Reprovação.

B) Suposição.

C) Desejo.

D) Conselho.

Ninguém se propõe ________ estimar se tal ajuda será suficiente. Não se pode prever com exatidão _________
duração da crise e o efeito real da epidemia sobre os negócios e o mercado de trabalho. No entanto, mais empresas
sobreviverão _________ calamidade.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.03.2020. Adaptado)

11. Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do enunciado são preenchidas, correta e


respectivamente, com:

A) a … à … à

B) à … a … à

C) a … à … a

D) à … à … a

E) a … a … à

12. Não para mim, que não serei convidado para nenhuma das duas (talvez pensem que já morri?), e mesmo
que ______ , quase certamente não _____ ir.

Analisando-se a correlação dos tempos verbais, assinale a alternativa em que os termos completam as
lacunas do enunciado, em conformidade com a norma-padrão.

A) serei ... poderei

B) sou ... poderia

C) seja ... poderei


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D) era ... pudesse

E) for ... pude ir

13. A pontuação atende à norma-padrão no seguinte enunciado:

A) Avança, um pacote de gastos públicos contra a epidemia de Covid-19 nos EUA.

B) Cada cidadão que recebe menos de US$ 75 mil por ano, terá direito a US$ 1.200.

C) O texto final, que ainda não é conhecido, trata de gastos na casa dos US$ 2 trilhões.

D) O programa, oferece renda mínima para os mais pobres e para a classe média.

E) Mais de US$ 500 bilhões estarão disponíveis, para os dois programas, do governo.

A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade básica –
comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira
diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.

Disponível em:<http://www4.planalto.gov.br/>. Acesso em: 24 jul. 2021

14. Com base nas informações do texto e nas demais disposições do Manual de Redação da Presidência da
República, assinale a alternativa correta.

A) O texto com o local e a data do documento deve ser alinhado à margem esquerda da página.

B) Nos textos do padrão ofício, não é obrigatório identificar o nome e o número do expediente.

C) Nas comunicações oficiais, o vocativo deve sempre ser composto, independentemente do cargo do destinatário,
apenas pelo pronome Senhor ou Senhora.

D) O uso do padrão culto nos textos oficiais não pode ser confundido com a supervalorização de uma linguagem
rebuscada ou carregada de termos técnicos.

E) Recomenda-se o uso de formas como Tenho o prazer de comunicar para tornar os textos do padrão ofício mais
objetivos e impessoais.

Gabarito:
1- B 11- E
2- C 12- C
3- E 13- C
4- B 14- D
5- C
6- A
7- C
8- D
9- E
10- B

pág.
68

68
NOÇÕES DE
INFORMÁTICA

69
INFORMÁTICA
Conceito de internet e intranet
Tema dos mais recorrentes em provas, a internet demanda atenção
redobrada na hora da prova, pois de todos os assuntos de informática é
aquele que mais induz o candidato ao erro, e essa indução se dá pelos
hábitos que temos no uso da internet e de suas ferramentas. Aquilo que na
prática é extremamente intuitivo, em provas é exclusivamente teórico.
A definição de Internet, ao contrário do conceito generalizado, não é
uma rede de alcance global e sim um conjunto de redes que compartilham
serviços por meio de determinados protocolos. Esses representam a
maneira que cada serviço compartilha informações.
Quando assinamos um provedor de acesso, geralmente temos ingresso
aos múltiplos serviços da internet, como navegação, e-mail, download, entre
outros, porém cada serviço tem suas próprias regras para transmissão de
dados, e essas atendem pelo termo protocolos.

Camadas do TCP/IP

De forma genérica, o TCP/IP pode ser considerado o principal protocolo


da internet, e dessa forma é amplamente abordado pelas bancas
organizadoras de concursos. Porém ele é, na verdade, uma pilha de
protocolos, sendo composto por 5 (cinco) na internet, que devem ser
considerados do mais básico para o avançado. Sem a camada inicial não
é possível estabelecer a camada superior.

Camada de
Aplicação
Camada de
Transporte

Camada de Rede

Camada de Enlace

Camada Física

Segue abaixo o detalhamento de cada camada da pilha TCP/IP:

70
Camada Física - Representa os componentes de hardware que são
necessários para acessar a internet, como os Modens ou hardwares
específicos para redes de computadores (Hub, Roteador, etc.).
Camada de Enlace - Representa a camada que possibilita a
interconexão entre redes autônomas sem a obrigatória definição de
hierarquia entre elas, por meio, principalmente da tecnologia Ethernet.
Camada de Rede - Representa a camada que permite estabelecer
os endereçamentos dos dispositivos tanto de origem quanto de destino do
conteúdo compartilhado. Esses endereços de dispositivos são
denominados IPs "Internet Protocol".
Camada de Transporte - Representa a camada que efetivamente
possibilita o transporte de dados, por meio do protocolo que garante a
entrega de pacotes "TCP" e o que não garante a entrega, pois tem envio
único "UDP':
Camada de Aplicação - Representa a camada dos serviços da Internet,
e onde se encontram os proto- colos, como hipertexto (http e https), e-
mails (smtp, pop3, imap4), voz por ip (voip), chat (ire) e trans- missão de
dados (ftp).

Os Serviços Da Internet

As redes que compõe a internet oferecem muitos serviços que podem

ser disponibilizados por diferentes provedores ou um único provedor,

que oferece acesso, e-mails, etc.

Cada serviço da internet tem uma forma diferente para transmissão de

dados, envio e recebimento de conteúdo, e esses são os protocolos

de aplicações.

Seguem abaixo os principais serviços da internet para concursos públicos:

Serviço de Hipertexto - É o serviço mais explorado em provas

e de uso mais comum na internet, pois se trata de navegação em sites,

por meio de links e hiperlinks, conectando uma página a outra e

71
possibilitando a navegação assim como a conhecemos. O serviço de

hipertexto utilizado na internet é o "www': Quando o manipulamos, a

transmissão de dados se dá por meio dos protocolos http e https e

esse serviço tem como programas os Browsers (Internet Explorer,

Google Chrome, Mozzila Fire- fox...).

Serviço de e-mail - Depois do hipertexto, o serviço que tem mais

incidência em provas de concursos é o de correio eletrônico. O serviço

de e-mail usa o protocolo "smtp'' para envio de mensagens e os

protocolos "pop3" e "imap4" para recebimento. Para acessar e-mails é

necessário utilizar o Browser, por meio do serviço denominado Webmail,

ou programas específicos para o gerenciamento de e- mails,

denominados clientes de e-mails (Microsoft Outlook, Mozzila

Thunderbird, etc).

Serviço de Voz por IP - Esse serviço, apesar de ter uma

abordagem ainda minoritária em provas, tem ganhado significativa

importância corporativa e em decorrência em provas de concursos: é

o ser- viço que permite a conversação telefônica por meio dos recursos

da internet. Ele usa o protocolo "VoIP': e tem como programa padrão o

Skype.

Serviço de Chat (salas de bate-papo) - apesar dos chats terem sido

substituídos nos últimos anos por outros comunicadores instantâneos, no

serviço público ele mantém urna significativa importância, pois é a

interface utilizada para o pregão eletrônico em processos de licitação. O

referido serviço usa o protocolo IRC e tem corno programa padrão o

rnIRC.

Serviço de Transferência de dados - É o serviço de download (receber

72
ou "baixar" mensagens) e upload (enviar mensagens); utiliza o protocolo
"FTP" e tem duas categorias de programas, os "Via Ser- vidor" corno o
Emule e os "Via Torrent" corno o Ares Galaxy

Questões:

0l) Julgue o próximo item, em relação aos conceitos da arquitetura cliente-


servidor e de Internet e intranet. A intranet é uma rede de equipamentos que
permite acesso externo controlado, para negócios específicos ou propósitos
educacionais, sendo uma extensão da rede local de uma organização,
disponibilizada para usuários externos à organização.

02) Com relação aos conceitos básicos e modos de utilização de


tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados à Internet
e à intranet, julgue o próximo item. Embora os gerenciadores de downloads
permitam que usuários baixem arquivos de forma rápida e confiável, essas
ferramentas ainda não possuem recursos para que arquivos maiores que
100 MB sejam baixados.

03) A respeito dos conceitos básicos de Internet e intranet, protocolos,


ferramentas e aplicativos, julgue o itens seguintes. Diferentemente do HTTP,
o protocolo de transferência de arquivos (FTP) utiliza duas conexões paralelas
em portas distintas com o servidor: uma porta para a conexão de controle
e outra para a conexão que viabiliza a transferência de dados.

04) A respeito dos conceitos básicos de Internet e intranet, protocolos,


ferramentas e aplicativos, julgue o itens seguintes. A implementação do
protocolo HTTPS é realizada introduzindo-se uma nova camada no modelo
TCP/IP (camada SSL/TLS), posicionada entre as camadas de transporte e
de rede.

GABARITO
01) CERTO
02) ERRADO
03) CERTO
04) ERRADO

73
Termos da Internet - Intranet

Para concursos públicos, a abordagem de internet e intranet é técnica.


Nesse sentido é fundamental um bom dicionário de termos técnicos para
auxiliar nos estudos, pois, muitas vezes, a terminologia utilizada de forma
geral e, principalmente, utilizada no mercado de vendas de equipamentos de
informática e serviços da internet não respeita essa nomenclatura, o que
leva o candidato ao erro. Os termos que seguem nos próximos tópicos são
os mais relevantes para concursos.

Provedor De Acesso

Não é possível termos uma conexão direta com a internet,


simplesmente conectando o computador a um modem, pois necessitamos
de uma empresa que sirva como intermediária, a qual envie o acesso aos
serviços da internet. Essa empresa é denominada Provedor de Acesso.
O provedor de acesso é a empresa que fornece os serviços da internet (um
ou múltiplos) aos usuários finais, tanto pessoas físicas quanto jurídicas. Esse
provedor pode ser uma empresa pública ou privada, sendo que as públicas
oferecem, por padrão, acesso apenas interno para as organizações do
serviço público, e podem ser internos ou externos.
Provedores de acessos internos são aqueles em que a própria organização
gera seu acesso, já os externos são aqueles que terceirizam o serviço para os
usuários finais.

Servidor

Os provedores de acesso possuem computadores centrais que se


conectam, por determinado meio físico (telefonia ou cabeamento) aos
computadores dos usuários que adquirem os serviços.

Esses computadores são denominados servidores. O servidor é o principal

computador de uma rede, e provedores têm seu servidor conectado

diretamente ou via rede telefônica com os clientes.

Arquitetura

A arquitetura define a forma que os computadores são conectados entre


si e qual a hierarquia estabelecida entre eles.

A internet é baseada na arquitetura Cliente-Servidor, em que existe um


servidor conectado diretamente aos clientes. Essa arquitetura é de hierarquia

74
fixa e definida, pois os computadores que têm o papel de atuar como clientes
e como servidores não sofrem alterações de suas funções e, por
decorrência, não sofrem mudança de hierarquia.

Outra arquitetura utilizada em alguns serviços é a Peer-to-Peer P2P, em


que os clientes estão conectados diretamente entre si

Definição de Intranet

É uma rede privada, geralmente de uma empresa ou órgão público, que


tem as seguintes características:

Acesso restrito por senha ou por autorização de IP.


Geralmente tem o servidor interno.
Utiliza os mesmos serviços e protocolos da Internet.
Como o serviço público se utiliza de redes privadas, por questões de
necessidade de serviço, o termo intranet é extremamente abordado em
provas de concursos públicos, muitas vezes tratando dos mesmos
serviços que são comuns a internet.

VPN

Quando o usuário se encontra nos computadores que compõe uma


intranet, ele utiliza os serviços e acessa os sites de forma interna, porém é
possível, e inclusive cada vez mais comum, o acesso à intranet da
organização também ser oportuno por meio de um local externo, como a
internet.

Como exemplo temos um servidor público que possui uma senha


vinculada ao seu registro funcional e que tem a possibilidade de acessar a
intranet da organização em que trabalha de sua residência ou outro local.

Quando acontece essa conexão "intranet-internet" ou "internet-


intranet': ou seja, quando se dá a conexão entre redes públicas e privadas,
é criada uma VPN (Rede Virtual Privada). Essa rede virtual privada,
portanto, é estabelecida quando se utiliza uma rede pública Internet para
acessar uma rede privada, Intranet.

Extranet

Equivocadamente é muito comum a confusão entre Extranet e VPN, e


apesar de existir a Extranet-VPN os dois termos não são sinônimos.

75
A Extranet é a extensão da intranet de uma organização para
parceiros, em um contexto business-to-business. Como exemplo temos
a área privada de um site que é acessível apenas para intranets de
outras empresas parceiras.

Classificação das Redes de Computadores

Conceito novo que surgiu devido o crescimento das redes pessoais de

comunicação sem fio dos equipamentos (equipamentos com bluetooth,

sistemas ópticos e sem fio).

Ela serve a um único usuário, e a sua área de atuação se limita a alguns


poucos metros.

LAN:

É um rede que permite a conexão em uma pequena área geográfica

(casa, escritório, empresa, condomínio). Elas conectam-se a velocidades

de 10 a 10000 Mbps, as mais modernas chegam a lOGbps. Pode servir

a um ou mais usuários, mas a sua principal característica é a sua área de

atuação, que se limita a alguns poucos metros.

MAN

São redes que abrangem uma cidade. Normalmente são compostas por

agrupamentos de LANs, ou seja, há várias redes menores interligadas.

São redes remotas, extensas ou geograficamente distribuídas. Esses

termos são equivalentes e se referem a redes que abrangem uma grande

área geográfica, como um país ou um continente. Devido à grande

extensão, possuem taxa de transmissão menor, maior retardo e maior

índice de erros de transmissão.

Domínio é um nome que serve para localizar e identificar conjuntos de

76
computadores na internet. O nome de domínio foi concebido com o

objetivo de facilitar a memorização dos endereços de computadores na

Internet. Sem ele, teríamos que memorizar uma sequência grande de

números.

QUESTÕES

01) Algumas empresas criam ambientes virtuais com servidores de


páginas para manterem sites, servidores de e-mail para permitir a
comunicação via correio eletrônico e até mesmo servidores de arquivos.
Essa estrutura visa à obtenção de uma comunicação mais rápida e
centralizada entre os funcionários da empresa. Tal estrutura é conhecida
como
a) intranet.
b) internet.
c) telnet.
d) SMTP.
e) FTP.

02) A base para a comunicação de dados da


internet é um protocolo da camada de aplicação do modelo TCP/IP, que é
responsável por transferir hipertextos. Esse protocolo é conhecido como
a) HTML.
b) HTTP.
c) FTP.
d) PHP.
e)WWW.

03) A respeito da Internet e suas ferramentas, julgue o item a seguir. O


TCP/IP, conjunto de protocolos criados no início do desenvolvimento da
Internet, foi substituído por protocolos modernos, corno o WiFi, que
permitem a transmissão de dados por meio de redes sem fio.

04) Julgue o item a seguir a respeito de conceitos de informática. Deep


Web é o conjunto de conteúdos da Internet não acessível diretamente
por sítios de busca, o que inclui, por exemplo, documentos hospedados
em sítios que exigem login e senha. A origem e a proposta original da Deep
Web são legítimas, afinal nem todo material deve ser acessado por
qualquer usuário. O problema é que, longe da vigilância pública, essa

77
enorme área secreta foi tornada pelo desregramento, e está repleta de
atividades ilegais.

GABARITO

1) A
2) B
3) ERRADO
4) CERTO

Conceitos e modos de utilização de tecnologias,


ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a
internet/intranet

Internet

Basicamente é uma rede mundial de computadores conectados através de um


endereço de IP válido, usando um protocolo chamado de TCP/IP, nas quais
usuários trocam informações.

Sigla de Transmission Control Protocol / Internet Protocol (Protocolo de Controle


de Transmissão / Protocolo Internet)

A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é responsável pelo


roteamento (estabelece a rota ou caminho para o transporte dos pacotes)

A função do protocolo TCP/IP é identificar os computadores de uma forma única.


Com isso ele utiliza um número de IP para poder enviar e receber informações
e elas cheguem ao lugar correto.

Na internet existem várias outras redes conectadas como empresas públicas,


privadas educacionais e de governos.

Nela você acessa os serviços de e-mail, faz downloads, procura informações


dentre muitos outros serviços.

Intranet

É uma rede de computadores privada que assenta sobre a suíte de protocolos


da Internet, porém, é de uso exclusivo de um determinado local, como, por
exemplo, a rede de uma empresa, que só pode ser acessada pelos seus
utilizadores ou colaboradores internos.

78
Utiliza uma rede local (LAN).

Os dispositivos conectados à rede tanto na internet quanto na intranet usam os


mesmos protocolos de rede TCP / IP.

Assim como os sites acessíveis na Internet, os sites hospedados pela intranet


também são acessíveis por meio de navegadores da Web, mas com acesso
limitado.

Os usuários da Intranet também podem conversar sobre seus aplicativos de


mensageria personalizados, como os comunicadores G talk ou yahoo,
disponíveis na Internet.

É o mesmo serviço de internet, mas somente dentro de um grupo (empresas) na


qual somente as pessoas autorizadas acessam (funcionários). Esta
comunicação pode ser feita tanto no mesmo local (matriz da empresa) ou
distante (filial em outro lugar).

Na intranet você pode liberar ou limitar acessos.

Ex.: impressora para todos os departamentos e dados contábeis somente para


o departamento de contabilidade.

Este acesso normalmente é feito através de senhas e protegida por um Firewall


(parede de proteção contra dados maliciosos) tornando a intranet mais segura
do que a internet.

Aplicativos e procedimentos:

Firewall: Barreira de segurança

Correio eletrônico: Comunicação entre usuários na rede

Navegadores: Aplicativo para navegar na internet (Google Chrome, internet


Explorer, Firefox e etc..)

Roteador: equipamento para se conectar na rede.

Download: baixar arquivos (receber)

Upload: Subir arquivo (enviar)

HTML - Hyper Text Markup Language (Linguagem de Marcação de Hiper Texto).


Trata-se de uma linguagem utilizada para produzir páginas da Internet.

HTTP ou Hyper Text Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de


Hipertexto): Navegação na internet (links)

79
HTTPS - Hyper Text Transfer Protocol Secure (Protocolo de Transferência de
Hiper Texto Seguro

SMTP e POP são os protocolos de serviços da internet responsáveis pelo envio


e recepção de mensagens eletrônicas, e-mail.

Servidor Proxy tem a função de mediar as comunicações da rede de uma


empresa ou usuário (local) com a Internet (rede externa).

Servidor FTP (File Transfer Protocol) é um protocolo utilizado para a


transferência de arquivos entre dois computadores via internet, ou seja, ele
transfere arquivos do seu computador para o servidor de hospedagem.

Servidor WEB: Para você entrar em um site é necessário que seu navegador
entre em contato com o servidor Web do site para poder acessar seus
conteúdos, ou seja, as páginas HTML, os arquivos de som, imagem, vídeos ou
qualquer outra coisa que estiver na página que você está acessando.

O servidor WEB é um software que verifica a segurança da sua solicitação HTTP


para navegar na página e depois gera a informação para atendê-lo.

- Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico,


de grupos de discussão, de busca, de pesquisa e de redes
sociais.
Para analisarmos as ferramentas e aplicativos devemos entender que a internet
é uma rede de computadores interligados mundialmente onde há
permanentemente troca de informações entre pessoas, empresas e entidades.
Esta comunicação é feita através de navegadores, correio eletrônico, grupos de
discussão, de busca, de pesquisa e de redes sociais.

Navegação:

Mas o que é um navegador?

Um navegador de internet é um software que ajuda você usuário a acessar os


conteúdos da internet. Por meio dele você acessa sites de notícias, vê blogs de
conteúdos como o Matérias para Concursos ou escuta música, ou seja, através
dele você navega na internet.

Um navegador da internet, ou do inglês browser, é um programa que habilita


seus usuários a interagirem com documentos HTML hospedados em um servidor
da rede.

Os endereços utilizados nos navegadores funcionam da mesma maneira que os


números de telefone ou endereços de casas. Ao digitarmos o endereço do
website (um espaço com conteúdo na internet), o conteúdo do site é exibido.

80
Através do navegador, é possível imprimir documentos, salvar os documentos
carregados no computador local, salvar imagens e links contidos no documento,
exibir o documento fonte e suas informações.

Os mais conhecidos são: Edge/ Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google


Chrome, Ópera, Safari.

Correio eletrônico:

O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um programa onde você


troca mensagens pela internet como documentos, imagens e áudios.

Você pode acessar seus e-mails através de um webmail ou correio eletrônico,


eles seriam a sua caixa de correios no mundo virtual.

Qual a diferença entre webmail e correio eletrônico?

Simples, o Webmail (yahoo ou gmail) você acessa através de seu navegador


(Firefox ou google Chrome) e só pode ler conectado na internet. Já o correio
eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet
e pode baixar seus e-mails, mas depois pode ler na hora que quiser sem precisar
estar conectado na internet.

Os principais servidores de Webmail do mercado são Gmail, Yahoo!Mail e


Hotmail

Os principais clientes de e-mail do mercado são:

Outlook: cliente de emails nativo do sistema operacional Microsoft Windows.

Mozilla Thunderbird: é um cliente de emails e notícias open-source e gratuito


criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do Mozilla Firefox).

Grupos de discussão

O Grupo de discussão também conhecido como lista de discussão ou lista de e-


mail é uma ferramenta onde um grupo de pessoas trocam mensagens via e-mail
entre todos os membros do grupo.

Sempre que um membro manda uma mensagem, mensagem vai


simultaneamente para os e-mails de todos os membros do grupo, ou seja, para
a criação e participação de um grupo de discussão é necessário um e-mail
(correio eletrônico).

Os grupos de discussão (newsgroups) é um local na internet onde pessoas


fazem perguntas a outras pessoas sobre determinado assunto. Seria como uma

81
comunidade onde as pessoas se ajudam para resolver problemas comuns sobre
o este assunto.

As respostas são dadas por diversos membros na qual uma poderá efetivamente
ajudar sobre a resolução de um problema.

As perguntas ficam armazenadas no grupo para que seus membros possam


consultar se já existe resposta para sua pergunta.

Todo grupo tem um administrador que gerencia o grupo, ou seja, cria as regras
para a utilização de seus membros. Ele inclusive pode colocar outras pessoas
para administrar junto com ele. O administrador do grupo pode banir ou penalizar
algum membro que tenha infringido as regras do grupo.

ATENÇÃO: Cai muito em concursos:

Comunicação Síncronas: Tempo real (Chat e ligação telefônica)

Grupo de discussão: É uma comunicação assíncronas por que para o envio e


recebimento e envio das perguntas e respostas não é necessário que os
membros estejam conectados ao mesmo tempo.

O conceito de grupos de discussão da Internet provém do termo listas de


discussão, das quais fazem parte usuários cadastrados que recebem
simultaneamente as mensagens enviadas para o grupo. Quando se diz
simultaneamente, não quer dizer instantaneamente ou tempo real.

Busca e pesquisa

No Brasil os sites de busca mais utilizados são o Google que detêm mais de 90%
do mercado e no segundo grupo bem lá atrás com média de 1% a 2% do
mercado vem o Bing (Microsoft), Yahoo e Ask.

Mas o que é um site de busca?

Hoje na internet tem bilhões de informações e os buscadores são sites


especializados em buscar uma informação no meio de um universo enorme de
informações. Nele você digita uma palavra ou uma combinação de palavras e
ele buscará esta informação.

Neste sites nós temos os mecanismos de busca (search engines) que são
efetivamente os buscadores.

Pesquisa na internet

Este mecanismo de busca funciona da seguinte forma:

82
Ele faz uma busca em todos os sites procurando as palavras chaves que você
digitou. Por mais eficiente que seja ele não consegue ler a internet inteira.

O buscador organiza tudo que encontrou levando em consideração a quantidade


de links externos que acessaram determinada página, ou seja, quanto mais links
melhor será seu posicionamento na busca.

A busca também pode ser ainda mais específico através de filtros como por
imagem, vídeo, notícias, shopping dentre outras.

Para saber mais sobre busca e pesquisa clique aqui!

Redes sociais:

Redes sociais são locais onde pessoas ou empresas compartilham informações.

As redes sociais integram membros com interesses e ideologias ligados pela


relevância de um determinado assunto e/ou negócio proporcionando integração
e interatividade por meio de comunicação e compartilhamento de conteúdo.

Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook, profissionais,


como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos como o Youtube que
compartilha vídeos.

As principais são: Facebook, Whatsapp, Youtube, Instagram, Twitter, Linkedin,


Pinterest, Flickr, Myspace, Snapchat e agora mais recentemente o tik tok.

Facebook: Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais de


seus membros.

Whatsapp: É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações


telefônicas através da internet gratuitamente.

Youtube: Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos.

Instagram: Rede para compartilhamento de fotos e videos

Twitter: Rede social que funciona como um microblog onde você pode seguir ou
ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as atualizações que seus
contatos fazem e eles as suas.

Linkedin: Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer manter
contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um emprego por exemplo.

Pinterest: Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas também


compartilha vídeos

Flickr: Rede social para compartilhar imagens

83
Myspace: Rede social de relacionamento.

Snapchat: Rede para mensagens baseado em imagens.

- Sistema operacional (ambiente Linux e Windows)


O que é Sistema Operacional?
Podemos dizer que o sistema operacional é o software mais importante do
computador.

O sistema operacional é responsável por gerenciar os recursos do computador,


bem como servir de suporte para a execução de programas de aplicação e é o
responsável por controlar dispositivos de entrada e saída.

Ele ajuda a troca de informações entre você e o computador deixando esta


interação mais amigável para o usuário. Ele ajuda no gerenciamento da
máquina, como as memórias, e os dispositivos ligados nele como impressoras,
monitor, teclado e etc..

As funções principais do sistema operacional são manter o computador


funcionando e seus periféricos (gerenciamento de hardware), manter os
compiladores, editores e programas em locais distintos e executar as tarefas
básicas e gerenciar os programas e memórias e servir de interface entre o
usuário e o computador.

Os sistemas operacionais mais conhecidos são o Windows, Linux e Mac OS.

LINUX

O Linux é um sistema operacional multitarefa e Multiutilizador de código aberto.

Multitarefa: O sistema executa várias aplicações ao mesmo tempo;

Multiutilizador: Pode ter várias contas de utilizadores no mesmo computador;

O Linux é um sistema Monolítico, ou seja, todos os processos são executados


em um só núcleo;

Por ser de código aberto ele pode ser modificado por qualquer pessoa, além
disso, ele é um software gratuito, ou seja, não pode ser vendido e não tem licença
para uso.

Fundada em 1985 por Richard Stallman, considerado o pai do Software Livre, a


Free Software Fundation (FSF) é uma organização que leva adiante os princípios
de Stallman, que sempre foi contra softwares proprietários.

84
Também é de autoria dele o projeto GNU que, junto do Kernel desenvolvido por
Torvalds, formaria mais tarde o sistema operacional Linux
O Sistema GNU/Linux foi criado por Linus Torvalds em 1991.
Linus fez uma cópia do Unix utilizando a linguagem de programação C.
Linus + Unix = Linux

Componentes do Linux:

Kernel: É o núcleo do sistema operacional, pois ele gerencia os recursos do


sistema e pode ser alterado por qualquer pessoa. Ele controla os dispositivos do
computador.

O Kernel é um software de nível de sistema cujo papel principal é gerenciar os


recursos de hardware para o usuário. (caiu em concursos)

O kernel do Linux está constantemente em desenvolvimento por uma


comunidade de programadores, mas, para garantir a sua qualidade e
integridade, existem mantenedores do kernel, como o Linus Torvalds, que
analisam e julgam a pertinência das alterações. (caiu em concursos)

Shell (concha): ele interpreta os comandos entre o sistema operacional e o


usuário. O sistema operacional precisa apresentar a cada usuário uma interface
que aceita, interpreta e então executa comandos ou programas do usuário. Essa
interface é genericamente chamada de Shell.

É uma classe de programas que funciona como interpretador de comandos e


linguagem de programação no Linux, que é a principal ligação entre o usuário,
os programas e o Kernel. (definição caiu em concursos)

Prompt de comando: É através dele que o usuário interage com o Linux.

Interface gráfica: Outra maneira que o usuário interage com o Linux. São também
conhecidos como gerenciadores de desktop. Existem várias interfaces gráficas
como a KDE, Unity, Gnome, dentre outras.

O Linux também possui um padrão para ambiente gráfico. Os sistemas Unix mais
antigos são baseados somente em caracteres, mas hoje praticamente qualquer
sistema Unix, incluindo o Linux, dispõe de um sistema gráfico de janelas que é
chamado de X Windows (que também podem ser chamadas de Ambiente x)

Distribuições Linux:

Quando você tem um sistema Linux completo, ou seja, com todos os software
necessários para um sistema operacional funcionar corretamente e é claro
usando o Linux como seu núcleo, você tera uma distribuição Linux.

Existem várias distribuições Linux que tem características diferentes por serem
criados para vários tipos de usuários.

85
As mais conhecidas são o Red Hat, Fedora, Ubuntu, Debian, conectiva,
Mandriva, Slackware entre outros.

Tipos de usuários do Linux:

Comum ($): É quem instalou o Linux e outros que foram criados depois. Estes
usuários têm restrições, ou seja, não tem acesso a todos os recursos do sistema.

ROOT(#): É o administrador (superusuário) e tem permissão total para acessar


todos os recursos do sistema.

No Linux, o usuário (userid) com a maior autoridade e com poder de realizar


alterações no ambiente chama-se Root. (caiu em concursos)

Sistema (fictício): Ele existe apenas para controlar softwares e ajudar a


instalação de programas adicionais, não tem como logar por ele.

COMANDOS PRINCIPAIS

cal: mostro o calendário

cd: comando utilizado para criar pastas / abrir diretório

cd/: Diretório raiz.

cd-: Volta para o último diretório acessado

cd~: vai para o diretório home

cd.: diretório atual

cd..: volta uma pasta

df: informa o espaço de disco usado e disponível

file arquivo: Mostra as informações do arquivo

fg: processo executado em primeiro plano

bg: processo executado em segundo plano

diff: compara dois arquivos e mostra as diferenças entre eles.

grep: Procura uma palavra dentro de um arquivo

help: Ajuda

kill fecha (mata) por número de processo (pid)

killall fecha (mata) por nome do processo

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killall5 fecha (mata) todos os processos da sessão.

jobs - Lista os processos inicializados a partir do terminal

mkdir diretório: Cria diretório

rmdir: remove diretório.

tac: mostra o conteúdo de um arquivo binário ou texto, só que em ordem inversa


do arquivo.

tail: exibe as últimas 10 linhas de um arquivo de texto

top = exibe os processos em execução no sistema

cat: exibe, cria e une o conteúdo de um arquivo.

Rm: Remove diretórios e arquivos

mv: mover arquivo

cp: Copia arquivo

ls: lista arquivos e diretórios dentro de uma pasta

ls- l: exibe mais detalhes sobre os arquivos listados.

ls -a: exibe arquivos ocultos.

Pwd: Caminho completo do diretório local

DIRETÓRIOS PRINCIPAIS

Diretório Raiz (/): Origem de todos os arquivos e diretórios

/bin: binários executáveis

/boot - Arquivos utilizados durante a inicialização do sistema

/cdroom: diretório temporário para cd-room

/dev - contém arquivos sobre Dispositivos de hardware conectados

/etc - Arquivos de configuração do sistema e dos seus programas

/home – Contém os arquivos pessoais do usuário

87
/lib - Bibliotecas compartilhadas essenciais e módulos do kernel

/sbin - Programas essenciais do usuário root (função de manutenção)

/root - Diretório pessoal do usuário root

/opt – Aplicativos adicionados depois da instalação

/proc - Informações sobre os processos ativos do sistema

/media - Ponto de montagem utilizado por usuários comuns

/mnt - Ponto de montagem das mídias removíveis

/tmp - Arquivos temporários do sistema

/usr - Arquivos e programas acessados pelo usuário (documentações,


cabeçalhos, etc)

/var – Arquivos variáveis do sistema

/srv - Dados de servidores e serviços do sistema

ATALHOS PRINCIPAIS DE TERMINAL LINUX:

alt + B = uma palavra para trás

ctrl + B = volta um caracter

alt + F = avança uma palavra

ctrl + F = avança um caracter

ctrl + C = sai de um comando ou processo

ctrl + Z = ativa um programa em execução em segundo plano.

ctrl + D = sai do terminal atual

ctrl + L = limpa a tela

ctrl + A = move o cursor para o início da linha

ctrl + E = move o cursor para o final da linha.

ctrl + U = exclui tudo de onde está o cursor até o início da linha

ctrl + K = exclui tudo de onde está o cursor até o final da linha

88
ctrl + W = exclui somente uma palavra

ctrl + P = ver o comando anterior

ctrl + N = navegar para frente ou para trás nos comandos

ctrl + shift + V = colar o texto da área de transferência

ctrl + shift + C = copia o texto para a área de transferência

TAB: Completa os comandos e nomes de arquivos e diretórios.

O sistema de arquivos do Linux é um de seus grandes componentes. Os


arquivos são conjuntos de informações codificadas, associadas a um nome, que
são armazenadas no disco ou em periféricos de armazenamento. Arquivos
podem conter textos de editores, imagens, vídeos, áudios, códigos executáveis,
dentre muitos outros tipos. O sistema Linux e suas distribuições aceitam
especificação de nomes com caracteres alfanuméricos e muitos caracteres de
símbolos especiais. Mas, devido à sintaxe de nomes de diretórios e arquivos, o
único caractere que não pode compor o nome de um arquivo é o “/” e o tamanho
máximo de um nome de arquivo é 255 caracteres. (caiu em concursos)

QUESTÕES

01) O sistema de arquivos do Linux é um de seus grandes componentes. Os


arquivos são conjuntos de informações codificadas, associadas a um nome, que
são armazenadas no disco ou em periféricos de armazenamento. Arquivos
podem conter textos de editores, imagens, vídeos, áudios, códigos executáveis,
dentre muitos outros tipos. O sistema Linux e suas distribuições aceitam
especificação de nomes com caracteres alfanuméricos e muitos caracteres de
símbolos especiais. Mas, devido à sintaxe de nomes de diretórios e arquivos, o
seguinte caractere não pode compor o nome do arquivo:

A ‘-’

B ‘_’

C ‘(’

D ‘/’

E ‘.’
02) Linus Torvalds criou o sistema operacional Linux com base em que
linguagem de programação?

89
A Fortran

B Haskel

C Clipper

DC

E Pascal

03) O kernel do Linux está constantemente em desenvolvimento por uma


comunidade de programadores, mas, para garantir a sua qualidade e
integridade, existem mantenedores do kernel, como o Linus Torvalds, que
analisam e julgam a pertinência das alterações.

Certo

Errado

04) Sistemas Operacionais Linux são programas responsáveis por promover o


funcionamento do computador, realizando a comunicação entre os dispositivos
de hardware e softwares. Em relação a este sistema, é correto afirmar que KDE
e GNOME são

A versões de Kernel.

B distribuições Linux.

C ambientes gráficos.

D editores de texto Linux.

E terminais para execução de comandos.

05) O sistema operacional precisa apresentar a cada usuário uma interface que
aceita, interpreta e então executa comandos ou programas do usuário. Essa
interface é genericamente chamada de

A BATCH.

B SHELL.

C PROMPT.

90
D NÚCLEO.

E SCRIPT.

06) O kernel do Linux é:

A Um software aplicativo cujo papel principal é gerenciar os recursos de software


para o usuário.

B Um software de nível de sistema cujo papel principal é gerenciar os recursos


de hardware para o usuário.

C Um software de nível de sistema cujo papel principal é gerenciar os recursos


de uma máquina virtual para o usuário trabalhar com o sistema operacional
Windows.

D Um software de gestão cujo papel principal é gerenciar os recursos do Open


Office para o usuário.

E Um software aplicativo cujo papel principal é gerenciar apenas os recursos de


hardware para outros computadores em uma rede.

GABARITO

01 – D
02 – D
03 – CERTO
04 – C
05 – B
06 – B

WINDOWS

Sistema operacional da Microsoft.


É um sistema operacional em janelas que permite o usuário se comunicar com
o computador.
Ele foi criado por Bill Gates nos anos 80.
O Windows tomou a forma de um verdadeiro sistema operacional com o
lançamento do Windows NT nos anos 90.

Foram lançados várias versões até o dia de hoje, mas os mais conhecidos foram
o Windows XP, Windows 7, Windows 8 e atualmente o Windows 10
Nos concursos são pedidos alguns conceitos, recursos e principalmente atalhos.

91
Gerenciador de tarefas: Ferramenta onde você visualiza os processos e
execução no sistema, como o consumo de recursos de cada processo. Monitora
também a memória e CPU.

Atalho direto: Ctrl + Shift + Esc

Atalho indireto: Ctrl + Alt + Del

Área de Trabalho ou Desktop: É a tela quando você liga o computador onde você
organiza suas atividades. Chamamos de tela inicial do Windows.
Componentes da área de trabalho: Menu iniciar, Barra de tarefas, Área de
notificação e as pastas e atalhos.

Menu iniciar: Clicando no botão iniciar na barra de tarefas, você abre um menu
que te dá acesso aos programas instalados no computador.

Barra de tarefas: É aquela barra na parte de baixo da área de trabalho onde você
monitora as aplicações (programas que estão sendo usados).

Área de notificação: Fica no lado direito da barra de tarefas. Nela fica o relógio
do sistema, o volume do som, conexão de internet e outros ícones de mensagens
do sistema.

Pasta ou diretório: Organiza tudo dentro da unidade e pode conter arquivos ou


subpastas.

Atalhos: São ícones de acesso rápido para programas, pastas ou arquivos.

Ícones: São símbolos gráficos que identificam um programa, atalho ou pasta

Windows Explorer ou Explorador de arquivos: Auxilia o usuário em exibir os


conteúdos do computador e locais de rede de forma hierárquica. Ele faz o
mapeamento e organização de locais e conteúdos. Ele é um gerenciador de
arquivos e pastas na qual você pode executar várias tarefas como copiar, excluir
ou mover.

Área de transferência: Local onde são armazenadas informações temporárias.


Quando você copia ou move um arquivo ele primeiro vai para este local para
depois ser colado no novo local. quando o computador for desligado estas
informações são apagadas.

Painel de controle: É onde fica os itens de configurações de dispositivos e opção


de utilização como som, data e hora, apagar programas dentre outras funções.

Lixeira: Armazena temporariamente os arquivos excluídos.

Gerenciador de dispositivo: Os componentes de hardware como placas de rede,


de vídeo, teclado, mouse, processador, entre outros, se comunicam com o
Windows por meio de um software chamado de driver. Para instalar, atualizar ou

92
modificar os drivers dos componentes de hardware e solucionar problemas,
utiliza-se o recurso do Windows no gerenciador de dispositivo.

ATALHOS:

Atalhos importantes que costumam ser pedidos em concursos:

Logo Windows + L= Bloqueio do computador

Ctrl + X = Recortar

Ctrl + C = Copiar

Ctrl + V = Colar

Ctrl + Z = Desfazer uma ação

Alt + F4 = Fechar item ativo

Ctrl + Y = Refazer uma ação

Ctrl + Esc = Abrir iniciar

Shift + Delete = Excluir o item selecionado sem movê-lo para a Lixeira primeiro

Ctrl + Shift + Esc = Abrir o Gerenciador de Tarefas

- Acesso à distância a computadores, transferência de informação e


arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia

Acesso à distância a computadores


O acesso remoto, que é a mesma coisa que acesso à distância a computadores,
conecta computadores que não estão interligados fisicamente, permitindo a troca
de dados.

A empresa tem um servidor privado e por meio dele consegue acessar o sistema
da empresa. Esta interligação pode ligar vários locais de trabalho.

Esta tecnologia facilita muito o trabalho, pois você pode acessar seu e-mail,
arquivos da empresa, acessar seu computador do trabalho de sua casa, dentre
outras facilidades.

O acesso remoto funciona a partir de uma rede virtual conectando vários


dispositivos a um servidor que tem o acesso à rede da empresa.

Normalmente é feito por uma virtual private network – VPN.

VPN: Utilizando-se dos recursos físicos da internet podemos criar uma rede
privada. A esse tipo de rede chamamos de VPN (Virtual Private Network) que é

93
uma rede privada virtual construída utilizando a infraestrutura de uma rede
pública como a internet. A VPN mantém os dados seguros enquanto trafegam
pela rede utilizando um protocolo SSL (Secure Sockets Layer), que permite a
comunicação criptografada entre um site e um navegador.

O acesso remoto tem muitas vantagens como:

Melhorar a produtividade, pois pode-se fazer reuniões importantes com clientes,


parceiros ou mesmo com a equipe de trabalho que estão geograficamente bem
distantes, com maior frequência e com maior agilidade, pois recebem respostas
mais rápidas.
É mais eficiente, pois baixa o custo da empresa com viagens, estadias,
alimentação dentre outros custos.

Transferência de informação e arquivos

Os computadores quando se comunicam acontece uma troca de dados. Quando


você acessa uma página na internet através de seu navegador, você envia os
dados para o servidor do site, com isso você estará fazendo um “upload” e
quando você recebe a informação você estará fazendo um “download”.

O termo “download” é muito mais utilizado quando você “baixa” conteúdos da


internet como um jogo, aplicativo, filmes ou músicas que está hospedado no
servidor do site que você está acessando.

Já quando o site envia suas informações para seu servidor para ´que todos
possam acessá-la pela internet ele está fazendo um “upload”, ou seja, enviando
os dados para o servidor do site.

Para se fazer uma transferência de arquivo utiliza-se o FTP (File Transfer


Protocol) que em português significa Protocolo de Transferência de Arquivos.

Com ele você pode receber e enviar arquivos para servidores remotos e o
servidor poderá também receber e enviar os arquivos.

Você também pode instalar um servidor de FTP em seu computador para você
ou outra pessoa acessar seu computador remotamente.

Aplicativos de áudio, vídeo e multimídia

Hoje existe uma infinidade de aplicativos de áudio, vídeo e multimídia.

Temos aplicativos exclusivos para edição de áudio como WavePad, Donnin,


WaveEditor dentre outros.

Temos também aplicativos para edição de vídeo como Camtasia, Filmora Go,
Adobe premiere Clip dentre outros. Normalmente os aplicativos de edição de
vídeo também faz pequenas edições no áudio.

94
Temos também aplicativos de escritórios que também faz edições com áudio e
vídeo como o PowerPoint, da Microsoft e o Impress, do pacote LibreOffice. Estes
aplicativos são especializados em apresentações de slides.

Existem também aplicativos que foram desenvolvidos para a execução de


conteúdo multimídia como o Windows Media Player, Windows Media Center
dentre outros.

Normalmente estes aplicativos de multimídia reproduzem diversos formatos de


áudio e vídeo, mas os mais comuns são MP4, MKV, MPEG-4 dentre outros.

Todos os dispositivos de áudio e vídeo utilizam codec para interpretar os dados


digitais. As vezes você baixa um arquivo multimídia da internet e quando vai
acessar ele dá erro, isto acontece porque não tem o codec para a extensão do
arquivo no leitor de multimídia. A solução é baixar um pacote de codec
atualizado.

Hoje com o advento do Netflix, Amazon Prime, YouTube dentre outros, ouvimos
muito falar em streaming.

Streaming é uma tecnologia que envia informações multimídias para podermos


assistir filmes ou músicas online (tempo real), ou seja, sem a necessidade de
baixarmos o arquivo.

- Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office


e LibreOffice)
Para começar, vamos definir os itens citados, para assim a explicação fluir mais
facilmente. Quando falamos de edição de texto, edição de planilhas ou
apresentações estamos falando de softwares (programas de computador)
criados para esse propósito.

Em ambas as funções acima existem inúmeros programas que entram nessas


categorias, porém vamos falar um pouco dos mais conhecidos.

O que são editores de texto? Editores de texto são quaisquer softwares feitos
com o objetivo de “escrever”, escrever um trabalho escolar, uma carta, um artigo,
um livro e etc… temos alguns exemplos famosos no mercado, como o Microsoft
Word e o Bloco de Notas do Windows.

E os editores de planilhas? Editores de planilhas são ferramentas com o objetivo


de construir gráficos e tabelas, são usadas formulas de forma a organizar e
facilitar o trabalho, tornando mais automatizado e fácil de editar. O maior
exemplo de editor de planilhas é certamente o Microsoft Excel porém tanto no
Libre Office quanto no BrOffice existem aplicativos similares.

Noções dos ambientes Microsoft Office e BROffice

95
Microsoft Office:
A versão do pacote Office 2010 reúne os aplicativos mais conhecidos da
empresa como Word, Excel, Power Point, Access, Outlook e Publisher.

Enfoque nos aspectos visuais

A aposta da empresa, mais uma vez, recai nos


elementos visuais de fácil identificação por parte do
usuário. A ideia é trazer novas ferramentas que transformem a concepção do
seu trabalho em uma experiência dinâmica com cores e elementos visuais. Além
disso, um pacote de temas e SmartArt layouts gráficos dá uma ideia a você de
como interagir com as novas opções.

Trabalho em conjunto

Se o GoogleDocs conquistou muitos usuários graças à sua plataforma online


que permite trabalhar de forma colaborativa, a Microsoft também passa a integrar
algo do gênero em seu pacote de aplicativos. No Microsoft Word, Microsoft Excel
e Microsoft PowerPoint, graças ao novo conceito de Web App, agora é possível
trabalhar de maneira online e em tempo real na edição de documentos.

96
Mobilidade

O Office 2010 aposta também na mobilidade como diferencial para interação


com o usuário. A proposta é que seja possível trabalhar a partir de um
smartphone ou até virtualmente. Para isso, basta ao salvar o arquivo no seu
desktop enviá-lo também para o live space. Ao acessá-lo virtualmente você pode
editar o texto como desejar e, ao voltar para o seu desktop, automaticamente a
versão mais recente é aberta, caso você esteja conectado à internet.

Personalização de vídeos no PowerPoint


Sim, agora é possível editar trechos e incluir alguns efeitos simples em vídeos
dentro do PowerPoint. Além disso, a edição de dados e gráficos ficou ainda mais

97
fácil, uma vez que o programa adota o trabalho por layers (camadas), similar ao
de editores de imagens como o Adobe Photoshop.

Compressão de emails em uma única categoria


Esta novidade é do Outlook, mas você já deve conhecer algo similar se possui
uma conta do Gmail. Suas trocas de emails agora passam a ser agrupadas em
um único tópico. Um exemplo: suponha que em uma conversa com um amigo
você troquem dez mensagens entre si.
Todas são listadas em um único tópico e organizadas da mais nova para a mais
antiga. Isso evita que sua caixa de mensagens seja poluída por dezenas de
confirmações de leitura ou respostas simples que caberiam em uma caixa de
conversação.

Com o Microsoft Access é possível desenvolver desde aplicações simples


como por exemplo, um cadastro de clientes, controle de pedidos até aplicações
mais complexas, como por exemplo, todo o controle operacional, administrativo
e financeiro de uma pequena ou até mesmo de uma média ou grande empresa,

98
pois os aplicativos desenvolvidos podem rodar perfeitamente numa rede de
computadores e os dados armazenados pelo sistema podem ser publicados na
Intranet ou até mesmo na Internet.

O Microsoft Office Excel é um editor de planilhas produzido pela Microsoft para


computadores que utilizam o sistema operacional Microsoft Windows, além de
computadores Macintosh da Apple Inc. e dispositivos móveis como o Windows
Phone, Android ou o iOS. Seus recursos incluem uma interface intuitiva e
capacitadas ferramentas de cálculo e de construção de gráficos que, juntamente
com marketing agressivo, tornaram o Excel um dos mais populares aplicativos
de computador até hoje. É, com grande vantagem, o aplicativo de planilha
eletrônica dominante, disponível para essas plataformas e o tem sido desde a
versão 5 em 1993 e sua inclusão como parte do Microsoft Office.

Microsoft InfoPath (Microsoft Office InfoPath) é um aplicativo da Microsoft


utilizado para desenvolver dados no formato XML. Ele padroniza os vários tipos
de formulários, o que ajuda a reduzir os custos do desenvolvimento
personalizado de cada empresa.O programa entrou em ação no pacote
do Office 2003 foi incluído também no Office 2007 e Office 2010. Não está
disponível na versão Microsoft Works 6.0.
O Microsoft Office OneNote, habitualmente referido como Microsoft OneNote,
é uma ferramenta para anotações, coleta de informações e colaboração multi-
usuário desenvolvida pela Microsoft.

Embora muitos sistemas anteriores tenham se baseado em texto de fluxo linear


(simples listas), OneNote visualiza as notas em uma página bidimensional.
OneNote acrescenta também características modernas, tais como
desenhos,fotos, áudio e vídeo (multimídia), bem como compartilhamento multi-
usuário de notas.

99
Uma ferramenta muito útil para busca de anotações é a ferramenta busca que o
OneNote oferece. Todas as notas são indexadas, o que significa que em um
tempo muito curto o software tem a capacidade de encontrar arquivos e textos.
A busca ocorre igualmente dentro dos textos de figuras e nas palavras gravadas
por áudio, já que o programa possui reconhecimento de texto e fala automáticos.
Uma versão web do OneNote é parte integrante do OneDrive ou Office Web
Apps e possibilita aos usuários que editem notas através de uma navegador de
internet (browser).

Integrante do pacote Microsoft Office. Diferentemente do Outlook Express, que


é usado basicamente para receber e enviar e-mail, o Microsoft Outlook além das
funções de e-mail, ele é um calendário completo, onde você pode agendar seus
compromissos diários, semanais e mensais. Ele traz também um rico
gerenciador de contatos, onde você pode além de cadastrar o nome e email de
seus contatos, todas as informações relevantes sobre os mesmos, como
endereço, telefones, Ramo de atividade, detalhes sobre emprego, Apelido, etc.
Oferece também um Gerenciador de tarefas, as quais você pode organizar em
forma de lista, com todos os detalhes sobre determinada atividade a ser
realizada. Conta ainda com um campo de anotações, onde ele simula aqueles
post-its, papeis amarelos pequenos autoadesivos. Utilizado geralmente no
sistema operacional Windows.

Microsoft PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição


de apresentações gráficas, originalmente escrito para o sistema operacional
Windows e portado para a plataforma Mac OS X. A versão para Windows
também funciona no Linux através da camada de compatibilidade Wine. Há
ainda uma versão mobile para smartphones que rodam o sistema Windows
Phone.

O PowerPoint é usado em apresentações, cujo objetivo é informar sobre um


determinado tema, podendo usar:imagens, sons, textos e vídeos que podem ser
animados de diferentes maneiras. O PowerPoint tem suporte a objetos OLE e
inclui uma ferramenta especial de formatação de texto (WordArt), modelos de
apresentação pré-definidos, galeria de objetos gráficos e uma gama de efeitos
de animação e composição de slides.

O formato nativo do PowerPoint é o PPT, para arquivos de apresentações, e o


PPS, para apresentações diretas. A partir da versão 2007 do programa, a
Microsoft introduziu o formato .PPTX. Para executar o Powerpoint em máquinas
que não o tenham instalado, é necessário usar o software PowerPoint Viewer,
uma vez que o PowerPoint não tem suporte nativo para outros formatos como o

100
SWF, o PDF e mesmo o OpenDocument Format. Os arquivos do PowerPoint em
geral são lidos sem problemas por outros softwares similares como o Impress.

Microsoft Publisher é um programa da suite Microsoft Office, que é


basicamente usado para diagramação eletrônica, como elaboração de layouts
com texto, gráficos, fotografias e outros elementos. Esse programa é comparado
com softwares tais como o QuarkXPress, Scribus, Adobe InDesign e Draw. Foi
criado em 1991.

É capaz de criar

• Publicações para impressão;


• Páginas da Web (que não requerem conexão com a internet ao criar
uma página da web);
• Edições de e-mail.
• Criar panfletos
• Boletins informativos

Este artigo descreve a principal funcionalidade e a arquitetura do Microsoft


SharePoint Workspace 2010. SharePoint Workspace 2010 sucede e é o novo
nome do Microsoft Office Groove 2007. O SharePoint Workspace 2010 é um
aplicativo cliente que oferece acesso interativo rápido e a qualquer instante a
bibliotecas de documentos e listas no Microsoft SharePoint Server 2010 e no
Microsoft SharePoint Foundation 2010. O SharePoint Workspace 2010 também
oferece opções para criar espaços de trabalho conjuntos do e espaços de
trabalho da Pasta Compartilhada. O SharePoint Workspace 2010 é mais versátil
que o Microsoft Office Groove 2007 e pode ser integrado ao Microsoft SharePoint
Server 2010 ou ser executado de forma independente.

O Microsoft SharePoint Workspace 2010 fornece um cliente para Microsoft


SharePoint Server 2010 e Microsoft SharePoint Foundation 2010, o qual habilita
a sincronização em tempo real do conteúdo da área de trabalho com documentos
e listas do SharePoint. O SharePoint Workspace 2010 também oferece opções

101
para criação de espaços de trabalho de colaboração do Groove e pastas
compartilhadas sincronizadas. Com o uso do SharePoint Workspace 2010, os
profissionais de informações podem sincronizar facilmente conteúdo online e
offline com um site designado do SharePoint ou colaborar com parceiros
externos e membros da equipe externa por meio de espaços de trabalho
compartilhados. O SharePoint Workspace 2010 está incluído no Microsoft Office
Professional Plus 2010.
O Microsoft Word é um processador de texto produzido pela Microsoft. Foi
criado por Richard Brodie para computadores IBM PC com o sistema operacional
DOS em 1983. Mais tarde foram criadas versões para o Apple Macintosh (1984),
SCO UNIX e Microsoft Windows (1989). Faz parte do conjunto de aplicativos
Microsoft Office. Utiliza atualmente como extensão padrão dos arquivo de texto:
“.docx”.

BROFFICE
BrOffice.org é o nome adotado no Brasil da suíte para
escritório OpenOffice.org. A mudança do nome surgiu em função de um
processo movido pela BWS Informática, uma microempresa de comércio de
equipamentos e prestação de serviços de informática do Rio de Janeiro que
anteriormente já havia registrado a marca Open Office, sob a alegação de que o
nome OpenOffice.org, mesmo não sendo exatamente igual, poderia causar
confusão aos usuários.

Desta maneira, o pacote OpenOffice.org não é mais distribuído oficialmente no


português do Brasil, sendo em seu lugar disponibilizado oBrOffice.org. Para
tanto, foi criada uma ONG, sendo seu primeiro presidente, Claudio Ferreira
Filho. Já a partir da versão 2.1.0 foi adotado o novo nome BrOffice.org em
detrimento do anterior OpenOffice.org.

Pode ser feito um download para se testar no Windows. No Linux, já vem


instalado em várias distribuições, sendo disponibilizado no repositório da maioria
das outras, ou por pacotes na página do próprio BrOffice.org.

É um programa destinado às tarefas de escritório, com diversos módulos, ou


seja, possui editor de textos, planilha eletrônica para cálculos, gerenciador de
apresentações, editor de páginas web, ferramenta para ilustrações, além de
outras ferramentas.

É derivado do “StarOffice” e tem muitas vantagens: é grátis, não havendo custos


de licenciamento e é um software livre, ou seja, tem código fonte aberto e

102
versões diferentes para rodar em vários sistemas operacionais, inclusive
no Linux.

O BrOffice.org contém os seguintes programas, que possibilitam:

Writer ( Texto ): criar e editar textos e criar páginas web,

Calc ( Planilha ): criar e editar planilhas eletrônicas,

Impress ( Apresentação ): criar e editar apresentações multimídia,

Draw ( Desenho ): criar e editar desenhos, diagramas e gráficos,

Base: trabalhar com diferentes, fontes de dados e com arquivos de texto


comuns,

Math: editar fórmulas matemáticas,

Início rápido: tornar mais rápido a inicialização dos programas.

Redes de computadores
Definição, LAN, MAN e WAN

A Melhor definição de rede de computadores é conexão de dois ou mais


computadores para permitir o compartilhamento de recursos e a permuta de
informações entre os dispositivos., seria suficiente em algumas situações
construir redes de computadores limitadas, que conectam somente algumas
máquinas. Como ]2Q! exemplo, uma pequena empresa, com alguns
computadores e um dispositivo de impressão, poderia se construir uma pequena
rede para permitir o compartilhamento da impressora entre os usuários.

LAN
• Redes pequenas, locais
•Exemplos: Redes residenciais, redes de escritório, etc.

MAN

103
•Redes maiores, atingem vários prédios e casas de uma mesma cidade.
•Exemplo: Uma rede de uma grande universidade com faculdades espalhadas
por uma cidade.

WAN
• Redesde maior abrangência, geralmente não limitadas por regiões geográficas
•Exemplo: Internet

BizuCavernoso:
Quando adicionado a letra "W" a frente de qualquer umas dessas redes
acima citadas, isso significa dizer que se trata de uma rede sem fio,
Wirelless.

Camadas do TCP/IP

De forma genérica, o TCP/IP pode ser considerado o principal protocolo da


internet, e dessa forma é amplamente abordado pelas bancas organizadoras de
concursos. Porém ele é, na verdade, uma pilha de protocolos, sendo composto
por 5 (cinco) na internet, que devem ser considerados do mais básico para o
avançado. Sem a camada inicial não é possível estabelecer a camada superior.

CAMADA DE
APLICAÇÃO
CAMADA DE
TRANSPORTE
CAMADA DE
REDE
CAMADA DE
ENLACE
CAMADA FÍSICA

Portas:

23/TCP, Telnet protocol - Comunicação de texto sem

104
UDP encriptação

SSH (Secure Shell - Shell seguro) -


22/TCP, Usada para logins seguros,
UDP
transferência de arquivos e
redirecionamento de porta

SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo


25/TCP, simples de envio de e- mail)
UDP

53/TCP, DNS (Domain Name System - Sistema de nome


UDP de domínio)

HTTP (HyperText Transfer Protocol - Procolo de


80/TCP transferência de Hiper- Texto) - usada para
transferir páginas WWW

FTP (File Transfer protocol - Protocolo de


20/TCP transferência de arquivo) - data port

FTP (File Transfer protocol - Protocolo de


21/TCP transferência de arquivo) - control (command)
port

443/TCP HTTPS - HTTP Protocol over TLS/SSL


(transmissão segura)

110/TCP POP3 (Post Office Protocol version 3): Correio


Eletrônico, usada para re- cebimento de e-mail.

143/TCP, IMAP4 (Internet Message Access Protocol 4)


UDP (Protocolo de Acesso a mensagens na Internet) -
usada para recebimento de e-mail

105
Formatado: Fonte: Minion Pro, 16 pt, Negrito, Cor da fonte:
Azul-escuro

Formatado: Fonte: Minion Pro, 13 pt, Sublinhado, Cor da


fonte: Azul-escuro
Formatado: Fonte: Minion Pro, 13 pt
Formatado: Fonte: Minion Pro

Formatado: Fonte: Minion Pro

Topologia de Redes:

Ponto-a-ponto: A definição mais simples é que a conexão p2p é a União de


dois computadores, através de um meio de transmissão qualquer. Quando
feita com o famoso cabo azul (redes Ethernet), tal cabo é denominado de
cross-over.

106
Rede Ponto a Ponto

,' - '
1
. ------------------------------------1

'·-

Barramento: Nesse caso todos os computadores são ligados em um mesmo


barramento físico de dados. Uma única máquina poderá "escrever" no
barramento num determinado momento. Todas as outras "escutam" e
recolhem para si os dados que foram destinados a ela.

Anel: Nesse topologia por sua vez todos os dispositivos são conectados em
série, formando um ciclo fechado (anel). Os dados são transmitidos
unidirecionalmente ou seja em uma única direção de nó em nó até atingir o
seu destino. Uma mensagem enviada por uma estação passa por outras
estações, através das retransmissões, até ser retirada pela estação destino
ou pela estação fonte.

107
Estrela(hub-and-spoke): Atualmente a topologia com maior utilização é a
topologia em estrela a mesma utiliza cabos de par trançado e um
concentrador como ponto central da rede. O concentrador tem a tarefa de
realizar a retransmição de todos os dados para a estação de destino, mas
com a vantagem de tornar mais fácil a localização dos problemas, já que se
um dos cabos, uma das portas do concentrador ou uma das placas de rede
estiver com problemas, apenas o nó ligado ao componente defeituoso ficará
fora da rede.

Versões de IP

IPV4 32 bits este protocolo pode abranger 2"32 dispositivos, forma xxx: xxx:
xxx: xxx, sendo que cada grupo xxx pode variar entre O e 255.
Ex: 192.168.0.1

108
Classes de IPV4
A classe A: Na classe A os endereços vão de 1.0.0.0 até 127.0.0.0, nesse
caso o primeiro octeto (pri- meiros 8 bits N.H.H.H) de um endereço IP
identifica a rede e os outros 3 octetos restantes ( 24 bits) irão identificar
um determinado host nessa rede.
Ex: 120.2.1.0.

A classe B Já na classe B os endereços vão de o 128.0.0.0 até 191.255.0.0,


os dois primeiros octetos (16 bits N.N.H.H) de um endereço IP identificando a
rede e os outros 2 octetos restantes ( 16 bits) irão identificar um determinado
host nessa rede.
Ex: 152.13.4.0

A classe C Já na classe B os endereços vão de 192.0.0.0 até 223.255.255.0,


onde os três primeiros octe- tos (24 bits N.N.N.H) de um endereço IP
identificam a rede e o restante octeto ( 8 bits) irão identificar um determinado
host nessa rede.
Ex: 192.168.10.0

IPV6 128 bits permitindo agora 2A128 combinações de endereços


diferentes. A sua estrutura é simi- lar à do IPv4, sendo que agora é xxxx : xxxx
: xxxx : xxxx : xxxx : xxxx : xxxx : xxxx, em que cada X corres- ponde a um
número hexadecimal (4 bits).
EX: 2001:0DB8:AD1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1

Exercícios:

01) Urna rede local de endereço IP 192.168.112.0 com sub-máscara


255.255.255.0 foi dividida em 10 sub-redes com máscara de sub-rede
255.255.255.240. O número de endereços IP disponíveis para equipamentos
(hosts) em cada sub-rede é igual a
a) 14.
b) 30.
c) 62.
d) 126.

109
02) Existem duas classes de IP, IPV4 que já está entrando em desuso, haja
vista que, não há mais suporte para suprir a necessidade de urna grande
quantidade de usuários, e para sua substituição já existe o endereço IPv6
que comporta um número bem mais considerável de endereços disponíveis.

GABARITO
l)A
2) C

Conceitos de proteção e segurança


Hoje devido ao crescimento do uso de tecnologias as empresas e
consequentemente houve também o aumento de ataques, por isso, as pessoas
e empresas devem pensar muito na segurança de suas informações.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:

Existem alguns princípios básicos da segurança da informação que seria a


confiabilidade, integridade, disponibilidade, autenticidade, auditoria, privacidade
e legalidade.

Os mais importantes deste são:

Princípio da confiabilidade: São procedimentos para restringir as informações


para que sejam acessadas somente por pessoas autorizadas.

Princípio da integridade: Verificação de que as informações não foram


alteradas.

Princípio da disponibilidade: Informações sempre disponíveis de forma


oportuna quando pedidas por pessoas autorizadas.

Resumindo estes princípios: O sistema de informação tem que ser legais e


corretas, estar sempre disponível, ser acessado somente por pessoas
autorizadas e que tenha como rastrear seu uso.

110
Este resumo tem muito a ver com as empresas, mas você, como usuário pessoal
deve também proteger seu computador, pois existem criminosos digitais
chamados de hackers que tem como objetivo roubar suas informações pessoais
ou mesmo somente danificar a sua máquina.

Para se montar um sistema de segurança existem os controles físicos e lógicos


que são as barreiras para evitar os ataques.

Controles físicos: são barreiras que limitam o acesso de pessoas fisicamente a


informação. Ex: Guardas e portas.

Controles lógicos: são barreiras que impedem ou limitam o acesso à informação


direto na máquina, onde poderia ser acessado online ou por pessoas que não
autorizada que chegaram até a fonte da informação. Ex.: Criptografia, sistemas
biométricos dentre outros.

Mecanismos de segurança de controles lógicos:

Criptografia:

É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e


receptor da informação possa decifrá-la através de uma chave que é usada tanto
para criptografar e descriptografar a informação.

Tem duas maneiras de criptografar informações:

Criptografia simétrica (chave secreta)

Criptografia assimétrica (chave pública)

Criptografia simétrica

Utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas
uma sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para
alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor quanto o
receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a
mensagem.

Criptografia assimétrica

Tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para


qualquer pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave
privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser


descriptografada pela chave privada.

111
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser
descriptografada pela chave pública correspondente.

A Criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e


descriptografar o conteúdo da mensagem.

Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.

Assinatura Digital: É muito usado com chaves públicas e permitem ao


destinatário verificar a autenticidade e a integridade da informação recebida.
Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não
pode alegar que não realizou a ação. A chave é integrada ao documento, com
isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.

Sistemas biométricos: Utilizam características físicas da pessoa como os


olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

QUESTÕES

01 - Julgue verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmativas a seguir, sobre
segurança da informação.

I. Os sistemas biométricos podem requerer identificação por meio de diferentes


características do corpo de uma pessoa, como os olhos, os dedos e a palma da
mão.

II. Dentre os principais pilares da segurança da informação, o princípio da


disponibilidade é a garantia de que a informação esteja disponível de forma
oportuna.

III. Um dos benefícios da criptografia assimétrica é a utilização de assinaturas


digitais, que permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio,
isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação.

A sequência correta é

A I – F; II – F; III – V

B I – V; II – F; III – V.

C I – F; II – V; III – F.

D I – V; II – V; III – V.

112
E I – V; II – V; III – F.

RESPOSTA - LETRA D

Formas de se roubar dados ou invadir computadores:

Vírus através de download, sites suspeitos, e-mails e pen drive são os métodos
mais comuns

Trojans como o Back-orifice instalados no micro

Bugs de segurança do Windows, IE, Netscape, ICQ ou de qualquer programa


que estiver instalado no micro.

Portas TCP abertas

Antivírus desatualizados

Senhas fracas

MALWARE:

Malware (abreviação de “software malicioso”) é qualquer software desenvolvido


para a finalidade de fazer mal a um sistema de computador. A ameaça de
software mal-intencionado facilmente pode ser considerada como a maior
ameaça à segurança da Internet. Anteriormente, vírus foram, mais ou menos, a
única forma de malware. Hoje em dia, a ameaça tem crescido para incluir
network-aware worms, cavalos de Tróia, spyware, adware e assim por diante.

PHISHING:

Método para roubar dados pessoais. Pode acontecer de várias formas, mas as
mais utilizadas são duas:

1.Mensagens instantâneas (Whatsapps) ou e-mail contendo links para você


clicar: Eles roubam contatos de pessoas e mandam estas mensagens como
fosse essas pessoas e pedem para você clicar em algum link.

2.Construções de páginas inteiras como de instituições bancárias, PayPal,


Dropbox, sites do governo entre outros. Eles mandam e-mail para pedir

113
atualizações, validação, confirmação de dados da conta ou dizendo que sua
conta foi bloqueada por acesso ilegal ou algum outro problema. Com isso você
é redirecionado para o site que é exatamente igual ao verdadeiro para você
colocar suas informações.

SPYWARE:

São programas espiões com a função de pegar informações sobre suas


atividades no computador e transmiti-las para outra pessoa ou entidade sem a
sua autorização. Criminosos utilizam para pegar informações financeiras como
contas bancárias, senhas ou informações de seu cartão de crédito. Mas nem
todos os spywares tem objetivos ruins, como por exemplos as empresas de
publicidade que entendendo melhor seu perfil ele mostrará anúncio que surtirão
mais efeito. Mas normalmente o spyware do bem pedirá sua autorização para se
instalar.

Formas de segurança e proteção:

Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação,


ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está acessando o sistema é
quem ela diz ser.

Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes,


pode-se colocar uma identificação biométrica como os olhos ou digital.

Evite colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa
do seu carro.

As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e


caracteres especiais como @ # $ % & *.

Instalação de antivírus com atualizações constantes.

Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados,


principalmente os softwares de segurança e sistema operacional. No Windows
a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.

Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a RECOMENDADA

Anti-phishing

Sempre estar com o firewall ativo.

114
Firewall: É um software que cria uma barreira contra acessos não autorizadas.

Anti-spam instalados

Manter um backup para caso de pane ou ataque.

Evite sites duvidosos.

Não abra e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link)

Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.

Procure sites com https:// ele tem um cadeado e é mais seguro

Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário forneça
somente em sites seguros.

Cuidado com informações em redes sociais.

Instale um anti-spyware.

Temos muitos tipos de vírus como : vírus de boot, worms, spyware, cavalo de
Troia (trojans), Trojans como o Back-orifice, time bomb, hijackers, estado
zombie, vírus de macro e muitos outros malwares.

Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores você deve
ter um antivírus

Antivírus:

O antivírus é um software de proteção do computador que elimina programas


maliciosos que foram desenvolvidos para prejudicar o computador.

O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (cópias) com intenção


de causar dano na máquina ou roubar dados.

O antivírus analisa os arquivos do computador buscando padrões de


comportamento e códigos que não seriam comuns em algum tipo de arquivo e
compara com seu banco de dados. Com isto ele avisa o usuário que tem algo
suspeito para ele tomar providência.

O banco de dados do antivírus é muito importante neste processo, por isso, ele
deve ser constantemente atualizado, pois todos os dias são criados vírus novos.

Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do usuário. Os mais
comuns são através de links recebidos por e-mail ou download de arquivos na

115
internet de sites desconhecidos ou mesmo só de acessar alguns sites duvidosos
pode acontecer uma contaminação.

Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armazenamentos móveis


como HD externo e pen drive. Nestes casos devem acionar o antivírus para fazer
uma verificação antes.

Infelizmente devido à quantidade de vírus que são lançados na internet fica


impossível o antivírus ser 100% confiável.

QUESTÕES

01- Malware (abreviação de “software malicioso”) é qualquer software


desenvolvido para a finalidade de fazer mal a um sistema de computador. A
ameaça de software mal-intencionado facilmente pode ser considerada como a
maior ameaça à segurança da Internet. Anteriormente, vírus foram, mais ou
menos, a única forma de malware. Hoje em dia, a ameaça tem crescido para
incluir network-aware worms, cavalos de Tróia, spyware, adware e assim por
diante. Existem muitos tipos diferentes de Malware, são exemplos, exceto:

A Propagação de vírus & Worms.

B Cavalo de Tróia.

C Spyware.

D Machine Learning.

02- Na contemporaneidade, “Segurança na Internet” parece ser um tema de


grande interesse, talvez pela complexidade (ou simplicidade, dependendo do
ponto de vista) ou talvez pela pouca quantidade de informações disponíveis
sobre o tema. Tanto que entre os 10 livros de informática mais vendidos, 3 tem
como tema os “Hackers”. Existem várias formas de se roubar dados ou invadir
computadores e, 99% das invasões, se dá devido a um (ou vários) dos seguintes
fatores, exceto:

A Trojans como o Back-orifice instalados no micro

B Bugs de segurança do Windows, IE, Netscape, ICQ ou de qualquer programa


que estiver instalado no micro.

C Portas TCP abertas

D Excesso de cuidado e ingenuidade do usuário.

116
03- As atualizações de segurança do Windows podem ajudar a proteger contra
ameaças novas e contínuas à sua privacidade e ao seu computador. Dentre as
opções disponíveis de configuração qual opção é a RECOMENDADA pelo
Sistema Operacional Windows?

A Baixar atualizações, mas permitir que eu escolha quando instalá-las.

B Instalar atualizações automaticamente.

C Procurar atualizações, mas permitir que eu decida quando baixa-las e instalá-


las.

D Nunca verificar se há atualizações.

GABARITO

01 – D

02 – D

03 – B

- Noções de vírus, worms e pragas virtuais


Você deve proteger seu computador, pois existem criminosos digitais chamados
de hackers que tem como objetivo roubar suas informações pessoais ou mesmo
somente danificar a sua máquina.

Aqui falaremos sobre conceitos de proteção e segurança: Noções de vírus,


worms e pragas virtuais.

Para falarmos de vírus, worms e pragas virtuais devemos conhecer o conceito


de Malware.

Malware (software malicioso)

É qualquer software desenvolvido para a finalidade de fazer mal a um sistema


de computador. A ameaça de software mal-intencionado facilmente pode ser
considerada como a maior ameaça à segurança da Internet. Anteriormente, vírus
foram, mais ou menos, a única forma de malware. Hoje em dia, a ameaça tem

117
crescido para incluir worms, cavalos de Troia, spyware, adware e assim por
diante.

Vírus

O vírus é um programa ou parte de um programa que tem a capacidade de se


multiplicar, ou seja, ele faz cópias de si mesmo infectando os arquivos do
computador e outras máquinas. Eles ficam ocultos no sistema até que seja
acionado, ou seja, ele fica inativo no sistema até ser executado pelo usuário sem
perceber e assim infectar o computador. A infecção pode ocorrer de várias
maneiras como por exemplos, clicar em anexos vindo por e-mail, fazer download
em sites não confiáveis, sistema operacional desatualizado ou mesmo conectar
pendrive sem passar um antivírus antes.

Stealth: É uma característica dos vírus usa técnicas para disfarçar quaisquer
modificações feitas no sistema infectado, escondendo-se e dificultando a ação
dos antivírus. Ele tem a capacidade de se remover da memória temporariamente
para evitar que o antivírus o detecte

Vírus Time Bomb (bomba relógio)

É um malware de contagem regressiva. Ele normalmente é pego através de


anexos em e-mail. Ele é instalado, mas só será acionado da data ou momento
previamente definida pelo seu desenvolvedor.

Vírus de boot (vírus de inicialização)

Depois de carregados na memória (RAM) eles alteram o setor de boot de todos


os discos do computador, ou seja, ele infecta o sistema quando o computador é
iniciado.

Worms

Ele é um malware muito parecido com os vírus, pois também se multiplica, mas
é bem mais perigoso do que um vírus, pois ele é um programa autônomo, ou
seja, não necessita de ser acionado pelo usuário para ser ativado e além disso
ele é mais rápido e se espalha pela rede contaminando outras máquinas, por
meio de internet, e-mail, pendrive e etc.

Cavalos de Troia (Trojans)

118
Igual ao cavalo de Troia da Guerra entre Gregos e troianos, este malware finge
ser um software legítimo para enganar o usuário e abrir as portas para que uma
pessoa acesse seu computador ou colete seus dados sem seu consentimento.

Esta pessoa por ter acesso ao seu computador pode enviar spans, infectar
outros computadores e atacar seu servidor.

Ação maliciosa mais comum é o furto de informações sensíveis contidas no


computador infectado

Os Cavalos de Troia (Trojans) são divididos em dois módulos:


o Servidor (instalado no computador da vítima) e o Cliente (instalado no
computador do hacker).

Spyware

São software espiões com o objetivo de coletar informações sobre suas


atividades no computador e transmiti-las para outra pessoa ou entidade sem a
sua autorização. Os Hackers costumam roubar dados financeiros como senhas
e informações bancárias.

Ação maliciosa mais comum é o furto de informações sensíveis contidas no


computador infectado.

Ele também são usados pelas empresas de publicidade, pois entendendo melhor
o usuário ele mostrará uma publicidade mais qualificada. Mas as empresas
sérias pedem autorização para o usuário antes de instalar na máquina.

Adware

São programas que exibe uma grande quantidade de anúncios sem o


consentimento do usuário.

Ele exibe anúncios conforme o seu perfil de navegação. Ele também pode deixar
seu computador vulnerável para a invasão de outros malware.

Este programa é muito usado por desenvolvedores de software gratuitos como


jogos por exemplo, mas nesta situação é pedido a permissão ao usuário através
da licença de uso do aplicativo.

Bot e botnet

119
É um programa que abre uma porta no computador para ser acessado
remotamente. Este computador é conhecido como zumbi por ser controlado
remotamente. Sua infecção e propagação é parecida com a do worms, ou seja,
é um programa autônomo, não necessitando ser acionado pelo usuário para se
propagar. A infecção pode ocorrer por IRC, servidores, e redes do tipo P2P, entre
outros mecanismos.

Ação maliciosa mais comum é o furto de informações sensíveis contidas no


computador infectado.

Hijackers (sequestrador de navegador)

São software que capturam navegadores de internet. Eles tem o objetivo de


alterar a página inicial do navegador para exibir publicidades ou obrigar a
acessar determinados links e impedem o usuário de alterá-la. Normalmente a
pessoa que desenvolve estes Hijackers ganha com a exibição de propaganda
ou acesso aos sites.

Backdoor

É um programa que abre uma porta de acesso para que o invasor retorne para
o computador invadido. Depois de instalado ele pode continuar invadindo
remotamente.

Ransomware

Ele tem a intenção de bloquear o acesso do usuário a determinados arquivos ou


todo o computador, para exigir pagamento para desbloquear este acesso. Ele
criptografa o computador e assim que for pago pelo usuário ele envia uma chave
de descriptografia para ele acessar novamente o computador.

Rootkit

São vários programas com o objetivo de esconder um invasor ou código


malicioso no computador invadido. Ele não é usado para invadir e sim para
manter a invasão.

120
Keylogger (Registrador de teclado)

É um programa que registra tudo que o usuário digita no teclado. A instalação


pode ser feita por contaminação como qualquer malware para roubar senhas
gerais, dados bancários ou mesmo ser instalado por uma pessoa direto na
máquina, como por exemplos uma empresa para monitorar as atividades de seus
funcionários ou pais que querem vigiar os filhos sem serem percebidos.

QUESTÕES

01- Quanto à nomenclatura de um malware, analise as afirmativas abaixo e dê


valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) worm

( ) fandom

( ) spyware

( ) trojan

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

A V, V, V, V

B V, F, V, V

C F, F, V, V

D V, V, V, F

02- O malware, também conhecido como “software malicioso”, pode ser


classificado de várias maneiras para distinguir os tipos únicos entre si. É
importante diferenciar e classificar os vários tipos de malware para saber como
eles infectam os computadores e dispositivos, o nível de ameaça que
representam e como se proteger deles. Neste contexto, o que é um cavalo de
Tróia?

A É um tipo de malware que precisa de um programa host ativo ou de um sistema


operacional ativo já infectado para ser executado, causar danos e infectar outros
documentos ou arquivos executáveis.

B É um tipo de malware que, frequentemente, está disfarçado de software


legítimo. Eles podem ser empregados por criminosos virtuais e hackers para
tentar obter acesso aos sistemas dos usuários.

121
C É um programa malicioso autônomo que se replica e se propaga por redes de
computadores, sem a ajuda das pessoas.

D Nome que se dá a programas criados para exibir anúncios no computador,


redirecionar suas pesquisas para sites de anunciantes e coletar seus dados para
fins de marketing.

03- É correto afirmar que ransonware:

A é uma técnica maliciosa que consiste em uma varredura dos computadores


de uma rede com o objetivo de coletar informações sobre os usuários.

B tem como exemplo os e-mails enviados com campos falsificados.

C é um programa que se propaga no computador de forma a incluir cópias de


si mesmo em softwares e arquivos.

D monitora as atividades de um sistema e envia as informações para terceiros.

E é um tipo de código malicioso que torna inacessíveis os dados de um


computador.

GABARITO

01 – B

02 – B

03 – E

- Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.)


Programa Antivírus e Firewall

Antivírus

O antivírus é um software de proteção do computador que elimina programas


maliciosos que foram desenvolvidos para prejudicar o computador.

122
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (cópias) com intenção
de causar dano na máquina ou roubar dados.

O antivírus analisa os arquivos do computador buscando padrões de


comportamento e códigos que não seriam comuns em algum tipo de arquivo e
compara com seu banco de dados. Com isto ele avisa o usuário que tem algo
suspeito para ele tomar providência.

O banco de dados do antivírus é muito importante neste processo, por isso, ele
deve ser constantemente atualizado, pois todos os dias são criados vírus novos.

Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do usuário. Os mais
comuns são através de links recebidos por e-mail ou download de arquivos na
internet de sites desconhecidos ou mesmo só de acessar alguns sites duvidosos
pode acontecer uma contaminação.

Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armazenamentos móveis


como HD externo e pen drive. Nestes casos devem acionar o antivírus para fazer
uma verificação antes.

Infelizmente devido à quantidade de vírus que são lançados na internet fica


impossível o antivírus ser 100% confiável.

Antivírus mais conhecidos: AVG, Avast, Norton, McAfee e Kaspersky.

Firewall

É um mecanismo que pode ser projetado para bloquear mensagens de saída


com certos endereços de destino ou para bloquear mensagens de entrada de
origens que são conhecidamente fontes problemáticas e que protege tanto os
computadores individuais quanto as redes de computadores.

Pode ser definido também como uma combinação de hardware e software que
isola a rede interna de uma organização da internet em geral, permitindo que
alguns pacotes passem e bloqueando outros.

Uma medida padrão para a proteção da rede e computador pessoal é deixar o


Firewall habilitado e com atualizações constantes.

Firewall é um software ou um hardware que verifica informações provenientes


da Internet ou de uma rede (hosts externos), e bloquei as tentativas de invasão
no seu computador.

Firewall pessoal é um tipo específico de firewall que é utilizado para proteger um


computador contra acessos não autorizados vindos da Internet.

123
O Firewall pessoal registra todas as tentativas de acesso, bloqueia as tentativas
de invasão identificando sua origem. Ele verifica constantemente os conteúdos
de conexões para detectar códigos maliciosos para impedir a comunicação do
invasor com o código instalado, ou seja, caso os dados tenham sido coletados
ele bloqueia o envio deles. Ele também evita que o código malicioso se empalhe
para outros computadores.

Outros tipos de Firewall

Existem Firewalls de segurança utilizados em rede de computadores que


monitoram o seu tráfego de entrada e saída, permitindo-as ou bloqueando-as,
de acordo com um conjunto definido de regras de segurança.

Esses aplicativos podem ser de diversos tipos, como, por exemplo:

(1) Controle de aplicação (servidor de proxy): Eles analisam os dados dentro


de protocolos específicos (SMTP, FTP, HTTP e etc). Aplicações diferentes
podem ter Firewall específicos como sites ou e-mail.

(2) de inspeção de estado: Ele monitora toda atividade desde o momento em


que uma conexão é aberta até o momento em que é fechada, bloqueando o
tráfego de dados de acordo com o estado, a porta acessada e o protocolo
utilizado; Ele analisa todo o fluxo e estado dos pacotes de dados e

(3) de próxima geração: Ele incorpora as funcionalidades de proxy e inspeção


de estado e as melhoram, por meio do reconhecimento, controle e bloqueio das
ameaças modernas, como malware e aplicativos nocivos.

Antispyware

São softwares específicos para combater os Spywares

Mas o que são os Spywares:

SPYWARE:

São software espiões com o objetivo de coletar informações sobre suas


atividades no computador e transmiti-las para outra pessoa ou entidade sem a
sua autorização. Os Hackers costumam roubar dados financeiros como senhas
e informações bancárias.

124
Ação maliciosa mais comum é o furto de informações sensíveis contidas no
computador infectado.

Ele também são usados pelas empresas de publicidade, pois entendendo melhor
o usuário ele mostrará uma publicidade mais qualificada. Mas as empresas
sérias pedem autorização para o usuário antes de instalar na máquina.

Windows Defender:

No Windows 7 e Vista o Windows Defender é só antispyware.

Já nos Windows 8 e 10 ele é antispyware e antivírus.

Computação na nuvem (cloud computing)


Computação em nuvem (cloud computing) é uma tecnologia que permite
acesso remoto a programas (softwares), arquivos (documentos, músicas, jogos,
fotos, vídeos) e serviços por meio da internet.
Com a computação em nuvem os seus dados não estão confinados em um disco
rígido de seu computador, eles estão disponíveis na web. Como por exemplo,
o Google Docs, onde você pode criar documentos e armazená-los on-line.

125
Os principais fornecedores deste tipo de tecnologia são Microsoft, Salesforce,
Skytap, HP, IBM, Amazon e Google.
As principais características da computação em nuvem são a agilidade,
escalabilidade, acesso em qualquer local e por diferentes aparelhos (telefones
celulares, laptops e PDAs), permite o compartilhamento de recursos por um
grande grupo de usuários, serviços fáceis de usar, não sendo necessária
instalação. Porém, o quesito segurança preocupa um pouco. Assim como tem
surgido tecnologias como esta para facilitar o acesso às informações,
paralelamente pessoas especializadas em invadir computadores e programas,
os "hackers" podem invadir nossos dados e roubá-los. No entanto, estas
empresas fornecedoras da computação em nuvem investem muito em
segurança, nos chamados “antivírus em nuvem”
Quando é utilizado a nuvem para armazenamento e edição, não
existe a necessidade de dispositivos de armazenamento em massa
tais como: pen-drives,Cd, Blu-ray, HD, etc. E essa situação
traz várias vantagens para quem faz uso desses serviços.

Principais vantagens de Cloud Computing:

Disponibilidade - As informações( Dados) ficando gravados nos


servidores da Internet ou da Intra- net, o uso pode ser feito de
múltiplos pontos, sendo necessário apenas o acesso à internet.

Serviços sobre demanda (on demand) - O uso e contratação do


serviço, ou mesmo a utilização de algum aplicativo on-line, só são
feitos quando existe real demanda de trabalho por parte do usuário
de tal serviço.

Escalabilidade -Épossível, de acordo com a necessidade de uso,


aumentar o espaço para armazena- mento ou atualizar o serviço
fornecido .

Segurança -Os dados salvos nas nuvens ficam armazenados em


servidores corporativos, ou seja os níveis de segurança são
geralmente mais elevados do que os encontrados em computadores
de uso pes- soal.

Mas como todo serviço também apresenta as suas desvantagens.

Principais desvantagens de Cloud Computing:

126
Comprometimento de dados -

Velocidade de acesso

Custo

Disponibilidade

Cloud Computing(Computação em nuvem)


O sistema de Computação em núvem faz alusão ao uso de sistemas
computacionais, armazenamento, processamento, segurança, sem que esses
recursos estejam fisicamente no computador do usuário.
O serviço de nuvem pode ser oferecido de diversas maneiras, desde um
simples espaço para armazenamento de dados, até um serviço que
disponibiliza programas que podem ser acessados de qualquer lugar do mundo
desde que haja conexão com internet, ou um serviço completo de infraestrutura
computacional, processamento, memória, armazenamento, segurança. Existe
diversos tipos de serviços fornecidos e uma tipologia de arquitetura como por
exemplo:

IaaS – Infrastructure As A Service (Infraestrutura Como Serviço)

Esse tipo de nuvem o próprio usuário faz a adesão de uma infraestrutura que
já vem pronta, tanto hardware como software (“máquinas virtuais”). Nesse
serviço contratado, o usuário possui total controle sobre os recursos aderidos e
se desejar pode fazer uso desses recursos sempre que quiser, bastando
apenas do uso da Internet.
As grandes empresas que necessitam de um servidor controlador de acesso
ou servidor de segurança, mas que não há necessidade de instalar um
computador, utilizam muito esse tipo específico de serviço. Exemplo de
empresas que prestam esse tipo de serviço é a Amazon, Google Cloud
Platform e a IBM.

SaaS – Software As A Service (Software como Serviço)

127
Já esse tipo específico é muito usado para acesso de softwares sem haver a
necessidade destes estarem instalados na máquina do cliente. Quando o
usuário recebe um e-mail com anexos do tipo .docx ou .pdf e consegue abrir
o conteúdo desses anexos no próprio navegador de internet sem a
necessidade de ter instalado na máquina o Word ou um leitor de .pdf. Outro
serviço muito utilizado na Tipologia SaaS é o de armazenamento de dados na
nuvem Cloud Storage (armazenamento em nuvem), onde o usuário contrata
um serviço de armazenamento em nuvem e utiliza programas específicos do
serviço contratado para gerenciar os arquivos armazenados ou utiliza o próprio
navegador de Internet para poder acessar seus recursos salvos em nuvem.
Exemplos de empresas que prestam esse tipo de serviço são Dropbox, iCloud,
google docs.

PaaS – Platforme As A Service (plataforma como Serviço)

Essa tipologia por sua vez é usada basicamente para desenvolvimento de


programas, justamente para os garotos de programa, brincadeira a parte com
essa tipologia não há necessidade de instalar na máquina do usuário os
programas necessários para isso.
Esse tipo de nuvem é bastante aderido por empresas de desenvolvimento de
software, pois em grandes projetos os desenvolvedores podem estar em
lugares diferentes do mundo e com isso é possível utilizar sempre o mesmo
serviço para continuar o desenvolvimento sem a necessidade de ficar
transportando o que já foi programado por todos os lados, já que toda estrutura
necessária é disponibilizada na tipologia PaaS. Exemplo de empresas que
prestam esse tipo de serviço é a Azure, Drupal, Squarespace.

NUVEM PÚBLICA

Os servidores são alocados em data centers externos.


É um serviço de nuvem terceirizado.
Serviço gerenciado pelo provedor de nuvem.
Geralmente usadas para: Web e-mail, aplicativos de escritório online,
armazenamento etc.

Vantagens
Redução de custos – não há necessidade de comprar hardware ou
software.
Sem manutenção – seu provedor de serviços fornece a manutenção.
Escalabilidade.
Alta confiabilidade.

128
NUVEM PRIVADA

Recursos usados exclusivamente por uma única empresa ou


organização.
Localizada fisicamente na organização ou hospedada por um
provedor de serviços terceirizado dedi- cado.
Recursos são mantidos na rede privada
Geralmente usadas por órgãos governamentais, instituições
financeiras e outras organizações de grande porte.

Vantagens

Maior flexibilidade – personalizar o ambiente de nuvem para atender a


necessidades específicas.
Segurança aprimorada – serviço não compartilhado. Maior de controle e
segurança.
Alta escalabilidade.

NUVEM HÍBRIDA
Assim como o nome sugere, nuvem mista ou nuvem híbrida é quando uma
empresa ou organização utiliza os recursos de nuvem pública e nuvem privada
ao mesmo tempo.
Na teoria, esse tipo de nuvem seria o modelo mais indicado para as empresas,
pois esse tipo de implementação oferece muitos recursos de operação. Mas, a
implantação desse tipo de serviço em nuvem é mais cara que a nuvem pública
ou privada, pois ao mesclar os dois tipos de implantação em nuvem, o recurso
pode se tornar economicamente inviável para Pequenas e Médias Empresasbb

Exercícios:

01) Considere hipoteticamente que Ana, analista do Conselho de Arquitetura e


Urbanismo, emitiu um parecer de caráter público e, após a aprovação dele por
instâncias superiores, disponibilizou-o, em formato PDF, no Google Drive,
para acesso de todos os respectivos colegas de trabalho.
No caso apresentado, o tipo de serviço que Ana utilizou se denomina
A) armazenamento em nuvem.
B) armazenamento por correio eletrônico.
C) armazenamento em pen drive.
D) upload em rede social.

02) A computação em nuvem, ou cloud computing, trata a computação como


um serviço oferecido por meio da internet de forma gratuita ou paga. A esse
respeito, assinale a alternativa correspondente à categoria de cloud computing
em que os softwares Google Docs e Gmail são classificados.
A) Documentação de serviços

129
B) Software como serviço
C) Infraestrutura de redes sociais
D) Redes sociais como serviço
E) Hardware como serviço

03) A respeito de computação em nuvem, julgue o próximo item. A computação


em nuvem do tipo software as a service (SaaS) possibilita que o usuário acesse
aplicativos e serviços de qualquer local usando um computador conectado à
Internet.

GABARITO
01 – A
02 – B
03 – C

Fundamentos da Teoria Geral de Sistemas


Introdução à Teoria Geral de Sistemas
A Teoria Geral dos Sistemas busca apresentar uma forma diferente de se ver o
conceito e a aplicação de sistemas como um todo. Não tendo sido desenvolvida
especificamente para uma única área do saber, esta teoria abrange diversos
âmbitos, sendo, portanto, utilizada inclusive no segmento das tecnologias.
Bertalanffy assegura que o conceito de sistemas invadiu todos os campos da
ciência e penetrou no pensamento popular, na gíria e nos meios de comunicação
de massa […]. “Apareceram nos últimos anos profissões e empregos
desconhecidos até pouco tempo atrás, tendo os nomes de projeto de sistemas,
análise de sistemas, engenharia de sistemas e outros.” Logo, levou-se à criação
de uma Teoria Geral do Sistemas (TGS), introduzida inicialmente por Ludwing
Von Bertalanffy.
Em seu livro Teoria Geral dos Sistemas: Fundamentos, desenvolvimento e
aplicações, afirma que “tanto quando é possível saber, a ideia de uma ‘Teoria
Geral dos Sistemas’ foi pela primeira vez introduzida por este autor,
anteriormente à Cibernética, à engenharia dos sistemas e ao surgimento de
campos afins.”

Outros autores que também remetem a origem da TGS à Bertalanffy são


Rossini e Palmisano (2012):

Quando se fala de sistemas um nome deve ser, obrigatoriamente, citado:


Ludwing Von Bertalanffy, um dos mais importantes cientistas do século XX, que
elaborou a teoria geral dos sistemas há mais de trinta anos e que nada perdeu
em importância. Nasceu em 1901 e morreu em 1972. Seus principais legados

130
são: o ‘conceito organísmico’, a ‘construção do organismo como um sistema
aberto’ e a construção da ‘Teoria Geral dos Sistemas (ROSSINI e
PALMISANO, 2012, p.3)

Para Resende e Abreu (2010):

Desde 1950 a Teoria Geral dos Sistemas (TGS) começou a ser estudada como
teoria pelo biólogo alemão Ludwing Von Bertallanffy, abordando as questões
científicas e empíricas ou pragmáticas dos sistemas. O foco de seus esforços
estava na produção de conceitos que permitam criar condições de aplicações
na realidade empírica e pragmática, sob a óptica das questões científicas dos
sistemas.
Fica, portanto, determinada, origem da TGS, e sua importância para o
desenvolvimento dos estudos relacionados aos sistemas como um todo.
Chiavenato (2011) afirma que não há na TGS a busca pela solução de
problemas ou soluções práticas, mas sim: “produzir teorias e formulações
conceituais para aplicações na realidade empírica”.

Segundo Bertalanffy, o “pai” da TGS, os principais propósitos desta


teoria são:

1) Há uma tendência geral no sentido da integração nas várias ciências,


naturais e sociais.

2) Esta integração parece centralizar-se em uma teoria geral dos sistemas.

3) Esta teoria pode ser um importante meio para alcançar uma teoria exata nos
campos não físicos da ciência.

4) Desenvolvendo princípios unificadores que atravessam ‘verticalmente’ o


universo das ciência individuais, esta teoria aproxima-se da meta da unidade
da ciência.

5) Isto pode conduzir à integração muito necessária na educação científica.

Toda teoria tem que basear em algumas premissas, que segundo


Chiavenato a TGS se baseia em 3 a saber:

• Sistemas existem dentro de sistemas.


• Os sistemas são abertos.
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura.

Já tendo abordado o conceito de TGS, suas premissas básicas e sua origem,

131
surge o seguinte questionamento: Qual a definição de sistemas? Essa não é
uma pergunta simples de se respondida, uma vez que existem vários tipos de
sistemas e seria então necessário ter uma definição que abrangesse todas as
ciências. Pode-se começar a apresentar a definição de sistemas a partir da
apresentada por Rezende (2010) que afirma existir vários conceitos, podendo-
se destacar:

* conjunto de partes que interagem entre si, integrando-se para atingir um


objetivo ou resultado;

* partes integrantes e interdependentes que conjuntamente forma um todo


unificado com determinados objetivos e efetuam determinadas funções;

* em informática, o conjunto de software, hardware e recursos humanos;

* componente da tecnologia da informação e seus recursos integrados;

* empresa e seus vários subsistemas ou funções empresariais.

Melo é outra autora que também aborda o tema e segundo sua


conceituação, sistema é:

Um conjunto de elementos, ou componentes que mantém relações entre si.


Componentes e relações formam as características específicas de um sistema,
pois ao conjunto das relações para determinado conjunto de componentes,
estão associadas às ideias de ação ou dinâmica e de resultado.

Um sistema já existe na natureza ou é criado pelo ser humano, em função de


determinada finalidade, para satisfazer uma necessidade que é a razão de sua
existência.

Observa-se que os fundamentos conceituais apresentados para o termo


sistema, não podem abranger todas as áreas do saber, entretanto é possível
construir uma definição genérica que seria: Sistema é um conjunto de partes
que mantém relações entre si com um objetivo comum.

Quando se fala de sistemas, inevitavelmente, depara-se com alguns conceitos


como: entrada ou input, saída ou output e feedback. Por abranger diversas
áreas do saber, esta lista vai variar de acordo com o autor que utiliza termos
diferentes para um mesmo significado, uma vez que cada um tem uma visão
de sistema graças à sua complexidade e por abranger diversas áreas do saber.

132
Chiavenato (2010), Rossini e Palmisano (2012), apresentam perspectivas
distintas em relação a um mesmo termo.
Para Chiavenato (2010), o “sistema recebe entradas (inputs) ou insumos para
poder operar”, podendo estes serem constituídos de “informação, energia e
materiais”.

Já para Rossini e Palmisano (2012, apud LAUDON e LAUDON 1996) uma


entrada (input) é o “ato e efeito de captura ou coleta de dados, sejam internos
ou externos à organização, para processamento no sistema.”

O termo saída (output) para Chiavenato (2010), “é o resultado final da


operação de um sistema. Todo sistema produz uma ou várias saídas”.

De acordo com Rossini e Palmisano), output seria a “saída e distribuição da


informação processada às pessoas, órgãos ou entidades, onde serão usadas
para a tomada de decisão”.

É importante ressaltar que um sistema que não produza saídas para as


pessoas ou outros sistemas é considerado, sistema sem utilidade. E, além
disso, as informações processadas só podem ser utilizadas para o processo de
tomada de decisão se forem claras e concisas.

Sobre feedback ou retroação Chiavenato (2010) descreve sua função


como sendo a de:

comparar a maneira como um sistema funciona em relação ao padrão


estabelecido para ele funcionar. Quando ocorre alguma diferença (desvio ou
discrepância) entre ambos, a retroação incube-se de regular a entrada para
que a saída se aproxime do padrão estabelecido.

Segundo Rossini e Palmisano, feedback são “Saídas que retornam para a


apropriação pelos membros da organização para auxílio na avaliação ou
correção de input.”
Conhecer esses conceitos é importantíssimo para se entender os Sistemas de
Informação como um todo.
Sistemas fechados e abertos: limitações da física convencional

A física convencional só trata de sistemas fechados, que são aqueles que estão
isolados do seu ambiente. Porém, normalmente esses sistemas que só são
estudados em casos isolados nunca aparecem separados do meio, mas sim

133
interagindo com outros sistemas. Somente nos últimos anos que a física passou
a englobar alguns casos de sistemas abertos.
Existe um grande contraste entre a natureza animada e a natureza inanimada,
no ponto de vista da física convencional. O próprio metabolismo humano é um
grande paradoxo, como também o princípio da equifinalidade.
Ao pegar o ponto de vista dos sistemas generalizados, muitas das supostas
violações, paradoxos e contradições da física convencional desaparecem, e o
conceito de sistema aberto pode ser aplicado à níveis não físicos.
Informação e entropia

Outro ramo da física, a teoria da comunicação, é estreitamente ligado à teoria


dos sistemas. Em muitos casos, o fluxo de informações se parece com um fluxo
de energia, em outros, não. Porém, existem formas de “medir” a informação, em
termos de “decisões”.
O segundo conceito geral da teoria da comunicação é o conceito da retroação.
Este conceito é muito usado nos sistemas auto-reguladores, pois garantem uma
“direção” da ação. Um bom exemplo são os mísseis que possuem um sistema
próprio de radar e que procuram pelo alvo. Porém, não é somente em aparatos
tecnológicos que existe retroação. Vários fenômenos biológicos correspondem
ao modelo da retroação, como por exemplo o fenômeno da homeostase.

Causalidade e Teologia

Na concepção mecanicista da física, o mundo dos organismos era visto como


um “produto do acaso”, onde não se entendia o movimento dos átomos, nem as
leis da causalidade.
Os conceitos de teologia e finalidade pareciam estar fora do âmbito da ciência,
e eram tratados como algo estranho pela ciência . Porém, não se pode conceber
um organismo vivo sem tratar dos conceitos da adaptação, finalidade e etc. A
concepção atual considera esses aspectos como “partes” da ciência, e já trata
de modelos como a equifinalidade, retroação e o modelo do “comportamento”
adaptativo.

A teoria geral dos sistemas e a unidade da ciência

A teoria geral dos sistemas tem como função integrar a ciência. Essa integração
não tem como objetivo de reduzir tudo ao nível da física, mas sim na elaboração
de leis que sirvam para todas as áreas.
A concepção humana de “desenvolvimento” está muito ligada ao
desenvolvimento de novas tecnologias e inventos, que inclusive levaram a
grandes catástrofes do nosso tempo. É possível que se tratarmos o mundo como
uma grande organização, daremos mais importância aos seres vivos.
Importância esta que quase perdemos nas últimas décadas.

A teoria geral dos sistemas na educação: a produção de generalistas científicos

A educação convencional trata os campos como domínios separados, e constrói


especialistas, pois não acredita que é possível uma “educação integrada”, onde
o que se aprende possa ser usado mais genericamente, e não só para problemas

134
específicos.
Os benefícios do domínio humano sobre as leis da física são claros, como por
exemplo a nossa tecnologia. Nos campos biológicos, apesar de não serem tão
evoluídos, conseguimos melhoras na qualidade de vida e expectativa de vida.
Mas, todo o controle do ser humano sobre a tecnologia também traz um grande
perigo: o da destruição. Muitas vidas foram tiradas por inventos que nós mesmo
criamos. O homem não é somente um pequeno “animal político”, mas sim um
indivíduo que merece sua importância.

QUESTÃO

1 - Acerca das abordagens clássica e sistêmica da administração, julgue o item


a seguir. De acordo com a abordagem sistêmica da administração, as
organizações, quando vistas como sistemas abertos, podem se adaptar ao
ambiente em que estão inseridas, bem como influenciar fortemente a natureza
desse ambiente.
Gabarito: Certo.

Sistemas de informação
A primeira questão a se pensar em relação a esse assunto é que o sistema de
informação não está restrito a um hardware ou software.
Na verdade, o objetivo dos sistemas de informação é entender e analisar como
ocorre o impacto da adoção das tecnologias de informação nos processos de
decisão gerenciais e administrativos das empresas.
O sistema é dividido em subsistemas.
Um deles é social (incluindo pessoas, informações, processos e documentos) e
o outro, automatizado (composto por máquinas, redes de comunicação e
computadores).
Isso demonstra que realmente as pessoas são fundamentais para essa
ferramenta.
Quais são as características desse sistema?
O sistema de informação pode trabalhar com diversos elementos. Entre eles
estão software, hardware, banco de dados, sistemas especialistas, sistemas de
apoio à gestão etc.
Ou seja, estão inclusos todos os processos informatizados, que podem
disponibilizar a informação correta e fazer a empresa funcionar de maneira
adequada.
No entanto, existem algumas características inerentes a esse sistema que
devem ser levadas em consideração. Veja quais são elas.

135
Relevância

O sistema deve gerar informações relevantes e necessárias à empresa, que


devem ser geradas em tempo hábil e ser confiáveis.

Assim, essas informações têm um custo próximo ao esperado pela organização


e atendem aos requisitos de gerenciamento e operação da empresa.

Integração

Deve haver uma integração entre o sistema de informação e a estrutura da


empresa.

Dessa forma, é mais fácil coordenar os departamentos, setores, divisões e outros


tipos de unidades organizacionais.

Além disso, esse processo de integração facilita e agiliza a tomada de decisões.

Fluxo independente

Essa característica é bastante diferenciada, porque, ao mesmo tempo em que


há um fluxo de processamento de dados, que ocorre de maneira interna e
externa, também há um fluxo independente dos sistemas de informação.

Ele está integrado aos subsistemas existentes e, por isso, age de forma mais
rápida e com menos custo.

Controle

Não é obrigatório, mas os sistemas de informação podem conter ferramentas de


controle interno, cuja finalidade é assegurar que as informações geradas são
confiáveis e atuar de maneira a proteger os dados controlados.

Diretrizes

Servem para garantir que os objetivos da empresa serão atingidos de maneira


objetiva, eficiente e direta.

Quais são os tipos de sistemas de informação?

Como existem diferentes tipos de informação e elas são categorizadas em


nível, também há diferentes tipos de sistemas.

Cada um deles tem especificidades e particularidades, sendo voltado para o


fornecimento de determinado tipo de informação.

136
Esses diversos tipos de sistemas trabalham de maneira integrada, atendendo a
interesses empresariais diversificados. Eles atuam nos níveis estratégico,
operacional, de conhecimento e tático.

Para simplificar, existem 4 sistemas de informação principais. Eles são


bastante conhecidos e utilizados nas organizações do mundo todo. Veja quais
são.

ERP

Os sistemas Enterprise Resource Planning (ou planejamento de recursos da


empresa) são softwares que integram diferentes processos e dados da empresa,
reunindo-os em apenas um local.

Dessa forma, os dados de todos os departamentos da organização são


integrados e armazenados.

Os dados fornecidos pelos softwares ERP ajudam a trazer mais agilidade aos
processos e permitem cumprir a produção por demanda, também chamada de
just in time.

O objetivo é reduzir os estoques e até mesmo eliminá-lo, evitando os gastos com


armazenamento.

Um exemplo de funcionamento do software ERP é no momento da venda de


uma mercadoria.

Enquanto a venda é realizada, os departamentos de produção e de compras são


automaticamente alertados.

Assim, é possível verificar se há todos os produtos ou se será necessário adquirir


algo. Além disso, é possível identificar a necessidade de repor os estoques.

CRM

Os softwares Customer Relationship Management (ou gestão do


relacionamento com os clientes) automatizam todas as funções relativas ao
contato com os clientes, permitindo que as organizações coletem e armazenem
os dados de contato, as preferências dos clientes, o histórico de compras deles
etc.

Assim, a empresa pode contatar os clientes para estratégias específicas, com o


objetivo principal de atender às necessidades dos consumidores de maneira
antecipada.

SCM

137
Já os sistemas Supply Chain Management (ou gestão da cadeia de
fornecimento) integram os diferentes processos relativos os fornecedores de
serviços, produtos e informações.

A finalidade é criar valor para o consumidor, satisfazendo-o quando ele adquire


um produto ou serviço.

Assim, esse tipo de software integra os dados relativos a fabricantes,


fornecedores e pontos de venda, garantindo que os produtos sejam entregues
nas quantidades necessárias e no prazo correto, evitando a falta de mercadorias
e o excesso de estoque.

Assim, alcança-se um bom nível de serviço ao mesmo tempo em que os gastos


são reduzidos.

É importante ressaltar que esse software é composto pelos sistemas de


gestão de suprimentos e componentes, da cadeia de suprimentos, da estrutura
de produto, do rastreamento de origem e uso e de controle da cadeia de
suprimentos.

Dessa forma, consegue-se fazer desde a previsão de vendas, inventário e


classificação de itens até reduzir o custo de manipulação e criação de peças.

SIG

Os Sistemas de Informação Gerenciais são bastante voltados para o apoio


à tomada de decisões e atuam nos níveis estratégico, operacional e tático.

As informações podem ser fornecidas por meio de gráficos, planilhas ou, mais
comumente, relatórios.

No caso dos relatórios, eles podem ser categorizados em 4 tipos, como você
verá a seguir.

- Relatórios programados

São uma das formas mais tradicionais para o fornecimento de informações.


Como o próprio nome afirma, eles são programados, ou seja, são gerados de
acordo com uma programação.

Alguns exemplos de relatórios programados são os de vendas por dia e por


semana e as demonstrações financeiras mensais, por exemplo.

- Relatórios de exceção

São gerados em situações excepcionais com a finalidade de obter informações


específicas.

Por exemplo, um relatório focado na lista de inadimplentes ou um que


apresente os clientes que ultrapassam o limite de crédito ofertado.

138
- Informes e respostas por solicitação

Apresentam as informações de acordo com a solicitação do empreendedor.


Por isso, não fornecem dados específicos, mas sim uma visão geral para que o
gestor possa analisar os dados rapidamente e encontrar soluções imediatas.

- Relatórios em pilhas

As informações são colocadas em pilha na área de trabalho em rede do gestor


ou empreendedor. Assim, ele pode acessar o relatório sempre que quiser ou
precisar.

- Fases e etapas de sistema de informação


Fases do processo de desenvolvimento de um sistema de informação
Todos os projetos de sistema de informação, independente de tamanho,
tecnologia ou complexidade, têm um ciclo de vida, conhecido como ciclo de
desenvolvimento de sistemas de informação. Esse ciclo compreende: definição,
análise, projeto, implantação, operação e manutenção.

139
Quais as principais etapas de resolução de problemas durante o
desenvolvimento de novos sistemas de informação?
Os passos para resolução de problemas durante o desenvolvimento de novos
sistemas de informação são: definir e entender o problema, desenvolver
soluções alternativas, escolher a melhor solução e implementar a solução.
Quais são as disciplinas e as etapas de desenvolvimento de sistemas
explique cada uma delas?
Projeto ou Análise, codificação, testes, Implantação, treinamento e manutenção.
Veja esta proposta das possíveis etapas para o desenvolvimento de softwares.
O que é a evolução de um sistema de informação?
O grande salto evolutivo nos sistemas de informação aconteceu nos anos 1980,
com a popularização dos computadores. A globalização, que teve início no final
dos anos 70 do século XX, aumentou significativamente as transações
comerciais entre as nações, o que impactou diretamente a produção das
empresas.
Quatro etapas para a construção de um sistema de informação:
• Definição e entendimento do problema.
• Desenvolvimento de soluções alternativas.
• Avaliação e escolha de soluções.
• Implementação da solução.
O desenvolvimento de sistemas é um processo que ocorre em algumas etapas,
como projeto ou análise, codificação, testes, implantação, treinamento e
manutenção. A definição das etapas pode variar de caso para caso, mas de uma
forma geral o processo de desenvolvimento está relacionado às seguintes
etapas:
Projeto ou Análise
O projeto é a parte mais importante do sistema. Nele é definido o que, como,
quando e porque será feito.
No projeto são realizados diversos tipos de análises, protopipação, desenhos de
cenários, diagramas e outras representações para tentar aproximar ao máximo
a expectativa e o resultado final do sistema.
Codificação
A codificação é o desenvolvimento propriamente dito. Aqui são escritas milhares
de linhas de códigos que interligação o sistema com bancos de dados e outros
dispositivos a fim de produzir o resultado que foi especificado no projeto.
A codificação é uma atividade subordinada no projeto.

140
Testes
A etapa de testes é importante para verificar a existência de falhas ou se o
sistema está se comportando dentro dos princípios do projeto.
A realização de testes não deve ser feita de qualquer maneira ou por qualquer
pessoa. Para obter um bom resultado, o ideal é estabelecer procedimentos para
testes, que deverá incluir:
▪ O que deve ser testado;
▪ Qual dado deverá ser inserido;
▪ Qual o perfil da pessoa que irá testar: amador, experiente, usuário, etc;
▪ Se o procedimento deverá ser repetido com variações de dados;
▪ Entre outros.
O relatório de testes deverá constar como e quando os testes foram feitos, bem
como se o resultado foi satisfatório ou não.
Implantação e treinamento
Se aprovado nos testes, o sistema deverá ser implantado, isto é, colocar em
produção. Em muitos casos a implantação é a etapa mais dolorosa do processo
de desenvolvimento de sistemas, já que implicam movimentar pessoas,
hardwares, softwares e muitas vezes com a empresa em pleno funcionamento.
Dependendo do tipo e tamanho do sistema é necessário determinar momentos
estratégicos para a implantação a fim de provocar menos impacto nos
procedimentos da empresa.
Manutenção
A última etapa do processo de desenvolvimento de sistemas é a manutenção.
Ela inicia logo após a implantação e não terá fim, ou seja, existirá enquanto o
sistema existir.
A manutenção é uma etapa de muitas controvérsias, por isto é importante existir
um documento que regulamente o que é manutenção, quais as
responsabilidades de clientes, usuários e desenvolvedores, bem como os custos
envolvidos nessas atividades.

Teoria da informação
-Conceitos de informação, dados, representação de dados, de conhecimentos,
segurança e inteligência
A teoria matemática da informação estuda a quantificação, armazenamento e
comunicação da informação.

141
A medida chave em teoria da informação é a entropia. A entropia é o grau de
casualidade, de indeterminação que algo possui. Ela está ligada à quantidade
de informação. Quanto maior a informação, maior a desordem, maior a entropia.
Quanto menor a informação, menor a escolha, menor a entropia.
Por exemplo, a saída de um cara ou coroa de uma moeda honesta (com duas
saídas igualmente prováveis) fornece menos informação (menor entropia) do
que especificar a saída da rolagem de um dado de seis faces (com seis saídas
igualmente prováveis). Algumas outras medidas importantes em teoria da
informação são informação mútua, informação condicional e capacidade de um
canal.
Dado, Informação e Conhecimento

INTELIGENCIA Ser humano e


CONHECIMENTO Inteligência Artificial
INFORMAÇÃO Sistemas de Informação
METADADOS Documentos, Planilhas,
DADO Arquivos etc.

Dado:
Dados são uma série de fatos discretos que servem como base para a
construção da informação e do conhecimento.
Um dado não apresenta um significado importante e não leva a nenhuma
compreensão quando analisado sozinho.

Dados são “matéria-prima” da informação


Ex: Cidade, nome, escolaridade e etc.
São registros soltos

Tipos de Dados
De modo geral, existem três tipos de dados:
- Qualitativos: qualidade de algo;
- Quantitativos: números;
- Categóricos: categorias.

Metadados:
Metadados tem a função de informar “do que se trata” um determinado dado
numa linguagem de computador.

142
Definições e regras de negócio, detalhes de segurança, informação de domínios,
tags XML são metadados.
Informação:
Informação nada mais é do que uma estruturação e organização de dados.
Sua finalidade é reduzir incertezas, a fim de levar ao conhecimento.
Conhecimento:
É a informação processada e já transformada em experiência por uma pessoa.
Conhecimento Tácito: conhecimento informal, adquirido com as experiencias ao
longo da vida (constituído na mente).
Conhecimento explícito: conhecimento interno estruturado, como manuais de
produtos e guias instrucionais.
Inteligência:
Capacidade de compreender e resolver novos problema e conflito e adaptar-se
a novas situações.
Inteligência envolve o poder de síntese de uma determinada situação.

QUESTÕES
01- (CESPE 2018) Julgue o próximo item, a respeito da teoria da informação e
de sistemas de informação.
O conceito de conhecimento é mais complexo que o de informação, pois
conhecimento pressupõe um processo de compreensão e internalização das
informações recebidas, possivelmente combinando-as.
( ) CERTO
( ) ERRADO

02- (CESPE/2018) Julgue o item a seguir, a respeito da teoria da informação e


de metadados de arquivos.
O conhecimento é embasado na inteligência das informações que são coletadas
e analisados para uma organização.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Gabarito:
01 – C

143
02 – E

Banco de dados
Conceitos Banco de Dados

A Priore precisamos conhecer os termos usados em bancos de dados e


na sequencia alguns conceitos de projeto. Primeiro termo que
analisaremos será o Esquema

Um esquema nada mais é do que projeto do banco de dados, e o mesmo


é formado por suas entidades e relacionamentos, indicando a organização
dos dados; um esquema consiste na descrição de um bane de dados.

O próximo termo do qual falaremos é sobre Instância

A melhor definição sobre Instância ( É um esquema populado com dados


vistos em determinado instante.)

Entidade

Quando falamos em entidade não tem nada a ver com um ser do outro
mundo. Outra definição bem aceita e muito citada é tabela, é urna
estrutura composta:

Colunas Que serão chamadas de atributos.


Linhas Que serão chamadas de tuplas.

Relacionamento

Nada mais é do que urna associação entre entidades que mostrará


sua interligação, exemplo: urna pessoa X trabalha em um
departamento Y , departamento e pessoa são considerados
entidades, a definição trabalha em é um relacionamento que há
entre as entidades.

144
Atributos

Os atributos por sua vez são os dados do qual são armazenados acerca
de urna determinada informação e que são definidos com domínios
específicos. O domínio (tipo de informação: valor inteiro, real, texto,
palavra, caractere, booleano - aqui citados, a fim de entendimento na
aplicação prática, recebem outros nomes).

Os atributos podem ser classificados em:

Simples
compostos
Monovalorados
multivalorados
Nulo
Derivado
Ao realizar a definição de um relacionamento entre duas entidades, é necessário
definir qual é essa relação, e muito importante também definir sua cardinalidade.
A cardinalidade define se uma entidade pode ter apenas uma instância de outra
entidade atrelada a ela (um para um) ou se ela pode ter várias instâncias (um
para muitos).
Exemplos:
Um para muitos
Muitos para muitos

Modelo Entidade Relacionamento


Esse modelo conhecido como MER, é a forma mais abstrata de se
compreender os dados de um BD(Banco de Dados); este é utilizado na
etapa inicialização da descrição de um banco de dados
No MER apresenta basicamente as entidades, que são definições de
estruturas independentes tais como: pessoa, empregado, carro, locação.
Cada entidade possui atributos, que podem ser chamados pra melhor
entendimento de características que o definem. Por exemplo, a entidade
pessoa contém dados do tipo nome, RG, CPF, nascimento, idade, endereço
A essa coleção de dados de cada pessoa dá-se o nome de tupla

145
Exemplo:
Uf(UF Código, UF_Sigla, UF_Nome)
Cidade( Cdd Codigo, UF_Codigo, Cdd_Nome, Cdd_DDD)
PssFisica(PssFsc Codigo, PssFsc_Nome, PssFsc_CPF, PssFsc_RG,
PssFsc_Rua,

DER
O Diagrama Entidade Relacionamento é uma espécie de detalhamento
de um MODELO ENTIDADE- RELACIONAMENTO ( MER), ou seja, é uma
estrutura mais visual das ligações que existem entre as entidades Na figura
abaixo podemos ver basicamente como funcionam.

Símbolo Significado

Tipo de Entidade

Tipo de Ertidade-Fraca

<> Tipo de Relacionamento

◊ Tipo de Relacionamento Identificador

Atributo
-----e)
Atribut0-Chave
------Q
Atributo Multivalorado
----O>
Atributo Composto

Atributo Derivado

Participação Total de E2 em R

Razão de Cardinalidade 1:N para E1:E2 em R

Restrição Estrutural (min, max)


na participação de E em R

Figura 1: Resumo da notação para diagramas ER fonte: Navathe, 2005

SQL
SQL é a linguagem padrão usada para a criação, manipulação e
consulta a bd. Standard Query Location, ou simplesmente SQL é uma
linguagem estruturada que se baseia nas operações da Álgebra Relacional

146
para seleção de linhas e colunas de dados das tabelas ou de junções
destas em um Banco de Dados.

Os comandos mais recorrentes em provas de


concursos do SQL são : SELECT, FROM,
WHERE.

DataMining

Se formos realizar a tradução ao pé da letra, definiremos data rnining corno


urna Mineração de Dados, nada mais é do que um conjunto de ferramentas
e técnicas empregadas com intuito de se retirar conhecimento de base
dados, em destaque de wharehouse.

Data Mining refere-se à extração ou descoberta de novas informações em


grandes quantidades
de dados. Existem vários aspectos da técnica, dentre os quais se destaca
o reconhecimento de padrões por meio de comparação e análise dos dados,
um dos principais exemplos de aplicação da técnica foi pelo Walrnart.

A empresa tinha corno meta conhecer o cenário de suas vendas, corno por
exemplo: qual produto era mais vendido em determinado dia da semana, em
cima dos dados obtidos constatou-se que os produtos mais vendidos eram
cerveja e fralda.

As técnicas para mineração consistem em três etapas e são:


Preparação: O importante nessa etapa é realizar a definição de quais e que
tipo de dados são importantes; Data Mining: Os dados serão coletados e
desses dados coletado a transformação para que seja mais fácil identificar as
relações corno a explanação dos dados na forma de gráficos.
Análise de Dados: Nessa última fase os dados são comparados e busca-se
entender o que eles podem representar e corno podem ser usados.
Nestas etapas nota-se a utilização de algumas tecnologias corno:
IA e sistemas especialistas.
Redes neurais e seus paradigmas de aprendizado
supervisionado e não supervisionado. Data Wharehouse na
organização dos dados.

A maior dificuldade enfrentada é entender as relações entre os


dados obtidos pela técnica. Descoberta de Conhecimento

A Mineração de Dados é apenas parte do processo de descoberta do


conhecimento. A descoberta

147
de conhecimento em banco de dados é também chamada de KDD
(Knowledge Discovery in Databases). Por sua vez, o processo de
descoberta em si é dividido em seis fases:
1) Seleção de dados;
2) Limpeza de dados;
3) Enriquecimento;
4) Transformação ou codificação de dados;
5) Mineração de Dados;
6) Relatório e exibição da informação descoberta.

Exercícios:

Acerca de Data Mining e de Data Warehouse, julgue o item subsecutivo.


01. Os principais processos de Data Mining são a identificação de
variações, embasada em normas, a detecção e análise de
relacionamentos, a paginação de memória e o controle de periféricos.
Certo ( ) Errado ( )
Acerca de Data Warehouse e Data Mining, julgue o item subsequente.

02. Os objetivos do Data Mining incluem identificar os tipos de


relacionamentos que se estabelecem entre informações armazenadas
em um grande repositório.
Certo ( ) Errado ( )

03. Qual o tipo de descoberta de conhecimento por meio de Mineração


de Dados (do inglês "Data Mining"), em que se relaciona a presença
de conjuntos de itens diversos, como por exemplo: "Quando uma
mulher compra uma bolsa em uma loja, ela está propensa a comprar
sapatos"?
a) Hierarquias de classificação.
b) Padrões sequenciais.
c) Regras de associação.
d) Séries temporais.
e) Agrupamentos por similaridade.

04. Processo de explorar grandes quantidades de dados à procura


de padrões consistentes, como regras de associação ou sequências

148
temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos
entre variáveis, detectando assim novos subconjuntos de dados é
conhecido como
a) Data Warehouse.
b) SGBD.
c) Mineração de Dados (Data Mining).
d) modelagem relacional de dados.
e) Mineração de Textos (Text Mining

GABARITO
01 – ERRADO
02 – CERTO
03 – C
04 – C

- Base de dados, documentação e prototipação


Bases de dados
São conjuntos de arquivos relacionados entre si com registros sobre pessoas,
lugares ou coisas. São coleções organizadas de dados que se relacionam de
forma a criar algum sentido (informação) e dar mais eficiência durante uma
pesquisa ou estudo científico.
Os bancos de dados são operados pelos Sistemas Gerenciadores de Bancos de
Dados (SGBD).
Modelos de base de dados
Existem vários Modelos de Base de Dados: Modelo Plano (ou tabular), Modelo
em Rede, Modelo Hierárquico, Modelo Relacional, Orientado a objetos e Objeto-
Relacional.
O modelo plano (ou tabular) consiste de matrizes simples, bidimensionais,
compostas por elementos de dados: inteiros, números reais, etc. Este modelo
plano é a base das planilhas eletrônicas;
O modelo em rede permite que várias tabelas sejam usadas simultaneamente
por meio do uso de apontadores (ou referências). Algumas colunas contêm
apontadores para outras tabelas ao invés de dados. Assim, as tabelas são
ligadas por referências, o que pode ser visto como uma rede;
O modelo hierárquico é uma variação particular do modelo em rede, limita as
relações a uma estrutura semelhante à de uma árvore (hierarquia - tronco,
galhos), ao invés do modelo mais geral direcionado por grafos;

149
Bases de dados relacionais consistem, principalmente de três componentes:
Uma coleção de estruturas de dados, conhecidas como relações, ou
informalmente tabelas;
Uma coleção dos operadores, a álgebra e o cálculo relacionais; e
Uma coleção de restrições da integridade, definindo o conjunto consistente de
estados de base de dados e de alterações de estados. As restrições de
integridade podem ser de quatro tipos: de domínio (também conhecidas como
type), de atributo, relvar (variável relacional) e restrições de base de dados.
Um banco de dados possui vários tipos de usuários, que exercem atividades
diferenciadas, de acordo com seu contexto:
- DBA
- Analista Sistemas / Programador
- Usuário Final
DBA – Data Base Administrador
Administrador de banco de dados (DBA): Responsável por monitorar e gerenciar
todas as bases de dados criados no SGBD.
Controla as permissões dos usuários, realiza backups, recupera dados em caso
de falhas, monitora os serviços (Jobs) de usuário.
Analista de Sistemas e Programadores
O Analista de Sistemas e Programadores são responsáveis por modelar a base
de dados e implementá-la no SGBD escolhido.
Também são responsáveis por desenvolver a aplicação (em linguagem de
programação) e conectar essa aplicação à base de dados do sistema.
Usuários Finais
Os usuários finais são aquelas pessoas que vão trabalhar diariamente com as
aplicações desenvolvidas.
São responsáveis por “alimentar” o banco de dados e alterar os dados
armazenados. Não possuem nenhum conhecimento sobre o SGBD utilizado.

USUÁRIO
FINAL
ANALISTA /
PROGRAMA
DOR APLICAÇÃO APLICAÇÃO APLICAÇÃO
01 02 03
SGBD
DBA BANCO DE BANCO DE BANCO DE
DADOS 01 DADOS 02 DADOS 03

150
Um Banco de Dados é a representação de algum aspecto do mundo real.
Prototipação
A prototipação é uma forma de visualizar a sua ideia antes mesmo de tirá-la do
papel. Ela é de extrema importância para startups, uma vez que evita maiores
gastos no desenvolvimento.
Então a prototipação busca simular a experiência do usuário com a solução final
e mostrar como serão as funcionalidades. É a tangibilização da ideia!
O principal benefício de prototipar é, justamente, permitir ver a ideia no papel,
tirando ela do mundo abstrato e jogando para o mundo material. Seu objetivo é
validar os requisitos do usuário.
Tipos de prototipação
Baixa fidelidade X Alta fidelidade: de acordo com o nível de fidelidade do
protótipo com o produto final.
Protótipos baixa fidelidade tem um baixo nível de detalhes, mas representa as
funcionalidades e é muito barato e rápido de fazer, além de ser facilmente
descartável.
Protótipos de alta fidelidade são bem próximos do produto final. Tenta
apresentá-lo da forma mais fiel possível.
Horizontal X Vertical: de acordo com o escopo de funcionalidades e a
profundidade dos protótipos.
A prototipação horizontal apresenta várias funcionalidades da versão final,
mas não se aprofunda em cada uma delas.
Prototipação vertical, os requisitos são analisados de forma mais profunda.
Porém, com mais detalhes, são apresentadas menos funcionalidades.
Descartável X Evolutivo: se o protótipo será reutilizado ou não no
desenvolvimento final.
O protótipo evolutivo passará por diversas transformações até chegar na versão
final. Ou seja, o protótipo será reutilizado ao longo do processo de
desenvolvimento.
Prototipação descartável é usado apenas para visualizar o produto, depois é
descartado.
Ferramentas para prototipação
Webflow: plataforma no-code para design e desenvolvimento de páginas web.
Sketch: plataforma para design digital.
Figma: ferramenta colaborativa de design de interface.
Adobe XD: a ferramenta colaborativa da Adobe para UX/UI.

151
PowerPoint: você pode usar o famoso PowerPoint para organizar protótipos.
NinjaMock: ferramenta de wireframes e mockups online.
Framer: ferramenta de prototipação para equipes.
Figma: ferramenta de design de interface colaborativa.
Miro: plataforma de whiteboard gratuita e colaborativa.
InVision: plataforma de design, fluxo de trabalho e colaboração.

- Modelagem conceitual: abstração, modelo entidade-relacionamento, análise


funcional e administração de dados
A finalidade do modelo conceitual de dados é capturar os requisitos de
informação e regras de negócio sob o ponto de vista do negócio. Para isto, torna-
se necessário o entendimento e a correta aplicação dos mecanismos de
abstração, utilizados na modelagem conceitual de dados.
Elementos Estruturais de um Modelo Conceitual de Dados
1 - Entidades
Formam um conjunto de “coisas” com conceitos comuns às quais desejamos
armazenar os dados.
Entidades podem ser pessoas, lugares, organizações, objetos físicos e
tangíveis.
As entidades são representadas através de um retângulo com o nome da
entidade escrito em seu centro.

As entidades fortes possuem um alto grau de independência de existência de


identificação. Geralmente, outras entidades podem depender dela para serem
identificadas. Podemos tomar como exemplo a entidade “BANCO”, onde a
existência da mesma não depende de nenhuma outra entidade para ser
identificada.
2 - Relacionamentos
Relacionamentos são associações entre entidades com um significado
específico dentro do mundo real. Os objetos do mundo real não ocorrem de
forma isolada, eles se associam ou se vinculam.

152
A figura de um relacionamento é representada através de um losango, tal como
as entidades os relacionamentos são classificados em fortes ou fracos. Tal como
as entidades, os relacionamentos também possuem nome e devem expressar o
real significado dentro do contexto modelado.

DEPENDENTE é uma entidade fraca em relação ao EMPREGADO, sempre que


esta relação existir de forma fraca, o relacionamento também será fraco, por esta
razão o losango desta relação está representado com uma linha dupla. Já na
relação entre EMPREGADO e CARGO não há dependência de existência ou
identificação, pois um CARGO não depende de um EMPREGADO para existir e
ser identificado e vice-versa.
Grau dos Relacionamentos
O grau de um relacionamento corresponde ao número de entidades envolvidas
na mesma relação. O grau de um relacionamento pode ser:
Binário: Onde duas entidades participam de um relacionamento. Este é o grau
utilizado na maioria dos relacionamentos.
Ternário: Onde três entidades participam de um relacionamento. Muito se
discute sobre o uso e aplicabilidade de relacionamentos com grau maior que dois
(ternários e n-ários) em modelos de dados. Alguns autores sugerem inclusive
que esses relacionamentos não sejam adotados.
N-ário: Onde quatro ou mais entidades participam de um relacionamento.

153
Cardinalidade
A cardinalidade representa a quantidade de vezes que um elemento de um
conjunto de entidades pode, em um determinado instante, estar associado em
um dado relacionamento, a outros elementos de outras entidades.
A cardinalidade de uma relação é definida em cada um dos sentidos do
relacionamento por um conjunto (x,y) onde x representa a cardinalidade mínima
e y representa a cardinalidade máxima.

EMPREGADO trabalha em uma e somente uma EMPRESA e, em uma


EMPRESA trabalham nenhum ou vários EMPREGADOS. Ou seja, dentro do
contexto que foi modelado, é impossível existir um EMPREGADO sem uma
EMPRESA associada, porém é totalmente viável criar uma EMPRESA e não
associar inicialmente algum EMPREGADO.
Tipos de Relacionamentos
O simples fato de associar duas entidades através de um relacionamento com
suas cardinalidades às vezes não são suficientes para representar todas as
regras de negócio existentes dentro dessas relações.
Para isto, podemos usar mecanismos de representação um pouco mais
detalhados. Sob esta ótica, podemos ainda classificar os relacionamentos em
três tipos:
Relacionamentos independentes;
Relacionamentos Contingentes;

154
Relacionamentos mutuamente exclusivos.
Relacionamentos Independentes:
Tipo de relacionamento presente na maioria das relações. Não há necessidade
de interpretação simultânea de outro relacionamento. Ou seja, é independente,
não depende de ninguém para existir ou influenciar o seu comportamento.
Relacionamentos Contingentes:
Estabelecem associações simultâneas entre os elementos envolvidos. Ou seja,
mais de um relacionamento deve ocorrer em um mesmo instante.
Sua representação é recomendada, pois envolvem regras de negócio
específicas que se não mapeadas neste momento, fatalmente serão esquecidas
mais adiante no decorrer do projeto.

Relacionamentos Mutuamente Exclusivos:


Estabelecem associações onde, se um relacionamento ocorre, os outros não
deverão ocorrer em relação a um determinado objeto.
Sua representação é recomendada, pois envolvem regras de negócio
específicas que se não mapeadas neste momento, fatalmente serão esquecidas
mais adiante no decorrer do projeto.

155
Reflete um exemplo onde uma obra é gerida por uma Empresa Privada ou por
uma Unidade Federativa ou por um Município. Ou seja, três tipos de entidades
podem gerir uma obra, porém somente uma é a entidade gestora.
3 - Atributos
Os atributos são informações que caracterizam as entidades e os
relacionamentos. Um atributo pode: identificar, descrever, qualificar, quantificar
ou registrar o estado/situação/ocorrência de uma entidade.
Atributo identificador: Representado através de uma bola cheia na extremidade
do atributo. Atributos identificadores identificam ou compõe a identificação única
de uma ocorrência em uma entidade. Vale ressaltar que uma entidade e/ou
relacionamento pode possuir mais de um atributo identificador, desde que os
mesmos em conjunto componham a identificação única.
Atributo não identificado: Representado através de uma bola vazia na
extremidade do atributo. Corresponde a maioria das ocorrências de uma
entidade. Além disso, atributos não identificados podem ser opcionais, ou seja,
em algumas instâncias de entidade, alguns atributos poderão conter valores
nulos.
Atributos multivalorados: Representado através de uma flor ou asterisco na
extremidade do atributo.
Atributos multivalorados são utilizados para representar mais de uma ocorrência
de valor de um atributo dentro de uma mesma instância de uma entidade.
Atributos compostos: Representados através de uma oval com vários nós na
extremidade do atributo.
Atributos compostos são utilizados para representar mais de um tipo de
informação (qualificação) em um atributo. Tal como o atributo multivalorado, seu
uso é recomendado somente no modelo conceitual de dados.

156
Mecanismos avançados de abstração utilizados em um Modelo Conceitual de
Dados
Os mecanismos avançados de abstração são excelentes recursos para melhorar
o entendimento e representação dos modelos de dados. Alguns mecanismos
como o auto relacionamento já são bastante utilizados pelos técnicos que
produzem os modelos de dados. As seções a seguir irão detalhar e mostrar
exemplos de como esses mecanismos são utilizados.

1 - Repetição
Existem situações em que uma mesma instância de uma entidade pode
selecionar com outra mesma instância de outra entidade várias vezes.
A repetição permite representar as regras de negócio que expressam a
quantidade de instâncias de relacionamentos que podem ser estabelecidos entre
os mesmos elementos das entidades participantes de um relacionamento.
Quando trabalhamos com o mecanismo de Repetição, é obrigatória a existência
de um atributo identificador no relacionamento onde ocorre a repetição.
A repetição é indicada no modelo através de um número que indica quantas
vezes uma mesma instância de uma entidade pode se relacionar com outra
instância mais de uma vez em outra entidade. Se o número de vezes for
indefinido utiliza-se a letra “N”.

No exemplo acima temos a representação de um relacionamento onde são


registrados os cartões (amarelo ou vermelho) recebidos pelos jogadores de
futebol em uma partida. Conforme regra vigente, um jogador não pode receber
2 cartões amarelos em uma mesma partida. Se isto acontecer, o segundo cartão
amarelo é convertido em vermelho e ele é automaticamente expulso da partida.
O número 2 colocado em cima do relacionamento “punição” representa esta
regra.
2 - Auto Relacionamento

157
O auto relacionamento, também conhecido como relacionamento recursivo
representa a associação entre elementos pertencentes à mesma entidade.
Em um auto relacionamento temos sempre dois papéis formados pelos
elementos de uma entidade. A representação desses papéis é obrigatória e
fundamental para o entendimento do modelo. De forma geral, prefiro utilizar um
substantivo para nomear o relacionamento e verbos ou expressões verbais para
nomear os papéis.
3 - Generalização e Especialização
Existem situações onde precisamos representar entidades comuns com um
maior ou menor grau de propriedades em cada uma, sempre mantendo uma
visão hierárquica entre essas entidades. Dependendo da situação, podemos
utilizar a Generalização ou a Especialização.
A consiste em criar um conceito superior para as entidades existentes, mantendo
uma relação de hierarquia de entidade entre a nova entidade (entidade pai) e as
entidades já existentes (entidades filhas).
ABSTRAÇÃO
Uma camada de abstração de banco de dados é uma interface de programação
de aplicações que unifica a comunicação entre uma aplicação de computador e
bancos de dados como o SQL Server, DB2, MySQL, PostgreSQL, Oracle ou
SQLite. Tradicionalmente, todos os fornecedores de bancos de dados fornecem
suas próprias interfaces sob medida para os seus produtos, o que deixa o
programador de aplicações implementar código para todas as interfaces de
banco de dados que ele ou ela deseja suportar. As camadas de abstração de
banco de dados reduzem a quantidade de trabalho fornecendo uma API
consistente para o desenvolvedor e esconde os detalhes do banco de dados
atrás desta interface tanto quanto possível. Existem muitas camadas de
abstração com interfaces diferentes em várias linguagens de programação. Se
uma aplicação possui tal camada embutida, ela é chamada de agnóstica a banco
de dados (database-agnostic).
Níveis de abstração de banco de dados
Nível físico (nível mais baixo)
Define como os dados são armazenados. É muito complexo e é usado por
desenvolvedores.
Nível conceitual (nível médio ou próximo mais alto)
Define dados em termos de um modelo de dados. Ele diz o quais dados são
armazenados e descritos em pequenos números. Este nível é normalmente
usado pelo DBA (database administrator - em português, administrador de banco
de dados).
Nível externo ou de visão

158
Define um número de visões simplificadas de domínio específico. Descreve
apenas parte de bancos de dados. Este nível é usado pelos usuários.
MODELO ENTIDADE RELACIONAMNETO
O Modelo Entidade Relacionamento (também chamado Modelo ER, ou
simplesmente MER), como o nome sugere, é um modelo conceitual utilizado na
Engenharia de Software para descrever os objetos (entidades) envolvidos em
um domínio de negócios, com suas características (atributos) e como elas se
relacionam entre si (relacionamentos).
Em geral, este modelo representa de forma abstrata a estrutura que possuirá o
banco de dados da aplicação. Obviamente, o banco de dados poderá conter
várias outras entidades, tais como chaves e tabelas intermediárias, que podem
só fazer sentido no contexto de bases de dados relacionais.
Entidades
Os objetos ou partes envolvidas um domínio, também chamados de entidades,
podem ser classificados como físicos ou lógicos, de acordo sua existência no
mundo real. Entidades físicas: são aquelas realmente tangíveis, existentes e
visíveis no mundo real, como um cliente (uma pessoa, uma empresa) ou um
produto (um carro, um computador, uma roupa). Já as entidades lógicas são
aquelas que existem geralmente em decorrência da interação entre ou com
entidades físicas, que fazem sentido dentro de um certo domínio de negócios,
mas que no mundo externo/real não são objetos físicos (que ocupam lugar no
espaço). São exemplos disso uma venda ou uma classificação de um objeto
(modelo, espécie, função de um usuário do sistema).
As entidades são nomeadas com substantivos concretos ou abstratos que
representem de forma clara sua função dentro do domínio. Exemplos práticos de
entidades comuns em vários sistemas são Cliente, Produto, Venda, Turma,
Função, entre outros.
Podemos classificar as entidades segundo o motivo de sua existência:
Entidades fortes: são aquelas cuja existência independe de outras entidades, ou
seja, por si só elas já possuem total sentido de existir. Em um sistema de vendas,
a entidade produto, por exemplo, independe de quaisquer outras para existir.
Entidades fracas: ao contrário das entidades fortes, as fracas são aquelas que
dependem de outras entidades para existirem, pois individualmente elas não
fazem sentido. Mantendo o mesmo exemplo, a entidade venda depende da
entidade produto, pois uma venda sem itens não tem sentido.
Entidades associativas: esse tipo de entidade surge quando há a necessidade
de associar uma entidade a um relacionamento existente. Na modelagem
Entidade-Relacionamento não é possível que um relacionamento seja associado
a uma entidade, então tornamos esse relacionamento uma entidade associativa,
que a partir daí poderá se relacionar com outras entidades. Para melhor
compreender esse conceito, tomemos como exemplo uma aplicação de vendas

159
em que existem as entidades Produto e Venda, que se relacionam na forma
muitos-para-muitos, uma vez que em uma venda pode haver vários produtos e
um produto pode ser vendido várias vezes (no caso, unidades diferentes do
mesmo produto). Em determinado momento, a empresa passou a entregar
brindes para os clientes que comprassem um determinado produto. A entidade
Brinde, então, está relacionada não apenas com a Venda, nem com o Produto,
mas sim com o item da venda, ou seja, com o relacionamento entre as duas
entidades citadas anteriormente. Como não podemos associar a entidade Brinde
com um relacionamento, criamos então a entidade associativa "Item da Venda",
que contém os atributos identificadores das entidades Venda e Produto, além de
informações como quantidade e número de série, para casos específicos. A
partir daí, podemos relacionar o Brinde com o Item da Venda, indicando que
aquele prêmio foi dado ao cliente por comprar aquele produto especificamente.
Mais adiante veremos um exemplo prático onde poderemos observar a
existência dessas entidades de forma mais clara.

Relacionamentos
Uma vez que as entidades são identificadas, deve-se então definir como se dá
o relacionamento entre elas. De acordo com a quantidade de objetos envolvidos
em cada lado do relacionamento, podemos classifica-los de três formas:
Relacionamento 1..1 (um para um): cada uma das duas entidades envolvidas
referenciam obrigatoriamente apenas uma unidade da outra. Por exemplo, em
um banco de dados de currículos, cada usuário cadastrado pode possuir apenas
um currículo na base, ao mesmo tempo em que cada currículo só pertence a um
único usuário cadastrado.
Relacionamento 1..n ou 1..* (um para muitos): uma das entidades envolvidas
pode referenciar várias unidades da outra, porém, do outro lado cada uma das
várias unidades referenciadas só pode estar ligada uma unidade da outra
entidade. Por exemplo, em um sistema de plano de saúde, um usuário pode ter
vários dependentes, mas cada dependente só pode estar ligado a um usuário
principal. Note que temos apenas duas entidades envolvidas: usuário e
dependente. O que muda é a quantidade de unidades/exemplares envolvidas de
cada lado.
Relacionamento n..n ou *..* (muitos para muitos): neste tipo de relacionamento
cada entidade, de ambos os lados, podem referenciar múltiplas unidades da
outra. Por exemplo, em um sistema de biblioteca, um título pode ser escrito por
vários autores, ao mesmo tempo em que um autor pode escrever vários títulos.
Assim, um objeto do tipo autor pode referenciar múltiplos objetos do tipo título, e
vice versa.

160
- Dados estruturados e não estruturados
Dados são essenciais e saber utilizá-los é primordial para a sobrevivência de
qualquer empresa. Quando falamos sobre dados ou análises, os termos dados
estruturados e não estruturados aparecem frequentemente. Um dado é a
representação utilizada para gerar uma informação. Os dados sozinhos não
correspondem a nenhum valor, eles precisam ser analisados em conjunto para
se chegar a alguma informação.
Dados Estruturados
Dados estruturados são aqueles organizados e representados com uma
estrutura rígida, a qual foi previamente planejada para armazená-los.
Pense em um formulário de cadastro com os campos: nome, e-mail, idade e uma
pergunta que admite como resposta sim ou não. O campo nome será um texto,
uma sequência de letras com ou sem a presença de espaços em branco, que
terá um limite máximo e não poderá conter números ou símbolos. O campo e-
mail também terá o padrão textual, mas formado por uma sequência de
caracteres (e não só letras, pois admitirá números e alguns símbolos) e terá que
ter obrigatoriamente um arroba. Idade é um campo que aceita apenas um
número inteiro positivo, enquanto o campo referente a pergunta armazena um
valor binário (pense um 1 bit, que pode ser 0 ou 1. Valor 0 para não, 1 para sim).
Assim, cada campo possui um padrão bem definido, que representa uma
estrutura rígida e um formato previamente projetado para ele. Destaco 2 pontos:
Os dados de um mesmo cadastro estão relacionados (dizem respeito a mesma
pessoa). Em outras palavras, os dados estruturados de um mesmo bloco
(registro) possuem uma relação.
Registros ou grupos de dados diferentes (como de pessoas diferentes), possuem
diferentes valores, mas utilizam a mesma representação estrutural homogênea
para armazenar os dados. Ou seja, possuem mesmo atributos (pense como
sinônimo de campos no exemplo acima) e formatos, mas valores diferentes.
Agora, veja, banco de dados é um exemplo de dados estruturados, mas existem
outros. O formulário de cadastro, mesmo que salvasse os dados em outro
recurso fora banco de dados (como em um arquivo), também é um exemplo de

161
dados estruturados por conter campos definidos por uma estrutura rígida e
previamente projetada, se enquadrando na definição.
Exemplos de Dados Estruturados
O exemplo mais típico de dados estruturados é um banco de dados. Nele, os
dados são estruturados conforme a definição de um esquema, que define as
tabelas com seus respectivos campos (ou atributos) e tipos (formato). O
esquema pode ser pensado como uma meta-informação do banco de dados, ou
seja, uma descrição sobre a organização dos dados que serão armazenados no
banco. É exatamente como no exemplo do formulário que, normalmente, está
interligado com um banco de dados.
Dados Não Estruturados
Qual é o oposto de uma estrutura rígida e previamente pensada? Uma estrutura
flexível e dinâmica ou sem estrutura. Exemplo mais comum? Um documento ou
um arquivo.
Pense em um arquivo feito em um editor de texto. Você pode adicionar quanto
texto quiser, sem se preocupar com campos, restrições e limites. O arquivo pode
conter também imagens, como gráficos e fotos, misturado com textos. Imagens,
assim como vídeos ou arquivos de áudio, são também exemplos de dados não
estruturados.
Assim, é fácil concluir que as redes sociais, as quais possuem um enorme
volume de dados, como textos, imagens e vídeos criados diariamente por
usuários, representam outro exemplo de dados não estruturados. Atualmente,
mais de 80% do conteúdo digital gerado no mundo é do tipo não estruturado.
Essa informação está nesse artigo.
Exemplos de Dados Não Estruturados
Normalmente, basta pensar em uma situação de dados que não seguem
estrutura para termos exemplos de dados não-estruturados, mas é preciso tomar
um pouco de cuidado com essa análise.
Em computação, todo dado, seja ele um arquivo ou um campo rígido, terá que
ter algum tipo de estrutura, mesmo que mínima. Um arquivo é um tipo de
estrutura mínima, pois é a unidade básica de armazenamento de um sistema
operacional, mas ela é genérica, pois aceita diferentes tipos de dados. Em
resumo, quase tudo cairá em um arquivo, mesmo porque um vídeo tem que
gravar em arquivo seus dados com um codificador (codec), um áudio também e
assim por diante. Pensem, portanto, na estrutura interna do arquivo, se ela existe
e é rígida, ou não.
Assim, possivelmente, a maior parte dos arquivos que você pensar serão não-
estruturados. Vamos aos exemplos:

162
Textos diversos (páginas da internet, relatórios, documentos, e-mails,
mensagens em aplicativos como Whats App etc)
Imagens (fotos, gráficos, ilustrações, desenhos etc)
Arquivos de áudio (música, streaming etc)
Arquivos de vídeo (filmes, seriados, feitos por usuários etc)
Redes sociais (blogs, Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin etc)
Dados Semi-Estruturados
Apresentam uma representação heterogênea, ou seja, possuem estrutura, mas
ela é flexível. Assim, pensando no exemplo acima, ela agrega um pouco dos
dados lados em termos de benefícios. Facilita o controle por ter um pouco de
estrutura, mas também permite uma maior flexibilidade.
Um exemplo típico é um arquivo em XML (eXtensible Markup Language, que
significa, em português, linguagem de marcação estendida), o qual possui nós,
que são rótulos de abertura e fechamento, este precedido com o símbolo “/”, com
os dados inseridos entre os nós. Vamos exemplificar.
Imagine o seguinte texto bruto (digo, por estar em um editor de texto):
Nome: Leandro Pinho Monteiro
E-mail: [email protected]
Rua Siqueira Bueno, 1134, Mooca, São Paulo.
Agora, pensem nesses dados não-estruturados transpostos para um arquivo
XML. O conteúdo da arquivo ficará ssim:
<?xml version=”1.0″ encoding=”UTF-8″ ?>
<cadastro>
<nome>Leandro Pinho Monteiro</nome>
<e-mail>[email protected]</e-mail>
<endereço>Rua Siqueira Bueno, 1134, Mooca, São Paulo</endereço>
</cadastro>
A primeira linha serve para avisar que o arquivo contém uma estrutura XML e
que usa codificação de caracteres unicode.
Outros exemplos de arquivos com dados semi-estruturados:
JSON – Javascript Object Notation,
RDF – Resource Description Framework,
OWL – Web Ontology Language.

163
- Banco de dados relacionais: conceitos básicos e características
Um banco de dados relacional é um tipo de banco de dados que armazena e
fornece acesso a pontos de dados relacionados entre si. Bancos de dados
relacionais são baseados no modelo relacional, uma maneira intuitiva e direta de
representar dados em tabelas. Em um banco de dados relacional, cada linha na
tabela é um registro com uma ID exclusiva chamada chave. As colunas da tabela
contêm atributos dos dados e cada registro geralmente tem um valor para cada
atributo, facilitando o estabelecimento das relações entre os pontos de dados.

164
Um banco de dados relacional é composto de tabelas bidimensionais . A tabela
contém um conjunto de valores em colunas e linhas. Cada coluna contém um
tipo de dados ( numéricos , alfa, binário ) e as regras ou restrições são impostas
para que apenas o tipo de dados aceito podem ser inseridos. Cada linha em uma
tabela representa um fato no negócio. Por exemplo, em uma tabela intitulada
Tabela Cliente, um cliente pode ser representado como: Coluna 1 - Sobrenome,
Coluna 2 - Nome , Coluna 3 - ID do cliente , Coluna 4 - Data de Nascimento .
Com essas informações combinadas , uma linha de dados representa sempre
um cliente único.
Como os Bancos de Dados Relacionais são Estruturados
O modelo relacional significa que as estruturas de dados lógicas: tabelas de
dados, exibições e índices são separadas das estruturas de armazenamento
físico. Essa separação significa que os administradores de banco de dados
podem gerenciar o armazenamento de dados físicos sem afetar o acesso a
esses dados como uma estrutura lógica. Por exemplo, a renomeação de um
arquivo de banco de dados não renomeia as tabelas armazenadas nele.
A distinção entre lógico e físico também se aplica às operações do banco de
dados, que são ações claramente definidas que permitem aos aplicativos
manipular os dados e as estruturas do banco de dados. As operações lógicas
permitem que um aplicativo especifique o conteúdo necessário e as operações
físicas determinam como esses dados devem ser acessados e, em seguida,
executa a tarefa.
Para garantir que os dados sejam sempre precisos e acessíveis, os bancos de
dados relacionais seguem determinadas regras de integridade. Por exemplo,
uma regra de integridade pode especificar que linhas duplicadas não são
permitidas em uma tabela para eliminar o potencial de informações errôneas que
entram no banco de dados.
O Modelo Relacional
Nos primeiros anos de bancos de dados, todos os aplicativos armazenavam
dados em sua própria estrutura única. Quando os desenvolvedores queriam criar
aplicativos para usar esses dados, precisavam conhecer muito a estrutura de
dados específica para encontrar os dados de que precisavam. Essas estruturas
de dados eram ineficientes, difíceis de manter e difíceis de otimizar para oferecer
um bom desempenho de aplicativos. O modelo de banco de dados relacional foi
projetado para resolver o problema de várias estruturas de dados arbitrárias.
O modelo relacional forneceu uma maneira padrão de representar e consultar
dados que poderiam ser usados por qualquer aplicativo. Desde o início, os
desenvolvedores reconheceram que a principal força do modelo de banco de
dados relacional estava no uso de tabelas, que era uma maneira intuitiva,
eficiente e flexível de armazenar e acessar informações estruturadas.
Com o tempo, outra força do modelo relacional surgiu quando os
desenvolvedores começaram a usar a linguagem de consulta estruturada (SQL)

165
para criar e consultar dados em um banco de dados. Por muitos anos, a SQL
tem sido amplamente utilizada como a linguagem para consultas de banco de
dados. Com base na álgebra relacional, a SQL fornece uma linguagem
matemática internamente consistente que facilita a melhoria do desempenho de
todas as consultas ao banco de dados. Em comparação, outras abordagens
devem definir consultas individuais.

- Chaves e relacionamentos

- Noções de mineração de dados: conceituação e características

- Noções de aprendizado de máquina

- Noções de bigdata: conceito, premissas e aplicação

Redes de comunicação
- Introdução a redes (computação/telecomunicações)
- Camada física, de enlace de dados e subcamada de acesso ao meio
- Noções básicas de transmissão de dados: tipos de enlace, códigos, modos e
meios de transmissão

Redes de computadores: locais, metropolitanas e de


longa distância
- Terminologia e aplicações, topologias, modelos de arquitetura (OSI/ISO e TCP/
IP) e protocolos
- Interconexão de redes, nível de transporte

166
RACIOCÍNIO
LÓGICO
MATEMÁTICO

167
LÓGICA PROPOSICIONAL

Disposições Preliminares

■ Proposição Simples é a frase declarativa que expressa um único pensamento, ou seja,


apresenta um único objeto de estudo.

Exemplo(s):

p: Natal é a capital de Minas Gerais.

q: José é Médico.

r: Samuel foi ao Shopping.

Observações

I – As proposições simples apresentam um único verbo.

II – Observe nos exemplos acima que cada proposição simples é representada poruma
letra minúscula.

■ Proposição Composta é formada por duas ou mais proposições simples unidaspor


conectivos lógicos.

Conectivo Símb Proposição


olo Composta
E ∧ p∧ q
Ou ∨ p∨ q
Ou.... Ou ∨ p∨ q
Se..... , Então → p→ q
Se, e somente ⟷ p⟷ q
se

Geralmente essas proposições são representadas por letras maiúsculas.

Exemplo(s):

P: João é Médico e Maria é Professora.Q:

José é Cearense ou Pernambucano. R: Se

chover, então não vou à praia.

Negação de uma Proposição

168
P ~P
V F
F V

Os símbolos utilizados para representar a negação de uma proposição é o ( ~) til ou a(¬)


cantoneira.

Exemplo:
p: Pitágoras foi jogador do Vasco.

~p: Pitágoras não foi jogador do Vasco.

Exercícios

01.(CESPE) A proposição “Não é verdade que os funcionários públicos são sujeitos ao Regime
Jurídico Único nem que os gastos públicos aumentaram” está corretamente simbolizada pela
forma (¬C) (¬B).

02.(CESPE) Julgue o item seguinte, acerca da proposição P: Quando acreditar que estou
certo, não me importarei com a opinião dos outros.

Uma negação correta da proposição “Acredito que estou certo” seria “Acredito que não estou
certo”

GABARITO:

1- ERRADO
2- ERRADO

169
Conectivos Lógicos

Operação Conectivo Estrutura Lógica Exemplos


Negação ¬ Não p A bicicleta não é
azul

Conjunção ^ Peq Thiago é


médico e João
éEngenheiro

Disjunção Inclusiva v P ou q Thiago é


médico ou João
éEngenheiro

Disjunção v Ou p ou q Ou Thiago é
Exclusiva Médico ou João é
Engenheiro

Condicional → Se p então q Se Thiago é


Médico então João
é Engenheiro

Bicondicional ↔ P se e somente se q Thiago é médico se


e somente se João
éEngenheiro
Conjunção: Vimos pela tabela acima que a operação da conjunção liga duas ou mais
proposições simples pelo conectivo “e”. Observemos o exemplo:

Irei ao cinema e ao clube. Vamos montar a tabela verdade para a proposição


compostadestacando todas as valorações possíveis.

Conjunção: p^q(p e q)

P Q P^Q
V V V
V F F
F V F
F F F

• P: Irei ao cinema
• Q: Irei ao clube

Observamos que a proposição resultante da conjunção só será verdadeira quando as


proposições simples individuais forem verdadeiras.

Disjunção Inclusiva: Vimos que a operação da disjunção inclusiva liga duas ou mais
proposições simples pelo conectivo “ou”. Observemos o exemplo:

170
Dar-te-ei uma camisa ou um calção. Vamos montar a tabela verdade para a proposição
composta destacando todas as valorações possíveis.

Disjunção: p v q (p ou q)

P Q PvQ
V V V
V F V
F V V
F F F

• P: Dar-te-ei uma camisa


• Q: Dar-te-ei um calção

Observamos que a proposição resultante da disjunção inclusiva só será falsa quando


as proposições simples individuais forem falsas..

Disjunção Exclusiva: Vimos que a estrutura da disjunção exclusiva é “ ou p ,ou q”

Ex: Ou irei jogar basquete ou irei à casa de João

Montando a tabela verdade teremos


Disjunção Exclusiva: p v q (ou p ou q)

P Q PvQ
V V F
V F V
F V V
F F F

• P: Irei Jogar Basquete


• Q: Irei à casa de João

Observe a diferença entre a disjunção inclusiva e exclusiva! Como o próprio nome diz
“exclusiva” a proposição resultante da disjunção exclusiva só será “V” se uma das
partes for “F” e a outra “V” (independentemente da ordem) não podendo acontecer “V”
nos dois casos, caso aconteça a proposição resultante desta operação será falsa.

Condicional; Vimos que a estrutura condicional refere-se a “Se p então q”.

Ex:Se nasci em Salvador , então sou Baiano.

• P: Nasci em salvador
• Q: Sou Baiano

171
Nesta estrutura vale destacar os termos suficiente e necessário

Observe que:

Se nasci em Salvador suficientemente sou Baiano ,


Agora, se sou Baiano necessariamente nasci em
Salvador

Regra: O que esta a esquerda da seta é sempre condição suficiente e o que está à
direitaé sempre condição necessária. ( p → q).

Tabela Verdade da estrutura condicional.


Condicional: p → q (Se... então)

P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
Observe que a condicional só será falsa se a antecedente (lado esquerdo da seta)
forverdadeiro e a consequente (lado direito) da seta for falso.

Bicondicional: É a estrutura formada por duas condicionais... “ p se e somente se

q”.Observe que;
Ex:

2 é maior que 2 se e somente se 2 for menor que 4 .

• P: 4 é maior que 2
• Q: 2 é menor que 4

Temos que a Bicondicional é equivalente á:

• P → Q (Se 4 é maior que 2, então 2 é menor que 4)


• Q → P( Se 2 é menor que 4, então 4 é maior que 2)

A Bicondicional expressa uma condição suficiente e necessária.

4 ser maior que 2 é condição suficiente e necessária para 2 ser menor do que 4.

Tabela Verdade

Bicondicional: p ↔ q ( p se e somente se q)

P Q P↔Q
V V V

172
V F F
F V F
F F V
A proposição resultante da bicondicional só será falsa se as proposições individuais
possuírem valoração diferente.

Negação: ¬p
P: O Brasil é um País pertencente a América do Sul.
¬P: O Brasil não é um País pertencente a América do Sul
Q: X é Par
¬Q: X não é par

As tabelas verdades são apenas um meio de saber a valoração das proposições


consideradas, não há a necessidade de serem decoradas, uma vez que são fáceis de
serem entendidas. Porém existem pessoas que acham mais fácil decorá-las, enfim vai
dopensamento de cada um.

Vejamos um exemplo da Conjunção “E”

Analisemos a sentença como uma

promessa“Irei a Argentina E irei ao Chile “

O que se espera dessa proposição (promessa)?

Que o indivíduo vá para a argentina e também para o Chile ( V e V= V) Promessa


“V”álida

Agora;

• Suponhamos que ele só vá a Argentina e não vá ai Chile ( V e F = F)


Promessa “F”urada
• Suponhamos que ele não vá a Argentina e somente vai ao Chile ( F e V =
F)Promessa descumprida, “F”urada
• Suponhamos que ela não vá a Argentina nem ao Chile (F e F =F) Promessa
“F”urada
• Vemos o que torna a proposição verdadeira no caso da conjunção é que
ambasas partes sejam “V”.

173
LÓGICA PROPOSICIONAL
VERDADES e MENTIRAS

Quem é o culpado? Quem fala a verdade?

Um dos temas mais simples e mais legais de se estudar no raciocínio lógico é o tema verdades
e mentiras, onde se deve trabalhar hipóteses e verificar a validade de cada uma delas.

Abaixo, listamos alguns casos específicos desse tema, vejamos:

1 – O enunciado admite que uma pessoa fala a verdade, outra mente e outra às vezesmente e
às vezes fala a verdade.

2 – Quando uma pessoa afirma que a outra fala a verdade.3 –

Quando uma pessoa afirma que a outra fala mentira.

4 – E ainda quando existem três pessoas e admite que apenas uma delas fala averdade ou
mente.

Uma das maneiras de resolver esse tipo de problema e que funciona muito bem em questões
de concursos é o método da suposição que consiste em admitir uma das hipóteses como
verdadeira e analisar as demais hipóteses – caso não haja nenhuma contradição – a hipótese
que foi escolhida como suposição é a verdadeira.

Exercícios
(CESPE) Durante blitz de rotina, um agente de trânsito notou um veículo que havia parado a
distância, no qual o condutor trocou de lugar com um dos passageiros. Diante dessa situação,
o agente resolveu parar o veículo para inspeção. Ao observar ointerior do veículo e constatar
que havia uma lata de cerveja no console, indagou aos quatro ocupantes sobre quem teria
bebido a cerveja e obteve as seguintes respostas:
- Não fui eu, disse Ricardo, o motorista.
- Foi o Lucas, disse Marcelo.
- Foi o Rafael, disse Lucas.
- Marcelo está mentindo, disse Rafael.
Considerando a situação hipotética acima, bem como o fato de que apenas um dosocupantes
do veículo bebeu a cerveja, julgue os itens subsequentes.

01. Considerando-se que apenas um dos ocupantes do carro estivesse mentindo, écorreto
afirmar que Rafael foi quem bebeu a cerveja.

02. Em face da situação é correto afirmar que Marcelo e Rafael mentiu.

174
3.(CESPE) Edna, Marta e Sandra são analistas de apenas uma das áreas: informática,
orçamento e serviço social, mas não necessariamente nessa ordem. Nesse sentido, considere
as proposições a seguir.
P: Edna é analista na área de informática.
Q: Marta não é analista na área de informática.
R: Sandra não é analista na área de serviço social.
Sabendo-se que apenas uma dessas proposições é verdadeira, é correto afirmar que

a) Marta não é analista de orçamento.

b) Sandra é analista de serviço social.

c) Edna é analista de Informática

Gabarito

01 - CERTO
02 - ERRADO
03 – a) CERTO b) ERRADO c) ERRADO

175
Lógica de Argumentação

Argumento é um conjunto de proposições (premissas) que nos levam a uma conclusão.

De um modo geral temos que um argumento é uma sequência finita de proposições p1, p2,
p3 ....... pn que tem como consequência uma conclusão C.

p1, p2, p3........., pn ⇒C

Um argumento muito comum é o SILOGISMO formado por três proposições, sendo as duas
primeiras as premissas e a última conclusão.

Podemos classificar os argumentos em presença ou não de quantificadores.

Argumento Válido?

Julgar se um argumento é válido ou inválido é um objetivo da lógica.

Em Raciocínio lógico o argumento será válido quando a conclusão for única e inequívoca.
Para chegar a essa conclusão, nos apoiamos nas premissas. Mas para sabermos que um
argumento é valido basta ser a verdade que existe uma única conclusão com certeza absoluta.

Podemos ter premissas verdadeiras e falsas, como também podemos ter conclusões
verdadeiras e falsas.

Nosso argumento não será válido no caso de premissas verdadeiras e conclusão falsa.
Então,

Exercícios

(CESPE) O exercício da atividade policial exige preparo técnico adequado ao enfrentamento


de situações de conflito e, ainda, conhecimento das leis vigentes, incluindo interpretação e
forma de aplicação dessas leis nos casos concretos. Sabendo disso, considere como
verdadeiras as proposições seguintes.
P1: Se se deixa dominar pela emoção ao tomar decisões, então o policial toma decisões ruins.

176
P2: Se não tem informações precisas ao tomar decisões, então o policial tomadecisões
ruins.
P3: Se está em situação de estresse e não teve treinamento adequado, o policial sedeixa dominar
pela emoção ao tomar decisões.
P4: Se teve treinamento adequado e se dedicou nos estudos, então o policial teminformações
precisas ao tomar decisões.
Com base nessas proposições, julgue os itens a seguir.

01. Considerando que P1, P2, P3 e P4 sejam as premissas de um argumento cuja conclusão
seja “Se o policial está em situação de estresse e não toma decisões ruins, então teve
treinamento adequado”, é correto afirmar que esse argumento é válido.

02. A partir das proposições P2 e P4, é correto inferir que “O policial que tenha tido
treinamento adequado e tenha se dedicado nos estudos não toma decisões ruins” é uma
proposição verdadeira.

03. O cenário político de uma pequena cidade tem sido movimentado por denúncias arespeito
da existência de um esquema de compra de votos dos vereadores. A dúvida quanto a esse
esquema persiste em três pontos, correspondentes às proposições P, Qe R, abaixo:

P: O vereador Vitor não participou do esquema;Q: O

prefeito Pérsio sabia do esquema;

R: O chefe de gabinete do prefeito foi o mentor do esquema.

Os trabalhos de investigação de uma CPI da câmara municipal conduziram àspremissas P1,


P2 e P3 seguintes:

P1: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o prefeito Pérsio não sabia do
esquema.

P2: Ou o chefe de gabinete foi o mentor do esquema, ou o prefeito Pérsio sabia doesquema, mas
não ambos.

P3: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o chefe de gabinete não foio mentor
do esquema.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte, acerca de proposiçõeslógicas.

A partir das premissas P1, P2 e P3 é correto inferir que “O chefe de gabinete foi omentor do
esquema ou o vereador Vitor participou do esquema”.

Gabarito
01 - CERTO

02 - ERRADO

03 – ERRADO

177
Lógica de Argumentação
Bem! Iniciaremos o estudo da relação Proposições Categóricas – Diagramas Lógicos muito
presente em provas e bem fácil de ser identificadas.

Primeiro, vamos conhecer (estudar) essas “proposições categóricas” que são proposições
simples (ou formada por um quantificador) e se apresentam de quatro formas:
▪ Todo A é B
▪ Nenhum A é B
▪ Algum A é B
Onde: ▪ Algum A não é B

Universal Particular
Afirmativa Todo Algum
Negativa Nenhum Algum não

Vamos agora analisar cada proposição separadamente:

I – Todo A é B.

Observe o conjunto A está “dentro” do conjunto B.II –

Nenhum A é B.

Observe que os conjuntos A e B são conjuntos disjuntos, ou seja, não possuemelementos


comuns.

III – Algum A é B.

178
Observe a interseção, ou seja, algum representa um elemento comum aos dois conjuntos.

IV – Algum A não é B.

Nesse caso, são todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem
ao conjunto B.

Agora vamos misturar assuntos: DIAGRAMAS LÓGICOS + LÓGICA DE


ARGUMENTAÇÃO .. vamos as questões.

Exercícios

01.(CESPE) Julgue os itens seguintes, a respeito de lógica.


Considere o argumento formado pelas proposições A: "Todo número inteiro é par"; B:"Nenhum
número par é primo"; C: "Nenhum número inteiro é primo", em que A e B são as premissas e
C é a conclusão. Nesse caso, é correto afirmar que o argumento é um argumento válido.

02.(CESPE) julgue os itens seguintes, a respeito de lógica.


Considere que as proposições "Alguns flamenguistas são vascaínos" e "Nenhum
botafoguense é vascaíno" sejam valoradas como V. Nesse caso, também será valorada como
V a seguinte proposição: "Algum flamenguista não é botafoguense".

(CESPE) Considere as seguintes proposições:

I – Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.II –

Joaquina não têm garantido o direito de herança.

III – Todos aqueles que têm o direito de herança são cidadãos de muita sorte.

Supondo que todas essas proposições sejam verdadeiras, é correto concluir logicamente que:

Se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.

Gabarito
01 - CERTO
02 - CERTO
03 – ERRADO

179
LÓGICA PROPOSICIONAL

Disposições Preliminares

■ Proposição Simples é a frase declarativa que expressa um único pensamento, ouseja,


apresenta um único objeto de estudo.

Exemplo(s):

p: Natal é a capital de Minas Gerais.

q: José é Médico.

r: Samuel foi ao Shopping.

Observações

I – As proposições simples apresentam um único verbo.

II – Observe nos exemplos acima que cada proposição simples é representada poruma
letra minúscula.

■ Proposição Composta é formada por duas ou mais proposições simples unidaspor


conectivos lógicos.

Conectivo Símb Proposição


olo Composta
E ∧ p∧ q
Ou ∨ p∨ q
Ou.... Ou ∨ p∨ q
Se..... , Então → p→ q
Se, e somente ⟷ p⟷ q
se

Geralmente essas proposições são representadas por letras maiúsculas.

Exemplo(s):

P: João é Médico e Maria é Professora.Q:

José é Cearense ou Pernambucano. R: Se

chover, então não vou à praia.

Negação de uma Proposição

180
P ~P
V F
F V

Os símbolos utilizados para representar a negação de uma proposição é o ( ~) til ou a(¬)


cantoneira.

Exemplo:
p: Pitágoras foi jogador do Vasco.

~p: Pitágoras não foi jogador do Vasco.

Exercícios

01.(CESPE) A proposição “Não é verdade que os funcionários públicos são sujeitos aoRegime
Jurídico Único nem que os gastos públicos aumentaram” está corretamente simbolizada pela
forma (¬C) (¬B).

03.(CESPE) Julgue o item seguinte, acerca da proposição P: Quando acreditar que estou
certo, não me importarei com a opinião dos outros.

Uma negação correta da proposição “Acredito que estou certo” seria “Acredito que não estou
certo”.

181
Gabarito
1 - Errado
2 – Errado

182
LÓGICA PROPOSICIONAL

Tabela - Verdade

É um dispositivo prático de organizar os valores lógicos de uma proposição (Simplesou


Composta).

O primeiro passo para a elaboração de uma tabela é o número de linhas da tabeladada por:

2n
(Onde: n é o número de proposições simples)

Exemplo(s):

I – Proposição P: p

Uma proposição simples (no caso, representado pela letra p), logo:

2n = 2¹ = 2 linhas

II – Proposição P: p → q

Duas proposições simples (no caso, representado pelas letras p e q), logo:

2n = 2² = 4 linhas

III – Proposição P: (p → q) ∧ r

Três proposições simples (no caso, representado pelas letras p , q e r), logo:

2n = 23 = 8 linhas

p q r

183
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Observação

Sugestão para a construção de uma Tabela – Verdade1 –

Montar as colunas (proposições simples)

2 – Montar as negações das proposições simples (se existir).

3 – Montar as proposições compostas.

4 – A última coluna é o resultado final da proposição dada.

Classificação das Tabelas Verdades

Uma Tabela Verdade pode ser classificada de três formas:


▪ Tautologia
▪ Contradição
▪ Contingência

Em termos de tabela verdade, reconhecemos uma TAUTOLOGIA quando a colunareferente a


afirmação considerada ocorrerem somente avaliações verdadeiras.

Por outro lado, dizemos que ocorre uma CONTRADIÇÃO quando a coluna
correspondente a afirmação contém somente valorações falsas.

E finalmente quando as afirmações não são tautologias e também não são


contradições, são denominadas CONTIGÊNCIAS.

Tabela – Verdade | Conetivos LógicosDisjunção

(Disjunção Inclusiva)

Símbolo: ∨

p ou q (ou ambos) → Lê – se: p ou q.

Tabela - Verdade
p q p∨q
V V V

184
V F V
F V V
F F F

Observe na tabela que a DISJUNÇÃO é verdadeira quando pelo menos uma das condições é
verdadeira.

Disjunção Exclusiva

Símbolo: ∨

p ou q, mas não ambos. → Lê – se: ou p ou q.Tabela

- Verdade
p q p∨q
V V F
V F V
F V V
F F F

Observe na tabela que a DISJUNÇÃO EXCLUSIVA é verdadeira quando apenas uma


das condições é verdadeira.

Observação

Muitas vezes o “OU EXCLUSIVO” deve ser reconhecido pelo contexto.

Conjunção

Símbolo: ∧

p e q → Lê – se: p e q.Tabela –

Verdade
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
Condicional F F F
Símbolo: →

Se p, então q → Lê – se: “Se p então q”Sinônimos:

Quando A, B

185
Como A, B
B, pois A (invertido)

p (antecedente) e q (consequente)

Tabela – Verdade
p q p→q

V V V
V F F
F V V
F F V

Observe na tabela que a CONDICIONAL é verdadeira quando o antecedente éverdadeiro e


o consequente falso.

Bicondicional

Símbolo: ⟷

P se, e somente se q

Tabela – Verdade
p q p⟷ q

V V V
V F F
F V F
F F V

Observe na tabela que a BICONDICIONAL é verdadeira quando os dois eventosacontecem


simultaneamente ou não acontecem simultaneamente.

Observação

Sempre que a RECIPROCA de uma afirmação de uma CONDICIONAL for verdadeiraestaremos


diante de uma BICONDICIONAL.

Exercícios

186
02.(CESPE) Julgue o item a seguir, relativos a raciocínio lógico e operações com conjuntos.

Para quaisquer proposições p e q, com valores lógicos quaisquer, a condicional p →(q → p)


será, sempre, uma tautologia.

03.(CESPE) Considerando todas as possibilidades de julgamento V ou F das proposições


simples que formam a proposição “Se Pedro for aprovado no concurso, então ele comprará
uma bicicleta”, é correto afirmar que há apenas uma possibilidade de essa proposição ser
verdadeira.

Gabarito
1 - Certo
2 - Certo
3 – Errado

LÓGICA PROPOSICIONAL

Equivalência e Negações

Vamos trabalhar inicialmente as negações, ou seja, vamos estudar “as regras” quepossibilitam
tal efeito. Veja as duas situações abaixo:

1 – Frase na forma afirmativa

Exemplo: P: Antônio foi passear no parque.

■ Nesse caso específico, vamos utilizar o modificador “não” antes do “1° verbo”, ouseja, sua
negação será:

~P: Antônio não foi passear no parque.

2 – Frase na forma negativa Exemplo: P:

Benedita não foi a escola.

■ Nesse caso basta apenas retirar o modificador “não” da proposição, ou seja, suanegação
será:

~P: Benedita foi a escola.

Bem! Acima temos proposições simples .................... e as proposições compostas? Vamos


estudar seus casos........

187
Negação de P ∨Q

( P ∨Q )≡ P∧ Q
Negação de P ∧Q

( P ∧Q )≡ P∨ Q
Negação de P→Q

( P→Q ) ≡P ∧ Q

A equivalência de uma Proposição

Duas proposições são equivalentes quando mesmo possuindo escritas diferentes terevelam a
mesma informação.

Equivalência de P→Q

188
A condicional apresenta duas equivalências.

( P→Q ) ≡ Q → P

( P→Q ) ≡ P ∨Q

Equivalência de P↔Q

( P ↔Q ) ≡( P →Q )∧(Q→ P)

Exercícios

01.(CESPE) Considerando a proposição P: “Se João se esforçar o bastante,então João


conseguirá o que desejar", julgue o item a seguir.

A negação da proposição P pode ser corretamente expressa por “João não seesforçou o
bastante, mas, mesmo assim, conseguiu o que desejava".

02.(CESPE) A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias, mas não apresentou
os comprovantes de pagamento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo ex-
empregado.

Q: A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias, mas nãoapresentou


os comprovantes de pagamento.

A negação da proposição Q pode ser expressa por:

a) A empresa não alegou ter pago suas obrigações previdenciárias ou apresentou os


comprovantes de pagamento.

b) A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias ou não apresentou os


comprovantes de pagamento.

c) A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias e apresentou oscomprovantes


de pagamento.

d) A empresa não alegou ter pago suas obrigações previdenciárias nem apresentouos
comprovantes de pagamento.

189
03.(CESPE) A proposição “O candidato não apresenta deficiências em língua portuguesa ou
essas deficiências são toleradas” é logicamente equivalente a “Se o candidato apresenta
deficiências em língua portuguesa, então essas deficiênciassão toleradas”.

Gabarito
1 - Errado
2 -A
3 – Certo

190
O que é o princípio fundamental da contagem?
O princípio fundamental da contagem é uma técnica para calcularmos de quantas
maneiras decisões podem combinar-se. Se uma decisão pode ser tomada de
n maneiras e outra decisão pode ser tomada de m maneiras, o número de maneirasque
essas decisões podem ser tomadas simultaneamente é calculado pelo produto de n
· m.
Analisar todas as combinações possíveis sem utilizar o princípio fundamental da
contagem pode ser bastante trabalhoso, o que faz com que a fórmula seja muito
eficiente.

Exemplo:
Em um restaurante, é oferecido o famoso prato feito. Todos os pratos possuem arroz, e
o cliente pode escolher uma combinação entre 3 possibilidades de carne (bovina, de
frango e vegetariana), 2 tipos de feijão (caldo ou tropeiro) e 2 tipos de bebida (suco ou
refrigerante). De quantas maneiras distintas um cliente pode fazer o pedido?

Note que há 12 possibilidades de escolha, mas era possível chegar a esse número
realizando a simples multiplicação das possibilidades por meio do princípio fundamental
da contagem, logo o número de combinações de pratos possíveis poderia ser calculado
por:
2 · 3 · 2 = 12.

Perceba que, quando meu interesse é saber somente o total de possibilidades, realizar
a multiplicação é muito mais rápido do que construir qualquer esquema para analisar, o
que pode ser bastante trabalhoso, caso haja mais e mais possibilidades.

Quando utilizar o princípio fundamental da contagem?


Existem várias aplicações do princípio fundamental da contagem. Ele pode ser aplicado,
por exemplo, em várias decisões da informática. Um exemplo são as senhas queexigem
o uso de pelo menos um símbolo, o que faz com que o número de combinaçõespossíveis
seja muito maior, deixando o sistema mais seguro.

191
Outra aplicação é no estudo das probabilidades. Para calculá-las, precisamos saber a
quantidade de casos possíveis e a quantidade de casos favoráveis. A contagem dessa
quantidade de casos possíveis e favoráveis pode ser feita por meio do princípio
fundamental da contagem. Esse princípio gera também as fórmulas de permutação,
combinação e arranjo.

192
PROBABILIDADE I

(Conceitos Preliminares)

Vamos iniciar com alguns conceitos importantes:

Experimento aleatório:
É todo experimento que não podemos predizer o resultado.

Espaço amostral (A)


É o conjunto de resultados possíveis de um experimento aleatório.

Evento (E)
É qualquer subconjunto do espaço amostral.

Probabilidade
É a chance de ocorrência de determinado acontecimento (evento).

n( E)
P ( E)=
n( A)
Observação

Eventos complementares - São eventos mutuamente exclusivos cuja união é igualao espaço
amostral e a probabilidade deles ocorrerem é igual a 1 ou 100%.

Exercícios

Considere que a tabela abaixo mostra o número de vítimas fatais em acidentes detrânsito
ocorridos em quatro estados brasileiros, de janeiro a junho de 2003.

01.(CESPE) A probabilidade de que esse relatório corresponda a uma vítima de umacidente


ocorrido no estado do Maranhão é superior a 0,2.

193
02. (CESPE) Chance de que esse relatório corresponda a uma vítima do sexo feminino é
superior a 23%.

03.(CESPE) Considerando que o relatório escolhido corresponda a uma vítima do sexo


masculino, a probabilidade de que o acidente nele mencionado tenha ocorrido no estado do
Paraná é superior a 0,5.

Gabarito
1 - Certo
2 - Errado
3 – Errado

194
PROBABILIDADE II

(Probabilidade (Regra do OU)


Também denominada união de dois eventos tem como uma das suas principias características
um sorteio com duas ou mais possibilidades de ganhar.

Dados dois eventos A e B, a probabilidade de ocorrer A ou B, é:

P ( A ∪B)=P( A )+ P ( B)− P ( A ∩B)

Cuidado! Os eventos sem intersecção (conjuntos Disjuntos), também denominado


mutuamente exclusivos.

P ( A ∪ B)=P( A )+ P ( B)
Pois,
P ( A ∩B )≠ 0.

Probabilidade (Regra do E)
Também denominada probabilidade dos eventos simultâneos ou sucessivo. Uma
característica é que vários sorteios consecutivos são realizados e a ordem dossorteios é
conhecida.

Se os eventos forem independentes a probabilidade de ocorrerem dois eventos simultâneos


(ou sucessivos) é igual a:
P ( A ∩B )=P ( A ) . P (B )

Exercícios

01.(CESPE) Se, entre as 16 empresas contratadas para atender aos serviços diversos do
TRT, houver quatro empresas que prestem serviços de informática e duas empresas que
cuidem da manutenção de elevadores, e uma destas for escolhida aleatoriamente para prestar
contas dos custos de seus serviços, a probabilidade de que a empresa escolhida seja
prestadora de serviços de informática ou realize a manutenção de elevadores será igual a:
a) 0,125;
b) 0,250;
c) 0,375;
d) 0,500;
e) 0,625

195
02.(CESPE) Em uma urna há 100 bolas numeradas de 1 a 100. Nesse caso, a probabilidade
de se retirar uma bola cuja numeração seja um múltiplo de 10 ou de 25será inferior a 0,13.

03.(CESPE) Um dado não viciado é lançado duas vezes. Nesse caso, a probabilidade de se
ter um número par no primeiro lançamento e um número múltiplo de três no segundo
lançamento é igual a 1/6.

Gabarito
1 -C
2 - Certo
3 – Certo

196
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Sistema de numeração decimal

O sistema de numeração decimal recebe esse nome devido a utilização dos 10 algarismos que formam os demais
números. O sistema de numeração decimal utiliza os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Todos os outros
números são formados pela união desses algarismos, levando em consideração a posição relativa decada um
deles.

Conjunto dos números naturais

O conjunto dos números naturais nasceu da simples necessidade de se fazer contagens, por isso, seus
elementos são apenas os números inteiros e não negativos.
Representado por N, o conjunto dos números naturais possui os seguintes elementos:

197
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}

Conjunto dos números inteiros

O conjunto dos números inteiros é representado por (Z). Um número é considerado inteiro quando não
apresenta casas decimais, ou seja, números após uma vírgula. Pertencem a esse conjunto os números
inteiros positivos, inteiros negativos e o zero.

Z = { … -5, - 4, - 3, - 2, - 1, 0, + 1, + 2, + 3, + 4, + 5 …}

Conjunto dos números racionais


Os números racionais ou conjunto dos quocientes são todos aqueles que podem ser representados em uma
razão, ou seja, na forma A/B. O numerador(A) e denominador(B) precisam ser números inteiros, com
denominador diferente de zero. Esse conjunto é representado pela letra Q. Estão contidos nesse conjunto os
números inteiros(Z), as frações e as dízimas periódicas.

Conjunto dos números irracionais


Os números irracionais, representados pela letra I, são aqueles que não podem ser obtidos pela divisão de
dois números inteiros sendo decimais infinitos e não periódicos, ou seja, não tem repetições nas casas
decimais. São os chamados decimais não exatos, como

Conjunto dos números reais


Esse conjunto é representado pela letra R e engloba todos os números racionais e irracionais.

198
EXERCÍCIOS
1) A respeito dos elementos que pertencem a cada conjunto numérico, assinale a alternativa correta
entre as afirmações a seguir.
a) O conjunto dos números inteiros é formado por todos os números naturais e pelo zero.
b) O conjunto dos números reais contém a intersecção entre os conjuntos dos números racionais e
irracionais.
c) O conjunto dos números racionais contém, entre outros, todas as dízimas periódicas.
d) O conjunto dos números irracionais contém, entre outros, todas as raízes.
e) O conjunto dos números irracionais é formado pela união entre o conjunto dos números reais e racionais.

2) Assinale a alternativa correta:


a) Todo número inteiro é racional e todo número real é um número inteiro.
b) A intersecção do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais tem 1
elemento.
c) O número 1,83333... é um número racional.
d) A divisão de dois números inteiros é sempre um número inteiro.

199
3) Observando as afirmações abaixo, marque o item CORRETO.
I. O conjunto dos Números Naturais está contido no conjunto dos Números Racionais.
II. O conjunto dos Números Inteiros está contido no conjunto dos Números Naturais.

III.O conjunto dos Números Racionais está contido no conjunto dos Números Inteiros.
a) As afirmativas I e II são verdadeiras.
b) As afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa I é verdadeira.
d) Somente a afirmativa II é verdadeira.

4) As afirmações abaixo se referem ao conjunto dos números Reais.


I. O conjunto dos números Reais é formado pela intersecção do conjunto dos números Racionais com os
números Irracionais.
II. O conjunto dos números Naturais pertence ao conjunto dos números Racionais.
III. O conjunto dos números Inteiros está contido no conjunto dos números Racionais. A alternativa que
contém a sequência correta é:
a) V, V, F.
b) V, F, V.
c) F, V, V.
d) F, F, V.
e) F, V, F.

5) Considerando N como o conjunto dos números naturais, Z como o conjunto dos números inteiros, Q como
o conjunto dos números racionais, R como o conjunto dos números reais e XC como o complementar do
conjunto X, julgue o item acerca dos conjuntos numéricos, de suas operações, propriedades e aplicações,
das operações com conjuntos e da compreensão das estruturas lógicas e dos respectivos diagramas.

É correto afirmar que o diagrama a seguir representa corretamente a afirmação: “Se não é um número real,então
não é um número natural”.

Certo( ) Errado( )

200
GABARITO
1) C
2) C
3) C
4) D
5) CERTO

201
TEORIA DOS CONJUNTOS

Teoria dos conjuntos é o ramo da matemática que estuda conjuntos, que são coleções de elementos. Embora
qualquer tipo de elemento possa ser reunido em um conjunto, a teoria dos conjuntos é aplicada namaioria das
vezes a elementos que são relevantes para a matemática.

Diagrama de Euler-Venn
No modelo de Diagrama de Euler-Venn (Diagrama de Venn), os conjuntos são representados graficamente:

Tipos de conjuntos

Vamos ver aqui os tipos de conjuntos vazio, universo e unitário.


Conjunto vazio

O conjunto vazio possui essa denominação justamente por não possuir elementos e pode ser representado

por { } ou Ø.
Conjunto universo

O conjunto universo é a junção de todos os elementos que estão sendo trabalhados em uma situação e é
representado pela letra U.
Exemplo:

Se possuímos o conjunto A= {2, 4, 6, 8} e o conjunto B= {1, 3, 5, 7, 9}, nesse caso teremos o conjunto
universo U= {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

202
Conjunto unitário
Possuímos também o conjunto unitário que é definido por possuir apenas um elemento. Não faz diferençao
tipo de elemento que esse conjunto possua, seja um número, dia da semana ou animal de estimação, sempre
existirá apenas um elemento dentro desse conjunto.

Operações com conjuntos

União de Conjuntos
A união de conjuntos corresponde a junção dos elementos dos conjuntos dados, ou seja, é o conjunto
formado pelos elementos de um conjunto mais os elementos dos outros conjuntos.

Se existirem elementos que se repetem nos conjuntos, ele aparecerá uma única vez no conjunto união.

Para representar a união usamos o símbolo U.

203
Exemplo:
Dados os conjuntos A = {c, a, r, e, t} e B = {a, e, i, o, u}, represente o conjunto união (A U B).

Para encontrar o conjunto união basta juntar os elementos dos dois conjuntos dados. Temos de ter o
cuidado de incluir os elementos que se repetem nos dois conjuntos uma única vez.

Assim, o conjunto união será:

A U B = {c, a, r, e, t, i, o, u}

Intersecção de Conjuntos
A intersecção de conjuntos corresponde aos elementos que se repetem nos conjuntos dados. Ela
érepresentada pelo símbolo ∩.

Exemplo:
Dados os conjuntos A = {c, a, r, e, t } e B = {a, e, i, o, u}, represente o conjunto intersecção ( ).

Devemos identificar os elementos comuns nos conjuntos dados que, neste caso, são os elementos a e e,
assim o conjunto intersecção ficará:
= {a, e}

Obs: quando dois conjuntos não apresentam elementos em comum, dizemos que a intersecção entre eles é
um conjunto vazio.
Nesse caso, esses conjuntos são chamados de disjuntos: A ∩ B = Ø

Diferença de Conjuntos
A diferença de conjuntos é representada pelos elementos de um conjunto que não aparecem no outro
conjunto.

Dados dois conjuntos A e B, o conjunto diferença é indicado por A - B (lê-se A menos B).

204
EXERCÍCIOS

1) Um gerador automático de números aleatórios utiliza os seguintes conjuntos ao gerar os números: R o


conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 2; S o conjunto de todos os números inteiros divisíveis
por 3; e T o conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 6. Esse gerador possui algumas afirmações
verdadeiras sobre esses conjuntos.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item.

O conjunto T é um subconjunto de S.

Certo ( ) Errado ( )

2) Um gerador automático de números aleatórios utiliza os seguintes conjuntos ao gerar os números: R o


conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 2; S o conjunto de todos os números inteiros divisíveis
por 3; e T o conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 6. Esse gerador possui algumas afirmações
verdadeiras sobre esses conjuntos.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item.

A intersecção de R e S é o conjunto vazio.

Certo ( ) Errado ( )

3) Sejam os conjuntos A={0,1,3,5,7}, B={0,2,4,6,8} e C={0,14,15}, assinale a alternativa correta.

a) A ∩ B ∩ C = {0}

b) A U C = {1,3,5,7,14,15}

c) B ∩ C = {2,4,6,8,14,15}

d) A U B = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,15}

205
GABARITO

1) CERTO 2) ERRADO 3) A

206
RACIOCÍNIO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.

MMC e MDC

Bem! sobre esse tema podemos expor pelas provas pesquisadas uma grande variedade de
assuntos desde MMC e MDC até áreas e volumes. Mas a maioria das questões está
concentrada em problemas aritméticos como grandezas diretamente e inversamente
proporcionais, regra de três, MMC e MDC e noções básicas de Porcentagem.

MMC MDC

O mínimo múltiplo comum, ou MMC,de O máximo divisor comum, ou MDC, de


dois ou mais números inteiros é omenor dois ou mais números inteiros é o maior
múltiplo inteiro positivo comum a todos divisor inteiro comum a todos eles
eles
O procedimento geral para o cálculo do
O procedimento geral para o cálculodo MDC, como no caso do MMC, envolve a
MMC envolve a decomposição primária decomposição primária de cada número
de cada número e devemosescolher os e escolhemos os fatores comuns de
fatores comuns e não comuns de maior menor expoente.
expoente.

Lembrando que o método da decomposição simultânea é o método maisrápido


e mais simples para a resolução de questões desse tópico.

Exercícios

(CESPE) Considerando que 300 pessoas tenham sido selecionadas para trabalhar em
locais de apoio na próxima copa do mundo e que 175 pessoas sejam do sexo
masculino, julgue os itens que se seguem.

01. Se, em um dia de jogo, funcionarem 24 postos de apoio e se cada posto necessitar de 6
mulheres e 6 homens, então a quantidade de pessoasselecionadas será suficiente.

02. É impossível dividir as 300 pessoas em grupos de modo que todos os grupos tenham a
mesma quantidade de mulheres e a mesma quantidade de homens.

207
03.(CESPE) Se o máximo divisor comum de dois números é 7, então, se cada um dosnúmeros
for multiplicado por 2² x 5, o máximo divisor comum dos números obtidos serão 70.

Gabarito
1 - Errado
2 - Errado
3 - Errado

208
RACIOCÍNIO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.

Baseado nas definições acima, vamos explorar esse assunto resolvendo as questões
do bloco.

Exercícios

01.(CESPE) Determinada companhia aérea possui uma frota com cinco aviões: dois deles
têm capacidade para 138 passageiros; outros dois, para 180 passageiros e um, para 264
passageiros.

Se 12% dos assentos disponíveis na frota forem reservados para passageiros portadores de
necessidades especiais, então 108 assentos estarão disponíveis para esses passageiros.

02.(CESPE) Se um lojista aumentar o preço original de um produto em 10% edepois


der um desconto de 20% sobre o preço reajustado, então, relativamente ao preço original, o
preço final do produto será
a) 12% inferior.
b) 18% inferior.
c) 8% superior.
d) 15% superior

e) 10% inferior

Gabarito:

1 – certo
2-A

209
RACIOCÍNIO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.

GRANDEZAS..........

Você já pensou que:

A sua nota na prova depende do número de questões que você acerta?

• A quantidade de água que você gasta em um banho é proporcional ao tempo quevocê


leva tomando banho?

• O tempo que um caminhoneiro leva para ir do Rio de Janeiro a São Paulo dependede sua
velocidade média?

Portanto, podemos dizer que:

GRANDEZA é tudo aquilo que pode ser medido e contado.

As grandezas podem ser: diretamente proporcionais (D.P), inversamente proporcionais (I.P)


ou até mesmo nem diretamente e nem inversamenteproporcionais. No nosso caso iremos
estudar as grandezas diretamente proporcionais e as grandezas inversamente proporcionais.

GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS.....

Duas grandezas são chamadas diretamente proporcionais quando a razão entre os valores
da primeira é igual à razão entre os valores da segunda. Portanto, se uma grandeza dobra a
outra também dobra. Se uma grandeza triplica a outra também triplica.

GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS...

Duas grandezas são chamadas inversamente proporcionais quando a razão entre os valores
da primeira é igual ao inverso da razão entre os valores da segunda.

REGRA DE TRÊS......

Regra de três é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores
dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
conhecidos.

210
Passos utilizados numa regra de três:

- Agrupar as grandezas da mesma espécie em colunas e manter na mesma linha as


grandezas de espécies diferentes em correspondência.

② - Selecionar a grandeza desconhecida (ou grandeza de referência)

③ - Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.

④ - Montar a proporção e resolver a equação

Exercícios

(CESPE) Determinada construtora emprega 200 empregados na construção de cisternas em


cidades assoladas por seca prolongada. Esses empregados, trabalhando 8 horas por dia,
durante 3 dias, constroem 60 cisternas. Com base nessas informações e considerando que
todos os empregados sejam igualmente eficientes, julgue os itens que seguem.

01. Se todos os empregados trabalharem 6 horas por dia durante 8 dias, então,nesse
período, eles construirão menos de 110 cisternas.

02. Se todos os empregados trabalharem 12 horas por dia durante 2 dias, entãoeles
construirão, nesse período, mais de 55 cisternas.

03.(CESPE) Se 8 alfaiates que trabalham em um mesmo ritmo confeccionarem 36 blusas em


9 horas de trabalho, então 10 alfaiates, com a mesma produtividade dos outros 8,
confeccionarão, em 8 horas de trabalho, mais de 45 blusas.

Gabarito
1 - Errado
2 - Certo
3 - Errado

211
GEOGRAFIA
DA
PARAÍBA

212
DADOS GERAIS DA PARAÍBA
❖ Região: Nordeste.
❖ Capital: João Pessoa.
❖ Área territorial: 56.467 km² (IBGE, 2019).
❖ População: 4.039.277 habitantes (IBGE, 2020).
❖ Densidade demográfica: 66,7 hab./km² (IBGE, 2010).
❖ Clima: tropical.

❖ A Paraíba é um estado brasileiro localizado no Nordeste do país. Foi alvo de disputa


entre diferentes povos que possuíam interesse na sua localização estratégica. Por
meio da colonização portuguesa, houve a consolidação dos primeiros núcleos
urbanos do estado e o investimento nas atividades agrícolas, principalmente no
cultivo de cana-de-açúcar.

❖ A economia está ancorada nas atividades agrícolas e também nas indústrias de


confecções e calçados.

❖ O território paraibano possui algumas deficiências em termos de estrutura e serviços


para a população; porém, apresenta uma cultura riquíssima, com destaque para as
festas juninas. A Festa de São João, em Campina Grande, é considerada uma das
melhores do Brasil.

❖ A Paraíba surpreende pelas singularidades que encantam seus moradores e seus


visitantes. A Capital do Estado, João Pessoa, é considerada uma das cidades mais
arborizadas do planeta e, por ter recebido distinção da coroa portuguesa já no ano de
sua fundação, 1585, guarda o título de terceira cidade mais antiga do Brasil. É aqui
onde fica o ponto extremo oriental das Américas – a Ponta do Seixas, e a Estação
Cabo Branco Ciências Cultura e Arte, uma obra grandiosa de Oscar Niemeyer.

❖ Segundo dados estatísticos do IBGE [2019], a Paraíba tem uma população estimada
de 4.018.127 habitantes e ocupa o 5º lugar entre os Estados nordestinos mais
populosos.

❖ O território da Paraíba foi uma das regiões de ocupação pioneira no Brasil. A partir da
chegada dos portugueses, a região foi estabelecida como parte da capitania de
Itamaracá. Porém, houve várias dificuldades de implementação das frentes de

213
ocupação portuguesa na região, em especial por meio da resistência dos índios e da
influência de exploradores franceses, que utilizavam o litoral paraibano para a
extração ilegal de pau-brasil. O primeiro centro urbano da Paraíba foi fundado apenas
em 1585, a chamada Cidade da Paraíba, hoje a atual capital do estado, João Pessoa.

❖ Desde então, a região registrou um elevado crescimento econômico e demográfico,


consolidando-se como um dos centros nordestinos da época do Brasil Colônia,
principalmente por causa da instalação de engenhos de açúcar. Esse cenário resultou
em uma invasão de tropas holandesas na região. Os Países Baixos possuíam amplo
interesse na localização estratégica do estado e na produção de açúcar. Em 1654, a
Paraíba voltou para o domínio português, mas, apenas em 1799, se tornou uma
capitania federal e, consequentemente, uma província do Império do Brasil, em 1882,
e um estado da federação do Brasil, em 1889.

❖ No período do Brasil República, ao longo do século XX, a Paraíba foi um dos centros
da chamada Revolução de 1930, que marcou o fim da República Velha no Brasil.
Nesse período, ocorreu o assassinato do então governador do estado da Paraíba,
João Pessoa, que era vice na chapa presidenciável de Getúlio Vargas. Esse evento
reorganizou as alianças políticas em âmbito nacional, provocando mudanças
profundas no governo federal brasileiro. O nome atual da capital da Paraíba, João
Pessoa, foi uma homenagem ao político paraibano assassinado.

EXERCÍCIOS

1 - Esta capital nordestina já foi eleita a capital mais verde do mundo, ficando atrás
apenas de Paris. A cidade apresenta o melhor Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) do Estado, e tem aproximadamente 900 mil habitantes. Indique-a:

a) João Pessoa.
b) Fortaleza.
c) São Luís.
d) Branco.
e) Campo Grande.

2 - João Pessoa é um município brasileiro, capital e principal centro financeiro e


econômico do Estado da Paraíba. A respeito do município de João Pessoa, é correto
afirmar que, EXCETO:
a) A Região Metropolitana de João Pessoa é formada por João Pessoa e mais onze
municípios.

b) É uma das cidades mais verdes do planeta, com mais de 7 m² de floresta por
habitante, rodeada por duas grandes reservas de Mata Atlântica.

214
c) No ano de 2021 a capital da Paraíba – João Pessoa completará 435 anos de
fundação.

d) É conhecida como "Porta do Sol", devido ao fato de, no município, estar localizada
a Ponta do Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas, o que faz a cidade ser
conhecida como o lugar "onde o sol nasce primeiro nas Américas.

e) O clima de João Pessoa é tropical úmido com índices relativamente elevados de


umidade do ar.

3 - Situada em território paraibano, a ponta


do Seixas é
A) o limite geográfico ocidental do continente sul-americano.
B) o acidente geográfico mais elevado do estado.
C) a delimitação entre as áreas territoriais de João Pessoa e Bayeux.
D) a fronteira entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
E) o ponto extremo oriental da América do Sul.

4 – Sobre a geografia da Paraíba pode se afirmar:

a) A Paraíba é uma das 22 unidades federativas do Brasil.

b) Está situado a leste da região nordeste e tem como limites o Estado do Rio Grande
do Norte ao norte, o Oceano Atlântico ao leste, Pernambuco ao sul e Ceará ao oeste.

c) A capital do estado é Campina Grande.

d) O estado possui 222 municípios.


GABARITO
1-A, 2-C, 3-E, 4-B

215
❖ GEOGRAFIA DA PARAÍBA

❖ A Paraíba está localizada no Nordeste do Brasil. O estado faz divisa com:

• Rio Grande do Norte,

• Pernambuco e

• Ceará.

❖ O relevo da Paraíba é formado por três grandes compartimentos geomorfológicos:

• a planície costeira, localizada nas proximidades do litoral;

• as zonas de planalto, com maiores altitudes; e

• a Depressão Sertaneja, porção mais quente e seca do estado.

A superfície do Estado da Paraíba é constituída basicamente por três unidades de relevo:


Planície Litorânea, Planalto e Depressão. As planícies predominam no Estado em áreas
litorâneas, lugares compostos por praias. O Planalto da Borborema é onde se encontram os
picos mais altos do Estado. As depressões são identificadas no agreste da Paraíba, nas
proximidades com o planalto da Borborema. O ponto mais elevado do Estado é chamado de
Pico do Jabre, com 1.197 metros de altitude.

A Paraíba possui um clima tropical, e, no litoral, predomina-se o subtipo tropical úmido; já no


interior, ocorre o subtipo tropical semiárido, marcado pelas altas temperaturas e
irregularidade das chuvas. No interior do Paraíba, região do Sertão Paraibano, são
registrados os menores volumes de chuva do Brasil.

❖ A vegetação da Paraíba é predominantemente de Caatinga. Esse bioma é


exclusivamente brasileiro e caracterizado pela resistência de suas espécies de fauna
e flora à seca. No litoral e nas regiões de planalto, ocorrem ainda formações vegetais
de mangue e floresta tropical, como a Mata Atlântica. A maior parte dos rios da
Paraíba são intermitentes, ou seja, secam com o período seco. O principal rio do
estado é o Piranhas.

O estado da Paraíba possui cerca de 4 milhões de habitantes. A maior parte da população


está concentrada nas zonas urbanas, em especial na região da capital, João Pessoa, e da
cidade de Campina Grande. No século XX, a Paraíba foi um dos principais centros de

216
migração expulsora do Nordeste, em especial para o Sudeste do Brasil. Porém, nas últimas
duas décadas, tem-se verificado um alto índice de migração de retorno.

A maior cidade em população da Paraíba é a capital, João Pessoa, com cerca de 800 mil
habitantes. As cidades de Campina Grande, Santa Rita e Patos também são importantes
centros demográficos do estado, ambas com mais de 100 mil habitantes.

❖ CLIMA DA PARAÍBA

O clima da Paraíba se distingue pela alta incidência de raios solares, devido à proximidade
com a Linha do Equador, e conforme um maior distanciamento do oceano. A leste, o clima
é tropical úmido com chuvas durante o outono e o inverno. Na região do Borborema e em
parte do Sertão, o clima é semiárido, local onde predomina o chamado Polígono das Secas.
A oeste, as massas de ar úmidas deixam o clima na região quente e semiúmido com o
predomínio de chuvas de verão.

A Mata Paraibana é caracterizada pelo clima tropical quente e úmido. A umidade advinda do
Oceano Atlântico é a principal responsável pelos altos índices pluviométricos na porção leste
do território.

❖ A HIDROGRAFIA PARAIBANA

❖ A hidrografia paraibana é classificada em: Rios Litorâneos e Rios Sertanejos. Os Rios


Litorâneos são: Rio Paraíba, Curimataú e o Mamanguape. Esses nascem geralmente
na Serra da Borborema e seguem para o oceano, onde desembocam suas águas. Já
os Rios Sertanejos são: rio Piranhas, rio do Peixe, rio Piancó e Espinhara. Os rios
sertanejos são aqueles que se deslocam em direção aos relevos mais baixos e
deságuam no litoral do Estado do Rio Grande do Norte.

EXERCÍCIOS

1 – Assinale a alternativa correta em relação á hidrografia da Paraíba.

a) Os rios litorâneos são rios que nascem no litoral e correm na direção da serra da
Borborema.
b) Os rios sertanejos são rios que vão em direção ao norte em busca de terras baixas e
desaguando no litoral do Rio Grande do Norte.
c) Dentre os rios litorâneos, o mais importante é o Piranhas.
d) Dentre os rios sertanejos, o mais importante é o Paraíba.
2 – Assinale a alternativa correta em relação a vegetação do estado da Paraíba.

a) A caatinga predomina no litoral.


b) Matas e manguezais são encontrados no sertão.
c) Xique-xique e mandacaru são plantas encontradas no mangue litorâneo.
d) A caatinga é a vegetação característica do sertão.

3 - Sobre os aspectos naturais do estado da Paraíba, assinale a alternativa correta.

217
a) O estado da Paraíba está localizado dentro da Zona Térmica Intertropical, ao norte do
Equador, recebendo uma alta radiação energética, o que determina um clima equatorial,
com temperatura média anual de 26°C.

b) O estado da Paraíba possui dois biomas em seu território: Amazônico, na porção oriental,
e o cerrado, na porção centro-oriental.

c) O Planalto da Borborema, que se enquadra na classe de planaltos em núcleos cristalinos


arqueados, está presente na Paraíba, além de outros estados.

d) O pico do Itaguaré, ponto mais alto da Paraíba, está localizado na fronteira com o estado
do Rio Grande do Norte, na serra da Aratanha.

4 - A Paraíba está localizada no Nordeste do Brasil. O estado faz divisa com: Rio Grande do
Norte, Acre e Ceará.

( ) Certo ( ) Errado

5 - A Paraíba possui um clima tropical, e, no litoral, predomina-se o subtipo tropical úmido;


já no interior, ocorre o subtipo tropical semiárido, marcado pelas altas temperaturas e
irregularidade das chuvas.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO
1-D, 2-E, 3-C, 4-ERRADO, 5-CERTO

218
ASPECTOS ECONÔMICOS

• Alguns produtos merecem destaque no contexto de sua economia: o algodão, o sisal


e o abacaxi.
• A pecuária também tem importância e as principais criações são de bovinos, suínos,
ovinos e equinos.
• No setor industrial salientam o alimentício, metalúrgicas, e o têxtil, das indústrias
voltadas aos produtos da cana-de-açúcar. O setor industrial responde por 16,3% do
PIB estadual, um dos principais polos encontra-se em Campina Grande, onde estão
sediadas companhias ligadas aos setores de metalurgia e confecções. A estratégia de
oferecer incentivos fiscais a empresas dispostas a se estabelecer no Estado apresenta
resultados modestos.
• Em suma, a economia se baseia na agricultura.
• O transporte marítimo é fundamental à economia paraibana. As exportações e
importações são operadas principalmente através do Porto de Cabedelo.
Sob o ponto de vista econômico, considerando a P.E.A. (população economicamente ativa)
correspondente aos setores econômicos, percebe-se que está ocorrendo uma redução no
número de pessoas ocupando o setor primário paraibano, o que confirma a saída da
população do campo. Enquanto isso, nas cidades, o setor terciário está sofrendo aumento
gradativo, ao receber a população proveniente do setor primário.
Apesar da população paraibana continuar participando cada vez menos do setor primário,
este ainda representa a base da economia do Estado. Os principais produtos agrícolas
paraibanos são:

• Abacaxi: Sobre o qual a Paraíba se destaca como o maior produtor, tendo grande
importância para a exportação. O abacaxi é cultivado em Sapé, Mari e Mamanguape.
• Sisal: Nos anos 50 e 60 foi o principal produto agrícola paraibano. Hoje ocupa o
terceiro lugar na exportação estadual.
• Cana-de-açúcar: Possui grande importância econômica, pois dela se fabrica o
álcool usado como combustível. As principais áreas de cultivo são os vales, os
tabuleiros e o litoral.
• Algodão: Na região sertaneja, ocupa lugar de destaque. Essa cultura já representou
o principal produto agrícola paraibano.
• Mandioca, milho e feijão: São culturas de subsistência.

219
Na produção animal, destacamos os rebanhos:

• Bovino: Sua produção se destina basicamente a alimentação local. Localiza-se mais


intensamente no Agreste e no Sertão.
• Suíno: Com a melhoria das técnicas de criação, o rebanho vem apresentando um
crescimento. Localiza-se no Cariri e no Sertão.
• Caprinos e Ouvinos: Fornece carne e leite. Localiza-se nos Cariris e no Sertão.
• Equinos, Asininos e Muares: Destinados ao transporte.

Percebe-se que a pecuária é praticada de forma extensiva na Paraíba.


• No turismo a Paraíba se destaca especialmente devido a suas praias. Vale salientar
que o ecoturismo tem crescido muito na Paraíba, com a valorização das áreas
afastadas da capital, João Pessoa. Uma das áreas citadas como referência de ponto
turístico do interior é o Lajedo de Pai Mateus. Em Campina Grande se encontra um
dos maiores eventos juninos do Brasil, denominado "O Maior São João do Mundo."

• Turismo em Campina Grande


Herdeira da cultura nordestina, Campina Grande luta por manter vivo o rico patrimônio
representado pelas manifestações culturais e populares dessa região. A quadrilha
junina, o pastoril, as danças folclóricas, o artesanato, etc., são alguns exemplos de
manifestações da cultura popular que ainda encontram lugar na cidade.
Historicamente, Campina Grande teve, e continua tendo, papel destacado como polo
disseminador da arte dos mais destacados artistas arraigados na cultura popular
nordestina, a exemplo dos "cantadores de viola", "emboladores de coco", poetas
populares em geral. Especialmente na música, é inegável a importância desta cidade
na divulgação de artistas do quilate de Luiz Gonzaga, Rosil Cavalcante, Jackson do
Pandeiro, Zé Calixto, dentre muitos, e até pelo surgimento de outros tantos como
Marinês, Elba Ramalho, etc. Eventos como "O Maior São João do Mundo", Festival de
Violeiros, "Canta Nordeste", as vaquejadas que se realizam na cidade, além de
programações específicas das emissoras de rádio campinenses, contribuem
fortemente para a preservação da cultura regional.
• Turismo na cidade de João Pessoa
João Pessoa, fundada em 1585, é uma das mais antigas cidades do País e, por isso
mesmo, é o retrato vivo do passado nas ruas e praças que remontam às origens da
cidade.
A cidade baixa, a qualquer hora do dia ou da noite, tem sempre atrativos para quem
busca na arquitetura dos últimos três séculos o testemunho do processo de
desenvolvimento nordestino, além de outros encantos que se traduzem em
ancoradouros do rio Sanhauá, casarões antigos, hotéis, igrejas e praças.
Deslumbram os olhos do turista as tradicionais igrejas, construções antigas e o clima
de saudosismo que impera no Centro Histórico. Destacam-se ali as Igrejas de São
Pedro Gonçalves, de São Bento (antigo Convento), do Carmo, com o Palácio
Arquidiocesano, e a Catedral Metropolitana.

220
ASPECTOS SOCIAIS
• Nosso povo surgiu na mistura das raças branca, negra e índia. Esta última já habitava
a região.
• A população da Paraíba é essencialmente mestiça, o que resulta da união de três
etnias: a mulata, a cabocla e a cafuza.
Área territorial: 56.467,242 km² (IBGE, 2020).
População: 4.039.277 habitantes (IBGE, 2020).
Densidade demográfica: 66,70 hab/km² (IBGE, 2010).
• 51,85% são mulheres.
• Em relação à cor, a maioria da população se declara parda (56,13%), seguida de
brancos (36,20%), pretos (6,67%), indígenas (0,88%) e amarelos (0,11%).
• Mais de 3/4 dos paraibanos vivem em áreas urbanas do estado (81,61%). Por grupos
de idade, os habitantes entre 0 e 14 anos correspondem a 23,49% da população. Os
idosos com mais de 65 anos equivalem a 9,54%. O restante (66,97%) é composto
pela população em idade ativa, ou seja, pessoas entre 15 e 64 anos, idade considerada
adequada para desenvolver atividades remuneradas. O estado tem a segunda menor
população em idade ativa de toda a região Nordeste, perdendo somente para o
Maranhão.
• A taxa de crescimento populacional do estado vem caindo ano após ano, a taxa de
fecundidade da Paraíba é a terceira menor do Nordeste.
• Um dos grandes problemas do estado é a educação. Paraíba apresenta a terceira
maior taxa de analfabetismo do Brasil.
• A esperança de vida ao nascer na Paraíba também está entre os índices mais baixos
em relação aos demais estados do Brasil. A estimativa média é a de que os paraibanos
vivam até os 72 anos, dois a menos que a média nacional, que é de 73,94 anos. Além
disso, o estado registra a sexta pior taxa de mortalidade infantil do país. Para cada mil
crianças nascidas vivas, 21,67 morrem antes de completar um ano de vida.
• A pobreza também é um fator preocupante para a Paraíba. De toda a população,
13,39% é extremamente pobre, ou seja, possui renda inferior a setenta reais per
capita por mês.
• Outro dado alarmante é o da violência no estado. Em 2000, os índices de homicídio
ficavam entre os mais baixos de todo o país, entretanto, a partir de 2010, a Paraíba
passou a figurar na lista dos seis estados mais violentos do Brasil. Para cada 100 mil
habitantes, 38,6 são mortos. A Região Metropolitana de João Pessoa é a terceira mais
violenta do país, atrás apenas de Maceió e Belém. Tudo isso coloca a Paraíba entre os
mais baixos índices de qualidade de vida do Brasil.

ASPECTOS CULTURAIS
• O estado da Paraíba é reconhecido nacionalmente pela riqueza das suas tradições
culturais. As festas religiosas e juninas atraem muitos visitantes para o estado. O São
João de Campina Grande é considerado a maior festa junina do mundo. Há ainda

221
festivais folclóricos, como folguedos e cavalhadas, assim como a preservação de
danças tradicionais, como o coco de roda, a ciranda e o xaxado. Na música, destacam-
se os ritmos forró, xote e baião.
• A Paraíba é terra de importantes escritores brasileiros, como Ariano Suassuna,
Augusto dos Anjos, Pedro Américo e José Lins do Rego. Em relação às artes, o
artesanato é uma importante prática de afirmação da cultura paraibana, com
confecções de peças de barro, couro e diferentes tipos de bordado. Já na culinária,
são destaques os pratos típicos paraibanos de buchada de bode, cuscuz, carne de sol
e bode guisado.

EXERCÍCIOS

1 - Quanto ao quesito cor, o censo de 2010 do IBGE, apontou que a população do estado se
autodeclarava predominantemente:

a) Branca

b) Negra

c) Parda

d) Amarela

2 - Em relação à economia do estado do Piauí, assinale a opção correta.


3 – primário secundário...

GABARITO
1-C, 2-, 3-, 4-

222
HISTÓRIA
DA
PARAÍBA

223
A história da Paraíba começa antes do descobrimento do Brasil, quando o litoral do atual
território do Estado era povoado pelos índios tabajaras e potiguaras. Demorou um certo
tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que
os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias. Além
disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto
o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério que tornara uma nação muito
poderosa na época.

Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil,


madeira muito encontrada no Brasil-colônia. Esses invasores eram, em sua maioria,
franceses, e logo que chegaram no Brasil se aproximaram dos índios, o que possibilitou
entre eles uma relação comercial conhecida como “escambo”: o trabalho indígena era
trocado por alguma manufatura sem valor. Com o objetivo de povoá-la, a colônia
portuguesa foi dividida em quinze capitanias para doze donatários. Entre elas destacam-
se a capitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição.
Em 1574 aconteceu um incidente conhecido como “Tragédia de Tracunhaém”, no qual
índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém, em
Pernambuco. Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de uma
índia, filha do cacique potiguar nesse engenho. Após esta tragédia, D. João III, rei de
Portugal, desmembrou Itamaracá, dando formação à capitania do Rio Paraíba.

Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá,


recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo
massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco
expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou
primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.

A primeira expedição aconteceu em 1574, cujo comandante foi o ouvidor-geral D.


Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem
que houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi
surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.

A segunda expedição ocorreu em 1575 e foi comandada pelo governador-geral, D. Luís


de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram
sequer às terras paraibanas. Três anos depois outro governador-geral Lourenço Veiga,
tenta conquistar o Rio Paraíba, não obtendo êxito.

224
A terceira aconteceu em 1579, ainda sob forte domínio “de fato” dos franceses, foi
concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba,
desmembrada de Olinda. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava
vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até
Portugal, ele perdeu sua esposa. Em 1582, na quarta expedição, com a mesma proposta
imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a
Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Barbosa desiste após perder
um filho em combate. Na quinta e última expedição, em 1584, após a sua chegada à
Paraíba, Frutuoso Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses, solicitando
mais tropas de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses portugueses na
região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram reforços por meio de uma esquadra
comandada por Diogo Flores de Valdés, e de Pernambuco tropas sob o comando de D.
Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba.
Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe.

Para as jornadas, o ouvidor-geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos,
índios, escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com índios que
sem defesa, fogem e são aprisionados. Ao saber que eram índios tabajaras, Martim Leitão
manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra os potiguaras, rivais dos Tabajaras.
Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem
outra traição, rejeitaram-na.

Depois de um certo tempo, Leitão e sua tropa finalmente chegaram aos fortes (Forte de
São Filipe/São Filipe e Santiago), ambos em decadência e miséria devido às intrigas entre
espanhóis e portugueses. Com isso, Martim Leitão nomeou o espanhol conhecido como
Francisco Castejón para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca só fez piorar a situação.
Ao saber que Castejón havia abandonado, destruído o Forte e jogado toda a sua artilharia
ao mar, Leitão o prendeu e o enviou de volta à Espanha.

Quando ninguém esperava, os portugueses unem-se aos Tabajaras, fazendo com que os
potiguaras recuassem. Isto se deu no início de agosto de 1585. A conquista da Paraíba
se deu ao final, pela união de um português e um chefe indígena chamado Pirajibe,
palavra que significa “Braço de Peixe”. A província tornou-se estado com a proclamação
da República, em 15 de novembro de 1889.

Fundação da Paraíba

Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e outros para edificar a


Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o início das obras, Leitão foi a Baía da
Traição expulsar o resto dos franceses que permaneciam na Paraíba.

225
Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraíba foi a terceira
cidade a ser fundada no Brasil e a última do século XVI.

Invasões Holandesas

Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de Alcácer-


Quibir, na África, deixando o trono português para seu tio, o cardeal D. Henrique,
o qual devido à sua avançada idade acabou morrendo em 1579, sem deixar
herdeiros. O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos reis portugueses,
com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu em 1580 o
trono português.

A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses


holandeses, pois eles estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua
independência e a Holanda era responsável pelo comércio do açúcar nas colônias
portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos espanhóis,
os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes
trouxe grande prejuízo.

Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o


governo e companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias
Ocidentais, para invadir as colônias.

A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O


governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o
combate, porém com o atraso da esquadrilha holandesa, os brasileiros não mais
acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.

Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as
forças brasileiras mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas
holandesas. Em maio de 1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de D.
Fradique de Toledo Osório.

Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon,


seguiram para Baía da Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas
paraibanas, pernambucanas e índios se uniram a mando do governador Antônio
de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses. A derrota
batava veio em agosto de 1625.

Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o


governador Matias deAlbuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos,
incendiou os armazéns do porto e entrincheirou-se.

Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por


Francisco Coelho. Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.

Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi


reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi
construído o Forte de Santo Antônio.

226
Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos
desembarcaram na Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma
trincheira em frente a fortaleza de Santa Catarina, mas foram derrotados com a
chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando
do governador.

Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente


a fortaleza. Os holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de
vencer, os batavos se retiram para Pernambuco.

Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque,


200 índios e 3 companhias paraibanas os impediram de desembarcar.

Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao


desembarcarem percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que
eles desistissem da invasão e voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.

Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois


ela representavauma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma,
em 25 de novembro de 1634 partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba.

Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses


chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três
brasileiros, entre eles o governador, que conseguiu fugir.

No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais


pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os batavos receberam mais
reforços.

Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para
combater com os chefes holandeses na região do forte. Enquanto isso, Callabar
roubava as propriedades. Vieram reforços do Rio Grande do Norte e de
Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza
de Cabedelo.

Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os


paraibanos. Como os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável,
resolveram entregar o Forte de Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo
Antônio.

O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da


tropa, juntamente com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.

Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das


Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de
Albuquerque no Engenho Velho, mas não o encontraram.

O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou
a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus.
Depois, os holandeses mandaram libertar Duarte Gomes.

227
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que
eram chefiados por André Vidal de Negreiros.

Os paraibanos continuavam com a idéia de querer expulsar os holandeses.


Buscaram forças para isso: arranjaram homens no Engenho São João e contaram
com o apoio de André V. de Negreiros. Quando os holandeses descobriram,
também se prepararam para o combate. Os paraibanos reuniram-se em Timbiri,
e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo
Linge e sua tropa.

Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão


Francisco Leitão.

Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram


com as provocações aos holandeses, tornando assim complicada a situação de
Pernambuco.

A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn.


Francisco Figueroa chegou para governar a capitania por um determinado tempo.
Em 1655, chegou João Fernandes Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.

Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio


de Albuquerque Maranhão. Em 1618, então este teve por herança o governo do
Maranhão, que teria a assessoria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio
não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou. Seguindo os assessores seu
próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do Maranhão e
casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.

Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.

Revolução Praieira:Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província


de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que
dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de
protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia
estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos
citar:

a divisão dos latifúndios;

a liberdade de imprensa;
democracia;
fim da importação de indústrias têxteis;

fim do domínio português sobre o comércio de Recife;


fim da oligarquia política, entre outros;

228
Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes
latifundiários e comerciantes portugueses). O principal jornal liberal em Recife
tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto, os liberais ficaram
conhecidos como praieiros.

A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda,


ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram
Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro
Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba.
Outros líderes foram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento
revolucionário do Império.

Revolta dos Quebra-Quilos:Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela


modificação que provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou
uma grande revolução na Paraíba. Esta revolta causou muitas prisões, inclusive a
do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).

Ronco da Abelha:A revolta do ronco da abelha se deu nos sertões de


Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba, em 1851, com o intuito de fazer o controle
sobre os trabalhadores, visto que, com a queda do tráfego negreiro, os homens
livres foram trabalhar.

Princesa Isabel>Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de


Princesa Isabel, Paraíba. Teve como líder José Pereira, que possuía amizades
influentes no Estado.

Coluna Prestes>Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam


descontentes com o governo do presidente do Rio Grande do Sul, e velhos
participantes da Revolta Federalista de 1893. Seus principais líderes foram: Luís
Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távola.

Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as


barreiras do sul.

Revolução de 1930

Representou o acontecimento mais importante em toda a história da Paraíba. A


liderança da Paraíba foi para frente a partir do memento em que João Pessoa
recusou aceitar a candidatura de Júlio Prestes à presidência da república.

Tudo piorou com o levante de Princesa, que contou com o apoio de todos os
coronéis do açúcar e do algodão, entre outros fatores que contribuíram para o
agravamento da situação.

Logo após esse acontecimento, veio a morte do presidente da Paraíba,João Pessoa.


A revolução se espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).

229
☠ DIREITO CONSTITUCIONAL – LUCAS NETO
☠ DIREITO PENAL – LÍVIA FERNANDES
☠ DIREITO PROCESSUAL PENAL – LÍVIA
FERNANDES

☠ DIREITO MILITAR – GABRIEL SANTOS


☠ NOÇÕES DE SOCIOLOGIA – KELLY LOPES
☠ LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – LÍVIA
FERNANDES

230
DIREITO
constitucional

231
Direitos e Garantias Fundamentais: Origem e
Características

Direitos Fundamentais - Regra Gerais


Os Direitos Fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no decorrer do
desenvolvimento da humanidade e são normas protetivas que formam um núcleo de
prerrogativas inerentes ao ser humano, ou seja, seu objetivo principal é a proteção do indivíduo,
tanto na relação indivíduo-Estado-relação vertical-, como também em relação aos outros
indivíduos da sociedade - relação horizontal

Características

➢ Historicidade
Essa características revela que os Direitos Fundamentais são frutos da evolução histórica da
humanidade. O individuo evolui com o passar do tempo.

➢ Inalienabilidade
Os Direitos Fundamentais não podem ser alienados, não podem ser negociados, não podem ser
transigidos.

➢ Irrenunciabilidade
Os Direitos Fundamentais não podem ser renunciados

➢ Imprescritibilidade
Os Direitos Fundamentais não se sujeitam aos prazos prescricionais. Não se perde um direito
fundamental com o passar do tempo.

➢ Universalidade
Os Direitos Fundamentais pertencem a todas as pessoas, independentemente de sua condição.

➢ Máxima Efetividade
Essa característica é mais uma imposição ao Estado, que está coagido a garantir a máxima
efetividade dos direitos fundamentais. Esses direitos não podem ser ofertados de qualquer
forma. É necessário que eles sejam garantidos da melhor forma possível.

pág. 1

232
➢ Concorrência
Os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto com os outros direitos. Não é
necessário abandonar um para usufruir outro direito.

➢ Complementariedade
Um direito fundamental não é interpretado sozinho. Cada direito é analisado juntamente com
os outros direitos fundamentais.

➢ Proibição do Retrocesso
Essa característica proíbe que os direitos já conquistados sejam perdidos.

➢ Limitabilidade
Não existe direito fundamental absoluto. Todos são direitos relativos.

➢ Não Taxatividade
O rol de direitos fundamentais é meramente exemplificativo, tendo em vista a possibilidade de
novos direitos.

Dimensões dos Direitos Fundamentais

Embora hoje se fale muito em direitos fundamentais até a sétima geração, a doutrina
tradicionalmente identifica três gerações – ou dimensões – de direitos fundamentais, de acordo
com a sua evolução histórica.

➢ DIREITOS DA 1ª GERAÇÃO – Direitos civis e políticos. Estão ligados à ideia de


liberdades negativas, pois impõem ao Estado o direito de não fazer. Constituem
limites ao Estado em relação à vida das pessoas, trazendo a ideia de direitos
individuais.
Ligados fundamentalmente aos valores de liberdade dos indivíduos

➢ DIREITOS DE 2ª GERAÇÃO – Direitos sociais, econômicos e cultuais. Os direitos


sociais foram criados no intuito de reduzir as diferenças sociais, sendo necessária
nesse caso a intervenção do Estado através de ações prestacionais, buscando
garantir uma existência digna aos cidadãos. São chamadas de liberdades
positivas, e podem estar associaidas à igualdade.

➢ DIREITOS DE 3ª GERAÇÃO – Direitos difusos ou transindividuais. Surgem


aproximadamente em meados de 1970. São direitos de titularidade coletiva, não
se limitando aos direitos dos indivíduos, mas de toda a coletividade como, por
exemplo, o dereito ao meio ambiente. Pois, em casos de degradação do meio
ambiente, todas as pessoas, independente de onde morem, serão atingidas.

pág. 2

233
➢ Estão relacionados à ideia de Solidariedade/Fraternidade.

EXERCÍCIO

1) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração:


a) os direitos econômicos e culturais
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos
c) as liberdades públicas
d) os direitos e garantias individuais e coletivos

2) Direito fundamental pode sofrer limitações, mas é inadmissível que se atinja seu
núcleo essencial de forma tal que se lhe desnature a essência.

Gabarito:
1) A
2) CERTO

pág. 3

234
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem


de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

235
XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

236
Segurança Pública

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:

A doutrina divide a polícia de segurança em duas áreas :


• Polícia Judiciária (repressiva ou de investigação);
• Polícia Administrativa (preventiva ou ostensiva).

Enquanto a polícia administrativa age preventivamente, evitando que


o crime aconteça na área do ilícito administrativo, a polícia judiciária
age repressivamente, punindo os atos após a ocorrência do ilícito
penal.

O Decreto n° 5.289/2004 regula as regras de organização da


administração pública, para o desenvolvimento da Força Nacional de
Segurança Pública, ao qual poderão aderir de forma voluntária, os
Estados interessados.

237
A força Nacional de Segurança Pública poderá ser empregada em
qualquer parte do território nacional, mediante expressa solicitação do
Governador de Estado ou do Distrito Federal, cabendo ao Ministro de
Estado da Justiça determinar a oportunidade para tal. Seu
emprego será esporádico e planejado.
O grupo mobilizável da Força Nacional de Segurança Pública será
formado por servidores que tenham recebido treinamento especial do
Ministério da Justiça, integrantes das policias federais e órgãos de
segurança pública dos Estados que aderiram ao programa de
cooperação federativa.

Órgãos de Segurança Pública


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I – a polícia federal;
II - policia rodoviária federal;
III – policia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.

Os Estados, Distrito Federal e Municípios não podem criar novos órgãos


de segurança pública. Esse é um Rol Taxativo.

POLÍCIA FEDERAL, RODOVIÁRIA FEDERAL E FERROVIÁRIA


FEDERAL

§ 1° A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em careira, destina-se a
I – apurar infrações penais contra a ordem politica e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades
autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja pratica
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressãouniforme,
segundo se dispuser em lei;

238
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e deoutros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
fronteiras;
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da
União.

A competência da Policia Federal para apurar infrações penais se estende á


União ou ás suas entidades autárquicas e empresas públicas. Essa
competência não se estende às Sociedades de Economia Mista.

Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal


§ 2° A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreiras, destina-se, naforma
da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federeis.
§ 3° A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma
da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

239
Exercício
1. Os Órgãos apresentados nas alternativas a seguir estão incluídos
no art. 144 da Constituição como responsáveis pelos exercícios da
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, à exceção de um. Assinale-o
a) Policias Militares e Corpos de Bombeiros Militares
b) Policia Ferroviária Federal
c) Policias Civis
d) Forças Armadas

240
e) Policia Federal

2. A defesa das instituições democráticas é exercida por meio da


segurança pública, da qual os corpos de bombeiros militares são
órgãos integrantes.
( ) certo ( ) errado

3. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos: policia federal, policia rodoviária federal, policia ferroviária
federal, policias civis, policias militares, corpos de bombeiros militares
e guardas municipais.
( ) certo ( ) errado

Gabarito
1. D
2. Certo
3. Errado

241
Segurança Pública

Polícia dos Estados

A segurança dos Estados é atribuição da Polícia Civil, Corpo de


Bombeiros, Polícias Militares e Policiais Penais.
Conforme Art 22 da Constituição, as referidas polícias, embora mantidas
pelos Estados, deverão obedecer e observar as normas gerais da União
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de
bombeiros militares;

Polícia Civil
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.(grifo
nosso).
De acordo com o entendimento do STF, compete à Polícia Civil apurar os
crimes comuns praticados por militares, isto é, os crimes estranhos à
atividade militar.

Policial Penal
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos
estabelecimentos penais.,

Polícia Militar
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
As polícias militares bem como os corpos de bombeiros militares,
sudordinam-se aos Governos dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, assim com a Polícia Civil As Polícias Militares são forças auxiliares
e reserva do exército

242
De acordo com o STF, a polícia militar poderá realizar flagrante ou
participar de apreensão determinada por ordem judicial, ainda que não seja
polícia judiciária

Polícias do Distrito Federal

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares


e reserva do Exército, subordinam se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Conforme Súmula Vinculante 647 do STF, caberá à União legislar sobre
vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal

Guardas Municipais

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à


proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
A guarda municipal, segundo a doutrina, objetiva proteger o patrimônio
contra a depredação de destruidores do patrimônio público e da coisa alheia
No entanto, eles não tem a competência para fazer policiamento ostensivo

Segurança Viária
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito,
além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão
o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.

243
A Segurança Viária foi incluída pela Emenda Constitucional nº 82/2014
Essa Emenda criou a carreia de agentes de trânsito dentro do sistema de
segurança pública, tornando constitucional a competência desses agentes
A Emenda Constitucional nº 82/2014 objetiva a diminuição de
acidentes no trânsito → Lembre-se!!
˃ A segurança viária é exercida para a “preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas”
˃ No conceito de segurança viária, estão a educação, a engenharia e a
fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei. Com isso,
busca-se garantir ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.

Exercícios

1. Com relação ao tema Segurança Pública analise as afirmativas a seguir:


I. Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei
II. Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
III. A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a prevenir
e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta
b) se somente a afirmativa II estiver correta
c) se somente a afirmativa III estiver correta
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
e) se todas as afirmativas estiverem corretas

2. O município está constitucionalmente autorizado a criar guarda municipal


para que exerça a função de polícia judiciária em assuntos de interesse
local
Certo ( ) Errado ( )

3. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares subordinam-se


aos governadores dos estados, com exceção do DF, onde a subordinação
se dá em relação ao chefe de governo da
União
Certo ( ) Errado ( )

244
Gabarito
1 -E
2 - Errado
3 - Errado

245
NOÇÕES
DE DIREITO
PENAL

246
DO CRIME

CULPABILIDADE

• Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;


• Culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária,
ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que
podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-
lo.

EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO:

BIZU MONSTRUOSO → Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver
causado, pelo menos, culposamente.

ERROS

ERRO DE DIREITO:
A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se
tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de
interpretação da lei, se escusáveis.

ERRO DE FATO:
É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de
circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.

ERRO CULPOSO:
Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo.

ERRO PROVOCADO:
Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme o caso.

ERRO SOBRE A PESSOA:


Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma

pág. 1

247
pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia
atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para
configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena.

ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO:


Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente, responde
este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.

Duplicidade do resultado se, no caso acima é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo
anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79.

Não é culpado quem comete o crime:


➔ Coação irresistível: Sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria
vontade;
➔ Obediência hierárquica: Em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de
serviços.

BIZU MONSTRUOSO → Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.

Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou
na forma da execução, é punível também o inferior.

ESTADO DE NECESSIDADE, COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE


Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas
relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo
evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente
exigível conduta diversa.

COAÇÃO FÍSICA OU MATERIAL:


Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão quando
física ou material.

ATENUAÇÃO DE PENA:
Nos casos do art. 38, letras a e b, se era possível resistir à coação, ou se a ordem não era manifestamente
ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em
vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

EXCLUSÃO DE CRIME
Não há crime quando o agente pratica o fato:

1) em estado de necessidade;
2) em legítima defesa;
3) em estrito cumprimento do dever legal;
4) em exercício regular de direito.

Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de
perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras
urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou
o saque.
pág. 2

248
ESTADO DE NECESSIDADE, COMO EXCLUDENTE DO CRIME
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo
certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza
e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar
o perigo.

LEGÍTIMA DEFESA
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

EXCESSO CULPOSO
O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da necessidade,
responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa.

EXCESSO ESCUSÁVEL
Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação.

EXCESSO DOLOSO
O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso.

ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME


Deixam de ser elementos constitutivos do crime:

1) a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;


2) a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, vigia,
ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão.

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA

1) É culpado quem comete crime mesmo sendo sob coação irresistível.

2) De acordo com o Direito Penal Militar. Crime doloso é quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo.

GABARITO

1- E
2- C

pág. 3

249
ESTADO DE NECESSIDADE, COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a
quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo
e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda
quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível
conduta diversa.

EXCESSO CULPOSO
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os
limites da necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa.
EXCESSO ESCUSÁVEL
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou
perturbação de ânimo, em face da situação.

ATENUAÇÃO DA PENA
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coação, ou se a ordem
não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoavelmente exigível o sacrifício
do direito ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

As hipóteses do art. 38 são exatamente a coação e a obediência hierárquica. O art. 39 trata do estado
de defesa exculpante.
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito.
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou
praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por
meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou
evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.

250
LEGÍTIMA DEFESA
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
EXCESSO CULPOSO
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os
limites da necessidade, responde pelo fato, se êste é punível, a título de culpa.
EXCESSO ESCUSÁVEL
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou
perturbação de ânimo, em face da situação

EXCESSO DOLOSO
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso.

ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME


Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:
I- a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;
II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto,
ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão.

CULPABILIDADE
• Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
• Culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária,
ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que
podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-
lo.

EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO:

BIZU MONSTRUOSO → Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver
causado, pelo menos, culposamente.

ERROS

ERRO DE DIREITO:

A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se
tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de
interpretação da lei, se escusáveis.

251
ERRO DE FATO:

É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de
circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.

ERRO CULPOSO:

Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo.

ERRO PROVOCADO:

Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme
o caso.

ERRO SOBRE A PESSOA:

Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge
uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que
realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as
da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da
pena.

ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO:

Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente,
responde este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.

Duplicidade do resultado se, no caso acima é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do
parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79.

Não é culpado quem comete o crime:

➔ Coação irresistível: Sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a
própria vontade;
➔ Obediência hierárquica: Em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em
matéria de serviços.

BIZU MONSTRUOSO → Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.

Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso
nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior.

252
ESTADO DE NECESSIDADE, COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE

Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por
estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia
de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que
não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa.

COAÇÃO FÍSICA OU MATERIAL:

Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão
quando física ou material.
ATENUAÇÃO DE PENA:

Nos casos do art. 38, letras a e b, se era possível resistir à coação, ou se a ordem não era
manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito
ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

EXCLUSÃO DE CRIME

Não há crime quando o agente pratica o fato:

1) em estado de necessidade;

2) em legítima defesa;

3) em estrito cumprimento do dever legal;

4) em exercício regular de direito.

Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência
de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e
manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a
rendição, a revolta ou o saque.

ESTADO DE NECESSIDADE, COMO EXCLUDENTE DO CRIME

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de
perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado,
por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era
legalmente obrigado a arrostar o perigo.
LEGÍTIMA DEFESA

Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

EXCESSO CULPOSO

O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da
necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa.

253
EXCESSO ESCUSÁVEL

Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da
situação.

EXCESSO DOLOSO

O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso.

ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME

Deixam de ser elementos constitutivos do crime:

1) a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;

2) a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de


sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão.

ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM

Teoria Diferenciadora (alemã)

Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43)

Exclui a culpabilidade Exclui o crime

Direito próprio ou de pessoa ligada por laços Direito próprio ou alheio


de parentesco ou afeição

Contra perigo certo e atual que não provocou Idêntico!


nem poderia evitar

Direito alheio igual ou superior ao direito Direito alheio é inferior ao direito defendido
defendido

254
DAS PENAS

PENAS PRINCIPAIS
As penas principais são:
1) morte;
2) reclusão;
3) detenção;
4) prisão;
5) impedimento;
6) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função;
7) reforma.

PENA DE MORTE:
A pena de morte é executada por fuzilamento. A sentença definitiva de condenação à morte é
comunicada, logo que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada
senão depois de sete dias após a comunicação.

BIZU MONSTRUOSO → Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, pode ser


imediatamente executada, quando o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares.

➔ O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena


de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos.

PENA ATÉ DOIS ANOS IMPOSTA A MILITAR

A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é convertida em pena de
prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional:
• pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar;
• pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam
cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos.

SEPARAÇÃO DE PRAÇAS ESPECIAIS E GRADUADAS

Para efeito de separação, no cumprimento da pena de prisão, atender-se-á, também, à condição das
praças especiais e à das graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação
especial.

pág. 1

255
PENA DO ASSEMELHADO:
O assemelhado cumpre a pena conforme o posto ou graduação que lhe é correspondente.

BIZU MONSTRUOSO
Para os não assemelhados dos Ministérios Militares e
órgãos sob controle destes, regula-se a correspondência
pelo padrão de remuneração.

PENA SUPERIOR A DOIS ANOS, IMPOSTA A MILITAR

A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é cumprida em
penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento
sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também,
poderá gozar.

PENA PRIVATIVA DA LIBERDADE IMPOSTA A CIVIL

O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabelecimento prisional civil, ficando ele
sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também,
poderá gozar. Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá o civil ficar sujeito a cumprir a
pena, no todo ou em parte em penitenciária militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o
determinar a sentença.

PENA DE IMPEDIMENTO

A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da


instrução militar.

PENA DE SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO POSTO, GRADUAÇÃO,


CARGO OU FUNÇÃO

A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função consiste na agregação, no


afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença,
sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de
serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena.

CASO DE RESERVA, REFORMA OU APOSENTADORIA:


Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou aposentado,
a pena prevista neste artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano.

256
PENA DE REFORMA

A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo perceber mais de
um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem receber importância superior à do soldo.

SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL

O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser recolhido a manicômio judiciário ou, na falta
deste, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada custódia e tratamento.

TEMPO COMPUTÁVEL

Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no


estrangeiro, e o de internação em hospital ou manicômio, bem como o excesso de tempo,
reconhecido em decisão judicial irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a
decisão seja posterior ao crime de que se trata.

TRANSFERÊNCIA DE CONDENADOS

O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona pode cumprir pena em
estabelecimento de outra região, distrito ou zona.

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA

1) De acordo com o direito penal militar a pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada
a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional
pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar pela praça, em estabelecimento penal militar, onde
ficará separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por
tempo superior a dois anos.

2) A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é cumprida em
penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento
sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também,
poderá gozar.

GABARITO

1- C
2- C

pág. 3

257
DA APLICAÇÃO DAS PENAS

FIXAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE


Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime
praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da
culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo
de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes
do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

DETERMINAÇÃO DA PENA
§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas é aplicável.
LIMITES LEGAIS DA PENA
§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quantidade da pena
aplicável.

No Direito Penal comum, a questão da aplicação da pena está praticamente pacificada, sustentando-
se a aplicação por um critério trifásico, com base nos arts. 59 e 68 do CP.

O Código Penal Militar, porém, não apresenta dispositivos claros para adoção do critério trifásico, mas
o STF já adotou a visão de que esse mesmo critério deve ser adotado na aplicação da pena para o
crime militar (HC 92.116/RJ, julgado pela primeira vez em 25/9/2007).

Na fixação da pena base, o Juiz deve enumerar fundamentadamente as circunstâncias previstas no


art. 69 do CPM, que normalmente são chamadas de circunstâncias judiciais.

No Código Penal comum, a culpabilidade substitui a intensidade do dolo e o grau de culpa, já que as
teorias mais modernas consideram os dois elementos em conjunto.

258
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou
qualificativas do crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil
ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou
força maior;
à traição, de emboscada, com surpresa, ou mediante outro recurso insidioso que dificultou ou
tornou impossível a defesa da vítima;
d) com o emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio
dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, velho ou enfermo;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) estando de serviço;
m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim
procurado;
n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração; o)
em país estrangeiro.

259
Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de embriaguez preordenada, l ,
m e o , só agravam o crime quando praticado por militar.
[...] CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta
anos;
II - ser meritório seu comportamento anterior; III - ter o
agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe
ou minorar-lhe as conseqüencias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou
imputada a outrem;
e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei. Não atendimento de atenuantes
Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada é de morte, ao juiz é facultado
atender, ou não, às circunstâncias atenuantes enumeradas no artigo.

As circunstâncias agravantes são condições genéricas que, se verificadas no caso julgado, agravarão
a pena a ser aplicada, desde que não constituam elemento integrante ou qualificador do próprio tipo
penal.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Art. 84 - A execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2 (dois) anos, pode ser
suspensa, por 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, desde que:
I - o sentenciado não haja sofrido no País ou no estrangeiro, condenação irrecorrível por
outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o disposto no 1º do art. 71;
II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias do crime, bem
como sua conduta posterior, autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.
Art. 86. A suspensão é revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I - é condenado, por sentença irrecorrível, na Justiça Militar ou na comum, em razão de crime,
ou de contravenção reveladora de má índole ou a que tenha sido imposta pena privativa de
liberdade;
II- não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
III - sendo militar, é punido por infração disciplinar considerada grave.

260
Art. 88. A suspensão condicional da pena não se
aplica:
I - ao condenado por crime cometido em tempo
de guerra; II - em tempo de paz:
a) por crime contra a segurança nacional, de aliciação e incitamento, de violência contra
superior, oficial de dia, de serviço ou de quarto, sentinela, vigia ou plantão, de desrespeito a
superior, de insubordinação, ou de deserção;
b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e seu parágrafo único, ns. I
a IV.

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA

01) Cometer crime por motivo torpe é causa de atenuação de pena.

02) Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e a
personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou
menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos
determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de
insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

261
DAS PENAS ACESSÓRIAS

Art. 98. São penas acessórias:

I - a perda de posto e patente;

II - a indignidade para o oficialato;

III - a incompatibilidade com o oficialato;

IV - a exclusão das forças armadas;

V - a perda da função pública, ainda que eletiva;

VI - a inabilitação para o exercício de função pública;

VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela;

VIII - a suspensão dos direitos políticos.

PERDA DE POSTO E PATENTE

Art. 99. A perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade por
tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações.

A condenação que resulta na perda do posto e da patente só pode decorrer de decisão de Tribunal
Militar ou Civil, nos termos do art. 142, §3º, VI, da Constituição. Além disso, o dispositivo
constitucional é claro no sentido de que a perda do posto e patente não é autônoma, decorrendo da
declaração de indignidade ou incompatibilidade para o oficialato.

Para fins de interpretação deste dispositivo, “tribunal” deve ser entendido como órgão judiciário de
segunda instância ou de instância superior. A decisão da perda do posto e patente não pode ser de juiz
de primeiro grau, pois apenas tribunais podem decidir pela indignidade ou incompatibilidade para o
oficialato.

INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO


Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado,
qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos
definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.

262
Esta pena acessória decorre dos crimes de desrespeito a símbolo nacional, pederastia ou outro ato
libidinoso, furto simples, roubo simples, extorsão simples, extorsão mediante sequestro, chantagem,
estelionato, abuso de pessoa, peculato, peculato mediante aproveitamento de erro de outrem,
falsificação de documento, falsidade ideológica.

Como observação, chamo sua atenção também para o advento da Lei Complementar nº 135, de 4 de
junho de 2010, conhecida como Lei Ficha Limpa. Esta lei trouxe tornou inelegível pelo período de oito
anos aquele que for declarado indigno do oficialato ou com ele incompatível.

INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO


Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar condenado
nos crimes dos arts. 141 e 142.

EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS


Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos,
importa sua exclusão das forças armadas.

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA


Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil:
I- condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação
de dever inerente à função pública;
II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos.
Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se estiver
no exercício de função pública de qualquer natureza.

Esta pena acessória, nos termos do caput do art. 103, é aplicável apenas ao civil que cometeu crime
militar, já que a figura do assemelhando não mais existe em nosso ordenamento.

O parágrafo único, por outro lado, permite que a perda da função seja aplicada também ao militar da
reserva ou reformado que esteja exercendo função pública de qualquer natureza.

INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA


Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de dois até vinte
anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso
de poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública.
TERMO INICIAL
Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública começa ao termo da
execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição,ou
da data em que se extingue a referida pena.

263
SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER, TUTELA OU CURATELA
Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime
praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a
execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição (art. 113).
SUSPENSÃO PROVISÓRIA
Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória do exercício do
pátrio poder, tutela ou curatela.
SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta
em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode
votar, nem ser votado.

IMPOSIÇÃO DE PENA ACESSÓRIA


Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da pena acessória deve
constar expressamente da sentença.

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO


Art. 109. São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime;
PERDA EM FAVOR DA FAZENDA NACIONAL
II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé:
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso,
porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a sua prática.
Estes são efeitos secundários ou extrapenais da condenação. Os efeitos principais, obviamente,
correspondem à imposição da pena cominada para o crime.

Os efeitos secundários previstos no art. 109 são de natureza civil. Há ainda outros efeitos, de natureza
penal, indicados pela Doutrina e previstos em outros artigos, a exemplo da indução à reincidência,
dilação do prazo da prescrição da pretensão executória, lançamento do nome do condenado no rol dos
culpados, etc.

A perda de bens em favor da Fazenda Nacional corresponde a medida de confisco.

264
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DOS CRIMES CONTRA A HONRA

• CALÚNIA – Art. 138, CP


Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a
dois anos, e multa.
§1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade
§3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

☠ CONSUMAÇÃO: conhecimento da falsa imputação por terceira pessoa


☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita
☠ CONDUTA EQUIPARADA: quem sabe que a acusação é falsa, propala ou divulga
☠ CALÚNIA CONTRA OS MORTOS: o sujeito passivo é a família
☠ Ofende a HONRA OBJETIVA

EXCEÇÃO DA VERDADE – REGRA, não sendo cabível nos casos de:

✓ FATO IMPUTADO É DE AÇÃO PRIVADA E O OFENDIDO NÃO FOI DEFINITIVAMENTE CONDENADO


✓ FATO IMPUTADO CONTRA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA OU CHEFE DO GOVERNO ESTRANGEIRO
✓ FATO IMPUTADO É DE AÇÃO PÚBLICA E O OFENDIDO FOI DEFINITIVAMENTE ABSOLVIDO

DIFAMAÇÃO – Art. 139, CP


Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.

☠ CONSUMAÇÃO: conhecimento da falsa imputação por terceira pessoa


☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita
☠ O fato não precisa ser crime e não precisa ser falso
☠ Ofende a HONRA OBJETIVA

EXCEÇÃO DA VERDADE – EXCEÇÃO - só sendo cabível no caso de:

OFENDIDO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO E A OFENSA É RELATIVA AO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO

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265
INJÚRIA – Art. 140, CP
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa

“Animus Iocandi” – vontade de brincar, não constituis crime

☠CONSUMAÇÃO: a vítima toma ciência da ofensa


☠TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita
☠Ofende a HONRA SUBJETIVA

PERDÃO JUDICIAL – Art. 140, §1°, CP


§ 1º- O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I- quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II- no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

OFENDIDO PROVOCOU DIRETAMENTE A INJÚRIA


RETORÇÃO IMEDIATA QUE CONSISTE EM OUTRA INJÚRIA

INJÚRIA REAL – Art. 140, §2°, CP


§ 2º- Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

VIOLÊNCIA/VIAS DE FATO – POR SUA NATUREZA OU MEIOS EMPREGADOS,


SE CONSIDEREM AVILTANTES.

INJÚRIA RACIAL/PRECONCEITUOSA– Art. 140, §3°, CP


§3º- Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.

✓ RAÇA ✓ ORIGEM
✓ COR ✓ PESSOA IDOSA
✓ ETNIA ✓ PESSOA DEFICIENTE
✓ RELIGIÃO

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266
👉 No racismo, existe uma segregação de raças, na injúria racial, quero ofender aquela pessoa.
☠ racismo impróprio

MAJORANTE APLICADA A TODOS OS CRIMES – Art. 141, CP


Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

☠ Maior de 60 anos e portador de deficiência, NÃO se aplica a INJÚRIA!

EXCLUSÃO DO CRIMES – Art. 142, CP


Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artistica ou cientifica, salvo quando inequívoca a intenção de
injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

☠ NÃO aplico a CALÚNIA!

RETRATAÇÃO – Art. 143, CP


Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de
pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios
de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa.

☠ NÃO aplico a INJÚRIA!

AÇÃO PENAL – Art. 145, CP


Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no
caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput
do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo,
bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.

REGRA: Ação Privada


EXCEÇÕES:
1. Injúria real com violência: AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
2. Contra Presidente/ Chefe do Governo Estrangeiro: AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO
DO MINISTRO DA JUSTIÇA
3. Contra Funcionário Público em razão da função – legitimidade concorrente: FUNCIONÁRIO. PÚB.
(QUEIXA) X MP (REP. DO OFENDIDO)
4. Injúria racial: AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

pág. 1

267
01 - Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que
A) não constitui difamação ou calúnia punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu
procurador.
B) cabível a exceção da verdade na difamação e na injúria.
C) há isenção de pena se o querelado, antes da sentença, se retrata cabalmente da difamação ou da injúria.
D) a ação penal é pública incondicionada na injúria com preconceito.
E) possível a propositura de ação penal privada no caso de servidor público ofendido em razão do exercício de suas
funções.

02 - A configuração do crime de difamação pressupõe a


A) existência de fato não tipificado.
B) atribuição de qualidade negativa ao ofendido.
C) atribuição a outrem da prática de crime ou de contravenção penal.
D) impossibilidade de retratação.
E) ofensa irrogada em juízo.

03 - Nos crimes contra a honra previstos no Código Penal, todas as hipóteses delituosas enumeradas admitem a
exceção da verdade.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – E
02 – A
03 – E

pág. 1

268
CORRESPONDÊNCIA LEGISLATIVA

CAPÍTULO I
DO HOMICÍDIO
Homicídio simples
Art. 205. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Minoração facultativa da pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - por motivo fútil;
II - mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou
saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe;
III - com emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro
meio dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, com surpresa ou mediante outro recurso insidioso,
que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime;
VI - prevalecendo-se o agente da situação de serviço:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio culposo
Art. 206. Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a quatro anos.

269
§1° A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.

Multiplicidade de vítimas

§2º Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorre morte de mais de uma pessoa
ou também lesões corporais em outras pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade.

Provocação direta ou auxílio a suicídio

Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suicidar-se, ou prestar-lhe auxílio para que o faça, vindo o
suicídio consumar-se:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

§1º Se o crime é praticado por motivo egoístico, ou a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
motivo, a resistência moral, a pena é agravada.

Provocação indireta ao suicídio

§ 2o Com detenção de um a três anos, será punido quem, desumana e reiteradamente, inflige maus
tratos a alguém, sob sua autoridade ou dependência, levando-o, em razão disso, à prática de suicídio.

Redução de pena

§ 3° Se o suicídio é apenas tentado, e da tentativa resulta lesão grave, a pena é reduzida de um a


dois terços.

DO GENOCÍDIO
Genocídio
Art. 208. Matar membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou pertencente
a determinada raça, com o fim de destruição total ou parcial desse grupo:
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.

270
Casos assimilados
Parágrafo único. Será punido com reclusão, de quatro a quinze anos, quem, com
o mesmo fim:
I - inflige lesões graves a membros do grupo;
II - submete o grupo a condições de existência, físicas ou morais, capazes de ocasionar
a eliminação de todos os seus membros ou parte deles;
III - força o grupo à sua dispersão;
IV - impõe medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
V - efetua coativamente a transferência de crianças do grupo para outro grupo.

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA

01) Matar alguém mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou
saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe é considerado homicídio simples.

02) Matar membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou pertencente a determinada


raça, com o fim de destruição total ou parcial desse grupo, caracteriza o crime de homicídio
qualificado.

271
CORRESPONDÊNCIA LEGISLATIVA

CAPÍTULO III
DA LESÃO CORPORAL E DA RIXA
Lesão leve
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão grave
§ 1° Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente de membro,
sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta
dias:
Pena - reclusão, até cinco anos.
§2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou inutilização de
membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o trabalho, ou
deformidade duradoura:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesões qualificadas pelo resultado


§3º Se os resultados previstos nos §§ 1o e 2o forem causados culposamente, a pena
será de detenção, de um a quatro anos; se da lesão resultar morte e as circunstâncias
evidenciarem que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo,
a pena será de reclusão, até oito anos.

Minoração facultativa da pena


§4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor moral ou
social ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um terço.
§5º No caso de lesões leves, se estas são recíprocas, não se sabendo qual dos
contendores atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
anterior, o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços.

272
Lesão levíssima
§6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração como disciplinar.

Lesão culposa
Art. 210. Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§1º A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.
Aumento de pena
§2º Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorrem lesões em
várias pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade.

Participação em rixa
Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, até dois meses.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão grave, aplica-se, pelo fato de participação
na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA

01) A pena de lesão grave pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.

02) Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorrem lesões em várias
pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade.

273
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

➢ DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

• AMEAÇA – Art. 147, CP


Art. 147- Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação

👉 A ameça poderá ser:


✔ VERBAL;
✔ POR ESCRITO;
✔ REAL;
✔ SIMBÓLICA

O “mal injusto” estabelecido no artigo, deve ser possível de realização pelo sujeito, e não necessita ser
um crime.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: somente ocorre se não constituir crime mais grave e específico.
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica
☠ ADMITE-SE A TENTATIVA
☠ CONSUMAÇÃO: ocorre no momento em que a vítima toma conhecimento da ameaça. Não importa se o
agente tinha mesmo a intenção de realizar o mal injusto prometido ou não, configurando o crime desde que a
ameaça passe a causar um temor a vítima.
☠ AÇÃO PENAL: Pública Condicionada a Representação

• SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO – Art. 148, CP


Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.

O indivíduo restringirá a liberdade de locomoção da vítima total ou parcialmente, mediante o


sequestro e o cárcere privado.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: somente ocorre se não constituir crime mais grave e específico.
☠ CRIME PERMANENTE: a consumação permanece enquanto não cessada a restrição da liberdade
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica
☠ CONSUMAÇÃO: com a privação da liberdade da vítima, que durará durante determinado período de tempo,
até a cessação.
☠ ADMITE-SE A TENTATIVA
☠ AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada

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274
QUALIFICADORAS – Art. 148, §§ 1º e 2º, CP
§ 1º- A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I- se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
II- se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III- se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
IV- se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V- se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º- Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

QUALIFICADORAS - Art. 148, §§ 1º e 2º, CP


REC. 2 a 5 anos REC. 2 a 8 anos
Vítima: Asc./desc./conj./comp. Ou maior de 60
anos
Em razão dos maus tratos ou da natureza da
Cometido mediante internação em casa de saúde
detenção, resultar na vítima – grave sofrimento
ou hospital
físico ou moral
Privação dura +15 dias
Crimes praticado contra menor de 18 anos
Crime praticado com fins libidinosos

SÚMULA 711, STF: A lei penal mais grave aplicasse aos crimes permanentes e continuados se a sua vigência é
anterior a cessação da permanência ou da continuidade.

A
prescrição começa a correr do dia em que cessou a permanência, e não do início do sequestro (art. 111,III, CP)

• VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – Art.150 CP.


Art. 150- Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem
de direito, em casa alheia ou em suas dependências
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Estará configurado o crime sempre que o agente praticar qualquer das duas condutas:

◆ ENTRAR NA CASA SEM O CONSENTIMENTO DO MORADOR;


◆ APÓS TER ENTRADO NA COM O CONSENTIMENTO DO MORADOR, NELA PERMANECE CONTRA A SUA
VONTADE.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica


☠ CONSUMAÇÃO: com a entrada ou permanecia do indivíduo sem a permissão da vítima
☠ ADMITE-SE A TENTATIVA quanto ao verbo “entrar”
☠ AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: Lei 9.099/95
☠ CRIME DE MERA CONDUTA: não necessito de um resultado determinado

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275
O
que é casa???
§ 4º- A expressão "casa" compreende:
I- qualquer compartimento habitado;
II- aposento ocupado de habitação coletiva;
III- compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

👉 Casa não é apenas aquele local que o indivíduo estabelece sua residência.

O
que não posso considerar como casa???
§ 5º- Não se compreendem na expressão "casa":
I- hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;
II- taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

QUALIFICADORAS – Art.150, § 1º CP
§ 1º- Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou
por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

👉Não podemos estabelecer uma hora em exatidão para o que seria considerado noite, tudo se faz com
análisedo caso concreto.

EXCLUDENTES DE ILICITUDE – Art.150, § 2º CP


§ 3º- Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I- durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II- a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

COM O CONSENTIMENTO A qualquer


DO MORADOR hora

A qualquer hora
FLAGRANTE
SEM O CONSENTIMENTO DESASTRE
Independentemente de mandado judicial
DO MORADOR SOCORRO
DETERMINAÇÃO JUDICIAL Durante o dia

pág. 1

276
01– Quanto ao crime de Ameaça, é correto afirmar que:
A) pressupõe a injustiça do mal prometido
B) é de ação penal privada.
C) não admite transação penal.
D) não pode ser praticado por meios simbólicos.
E) quando usado como meio executório de um roubo, coexiste com este em concurso de crimes.

02- Assinale a afirmação correta em relação ao crime de ameaça (artigo 147 do Código Penal).
A) O Ministério Público e o ofendido têm legitimidade para promover a ação penal.
B) Trata-se de crime de ação penal privada.
C) Somente se procede mediante representação.
D) O Ministério Público tem a faculdade de oferecer denúncia a qualquer tempo, sem restrições legais.
E) Só pode ser praticado por meio da palavra ou por escrito, não sendo possível a consumação por meio de gesto ou
qualquer outro meio simbólico.

03- Quanto à classificação dos delitos, é correto afirmar-se que o sequestro caracteriza-se como crime:
A) comum, permanente e unissubsistente.
B) comum, permanente e plurissubsistente.
C) comum, instantâneo e unissubsistente.
D) próprio, instantâneo e plurissubsistente.
E) próprio, permanente e unissubsistente.

04- A violação de domicílio é crime de mera conduta, não se exigindo resultado determinado.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – A
02 – C
03 – B
04 – C

pág. 1

277
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO I

• FURTO – Art. 155, CP


Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Estará configurado sempre que o agente “subtrai” coisa alheia, não interessando se para ele ou para
terceira pessoa, preciso da finalidade especial o “animus rem sibi habendi” – intenção de ter a coisa alheia para si ou
para terceira pessoa.
Por se tratar de crime comum, não se exige qualidade especial do sujeito ativo ou do passivo, o sujeito
passivo pode ser tanto quem tem a posse, como quem tem a propriedade, cuidado com a figura do DETENTOR, este
não pode ser vítima do crime.
Admite-se a forma tentada.
Ação Pública Incondicionada.

❖ COISA ABANDONADA (res derelicta) – Não pode ser objeto de furto – não preenche a qualidade de coisa
alheia
❖ COISA DE NINGUÉM (res nullius) - Não pode ser objeto de furto – não preenche a qualidade de coisa alheia.
❖ COISA PERDIDA (res deperdita) - Não pode ser objeto de furto, mas poderá configurar o crime de apropriação
de coisa achada – art. 169, II CP.

TEORIA SOBRE A CONSUMAÇÃO DO FURTO E DO ROUBO: T. Amotio/Apprehensio -“Inversão da posse” –


Súmula 582, STJ

AUMENTO DE PENA – Art. 155, §1°, CP


§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno

FURTO CIRCUNSTANCIADO – essa causa de aumento de pena pode ser aplicada tanto a forma simples
quanto a qualificada (STJ e STF).

Repouso noturno: estabelecido de acordo com os costumes de cada região. Não interessa se a vítima está ou
não dormindo, nem se tenha ocorrido em estabelecimento comercial ou se a residência está desabitada (STJ).

FURTO PRIVILEGIADO – Art. 155, §2°, CP


§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Necessito dos dois requisitos cumulativamente:

pág. 1

278
PRIMARIEDADE DO AGENTE + PEQUENO VALOR DA COISA FURTADA.

Trata-se de direito subjetivo do autor, ou seja, presentes os requisitos, o juiz tem que aplicar a redução, a
faculdade está presente apena aplicação da pena.

FURTO PRIVILEGIADO X PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ???


Não confunda esses dois institutos. Primeiro você analisará se é caso de insignificância (afastar o fato tipico é
mais beneficial do que reduzir a penal), sendo afastado o princípio, analise o privilégio.

• INSIGNIFICÂNCIA: análise geral com base na mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade da
ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade de lesão ao bem jurídico. STJ
considera insignificante o valor de até 10% do salário mínimo. Cabe o juiz a análise do caso concreto. O fato é
atipico e o agente será absolvido.
• PRIVILÉGIO: requisitos específicos de cada agente, o juiz não pode acrescentar outros requisitos. O fato é tipico
e o agente condenado, porém sua pena será reduzida.

FIGURA EQUIPARADA – Art. 155, §3°, CP


§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

Única modalidade de furto que configura crime permanente.

Para o STJ, não posso dar a essa modalidade de crime, o mesmo tratamento referente ao inadimplemento
tributário, ou seja, mesmo havendo o pagamento antes do recebimento da denúncia, não ensejará a extinção da
punibilidade, podendo, no entanto, ser analisado no arrependimento posterior.

GATO – configura furto.


TV A CABO – STF – fato atipico, não é energia, não pode ser objeto do crime de furto. STJ – fato atipico, não pode
ser equiparado a energia elétrica. Fato tipico, pode ser equiparado a energia elétrica. Para a sua prova, considere a
atipicidade do fato.
SUBTRAÇÃO DE CADÁVER – será o crime do art. 211, CP (destruição, subtração ou ocultação de cadáver).
FURTO FAMÉLICO – praticado unicamente para saciar a fome do agente. Podem ocorrer três hipóteses
1°: Afastar a Ilicitude - Estado de Necessidade
2°: Afastar a Culpabilidade – Inexigibilidade de Conduta Diversa
3°: Aplicação do Princípio da Insignificância
FURTO DE USO – fato atipico – o agente não tem o dolo de ter a coisa para si, porém, a coisa furtada tem que ser
devolvida no mesmo estado de conservação, não posso aplicar a bens consumíveis.

Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de
furto.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §4°, CP


§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas

pág. 1

279
Súmula 442, STJ: “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, a majorante do roubo”.

FURTO QUALIFICADO PRIVILEGIADO ???


Súmula 511, STJ: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos
de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a
qualificadora for de ordem objetiva”.
Todas as qualificadoras do furto têm natureza objetiva, com exceção do abuso de confiança que possui
natureza subjetiva.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §4°-A, CP


§ 4º-A - A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum

Uso o explosivo para cometer o crime, incluída no rol de qualificadoras pela Lei 13.654/18.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §5°, CP


§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior

É necessário o efetivo transporte para outro estado ou para o exterior.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §6°, CP


§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de
produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração

Denominado abigeato, o animal tem que ser domesticável e de produção, ou seja, aqueles destinados a
abate, não entram animais domésticos.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §7°, CP


§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego

Aqui, eu não tenho a figura do uso do explosivo para cometer o crime, como previsto no § 4ºA, mas sim a
subtração do próprio explosivo ou substâncias análogas, incluída no rol de qualificadoras pela Lei 13.654/18

• FURTO DE COISA COMUM – Art. 156, CP


Art. 156- Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a
coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º- Somente se procede mediante representação

De maneira geral, posso aplicar as peculiaridades referentes ao crime de Furto (Art.155, CP), aqui, serão
tratadas apenas as regras referentes ao tipo penal.

CRIME PRÓPRIO: Posso considerá-lo como bipróprio, pois exige uma característica particular tanto do sujeito
ativo, como do sujeito passivo.
CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
AÇÃO PENAL: Pública Condicionada a Representação

pág. 1

280
CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUDENTES DE ILICITUDE - Art. 156, §2°, CP
§ 2º- Não é punível a subtíação de coisa comum fungível, cujo valoí não excede a quota a que tem
diíeito o agente

Se o agente se apropria de uma coisa fungível, mas o valor da coisa não ultrapassa a sua cota, estará se
apropriando do que é seu!

• EXTORSÃO – Art. 158, CP


Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

A “indevida vantagem econômica” é analisada pelo juiz.


Quanto a grave ameaça prevista no tipo, o STJ considera que pode ser contra o patrimônio também.

DOLO ESPECIAL: intuito de obter para si ou para outrem, indevida vantagem econômica.
Não admite a modalidade culposa.
Admite a forma TENTADA.
CONSUMAÇÃO: consuma-se com a mera exigência da vantagem indevida. Crime formal e instantâneo. Súmula 96
do STJ.

AUMENTO DE PENA – Art. 158, §1°, CP


§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena
de um terço até metade.

Abrange qualquer espécie de arma (de fogo, branca), não houve alteração pela Lei 13.654/18.

EXTORSÃO QUALIFICADA PELA LESÃO GRAVE E PELA MORTE – Art. 158, §2°, CP
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

Considerada uma norma penal em branco ao revés, pois, a complementação normativa é referente a sanção
e não ao tipo penal.
À extorsão qualificada pela lesão grave ou pela morte, aplica-se as penas relacionadas ao roubo qualificado
nessa modalidade.

CUIDADO!!! Cuidado com as alterações estabelecidas para o crime de roubo pela Lei 13.654/18.

ESTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA– Art. 158, §3°, CP


§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.

É o denominado SEQUESTRO RELÂMPAGO!.


Aqui, é necessária a participação da vítima para se alcançar a vantagem indevida.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: o STF e o STJ negam a aplicação do princípio da insignificância aos crimes
praticados mediante violência ou grave ameaça.

pág. 1

281
01 - Artêmis, maior de idade, estava passando em frente a uma loja de produtos eletrônicos e, com o uso de uma
chave falsa, logrou êxito em adentrar ao estabelecimento para subtrair várias mercadorias de elevado valor. Segundo
o Código Penal, o crime cometido por Artêmis se enquadra como
A) roubo simples.
B) roubo qualificado.
C) furto simples.
D) furto qualificado.
E) furto simples, com aumento de pena pelo uso de chave falsa.

02- João exerce a função de guarda municipal em uma Unidade de Saúde da Família (USF) do Município do Brejo. Na
última sexta-feira, foi ameaçado por um colega, que portava um canivete, para que não o denunciasse por levar
consigo cinco caixas de luvas descartáveis da USF. De acordo com o Código Penal Brasileiro, a situação acima,
caracteriza que João foi vítima de
A) furto.
B) furto de coisa comum.
C) extorsão.
D)furto qualificado.
E) extorsão indireta.

03 – O crime de furto de coisa comum, previsto no Art. 165, CP, é de ação pública incondicionada a representação.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 – D
02 – C
03 – E

pág. 1

282
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO II

• ROUBO – Art. 157, CP


Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa

Para configurar o crime de roubo, o agente tem que “subtrair” coisa alheia, porém, aqui, é indispensável o
uso da violência/grave ameaça ou de meios que impossibilitem ou tornem impossíveis a defesa do ofendido.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio adotado no crime de furto, em relação a coisa própria, coisa
abandonada, coisa sem dono ou uso comum (não está presente a elementar “coisa alheia”).

☠ CRIME COMUM: não se exige qualidade especial do sujeito ativo ou do passivo.


☠Admite-se a forma tentada.
☠Ação Pública Incondicionada.

👉 Não existe a figura do ROUBO DE USO como sendo uma figura atipica!
👉 Não existe a figura do ROUBO PRIVILEGIADO!
👉PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – O STJ e o STF não reconhecem o princípio da insignificância sendo aplicado aos
crimes que contenham violência ou grave ameaça à pessoa, mesmo sendo a coisa subtraída de pequeno valor.
👉CRIME IMPOSSÍVEL – a ausência de patrimônio pela vítima não gera crime impossível, pois, para configurar o roubo,
tenho a incidência de duas condutas, SUBTRAÇÃO + VIOLÊNCIA – sofrendo o bem jurídico qualquer risco, tem-se o
crime na modalidade tentada.

ROUBO IMPRÓPRIO – Art. 157, §1°, CP


§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

☠Violência empregada contra a pessoa.


☠A finalidade da violência é assegurar a vantagem ou impunidade do crime.
☠Não admite tentativa

➢ VIOLÊNCIA PRÓPRIA: Violência física ou grave ameaça exercida contra a pessoa


➢ VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA: Meios que reduzem a possibilidade de defesa da vítima.

ROUBO PRÓPRIO Art. 157, “caput”, CP ROUBO IMPRÓPRIO Art. 157, §1°, CP FURTO Art. 155, CP
1º 2º 1º 2º 1º 2º
- VIOL./GRAVE AME. SUBTRAÇÃO SUBTRAÇÃO - VIOL./GRAVE AME. SUBTRAÇÃO - IMP. DE RESIST.
- IMP. DE RESIST.

pág. 1

283
AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°, CP
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 até metade
I – (revogado); revogado pela Lei 13.654/18
II - Se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
VI – Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII – Se a violência ou grave ameaça é exercida com o emprego de arma branca. (Incluído pela Lei nº 13. 964,
de 2019)

Aplicado tanto ao roubo próprio como ao roubo impróprio.


A alteração deita pela Lei 13.654/18, revogou o termo “uso de arma” que era previsto no § 2º, I, e inseriu no
paragrafo seguinte e termo “arma de fogo”, afastando assim, toda e qualquer arma que não fosse a de fogo, como
causa de aumento. Com a Lei 13. 964, de 2019, foi inserido o inciso IV ao § 2º, voltando a prevê a possibilidade da
“arma branca” como causa de aumento de pena.

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°- A, CP


§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°- B, CP


§ 2º-B Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput desse artigo. (Incluído pela Lei nº 13. 964, de
2019)

👉Não existia diferença de a arma de fogo ser de uso restrito ou proibido. Por se tratar de Novatio Legis In
Pejus, seus efeitos não retroagem.

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §3°, CP


§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – Lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
II – Morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

👉O resultado que agrava o crime pode ser cometido tanto a titulo de dolo como de culpa, porém, a violência
usada para se alcançar o resultado deve ser necessariamente dolosa.
👉Não posso aplicar as majorantes dos §§2° e 2°- A.
👉Quanto ao LATROCÍNIO, observe o disposto na súmula 610 do STF:

❖ Súmula 610 – STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente
a subtração de bens da vítima.

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284
ROUBO MORTE LATROCÍNIO
❖ CONSUMADO ❖ CONSUMADA ❖ CONSUMADO

❖ TENTADO ❖ TENTADA ❖ TENTADO

❖ CONSUMADO ❖ TENTADA ❖ TENTADO


❖ TENTADO ❖ CONSUMADA ❖ CONSUMADO

• EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO – Art. 159, CP


Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
preço do resgate
Pena - reclusão, de oito a quinze anos

👉Tenho que ter a finalidade especial de obter qualquer vantagem como condição ou preço do resgate.
👉Não há a modalidade culposa.

☠ A consumação ocorre com a simples privação da liberdade da vítima, por tempo juridicamente relevante.
Crimeformal.

EXTORSÃO QUALIFICADA Art. 159, §1°, CP


§ 1° Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

👉A vítima deve ser menor de 18 anos no momento do sequestro, não importando se quando foi liberada, já
tenha atingido a maioridade. Com o mesmo raciocínio, não importa se no momento do sequestro a vítima era menor
de 60 anos, se atingiu essa idade antes de cessar a permanência do crime, incidirá a qualificadora.

EXTORSÃO QUALIFICADA Art. 159, §§2° e 3°, CP


§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

👉 A lesão grave e a morte devem decorrer do fato, e não, necessariamente do emprego da violência.
👉A doutrina é divergente quando a morte, Cleber Masson entente que a morte, necessariamente tem que ser
do sequestrado, de maneira diversa entende Rogério Sanches, entendendo que configura com a morte de qualquer
pessoa.

DELAÇÃO PREMIADA Art. 159, §4°, CP


§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação
do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

👉 A redução de pena desse parágrafo aplica-se tanto a modalidade simples como a qualificada, trata-se de
direito subjetivo do autor.

pág. 1

285
01 - João invade um museu público disposto a furtar um quadro. Durante a ação, quando já estava tirando o quadro
da parede, depara-se com um vigilante. Diante da ordem imperativa para largar o quadro, e temendo ser alvejado,
vulnera o vigilante com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a óbito; e João, impressionado pelos
acontecimentos, deixa a cena do crime sem carregar o quadro. De acordo com o entendimento sumulado pelo
Supremo Tribunal Federal, praticou-se

A) furto qualificado tentado em concurso com homicídio qualificado consumado.


B) roubo próprio tentado em concurso com homicídio consumado.
C) roubo impróprio tentado em concurso com homicídio consumado.
D) latrocínio tentado.
E) latrocínio consumado.

02 - Conforme jurisprudência dominante no STJ, nos crimes de furto e roubo (arts. 155 e 157 do CP) a consumação do
fato tipico somente ocorre com a posse mansa e pacífica, o que não se verifica no caso de perseguição imediata do
agente e recuperação da coisa subtraída.
Certo ( ) Errado ( )

03 - O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a intenção do agente era, de fato, sequestrar a
vítima, se consuma no exato instante em que a pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade, independentemente
de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o resgate.
Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 - E
02 - E
03 - C

pág. 1

286
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO III

• EXTORSÃO INDIRETA– Art. 160, CP


Art. 160- Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar
causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

O agente se vale da condição de necessidade da outra pessoa para fazer com que esta assine documento que
pode dar causa a procedimento criminal, que pode ser tanto contra a própria pessoa que está assinando, como
contra terceiros

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME FORMAL: quanto a “exigência” do documento. CRIME MATERIAL: quanto ao “recebimento”
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

• DANO– Art. 163, CP


Art.163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Tenho que ter a destruição, inutilização ou deterioração de coisa alheia, não existirá o crime se o agente
destrói o próprio bem, também não existirá nos casos de:

👉 COISA ABANDONADA
👉 COISA SEM DONO

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME MATERIAL: necessito da destruição, inutilização ou deterioração da coisa
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PRIVADA – Art.167, CP.

DANO QUALIFICADO Art. 163, Parágrafo Único, CP


Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, Estado, do Distrito Federal, de Municípios ou de Autarquias, fundações
públicas, empresas públicas, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

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287
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

👉Na hipótese qualificada, a única modalidade em que a ação penal será privada, vai ser a do Inciso IV (art.
167, CP), nos demais casos, a ação será pública incondicionada.

No caso do Inciso I, a violência à pessoa ou a grave ameaça, são meios de execução do crime de dano, se for
posterior a sua prática, o agente responderá por ambos os crimes em concurso material.
No caso do Inciso II, temos a hipótese de um crime na modalidade subsidiária.

01 - É qualificado, se cometido contra o patrimônio do Município, o crime de


A) furto (CP, art. 155, § 4º ).
B) usurpação de águas (CP, art. 161, I).
C) esbulho possessório (CP, art. 161, II).
D) dano (CP, art. 163).
E) apropriação indébita (CP, art. 168).

02 - Considerando o que dispõe o Código Penal, o crime de dano é qualificado se cometido


A) durante o repouso noturno.
B) mediante concurso de duas ou mais pessoas.
C) com destreza.
D) com escalada.
E) por motivo egoístico.

03 - O filho de João tem grave problema de saúde e precisa realizar custoso procedimento cirúrgico, que a família não
tem condição de pagar. Imagine que Pedro empresta R$ 50.000,00 a João, mas como garantia de tal dívida exige que
João, de próprio punho e em documento escrito, confesse ter traído a própria esposa, bem como ter fraudado a
empresa em que ambos trabalham, desviando recursos em proveito próprio. João cede à exigência a fim de obter o
empréstimo. A conduta de Pedro
A) é isenta de pena, por incidir causa supra legal que afasta a culpabilidade, qual seja, o consentimento da vítima.
B) configura exercício arbitrário das próprias razões.
C) é atipica, por ausência de previsão legal.
D) configura constrangimento ilegal
E) configura extorsão indireta.

04 - Considere que determinada pessoa, indignada por não ter resolvido uma questão particular em órgão público da
União, destrua o balcão de recepção do referido órgão. Nessa situação, a conduta do agente classifica-se como dano
qualificado, para o qual é prevista multa e pena de detenção de seis meses a três anos.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01- D
02- E
03- E
04- C

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO IV

• APROPRIAÇÃO INDÉBITA – Art. 168, CP


Art. 168- Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena

👉 O sujeito ativo tem a posse ou a detenção desvigiada ou legítima do bem móvel, daí, o sujeito ativo
investe o domínio daquele bem e passa a dispor como se a coisa fosse sua.

☠ CRIME PRÓPRIO: Apenas o possuidor ou detentor da coisa poderá praticar o crime


☠ CRIME MATERIAL: O agente precisa dispor como se fosse dono da coisa
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA

AUMENTO DE PENA– Art. 168,§ 1º CP


§ 1º- A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I- em depósito necessário;
II- na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III- em razão de ofício, emprego ou profissão.

A questão referente ao depósito necessário previsto no incido I, é tratada nos arts. 647 a 652, do CC. No
inciso II, encontramos um rol taxativo, sem a possibilidade de aumento de pena em casos fora os estabelecidos.
Quanto ao inciso III, temos hipóteses de circunstâncias pessoais, incomunicáveis em concurso de pessoas.

• APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA– Art. 168-A, CP


Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa

Trata-se de um crime que afeta a ordem tributária, é um crime omissivo próprio já que só pode ser praticado
por quem tinha o dever de repassar contribuições, através de uma omissão. Para o STF e para o STJ, estará
consumado o crime na data da constituição definitiva do crédito tributário, com o esgotamento da via administrativa.

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☠ CRIME PRÓPRIO: Apenas aquele a quem cabe recolher as contribuições e repassá-las pode ser sujeito ativo. O
sujeito passivo será a UNIÃO
☠ CRIME MATERIAL
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ NÃO ADMITE TENTATIVA: trata-se de um crime omissivo próprio.

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 168-A,§1º CP


§1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I– recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II– recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos
relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III- pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à
empresa pela previdência social.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE– Art. 168-A,§2º CP


§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das
contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida
em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal

O STF já decidiu que a quitação, mesmo depois do trânsito em julgado, pode beneficiar o agente, já que a Lei
10.684/03 não estabelece tempo, e não cabe ao judiciário estabelecê-lo.
Não cabe outra interpretação a não ser a de que o adimplemento do débito tributário, a qualquer tempo, é
causa extintiva da punibilidade (HC 362,478/SP, rel. Min. Jorge Mussi. DJe 20/09/2017)

PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A,§3º CP


§ 3ºÉ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que:
I– tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição
social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Revogado tacitamente pelo art. 9º da Lei 10.684/03)
II– o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

INAPLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A,§4º CP


§ 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais

No âmbito federal, o valor mínimo para o ajuizamento da execução fiscal é de R$20.000,00 (Portaria MF
75/2002). Qualquer valor acima, não cabe ao juiz deixar de aplicar a pena.

• APROPIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR– Art. 169, CP
Art. 169- Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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CUIDADO!!! Não confunda este crime com o crime de apropriação indébita, na apropriação indébita, o
agente entrega, voluntariamente a coisa ao sujeito ativo, que passa a dispor como se dono fosse. No crime
em tela, o agente entregou a coisa ao sujeito ativo, por uma falsa percepção da realidade, ou seja, é imprescindível o
erro na entrega da coisa.

☠ CRIME COMUM: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo


☠ CRIME MATERIAL: A consumação ocorre com a apropriação da coisa alheia
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 169, Parágrafo Único, CP


Parágrafo único- Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I- quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.

Mas qual a definição de tesouro???


Trata-se de uma norma penal em branco homogênea, estando sua definição prevista no Código Civil.

Achando não é roubado???


De fato, achado não é roubado, mas isso não torna a conduta do agente atipica, quem se apropria de coisa
achada responderá pelo crime do art. 169, parágrafo único, incido II.
Importante salientar que não cometerá este crime aquele que se apropria de coisa abandonada, pois falta o
requisito “coisa alheia”.
Posso considerar a conduta do art. 169, parágrafo único, incido II, como sendo um CRIME A PRAZO, pois,
preciso do decurso de 15 dias para estar consumado.

01 - Ao anoitecer de 28 de abril de 2017, o funcionário público municipal Mário Pança, ao sair da prefeitura de
Passárgada, onde trabalha, encontra um pacote contendo cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em notas de R$
100,00. Feliz com a possibilidade de saldar todas as suas dívidas, leva tal numerário para casa e, no dia seguinte,
procura seus credores, saldando um a um. Marta Rochedo, que havia perdido tal numerário, procura a Delegacia de
Polícia local pedindo providências a respeito. Os policiais civis realizam investigações, conseguindo apurar que Mário
Pança havia encontrado tal numerário, dando cabo de suas dívidas com o mesmo. Diante de tal enunciado, a opção
em que se enquadra a conduta praticada por Mário Pança é:
A) Apropriação indébita de coisa alheia achada.
B) Furto privilegiado.

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C) Furto simples.
D) Peculato apropriação.

02 - Durante um ano e cinco meses, a empresa L&X recolheu as contribuições previdenciárias de seus empregados,
mas não as repassou à previdência social, o que caracterizou o crime de apropriação indébita previdenciária. Nessa
situação, se os representantes legais da empresa L&X, espontaneamente, confessarem e efetuarem o pagamento das
contribuições, ficará extinta a punibilidade.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A apropriação de veículo do patrão por empregado doméstico que detinha o bem para utilização em tarefas
afetas às suas obrigações é delito de apropriação indébita, devendo a pena-base ser majorada de um terço por
determinação legal.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – C

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO V

• ESTELIONATO – Art. 171, CP


Art. 171- Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa

O sujeito ativo usa de uma fraude para ludibriar uma pessoa, induzindo-a em erro, ou mantendo em erro
quem já se encontra, para obter uma vantagem ilícita.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ CRIME MATERIAL: é necessário a obtenção da vantagem indevida
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ ADMITE TENTATIVA
☠ AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO

CUIDADO!!! O Pacote Anticrime (Lei 13.964/19) inseriu o §5º ao art. 171, modificando, assim, a ação penal,
antes era pública incondicionada, hoje, para a ser, em regra, ação pública condicionada a representação, com
exceção dos casos previstos no próprio parágrafo que veremos a seguir.

FORMA PRIVILEGIADA– Art. 171, §1º CP


§ 1º- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o
disposto no art. 155, § 2º.

Nossa jurisprudência entende como sendo coisa de pequeno valor, aquela que não ultrapassa um salário
mínimo. Nesse caso, o juiz poderá:

👉 SUBSTITUIR A PENA DE RECLUSÃO PENA DE DETENÇÃO;


👉 REDUZI-LA DE 1/3 A 2/3;
👉 APLICAR SOMENTE A PENA DE MULTA

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 171, §2º CP


Disposição de coisa alheia como própria
I- vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II- vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor

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III- defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoraticia, quando tem a posse do
objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV- defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V- destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão
ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI- emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.

AUMENTO DE PENA– Art. 171, §3º CP


§ 3º- A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou
de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência

Também recebe o nome de ESTELIONATO CIRCUNSTANCIADO, porém, quando for cometido em detrimento
da Previdência Social, que é entidade de direito público, recebe o nome de ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO.

QUALIFICADORA– Art. 171, §4º CP


§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso

AÇÃO PENAL – Art. 171, §5º CP


§ 5ºSomente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I- a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II- criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III- pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV- maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

01 - Hugo estava em via pública com seu currículo na mão, considerando o fato de estar desempregado. Ao observar
aquela situação, Carlos apresentou-se como funcionário da sociedade empresária que funcionava naquela rua e
afirmou que teria um emprego para oferecer a Hugo. Para isso, Hugo precisaria inicialmente apresentar seus
documentos. Posteriormente, Carlos solicitou que Hugo lhe entregasse seu aparelho de telefonia celular, afirmando
que iria ao interior do estabelecimento comercial para registrar o wi-fi no aparelho. Hugo, então, entregou a Carlos
seu celular e permitiu que ele fosse ao estabelecimento, combinando de aguardá-lo em via pública. Uma hora depois,
entendendo que Carlos estava demorando, Hugo o procurou no estabelecimento, descobrindo que, na verdade,
Carlos nunca trabalhara no local e que deixara a localidade na posse do seu telefone assim que o recebeu.
Os fatos são informados ao Ministério Público.
Com base apenas nas informações expostas, a conduta de Carlos condiz com a figura tipica do crime de:
A) apropriação indébita majorada em razão do ofício, emprego ou profissão;
B) furto qualificado pelo emprego de fraude;
C) apropriação indébita simples;
D) furto simples;
E) estelionato.

02 - Para a caracterização do estelionato, é necessário haver o emprego de fraude, a provocação ou a manutenção


em erro, a vantagem ilícita e a lesão patrimonial de outrem
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CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Aquele que lesar o próprio corpo ou agravar as consequências de uma lesão com o intuito de buscar indenização
será, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo do delito em razão da sua própria conduta.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Saulo, utilizando-se da fraude conhecida como conto do bilhete premiado, ofereceu o falso bilhete a Salete para
que esta resgatasse o prêmio. Encantada com a oferta e desconhecendo a falsidade do bilhete, Salete entregou a
Saulo vultosa quantia, sob a crença de que o bilhete representasse maior valor. Após dirigir-se à casa lotérica, Salete
descobriu o engodo e procurou uma delegacia de polícia para registrar o fato. Nessa situação, não cabe qualquer
providência na esfera policial, porquanto a vítima também agiu de má-fé (torpeza bilateral), ficando excluído o crime
de estelionato.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – E
04 – E

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO VI

• RECEPTAÇÃO – Art. 180, CP


Art. 180- Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Podemos conceituar a receptação como sendo um CRIME ACESSÓRIO, pois necessita da ocorrência de um
crime anterior.

☠ RECEPTAÇÃO PRÓPRIA – ocorre quando o agente “adquire”, “recebe”, “transporta”, “conduz” ou “oculta”
☠ RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA – ocorre quando o agente “influi” para que terceiro de boa-fé, adquira,
receba,ou oculte.

A receptação própria é CRIME MATERIAL, já a receptação imprópria classifica-se como CRIME FORMAL.
👉 Somente a RECEPTAÇÃO PRÓPRIA admite tentativa.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.


☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo direto – “coisa que sabe ser produto de crime” (a modalidade culposa encontra-se no
§3º )
☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORAS – Art. 180, §§1º, 2º CP


§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º- Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

A figura contida no parágrafo primeiro foi inserida para que aqueles proprietários de desmanche de carro
pudessem ser punidos mais severamente.
Aqui, eu tenho a figura de um CRIME PRÓPRIO, ou seja, somente pode ser sujeito ativo deste crime, o
comerciante ou industrial.
O § 2º trás a figura de uma NORMA PENAL EXPLICATIVA

FORMA CULPOSA – Art. 180, §3º, CP


§ 3º- Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

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Único crime culposo contra o patrimônio. Crime de menor potencial ofensivo.

AUTORIA DO CRIME ANTERIOR – Art. 180, §4º, CP


§ 4º- A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa

Não importa se o autor do crime anterior é desconhecido, ou, se conhecido, for isento de pena, irei punir a
receptação da mesma forma.

FORMA PRIVILEGIADA – Art. 180, §5º, CP


§ 5º- Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155

☠ RECEPTAÇÃO CULPOSA – Juiz poderá:


👉 Deixar de aplicar a pena

☠ RECEPTAÇÃO DOLOSA – Sendo o criminoso primário e a coisa de pequeno valor, o juiz poderá:
👉Substituir a reclusão pena detenção
👉Diminuir a pena de 1/3 a 2/3
👉Aplicar somente a pena de multa

QUALIFICADAS – Art. 180, §6º, CP


§ 6º -Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)

Aplica-se somente a receptação simples, própria e imprópria.

01 -Um indivíduo, sem antecedentes criminais, que, consertando e vendendo telefones celulares novos e usados,
exercia comércio clandestino no quintal de casa, expôs à venda, em certa ocasião, um celular roubado avaliado em R$
3.000. Ao ser indagado sobre a procedência do bem, o comerciante alegou que o comprara de um desconhecido, sem
recibo ou nota fiscal. Embora não tenha ficado esclarecido como o celular chegara às suas mãos ou quem o subtraíra,
é inquestionável a procedência criminosa, já que a vítima, quando do roubo, havia registrado na delegacia a
ocorrência do fato, o qual fora confirmado por testemunhas oculares.

Nessa situação hipotética, tal indivíduo responderá pela prática de crime de receptação

A) preterdolosa, por ter agido com dolo na conduta e culpa no resultado.


B) qualificada, mesmo que a autoria do crime anterior não seja apurada, por tratar-se de crime parasitário ou
acessório.

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C) culposa, já que agiu com imprudência ao comprar produtos sem exigir recibo ou nota fiscal.
D) simples, porque não explorava comércio regular.
E) dolosa com forma privilegiada, por ser primário e ter bons antecedentes.

02 - Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:


A) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
B) não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra receptação.
C) a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
D) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde por receptação ao receber para si o
produto do crime.

03 - A extinção da punibilidade pela prática do crime de furto alcança o crime de receptação, haja vista que este
último só foi possível em razão do primeiro.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - B
02 - D
03 - E

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO VI

ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS – Arts. 181 e 182, CP

IMUNIDADE ABSOLUTA – Art. 181 CP


Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste titulo, em prejuízo:
I - Do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - De ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

👉Recebe o nome de IMUNIDADE ABSOLUTA pois o agente fica ISENTO DE PENA

IMUNIDADE RELATIVA - Art. 182 CP


Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste titulo é cometido em prejuízo:
I - Do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - De irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - De tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

👉Aqui, a imunidade é relativa tendo em vista não mais existir isenção de pena, mas, se a ação penal for
pública incondicionada, passará a ser PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

RESSALVAS DO Art. 183 CP


Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - Se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
pessoa;
II - Ao estranho que participa do crime.
III - Se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

👉Exitem determinados casos em que não posso aplicar nem a imunidade absoluta nem a imunidade relativa,
como estabelecido no art. 183, CP

01 - Sobre as disposições gerais aplicáveis aos crimes contra o patrimônio, previstas nos artigos 181 a 183 do Código
Penal, assinale a alternativa correta.
A) Maria, apesar de divorciada de José, com este mantém amizade, e constantemente se encontram para jantar. Em
um desses encontros, Maria furtou o relógio e as abotoaduras de ouro pertencentes a José. Nesse caso, por ter sido
casada com José, Maria estará isenta de pena, nos temos do art. 181, I, do Código Penal.
B) Se o crime for cometido em prejuízo de irmão, legítimo ou ilegítimo, a ação penal será pública incondicionada.

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C) Manoel, para sustentar o vício em jogos, furtou R$ 70.000,00 de seu pai, referente a todo o dinheiro economizado
durante a vida do genitor, um senhor de 65 anos de idade à época do fato. Por ter praticado crime sem violência
contra seu genitor, Manoel ficará isento de pena.
D) As causas de isenção de pena previstas nos artigos 181 e 182 também se estendem ao estranho que participa do
crime.
E) Se o crime for cometido em prejuízo de tio ou sobrinho com quem o agente coabita, a ação penal será pública
condicionada à representação.

02 - Nilson, na companhia de sua namorada, Ana Paula, ambos maiores e capazes, subtraem a quantia de R$ 200,00
da carteira do avô de Nilson que, na data do furto, contava 62 anos de idade. Diante da situação hipotética
apresentada,
A) Nilson ficará isento de pena, em razão do crime ter sido praticado contra seu ascendente. Contudo, tal isenção não
alcançará Ana Paula.
B) haverá isenção da pena para Nilson, circunstância que também alcançará sua namorada Ana Paula.
C) Nilson e Ana Paula responderão pelo crime de furto qualificado, não incidindo a isenção de pena para nenhum dos
agentes.
D) Nilson responderá por furto qualificado, enquanto que Ana Paula responderá por furto simples.
E) A responsabilização penal de Nilson e Ana Paula dependerá de queixa-crime.

03 - É correto afirmar que é isento de pena a esposa que pratica crime de furto qualificado com emprego de chave
falsa contra seu marido na constância do casamento, gozando esta de imunidade penal absoluta.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - G. S., primário e de bons antecedentes, furta R$ 10.000,00 de seu próprio pai, um senhor de 55 anos. Na
hipótese, conclui-se que G. S.
A) fica isento de pena.
B) responde pelo crime de furto privilegiado.
C) responde pelo crime de furto simples.
D) responde pelo crime de furto agravado.
E) responde pelo crime de furto qualificado.

05 - As escusas absolutórias previstas no art. 181 do Código Penal favorecem ao estranho que participa do crime,
desde que tenha ciência de estar participando de prática de fato envolvendo parentes.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – C
04 – A
05 - E

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300
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

CRIMES FUNCIONAIS
◆ PRÓPRIOS - quando não existir o funcionário público – FATO ATÍPICO
◆ IMPRÓPRIOS - quando não existir o funcionário público – OUTRO CRIME

O
particular poderá ser sujeito ativo???
✓ Art.30, CP
✓ Ciência da condição de funcionário público

☠ Princípio da insignificância – Súmula 599, STJ

CAUSA DE AUMENTO DE PENA APLICÁVEL A TODOS OS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – Art. 327, §2°, CP
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de
cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

• PECULATO – Art. 312, CP


Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

☠ Peculato de uso: Fato atipico (mas há a improbidade administrativa)


☠Utilização de mão-de-obra: se o servidor utiliza a mão-de-obra de subordinado seu para assuntos exclusivamente
particulares, cometerá peculato. Se utiliza tanto para assuntos inerentes ao cargo como para assuntos particulares, a
conduta será atipica.
☠ O Peculato apropriação e o Peculato desvio, também podem ser chamados de PECULATO PRÓPRIO (o funcionário
público tem a posse do objeto ou valor).

➢ PECULATO APROPRIAÇÃO – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel.
➢ PECULATO DESVIO - Desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.

PECULATO FURTO – Art. 312, §1°, CP

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§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

👉Não é necessário que o agente tenha a posse em razão do cargo, mas a qualidade de funcionário público é
exigida para facilitar a prática da subtração.

☠ Também pode ser chamado de PECULATO IMPRÓPRIO (o Funcionário Público não tem a posse do objeto ou valor
em razão do cargo)

PECULATO CULPOSO – Art. 312, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um
ano.

👉O agente não subtrai, mas contribui para a subtração de terceira pessoa, é praticado na modalidade de
negligência. Há dois crimes, peculato culposo por parte do funcionário público e furto ou apropriação indébita por
parte do terceiro.
👉Não há concurso de pessoas pela ausência do vínculo subjetivo.

REPARAÇÃO DE DANO NO PECULATO CULPOSO – Art. 312, §3°, CP


§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

➢ PECULATO DOLOSO (§§1° e 2°)


👉 Antes do recebimento da denúncia – arrependimento posterior: -1 a 2/3 (art.16, CP)
👉 Após o recebimento da denúncia – atenuante (art. 6, III, b, CP)

➢ PECULATO CULPOSO (§3°)


👉 Antes da sentença irrecorrível – extinção da punibilidade
👉 Após a sentença irrecorrível – redução de pena: metade

• PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM– Art. 313, CP


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

☠Não se configura pelo mero recebimento, mas pelo assenhoramento.


☠“Qualquer utilidade” deve ser entendida como uma utilidade patrimonial que tenha valor econômico.
☠O erro de terceiro deve ser espontâneo, se o funcionário público induziu a pessoa em erro, será o crime de
estelionato.
☠Admite-se tentativa e não há a modalidade culposa.

01 - “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio” é o texto do crime praticado por
funcionário público contra a administração em geral denominado
A) prevaricação.
B) Concussão.
C) Peculato.

pág. 1

302
D) corrupção passiva.
E) excesso de exação.

02 - Situação hipotética: Um médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde praticou conduta
delituosa em razão da sua função, configurando-se, a princípio, o tipo penal do peculato-furto. Assertiva: Nessa
situação, como não detém a qualidade de servidor público, o agente responderá pelo crime de furto em sua forma
qualificada.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O Guarda Civil que se apropria de dinheiro ou de qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por
erro de outrem
A) não comete crime, pois o erro de outrem afasta a tipificação penal.
B) comete o crime de peculato mediante erro de outrem.
C) comete o crime de corrupção passiva, apenado com reclusão.
D) não comete crime, pois a conduta não está descrita no Código Penal.
E) comete os crimes de furto e prevaricação.

04 - No que concerne ao peculato, é correto afirmar que, se o funcionário público concorre culposamente para o
crime de outrem,
A) fica sujeito a pena de detenção.
B) fica sujeito a pena de reclusão e multa.
C) a reparação do dano ocorrida depois do trânsito em julgado de sentença condenatória não tem qualquer
consequência penal.
D) a reparação do dano ocorrida antes do trânsito em julgado de sentença condenatória reduz de metade a pena
imposta.
E) a conduta é considerada atipica, por não haver expressa previsão legal para punição por crime culposo.

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – B
04 - A

pág. 1

303
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA II

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

• CONCUSSÃO – Art. 316, CP


Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

👉 Por ser crime formal, consuma-se com a simples exigência, sendo o recebimento da vantagem mero
exaurimento do crime.
👉 Embora de difícil constatação, admite-se a tentativa

• EXCESSO DE EXAÇÃO – Art. 316, §1°, CP


Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa

👉 Apesar de integrar o art. 316, CP, é um crime autônomo em relação a Concussão. Aqui, o agente também,
faz uma exigência, mas não pra ele, mas para o próprio estado.

QUALIFICADORA – Art. 316, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

No §1°, o agente exige tributo ou contribuição social indevida, o recebimento e o recolhimento aos cofres
públicos é mero exaurimento do crime, estamos diante de um crime formal. Já na modalidade qualificada, os valores
são desviados pelo agente em proveito próprio ou alheio.
👉É uma forma qualificada referente ao §1°.

• CORRUPÇÃO PASSIVA – Art. 317, CP


Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

👉Tipo misto alternativo, a realização de qualquer das condutas, ou mais de uma configurará crime único.

☠ BIZU: SRA!!!

pág. 1

304
➢ SOLICITAR - Crime formal
➢ RECEBER – Crime material
➢ ACEITAR PROMESSA – Crime formal

☠ CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é ilícito


☠ CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é lícito

AUMENTO DE PENA – Art. 317, §1°, CP


§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda
ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

👉 Denominada corrupção exaurida, por ser o crime formal em quase todas as modalidades, estará
consumado com a solicitação, recebimento ou aceitação da vantagem, o fato de o funcionário público deixar de
praticar o ato, retardá-lo ou praticar infringindo dever funcional, torna a conduta ainda mais reprovável, gerando
agravamento de sua pena.

FUNC.PÚB. SOLICITOU, NÃO RECEBEU E NÃO PRATICOU O ATO ART. 317, CONSUMADO
FUNC.PÚB. RECEBEU, MAS NÃO PRATICOU O ATO ART. 317, CONSUMADO
FUNC.PÚB. RECEBEU, E PRATICOU O ATO ART. 317,§ 1º, CONSUMADO

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA – Art. 317, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

👉Aqui, não existe vantagem indevida, por isso a corrupção é privilegiada, ocorre quando o agente cede
apedido ou influência de terceira pessoa, existindo assim, a interferência direta de terceira pessoa na tomada de
decisão do agente.

☠É considerada infração de menor potencial ofensivo.


☠Crime material, o funcionário deverá deixar de praticar, retardar ou praticar ato de ofício, infringindo dever
funcional.

01 - O que significa concussão?


A) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei
B) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida
C) Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334)
D) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal

pág. 1

305
E) Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la

02 - João, oficial de justiça, solicita o pagamento de dois mil reais para não cumprir rapidamente um mandado de
citação, o que acaba ocorrendo.
Nessa situação, João sujeita-se às penas previstas para o crime de:
A) concussão;
B) corrupção passiva simples;
C) prevaricação;
D) corrupção passiva com aumento de pena;
E) tráfico de influência.

03 - João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo em flagrante. A vítima não realizou
o pagamento e prontamente comunicou o fato a policiais civis. Nessa situação, como o delito de concussão é formal,
o crime consumou-se com a exigência da vantagem indevida, devendo João por ele responder.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – D
03 – C

pág. 1

306
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA III

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

• PREVARICAÇÃO – Art. 319, CP


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

O servidor extravasa os limites de sua atribuição, o ato de ofício deve estar contido na sua esfera de
atribuição.
Aqui não existe pedido de ninguém, não há influência externa interferindo na vontade do agente, partirá
sempre da sua esfera subjetiva.
👉É uma infração de menor potencial ofensivo.

• PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA – Art. 319-A, CP


Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

👉Trata-se de crime próprio, só podendo ser cometido pelo Direitos de Penitenciária ou o agente público que
tenha a responsabilidade de vedar aparelhos de comunicação ao preso.
👉 Por ser crime formal, sua consumação ocorre quando o sujeito ativo permite o acesso indevido do preso.

☠Não admite a forma tentada.


☠É considerado infração de menor potencial ofensivo

• CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – Art. 320 CP


Art. 320- Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

👉 Aplica-se a majorante do art. 327, §2º, CP


A autoridade, ciente da irregularidade do serviço público, tem a obrigação de promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou PAD, assegurando o acusado, a ampla defesa.

pág. 1

307
☠ CRIME PRÓPRIO: somente pode ser praticado por funcionário público
☠ CONSUMAÇÃO: ocorre quando o funcionário deixa de responsabilizar o subordinado que cometeu a infração, no
exercício do cargo, ou, quando lhe falta a competência, não leva o caso a quem é de fato competente.
☠ CRIME FORMAL: não necessito da ocorrência do resultado naturalístico
☠ NÃO ADMITE TENTATIVA
☠CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

• ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – Art. 321 CP


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-
se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

👉 Aplica-se a majorante do art. 327, §2º, CP

☠ CRIME PRÓPRIO: somente pode ser praticado por funcionário público


☠ CONSUMAÇÃO: o agente patrocinará, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública
☠ CRIME FORMAL: não necessito da ocorrência do resultado naturalístico
☠ ADMITE TENTATIVA
☠CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
☠ AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORA – Art. 321, parágrafo único CP


Parágrafo único- Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

01 - Oficial de justiça que deixa de dar cumprimento integral a mandado de penhora em razão de sentir pena do
proprietário do bem penhorado comete, em tese, o crime de:
A) corrupção passiva privilegiada;
B) abandono de função
C) violação de sigilo profissional;
D) corrupção passiva simples;
E) prevaricação.

02 - De acordo com Jesus (2006), aquele que se valendo de sua qualidade de funcionário público patrocina interesse
privado perante a administração pública pratica qual crime?
A) Condescendência criminosa.
B) Advocacia administrativa.
C) Excesso de exação.
D) Concussão.

pág. 1

308
03 - Na condescendência criminosa do funcionário público, o qual, por indulgência, deixa de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, para a configuração do crime é necessário que o subalterno
seja sancionado pela transgressão cometida.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – B
03 - E

pág. 1

309
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

1. LEGALIDADE - Art. 5°, XXXIX, CF e art. 1°, CP. Para que eu considere uma conduta como criminosa, anteriormente
a sua prática, é necessário que exista uma lei nesse sentido. Esse princípio se divide em duas espécies:

1.1. Reserva Legal – Somente lei em sentido estrito, ou seja, aquela editada pelo poder legislativo, pode
definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais

Quando trato de Medidas Provisórias que tratam de condutas criminosas, prevalece no STF a possibilidade,
desde que tal matéria seja favorável ao réu.

1.2. Anterioridade da Lei Penal - Não é necessário apenas que a criminalização da conduta se de por
lei em sentido estrito, é preciso ainda que essa lei seja anterior a prática do ato.

RESERVA LEGAL + ANTERIORIDADE = LEGALIDADE

2. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - art. 5°, XLVI. A pena é estabelecida pela análise de várias circunstâncias, feitas
caso a caso, não posso impor de maneira genérica, a todas as pessoas, sem avaliar o caso concreto.
Um exemplo clássico é a declaração de inconstitucionalidade pelo STF ao artigo que tratava da impossibilidade
de progressão de regime aos condenados por crimes hediondos.

3. INTRANSCEDÊNCIA DA PENA - art. 5°, XLV. Nenhuma pena poderá passar da pessoa do condenado, assim, pagará
pelo crime quem de fato cometeu, não posso responsabilizar outras pessoas estranhas a conduta do agente. Lembre-
se, estou falando de regras de direito penal, nada impede que “penas” estabelecidas, por exemplo, na área civil, sejam
executadas em face de outras pessoas, como o herdeiro.

Cuidado com a pena de MULTA, ela tem natureza penal, e não civil, sendo assim, não posso transmitir essa
obrigação aos herdeiros.

4. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA/ NÃO CULPABILIDADE - art. 5°, LVII. Enquanto não houver sentença penal
condenatória, a pessoa não poderá ser considerada culpada, por conseguinte, não poderá sofrer consequências de uma
condenação.

A existência de prisões provisórias não viola o princípio da presunção de inocência.

pág. 1

310
PRINCÍPIOS PENAIS

1. ALTERIDADE/ LESIVIDADE – Para que a conduta seja considerada criminosa, ela tem que atingir bem de terceira
pessoa. O direito penal não pune a autolesão.

☠ Exceção: fraude para o recebimento de indenização ou valor do seguro – Art. 171, §2°, V, CP

2. ADEQUAÇÃO SOCIAL – O direito penal também deve se adequar as condutas que, atualmente, são aceitas pela
sociedade, ou seja, deve se adequar ao tempo em que está vigorando.

👉 Não se plica esse princípioà venda de CDs e DVDs falsificados, isso porque viola o direito autoral, causando impacto
econômico para os detentores da obra, não posso assim, considerar essa prática como socialmente tolerável haja vista
o expressivo prejuízo causado.

3. FRAGMENTARIEDADE – O direito penal só se preocupará com situações de extrema relevância social.

4. SUBSIDIARIEDADE – Só usarei do direito penal em ultimo caso, quando as demais normas se mostrarem
ineficientes. Terá caráter subsidiário em relação as demais normas.

5. INTERVENÇÃO MÍNIMA/ ULTIMA RATIO – Decorre dos princípios da fragmentariedade e subsidiariedade.


Condutas que podem ser resolvidas pelos demais ramos do direito, não devem ser tidas como crime, o direito penal é a
última hipótese, “última ratio” a ser invocada.

6. VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM – O que se busca é que uma pessoa não seja punida (processada ou condenada) duas
vezes por um mesmo fato. O que não impede que haja novo processo de decisões que não fazem coisa julgada material.

7. INSIGNIFICÂNCIA/BAGATELA – Aquilo que, minimamente ofender o bem jurídico, não deve ser considerado
crime. A insignificância atua na TIPICIDADE MATERIAL, torna a conduta atipica, o cabimento deve ser analisado caso a
caso, o STF fixa ainda quatro requisitos que devem estar presentes para a aplicação desse princípio

BIZU!!! MARI

- MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA;


- AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL;
- REDUZIDO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO;
- INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA.

8. OFENSIVIDADE (nullus crimen sine iniúria) – só são passíveis de punição, as condutas que lesionem ou
coloquem em perigo um bem jurídico penalmente tutelado.

9. ESPECIALIDADE – Se a conduta do indivíduo se amolda a mais de uma lei, a lei especial prevalecerá sobre
a lei geral.

pág. 1

311
01 - Érica conduz investigação no concernente a crime que é capitulado em mais de uma lei formal. Com dificuldades
de definir a lei aplicável, estabelece que, no caso investigado, deveria ser aplicado o princípio da:
A) constitucionalidade
B) individualidade
C) especialidade
D) temporalidade

02 - O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar
a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra somente após a aprovação da medida
pelo Congresso Nacional.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela
qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – E
03 - E

pág. 1

312
APLICAÇÃO DA LEI PENAL I

LEI PENAL NO TEMPO

Para determinar o tempo em que ocorreu o crime, o Código Penal adota a TEORIA DA ATIVIDADE prevista no
art. 4°, segundo ela “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado”. Vou considerar o momento da ação ou omissão, que pode coincidir ou não, com o
momento do resultado.

TEMPO DO CRIME = AÇÃO/OMISSÃO


RESULTADO

RETROATIVIDADE LEI PENAL ULTRA-ATIVIDADE

EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL

☠ LEX GRAVIOR/NOVATIO LEGIS IN PEJUS - Nova lei que será prejudicial ao réu, a conduta criminosa já existe, agora
será agravada. Aplica-se apenas a fatos posteriores à entrada em vigor. EX NUNC
☠ NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA - A conduta que antes configurava um fato atipico, agora para a ser considerada
crime por uma nova lei. Aplica-se apenas a fatos posteriores à entrada em vigor. EX NUNC
☠ LEX MITIOR/NOVATIO LEGIS IN MELLUIS - Nova lei que beneficiará o réu, a conduta continua sendo criminosa,
porém, a nova lei estabelece regras antes não contidas, que melhoram a situação do agente. São adotadas a
retroatividade e a ultratividade. EX TUNC

👉 Transitada em julgado a sentença penal condenatória, compete ao juiz da execução a aplicação da lei mais
benigna – Súmula 611, STF

☠ ABOLITIO CRIMINIS - Art. 2°, CP. Nova lei deixa de considerar determinada conduta como criminosa, cessando em
virtude dela, todos os efeitos penais da sentença penal condenatória (extinção da punibilidade - art. 107, III, CP). Aplica-
se ainda que já tenha ocorrido o trânsito em julgado. EX TUNC

pág. 1

313
*ABOLITIO CRIMINIS X CONTINUIDADE TÍPICO NORMATIVA*

👉 ABOLITIO CRIMINIS – o crime é revogado totalmente, ou seja, formal e materialmente, ocorre a extinção da
punibilidade do agente

Ex: Adultério não é mais considerado crime

👉 CONTIUIDADE TÍPICO NORMATIVA – O crime não é revogado totalmente, existe apenas a revogação formal,
ou seja, o fato continua sendo crime, porém, a conduta é deslocada para outro tipo penal.

Ex: Atentado violento ao pudor hoje integra o Estupro.

*LEI INTERMEDIÁRIA*

Imagine existir uma Lei A ao tempo da conduta, ao decorrer do processo criminal, surge uma lei revogadora da lei
A, a Lei B, e ao tempo da sentença já está em vigor a Lei C.

Posso aplicar a Lei intermediária (B) ao fato???


Sim, desde que seja mais favorável ao réu do que as demais.

*APLICAÇÃO DA LEI PENAL NOS CRIMES PERMANENTES E CONTINUADOS*

Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se aos crimes permanentes e continuados se a sua vigência é anterior à
cessação da permanência ou continuidade.

*COMBINAÇÃO DE LEIS /LEX TERTIA*

O entendimento do STF e do STJ é de que NÃO É POSSÍVEL a combinação de leis no tempo, ou seja, o juiz não pode
aplicar partes de uma lei que beneficia o réu e partes de outra lei que também beneficia o réu, com essa atitude, o
judiciário criaria uma terceira lei (lex tertia), ferindo com isso a separação dos poderes.
Tenho que aplicar a lei mais benéfica na íntegra, vedada a combinação de leis.

*LEI EXCEPCIONAL E TEMPORÁRIA – Art. 3°, CP*

👉 LEI EXCEPCIONAL: É aquela criada para vigorar durante casos excepcionais, como por exemplo, uma lei que
vigorará durante o período de catástrofe natural. Aplicada a situações específicas, durará até o fim do período do fato
que ensejou sua criação.

👉 LEI TEMPORÁRIA: É aquela criada para vigorar em determinado período de tempo, como por exemplo a lei
da copa, editada em 2014, foi criada para vigorar durante o período da copa das confederações. O próprio texto indica
o seu tempo de vigência.

Ambas são leis ultra-ativas, ou seja, aplicam-se aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que já
revogadas, são também autorrevogáveis, já que não necessitam do surgimento de uma lei posterior para perderem a
vigência (não caracteriza então, abolitio criminis).
pág. 1

314
01-Assinale a alternativa que indica a teoria adotada pela legislação quanto ao tempo do crime.
A) Retroatividade.
B) Atividade.
C) Territorialidade.
D) Ubiquidade.
E) Extraterritorialidade.

02-A ultratividade é a aplicação da norma penal benéfica a fato criminoso acontecido antes do período da sua vigência.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03-Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formalmente
revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderápelo crime
praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 – C

pág. 1

315
APLICAÇÃO DA LEI PENAL II

LEI PENAL NO ESPAÇO


Como você já sabe, para determinarmos o tempo em que ocorreu o crime, o Código Penal adota a TEORIA DA
ATIVIDADE (art. 4°, CP).
Referente ao LUGAR DO CRIME, a teoria estabelecida pelo Código é a da UBIQUIDADE (art.6°, CP), segundo ela:
“Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde
se produziu ou deveria produzir o resultado”, ou seja, para essa teoria, considera-se praticado o crime no lugar da
conduta ou no lugar do resultado/consumação.

LUGAR DO CRIME = AÇÃO/OMISSÃO OU


RESULTADO

✍ BIZU: LUTA: Lugar = Ubiquidade; Tempo = Atividade

Como regra, uma lei é editada para vigorar dentro do seu país, pois cada estado possui um limite de
soberania que não deve ultrapassar as fronteiras nacionais, ou seja, um estado não pode exercer sua soberania
em outro estado. Passaremos agora a estudar regras e exceções relacionadas as leis penais no espaço.

TERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE INTRATERRITORIALIDADE


Lei BRASILEIRA aplicada aos crimes Lei BRASILEIRA aplicada aos crimes Lei ESTRANGEIRA aplicada aos crimes
cometidos no BRASIL cometidos no EXTERIOR cometidos no BRASIL

TERRITORIALIDADE

Art. 5°, CP: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido no território nacional.” Temos o que chamamos de PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
MITIGADA/TEMPERADA (possui exceções: “sem prejuízo de...”).
Existem ainda os casos em que a lei considera sendo EXTENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL, aplicando-se
assim a lei penal brasileira, estão previstos nos §§ 1° e 2° do Art. 5°, CP.

.
.

pág. 1

316
EXTENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL
EMBARCAÇÕES E AERONAVES
BRASILEIRAS, DE NATUREZA PÚBLICA BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE ESTRANGEIRAS DE PROPRIEDADE
OU A SERVIÇO DO GOVERNO PROPRIEDADE PRIVADA PRIVADA
BRASILEIRO
ONDE QUER QUE SE ENCONTREM ESPAÇO AÉREO CORRESPONDENTE OU EM POUSO NO TERRITÓRIO NACIONAL
EM ALTO-MAR OU EM VOO NO ESPAÇO AÉREO
CORRESPONDENTE, E ESTAS EM PORTO
OU MAR TERRITORIAL DO BRASIL

EMBAIXADA – NÃO é considerada extensão do território nacional (Embaixada brasileira na Argentina é


território argentino).
DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE – Art. 3°da Lei 8.617/39. É reconhecido aos navios de todas as
nacionalidades, o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro, desde que não seja prejudicial à paz, à boa
ordem e a segurança do Brasil, devendo ser continua e rápida.

01 - Esquimó é acusado de cometer crime ocorrido em aeronave que realiza voo internacional. Nos termos do Código
Penal, é considerada extensão do território para fins de aplicação da lei brasileira:
A) aeronaves estrangeiras em voo onde estiverem
B) aeronaves brasileiras em voo no espaço aéreo nacional
C) aeronaves estrangeiras pousadas em aeroportos internacionais
D) aeronaves brasileiras mercantes em voo perante espaço aéreo estrangeiro

02 - De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta acerca do tempo e lugar do crime:
A) Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu a ação ou omissão, bem como quando se produziu
ou deveria produzir-se o resultado.
B) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, ainda que outro seja o local do
resultado.
C) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
D) Considera-se praticado o crime no lugar da ação ou, em caso de omissão, apenas no local do resultado.
E) Para fins penais, o tempo e o lugar do crime são idênticos.

03 – Aeronave brasileira de natureza pública, será considerada extensão do território nacional onde quer que se
encontre.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - B
02 -C
03 - C

pág. 1

317
APLICAÇÃO DA LEI PENAL III

LEI PENAL NO ESPAÇO

EXTRATERRITORIALIDADE

A regra de aplicação da lei brasileira é a do princípio da territorialidade em que se aplica a lei brasileira aos
crimes cometidos no Brasil, porém, existem casos em que a lei brasileira será aplicada aos crimes cometidos no
estrangeiro, é o fenômeno da extraterritorialidade.

. EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Não há qualquer condição à aplicação da lei brasileira, sendo suficiente o fato de o crime ter sido praticado no
estrangeiro, são as hipóteses previstas no art. 7°, I, CP:

Art. 7°, I, CP - Ficam sujeitos a lei brasileira mesmo que cometidos no estrangeiro os crimes:

☠ CONTRA A VIDA OU LIBERDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA;


☠ CONTRA O PATRIMÔNIO OU A FÉ PÚBLICA DA UNIÃO, DO DF, DE ESTADOS, DE TERRITÓRIOS, DE MUNICÍPIOS, DE
EMPRESAS PÚBLICAS, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, AUTARQUIAS OU FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER
PÚBLICO;
☠ CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, POR QUEM ESTÁ A SEU SERVIÇO;
☠ DE GENOCÍDIO, QUANDO O AGENTE FOR BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL.

. Neste casos, o agente será punido segundo a lei brasileira ainda que tenha sido condenado ou absolvido no
estrangeiro (art. 7°, § 1°, CP), ou seja, eu não afasto a lei penal brasileira, sendo aplicado o instituto da DETRAÇÃO
PENAL (art.8°) nesse caso. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

✍ BIZU: CIDA – Computa se Idêntica e se Diversa Atenua.

A
detração só se aplica na extraterritorialidade incondicionada, para afastar o bis in idem.

EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

pág. 1

318
Prevista no art.7°, II, CP, são estabelecidas determinadas condições para que seja aplicada a sei brasileira, ou seja,
determinados crimes cometidos no exterior são submetidos a lei brasileira desde que atendidas certas condições,
acompanhe as regras:

Art. 7°, II, CP - Ficam sujeitos a lei brasileira mesmo que cometidos no estrangeiro os crimes:

☠ QUE POR TRATADO OU CONVENÇÃO O BRASIL SE OBRIGOU A REPELIR;


☠ PRATICADO POR BRASILEIRO;
☠ PRATICADO EM AERONAVES OU EMBARCAÇÕES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE PROPRIEDADE PRIVADA,
☠QUANDO EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO E AÍ NÃO SEJAM JULGADOS;

CONDIÇÕES CUMULATIVAS (art. 7°, § 2°, CP):

A) ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL;


B) SER O FATO PUNÍVEL TAMBÉM NO PAÍS EM QUE FOI PRATICADO;
C) ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES EM QUE O BRASIL AUTORIZA A EXTRADIÇÃO;
D) NÃO TER SIDO O AGENTE ABSOLVIDO NO ESTRANGEIRO OU NÃO TER AI CUMPRIDO A PENA;
E) NÃO TER SIDO O AGENTE PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU, POR OUTRO MOTIVO, NÃO ESTAR EXTINTA A
PUNIBILIDADE, SEGUNDO A LEI MAIS FAVORÁVEL.

EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA

Além das condições estabelecidas no §2°, o art. 7°, §3°, CP estabelece duas outras condutas que devem ser
somadas a elas:

Crimes cometidos por estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil.

👉 NÃO FOI PEDIDA OU FOI NEGADA A EXTRADIÇÃO;


👉 HOUVE REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA.

01 - Ficam sujeitos à lei brasileira, sem a necessidade do concurso de nenhuma condição, os seguintes crimes
cometidos no estrangeiro:
A) praticados por brasileiro.
B) aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.
C) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
D) praticados em aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí
não sejam julgados.
E) praticados em embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e
aí não sejam julgados.

02 - O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica
sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país.

pág. 1

319
CERTO ( ) ERRADO ( )
03 - No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante, julgue o
próximo item.

Em atenção ao princípio ne bis in idem, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando idênticas.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – C
03 - C

pág. 1

320
ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE I

ILICITUDE

Art. 23- Não há crime quando o agente pratica o fato:


I- Em estado de necessidade;
II- Em legítima defesa;
III- Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo único- O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Segundo elemento do crime, a ilicitude é a contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
Passamos a analisar da ilicitude após a análise do fato tipico.
Existem algumas teorias sobre o elemento negativo do tipo:

☠ TEORIA DA RATIO ESSENDI – Há uma absoluta relação de dependência entre a ilicitude e o fato tipico, analiso os
dois no mesmo momento. A doutrina majoritária afasta essa teoria.
☠ TEORIA DA RATIO COGNOSCENDI (INDICIARIEDADE) – Todo fato tipico é presumidamente ilícito, ou seja, é função
da defesa comprovar a presença de uma exclusão de ilicitude para afastar o crime, na dúvida, o réu deve ser absolvido
(art.286, CPP). Teoria adotada!

👉 Observe que, a ação do agente tem que ser necessária e suficiente para reprimir a conduta injusta, seu
excesso será punido.

Podemos dividir as excludentes de ilicitude em:


☠GENÉRICAS: aplicadas a todos os crimes, está fora do tipo penal– art. 23, CP
☠ESPECÍFICAS: próprias de determinados crimes, está dentro do tipo penal – ex: art. 151, CP (o
“indevidamente” do crime de violação de correspondência é uma espécie de conduta ilícita que é exigida para
o crime em específico).

1. ESTADO DE NECESSIDADE
“Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.
§ 1º- Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º- Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.”

✍ Estado justificante – o bem protegido deve ser maior ou igual ao bem sacrificado, caso contrário, haverá a redução
de pena prevista no § 2º.

A teoria adotada pelo estado de necessidade foi a TEORIA UNITÁRIA

pág. 1

321
TEORIA UNITÁRIA: O bem protegido deve ser igual ou maior que o sacrificado.

TEORIA UNITÁRIA
BEM PROTEGIDO BEM SACRIFICADO CONCLUSÃO
MAIOR VALOR MENOR VALOR Exclusão de ilicitude
IGUAL VALOR IGUAL VALOR Exclusão de ilicitude
MENOR VALOR MAIOR VALOR Pena reduzida: - 1/3 a 2/3

👉 PERIGO ATUAL: não há estado de necessidade em detrimento de perigo eminente, só atual.


👉 NÃO PROVOCADO: não posso ter provocado a situação de perigo
👉 DETRIMENTO PRÓPRIO OU ALHEIO: direito meu ou de outra pessoa

Existe ESTADO DE NECESSIDADE PUTATIVO???


A situação de perigo atual só ocorre na mente do autor, por constituir erro sobre a situação fática- ERRO DE
PROIBIÇÃO INDIRETO, pode ser causa justificante que atua na culpabilidade do agente, isentando ou reduzindo a pena.
Se o erro era evitável – diminuirá a pena, na medida da sua evitabilidade, se, porém, o erro era inevitável – excluirá
a culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa. (regras do art. 21, CP).

01 - Sobre as excludentes de ilicitude previstas no Código Penal, é correto afirmar:


A) Quem exerce função de guarda ou vigilância privada não pode alegar legítima defesa.
B) Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade.
C) O excesso culposo não é punível no exercício regular de direito.
D) Não é possível alegar legítima defesa se houver alternativa mais cômoda (commodus discessus).
E) O vigilante que repele injusta agressão, atual ou iminente, age em estrito cumprimento do dever legal.

02 - No CP brasileiro, a situação correspondente ao estado de necessidade somente exclui a ilicitude do fato, e por isso
não afeta a culpabilidade da conduta.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Agirá em estado de necessidade o motorista imprudente que, após abalroar um veículo de passageiros, causando-
lhes ferimentos, fugir do local sem prestar socorro, para evitar perigo real de agressões que possam ser perpetradas
pelas vítimas.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 - C

pág. 1

322
ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE II

ILICITUDE

1. LEGÍTIMA DEFESA
“Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”
Parágrafo único: observados os requisitos previstos no caput desse artigo, considera-se também em legítima defesa o
agente de segurança pública que repele agressão ou risco da agressão a vítima mantida refém durante a prática de crime
(Lei 13.964/2019)

☠ INJUSTA AGRESSÃO: aquela não provocada pelo agente


☠ ATUAL OU IMINENTE: está acontecendo ou está prestes a acontecer

EXISTE LEGÍTIMA DEFESA FUTURA?


NÃO – mas cuidado com o que a doutrina denomina de OFENDÍCULO (ex: cerca elétrica, vidro em muros,
cachorros de grande porte...)
A doutrina diverge quanto a classificação dos ofendículos, alguns entendem se tratar de exercício regular do
direito por ser direito meu proteger minha propriedade e minha vida, integridade física e etc. Outra parte da doutrina
entende se tratar de legítima defesa, não se trata de legítima defesa futura, pois, não havia de fato agressão atual ou
iminente no momento da instalação do ofendículo, porém, ele só é capaz de produzir efeito com uma injusta agressão.
O ofendículo tem que ser sinalizado, se estiver “escondido” e a pessoa, mesmo com uma injusta agressão, foi
vítima do ofendículo, não estará configurada a excludente de ilicitude.

☠ DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO: direito seu ou de outra pessoa. Não preciso de autorização para salvar um bem de
terceiro (STF).
☠ *USO MODERADO DOS MEIOS: se não for moderado, estarei diante do excesso, que pode ser punido a titulo de dolo
ou de culpa. STF entende pela mitigação.
☠ AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA: Se o agente de segurança pública, observando os requisitos necessários exigidos
para a configuração da legítima defesa, estando em uma situação de a vítima ser mantida refém, cabe a atuação em
legítima defesa de terceiros durante a prática criminosa, respeitando sempre a possibilidade de punição pelo excesso.

LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA: é legitima defesa real, prevista no excesso, cessada a agressão, a vítima passa a
agredir o autor.
LEGÍTIMA DEFESA DE MENOR DE IDADE: cabe contra um ataque de menor.
LEGÍTIMA DEFESA DE ATAQUE DE ANIMAL: DEPENDE! Se esse ataque foi provocado por um humano, o animal
funciona como um instrumento e caberá legítima defesa contra esse ataque do humano, se o animal não foi
provocado, não há de se falar em legítima defesa, poderá haver estado de necessidade
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA: A situação de injusta agressão atual ou iminente só ocorre na mente do autor, por
constituir erro sobre a situação fática- ERRO DE PROBIÇÃO INDIRETO, pode ser causa justificante que atua na
culpabilidade do agente, isentando ou reduzindo a pena. Se o erro era evitável – diminuirá a pena, na medida
da sua evitabilidade, se, porém, o erro era inevitável – excluirá a culpabilidade por inexigibilidade de conduta
diversa. (regras do art. 21, CP)

pág. 1

323
LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE (SIMULTANEIDADE)

É POSSÍVEL que ocorram ao mesmo tempo – ex: Caio, para defender-se de uma agressão injusta de Mévio (legítima
defesa), pega rapidamente a arma de Tício para de defender (estado de necessidade).

01 - Bruna é atacada a tiros desferidos por arma de fogo por Otávio, que não logra acertar os dois primeiros tiros.
Antes de desfechar o terceiro tiro, Bruna saca de arma que carrega em sua bolsa com autorização legal e vem a atingir
Otávio, que veio a óbito. Nesse caso, pode ser assentado que ficou caracterizado, nos termos do Código Penal, por
parte de Bruna:
A) exercício regular de direito
B) estado de necessidade
C) arrependimento eficaz
D) legitima defesa

02 - A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da conduta, mas não é aplicável caso o agente tenha tido a
possibilidade de fugir da agressão injusta e tenha optado livremente pelo seu enfrentamento.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Bruno, vendo seu inimigo Rodolfo aproximar-se com um revólver em mãos e, supondo que seria morto, antecipou-
se e desferiu contra ele um tiro fatal. Posteriormente, verificou-se que a arma que Rodolfo segurava era de brinquedo.
Nessa situação, Bruno responderá por homicídio culposo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - D
02 - E
03 - E

pág. 1

324
ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE III: ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL E
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO

EXERCÍCIO REGULAR DO DIRETO

Direito de exercer o que é permitido pela lei, estabelecido por uma norma. Esse direito autoriza a realização
de uma conduta reprovável.
Ex: art.128, CP; Art. 301, CPP.
“DIREITO” deve ser entendido de maneira ampla. Essa excludente de ilicitude destina-se ao cidadão em
geral. Deve sempre ser analisado com base na proporcionalidade.

☠ EXCESSO – Pune-se o excesso doloso ou culposo.


☠ LESÕES ESPORTIVAS – respeitadas as regras do esporte, serão lícitas – sempre punidas se em excesso.
☠ INTERVENÇÃO MÉDICA – quando um médico age para salvar a vida de alguém, estará amparado pelo ESTADO DE
NECESSIDADE, e também pelo EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO.
☠ OFENDÍCULO – doutrina diverge.

ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL

Ordem emanada por autoridade competente para o devido cumprimento do dever legal – eu estou cumprindo de
forma estrita o que foi mandado.
Ex: não comete o crime de invasão de domicílio, o policial que ingressa na casa de uma pessoa com mandado
judicial.
O “DEVER LEGAL”, deve ser entendido de forma ampla, como uma obrigação que deriva de uma lei em
sentido genérico ou de atos administrativos de caráter geral.
Esse dever legal, não precisa ter conteúdo penal.

👉 Aquele
dever que decorre de concepções morais, filosóficas ou religiosas, NÃO É ENTENDIDO COMO ESTRITO
CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL.

☠ CRIME CULPOSO – essa descriminante é incompativel com os crimes culposos.


☠ EXCESSO – O excesso doloso ou culposo será punido.
☠ CONCURSO DE PESSOAS – estende-se aos coautores e participes, o crime é excluído em relação a todos.

pág. 1

325
01 – Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta:
A) em estrito cumprimento de dever legal e no exercício regular de direito
B) em estrito cumprimento de dever legal e na obediência hierárquica
C) no exercício regular de direito e na coação moral irresistivel
D) em excesso de estado de necessidade e na inimputabilidade
E) em legítima defesa recíproca e no erro de direito

02 - Situação hipotética: Um policial, ao cumprir um mandado de condução coercitiva expedido pela autoridade
judiciária competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação de privação de liberdade.
Assertiva: Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada por uma excludente de ilicitude representada pelo
exercício regular de direito.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O agente policial, ao submeter o preso aos procedimentos estabelecidos na lei, como, por exemplo, à
identificação datiloscópica, quando autorizada, e ao reconhecimento de pessoas e de coisas, no curso do inquérito
policial, encontra-se amparado pelo exercício regular de direito, respondendo criminalmente nos casos de excesso
doloso ou culposo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – E
03 - E

pág. 1

326
CULPABILIDADE I

Último elemento da teoria do crime, diferentemente do que ocorre no Fato Típico e na Ilicitude em que analiso
o fato, na Culpabilidade, analiso a figura do agente.
Seria a possibilidade de o agente entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse
entendimento, ou seja, é o juízo de reprovabilidade da conduta do agente.
Existem algumas teorias que buscam explicar a culpabilidade:

☠ TEORIA PSICOLÓGICA: Tenho que analisar a imputabilidade e a vontade do agente (dolo e culpa), ou seja, o
agente seria culpável se, a época do fato, era imputável e agiu com dolo ou culpa. Como o nosso código penal adota
a TEORIA FINALISTA da conduta, esta teoria não pode ser aplicada já que, dolo e culpa não analisados no fato tipico,
e não na culpabilidade.

☠ TEORIA NORMATIVA/PSICOLÓGICO-NORMATIVA: Possui os mesmos elementos da teoria anterior, mas


acrescenta a “exigibilidade de conduta diversa”. Para essa teoria, além do agente ser imputável e ter agido com dolo
ou culpa, só seria culpável se lhe pudesse ser exigido outro comportamento.

☠ TEORIA EXTREMADA: todo erro que recaia sobre uma causa de justificação, seria equiparado ao ERRO DE
PROIBIÇÃO

☠ TEORIA LIMITADA: divide o erro sobre a causa de justificação em dois, ERRO SOBRE O PRESSUPOSTOS FÁTICOS =
ERRO DE TIPO PERMISSIVO; ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA OU LIMITE JURÍDICO DA NORMA = ERRO DE PROIBIÇÃO.

👉 O Código Penal adota a TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE!!!

ELEMENTOS EXCLUDENTES
IMPUTABILIDADE Menor idade ( - 18 anos T. BIOLÓGICA)
Embriaguez
Doença mental
POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE Erro de proibição
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Coação moral irresistivel
Obediência hierárquica

☠ BIZU!!! MEDECO

IMPUTABILIDADE

pág. 1

327
Quando tratamos de imputabilidade, a teoria adotada pelo código penal é a TEORIA BIOPSICOLÓGICA, além de
analisar o biológico, ou seja, a idade da vítima, devo analisar seu psicológico, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.

MENORIDADE
“Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.”

Exceção a adoção da regra da teoria Biopsicológica, quando tratamos da menoridade, o Código Penal adota a teoria
BIOLÓGICA, ou seja, não interessa, para análise da imputabilidade, se o agente tinha o potencial conhecimento sobre
seus atos, sendo ele menor de 18 anos, sempre será considerado inimputável.

EMBRIAGUEZ
“Art.28- Não excluem a imputabilidade penal
II- A embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º- É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
§ 2º- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força
maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.”

NÃO ACIDENTAL
PREORDENADA VOLUNTÁRIA CULPOSA
O agente se embriaga para cometer o O agente só queria ficar bêbado, não O agente não queria ficar bêbado,
crime. tinha nenhum dolo específico. porém, bebeu demais.
Aumento de pena: art. 61, I, CP

ACIDENTAL
FORTUITA PATOLÓGICA
Não deu causa a embriaguez Dependente, ébrio habitual

👉 Só a embriagues acidental é excludente de culpabilidade pela teoria da actio libera in causa.

DOENÇA MENTAL
“Art. 26- É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
Parágrafo único- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental
ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”

Devo fazer a análise com base no caso concreto, se o crime foi cometido em um momento de lucidez, a

pág. 1

328
culpabilidade não será afastada.
As consequências para uma pessoa que comete o crime e possui doença mental são as seguintes:

-1/3 a 2/3
RELATIVAMENTE
INCAPAZ Medida de
DOENÇA Segurança
MENTAL
ABSOLUTAMENTE Isenção de
INCAPAZ Pena

01 - Quanto à imputabilidade em Direito Penal, assinale a alternativa INCORRETA.


A) Para o menor de 18 anos, nosso Código Penal adotou o sistema puramente biológico.
B) Para o doente mental, nosso Código Penal adotou um misto do sistema biológico com o sistema psicológico.
C) Para a teoria clássica (teoria psicológica da culpabilidade), o doente mental cometeria crime, uma vez que possui
capacidade de dolo e culpa.
D) A embriaguez voluntária ou a culposa não excluem a imputabilidade penal, segundo a actio libera in causa. Da
embriaguez culposa, contudo, só pode advir um crime culposo.

02 - Pessoas doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade, mesmo que sejam inteiramente incapazes
de entender o caráter ilícito da conduta criminosa ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, são
penalmente imputáveis.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Comprovado que o acusado possui desenvolvimento mental incompleto e que não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito de sua conduta, é cabível a condenação com redução de pena.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – E
03 – C

pág. 1

329
CULPABILIDADE II

POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE

ERRO DE PROIBIÇÃO
“Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único- Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando
lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.”

É a possibilidade de o agente conhecer o caráter ilícito do seu comportamento, o agente sabe o que está
fazendo, mas não sabe que sua conduta é considerada crime.

Pode ser de duas espécies:

☠ ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL/INVENCÍVEL – Qualquer pessoa, nas mesmas condições, cometeria o mesmo erro.


Afasta a culpabilidade (o agente fica isento de pena).

☠ INESCUSÁVEL/EVITÁVEL/VENCÍVEL – O erro não é tão perdoável, pois era possível, mediante algum esforço,
entender que se tratava de conduta penalmente ilícita. Não afasta a culpabilidade. Há diminuição de pena de
um sexto a um terço.

CUIDADO!!! Erro de Proibição é diferente de Erro de Tipo

01 - Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses, servidor do órgão, e o desembargador


ganharam um relógio da mesma marca — em embalagens idênticas —, mas de valores diferentes, sendo
consideravelmente mais caro o do desembargador. Ao ir embora, Ulisses levou consigo, por engano, o presente do
desembargador, o qual, ao notar o sumiço do relógio e acreditando ter sido vítima de crime, acionou a polícia civil.
Testemunhas afirmaram ter visto Ulisses com a referida caixa. No dia seguinte, o servidor tomou conhecimento dos
fatos e dirigiu-se espontaneamente à autoridade policial, afirmando que o relógio estava na casa de sua namorada,
onde fora apreendido.

pág. 1

330
Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa caracterizou
A) erro de tipo.
B) excludente de ilicitude.
C) arrependimento posterior.
D) erro de proibição.
E) crime impossível.

02 - Antony, estrangeiro que reside no Brasil há dois meses, inicia em seu quintal uma plantação de maconha, com a
intenção de utilizar aquele material para fins medicinais, já que sua doença respiratória melhora com o uso da droga.
Ao tomar conhecimento de que seu vizinho, João, possui a mesma doença, decide transportar o material até a
residência de João, mas vem a ser abordado por policiais civis. Após denúncia pela prática do crime de tráfico, durante
seu interrogatório, Antony esclarece que tinha conhecimento de que transportar maconha no Brasil era crime, mas
acreditava na licitude de sua conduta diante da intenção de utilizar o material para fins medicinais, esclarecendo,
ainda, que essa conduta seria válida em seu país de origem.
Com base apenas nas informações expostas, Antony agiu:
A) em erro de proibição, podendo gerar reconhecimento de causa de redução de pena ou afastamento da
culpabilidade;
B) em erro de tipo, o que gera o reconhecimento de causa de diminuição de pena;
C) com desconhecimento da lei, o que não afasta a culpabilidade;
D) em erro de proibição, afastando a tipicidade da conduta;
E) em erro de tipo, afastando a tipicidade da conduta.

03 - Na legislação brasileira as consequências do erro evitável sobre os pressupostos fáticos de uma excludente de
ilicitude são as mesmas do erro de tipo, e não as do erro de proibição.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – A
03 – C

pág. 1

331
CULPABILIDADE III

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA


“Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistivel ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”

Aqui, analisa-se de poderia ser exigido do agente uma conduta diversa daquela que ele efetivamente tomou no
caso concreto.
Na exigibilidade de conduta diversa, podemos analisar alguns elementos, como os seguintes:

☠ COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL – o agente não pode ter a oportunidade de resistir a coação.
Se for “resistivel”, e mesmo assim o agente pratica o crime, haverá concurso de pessoas em relação ao coautor,
com agravante de pena para o mandante (art. 62, II, CP)

☠ OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA – a obediência tem que derivar de uma relação de hierarquia dentro da relação
pública, não pode derivar de relações privadas, mesmo que haja hierarquia entre os agentes.
Não pode ainda ser manifestamente ilegal, pois aqui não há obrigatoriedade de ser cumprida.
Sendo manifestadamente ilegal e cumprindo o subordinado essa ordem, haverá concurso de pessoas.

CUIDADO!!! Coação Moral Irresistivel é diferente de Coação Física Irresistivel

01 - De acordo com o Código Penal, aquele que pratica o fato em estrita obediência a ordem não manifestamente
ilegal de superior hierárquico

A) responde criminalmente como participe de menor importância.


B) não comete crime, pois tem a ilicitude de sua conduta afastada.
C) não é punido criminalmente.
D) responde criminalmente como participe.
E) responde criminalmente como coautor.

pág. 1

332
02 - No que concerne à exigibilidade de conduta diversa e hipóteses de sua exclusão, é correto afirmar que a:
A) embriaguez proveniente de caso fortuito é hipótese de inexigibilidade de conduta diversa.
B)exclusão da culpabilidade pela obediência hierárquica exige ordem não manifestamente ilegal.
C) coação moral resistivel é considerada causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa.
D) coação irresistivel. física ou moral, conduz á inexigibilidade de conduta diversa.
E) exigibilidade de conduta diversa é elemento da culpabilidade criado pelas teorias funcionalistas.

03 - Arnaldo, gerente de banco, estava dentro de seu veículo juntamente com familiares quando foi abordado por dois
indivíduos fortemente armados, que ameaçaram os ocupantes do veículo e exigiram de Arnaldo o fornecimento de
determinada senha para a realização de uma operação bancária, o que foi por ele prontamente atendido. Nessa
situação, o uso da senha pelos indivíduos para eventual prática criminosa excluirá a culpabilidade de Arnaldo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Situação hipotética: Um oficial de justiça detentor de porte de arma de fogo, ao proceder à citação de um réu em
processo criminal, foi por este recebido a tiros e acabou desferindo um disparo letal contra o seu agressor. Assertiva:
Nessa situação, a conduta do oficial de justiça está abarcada por uma excludente de culpabilidade representada pela
inexigibilidade de conduta diversa.
CERTO ( ) ERRADO ( )

Gabarito
01 – C
02 – B
03 – C
04 - E

pág. 1

333
NOÇÕES DE
DIREITO
PROCESSUAL
PENAL

pág. 1

334
INQUÉRITO POLICIAL I

CONCEITO

O inquérito policial pode ser entendido como a principal forma de investigação estatal, sua principal função é
sustentar o oferecimento da ação penal. Exige-se aqui, um suporte probatório mínimo, relativo a indícios de autoria
e prova de materialidade.
Temos um procedimento administrativo preliminar e informativo.
O inquérito será conduzido pela Polícia Judiciária.

POLICIA JUDICIÁRIA X POLÍCIA ADMINISTRATIVA

➔ POLÍCIA JUDICIÁRIA: Tem caráter repressivo, atua após a prática da infração penal, no âmbito estadual, será
exercida pela POLÍCIA CIVIL, no âmbito federal, será exercida pela POLÍCIA FEDERAL.
➔ POLÍCIA ADMINISTRATIVA: Tem caráter preventivo ou ostensivo, atua antes da prática da infração penal,
tem o objetivo de evitá-la, ex: POLÍCIA MILITAR.

O juiz poderá fundamentar sua decisão unicamente nas provas produzidas em Inquérito Policial???
NÃO!!! Em regra, as provas produzidas em inquérito policial, somente se prestam para fundamentar o
oferecimento da ação penal, assim, o juiz, para formular sua convicção, deve basear-se nas provas produzidas em
contraditório.
EXCEÇÃO: provas cautelares, não repetiveis, antecipadas (art.155, CPP).

Por ser o inquérito um procedimento administrativo, ele não estará sujeito ao regime de nulidades por
eventuais irregularidades, não contamina o processo

CARACTERÍSTICAS

ADMINISTRATIVO – presidido pelo Delegado de Polícia, o inquérito policial é um instituto pré processual.

INQUISITIVO - serve para fornecer informações sobre autoria e materialidade do crime, por ter critérios
investigativos e não acusatórios, não possuo contraditório ou ampla defesa, não sendo permitido que o investigado
participe dele. Em virtude de ser inquisitivo, cuidar apenas de uma investigação é que faz-se necessário que as
provas colhidas nessa fase sejam confrontadas com as colhidas em contraditório.

ESCRITO – Art. 9º, CPP – os procedimentos deverão ser escritos, quando existirem atos orais, esses deverão ser
reduzidos a termo.

SIGILOSO – Art. 20, CPP – Não será disponível para qualquer do povo, porém, em relação as partes diretamente
envolvidas, o IP são será sigiloso (ofendido, indiciado e advogado). Determinadas partes poderão ser declaradas

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335
sigilosas para a necessária eficácia da medida, ex: posso restringir ao advogado as partes que ainda não estejam
documentadas (súmula vinculante 14)

OFICIAL – Deve ser presidido por órgão oficial do Estado, no caso, a Polícia Judiciária.

OFICIOSO - Nos crimes de ação penal pública incondicionada, pode ser iniciado de ofício pela autoridade policial.

INDISPONÍVEL – art. 17, CPP – A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento de inquérito policial,
mesmo que não existam indícios suficientes de autoria e prova de materialidade

DISPENSÁVEL – art. 39, §5º - O inquérito policial é dispensável, não será obrigatório caso o Ministério Público já
possua todas as provas necessárias para o oferecimento da denúncia.

DISCRICIONÁRIO – A autoridade policial poderá conduzir a investigação da maneira que achar mais conveniente,
não possuindo um rito prévio a ser seguido.

PRAZOS
Art.10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§1oA autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
§2oNo relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde
possam ser encontradas.
§3ºQuando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos
autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 3-B (...) § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação
da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito
por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será
imediatamente relaxada.

CUIDADO!!! O STF na liminar na ADI 6298 suspendeu a eficácia deste e de outros dispositivos incluídos pela Lei
13.964/19. Assim, no momento, esta previsão de prorrogação no caso de indiciado preso ainda não está em vigor.

Existem, porém, prazos estabelecidos na Legislação Especial

JUSTIÇA FEDERAL – art. 66 da Lei 5.010/66


LEI DE TÓXICOS – art. 51, “caput” e §único da Lei 11.343/06
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – art. 10, §§1º e 2º da Lei 1.521/51
JUSTIÇA MILITAR – art. 20, “caput”, e §1º, do CPPM

PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


DROGAS PRESO: 30 dias – duplicável
SOLTO: 90 dias – duplicável
JUSTIÇA FEDERAL PRESO:15 dias – duplicável
SOLTO: 30 dias – prorrogável
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR PRESO: 10 dias – improrrogáveis

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SOLTO: 10 dias – improrrogáveis
JUSTIÇA MILITAR PRESO: 20 dias – improrrogável
SOLTO: 40 dias – prorrogável +20 dias

01 - Acerca do inquérito policial é correto afirmar:


A) Nos caso de apuração de delito de furto qualificado, deverá se encerrar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado
estiver preso.
B) Em caso de ausência de indícios de autoria, poderá ser arquivado pelo Delegado de Polícia ou pelo Promotor de
Justiça responsável pela investigação.
C) Nos crimes de ação penal privada, pode ser instaurado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária
ou do Ministério Público.
D) É regido pelos princípios da oralidade, publicidade e ampla defesa.
E) É indispensável para a propositura da ação penal pública incondicionada ou condicionada à representação da
vítima do delito.

02 - O inquérito policial é dispensável para a promoção da ação penal desde que a denúncia esteja minimamente
consubstanciada nos elementos exigidos em lei.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - No âmbito do inquérito policial, cuja natureza é inquisitiva, não se faz necessária a aplicação plena do princípio
do contraditório, conforme a jurisprudência dominante.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – C

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INQUÉRITO POLICIAL II

INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL – ART. 5º, CPP


Art. 5ºNos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I- de ofício;
II- mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
§ 1ºO requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o
autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2ºDo despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3ºQualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações,
mandará instaurar inquérito.
§ 4ºO inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5ºNos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem
tenha qualidade para intentá-la.

As formas de instauração do inquérito dependem da modalidade de ação:

AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

DE OFÍCIO – ART.5º, I, CPP


Somente nessa modalidade de ação se permite a instauração de ofício pela autoridade policial, decorre dos
princípios da obrigatoriedade e da oficiosidade. A instauração se dará mediante PORTARIA.

REQUISIÇÃO DO MP – ART.5º, II, CPP


A requisição implica na obrigatoriedade do seu cumprimento, é uma espécie de ordem a autoridade policial

CUIDADO!!! Quanto a possibilidade do juiz requerer a instauração de IP, o novo art. 3º-A prevê que o
processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da
atuação probatória do órgão de acusação.

REQUERIMENTO DA VÍTIMA OU DE SEU REPRESENTANTE – ART. 5º, II, CPP


O requerimento não funciona como uma ordem a autoridade policial, ou seja, não há nenhuma
obrigatoriedade no seu cumprimento.
Quanto tratamos de requerimento da vítima, alguns requisitos deve, ser preenchidos, se possível (§1º)

Caso seja indeferido o requerimento de abertura do IP???


Caberá recurso para o chefe de polícia (§2º)

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338
APF
Embora não esteja contida no art.5º, é um entendimento doutrinário

AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO

REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO OU DE SEU REPRESENTANTE – ART. 5º, §4º, CPP


A representação não necessita ser formal, podendo ser dirigida ao Juiz, ao Delegado ou ao MP. A vítima terá
um prazo de 6 meses contados do dia em que descobriu quem seria o autor para oferecer a representação, sob pena
de extinção da punibilidade (art.38, CPP)

REQUISIÇÃO DO MP
Da mesma forma da ação pública incondicionada, admite-se a requisição do MP, porém, aqui, necessito da
representação da vítima somada a essa requisição.

APF
Embora não esteja contida no art.5º, é um entendimento doutrinário. Também é necessária a representação
do o fendido, que se não exercer dentro de 24h do momento da prisão, o agente deverá ser imediatamente solto,
mas permanece o direito de exercer a representação dentro do prazo de 6 meses.

REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA


Só será aplicada em alguns crimes em específico, nesse caso, a requisição será dirigida ao próprio MP,
porém, o MP não estará obrigado a obedecer
a requisição do ministro da justiça não estará sujeita ao prazo decadencial de 6 meses, podendo ser
exercida enquanto o crime ainda não tiver prescrito.

AÇÃO PRIVADA

REQUERIMENTO DA VÍTIMA OU DE SEU REPRESENTANTE – ART.5º, §5º, CPP


Caso a vítima tenha falecido, esse direito passará ao CADI (art. 31, CPP). Também deve obediência ao prazo
decadencial de 6 meses.

APF
Embora não esteja contida no art.5º, é um entendimento doutrinário. Também é necessária a representação
do o fendido, que se não exercer dentro de 24h do momento da prisão, o agente deverá ser imediatamente solto,
mas permanece o direito de exercer a representação dentro do prazo de 6 meses.

E se a investigação envolver pessoa com foro por prerrogativa de função???


A Autoridade Policial dependerá da autorização do respectivo tribunal para instaurar IP

DELATIO CRIMINIS E NOTITIA CRIMINIS

NOTITIA CRIMINIS – É a ciência pela autoridade policial, de um fato criminoso (NUCCI, 2008. p.152)
COGNIÇÃO IMEDIATA/ESPONTÂNEA: A própria autoridade policial tomou noticia pelas suas
próprias investigações
COGNIÇÃO MEDIATA/INDIRETA/PROVOCADA: A autoridade toma conhecimento do fato por meio
de provocação de terceiro, ex: representação.
COGNIÇÃO COERCITIVA: A autoridade policial toma conhecimento do fato através da prisão em
flagrante do indivíduo.
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339
DELATIO CRIMINIS – Comunicação a autoridade policial de uma fato criminoso.
SIMPLES – ART. 5º, §3º, CPP – comunicação feita por qualquer do povo. A instauração do Inquérito
será feita depois de uma verificação de procedibilidade das informações.
POSTULATÓRIA – O ofendido já solicita a instauração do IP, se dá nas ações públicas condicionadas e
nas ações privadas
INQUALIFICADA – “denúncia anônima”, comunicação feita por qualquer do povo, mas sem
identificação. Aqui, o IP não será instaurado de imediato, primeiramente o delegado verificará a
procedência das informações.

01 - Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial será iniciado


A) de ofício pela autoridade policial.
B) a requerimento do ofendido ou, se ausente, ao cônjuge, ascendente, descendente ou seu irmão.
C) por requisição do Poder Judiciário.
D) com a lavratura de boletim de ocorrência de terceiro interessado ao fato e alheio ao ofendido.
E) por requisição do Ministério Público ou a requerimento do ofendido.

02 – A notitia criminis de cognição imediata ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato
delituoso através da apresentação do indivíduo preso em flagrante delito, enquanto a denúncia anônima é
considerada notitia criminis inqualificada.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 - E

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340
INQUÉRITO POLICIAL III

TRAMITAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Nessa aula, estudaremos como o inquérito policial é desenvolvido.

Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos
peritos criminais;
II- apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III- colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV- ouvir o ofendido;
V- ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo
o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI- proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII- determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII- ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes;
IX- averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica,
sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X- colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Art. 13-Incumbirá ainda à autoridade policial:


I- fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II- realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III- cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV- representar acerca da prisão preventiva.

O rol do art. 6º não é taxativo, já sabemos disso analisando que o art. 13 trás diversos outros atos de
competência da autoridade policial.

REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS OU RECONSTITUIÇÃO DO CRIME – ART. 7º, CPP


Art. 7º - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

A autoridade policial estará autorizada a reproduzir de forma simulada os fatos, para tentar chegar o mais
próximo da verdade, porém, será vedada qualquer reprodução que ofenda a moralidade ou a ordem pública.
É importante ainda salientar que o investigado não estará obrigado a participar dessa reprodução, por força
do princípio do nemo tenetur se detegere.

REQUISIÇÃO DE DADOS

pág. 1

341
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
I- o nome da autoridade requisitante;
II- o número do inquérito policial;
III- a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.

Em razão da prática de determinados crimes, tanto a AUTORIDADE POLICIAL quanto o MINISTÉRIO PÚBLICO,
poderão solicitar informações cadastrais dos suspeitos ou das vítimas. São os crimes de:

SEQUESTRO OU CÁRCERE PRIVADO;


REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA DE ESCRAVO;
TRÁFICO DE PESSOAS
SEQUESTRO RELÂMPAGO
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
FACILITAÇÃO DO ENVIO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE AO EXTERIOR (art. 239 do ECA)

Quanto a qualquer desses crimes for cometido, será autorizada a requisição direta, tando pelo MP quanto
pela autoridade policial, que pode ser destinada tanto a órgãos públicos quanto as empresas privadas.

CUIDADO!!! Quando os crimes forem relacionados ao TRÁFICO DE PESSOAS, o art. 13-B, CPP, autoriza a
requisição da AUTORIDADE POLICIAL e do MP, porém, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de
serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os dados (meios técnicos) que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como sinais, informações e outros). Com
algumas observações como:

1 – NÃO SERÁ PERMITIDO ACESSO AO CONTEÚDO DA CONVERSA;


2 – FORNECIDO PELA TELEFONIA MÓVEL POR PERÍODO NÃO SUPERIOR A 30 DIAS (APÓS ESSE PERÍODO SERÁ
NECESSÁRIO ORDEM JUDICIAL).

Nos crimes relacionados ao Tráfico de Pessoas, o Inquérito deverá ser instaurado em até 72 horas do registro
da ocorrência policial.

FORMAS DE TRAMITAÇÃO

SIGILOSIDADE
Art. 20 - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade

Será sempre sigiloso em relação as pessoas do povo, mas não em relação as partes envolvidas (ofendido,
indiciado e advogado).
Quanto a publicidade relacionada ao advogado, é importante salientar que é possível ser decretado o sigilo
em relação a algumas peças para o próprio sucesso da investigação, como é o caso de investigações ainda em
andamento.

Súmula vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
Quanto a presença do advogado no interrogatório policial, prevalece o entendimento de que o indiciado
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deve ser alertado sobre seu direito à presença de advogado, mas, caso queira ser ouvido mesmo sem a presença do
advogado, o interrogatório policial é válido.

INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
Art.21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o
interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz,
a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no
artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)

Consiste na vedação absoluta do preso ao contato com o mundo exterior, seja em relação a família ou, até
mesmo, seu advogado. Nesse caso, a doutrina é pacífica no entendimento de que esse dispositivo não foi
recepcionado pela Constituição, primeiro porque a própria CF garante que é direito do preso o contato com sua
família ou advogado, segundo porque a CF veda a incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa, se nem
mesmo durante o estado de defesa será declarada a incomunicabilidade do preso, imagine em situações normais do
cotidiano!

INDICIAMENTO
Art. 2º (...)
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica
do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

Ocorre quando a autoridade policial centraliza a sua investigação em relação aquela ou aquelas pessoas que
serão consideradas prováveis autores da prática criminosa.
O indiciamento será PRIVADO DA AUTORIDADE POLICIAL.

01 - Sobre o ato de indiciamento realizado no âmbito de investigação criminal conduzida por delegado de polícia, é
CORRETO afirmar:
A) É realizado mediante o mesmo grau de certeza de autoria que a situação de suspeito.
B) Não é ato exclusivo do delegado de polícia que conduz a investigação.
C) Não poderá o delegado de polícia retratar sua posição e “desindiciar” o investigado.
D) Resulta de um juízo de probabilidade e não de mera possibilidade sobre a autoria delitiva.

02 - Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.

Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível a instauração do inquérito mediante
requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03- Mário foi surpreendido no momento em que praticava crime de ação penal pública condicionada à
representação. A partir dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

Mário será identificado criminalmente pelo processo datiloscópico, procedimento obrigatório e indispensável em
caso de indiciamento.
CERTO ( ) ERRADO ( )
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343
GABARITO
01 – D
02 – C
03 – E

pág. 1

344
INQUÉRITO POLICIAL IV

CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Quando se esgotar o prazo para a conclusão, de acordo com o art. 10, CPP (já estudado) ou quando
encerradas as investigações, a autoridade policial fará minucioso relatório daquilo que foi investigado e enviará ao
juiz competente.

E se o fato não for elucidado no prazo estabelecido???


Mesmo assim, os autos de inquérito deverão ser remetidos a autoridade competente, e solicitar a
prorrogação do prazo. Lembrando que, caso o indiciado esteja:

SOLTO: o juiz poderá prorrogar o prazo por sucessivas vezes;


PRESO: art. 3º-B, §2º do CPP - pode ser prorrogado pelo Juiz uma vez, por até 15 dia (eficácia suspensa
pelo STF – ADI 6298)

A hipótese de prorrogação do indiciado preso, só poderá ocorrer uma única vez, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o MP.
Essa regra é estabelecida de forma genérica pelo CPP, sabemos que existem outros prazos referentes a
legislação extravagante (anteriormente estudados)

JUSTIÇA FEDERAL – art. 66 da Lei 5.010/66


LEI DE TÓXICOS – art. 51, “caput” e §único da Lei 11.343/06
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – art. 10, §§1º e 2º da Lei 1.521/51
JUSTIÇA MILITAR – art. 20, “caput”, e §1º, do CPPM

CONTAGEM DO PRAZO
A maioria da doutrina entende se tratar de um prazo processual, obedecendo as regras do art. 798, § 1° do
CPP.
Art. 798.Todos os prazos correrão em cartório e serão continuos e peremptórios, não se interrompendo por férias,
domingo ou dia feriado.
§ 1ºNão se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento

É majoritário, porém, o entendimento da doutrina e da jurisprudência ao afirmar que, se estou falando de


indiciado PRESO, o prazo será MATERIAL (art. 10, CP).

ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


Entendendo o MP, não ser caso de oferecimento da denúncia, requererá o arquivamento ao juiz. Se o juiz
discordar do pedido, remeterá os autos ao PGJ, que decidirá se manterá ou não a posição de arquivamento. O juiz
estará obrigado a obedecer a decisão do PGJ.

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345
E nos crimes de ação privada???
Depois de concluído o IP, os autos são remetidos ao Juízo, onde permanecerão até o fim do prazo
decadencial, aguardando manifestação do ofendido (art.19, CPP)

Existe ainda a possibilidade de:

ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO: Arquivamento implícito é aquele em que o MP ajuíza a ação apenas em relação a
alguns dos fatos ou alguns dos investigados, silenciando quanto a outros, entendendo a doutrina, haver um
arquivamento implícito em relação aqueles silenciados.
O STF vem entendeu, em decisões recentes, que não existe “arquivamento implícito”(HC - 104356, informativo 605
do STF).
ARQUIVAMENTO INDIRETO: Ocorria quando o membro do MP deixava de oferecer a denúncia por entender que
o juízo era incompetente, porém, o juízo entendia ser competente, e recebia aquele declínio de competência como
sendo um pedido indireto de arquivamento.
TRANCAMENTO DO IP: ocorre quando for cessada a atividade investigatória por decisão judicial quando não
houver fundamentação razoável para a sua instauração ou prosseguimento.

Arquivamento de IP faz coisa julgada???


A regra é que NÃO! Pois, o próprio CPP admite a autoridade policial proceder a novas diligências se de novas
provas tiver noticias. O que acontece é que o MP não poderá ajuizar ação penal com base nos mesmos elementos
anteriores de prova.

SÚMULA 524 DO STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de
Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

Porém, existem exceções a essa regra, existem casos em que o arquivamento do IP gerará coisa julgada
material, nos casos de:

ATIPICIDADE DO FATO;
RECONHECIMENTO DE EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU CULPABILIDADE;
RECONHECIMENTO DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE

CUIDADO!!! - EXCEÇÃO: extinção da punibilidade pela morte do agente mediante apresentação de


certidão de óbito falsa, não faz coisa julgada material.

*ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL – LEI 13.964/19 (suspenso pelo STF – ADI 6298)

CUIDADO!!! -As informações que serão dadas agora não estão, atualmente, em vigor, o STF suspendeu sua aplicação
por tempo indeterminado.

O procedimento para o arquivamento do IP foi afetado pelo nosso Pacote Anticrimes. O MP não irá mais
requerer o arquivamento ao judiciário, entendendo ele não ser caso de ajuizamento de ação penal, PODERÁ
REALIZAR DIREITAMENTE O ARQUIVAMENTO. Depois de ordenado o arquivamento, o MP comunicará a vítima, ao
investigado e a autoridade policial, após, o membro do MP encaminha os autos para a instância de revisão
ministerial (órgão do MP que fará a revisão da decisão) para fins de homologação.

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01 - Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial
A) dependerá de anuência do membro do Ministério Público responsável pelo caso para proceder a novas
investigações.
B) não poderá proceder a novas investigações sem expressa autorização judicial.
C) poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver noticia.
D) dependerá de autorização judicial para proceder a novas investigações.
E) deverá proceder a novas investigações, independentemente do surgimento de novas provas.

02 - Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a participação de Carlos no
crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária.
A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte
Como Lúcio está solto, o inquérito policial não terá prazo para ser concluído
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Com relação ao inquérito policial e à ação penal, julgue o item que se segue.
A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o
oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que
os demais sejam objeto de futura ação penal.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – E
03 - E

pág. 1

347
INQUÉRITO POLICIAL V

VALOR PROBANTE

Nosso país adota o sistema do LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO, no que se refere ao valor das provas
estabelecidas pelo judiciário, ou seja, o juiz tem a liberdade de apreciar as provas e valorá-las da forma que achar
necessário, dando a elas o valor que entender que merecem, não tendo a obrigação de conferir maior peso a esta ou
aquela. Além, a decisão deverá sempre ser motivada, fundamentada.
No sistema acusatório, a confissão não é considerada a “rainha das provas”, ou seja, o juiz, existindo
confissão do acusado, deve confrontá-la com as demais provas colhidas. Podendo inclusive entender que essa
confissão não possui nenhum valor probante, podendo absolver o acusado que confessou a prática criminosa.

A convicção do juiz poderá ser feita nos elementos colhidos em inquérito???


SIM!!! O que não pode é o juiz formar seu convencimento unicamente em provas colhidas durante o inquérito
policial, pois devem ser produzidas em contraditório, a exceção se da em relação as provas cautelares, não
repetiveis e antecipadas – art.155, CPP.

PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MP

O MP também possui poderes investigatórios, não sendo estes privativos da Polícia Judiciária.
Mas tome muito cuidado com essa afirmação! Vamos tratá-la de forma esquematizada:

MP TEM PODERES INVESTIGATIVOS (por meio de procedimentos próprios de investigação)


MP NÃO PODE PRESIDIR NEM INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL (somente a polícia judiciária possui
essa prerrogativa)

O MP poderá proceder investigações através dos seus PICs (Procedimento Investigatório Criminal) mas não
através de IP.

TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA

Existindo a prática de infração penal de menor potencial ofensivo, não será lavrado
Inquérito Policial, mas sim Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO).
O TCO pode ser considerado como uma investigação simplificada, contendo o resumo das
declarações das pessoas envolvidas, das testemunhas, e, se o crime deixar vestigio, deverá ainda
conter a juntada do exame de corpo de delito.

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Nos autos de TCO, o delegado terá a responsabilidade de tomar o compromisso do autuado
de comparecer ao juizado especial em dia e horário previamente designado.
Após a conclusão do TCO, o delegado o remete ao Juizado Especial Criminal

01 - Considere a situação hipotética a seguir.


No final da tarde de uma sexta-feira, por volta das 17 horas, três guardas municipais, em patrulhamento de rotina,
deparam-se com duas pessoas, maiores de 18 anos, sentadas em um banco de uma praça. Uma delas fumava
maconha (aproximadamente 0,5 g) e a outra cheirava cocaína (aproximadamente 0,3 g), em circunstâncias
indicativas da destinação ao consumo pessoal.
Considerando a situação hipotética apresentada e a legislação penal e processual em vigor, caberá aos agentes
públicos:
A) dar voz de prisão em flagrante aos usuários, encaminhando-os para a Delegacia de Polícia Civil, a fim de instaurar
inquérito policial.
B) conduzir os usuários à autoridade policial competente, para a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência.
C) providenciar a apresentação dos usuários no Juizado Especial Criminal competente, para a realização da audiência
preliminar.
D) lavrar, no local, o termo circunstanciado de ocorrência, tomando o compromisso dos usuários a fim de comparecer
à audiência preliminar no Juizado Especial Criminal competente.

02 - O mérito da suficiência de suporte probatório para a instauração da ação penal é juízo exclusivo do órgão
acusatório, razão por que não cabem recursos judiciais do arquivamento do inquérito policial.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não ocorreu.
CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Arquivado o IP, por falta de elementos que evidenciem a justa causa, admite-se que a autoridade policial realize
novas diligências, se de outras provas tiver noticia.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – C
03 – E
04 – C

pág. 1

349
AÇÃO PENAL I

CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA

Guilherme de Souza Nucci entende que a ação penal é “o direito do Estado-acusação ou do ofendido de
ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao
caso concreto.” (NUCCI, 2008, p. 183)
Podemos extrair, da doutrina, algumas características do DIREITO DE AÇÃO, possuindo a natureza jurídica de
um direito:

PÚBLICO: exercido contra o Estado;


SUBJETIVO: o titular será sempre determinado, seja o MP, seja a vítima;
ABSTRATO: o direito de ação será exercido independentemente do seu resultado no processo;
AUTÔNOMO: independente do direito de punir, é preexistente a este;
INSTRUMENTAL: ação é meio para se permitir o exercício de punir.

Possui fundamento constitucional, a ação penal é considerada um direito fundamental (art.5º, XXXV, CF),
quando é estabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito”

ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL


Art. 100- A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º- A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º- A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo.
§ 3º- A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece
denúncia no prazo legal.
§ 4º- No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão

O critério adotado aqui será o da titularidade do exercício da ação, estabelecidas nos arts. 100, CP e 24, CPP.
A regra é a ação pública (titularidade privativa do Ministério Público) e a exceção é a ação privada
(titularidade do ofendido ou de seu representante legal).
Ainda existe a regra dentro da própria ação penal pública, é que seja pública incondicionada, as exceções, se
previstas em lei, é que a ação pública seja condicionada a representação do ofendido ou a requisição do ministro da
justiça.
No silêncio da lei sobre a modalidade de ação, aplica-se a regra, será PÚBLICA INCONDICIONADA, com isso,
para que seja aplicada qualquer outra espécie de ação, o tipo penal deve estipular expressamente essa possibilidade.

pág. 1

350
AÇÃO PENAL LEGITIMIDADE
INCONDICIONADA Ministério Público
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO Ministério Público (representação do ofendido ou
(DENÚNCIA) CADI – Art.24, §1º, CP.
CONDICIONADA A REQUISIÇÃO Ministério Público (requisição do Ministro da
Justiça)
EXCLUSIVA/PROPRIAMENTE DITA Ofendido/ representante legal, ou no caso de
AÇÃO PENAL PRIVADA morte ou ausência– CADI, Art. 31, CPP
(QUEIXA) PERSONALÍSSIMA Somente o ofendido
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA Ofendido/ representante legal, ou no caso de
morte ou ausência – CADI

CONDIÇÕES AÇÃO PENAL


Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
(…)
II- faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III- faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Para que a denúncia ou a quixa seja recebida, é necessário o preenchimento das condições da ação penal,
que são requisitos mínimos e indispensáveis ao julgamento de mérito.
Se não estiverem presentes as condições da ação, deverá ocorrer a rejeição da denúncia ou quixa.

TEORIA DA ASSERÇÃO OU TEORIA DA PROSPETTAZIONE - O exercício do direito de ação depende do


preenchimento das condições da ação.

Mas se, depois de iniciada a ação, recebida a denúncia ou quixa, contatou-se a ausência de determinada
condição da ação???
O juiz deverá proferir um julgamento de mérito, absolvendo o condenado ou réu.

As condições da ação podem ser:

GENÉRICAS: Presentes em qualquer ação


ESPECÍFICAS: Presentes apenas em algumas espécies de ações

CONDIÇÕES GENÉRICAS

POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: O estado tem que ter a possibilidade de condenar o indivíduo, o fato tem
que ser considerado um crime.
INTERESSE DE AGIR: Pressupõe a necessidade, a adequação e a utilidade da ação penal.
LEGITIMIDADE DAS PARTES: Aborda tanto a legitimidade para a causa quanto a legitimidade para o processo
(MP, ofendido…)
JUSTA CAUSA: Pode ser analisada como o conjunto de todas as condições da ação, faltando qualquer delas,
faltará justa causa

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351
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA

01 - Ao tratar da iniciativa da ação penal, o Código de Processo Penal, estabelece, como regra, que a iniciativa será do
Ministério Público. Todavia, mesmo nos crimes de ação pública, por vezes, a lei exige a representação do ofendido.
Declarado judicialmente ausente o ofendido, terão qualidade para representá-lo APENAS
A) os herdeiros necessários, o curador especial ou advogado constituído.
B) o cônjuge, ascendente ou descendente.
C) o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
D) os sucessores ou curador.
E) os sucessores ou tutor.

02 - Desde o advento da Lei n.º 11.719/2008, que alterou dispositivos do Código de Processo Penal, as condições da
ação penal são a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A legitimação ativa para a ação penal e a definição de sua natureza decorre da lei, sendo, de regra, ação pública,
salvo se a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – C

pág. 1

352
AÇÃO PENAL II

AÇÃO PENAL PÚBLICA

A ação pública tem como titular o Ministério Público, rege-se por alguns princípios

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
Consiste no dever que é imposto ao Ministério Público e a Polícia Judiciária quanto a processar e investigar
crimes desta espécie de ação, ou seja, não cabe ao delegado escolher se investiga ou não, nem ao MP se oferece ou
não a denúncia.

CUIDADO!!! Na AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO, a representação é regida pelo princípio


da oportunidade, já o oferecimento da denúncia é regido pelo princípio da obrigatoriedade.

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE
Decorre do princípio da obrigatoriedade, aqui, o MP não poderá desistir da ação penal instaurada (art. 42,
CPP). Quando nos referimos aos recursos, logicamente o MP não será obrigado a recorrer, mas se já interposto, não
poderá desistir (art. 576, CPP).

PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
As atividades persecutórias serão exercidas, necessariamente, por órgão oficial do Estado, não sendo
possível que essa função seja exercida por particulares. Essa função será exercida por três órgãos estatais:

POLÍCIA JUDICIÁRIA: investiga


MINISTÉRIO PÚBLICO: acusa
JUIZ: julga

PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE
A autoridade pública competente deve agir de ofício, sem necessitar de qualquer assentimento ou
provocação de terceira pessoa.

CUIDADO!!! Este princípio apenas será aplicado a ação pública incondicionada, não sendo possível a
atuação
de ofício quando ela necessitar de representatividade do ofendido ou do Ministro da Justiça.

PRINCÍPIO DA AUTORITARIEDADE
Os órgãos que investigam e processam devem ser autoridades públicas

CUIDADO!!! Este princípio não se aplica a ação privada, pois esta deve ser oferecida pelo particular.

PRINCÍPIO DA (IN)DIVISIBILIDADE

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353
Segundo o STF, a ação pública será DIVISÍVEL, pois, poderá sempre o MP (até a sentença), aditar a denúncia,
incluindo novos agentes ou oferecendo, contra eles, nova ação penal caso já tenha sido prolatada a sentença.
Porém, prevalece na doutrina que a ação pública será INDIVISÍVEL, já que deve ser estendida a todos aqueles
que praticaram a infração.
Essa controvérsia não se torna tão importante quando temos a consciência que a ação penal pública obedece
o princípio da obrigatoriedade, em que todos os agentes delitivos devem ser incluídos na demanda, desde que
existam indícios de autoria e prova da materialidade.

PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA/ PERSONALIDADE


Exige-se que o processo penal seja instaurado apenas em face de quem efetivamente cometeu o crime, ou
seja, não é possível que um responsável civilmente, por si só figure como réu.

REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO
É uma condição de procedibilidade para o oferecimento da ação pública, em alguns casos estabelecidos em
lei. Consiste numa modalidade de Delatio Criminis Postulatória. Com isso, nem o IP, nem a Ação Penal, nos crimes
que necessitam de representatibilidade, poderão ser iniciados sem ela.

PRAZO: deve ser oferecida no prazo de 6 meses contados do conhecimento da autoria (art.38, CPP), sob pena
de extinção da punibilidade pela decadência. - PRAZO PEREMPTÓRIO.
RETRATAÇÃO: caberá retratação da representação até o OFERECIMENTO DA DENÚNCIA (art. 25, CPP)

CUIDADO!!! Na Lei Maria da Penha (art.16, da Lei 11.340/06) caberá retratação da representação até
o
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA em audiência especialmente designada para esse fim, ouvido o MP.

A retratação da representação pode ser expressa ou tácita. Cabe a retratação da retratação desde que não
operada a decadência.

REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA


Só será admitida para alguns crimes, trata-se de ato de conveniência política do Ministro da Justiça. Vamos
analisar algumas infirmações peculiares sobre o tema:

PRAZO: não obedece o prazo decadencial, podendo ser exercida enquanto não houver prescrição.
DESTINATÁRIO: dirigida ao MP
DISCRICIONARIEDADE: a requisição é discricionária do Ministro da Justiça, que decide com base na conveniência
e oportunidade.
RETRATAÇÃO: existe uma enorme polêmica doutrinária quanto a isso, parte entende ser possível com base em
analogia do art. 25, outra parte entende não ser possível por falta de previsão legal e por ser um ato político
HIPÓTESES: só será cabível para casos específicos, são eles:
CRIMES COMETIDOS POR ESTRANGEIROS CONTRA BRASILEIROS FORA DO PAÍS (art. 7º, §3º, “b”, CP)
CRIMES CONTRA A HONRA PRATICADOS CONTRA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA OU CHEFE DO
GOVERNO ESTRANGEIRO (art. 145, §único, 1º parte, CP)

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354
01 - A ação penal pública pode ser incondicionada ou condicionada à representação. Em relação à ação penal pública
condicionada à representação, há a exigência da manifestação do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo. Acerca da ação penal pública condicionada à representação, assinale a opção correta.
A) A representação é uma condição de procedibilidade da ação penal, e sua ausência impede o Ministério Público de
oferecer a denúncia.
B) Opera-se a decadência da ação penal condicionada à representação se o direito de representar não for exercido no
prazo de seis meses, a contar da data do fato criminoso.
C) O ofendido pode, a qualquer tempo, exercer o direito de se retratar da representação, sendo a extinção da
punibilidade sem resolução de mérito o efeito da retratação.
D) A ação penal pública condicionada à representação é essencialmente de interesse privado e regida pelos princípios
da conveniência e oportunidade.
E) A irretratabilidade da representação inicia-se com a instauração do inquérito policial.

02 - Em se tratando de crimes sujeitos a ação penal pública condicionada, a representação do ofendido é irretratável
depois de oferecida a denúncia.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - É de seis meses o prazo para que o ministro da Justiça requeira a instauração de inquérito policial em crime de
ação penal pública condicionada. Findo esse prazo, opera-se a decadência do direito de ação.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – E

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355
AÇÃO PENAL III

AÇÃO PENAL PRIVADA

O particular passa a ter o direito de ação e a legitimidade para oferecê-la, porém, a pretensão punitiva
permanece sendo do Estado. Nesse caco, o interesse privado prevalece em relação ao interesse público.
Terão legitimidade para propor a ação privada, o ofendido ou o seu representante legal (art. 30, CPP).
Havendo o a morte ou declarado ausente o ofendido, a legitimidade passará ao CADI (Cônjuge, Ascendente,
Descendente, Irmão) - art. 36, CPP.
Em qualquer caso, é necessário que o autor da ação esteja acompanhado de advogado, salvo se ele próprio
for advogado, nesse causo, advogará em causa própria.

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PRIVADA

OPORTUNIDADE OU CONVENIÊNCIA: A vítima tem a faculdade de oferecer ou não a ação penal


DISPONIBILIDADE: O particular poderá desistir da ação já instaurada, seja pelo perdão (arts. 51 ao 59, CPP),
seja pela perempção (art. 60, CPP).
INTRANSCEDÊNCIA OU PERSONALIDADE: O processo deverá ser instaurado apenas em face só autor do delito.
INDIVISIBILIDADE: se ajuizar alcançará a todos os envolvidos

DECADÊNCIA – ART. 38, CPP


Consiste na perca de direito de agir do estado pelo pelo decurso do tempo, provocando a extinção da
punibilidade do agente. Aplicada na AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO e na AÇÃO PRIVADA.
O prazo para o oferecimento da denúncia ou da quixa será de 6 meses contados do conhecimento da
autoria. Este prazo será contado de forma MATERIAL (art.10, CP).

CUIDADO!!! No CRIME CONTINUADO, o prazo decadencial será contado individualmente para cada
delito.

RENÚNCIA
Ocorre quando a vítima não deseja tomar qualquer providência contra o seu agressor. Aplicada na AÇÃO
PRIVADA.
Opera-se antes do oferecimento da ação penal (pré processual). Será irretratável já que gera a extinção da
punibilidade (art. 107, V, CP).
A renúncia feita em relação a um dos acusados, aproveita a todos (art. 49, CPP).
É ato unilateral do indivíduo, não necessita ser aceito para causar efeito. Podendo ainda ser expresso ou
tácito.

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356
CUIDADO!!! O mero convívio social não será considerado renúncia. Ex: cumprimentos ao longo do
dia.

PERDÃO
Desistência da demanda, aplicável na ação privada, somente ocorre com a ação já iniciada (processual).
Também gera a extinção da punibilidade do agente (art.107, V, CPP). O perdão é ato bilateral, precisa ser aceito para
surtir efeitos, não produzindo efeitos em relação aos que recusar, se concedido a um dos querelados, aproveitará a
todos (art. 51, CPP).
O perdão poderá ser operado até o trânsito em julgado (art.106, §2º, CP).
Podendo ainda ser expresso (devendo o querelado dizer no prazo de 3 dias se aceita ou não, devendo o seu
silêncio ser entendido como aceitação tácita) ou tácito (quando o ofendido toma atitudes incompatíveis com o
desejo de processar).
Se existe mais de uma vítima e qualquer delas perdoou o autor, isso não afetará a situação das outras (art.
106, II, CP).
Existindo vários processos entre a vítima e o agressor, o perdão feito em um deles não atingirá os demais.

CUIDADO!!! O mero convívio social não será considerado perdão. Ex: cumprimentos ao longo do dia.

RENÚNCIA PERDÃO
DECORRE DO PRINC. DA OPORTUNIDADE DECORRE DO PRINC. DA DISPONIBILIDADE
UNILATERAL BILATERAL
AÇÃO PRIVADA – em regra AÇÃO PRIVADA
PRÉ-PROCESSUAL PROCESSUAL

PEREMPÇÃO – ART. 60, CPP


Consiste na extinção da punibilidade quando o querelante, por desídia, demonstra desinteresse no
prosseguimento da ação (art.107. IV, CPP).
Ocorre nos casos de:

INICIADA A AÇÃO, O QUERELANTE DEIXA DE PROMOVER ANDAMENTO DURANTE 30 DIAS SEGUIDOS;


MORTE OU INCAPACIDADE, O CADI NÃO COMPARECE PARA PROSSEGUIR NO PROCESSO DENTRO DO
PRAZO DE 60 DIAS;
QUERELANTE DEIXA, SEM MOTIVO JUSTIFICADO, DE COMPARECER A QUALQUER ATO PROCESSUAL QUE
ERA OBRIGADO;
DEIXAR DE PEDIR A CONDENAÇÃO EM ALEGAÇÕES FINAIS;
QUERELADO É PESSOA JURÍDICA E ESSA SE EXTINGUE SEM DEIXAR SUCESSORES

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357
01 - João sofreu calúnia, mas veio a falecer dentro do prazo decadencial de seis meses, antes de ajuizar ação contra o
ofensor. Ele não tinha filhos e mantinha um relacionamento homoafetivo com Márcio, em união estável reconhecida.
João era filho único e tinha como parente próximo sua mãe.
Nessa situação hipotética, o ajuizamento de ação pelo crime de calúnia
A) somente poderá ser promovido pela mãe de João.

B) poderá ser realizado pelo Ministério Público.


C) poderá ser realizado por Márcio.
D) não é cabível, haja vista a morte de João
E) deverá ser realizado por curador especial, a ser nomeado para essa finalidade.

02 - Situação hipotética: Antônio e Pedro são autores de um mesmo crime contra João. Assertiva: Nessa situação,
João poderá renunciar ao exercício de seu direito de queixa em relação a Antônio e mantê-lo em relação a Pedro.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Na ação penal privada, apesar de a vítima ou seu representante legal não serem obrigados a oferecer queixa-
crime, uma vez ajuizada a ação, o querelante não pode deixar de processar quaisquer dos autores da infração penal
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – C

pág. 1

358
AÇÃO PENAL IV

AÇÃO PENAL PRIVADA

ESPÉCIES DE AÇÃO PRIVADA

EXCLUSIVA OU PROPRIAMENTE DITA: Tanto o ofendido quanto o seu representante legal (art. 30, CPP), seus
sucessores (CADI, no caso de morte ou ausência, art. 31, CPP), ou o seu curador especial (hipóteses do art. 33,
CPP), podem ingressar com a ação penal.

PERSONALÍSSIMA: Nessa modalidade, a legitimidade ativa é privada da pessoa ofendida, não admitindo-seque
qualquer outra pessoa assuma o polo ativo.
O único exemplo atual que exige essa modalidade de ação é o crime de INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E
OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO AO CASAMENTO (art.236, § único, CP).

PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: Ocorre quando o MP faz-se inerte frente ao oferecimento da denúncia, o
ofendido ou seu representante legal ingressa diretamente com a ação penal, através do oferecimento da queixa
(art.46, CPP).
Nesse caso, o ofendido terá a faculdade de decidir se oferecerá a ação ou não. Terá um prazo decadencial de
6 meses contados a partir do esgotamento do prazo para o MP oferecer a denúncia. Trata-se de uma queixa-
crime substitutiva.

CUIDADO!!! O esgotamento desse prazo não gera extinção da punibilidade!


Acontece que, esgotado o prazo decadencial, seu único efeito será a perca da legitimidade ativa por parte do
ofendido, autorizando o órgão do MP a iniciar a ação como seu autor.

O MP poderá entender que a ação oferecida não possui justa causa, nesse caso, deverá fornecer parecer
pugnando pela rejeição da peça, o magistrado, porém, não estará vinculado ao parecer ministerial.

DENÚNCIA X QUEIXA

DENÚNCIA: peça privativa do Ministério Publico que dá início a ação pública;


QUEIXA: peça privativa do ofendido ou de seu representante legal, ou ainda de eu sucessor ou curador, que dá
início a ação privada.

A ação penal é iniciada com o oferecimento da denúncia ou queixa, mas, segundo o STF, o ajuizamento da
ação se dá no momento do recebimento da inicial, que é quando ocorrerá a posterior citação do réu.

PRAZOS PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA – Art. 46, CPP

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359
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão
do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último
caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do
Ministério Público receber novamente os autos.
§ 1º - Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á
da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação
§ 2º. O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público
receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar,
prosseguindo-se nos demais termos do processo.

PRESO: 5 dias (da data em que o MP receber os autos do Inquérito Policial)


SOLTO: 15 dias.

E se o indicado está preso e existir devolução do Inquérito a Autoridade Policial???


Nesse caso, conta-se o prazo da data em que o Ministério Público novamente receber os autos

E quando o MP dispensar os autos de Inquérito Policial???


o prazo para o oferecimento da denúncia será contado da data em que tiver recebido a peça de informação
ou representação (§1º)

Existem prazos especiais para o oferecimento da denúncia nos casos:

CRIMES ELEITORAIS: 10 DIAS (art. 357, Código Eleitoral)


LEI DE TÓXICOS: 10 DIAS (art. 54, III, Lei 11.343/06)
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR: 2 DIAS (art. 10, §2º, Lei 1.521/51)

PRAZOS PARA O OFERECIMENTO DA QUEIXA – Art. 38, CPP


Art. 38.Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos
dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

O prazo decadencial terá seu cômputo finalizado com o oferecimento da peça acusatória, pouco importando
se houve ou não o seu recebimento.

CUIDADO!!! No crime continuado, o prazo decadencial será contado individualmente.

Existem prazos especiais para o oferecimento da queixa nos casos:

SENTENÇA QUE, POR MOTIVO DE ERRO OU IMPEDIMENTO, ANULE CASAMENTO: 6 meses do trânsito em julgado da
sentença (art. 236, § único, CP)
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL, QUE DEIXAR VESTÍGIOS: 30 dias da homologação do laudo (art.529,
CPP)

ATENÇÃO!!! Nesse último caso, é necessário que ele seja contabilizado junto com o prazo geral indicado no
art. 38, CPP. Ficando da seguinte forma, “conhecido o infrator, é deflagrado o prazo decadencial de 6 meses. Ficando

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360
pronto o laudo, com a respectiva homologação, terá então a vítima, no máximo de 30 dias para deflagrar a ação. É
como se o prazo geral fosse limitado pela homologação do laudo.” (TÁVORA; ALENCAR, 2009, p. 670).

01 - Oferecendo o ofendido ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público, nos exatos termos do art.
29 do CPP,
A) perde interesse processual e deixa de intervir nos autos.
B) pode intervir em todos os termos do processo, contudo, sem capacidade recursal
C) pode aditar a queixa.
D) deixa de ser parte e passa a atuar como custos legis e não pode, por exemplo, fornecer elementos de prova.

02 - Sobre a ação penal privada é correto afirmar que


A) será promovida por denúncia do Ministério Público ou por requisição do Ministro da Justiça.
B) seu exercício depende de representação do Ministério Público e aceitação da vítima.
C) pode ser intentada tanto pelo ofendido quanto por quem tenha qualidade para representá-lo.
D) deve ser proposta no prazo de trinta dias da descoberta do crime pelo ofendido.
E) pode ser exercida por qualquer pessoa que saiba do crime e independe da vontade do ofendido.

03 - No caso de crime processável por ação penal pública, quando o Ministério Público não oferecer a denúncia no
prazo legal, o ofendido poderá impetrar ação penal privada subsidiária da pública
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – C
03 – C

pág. 1

361
NOÇÕES DE
DIREITO
MILITAR

362
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A


autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquica.

Parágrafo 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação dá autoridade em níveis


diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou
graduações. Dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no
espírito de acatamento à sequência de autoridade.

Parágrafo 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das Leis,


regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo policial militar e
coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-o pelo perfeito
cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
organismo.

Parágrafo 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas


as circunstâncias da vida, entre policiais militares da ativa, da reserva remunerada e
reformados.

Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os policiais


militares da mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver a espírito de
camaradagem em ambiente de estima confiança, sem prejuízo de respeito mútuo.

Art. 14 – Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polícia Militar são


fixados no Quadro e parágrafos seguintes:

CÍRCULO DE OFICIAIS E PRAÇAS

CÍRCULO DE OFICIAIS (POSTOS)

OFICIAIS SUPERIORES

Coronel PM

Tenente Coronel PM

Major PM

INTERMEDIÁRIOS

Capitão PM

SUBALTERNOS

Primeiro Tenente PM

Segundo Tenente PM

PRAÇA ESPECIAL

363
Aspirante-a-Oficial PM

CÍRCULO DAS PRAÇAS (GRADUAÇÕES)

Subtenentes PM

Primeiro Sargento PM

Segundo Sargento PM

Terceiro Sargento PM

Cabo PM Soldado PM

Parágrafo 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial conferido por ato do


Governador do Estado da Paraíba.

Parágrafo 2º - Graduação é o grau hierárquico da praça conferido por ato do


Comandante-Geral da Polícia Militar.

Parágrafo 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos Oficiais PM são denominados


Praças Especiais.

Parágrafo 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Quadros e


Qualificações são fixados, separadamente, para cada caso, em Lei de Fixação de
Efetivos.

Parágrafo 5º - Sempre que o policial militar da reserva remunerada ou reformado


fizer uso do posta ou graduação, deverá fazê-lo mencionando essa situação.

Art. 15 - A precedência entre policiais militares da ativa do mesmo grau hierárquico


é assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de
precedência funcional estabelecida em lei ou regulamento.

Parágrafo 1º - A antiguidade de cada posto ou graduação é contada a partir da


data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclusão,
salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.

Parágrafo 2º - No caso de ser igual à antiguidade referida no parágrafo anterior, a


antiguidade é estabelecida:

a) entre policiais militares do mesmo quadro pela posição nas respectivas escalas
numéricas ou registros de que trata o art. 17;

b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior; se,


ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade, recorrer-se-á sucessivamente, aos
graus hierárquicos anteriores, à data de inclusão e a data de nascimento para definir a
precedência e, neste último caso, o mais velho será considerado mais antigo; e

c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais militares, de


acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificadamente
enquadrados nas letras "a" e "b".

364
Parágrafo 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais militares, da ativa
tem precedência sobre os da inatividade.

Parágrafo 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os


policiais militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada que estiverem
convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.

Art. 16 - A precedência entre as Praças Especiais e as demais praças é assim


regulada:

I - Os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente superiores às demais praças;

II - Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos Subtenentes PM.

Art. 17 - A Policia Militar manterá um registro de todos os dados referentes a seu


pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas,
segundo as instruções baixadas pelo Comandante-Geral da Corporação.

Art. 18. Os Alunos-Oficiais PM são declarados Aspirantes-a-Oficial PM pelo


Comandante-Geral da Corporação.

CAPÍTULO III

DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS MILITARES

Art. 19 - Cargo policial militar é aquele que só pode ser e exercido por policial
militar serviço ativo.

Parágrafo 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo é o que se


encontra especificado nos Quadros da Organização ou previsto, caracterizado ou
definido como tal em outras disposições legais.

Parágrafo 2º - A cada cargo policial militar corresponde um conjunto de atribuições,


deveres e responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular.

Parágrafo Único - As obrigações inerentes ao policial militar devem ser


compatíveis com o correspondente grau hierárquico e definidos em legislação ou
regulamentação específicas.

Art. 20 - Os cargos policiais militares são providos com o pessoal que satisfaça
aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho.

Parágrafo Único - O provimento de cargo policial militar se faz por ato de


nomeação, de designação ou determinação expressa de autoridade competente.

TÍTULO II

DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES

CAPITULO I

SEÇÃO I

365
DO VALOR POLICIAL MILITAR

Art. 26 - São manifestações essenciais do valor policial-militar:

I - O sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido pela vontade


inabalável de cumprir o dever policial militar e pelo integral devotamento à manutenção
da ardem pública, mesmo com o risco da própria vida;

II - A fé na elevada missão da Policia Militar;

III - O civismo e o culto das tradições históricas;

IV - O espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organização policial-militar


onde serve;

V - O amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e

VI – O aprimoramento técnico-profissional.

SEÇÃO II

DA ÉTICA POLICIAL MILITAR

Art. 27. O sentimento do dever, o pundonor policial e o decoro da classe impõem,


a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional
irrepreensíveis. Com a observância dos seguintes preceitos da ética policial militar:

I - Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;

II - Em Exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe


couberem em decorrência do cargo;

III - Respeitar a dignidade da pessoa humana;

IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens


das autoridades competentes;

V - Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos


subordinados;

VI - Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e também pelos dos
subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;

VII - Empregar todas as suas energias em benefício do serviço;

VIII - Praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de


cooperação;

IX - Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;

X - Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa relativa à


Segurança Nacional;

366
XI - Acatar as autoridades civis;

XII - Cumprir seus deveres de cidadão;

XIII - Proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;

XIV - Observar as normas de boa educação;

XV - Garantir assistência moral e material a seu lar e conduzir-se como chefe de


família modelar;

XVI - Conduzir-se mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo que não


sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial militar;

XVII - Abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades


pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de
terceiros;

XVIII - Abster-se o policial-militar na inatividade do uso das designações


hierárquicas quando:

a) em atividades político-partidárias

b) em atividades comerciais;

c) em atividades industriais;

d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos


políticos ou policiais militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica,
se devidamente autorizado; e

XIX - Zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos seus integrantes,
obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar.

Art. 28 - Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto nos parágrafos 2º e 3º,


é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela
ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou
por quotas de responsabilidade limitada.

Parágrafo 1º - Os policiais militares na reserva remunerada, quando convocados,


ficam proibidos de tratar, nas organizações policiais militares e nas repartições públicas
civis, dos interesses de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.

Parágrafo 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer diretamente a gestão


de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.

Parágrafo 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos integrantes do


Quadra de Saúde, é-lhe permitido o exercício da atividade técnico-profissional no meio
civil, desde que tal prática não prejudique o serviço.

Art. 29 - O Comandante-Geral da Polícia Militar poderá determinar aos policiais


militares da ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem

367
sobre a origem e a natureza de seus bens, sempre que houver razões que recomendem
tal medida.

CAPÍTULO II

DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES

Art. 30 - Os deveres policiais militares emanam de vínculos relacionais que ligam


o policial militar à comunidade estadual e a sua segurança, e compreendem,
essencialmente:

I - A dedicação integral ao serviço policial militar e a fidelidade à instituição a que


pertence, mesmo com sacrifício da própria vida;

II - 0 culto aos Símbolos Nacionais;

III - A probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;

IV - A disciplina e o respeito à hierarquia;

V - O rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;

VI - A obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

SEÇÃO I

DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR

Art. 31 - Todo cidadão, após ingressar na Policia Militar, mediante inclusão,


matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua
ACEITAÇÃO consciente das obrigações e dos deveres policiais e manifestará sua firme
disposição de bem cumpri-los.

SEÇÃO II

DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 33 - Comando é a soma de autoridade, de deveres e responsabilidades de


que o policial militar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma
organização policial militar. O comando está vinculado ao grau hierárquico e constitui
uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o policial militar se define e se caracteriza
como chefe.

Parágrafo Único - Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização Policial Militar,


no que couber, o estabelecido para o Comando.

Art. 34 - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do policial


militar e decorre, exclusivamente da estrutura hierárquica da Policia Militar.

Art. 35 - O Oficial é preparado, ao longo da carreira para o exercício do Comando,


da Chefia e da Direção das Organizações Policiais Militares.

368
Art. 36 - Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e completam as atividades dos
oficiais, quer no adestramento e no emprego dos meios, quer na instrução e na
administração; poderão ser empregados na execução de atividades de policiamento
ostensivo peculiares a Policia Militar.

Parágrafo Único - No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no


comando de elementos subordinados, os Subtenentes e Sargentos deverão impor-se
pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes
assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras de serviço e
das normas operativas pelas praças que lhes estiverem diretamente subordinadas e a
manutenção da coesão e do moral das mesmas praças em todas as circunstanciais.

Art. 37 - Os Cabos e Soldados; são essencialmente, os elementos de execução.

Art. 38 - As Praças Especiais cabe a rigorosa observância das prescrições dos


regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo-se lhe inteira dedicação ao estudo e
ao aprendizado técnico-profissional.

Art. 39 - Cabe ao policial-militar a responsabilidade integral pelas decisões que


tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.

LEI COMPLEMENTAR N° 87, DE 02 DE DEZEMBRO DE 2008


Dispõe sobre Organização a Estrutural e Funcional da Polícia Militar do Estado da
Paraíba e determina outras providências.
TÍTULO I
Das Disposições Fundamentais
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1° A Polícia Militar do Estado da Paraíba – PMPB é instituição permanente, força
auxiliar e reserva do Exército, organizada com base na hierarquia e na disciplina
militares, órgão da administração direta do Estado, com dotação orçamentária própria e
autonomia administrativa, vinculada à Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa
Social – SEDS, nos termos da legislação estadual vigente.
Art. 2° A Polícia Militar do Estado da Paraíba é parte do Sistema de Defesa Social do
Estado, atuando de forma integrada com os órgãos do respectivo Sistema, em parceria
com a comunidade e as instituições públicas e privadas, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades, cabendo-lhe, com exclusividade, a polícia ostensiva, a
preservação da ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
CAPÍTULO II
Dos Princípios Fundamentais
Art. 3° São princípios basilares a serem observados pela Polícia Militar do Estado da
Paraíba:
I- a hierarquia;
II – a disciplina;

369
III – a legalidade;
IV – a impessoalidade;
V- a moralidade;
VI – a publicidade;
VII – a eficiência;
VIII – a promoção, o respeito e a garantia à dignidade e aos direitos humanos;
IX – o profissionalismo;
X- a probidade;
XI – a ética.
CAPÍTULO III
Da Competência
Art. 4° Compete à Polícia Militar do Estado da Paraíba, dentre outras atribuições
previstas em lei:
I planejar, organizar, dirigir, supervisionar, coordenar e controlar as ações de polícia
ostensiva e de preservação da ordem pública, que devem ser desenvolvidas
prioritariamente para assegurar a incolumidade das pessoas e do patrimônio, o
cumprimento da lei e o exercício dos Poderes constituídos;
II - executar, com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares às Forças Armadas,
o policiamento ostensivo fardado para prevenção e repressão dos ilícitos penais e
infrações definidas em lei, bem como as ações necessárias ao pronto restabelecimento
da ordem pública;
III – atender à convocação do Governo Federal em caso de guerra externa ou para
prevenir ou reprimir grave subversão da ordem ou ameaça de sua irrupção,
subordinando-se ao Comando do Exército, em suas atribuições específicas de Polícia
Militar e como participante da defesa territorial, para emprego;
IV – atuar de maneira preventiva ou dissuasiva em locais ou áreas específicas em que
se presuma ser possível e/ou ocorra perturbação da ordem pública;
V - atuar de maneira repressiva em caso de perturbação da ordem, precedendo eventual
emprego das Forças Armadas;
VI - exercer a polícia ostensiva e a fiscalização de trânsito nas rodovias estaduais, além
de outras ações destinadas ao cumprimento da legislação de trânsito, e nas vias
urbanas e rurais, quando assim se dispuser;
VII exercer a polícia administrativa do meio ambiente, nos termos de sua competência,
na constatação de infrações ambientais, na apuração, autuação, perícia e outras ações
legais pertinentes, quando assim se dispuser, conjuntamente com ambientais,
colaborando na fiscalização das florestas, rios, estuários e em tudo que for relacionado
com a fiscalização do meio ambiente; os demais órgãos.
VIII - participar, quando convocada ou mobilizada pela União, do planejamento e das
ações destinadas à garantia dos Poderes constitucionais, da lei e da ordem, e à defesa
territorial;

370
IX - proceder, nos termos da lei, à apuração das infrações penais de competência da
polícia judiciária militar;
X - planejar e realizar ações de inteligência destinadas à prevenção criminal e ao
exercício da polícia ostensiva e da preservação da ordem pública, observados os
direitos e garantias individuais;
XI – realizar internamente correições e inspeções, em caráter permanente ou
extraordinário;
XII - autorizar, mediante prévio conhecimento, a realização de reuniões ou eventos de
caráter público ou privado, em locais que envolvam grande concentração de pessoas,
para fins de planejamento e execução das ações de polícia ostensiva e de preservação
da ordem pública;
XIII - emitir, com exclusividade, pareceres e relatórios técnicos relativos à polícia
ostensiva, à preservação da ordem pública e às situações de crise, fiscalizar o
cumprimento dos dispositivos à preservação da ordem pública, aplicando as sanções
previstas na legislação específica; técnico-científicas,
XIV - legais e normativos pertinentes à polícia ostensiva;
XV - realizar pesquisas estatísticas e exames técnicos relacionados às atividades de
polícia ostensiva, de preservação da ordem pública, de polícia judiciária militar e outras
pertinentes;
XVI – acessar os bancos de dados existentes nos órgãos do Sistema de Defesa Social
do Estado da Paraíba e, quando assim se dispuser, da União, relativos à identificação
civil e criminal, de armas, veículos, objetos e outros, observado o disposto no inciso X
do art. 5° da Constituição Federal;
XVII – realizar a segurança interna do Estado;
XVIII – proteger os patrimônios histórico, artístico, turístico e cultural;
XIX – realizar o policiamento assistencial de proteção às crianças, aos adolescentes e
aos idosos, o patrulhamento aéreo e fluvial, a guarda externa de estabelecimentos
penais e as missões de segurança de dignitários em conformidade com a lei;
XX - gerenciar as situações de crise que envolva reféns;
XXI – apoiar, quando requisitada, o Poder Judiciário e o Ministério Público Estadual, no
cumprimento de suas decisões; realizar,
XXII situações especiais, o em policiamento velado para garantir a eficiência das ações
de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública.
XXIII – atuar na fiscalização e controle dos serviços de vigilância particular no Estado,
vedando-se o uso e o emprego de uniformes, viaturas, equipamentos e apetrechos que
possam se confundir com os por ela adotados;
XXIV lavrar, subsidiariamente, Termo Circunstanciado de Ocorrência - TCO;
XXV – executar as atividades da Casa Militar do Governador;
XXVI - assessorar as Presidências dos Poderes Legislativo e Judiciário, à Prefeitura da
Capital, ao Tribunal de Contas do Estado, à Procuradoria Geral de Justiça, à Justiça

371
Militar Estadual e às Secretarias da Segurança e da Defesa Social e da Cidadania e
Administração Penitenciária, nos termos definidos na legislação peculiar;
XXVII – desempenhar outras atribuições previstas em lei.
§ 1° Os integrantes da Polícia Militar do Estado da Paraíba no desempenho de atividade
policial militar no âmbito de suas responsabilidades são considerados autoridades
policiais.
§ 2° Para o desempenho das funções a que se refere o inciso IX deste artigo, a Polícia
Militar requisitará exames periciais e adotará providências cautelares destinadas a
colher e resguardar indícios ou provas da ocorrência de infrações penais no âmbito de
suas atribuições, sem prejuízo da competência dos demais órgãos policiais.
§ 3° As atividades previstas no inciso XXVI deste Artigo são consideradas como em
serviço de natureza policial militar, e o efetivo empregado fará parte da Ajudância Geral.
Art. 5° A Polícia Militar será estruturada em órgãos de direção estratégica, de direção
setorial, de execução e vinculados.
Art. 6° Os órgãos de direção estratégica realizam o comando e a administração da
Corporação, executando as seguintes atribuições:
I planejar institucionalmente a organização da Corporação;
II - acionar, por meio de diretrizes e ordens, os órgãos de direção setorial e os de
execução, para suprir as necessidades de pessoal e de material no cumprimento de
suas missões;
III – coordenar, controlar e fiscalizar a atuação dos órgãos de direção setorial e de
execução.
Art. 7° Os órgãos de direção setorial atendem às necessidades de pessoal e logística
de toda a Corporação, realizam a atividade meio e atuam em cumprimento às diretrizes
e ordens dos órgãos de direção estratégica.
Art. 8° Os órgãos de execução são constituídos pelas Organizações Policiais Militares -
OPM que se destinam à atividade-fim, focando o cumprimento da missão e dos objetivos
institucionais, executando as ordens e diretrizes emanadas dos órgãos de direção
estratégica e apoiados em suas necessidades de pessoal e logística pelos órgãos de
direção setorial.
CAPÍTULO IV
Dos Órgãos de Direção Estratégica
Seção I
Da Constituição e das Atribuições
Art. 9° Os órgãos de direção estratégica compreendem:
I- Comando Geral;
II – Subcomando Geral;
III – Estado-Maior Estratégico;
IV – Corregedoria;

372
V – Ouvidoria;
VI – Comandos Regionais;
VII – Comissões;
VIII – Procuradoria Jurídica;
IX – Assessorias.
Seção II
Do Comando Geral
Art. 10. O Comando Geral é constituído de:
I- Comandante-Geral;
II – Gabinete do Comandante-Geral;
III - Grupamento de Ações Táticas Especiais - GATE.
Art. 11. O Comandante-Geral é responsável pelo comando e administração da
Corporação, e seu cargo será ocupado por um Coronel da Ativa do Quadro de Oficiais
Combatentes - QOC da Polícia Militar, escolhido pelo Governador do Estado, e terá
precedência funcional e hierárquica sobre os demais, quando este não for o oficial mais
antigo da Corporação.
§ 1° A nomeação para o provimento do cargo em comissão de Comandante-Geral da
Polícia Militar, símbolo CDS-1, previsto na Estrutura Organizacional da Administração
Direta do Poder Executivo do Estado da Paraíba, será feita por ato do Governador do
Estado.
§ 2° O Comandante-Geral tem honras, prerrogativas, direitos e obrigações de Secretário
de Estado.
Art. 12. Compete ao Comandante-Geral:
I- o comando, a gestão, o emprego, a supervisão e a coordenação geral das atividades
da Corporação;
II – presidir as Comissões de Promoção de Oficiais e de Julgamento do Mérito Policial
Militar;
III – encaminhar ao órgão competente o projeto de orçamento anual referente à Polícia
Militar e participar, no que couber, da elaboração do plano plurianual;
IV - celebrar convênios e contratos de interesse da Polícia Militar com entidades de
direito público ou privado, nos termos da lei;
V - nomear e exonerar militares estaduais no exercício das funções de direção, comando
e assessoramento, nos limites estabelecidos na legislação vigente;
VI – autorizar militares estaduais e servidores civis da Corporação a se afastarem do
Estado e do país;
VII – ordenar o emprego de verbas orçamentárias, de créditos abertos ou de outros
recursos em favor da Polícia Militar do Estado da Paraíba.

373
VIII – incluir, nomear, licenciar e excluir Praças e Praças especiais, obedecidos os
requisitos legais;
IX – promover Praças e declarar Aspirantes-a-Oficial;
XI - conceder férias, licenças ou afastamentos de qualquer natureza; XI - decidir sobre
a instauração e a solução dos procedimentos e processos administrativos disciplinares,
aplicando as penalidades previstas nas normas disciplinares da Corporação;
XII - expedir os atos administrativos necessários à gestão Institucional.
Art. 13. O Gabinete do Comandante-Geral, definido como Estado-Maior Pessoal, é
constituído de:
I- Assistência de Gabinete;
II – Ajudância de Ordens.
Parágrafo único: O Estado-Maior Pessoal, Órgão de Apoio, tem a seu cargo as funções
administrativas de Gabinete do Comandante-Geral, sendo composto pela Assistência
ao Gabinete, gerenciada por um Coronel do QOC, e a Ajudância de Ordens, com cargos
a serem exercidos por Oficiais Intermediários do QOC.
Art. 14. O GATE é o comando de pronto-emprego do Comandante-Geral, com um
efetivo mínimo de uma Companhia, especialmente treinado para missões especiais e
gerenciamento de crises, o qual poderá ser empregado também em outras missões do
policiamento ostensivo geral.
Seção III
Do Subcomando-Geral
Art. 15. O Subcomando-Geral é constituído de:
I- Subcomandante-Geral;
II – Gabinete do Subcomandante-Geral;
III – Ajudância-Geral.
§ 1° O Subcomandante Geral, cargo em comissão símbolo CDS-2, previsto na Estrutura
Organizacional da Administração Direta do Poder Executivo do Estado da Paraíba, é
exercido por um Coronel da Ativa do QOC, escolhido e nomeado pelo Governador do
Estado.
§ 2° O Subcomandante-Geral é o responsável pela garantia da disciplina da Corporação
e Presidente da Comissão de Promoção de Praças, além de prestar assessoramento
ao Comandante-Geral na coordenação do funcionamento da Instituição, sendo seu
eventual substituto.
$ 3° O Gabinete do Subcomandante-Geral tem a seu cargo as funções administrativas
do Subcomando-Geral.
Art. 16. Ajudância Geral tem a seu cargo as funções administrativas, de segurança e de
controle do efetivo do Quartel do Comando Geral, bem como a administração do
Presídio e do Museu da Polícia Militar.
Parágrafo único: A Ajudância Geral é constituída de:

374
I- Gabinete do Ajudante-Geral;
II – Gabinete do Ajudante-Geral Adjunta;
III – Museu da Polícia Militar;
IV – Presídio da Polícia Militar
V - Secretaria - AG/1;
VI – Arquivo Geral - AG/2;
VII – Companhia de Comando e Serviços - CCSV.
Seção IV
Do Estado-Maior Estratégico
Art. 17. O Estado-Maior Estratégico é o órgão que tem a competência de assessorar o
Comandante-Geral no planejamento e gestão estratégica para o desenvolvimento e
cumprimento das missões institucionais, tendo a Coordenação Geral de um Coronel do
QOC da ativa.
Parágrafo único. O Estado-Maior Estratégico será assim organizado:
I- Gabinete do Coordenador Geral;
II – Gabinete do Coordenador Geral Adjunto;
III – Coordenadorias:
a) de Integração Comunitária e Direitos Humanos EM/1;
b) de Inteligência – EM/2;
c) de Planejamento e Elaboração de Projetos = EM/3;
d) de Combate e Resistência às Drogas e à Violência - EM/4;
f) de Comunicação Social e Marketing – EM/5;
g) de Gerenciamento de Crises – EM/6;
h) de Estatística e Avaliação – EM/7;
i) de Tecnologia da Informação – EM/8.
Seção V
Da Corregedoria
Art. 18. A Corregedoria da Polícia Militar tem a finalidade de correição das infrações
penais militares e do regime ético- disciplinar, apurando, acompanhando, fiscalizando e
orientando os serviços da Corporação, em articulação com as Corregedorias Setoriais.
Parágrafo único: A Corregedoria é constituída de:
I- Gabinete do Corregedor;
II – Gabinete do Subcorregedor;
III – Divisões:

375
a) de investigação de infrações penais militares CORG/1;
b) de apuração de transgressões disciplinares CORG/2;
c) de análise procedimental – CORG/3;
d) de estatística e avaliação – CORG/4;
e) de apoio administrativo – CORG/5.
Art. 19. A Ouvidoria da Polícia Militar tem por finalidade receber e registrar denúncias,
reclamações e representações de atos desabonadores praticados por integrantes da
Corporação ou críticas à prestação de serviço institucional, bem como de encaminhar e
acompanhar a solução das mesmas, funcionando em estreita articulação com as
Ouvidorias Setoriais.
Parágrafo Único: A Ouvidoria é constituída de:
I- Gabinete do Ouvidor;
II – Gabinete do Subouvidor;
III – Divisões:
a) de atendimento e triagem - OUV/1;
b) de estatística e avaliação – OUV/2;
c) de apoio administrativo - OUV/3.
Seção VI
Dos Comandos Regionais
Art. 20. Os Comandos Regionais têm por finalidade planejar, coordenar, controlar e
supervisionar, na Região Metropolitana de João Pessoa e do Interior, as atividades
realizadas pelos Órgãos de Execução, no que concerne à eficiência nas missões de
policiamento ostensivo, de acordo com as necessidades de preservação da ordem
pública.
Parágrafo único: Os Comandos Regionais são:
I Comando do Policiamento da Região Metropolitana da Capital – CPRM;
II – Comando do Policiamento Regional I – CPR I;
III – Comando do Policiamento Regional II – CPR II.
Art. 21. O Comando do Policiamento da Região Metropolitana da Capital, com sede em
João Pessoa, é o órgão responsável pelo emprego e atuação da Corporação na Região
Metropolitana da Grande João Pessoa e adjacências, de acordo com as diretrizes
emanadas do Comando Geral, e será integrado pelos 1°, 5° e 7° Batalhões de Polícia
Militar.
Art. 22. O Comando do Policiamento Regional I, com sede na cidade de Campina
Grande, é o órgão responsável pelo emprego e atuação da Corporação nas regiões do
Estado polarizadas pelos municípios de Campina Grande e Guarabira, de acordo com
as diretrizes emanadas do Comando-Geral, e será integrado pelos 2°, 4°, 8°, 9º, 10° e
11° Batalhões de Polícia Militar.

376
Art. 23. O Comando do Policiamento Regional II, com sede na cidade de Patos, é o
órgão responsável pelo emprego e atuação da Corporação nas regiões do estado
polarizadas pelos municípios de Patos e Cajazeiras, de acordo com as diretrizes
emanadas do Comando- Geral, e será integrado pelos 3º, 6°, 12°, 13º e 14º Batalhões
de Polícia Militar.
Art. 24. Os Comandos do Policiamento da Região Metropolitana e Regionais têm a
seguinte organização:
I- Gabinete do Comandante;
II – Gabinete do Subcomandante;
III – Estado Maior:
a) Seção de Gestão de Pessoas - PM/1;
b) Seção de Inteligência – PM/2;
c) Seção de Planejamento e Operações – PM/3;
d) Seção de Estatística e Avaliação – PM/ 4.
IV – Tesoureiro;
V – Setor de Apoio Administrativo.
Parágrafo único. O Subcomandante é o chefe do Estado Maior dos Comandos
Regionais.
Seção VII
Das Comissões
Art. 25. As Comissões destinam-se à execução de estudos e trabalhos de
assessoramento direto ao Comandante-Geral e terão caráter permanente ou
temporário.
§ 1° As Comissões de caráter permanente são:
a) A Comissão de Promoção de Oficiais - CPO, presidida pelo Comandante-Geral, e a
Comissão de Promoção de Praças – CPP. presidida polo Subcomandante Geral, cujas
composições e competências serão fixadas por regulamentos, aprovados por Decretos
do Chefe do Poder Executivo;
b) Comissão Permanente de Licitação Comissão de Julgamento do Mérito – CJM e a
CPL, cujas composições e competências serão fixadas em regulamentos, aprovados
por Portarias do Comandante-Geral.
$ 2° As Comissões de caráter temporário têm objetivos e fins específicos previstos em
lei, decreto e regulamentos ou serão criadas a critério do Comandante-Geral.
Seção VIII
Da Procuradoria Jurídica
Art. 26. A Procuradoria Jurídica é o órgão que presta assessoramento jurídico-
administrativo direto ao Comandante-Geral, tendo a seguinte composição:
I- Gabinete do Procurador Jurídico;

377
II – Seção de Estudos e Pareceres;
III – Seção de Projetos Normativos;
IV – Seção de Apolo Administrativo.
§ 1° Compete à Procuradoria Jurídica:
I - O estudo das questões jurídicas afetas à Corporação;
II - acompanhar, em juízo ou fora dele, por determinação do Comandante-Geral, os
procedimentos do interesse da Polícia Militar;
III - o exame da legalidade dos atos e normas que forem submetidos à apreciação;
IV – demais atribuições que venham a ser previstas em regulamentos.
§ 2° O cargo de Procurador Jurídico da Polícia Militar, símbolo CAD-2, previsto na
estrutura organizacional da Administração Direta do Poder Executivo, será exercido por
Advogado do quadro de servidores civis do Estado, nomeado por Ato do Governador do
Estado, mediante proposta do Comandante-Geral.
Seção IX
Das Assessorias
Art. 27. As Assessorias constituídas eventualmente para determinados estudos que
escapam às atribuições normais específicas dos órgãos de direção estratégica e
setorial, destinadas a dar flexibilidade à estrutura de Comando da Corporação, serão
integradas por servidores do Estado, postos à disposição da Corporação, por ato do
Governador do Estado ou do Secretário de Estado da Administração.
Capítulo V
Dos Órgãos de Direção Setorial
Art. 28. Os órgãos de direção setorial compreendem:
I- Diretorias;
II – Centro de Educação.
Seção I
Das Diretorias
Art. 29. As Diretorias estruturadas sob forma de sistema destinam-se às atividades de
administração financeira, gestão de pessoas, logística, saúde e assistência social.
Parágrafo único: A Corporação terá as seguintes Diretorias:
I– de Finanças – DF;
II – de Gestão de Pessoas - DGP;
III – de Apoio Logístico – DAL;
IV – de Saúde e Assistência Social – DSAS.

378
Art. 30. A Diretoria de Finanças é o órgão que tem como finalidade a administração
financeira, contábil, orçamentária e de auditagem, bem como coordenar, supervisionar,
auxiliar e controlar as atividades financeiras dos órgãos da Corporação.
Parágrafo único: A Diretoria de Finanças é constituída de:
I- Diretor;
II – Vice-Diretor;
III – Divisões:
a) de Administração Financeira - DF/1;
b) de Contabilidade - DF/2;
c) de Auditoria e Controle Interno- DF/3;
d) de Implantação - DF/4;
f) de Orçamento -DF/5;
g) de Apoio Administrativo - DF/6.
Art. 31. A Diretoria de Gestão de Pessoas é o órgão que tem como finalidade o
planejamento, execução, controle e fiscalização das atividades relacionadas com o
pessoal, legislação e assistência religiosa.
Parágrafo único. A Diretoria de Gestão de Pessoas é constituída de:
I- Gabinete do Diretor;
II – Gabinete do Vice-Diretor;
III – Núcleo de Recrutamento e Seleção - NRS;
IV – Capelania;
V – Divisões:
a) de Inativos e Civis - DGP/1;
b) de Identificação, Cadastro e Monitoramento - DGP/2;
c) de Análise e Legislação - DGP/3;
d) de Aplicação e Movimentação - DGP/4
e) de Justiça e Disciplina - DGP/5;
f) de Apoio Administrativo - DGP/6.
Art. 32. A Diretoria de Apoio Logístico é o órgão de direção setorial do Sistema Logístico,
incumbindo-se do planejamento, coordenação, fiscalização e controle das atividades de
suprimento e manutenção da logística e do patrimônio da Corporação.
Parágrafo Único: A Diretoria de Apoio Logístico é constituída de:
I- Gabinete do Diretor;
II – Gabinete do Vice-Diretor;

379
III – Centro de Suprimento Logístico – CSL;
IV – Divisões:
a) de Engenharia e Construção - DAL/1
b) de Motomecanização - DAL/2;
c) de Patrimônio - DAL/3;
d) de Compras e Registros - DAL/4;
e) de Cadastramento de Armas dos policiais militares - DAL/5;
f) de Apoio Administrativo - DAL/6.
Art. 33. A Diretoria de Saúde e Assistência Social é o órgão que tem como finalidade
planejar, coordenar, fiscalizar, controlar e executar todas as atividades de saúde,
assistência social e veterinária, além do trato das questões referentes ao estado
sanitário do pessoal da Corporação e seus dependentes, devidamente articulada com
os Núcleos Setoriais de Saúde.
Parágrafo Único: Assistência Social é constituída de:
I- Gabinete do Diretor;
II – Gabinete do Vice-Diretor;
III – Junta Médica Especial – JME;
IV – Divisões:
a) Médica - DSAS/1;
b) Veterinária - DSAS/2;
c) Odontológica - DSAS/3;
d) Farmacêutica - DSAS/4;
e) Enfermagem - DSAS/5;
f) Nutrição - DSAS/6;
g) de Apoio Administrativo - DSAS/7.
V – Unidades Executivas:
a) Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho - HPM;
b) Policlínica - POLI;
c) Centro de Assistência Social – CASO;
d) Centro de Assistência Psicológica – CAPS.
Seção VIII
Do Centro de Educação
Art. 34. O Centro de Educação, instituição que compreende o ensino em todos os níveis
previstos na legislação federal e estadual, é o órgão que tem como finalidade a gestão

380
da política educacional da Corporação por meio do planejamento, supervisão,
coordenação, fiscalização, controle e execução das atividades de ensino, treinamento
e pesquisa, relacionadas com a qualificação profissional de servidores militares ou civis
de outros entes públicos ou privados, observadas as modalidades presencial, semi-
presencial ou à distância.
§ 1° O Centro de Educação é constituído de:
I- Gabinete do Diretor;
II – Gabinete do Vice-Diretor;
III – Conselho Educacional;
IV – Conselho de Conduta Escolar e Ética;
V - Coordenadoria de Ensino, Treinamento e Pesquisa – CETP, compreendendo:
a) Divisão de Ensino Superior – DESU;
b) Divisão de Formação Técnica de Nível Médio - DIFO;
c) Divisão de Educação Básica – DIEB;
d) Divisão de Tecnologias Educacionais - DITE.
VI - Coordenadoria de Educação Física e Desportos – COEF, compreendendo:
a) Divisão de Educação Física - DEF;
b) Divisão de Avaliação e Pesquisa – DAP;
c) Divisão de Desportos - DID;
VII – Núcleo Setorial de Saúde - NSS;
VIII – Órgãos Executivos do Ensino:
a) Centro de Pós-Graduação e Pesquisa - CEPE;
b) Academia de Polícia Militar do Cabo Branco - APMCB;
c) Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças - CFAP;
d) Colégios da Polícia Militar - CPM (unidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos,
Guarabira e Cajazeiras);
e) Núcleo de Programas de Extensão e Treinamento - NUPEX;
f) Núcleo de Estudos de Trânsito - NET;
g) Núcleos de Formação Aprimoramento e Profissional – NUFAP.
IX - Seções de:
a) Gestão de Pessoas – P/1;
b) Inteligência – P/2;
c) Planejamento e Operações – P/3;
d) Administração – P/4

381
e) Comunicação Social - P/5.
X- Setores de:
a) Motomecanização;
b) Comunicações;
c) Tecnologia da Informação;
d) Armamento e Munições;
e) Tesouraria;
f) Aprovisionamento;
g) Almoxarifado;
h) Corregedoria Setorial;
i) Ouvidoria Setorial;
j) Companhia de Comando e Serviços;
k) Música.
$ 2° O Conselho Educacional poderá instituir Departamentos, em áreas específicas de
conhecimentos, para atender às pesquisas educacionais, face às novas competências
exigidas pelas mutações sociais.
§ 3° O ensino tecnológico poderá ser desenvolvido em qualquer dos níveis de ensino
previstos na Legislação Federal.
Capítulo IV
Dos Órgãos de Execução
Art. 35. Os órgãos de execução da Polícia Militar constituem as Organizações Policiais
Militares que executam a atividade fim da Corporação, com atribuição de realizar os
seguintes tipos policiamento ou missões policiais militares:
I- policiamento ostensivo geral em seus processos a pé, montado, motorizado, aéreo,
em embarcação e em bicicleta, nas zonas urbanas e rurais;
II – policiamento de guarda, que tem a seu cargo a segurança externa dos
estabelecimentos prisionais, das sedes dos poderes estaduais e, em particular, de
estabelecimentos públicos;
III – policiamento de trânsito urbano e/ ou rodoviário;
IV – policiamento ambienta,
V policiamentos especiais de choque e/ou operações táticas;
VI – policiamento suplementado pelo uso de cães;
VII – policiamento velado.
Parágrafo único: Com o desenvolvimento do Estado e consequente aumento das
necessidades de segurança, poderão ser implementados outros tipos, processos ou
modalidades de policiamento.

382
Seção I
Das Unidades Operacionais
Art. 36. São Unidades Operacionais – UOp:
I- 1° Batalhão de Polícia Militar, com sede em João Pessoa;
II - 2° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Campina Grande,
III 3° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Patos;
IV- 4° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Guarabira;
V – 5° Batalhão de Polícia Militar, com sede em João Pessoa;
VI – 6° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Cajazeiras;
VII – 7° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Santa Rita;
VIII – 8° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Itabaiana;
IX - 9° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Picuí;
X - 10° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Campina Grande;
XI – 11° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Monteiro;
XII – 12° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Catolé do Rocha;
XIII – 13° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Itaporanga;
XIV – 14° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Sousa;
XV – Batalhão de Polícia Ambiental – BPAmb, com sede em João Pessoa;
XVI – Batalhão de Operações Especiais - BOPE, com sede em João Pessoa;
XVII - Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário - BPTran, com sede em João
Pessoa;
XVIII – Regimento de Polícia Montada - RPMont, com sede em João Pessoa;
XIX - Comando do Operações A6reas – COA, com sede em João Pessoa.
Art. 37. São Sub-Unidades Operacionais - SubUOp:
I- Companhia de Polícia Militar - Cia PM;
II – Companhia de Polícia de Guarda - CPGD;
III – Companhia de Polícia Rodoviária - CPRV;
IV - Companhia de Polícia Tática e Motorizada CPTMtz;
V- Companhia de Polícia de Trânsito - CPTran;
VI – Companhia de Polícia de Choque - CPChoq;
VII – Companhia de Polícia Rural - CPR;
VIII – Companhia de Polícia Ambiental – CPAmb;
IX - Companhia de Polícia de Apoio ao Turista · CPAT

383
X- Esquadrão de Polícia Montada – EPMont.
Art. 38. Denominam-se Pelotões Operacionais - PelOps:
I- Pelotão de Polícia Militar - Pel PM;
II – Pelotão de Polícia de Guarda - PPGD;
III – Pelotão de Polícia Rodoviária - PPRV;
IV Pelotão de Polícia Tática e Motorizada - PPTMTZ;
V – Pelotão de Polícia de Trânsito - PPTran;
VI – Pelotão de Polícia de Choque - PPChoq;
VII – Pelotão de Polícia Rural - PPR;
VIII – Pelotão de Polícia de Apoio ao Turista - PAT;
IX – Pelotão de Polícia Ambiental – PPAmb;
X- Pelotão de Polícia Montada – PPMont.
Art. 39. As Áreas de Responsabilidade Territorial dos Batalhões de Polícia Militar ou
congêneres e as subáreas das Subunidades dos Batalhões de Polícia Militar ou
congêneres serão estabelecidas por Ato do Comandante-Geral, mediante estudos do
Estado- Maior Estratégico e dos Comandos Regionais.
Art. 40. As Unidades Operacionais de Polícia Militar, com efetivos previstos em Quadros
de Organização - QO atuarão de acordo com as necessidades de suas áreas de
responsabilidade e missões, sendo constituídas de:
I- Gabinete do Comandante;
II – Gabinete do Subcomandante;
III – Gabinete do Ajudante secretário;
IV – Seções de:
a) Gestão de Pessoas - P/1;
b) Inteligência – P/2;
c) Planejamento e operações – P/3;
d) Administração – P/4;
e) Comunicação Social – P/5.
V – Setores de:
a) Motomecanização;
b) Comunicações;
c) Educação Física e Desportos;
d) Tecnologia da Informação;
e) Armamento e Munições;

384
f) Núcleo Setorial de Saúde - NSS;
g) Tesouraria;
h) Aprovisionamento;
i) Almoxarifado;
j) Corregedoria Setorial;
k) Ouvidoria Setorial;
m) Coordenação do Policiamento;
n) Música.
VI – Companhias PM;
VII – Pelotões PM e de Comando e Serviços;
VIII – Grupo PM - GPM.
Art. 41. As Subunidades Operacionais de Polícia Militar, com efetivos previstos em
Quadros de Organização - QO atuarão de acordo com as necessidades de suas
subáreas de responsabilidade e missões, sendo constituídas de:
I- Gabinete do Comandante;
II – Gabinete do Subcomandante;
III – Seção de Gestão de Pessoas e Operações;
IV – Tesoureiro e Aprovisionador;
V - Setores de:
a) Armamento e Munição;
b) Coordenação do Policiamento.
VI – Pelotões PM – Pel PM;
VII – Grupo PM - GPM.
Art. 42. Cada Grupo PM é responsável pela manutenção da ordem pública nos
Municípios e Distritos do interior, denominado de destacamento, com efetivo variável de
acordo com o seu subsetor de responsabilidade e missões.
Art. 43. O Batalhão de Operações Especiais BOPE, com atuação em todo o Estado e
subordinação direta ao Comandante-Geral, realizará as missões especiais do Comando
Geral, e terá a mesma estrutura orgânica de um Batalhão de Polícia Militar, acrescido
de suas Subunidades Especiais.
Art. 44. O Comando de Operações Aéreas - COA, com atuação em todo o Estado e
subordinação direta ao Comandante- Geral, é responsável pelo comando,
planejamento, coordenação, operacionalização, fiscalização, treinamento, segurança,
manutenção e controle das atividades aéreas, além de apoio às atividades de defesa
civil, tendo a seguinte estrutura:
I– Gabinete do Comandante;

385
II – Gabinete do Subcomandante;
III – Seções de:
a) Gestão Administrativa – SGA;
b) Segurança de Vôo - SSV;
c) Operações de Vôo – SOV;
d) Instrução e Treinamento - SIT;
e) Suprimentos e Manutenção – SSM;
f) Apoio Administrativo – SAA.
Art. 45. O Regimento de Polícia Montada – RPMont e os Batalhões de Polícia de
Trânsito Urbano e Rodoviário – BPTran e de Polícia Ambiental – BPAmb, com atuação
em todo o Estado, subordinam- se aos Comandos Regionais, realizando as missões
especiais e tendo a mesma estrutura orgânica de um Batalhão de Polícia Militar,
acrescidos de suas Subunidades Especiais.
CAPÍTULO V
Dos Órgãos Vinculados
Art. 46. Órgãos Vinculados são entes públicos que possuam, em suas estruturas
orgânicas, a previsão legal de emprego de policiais militares, observados os limites
quantitativos e a respectiva competência.
§ 1° São Órgãos Vinculados:
I - Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social;
II Secretaria de Estado da Cidadania e da Administração Penitenciária;
III - Casa Militar do Governador, vinculada à Secretaria de Estado do Governo;
IV – Tribunal de Justiça;
V – Assembleia Legislativa;
VI – Procuradoria Geral de Justiça;
VII – Tribunal de Contas do Estado;
VIII – Justiça Militar Estadual;
IX – Secretaria Nacional de Segurança Pública;
X- Prefeitura Municipal de João Pessoa.
§ 2° Os policiais militares empregados nos órgãos vinculados ficarão adidos e
devidamente controlados pela Diretoria de Gestão de Pessoas.
TÍTULO III
Do Pessoal e Efetivo
Art. 47. O pessoal da Polícia Militar será composto por policiais militares e servidores
civis.

386
CAPÍTULO I
Dos Policiais Militares
Art. 48. Os policiais militares encontrar-se-ão em uma das seguintes situações:
I- na ativa;
II - na inatividade, compreendendo os policiais militares:
a) da reserva remunerada;
b) reformados.
§ 1° Os Quadros de Oficiais são:
I - Quadros de Oficiais Combatentes QOC, constituído de oficiais possuidores do Curso
de Formação de Oficiais PM ou equivalente;
II – Quadro de Oficiais de Saúde – QOS, constituído médicos, farmacêuticos,
fisioterapeutas, nutricionistas e outras especialidades; de oficiais odontólogos,
veterinários,
III – Quadro de Oficiais Músicos – QOM, constituído por pessoal oriundo das graduações
de Subtenente ou 1º Sargento, possuidores do Curso de Habilitação de Oficiais - CHO
ou equivalente, na respectiva especialidade, destinado ao exercício das funções de
regente ou maestro de banda de música;
IV – Quadro de Oficiais de Administração – QOA, constituído por pessoal oriundo das
graduações de Subtenente ou 1° Sargento, possuidores do Curso de Habilitação de
Oficiais – CHO ou equivalente, destinado ao exercício de funções administrativas na
Corporação.
§ 2° As Qualificações de Praças são:
I - Qualificação de Praças Combatentes constituído por praças com o Curso de
Formação de Combatentes; Qualificação de Praças Músicos – QPC,
II - QPM, composto por praças com o Curso de Formação de Especialização em Música;
III – Qualificação de Praças para o apoio à Saúde QPS, compostos por praças auxiliares
de saúde.
Art. 49. As Praças Especiais são:
I- Aspirante-a-Oficial PM;
II – Cadete PM.
CAPÍTULO II
Dos Servidores Civis
Art. 50. Os servidores civis da Polícia Militar serão profissionais de nível superior ou
técnico nas áreas de educação, psicologia, administração, ciências jurídicas,
contabilidade, engenharia civil, tecnologia da informação, espiritualidade,
fonoaudiologia, biblioteconomia, sociologia, assistência social, comunicação social,
estatística e outras determinadas pela dinâmica social, os quais constituirão o Corpo de
Servidores Civis da Polícia Militar – CSCPM, em caráter permanente ou temporário,
conforme Anexo II.

387
Parágrafo único: Os servidores civis da Polícia Militar serão disciplinados pelo Regime
Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado da Paraíba, com remuneração prevista
em lei, e seu ingresso processar-se-á através de concurso público, mediante proposta
do Comandante-Geral ao Chefe do Poder Executivo.
CAPÍTULO III
Do Efetivo da Polícia Militar
Art. 51. O efetivo da Polícia Militar da Paraíba será de 17.933 (dezessete mil novecentos
e trinta e três) militares estaduais, sendo 1.362 (um mil e trezentos e sessenta e dois)
oficiais e (dezesseis mil quinhentos e setenta e uma) praças e 54 (cinquenta e quatro)
servidores civis, conforme o Anexo II.
TÍTULO IV
Das Disposições Finais
Art. 52. Os órgãos da Corporação poderão, excepcionalmente e por necessidade do
serviço, ser comandados, dirigidos ou chefiados por oficiais ou praças de grau
hierárquico imediatamente inferior ou superior ao previsto nesta Lei Complementar.
Parágrafo único: Quando efetivada a situação em que o titular da função possua grau
hierárquico inferior ao previsto no Quadro de Organização, fará jus à remuneração
imediatamente superior.
Art. 53. A estrutura organizacional e funcionamento da Polícia Militar, prevista nesta Lei
Complementar, será efetivada progressivamente, por meio de atos do Poder Executivo,
até dezembro de 2010.
Art. 54. As missões, detalhamento, as responsabilidades, as áreas e as competências
dos órgãos de direção estratégica, setorial, e de execução, bem como as atribuições
dos comandantes, diretores e chefes serão estabelecidas em regulamento, a ser editado
em 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Lei.
Art. 55. Os recursos necessários à execução da presente Lei Complementar correrão à
conta do Tesouro Estadual, consignados no orçamento do Estado, ficando o Poder
Executivo autorizado a proceder ao escalonamento na liberação dos recursos
pertinentes, à medida que os órgãos forem ativados, e as vagas previstas forem
devidamente preenchidas.
Art. 56. Aos membros das Comissões de Promoção de Oficiais e de Praças, da Junta
Médica Especial e dos Conselhos de Justiça Militar Estadual, devido por
comparecimento a reuniões ou audiências, previamente convocadas por autoridade
competente, na retribuição de até 08 (oito) reuniões ou audiências mensais, fica
concedido "jeton" nas seguintes condições:
I - Para presidente, de R$ 120,00 (cento e vinte reais), por reunião;
II – Para membros, de R$ 80,00 (oitenta reais), por reunião ou audiência.
Art. 57. Os incisos I, IV e V do Artigo 90 e os Artigos 105 e 110 da Lei n° 3.909, de 14
de julho de 1977, passam a ter a seguinte redação:
"Art. 90. ..................................................................
I- atingir as seguintes idades limites:

388
a) Para os oficiais
1. Coronel: 60 anos;
2. Tenente-Coronel e Major: 58 anos;
3. Capitão, 1°e 2° Tenentes: 56 anos;
b) Para praças:
1. Subtenente: 60 anos;
2. 1° e 2° Sargentos: 58 anos;
3. 3° Sargento, Cabo e Soldado: 56 anos.
II. .........................................................................
III. ........................................................................
IV - ser diplomado em cargo eletivo, na forma da alínea "b", parágrafo único, do Artigo
51, percebendo a remuneração a que fizer jus, em função do seu tempo de serviço;
V- quando, na condição de suplente de cargo eletivo, vir assumir o mandato,
percebendo a remuneração a que fizer jus, em função do seu tempo de serviço.
Art. 105. O oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua
carreira, inclusive na função de Magistério, será imediatamente, por meio de demissão
"ex-officio", transferido para a reserva, onde ingressará com o posto que possuía na
ativa, não podendo acumular quaisquer proventos de inatividade com a remuneração
do cargo público permanente.
Art. 110. O Aspirante-a-Oficial PM e as demais praças empossadas em cargo público
permanente estranho à sua carreira, inclusive na função de magistério, serão
imediatamente licenciados "ex-officio", sem remuneração, e terão sua situação militar
definida pela Lei do Serviço Militar."
Art. 58. Os incisos II, III e VII do Artigo 12 da Lei n° 4.025, de 30 de novembro de 1978,
passam a ter a seguinte redação:
"Art. 12. ...................................................................
I. ...............................................................................
II – Possuir escolaridade, no mínimo, correspondente ao Ensino Médio;
III - ter, no máximo, 48 anos de idade, no ato da matrícula;
VII Classificado no comportamento "EXCEPCIONAL" e não possuir punição por prática
de transgressão que afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor policial-
militar ou o decoro da classe, não canceladas pelo entendimento estabelecido no Art.
64 do Decreto n° 8.962, de 11 de março de 1981;
Art. 59. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 60. Revogam-se as disposições em contrário.

ANEXO I

389
Cargos integrantes da estrutura organizacional da Polícia
Militar do Estado da Paraíba

CARGO SÍMBOLO QUANTIDADE


Comandante Geral CDS – 1 1
Assistente do Comandante CAD-2 1
Ajudantes de Ordens CAD-7 3
Cmt do GATE CSP-1 1
Subcmt do GATE CSP-2 1
Subcomandante Geral CDS-2 1
Secretário do Subcomando CAD-5 1
Geral
Ajudante Geral CAD-2 1
Ajudante Geral Adjunto CAD-3 1
Diretor do Museu CSP-2 1
Diretor do Presídio Militar CSP-1 1
Coordenador Geral do CAD-2 1
EME
Coordenador Geral Adjunto CAD-3 1
do EME
Coordenadores do EME CAD-5 8
Corregedor CAD-4 1
Subcorregedor CAD-6 1
Chefe de Divisões da CAT-2 5
Corregedoria
Ouvidor CAD-6 1
Subouvidor CAD-7 1
Chefe de Divisões da CAT-3 3
Ouvidoria
Comandantes Regionais CAD-2 3
Subcomandantes CAD-3 3
Regionais
Chefe de Seções EM CSE-1 5
Regionais
Tesoureiro CSE-1 1
Chefe de Setor CSE-1 1
Procurador Jurídico CAD-2 1
Chefes de Seções da CAT-2 3
Procuradoria Jurídica
Diretores CAD-2 5
Vice-Diretores CAD-3 5
Chefe de Divisões CAT-2 32
Chefe do Núcleo de CAD-5 1
Recrutamento e Seleção
Chefe do Centro de CAD-5 1
Suprimento Logístico
Presidente da Junta CSS-1 1
Médica
Coordenador do Centro de CAD-4 2
Educação
Diretor Geral do IHGER CSS-1 1
Diretor da Policlínica CSS-2 1
Diretor do Centro de CSS-3 1
Assistência Social
Diretor do Centro de CSS-3 1
Assistência Psicológica

390
Comandante do CEPE CSP-1 1
Subcomandante do CEPE CSP-2 1
Comandante da APMCB CSP-1 1
Subcomandante da CSP-2 1
APMCB
Comandante do CFAP CSP-1 1
Subcomandante do CFAP CSP-2 1
Diretores dos Colégios CDE-1 5
Militares
Vice-Diretores dos CVE-1 5
Colégios
Comandante do NUPEX CSP-1 1
Subcomandante do CSP-2 1
NUPEX
Comandante do NET CSP-2 1
Subcomandante do NET CSP-3 1
Regente Geral das Bandas CSP-2 1
Regente de Banda CSP-3 5
Regente Adjunto de Banda CSP-4 5
Chefe de Seção do Centro CSE-4 5
de Educação
Chefe de Setor do Centro CSE-4 10
de Educação
Chefe do NSS CSS-5 19
Comandante de Unidade CSP-1 18
Operacional
Subcomandante de CSP-2 18
Unidade Operacional
Ajudante-Secretário de CSE-4 18
Unidade Operacional
Chefe de Seção de CSE-4 90
Unidade Operacional
Chefe de Setores CSE-4 216
Comandante de CSP-2 14
Companhia Isolada
Subcomandante de CSP-3 14
Companhia Isolada
Comandante de CSP-3 33
Companhia
Subcomandante de CSP-4 33
Companhia
Chefe de Seções de CSE-4 180
Companhia
Sargenteante da FGT-1 47
Companhia
Comandante de Pelotão CSP-5 180
Destacamento FGT-1 120
Comandante de guarnição FGT-3 800
motorizada
Patrulheiro de guarnição FGT-4 800
motorizada
Motorista Operacional FGT-4 800
Comandante do COA CSP-2 1
Subcomandante do COA CSP-3 1
Chefe de Divisão do COA CSP-4 6

ANEXO II

391
Quadro do Efetivo da Polícia Militar do Estado da Paraíba
I- Efetivo de policiais militares
a) Efetivo de Oficiais:
QUADRO
Grau Hierárquico QOC QOS QOA QOM TOTAL
CORONEL 14 3 17
TENENTE- 39 9 48
CORONEL
MAJOR 77 20 97
CAPITÃO 187 41 30 2 260
10 TENENTE 223 53 67 7 350
20 TENENTE 425 71 86 10 592
TOTAL 965 197 183 19 1.364

b) Efetivo de Praças:
QUALIFICAÇÃO

Grau Hierárquico QPC QPM QPS TOTAL


SUBTENENTE 104 15 12 125
10 SARGENTO 282 25 31 337
20 SARGENTO 622 62 61 743
30 SARGENTO 2.071 120 110 2.263
CABO 3.804 75 132 4.041
SOLDADO 8.755 117 173 9.062
TOTAL 15.638 414 519 16.571

II – Corpo de Servidores Civis:

ESPECIALIZAÇÃO QUANTIDADE
PSICÓLOGO 10
ASSISTENTE SOCIAL 5
ADVOGADO 4
COMUNICÓLOGO 2
CONTADOR 3
PEDAGOGO 5
PROGRAMADOR 4
ESTATÍSTICO 4
ADMINISTRADOR 3
TERAPEUTA OCUPACIONAL 2
ENGENHEIRO CIVIL 2
ARQUITETO 1
RELIOSOS 6
OUTROS 10
TOTAL 60

392
Crimes militares em tempo de paz

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição
especial;

II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando


praticados:

a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma


situação ou assemelhado;

b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à


administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza


militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra
militar da reserva, ou reformado, ou civil;

d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva,


ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a


administração militar, ou a ordem administrativa militar;

III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra
as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso
I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa


militar;

b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade


ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no
exercício de função inerente ao seu cargo;

c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância,


observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação
da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para
aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.

393
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos
por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.

§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos
por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar
da União, se praticados no contexto:

I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente


da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;

II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar,


mesmo que não beligerante; ou

III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da


ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art.
142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:

a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de


Aeronáutica;

b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;

c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal


Militar; e

d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.

CAPÍTULO III

DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU

MILITAR DE SERVIÇO

Violência contra superior

Art. 157. Praticar violência contra superior:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

Formas qualificadas

§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial


general:

Pena - reclusão, de três a nove anos.

§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço.

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a


do crime contra a pessoa.

§ 4º Se da violência resulta morte:

394
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço.

Violência contra inferior

Art. 175. Praticar violência contra inferior:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Resultado mais grave

Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada


a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art.
159.

Abandono de posto

Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe
tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Embriaguez em serviço

Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado


para prestá-lo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Dormir em serviço

Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda,
ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão
às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça


Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos
de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
integrantes.

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados,


nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das
praças.

395
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente,
os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito,
processar e julgar os demais crimes militares.

TÍTULO IV

DA JUSTIÇA MILITAR

CAPÍTULO I

DA COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA

Seção I

Da Composição

Art. 187. A Justiça Militar estadual, com sede na Capital e jurisdição em todo o
Estado é composta:

I - No primeiro grau de jurisdição:

a) pelos juízes de direito de Vara Militar;

b) pelos conselhos de Justiça Militar;

II – No segundo grau de jurisdição pelo Tribunal de Justiça.

CAPÍTULO III

DA EXECUÇÃO DA PENA

Art. 198. O regime carcerário aplicável ao condenado pelo juiz de direito titular de
Vara Militar é o seguinte:

I - No caso de pena privativa da liberdade por até dois anos, o regime será
regulamentado nas decisões que proferirem o juiz monocrático e os conselhos da
Justiça Militar, sendo o condenado recolhido à prisão militar;

II - Ultrapassado o limite da pena de dois anos e havendo o condenado perdido a


condição de militar, será ele transferido para prisão da jurisdição comum, deslocando-
se a competência quanto à execução da pena para o respectivo juízo, ao qual serão
remetidos os autos do processo.

396
NOÇÕES DE
SOCIOLOGIA

397
MOVIMENTOS POPULARES URBANOS

Nos estudos sobre os movimentos populares urbanos, as análises têm oscilado


entre as que enfatizam o seu potencial transformador, as que apontam as suas
limitações políticas e, nas últimas décadas, as que salientam a sua crise quanto
a mobilização e capacidade de intervir nas políticas públicas. Entendemos que
os movimentos sociais em geral continuam a ter um papel imprescindível na
democratização brasileira, e o movimento popular urbano em particular
permanece provocando mudanças nas legislações e políticas urbanas em busca
de melhores condições de vida e de acesso a direitos sociais básicos, abrindo
espaços para a participação das classes populares na esfera pública.

Os movimentos populares urbanos são entendidos aqui como as ações coletivas


organizadas pelas classes populares em prol de melhores condições de vida
urbana e de acesso à habitação, ao uso do solo, aos serviços e equipamentos
de consumo coletivo.

Neste sentido, os movimentos populares urbanos se traduzem por diferentes


formas de organização popular de resistência da população às condições de vida
a que está submetida. Assim, consideramos as Ligas de Inquilinos do começo
do século passado, os Centros Democráticos Progressistas dos anos 40, as
Sociedades Amigos de Bairro no período de 1945 a 1964, os Novos Movimentos
Populares Urbanos a partir do final dos anos 70, a União dos Movimentos de
Moradia de São Paulo a partir da década de 1980, a Central de Movimentos
Populares a partir da década de 90, como movimentos populares urbanos que
se diferenciam por práticas sociais e estilos de organização distintos.

398
Uma escavação das lutas populares urbanas revela que os movimentos sociais
continuam a dar uma contribuição substancial para uma democratização
profunda da política brasileira. As organizações de moradores, de fato formam a
base do projeto de democracia popular do Brasil ao facilitar estrutural e
cognitivamente um grau de participação popular.

Acreditamos que a democracia efetiva só se dará quando todos os indivíduos


conquistarem a capacidade de se apropriarem da riqueza socialmente
produzida, de atualizarem todas as potencialidades de realização humana
abertas pela vida social. É assim que Carlos Nelson Coutinho define cidadania.
E acrescenta que ela é resultado de uma luta permanente, travada quase sempre
pelas “classes subalternas”, pressupondo um processo histórico de longa
duração. Desta forma, o que se coloca como tarefa fundamental no que se refere
aos direitos civis e políticos e, de modo ainda mais intenso, aos direitos sociais,
“não é o simples reconhecimento legal-positivo dos mesmos, mas a luta para
torná-los efetivos” .

Assim, a luta por direitos dos movimentos sociais é essencial para o


aprofundamento e universalização da cidadania, ou seja, para a crescente
democratização das relações sociais. As lutas e ações sociais nos anos 90 e
2000 se configuraram, entre outras tendências, pela participação da população
nas estruturas de conselhos e colegiados criados por exigência da Constituição
de 1988 ou como fruto de políticas específicas, o crescimento das organizações-
não-governamentais e as políticas de parcerias implementadas pelo poder
público, principalmente no âmbito do poder local.

399
INTRODUÇÃO
A falta de moradia é uma das manifestações da questão social, que segundo
Raichelis (2006, p.17), a expressão das “desigualdades sociais produzidas e
reproduzidas na dinâmica contraditória das relações sociais” na sociedade
capitalista.
As condições de habitação da população “são um dos aspectos que perpassam as
várias dimensões das desigualdades sociais na América Latina”, onde “as
condições de moradia da população brasileira e latino-americana são marcadas por
alto grau de desigualdade e exclusão”. Apesar de a moradia ser considerada um
direito social no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988, ela continua a ser
negada a toda população, pois como destaca Koga (2009), as famílias mais pobres
residem em domicílios precários, vivendo em áreas e em condições de
vulnerabilidade social.
Em decorrência dessa situação a população resiste se organiza e se mobiliza em
busca pelo direito à moradia segura e digna, na qual as mulheres tem feito parte
dos movimentos sociais de moradia.

1. Do Movimento Social de Moradia as Políticas Sociais de


Habitação
A moradia é entendida como elemento essencial do ser humano, sendo um direito
social e como aponta Souza (2004, p.45) apud Santos (2013, p.2) “é inerente à
pessoa e independente de objeto físico para a sua existência e proteção jurídica”.
Conforme aponta Santos (2013, p.2), a princípio qualquer lugar era local para
estabelecer-se como abrigo: uma caverna, uma árvore e a superfície do gelo, pois
eram suficientes para sobrevivência digna das pessoas. Contudo, os espaços livres
foram reduzindo com o desenvolvimento da sociedade, a globalização e o
capitalismo, acarretando “uma segregação social em relação aos menos
favorecidos”.
Ainda, de acordo com Santos (2013), os espaços foram se comprimindo cada vez
mais a ponto de sua drástica redução ou extinção para os mais desfavorecidos;
esses vivendo nas ruas, pontes, entre outros.
Neste sentido, Alves e Cavenaghi (2004) destacam que a habitação está ligada às
desigualdades sociais, definidas por Montaño (2012, p. 278) como “contradição
capital trabalho, na exploração da força de trabalho, na acumulação e centralização
de capital”, quanto mais acúmulo do capital mais exploração do trabalho igual a
desigualdade social. As condições de habitação e moradia no Brasil e na América
Latina definem o grau da desigualdade, isto é, educação e cultura, lazer,

400
transportes, pois a precariedade habitacional abrange contingentes ainda maiores
da população.
Além disso, Maricato (2003) aponta que para maioria da população a urbanização
é feita de forma ilegal e sem financiamento público, por isso surgem barracos,
construções em morros com risco de desmoronamento, em lugares de reserva
ambiental e em terras invadidas.
Essa situação levou as pessoas a lutar pelo direito à moradia, através da
mobilização popular, onde a sociedade civil se organizou e foi para as ruas lutar
pelos seus direitos, surgindo assim os movimentos sociais que foram responsáveis
por grandes mudanças de direitos conquistados na vida dos brasileiros, não só
movimentos pela habitação, mas também vários outros movimentos sociais.
De acordo com Gohn (2013 p.141), os movimentos sociais são vistos como “ações
sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural”, são comportamentos
conflituosos gerados no seio da ordem, realizam diagnósticos da realidade social,
transformam pessoas simples em atores da sociedade civil, onde muitos entram
para a história através de sua participação nos movimentos sociais.
Ainda, segundo Gohn (2013), só é possível a participação cidadã nos movimentos
sociais se a sociedade civil estiver organizada, articulada e tendo os mesmos
ideais. No Brasil e na América Latina os movimentos sociais populares se
propagaram bastante nos anos de 1970 e 1980, por causa da oposição ao então
regime militar, especialmente pelos movimentos cristãos de base, inspirados pela
Teologia da Libertação.
Assim, a Confederação Nacional das Associações de Moradores - CONAM foi
fundada no dia 17 de janeiro de 1982, tendo como seu papel organizar as
federações estaduais, uniões municipais e associações comunitárias, entidades de
bairro e similares, para defender a universalização da qualidade de vida, com
especial atenção às questões do direito a cidades, incluindo além da luta pela
moradia digna, saúde, transporte, educação, meio ambiente, trabalho, igualdade
de gênero e raça, assim como a democratização em todos os níveis.
Já em 1987, foi instituído o Fórum Nacional de Reforma Urbana - FNRU que atua
para modificar o processo de segregação social e espacial existente nas cidades
brasileiras, a fim de que se tornem mais justas, inclusivas e democráticas, através
da articulação nacional que reúne movimentos populares, sociais, ONGs,
associações de classe e instituições de pesquisa.
Em 1989 a União Nacional por Moradia Popular - UNMP, por sua vez, vem com
objetivo de articular e mobilizar os movimentos de moradia, lutar pelo direito à
moradia, por reforma urbana e autogestão e assim resgatar a esperança do povo
rumo a uma sociedade sem exclusão social; atuando favelas e cortiços, articulando
a questão do sem-teto, mutirões ocupações e loteamentos. Esses movimentos
contribuíram depois para a criação da Constituição Federal de 1988, principalmente
na inserção dos direitos sociais, que foram inscritos em leis na novaConstituição
brasileira de 1988.
Em 1990, Gohn (2011), relata que ocorreu o surgimento de novas formas de

401
organização popular, mais institucionalizadas como os Fóruns Nacionais de Luta
pela Moradia, pela Reforma Urbana, o Fórum Nacional de Participação Popular etc.
Os encontros destes fóruns tinham abrangência nacional e eram com objetivos
estratégicos gerando diagnósticos dos problemas sociais, impulsionando assim
algumas políticas sociais, como por exemplo, Renda Mínima e a Bolsa Escola.
A criação de uma Central dos Movimentos Populares foi outro fato marcante nos
anos 1990, pois formou vários movimentos populares em nível nacional, tal como
a luta pela moradia, também buscou uma articulação e criou colaborações entre
diferentes tipos de movimentos sociais, populares e não populares.
Neste cenário surge também o Movimento dos Trabalhadores Sem- Teto - MTST,
que é um movimento de trabalhadores urbanos a partir do local em que vivem, por
isso é um movimento territorial, tem como seu maior objetivo a luta contra o capital
e o Estado que representa os interesses capitalistas; o MTST luta por moradia, é
um movimento de sem teto. O direito à moradia digna é uma bandeira central do
movimento.
A partir dos anos “2000, a moradia passou a integrar a concepção de direito social
pela emenda constitucional nº26/2000 que altera o artigo 6º da ConstituiçãoFederal
que se refere aos direitos sociais” (Oliveira e Cassab, 2010, p 80).
Em 2004, os movimentos oficializam a articulação e organizam o primeiro encontro
da Frente de Luta por Moradia – FML em Ribeiro Pires – SP e esta Frente articulou
novos processos de ocupação, defendendo pontos básicos para a consolidação
dos objetivos dos trabalhadores sem-teto de baixa renda: Plano integrado de
✓ 1- Desenvolvimento social e programas complementares,
✓ 2- Participação popular
✓ 3- Instrumentos de política de desenvolvimento urbano.
.
Em decorrência desses movimentos sociais de moradia e contando com a
participação dos diversos segmentos sociais envolvidos com a questão
habitacional, foi lançado em 2004 uma nova Política Nacional de Habitação (PNH),
responsável pela criação e organização do PlanHab- Plano Nacional de Habitação,
que “apresenta e convida a sociedade brasileira a debater suas principais
propostas e metas de forma a agregar esforços, balizando as ações do governo
federal.
.
Segundo o Ministério das Cidades - Secretaria Nacional de Habitação, o PlanHab

Plano Nacional de Habitação – PlanHab é um dos mais importantes


instrumentos para a implementação da nova Política Nacional de
Habitação. Previsto na Lei 11.124/05, que estruturou o Sistema Nacional
de Habitação de Interesse Social, ele foi elaborado, sob a coordenação
da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, pela
consultoria do Consórcio PlanHab, formado pelo Instituto Via Pública,
Fupam-LabHab-FAUUSP e Logos Engenharia, por meio de um intenso
processo participativo, que contou com a presença de todos os
segmentos sociais relacionados com o setor habitacional.

402
Em 2008, segundo Leher e al. (2010), entidades como a União Nacional por
Moradia Popular (UNMP), a Confederação Nacional das Associações de
Moradores (CONAM), a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento
Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), se reuniram junto ao Fórum Nacional de
Reforma Urbana (FNRU) e protagonizaram uma Jornada de Luta pela Reforma
Urbana e pelo Direito a Cidade.
Em 2009 o Plano Nacional de Habitação (PlanHab)11, que se propõe “a mostrar
que é possível transformar as condições de moradia deste país, com a participação
ativa dos setores públicos estaduais e municipais, do setor privado e dos agentes
e movimentos sociais”. Nesse período também foi criado o Sistema Nacional de
habitação de Interesse Social (SNHIS), nascido de um projeto de lei de iniciativa
popular, promovido pelo movimento de moradia e da secretaria da habitação.

Todavia, como aponta Santos (2013, p. 2), “[o] direito à moradia passou de direito
de todos para apenas direito dos mais favorecidos. E quando fornecido à minoria,
não abrange o perfeito desenvolvimento da dignidade da pessoa humana”. Assim
sendo, não ter uma moradia segura e salubre corrobora com a situação de
vulnerabilidade social da população, na qual as famílias estão sujeitas a qualquer
tipo de situação, isto é, falta de saneamento e transporte, acesso precário aos
serviços e até mesmo preconceito pelo local de moradia.

403
Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos
organizados da sociedade que visam lutar por alguma causa social. Em geral, o
grito levantado pelos movimentos sociais representa a voz de pessoas excluídas
do processo democrático, que buscam ocupar os espaços de direito na sociedade.
Os movimentos sociais são de extrema importância para a formação de
uma sociedade democrática ao tentarem possibilitar a inserção de cada vez mais
pessoas na sociedade de direitos. Os primeiros movimentos sociais visavam
resolver os problemas de classes sociais e políticos, como a ampliação do direito
ao voto. Hoje, os movimentos sociais baseiam-se, em grande parte, nas pautas
identitárias que representam categorias como gênero, raça e orientação sexual.
CARACTERÍSTICAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Ao pensar-se nos movimentos sociais à luz de pensadores da filosofia e da
sociologia, é impossível apontar um consenso. O cientista político italiano
Gianfranco Pasquino aponta a impossibilidade de estabelecer-se uma linha
conciliatória entre os que tratam dos movimentos sociais, tendo-se em vista um
horizonte de pensadores clássicos.
Nesse sentido e como exemplos, os sociólogos Marx, Weber e Durkheim
veem nos movimentos sociais a sustentação de uma revolução, a
institucionalização de um novo poder burocrático e até a maior coesão social,
respectivamente.
MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO
É importante registrar que os movimentos pela educação têm caráter
histórico, são processuais e ocorrem, portanto, dentro e fora de escolas e em outros
espaços institucionais. As questões centrais no estudo da relação dos movimentos
sociais com a educação são as da: participação, cidadania e o sentido político da
educação. As lutas pela educação envolvem a luta por direitos e são parte da
construção da cidadania. Movimentos sociais pela educação abrangem questões
tanto de conteúdo escolar quanto de gênero, etnia, nacionalidade, religiões,
portadores de necessidades especiais, meio ambiente, qualidade de vida, paz,
direitos humanos, direitos culturais etc. Esses movimentos são fontes e agências
de produção de saberes.
Podemos equacionar as seguintes fontes de demandas no campo da
educação: no setor da educação formal-escolar, e a educação não-formal,
desenvolvida em práticas do cotidiano, fruto de aprendizagem advinda da
experiência ou de ações mais estruturadas, com alguma intencionalidade,

404
objetivando a formação das pessoas em determinado campo de habilidade, fora
das grades curriculares, certificadoras de graus e níveis de ensino.
Historicamente, as lutas pela educação formal/escolar nem sempre tem
tido grande visibilidade. Ocorrem no seio dos profissionais da própria educação,
usualmente via associações de classe e sindicatos, na forma clássica-greves,
manifestações com carros de som, extensas pautas e jornadas de negociações. As
lutas pelo acesso à educação do ensino infantil (antigas creches) ao ensino superior
têm ocupada grande parte das agendas. Neste novo século, um dado novo entrou
em pauta. Novas formas de manifestação, especialmente de jovens, advindas da
sociedade civil não organizada nos moldes clássicos, demandando educação, não
apenas o acesso ou “Mais Educação”, mas demandando educaçãocom qualidade,
para além dos discursos e retóricas dos planos e promessas dos políticos e
dirigentes.
A relação movimento social e educação ocorre de várias formas- a partir
das ações práticas de movimentos e grupos sociais em contato com instituições
educacionais, no próprio movimento social, dado caráter educativo de suas ações
na sociedade, e no interior dos movimentos, pelas aprendizagens adquiridas pelos
participantes e pelos projetos socioeducativos formulados e desenvolvidos pelos
próprios movimentos, a exemplo do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra).
1 -O MOVIMENTO DOS ESTUDANTES-ME
O movimento dos Estudantes- ME, especialmente os do ensino médio e
universitário, merece um destaque maior porque ele sempre esteve presente em
momentos cruciais da história política do país. Das ações dos estudantes de Direito
na fase do Brasil Império, passando pelas lutas estudantis dos anos 60, pelas
Diretas Já de 1984, pelos Caras Pintada de 1992, até a UNE atual, e as novas
formas de ação, com ocupações em órgãos administrativos da universidade, ou as
ocupações de escolas por estudantes do ensino médio, os estudantes são atores
políticos relevantes no Brasil.
Se retomarmos os anos de 1960 do século passado, observa-se que após
1964 as mobilizações de estudantes, como outros movimentos e organizações da
sociedade brasileira, sofreram um refluxo. Mas em 1966 o ME se recompôs, até
chegar ao apogeu em 1968- criando um imaginário de luta dos estudantes que
associou-se à luta contra a ditadura, às lutas contra o status quo, no rastro de Maio
de 68 na França, Alemanha, Checoslováquia, Estados Unidos, México, Argentina
etc.
2- OUTROS MOVIMENTOS E CAMPANHAS PELA EDUCAÇÃO

Cumpre mencionar ainda outros movimentos e organizações sociais de


luta pela educação, a exemplo dos Movimentos de Educação Popular. Embora ele
nunca tivesse tido grande visibilidade como um ator independente, no início deste
milênio ele está 5 ganhando formato novo entre as camadas populares. Suas
demandas foram, frequentemente, incorporadas pelos sindicatos dos professores

405
e demais profissionais da educação, ou por articulações amplas, como a luta pela
educação no período da Constituição levadas a efeito pelo Fórum Nacional de Luta
pela Escola Pública, protagonizada basicamente por atores das camadas médias.
Os militantes da luta pela educação continuaram muito atuantes nos anos
90 - até a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases -LDB, em 1996; mas as
reformas neoliberais realizadas nas escolas públicas de ensino fundamental e
médio alteraram de tal forma o cotidiano das escolas que deu as bases para outras
mobilizações pela educação.
✓ Falta de vagas, filas para matrículas, resultados de exames nacionais,
progressões contínuas (passagem de ano sem exames), deslocamento de alunos
de uma mesma família para diferentes escolas, atrasos nos repasses de verbas
para merendas escolares, denúncias de fraudes no uso dos novos fundos de apoio
à educação, entre outras, foram pautas da agenda do movimento popular na área
da educação.
✓ Registre -se ainda os altos índices de evasão escolar. Registre-se
ainda que, a crise econômica e o desemprego levaram centenas de famílias das
camadas médias a procura de vagas nas escolas públicas.
✓ Além de aumentar a demanda, essas famílias estavam acostumadas
a acompanhar o cotidiano das escolas, levando essas práticas para as escolas
públicas, antes bastante fechadas à participação comunitária.
Com isso, as escolas passaram a desempenhar o papel de centros comunitários
pois a falta de verbas, e a busca de solução para novos problemas como a
segurança, a violência entre os jovens e o universo das drogas, levou-as a busca
de parceiros no bairro ou na região, com outros organismos e associações
organizadas.
O MOVIMENTO PELAS CRECHES ( educação infantil), importante nos
anos de 1970, especialmente em São Paulo e em Belo Horizonte, se
institucionalizou bastante nos anos 80. Neste novo milênio o movimento foi recriado
em várias cidades, como em São Paulo, devido à falta de vagas como "Movimento
dos Sem Creche". Isto se explica também porque o acesso à educação infantil do
0-6 anos não foi universalizado na Constituição de 1988, ao contrário do ensino
fundamental. Pesquisas sobre movimentos sociais e lutas por creches foram
realizadas especialmente na década de 1980, durante o processo de
redemocratização do Brasil ( ver GOHN, 1985) mas poucos abordaram esses
movimentos a partir da década de 1990 até o presente.
Outro movimento importante que é o MOVIMENTO DA INFÂNCIA, ele
abrange crianças e adolescentes que vivem em situação de exclusão, usualmente
nas ruas. Inúmeros projetos sociais têm sido desenvolvidos com estas crianças e
adolescentes. Este movimento conta com o apoio de pastorais da Igreja Católica e
o apoio de inúmeros voluntários.
A Educação de Jovens e Adultos - EJA , tem no passado dos movimentos
de Educação Popular criados a partir dos anos 60, sua matriz fundadora, configura-
se na atualidade como um movimento social e tem inúmeros programas. O EJA

406
organiza-se por turmas e possui grande demanda pois é ofertado à noite. No
passado a educação de jovens e adultos focalizava bastante o processo de
alfabetização, e a educação popular também era utilizada como terminologia para
indicar processos de alfabetização em espaços alternativos, com métodos
alternativos ou a pedagogia freiriana, voltada para a educação. Na atualidade, os
processos de certificação curriculares podem e devem ser diferenciados dos
processos de aprendizagem de conteúdos necessários para o dia-a-dia, no eixo da
educação não-formal. O MOVA- Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos
é uma das ações do EJA, que não se limita a categoria dos jovens.
Algumas ações ou movimentos na área da educação foram criados nos
últimos anos do século XX, a exemplo da Campanha Nacional de Direitos da
Educação, mas a maioria foi criada nos primeiros anos do novo século, muitos
deles já no padrão organizativo predominante neste novo século que é o de se
organizar segundo um foco. Assim, negros, índios e outros excluídos articularam o
movimento ao redor da questão das cotas nas universidades levando a criação de
programas como o PROUNI; ou em movimentos específicos de mulheres negras
como o Fala Preta, movimento por escolas dos Quilombolas, movimento por
universidades para negros como a universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares,
criada em 2001 em São Paulo.
Segundo alguns analistas, o multiculturalismo que está por detrás destas
políticas, na Europa está tendo um resultado muito contraditório. De um lado,
afirmou a cultura de minorias, deu dignidade às diferenças. De outro, o
multiculturalismo não levou à integração e sim à segregação. O objetivo inicial, de
promover a tolerância, levou ao seu contrário a intolerância e hostilidade dos grupos
que se agregaram identitariamente. Resta avaliar os resultados destas políticas no
Brasil, aplicadas sem nenhuma mediação em relação às diferenças históricas do
processo brasileiro de construção de sua nação.
O “Compromisso Todos pela Educação” é um outro exemplo dos novos
movimentos sociais na área da educação neste milênio. Ele é uma coalização de
pessoas do mundo empresarial e/ou das elites empresariais tais como G. Gerdau,
J. Roberto Marinho, ou executivos de grandes bancos e personalidades do Terceiro
Setor com destacada atuação no campo da educação como Viviane Senna, Milu
Vilela, Ana Dinis, Norberto Pascoal etc. além do Instituto Ethos, o GIFE, apoio da
Unesco. A proposta é no sentido de fazer da Educação uma ferramenta básica para
o próprio desenvolvimento do país, pressionando o governo para que ela se torne
a principal política pública. A proposta é focalizar a rede pública da escola básica.
Quando o Compromisso foi lançado, cinco metas básicas foram propostas para
serem atingidas, até 2022.
Movimentos sociais já existentes no século XX também se reorganizaram,
a exemplo Campanha Nacional de Direitos da Educação-CNDE, que teve sua
origem em de 1999, no contexto preparatório da Cúpula Mundial de Educação no
Senegal /2000). Na ocasião, um grupo de organizações da sociedade civil brasileira
lançou a Campanha, com a meta de contribuir para a efetivação dos

407
"direitos educacionais garantidos na Constituição, por meio de ampla mobilização
social, de forma a que todos tenham acesso a uma escola pública de qualidade.
3- A PRESENÇA DAS LUTAS PELA EDUCAÇÃO NAS
MANIFESTAÇÕES DE JUNHO DE 2013.
Dentre outros movimentos sociais protagonizados por estudantes, fora das
escolas, destaca-se o MPL- Movimento Passe Livre O MPL foi criado oficialmente
em 2005 em Porto Alegre, mas desde 2003 esteve presente em manifestações
importantes de estudantes em Florianópolis, Salvador etc. Em 2007 ganharam
notoriedade na mídia na questão das tarifas de ônibus (muitos atos se realizavam
dentro próprio veículo-pulavam a catraca). O bilhete único existente em várias
cidades brasileiras foi uma conquista que deve ser atribuída à luta do MPL. É bom
recordar também que a luta pelos transportes públicos também é histórica.
Para não irmos tão longe relembro apenas a luta por transporte (ônibus) ao
final dos anos de 1970, em movimentos sociais populares em bairros da periferia
apoiados pelas CEBS Comunidades Eclesiais de Base. A mobilidade urbana é uma
questão central para o cidadão, para o exercício da cidadania e une todas as
camadas sociais, que sofrem o pesadelo dos deslocamentos diários no trânsito, de
ônibus, carro ou metrô lotado. A insuficiência dos meios de locomoção e a lentidão
das ações governamentais (nunca há verbas, obras quando aprovadas são
adiadas continuamente) é uma das responsáveis pelo ‘desencanto’ com a política
e com os políticos.
Portanto, na realidade, a relação movimento social e educação existe nas
ações práticas de movimentos, organizações e grupos sociais.

408
LEGISLAÇÃO
EXTRAVAGANTE

pág. 1

409
Lei 13.869/2019 – Lei de Abuso de Autoridade

Aspectos Iniciais

Objetivo da criminalização do abuso de autoridade:

- Para que os agentes públicos não se aproveitem dos seus cargos, funções ou até mesmo mandatos eletivos
para constranger ilegalmente os cidadãos, por motivos pessoais, torpe, egoísta e etc, com o objetivo de lesar
a terceiros ou, ainda, para benefício próprio ou de outrem.

1) DOS SUJEITOS DO CRIME

- É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:

• servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;


• membros do Poder Legislativo;
• membros do Poder Executivo;
• membros do Poder Judiciário;
• membros do Ministério Público;
• membros dos tribunais ou conselhos de contas.

DEFINIÇÃO DE AGENTE PÚBLICO:

Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

ALTERAÇÕES IMPORTANTES:
2) Prisão temporária

• O mandado de prisão deverá ter o tempo de duração da prisão temporária, assim como o dia queo
preso será solto.

• Após tendo ocorrido o tempo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia
deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.

Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.

pág. 2

410
2) Interceptação das comunicações telefônicas:

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou


telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial
ou com objetivos não autorizados em lei:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de
conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.

3) Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 227- A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848,

de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores

públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena aplicada

na reincidência.

QUESTÕES

1) De acordo com a lei de abuso de autoridade é considerado sujeito ativo do crime de abuso de
autoridade qualquer agente público, devendo ser servidor público, da administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
Território.

2) Para que os agentes públicos não se aproveitem dos seus cargos, funções ou até mesmo mandatos
eletivos para constranger ilegalmente os cidadãos, por motivos pessoais por exemplo, visando benefício
próprio ou de outrem foi feito a criminalização do abuso de autoridade.

GABARITO:
1) E
2) C

pág. 1

411
Lei 13.869/2019 – Lei de Abuso de Autoridade

Da ação penal

• Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornece elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
retomar a ação como parte principal.

- A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se
esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

Das Penas Restritivas de Direitos

• As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:

- Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

- Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com
a perda dos vencimentos e das vantagens;

→ Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

DOS PRINCIPAIS CRIMES E DAS PENAS:


• Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem
prévia intimação de comparecimento ao juízo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

• Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

pág. 2

412
• Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
de resistência, a:

I- Exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

II- Submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

III- produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.

• Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Questões

1) De acordo com a lei 13.869/2019 os crimes previstos nela são de ação penal pública
condicionada.

2) A Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 3 (seis)


meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens e a prestação de serviços à comunidade
são penas restritivas de direitos previstas na lei de abuso de autoridade, não podendo ser
aplicadas de forma cumulativa.

GABARITO:

1) E
2) E

pág. 1

413
Análise geral para Concursos da Lei 8072, de 1990:

Em 1977, entrou em vigor a Lei nº 6.416, modificando a Parte Geral do Código Penal, principalmente no Título
das Penas.

Ocorre que esta não conseguiu acompanhar a realidade social que existia no Brasil.

A criminalidade vinha num intenso crescimento, onde se aproveitava de uma justiça morosa e de uma lei
liberal.

Desta forma, o Governo Federal viu-se na obrigação de realizar outra reforma, em 1984, cuja finalidade era
criar uma legislação mais repressiva e eficiente. Daí surgiu a famosa Lei dos Crimes Hediondos.

Saliente-se que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XLIII, estabeleceu que os crimes definidos como
hediondos seriam:

➔ Insuscetíveis de fiança, graça ou anistia. Com essa medida, a Carta Magna visou punir os agentes de
crimes considerados mais repugnantes com maior severidade.

A Lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990, em seu parágrafo 1º, classificava como hediondos os seguintes crimes:
"latrocínio (art. 157, parágrafo 3º, in fine),
• extorsão qualificada pela morte (art. 158, parágrafo 2º),
• extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e parágrafos 1º, 2º e 3°),
• estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único),
• atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único),
• epidemia com resultado morte (art. 267, parágrafo 1º), envenenamento de água potável ou de subs-
tância alimentícia ou medicinal,
• qualificado pela morte (art. 270, combinado com o art. 285), todos do Código Penal, e de genocídio
(arts. 1º, 2º e 3º da Lei n° 2.889, de 01-10-56),
• tentados ou consumados".

Perceba que o homicídio havia sido deixado de lado, fora da competência dessa Lei, fato este que indignava
as pessoas.

Houve então uma longa pressão da mídia e da sociedade, que se comoveu com um caso em especial, o
assassinato da atriz Daniela Perez, por ter sido praticado com requintes de crueldade, levou o legislador a
incluir tal delito – homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 2º, inc. I a VII do CP) e o homicídio simples
praticado em atividade típica de grupo de extermínio (art. 121, caput) – no rol dos hediondos.

Assim sendo, em 1994, a Lei dos Crimes Hediondos ganhou nova redação com a promulgação da Lei n°
8.930/94.

Essa nova redação da Lei dos Crimes Hediondos não se limitou a inserir o crime de homicídio no texto anterior,
mas também exclui a conduta do envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal,
qualificada pelo resultado morte do rol dos crimes hediondos.

pág. 2

414
Em 1998, a Lei n° 9.677/98 incluiu na classificação dos delitos considerados hediondos a vulgarmente chamada
"falsificação de remédios". Por se tratar de uma conduta culposa, muitos juristas vêm criticando essa inclusa
na lista dos Crimes Hediondos.

As infrações apenadas com detenção são reservadas para os delitos mais leves. O caráter hediondo atribuído
a tal conduta é um contraditório ao objetivo da Lei nº 8.072/90, que rotula como hediondo os crimes mais
graves e repugnantes, visando uma punição mais severa aos crimes de maior crueldade.

Em 2009, a Lei nº 12.015/09 modificou a Lei de crimes hediondos (inciso V e VI do artigo 1º), como conse-
quência da alteração de alguns crimes no Código Penal. Tais alterações se referem ao estupro, modificando a
indicação do artigo 213, agora com os §§ 1º e 2º, que foram acrescentados pela referida Lei ao Código Penal,
no lugar do antigo parágrafo único. Isso se deve a nova tipificação do crime de estupro, evitando-se, assim,
incongruências. Acrescentou ainda o crime de estupro de vulnerável, inciso VI, indicando o artigo correspon-
dente no Código Penal.

As Leis nº 12.978/2014 e nº 13.142/2015 inseriram àquele rol o favorecimento da prostituição ou de outra


forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º) e a
lesão corporal de natureza gravíssima (art. 129, §2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º), quando
praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.

Por fim, a Lei nº 13.497/2017 incluiu o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito àquele
rol.

DEFINIÇÃO

O Brasil adota o Sistema Legal para definição da hediondez, de modo que cabe ao legislador, no plano abstrato,
selecionar previamente os tipos penais que serão considerados hediondos, quando vierem a ser praticados: O
juiz não tem liberdade alguma para definir a hediondez na apreciação do caso concreto.

A Doutrina (Alberto Toron), por sua vez, sugere que seja inserido na Lei nº 8.072/90 um dispositivo legal que
permita ao juiz afastar a hediondez da infração penal no caso concreto. É a chamada Cláusula Salvatória-.

RESTRIÇÕES CONSTITUCIONAIS

Nos termos do art. 2º, incisos I e II, da Lei 8.072/90, os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança.

Note-se que o texto constitucional - art. 5º, XLIII não prevê expressamente a restrição ao indulto. Diante
disso, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Habeas Corpus nº 81.810/SP, estabeleceu
que a proibição do indulto aos condenados por crimes hediondos é plenamente constitucional, pois decorre
diretamente da norma constitucional, e está contida no termo "graça", que foi empregado pelo legislador
constituinte em seu sentido amplo.

a) ANISTIA: Perdão decorrente do Poder Legislativo por meio de Lei Federal em relação a um determinado

pág. 1

415
fato;

b) GRAÇA: Perdão concedido pelo Presidente da República através de decreto para indivíduo específico;

c) INDULTO: Perdão concedido pelo Presidente da República através de decreto para uma coletividade.

d) FIANÇA: A CF/88 veda a fiança como condição para a concessão da liberdade provisória aos acusados da
prática de crime hediondo ou equiparado, de forma que é possível a obtenção da liberdade provisória, desde
que fixada outra medida cautelar diversa da prisão que não seja a fiança

ROL DE CRIMES HEDIONDOS ATUALIZADO PARA CONCURSOS:

Para efeito de hediondez, o art.1º, caput, equipara as formas consumada e tentada, que conservam a quali-
dade da hediondez, independentemente de a conduta ter se consumado ou não.

Estabelece o art. 1º da Lei 8.072/90:

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)

O crime homicídio doloso simples - art. 121, caput, CP, quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ou homicídio condicionado, como é chamado pela doutrina, é hediondo ainda que cometido por
um só agente. O homicídio qualificado, por sua vez, será hediondo independentemente da qualificadora.

Em razão da ausência de previsão legal, não são considerados hediondos o homicídio simples, que não come-
tido em atividade típica de grupo de extermínio e o homicídio privilegiado - art. 121, caput, e § 1º, código
penal.

I- A lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129,
§ 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de
fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

pág. 3

416
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art.
158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela
Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
(art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de


vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, §
4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no
2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930,
de 1994)

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no
art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. (Redação
dada pela Lei nº 13.497, de 2017)

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluídopela
Lei nº 13.964, de 2019)
pág. 4

417
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. (In-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

AFASTAMENTO DO CARÁTER HEDIONDO DO CRIME DE POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE


FOGO DE USO RESTRITO.

A lei nº 13.964/19 (Anticrime) desmembrou o art. 16, caput, da lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento),
e manteve a mesma pena anteriormente prevista, qual seja: reclusão de 03 a 06 anos, e multa, quando se
tratar de posse ou porte de arma de fogo de USO RESTRITO, munição ou acessório (fuzil, metralhadora, etc),
e criou, no § 2º, do art. 16, da referida lei de armas uma QUALIFICADORA, a qual prevê a pena de reclusão
de 04 a 12 anos, quando as condutas descritas no caput e no § 1º envolverem arma de fogo de USO PROIBIDO.

Ocorre que o art. 2º, inciso III, alínas "a" e "b" do Decreto nº 9.847, de 25 de junho de 2019, estabalece que:

Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

III - arma de fogo de uso proibido:

a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República
Federativa do Brasil seja signatária; ou

b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;

Conclui-se, portanto, a que a Lei Anticrime declarou a hediondez APENAS para as armas de fogo de USO
PROIBIDO - art. 16, § 2º, da Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento).

Em outras palavras, ao desmembrar o dispositivo legal acima mencionado, fazendo distinção entre USO RES-
TRITO e USO PROIBIDO, a posse ou o porte ilegal de arma de fogo de USO RESTRITO DEIXOU DE SER
HEDIONDO POR FALTA DE REFERÊNCIA LEGAL.

Vale consignar que este também é o entendimento adotado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo
em seus enunciados internos.

Trata-se, portanto, neste aspecto de novatio legis in mellius, uma vez que a Lei Anticrime foi benéfica nesse
sentido.

Registre-se que no final do ano de 2017 a posse ou porte de arma de fogo, munição ou acessório de uso
pág. 5

418
restrito havia sido inserida no rol de crimes hediondos, sendo que, posteriormente, a Lei Anticrime veio a fazer
referência tão somente à arma de fogo de USO PROIBIDO.

Em razão disso, podem ser cogitadas duas posições a respeito da hediondez prevista no art. 1º, parágrafo
único, II, da Lei, 8.072/90:

1º Posição - RESTRITIVA: Como o inciso II, do parágrafo único da Lei de Crimes Hediondos nº 8.072/90 faz
referência apenas às armas de fogo de USO PROIBIDO - art. 16, § 2º, lei 10.826/03 - Estatuto do Deserma-
mento, a posse ou o porte ilegal de armas de fogo de USO RESTRITO - art. 16, caput, do mesmo diploma
legal TERIA DEIXADO DE SER CRIME HEDIONDO, de modo que, neste ponto, a Lei Anticrime teria sido bené-
fica, portanto, retroativa.

2º Posição - AMPLIATIVA: Ao se referir GENERICAMENTE ao art. 16 da Lei de Armas, a Lei dos Crimes Hedi-
ondos estaria abrangendo todas as figuras típicas do referido dispositivo legal, de modo que a posse ou o
porte ilegal de arma de fogo de fogo de uso restrito e proibido continuariam sendo consideradas hediondas.

CONCLUSÃO

Como o Brasil adota o SISTEMA LEGAL para definição de crime hediondo, e a Lei Anticrime nº 13.964/19, que
entrou em vigor em 25 de janeiro de 2020, equivocadamente, não fez referência à posse ou ao porte ilegal de
arma de fogo de USO RESTRITO, mas tão somente à posse ou porte ilegal de USO PROIBIDO, a princípio,
tem-se que tais condutas deixaram de ter natureza hedionda, até que sobrevenham decisões dos Tribunais
Superiores em sentido contrário.

Já o Artigo 2º em diante da Lei dos crimes hediondos assim diz:

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança e liberdade provisória.

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado.

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação
dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liber-
dade.

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

pág. 6

419
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente,
observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução
Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de 2018) (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade.

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em


liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Exercícios:

1) A lei dos crimes hediondos nº 8.072/90 possui seu fundamento constitucional no art. 5º, inciso XLIII,
CF/88, o qual estabelece que:
"a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem"

2) A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas


impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.

3) Em caso de sentença condenatória, o membro do Ministério Público decidirá fundamentadamente se o réu


poderá apelar em liberdade.

4) Lei Anticrime declarou a hediondez para todos os crimes de armas de fogo de USO PROIBIDO, PERMITIDO,
dentre outras figuras típicas.

5) Mesmo que no final do ano de 2017 a posse ou porte de arma de fogo, munição ou acessório de uso restrito
tenha sido inserida no rol de crimes hediondos, a Lei Anticrime veio a fazer referência tão somente à arma de
fogo de USO PROIBIDO, com natureza de hediondez.

GABARITO:
1-C
2-C
pág. 7

420
3-E
4-E
5-C

pág. 8

421
Lei nº 9.455/1997 Definição dos Crimes de Tortura

Tortura – Crime
Art. 1º, I, “b” – Constitui crime de tortura constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou me para provocar ação ou omissão de natureza criminosa.

FINALIDADE ESPECÍFICA OU ESPECIAL – para provocar ação ou


omissão de natureza criminosa.

TORTURA PRATICADA COM A FINALIDADE DE PRÁTICA E


CONTRAVENÇÃO PENAL – não configura o crime em análise. Por falta
de previsão legal, bem como por configurar analogia in malan partem,
não configura crime de tortura.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO ou ESPECIAL –


(DOLO ESPECÍFICO) – Ausentes as finalidades, não configura crime de
tortura, podendo caracterizar crime menos grave, como lesão corporal,
ameaça ou constrangimento ilegal.

CONCURSO DE CRIMES – TORTURA (ART. 1°, I, “b”) E O CRIME


PRATICADO PELO COATO (COAGIDO)
TORTURA DISCRIMINATÓRIA ou TORTURA RACIAL

Art. 1º, I, “c” – Constitui crime de tortura constranger alguém com


emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa.
Rol Taxativo
A primeira observação a ser feita diz respeito ao motivo da
discriminação. Convém perceber que o legislador restringiu a

1
422
discriminação racial ou religiosa, não abarcando a hipótese de
discriminação por opção sexual, social, política ou outa qualquer.
A prática de racismo abrange a discriminação contra judeus.
O STF, em 2003, entendeu que a prática de racismo abrange a
discriminação contra judeus, portanto é crime imprescritível e
inafiançável. (Habeas Corpus 82424; julgado em 17 de setembro
de 2003). Transcrevemos parte do HC. Vejamos:
O julgamento do pedido de Habeas Corpus (HC 82424) de
Sigfried Ellwanger, iniciado em dezembro do ano passado, levou
nove meses para ser concluído. O pedido, no entanto, foi negado
em junho, quando a maioria dos ministros entendeu que a
prática de racismo abrange a discriminação contra os
judeus. (grifo nosso)
Tortura-Castigo (Art. 1°, II)
Art. 1°, II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.

Classificação do Crime

NÚCLEO DO TIPO Submeter – Sujeitar alguém a determinado


comportamento, minando sua resistência. Tirar a liberdade e a
independência de; dominar, subjugar, sujeitar. Reduzir à obediência, à
dependência, ou render-se, obedecer às ordens ou vontade de.

➢ SUJEITO ATIVO – Pessoa que detém a guarda, poder ou


autoridade, exigindo-se qualidade especial. Portanto, sujeito ativo
próprio.

➢ SUJEITO PASSIVO – Pessoa que está sob a guarda, poder ou


autoridade de alguém. Portanto, sujeito passivo próprio.

➢ ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, com a finalidade específica de


aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO ou ESPECIAL –


(DOLO ESPECÍFICO)

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423
Tortura-Castigo Art. 1°, II
Art. 1°, II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.

Classificação do Crime

NÚCLEO DO TIPO Submeter – Sujeitar alguém a determinado


comportamento, minando sua resistência. Tirar a liberdade e a
independência de; dominar, subjugar, sujeitar. Reduzir à obediência, à
dependência, ou render-se, obedecer às ordens ou vontade de.

➢ SUJEITO ATIVO – Pessoa que detém a guarda, poder ou


autoridade, exigindo-se qualidade especial. Portanto, sujeito ativo
próprio.

➢ SUJEITO PASSIVO – Pessoa que está sob a guarda, poder ou


autoridade de alguém. Portanto, sujeito passivo próprio.

➢ ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, com a finalidade específica de


aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO ou ESPECIAL –


(DOLO ESPECÍFICO)

Tortura-Castigo e Maus-Tratos
A diferença da tortura para o crime de maus-tratos (Art. 136 do
CP) está exatamente na intensidade do sofrimento da vítima.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

I. A figura do inc. II do artigo 1º, da Lei nº 9.455/97 implica na


existência de vontade livre e consciente do detentor da guarda, do
poder ou da autoridade sobre a vítima de causar sofrimento de
ordem física ou moral, como forma de castigo ou prevenção.
II. O tipo do artigo 136, do Código Penal, por sua vez, se aperfeiçoa
com a simples exposição a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob
sua autoridade, guarda ou vigilância, em razão de excesso nos
meios de correção ou disciplina.

3
424
III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade da conduta
é a repreensão de uma indisciplina, na tortura, o propósito é
causar o padecimento da vítima.
IV. Para a configuração da segunda figura do crime de tortura é
indispensável a prova cabal da intenção deliberada de causar o
sofrimento físico ou moral, desvinculada do objetivo de educação.
V. Evidenciado ter o Tribunal a quo desclassificado a conduta de
tortura para a de maus-tratos por entender pela inexistência
provas capazes a conduzir a certeza do propósito de causar
sofrimento físico ou moral à vítima, inviável a desconstituição da
decisão pela via do recurso especial. (REsp 610.395/SC, Rel.
Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 25.05.2004, DJ
02.08.2004 p. 544).

INTENSO SOFRIMENTO – TORTURA x MAUS-TRATOS

Para configurar a Tortura-Castigo, deverá ser comprovado o


intenso sofrimento físico ou mental. Já no que diz respeito ao delito
de maus-tratos (Art. 136), basta a exposição a perigo da vida ou da
saúde da pessoa.
Outra diferença reside no fato de que o crime de maus-tratos é de perigo
(dolo de perigo); já é o de tortura é classificado como delito de dano (dolo
de dano). Dessa forma, a diferença entre os crimes de tortura e de maus-
tratos deve ser feita no caso concreto.

Tortura ou Tortura Equiparada


Art. 1°, § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.

➢ CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988


Art. 1º A República Federativa do Brasil (...) tem como
fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
Art. 5º – (...)
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.

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425
CÓDIGO PENAL de 1940
Art. 38 – O preso conserva todos os direitos não atingidos pela
perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à
sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI 7.210/84
Art. 1º – A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições
de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a
harmônica integração social do condenado e do internado.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os
direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
Art. 40 – Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade
física e moral dos condenados e dos presos provisórios.

➢ ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, que consiste na vontade livre e


consciente de praticar o crime, ou seja, de impor sofrimento à pessoa
que está presa ou submetida à medida de segurança, por meio de ato
não previsto em lei ou não resultante de medida legal. OBSERVAÇÃO –
FINALIDADE ESPECÍFICA: Aqui não há qualquer finalidade específica,
ou seja, não é exigido para seu aperfeiçoamento o especial fim de agir
por parte do agente, bastando, para a configuração do crime, o dolo de
praticar a conduta descrita no tipo objetivo.

➢ SUJEITO ATIVO – PRÓPRIO OU COMUM? Divergência.
➢ SUJEITO PASSIVO – a pessoa que está presa ou submetida à
medida de segurança. Portanto, sujeito passivo próprio.

➢ CRIME DE TORTURA PELA TORTURA (OU TORTURA
EQUIPARADA) e ABUSO DE AUTORIDADE (ART. 4°, “b”)

Lei 4.898/65 –
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei.
Tortura-Omissiva – Tortura Anômala – Tortura Imprópria –
Tortura Atípica. Art. 1°, § 2º

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o


dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um
a quatro anos.

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426
➢ SUJEITO ATIVO – É crime próprio ou especial. Crime praticado
por funcionário público, especialmente aquele que tem o dever jurídico
de evitar ou apurar o crime de tortura.
➢ CONSUMAÇÃO – O delito se consuma com a mera omissão. Isto
é, consuma-se com a inércia dolosa na apuração da tortura, não se
exigindo qualquer resultado naturalístico.
➢ CRIME FORMAL – Não se exige qualquer resultado naturalístico
para sua consumação, uma vez que se consuma com a mera omissão.
➢ ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, sem finalidade específica.
➢ OMISSÃO CULPOSA – Como não existe participação culposa em
crime doloso, caso o omitente tenha agido culposamente, o fato será
atípico.
➢ PREVARICAÇÃO x TORTURA-OMISSIVA – A principal diferença
entre os dispositivos reside no fato de que a Prevaricação (Art. 319,
CP) tem com fim a satisfação de interesse ou sentimento pessoal. No
delito de tortura, não há essa finalidade específica.

Prevaricação
Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
➢ PRINCÍPIO DO NO BIS IN IDEM – Consiste na repetição (bis) de
uma sanção sobre mesmo fato (in idem). Para evitar o bis in idem, não
se aplica a causa de aumento de pena do Art. 1°, § 4º, I desta lei.
➢ NÃO EQUIPARAÇÃO A HEDIONDO – Por força constitucional
(como já vimos acima) e conforme previsão expressa na Lei 8.072/90
(LCH), o delito de tortura é equiparado a hediondo. No entanto, essa
modalidade não é equiparada a hediondo.

Tortura Qualificada

Art. 1°. § 3º – Se resulta lesão corporal de natureza grave ou


gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta
morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Tortura Qualificada pela Morte

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427
De acordo com a segunda parte do dispositivo legal, qualifica a
tortura se resultar em morte.
Temos, portanto, um crime preterdoloso. Aqui, inicialmente, o
sujeito ativo quer apenas torturar, no entanto, por culpa na conduta
consequente, ele acaba matando a vítima. Dessa forma, temos a
tortura dolosa + morte culposa.

Homicídio Qualificado pela Tortura – Art. 121, § 2º, III

Diferente da tortura qualificada pela morte (dolo + culpa), temos o


homicídio qualificado pela tortura (dolo + dolo). A grande diferença
está no animus necand (intenção de matar). No homicídio qualificado
pela tortura, o sujeito ativo, desde o início, quis a morte. No entanto,
a tortura foi o meio para alcançar seu objetivo.

Concurso Material de Crimes – Tortura + Homicídio

É perfeitamente possível o concurso de crimes entre tortura e


homicídio. Temos, portanto, crime de tortura-prova (Art. 1°, I, “a”) em
concurso com homicídio qualificado pela conexão consequencial (Art.
121, § 2º, V).

Causas de Aumento de Pena – Majorantes

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III – se o crime é cometido mediante sequestro.
EXERCÍCIO
1) De acordo com as decisões recentes do STF aquele indivíduo que foi
condenado por crime de tortura poderá receber indulto.

Gabarito
01 - E

7
428
Lei nº 9.455/1997 (Definição dos Crimes
de Tortura)

Constituição Federal

CF/88, Art. 5°, III – ninguém será submetido a tortura


nem a tratamento desumano ou degradante. (grifo
nosso)
CF/88, Art. 5° – XLIII – a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. .
(grifo nosso)

Tortura no Estatuto da Criança e do


Adolescente. Lei 8.069/90 – ECA

Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua


autoridade, guarda ou vigilância a tortura: (Revogado
pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997)

Tortura na Lei dos Crimes Hediondos .Lei


8.072/90 – LCH
Mandado Constitucional de Criminalização
Art. 5° – XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os

429
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
(grifo nosso)

Lei dos Crimes Hediondos – Equiparação da


Tortura a Crime Hediondo

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o


tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terro-
rismo são insuscetíveis de:
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança.
Tortura no Contexto Internacional e no Brasil
Internacional
CRIME PRÓPRIO Conceito: A Convenção contra a tortura e
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes traz o
conceito de tortura em seu artigo 1°.Trata-se de um conceito amplo e
abrangente.
Convenção contra a tortura e outros
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degra-
dantes – Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia
Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1984.

Artigo 1: Para os fins desta Convenção, o termo tortura


designa qualquer ato pelo qual uma violenta dor ou
sofrimento, físico ou mental, é infligido
intencionalmente a uma pessoa, com o fim de se obter
dela ou de uma terceira pessoa informações ou
confissão; de puni-la por um ato que ela ou uma terceira
pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter
cometido; de intimidar ou coagir ela ou uma terceira
pessoa; ou por qualquer razão baseada em
discriminação de qualquer espécie, quando tal dor ou
sofrimento é imposto por um funcionário público ou por
outra pessoa atuando no exercício de funções públicas,
ou ainda por instigação dele ou com o seu consentimento
ou aquiescência. Não se considerará como tortura as
dores ou sofrimentos que sejam consequência, inerentes
ou decorrentes de sanções legítimas.

430
CRIME IMPRESCRITÍVEL ESTATUTO DE ROMA DO
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL: O Artigo 7 prevê os
crimes contra a humanidade, dentre eles o crime de
tortura.
Crimes contra a Humanidade

Para os fins do presente Estatuto, entende-se por crime


contra a humanidade qualquer um dos seguintes atos
quando praticados como parte de um ataque generalizado
ou sistemático contra uma população civil e com
conhecimento de tal ataque: (...)
– Tortura
O Artigo 29 traz a previsão da Imprescritibilidade.
Os crimes sob a jurisdição do Tribunal não prescrevem.
Nacional – Brasil
CRIME COMUM

Porém, no Brasil, o crime de tortura destoou da tortura


dos Tratados Internacionais, tratando o delito como crime
comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.Dessa
forma, não se exige a qualidade de representante estatal.

PRESCRITÍVEL

A Constituição Federal de 1988, em seu Art.5°, incisos


XLII e XLIV, apenas dois crimes como imprescritíveis –
Racismo e ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Vejamos:
CF/88 – Art. 5°XLII – a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena
de reclusão, nos termos da lei;
XLIV – constitui crime inafiançável e
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático. (grifo nosso)

431
Generalidades Aplicadas ao Art. 1°, Inciso I,
“A”, “B” e “C”
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa.

NÚCLEO DO TIPO – “Constranger” – o verbo


constranger significa obrigar alguém a fazer algo contra sua
vontade, retirando sua liberdade de autodeterminação.

➢ MEIOS DE EXECUÇÃO violência – Ex.: choque,


queimadura, breve afogamento.
➢ grave ameaça – ameaça de mal injusto, grave e
verossímil.

➢ OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO – integridade física e


mental da pessoa; bem como a dignidade da pessoa
humana.

➢ SUJEITO PASSIVO – é a pessoa que suporta o


sofrimento
➢ SUJEITO ATIVO – sujeito ativo comum.

432
ELEMENTO SUBJETIVO – dolo; não admite a
modalidade culposa.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO


ou ESPECIAL – (DOLO ESPECÍFICO) – ausentes as
finalidades, não configura crime de tortura, podendo
caracterizar crime menos grave, como lesão corporal,
ameaça ou constrangimento ilegal.

CONSUMAÇÃO – consuma-se no momento em que


são empregados a violência ou grave ameaça, isto é, no
momento em que o agente constrange, efetivamente, a
vítima, embora não consiga alcançar o resultado
pretendido.

CRIME FORMAL – não há necessidade da obtenção


do resultado naturalístico.

DESNECESSIDADE DA OBTENÇÃO DO RESULTADO


– é dispensável que o agente alcance sua finalidade, pois se
trata de um crime formal.

TENTATIVA – é possível, uma vez que se trata de


crime plurissubsistente, podendo os atos serem
fracionados.

CRIME DE MÁXIMO POTENCIAL OFENSIVO – são


aqueles para os quais a Constituição exigiu um tratamento
diferenciado.São eles: tráfico, terrorismo, tortura e os
definidos como hediondos.Dessa forma, não se aplicam os
institutos da Lei 9.099/95, como transação penal;
suspensão condicional do processo; rito sumaríssimo.

433
SOFRIMENTO FÍSICO E MENTAL
SIMULTANEAMENTE.

Tortura-Confissão – Tortura-Prova – Tortura


Probatória
Art. 1º, I, “a” – Constitui crime de tortura constranger
alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico oumental com o fim de
obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa.

FINALIDADE ESPECÍFICA OU ESPECIAL – obter


informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa.

NATUREZA DA INFORMAÇÃO – não há necessidade de


ser natureza criminal. Poderá ser de natureza comercial ou
amorosa, por exemplo.

EXERCÍCIO

1) Um agente de policia foi condenado a seis anos de


reclusão pela prática de tortura contra preso que estava
sobre sua autoridade. Nesse caso o policial condenado deve
perder o seu cargo e durante 12 anos ser-lhe-á vedado
exercer cargos e funções públicas.

Gabarito

01 - C

434
Lei n° 8.069/1990 (Estatuto da Criança
e do Adolescente).

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente


de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer
à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta
médica, declaração de nascimento, onde constem as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

a) Sujeito Ativo – o delito em comento tem como sujeito


ativo o sujeito encarregado do serviço ou o dirigente de
estabelecimento que tinha a função, mas deixa de cumprir
as obrigações previstos no art. 10 do Estatuto da Criança e
do Adolescente, violando assim o seu dever de agir.

Obs. Não é qualquer encarregado, mas aquele que tem o


dever de cumprir as obrigações.

b) Sujeito Passivo – a criança.


c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente
deixa de fazer uma ação que deveria.
d) Consumação – consuma-se com a mera omissão do
agente, pois se trata de crime omissivo próprio.
e) Modalidade culposa – em seu paragrafo único, o
legislador trouxe a previsão da modalidade culposa do
delito. Nessa situação, a pena é menor em decorrência da
menor reprovabilidade da conduta.

435
Troca e bebês e descumprimento do art. 10 do
Estatuto da Criança e do Adolescente

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de


estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

a) Sujeito Ativo – trata-se de crime próprio, de forma que,


o sujeito ativo somente pode ser o médico, enfermeiro ou
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante. Contudo, não é qualquer médico, enfermeiro ou
dirigente, mas aquele que tem, no caso específico, o dever
de identificar corretamente o neonato e o parturiente.

b) Sujeito Passivo – a criança e a parturiente.


c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente
deixa de fazer uma ação que deveria. In casu, o agente
deixa de identificar corretamente o neonato e a parturiente,
por ocasião do parto ou ainda, deixa de proceder os
exames previstos no art. 10, violando assim o seu dever de
agir.
d) Conduta – com o tipo penal em estudo, o legislador
buscou evitar a chamada troca de bebês. Além disso,
criminalizou a conduta de não realização dos exames
contidos ao teor do art. 10, III, do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
e) Consumação – consuma-se com a mera omissão do
agente, trata-se de crime omissivo próprio.
f) Modalidade culposa – assim como fez com o tipo penal
do art. 228, o tipo penal em estudo previu a modalidade
culposa

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua


liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em

436
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da
autoridade judiciária competente:
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede
à apreensão sem observância das formalidades legais.

a) Sujeito Ativo – qualquer pessoa.


b) Sujeito Passivo – a criança ou o adolescente.
c) Crime omissivo – trata-se de crime omissivo, o agente
deixa de fazer uma ação que deveria.
d) Conduta – o delito pune a conduta de privar a liberdade
da criança ou do adolescente sem que exista situação de
flagrância ou ainda, ordem escrita fundamenta autorizando
a medida.

O tipo penal em comento busca proteger a norma prevista


no art. 106 do ECA. Vejamos:
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação
dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
informado acerca de seus direitos.
e) Consumação – consuma-se com a efetiva privação da
liberdade do menor. Trata-se de crime material.
e) Principio da especialidade – o tipo penal em comento
é especial em relação ao crime previsto na lei de abuso de
autoridade. Nesse sentido, preleciona Gabriel Habib
Crimes Ligados aos Procedimentos
Apuracao do Ato Infracional
Art. 230. Privar a crianca ou o adolescente de sua
liberdade, procedendo a sua apreensao sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem
escrita da autoridade judiciaria competente:
Pena - detencao de seis meses a dois anos.
Paragrafo unico. Incide na mesma pena aquele que
procede a apreensao sem observancia das formalidades
legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsavel
pela apreensao de crianca ou adolescente de fazer
imediata comunicacao a autoridade judiciaria competente
3

437
e a familia do apreendido ou a pessoa por
ele indicada:
Pena - detencao de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter crianca ou adolescente sob sua
autoridade, guarda ou vigilancia a vexame ou a
constrangimento:
Pena - detencao de seis meses a dois anos.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
causa, de ordenar a imediata liberacao de crianca ou
adolescente, tao logo tenha conhecimento da ilegalidade
da apreensao:

Pena - detencao de seis meses a dois anos.


Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado
nesta Lei em beneficio de adolescente privado de
liberdade:
Pena - detencao de seis meses a dois anos.

Crime que Dificulta Acao Judiciaria, do


Conselho Tutelar e Ministerio Publico

Art. 236. Impedir ou embaracar a acao de autoridade


judiciaria, membro do Conselho Tutelar ou representante
do Ministerio Publico no exercicio de funcao prevista
nesta Lei:

Pena - detencao de seis meses a dois anos.

Vinculados a Colocacao Irregular


em Familia Substituta

Art. 237. Subtrair crianca ou adolescente ao poder de


quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
judicial, com o fim de colocacao em lar substituto:

Pena - reclusao de dois a seis anos, e multa.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou


pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:

Pena - reclusao de um a quatro anos, e multa.

438
Paragrafo unico. Incide nas mesmas penas quem oferece
ou efetiva a paga ou recompensa.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivacao de ato


destinado ao envio de crianca ou adolescente para o
exterior com inobservancia das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena - reclusao de quatro a seis anos, e multa.

Paragrafo unico. Se ha emprego de violencia, grave


ameaca ou fraude:

Pena - reclusao, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, alem da


pena correspondente a violencia.

439
Lei n° 8.069/1990 (Estatuto da Criança
e do Adolescente).

Crimes Diversos

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar


ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explicito
ou pornografica, envolvendo crianca ou adolescente:
Pena - reclusao, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
participacao de crianca ou adolescente nas cenas referidas
no caput deste artigo, ou ainda quem com esses
contracena.

§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terco) se o agente


comete o crime

I. No exercicio de cargo ou funcao publica ou a pretexto


de exerce-la;
II. Prevalecendo-se de relacoes domesticas, de
coabitacao ou de hospitalidade; ou
III. Prevalecendo-se de relacoes de parentesco
consanguineo
ou afim ate o terceiro grau, ou por adocao,
de tutor, curador, preceptor, empregador da
vitima ou de quem, a qualquer outro titulo, tenha
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

Art. 241. Vender ou expor a venda fotografia, video ou


outro registro que contenha cena de sexo explicito ou
pornografica envolvendo crianca ou adolescente:

Pena - reclusao, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.


Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,

440
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
por meio de sistema de informatica ou telematico,
fotografia, video ou outro registro que contenha
cena de sexo explicito ou pornografica envolvendo
crianca ou adolescente:

Pena - reclusao, de 3 (tres) a 6 (seis) anos, e multa.


§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I. Assegura os meios ou servicos para o armazenamento
das fotografias, cenas ou imagens de que
trata o caput deste artigo;
II. Assegura, por qualquer meio, o acesso por rede
de computadores as fotografias, cenas ou imagens
de que trata o caput deste artigo.
§ 2o o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o
deste artigo sao puniveis quando o responsavel legal
pela prestacao do servico, oficialmente notificado, deixa
de desabilitar o acesso ao conteudo ilicito de que
trata o caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
meio, fotografia, video ou outra forma de registro
que contenha cena de sexo explicito ou pornografica
envolvendo crianca ou adolescente:
Pena - reclusao, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o A pena e diminuida de 1 (um) a 2/3 (dois tercos)
se de pequena quantidade o material a que se refere o
caput deste artigo.
§ 2o Nao ha crime se a posse ou o armazenamento tem
a finalidade de comunicar as autoridades competentes a
ocorrencia das condutas descritas nos Arts. 240, 241, 241-
A e 241-C desta Lei, quando a comunicacao for feita por:
I. Agente publico no exercicio de suas funcoes;
II. Membro de entidade, legalmente constituida,
que inclua, entre suas finalidades institucionais,
o recebimento, o processamento e o encaminhamento
de noticia dos crimes referidos neste paragrafo;
III. Representante legal e funcionarios responsaveis
de provedor de acesso ou servico prestado por
meio de rede de computadores, ate o recebimento
do material relativo a noticia feita a autoridade policial,
ao Ministerio Publico ou ao Poder Judiciario.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverao
2

441
manter sob sigilo o material ilicito referido.
Art. 241-C. Simular a participacao de crianca ou
adolescente
em cena de sexo explicito ou pornografica por
meio de adulteracao, montagem ou modificacao de
fotografia, video ou qualquer outra forma de representacao
visual:
Pena - reclusao, de 1 (um) a 3 (tres) anos, e multa.
Paragrafo unico. Incorre nas mesmas penas quem
vende, expoe a venda, disponibiliza, distribui, publica
ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
o material produzido na forma do caput deste
artigo.
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger,
por qualquer meio de comunicacao, crianca, com o fim
de com ela praticar ato libidinoso:
Pena - reclusao, de 1 (um) a 3 (tres) anos, e multa.
Paragrafo unico. Nas mesmas penas incorre quem:
I. Facilita ou induz o acesso a crianca de material
contendo cena de sexo explicito ou pornografica
com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II. Pratica as condutas descritas no caput deste artigo
com o fim de induzir crianca a se exibir de forma
pornografica ou sexualmente explicita.
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei,
a expressao “cena de sexo explicito ou pornografica”
compreende qualquer situacao que envolva crianca ou
adolescente em atividades sexuais explicitas, reais ou
simuladas,
ou exibicao dos orgaos genitais de uma crianca
ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a crianca ou adolescente
arma, municao ou explosivo:
Pena - reclusao, de 3 (tres) a 6 (seis) anos.
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente,
ministrar
ou entregar, de qualquer forma, a crianca ou adolescente,
sem justa causa, produtos cujos componentes
possam causar dependencia fisica ou psiquica, ainda
que por utilizacao indevida:
Pena - detencao de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,

442
se o fato nao constitui crime mais grave.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a crianca ou adolescente
fogos de estampido ou de artificio, exceto aqueles
que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de
provocar qualquer dano fisico em caso de utilizacao
indevida:
Pena - detencao de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter crianca ou adolescente, como
tais definidos no caput do Art. 2o desta Lei, a prostituicao
ou a exploracao sexual:
Pena - reclusao de quatro a dez anos, e multa.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietario, o gerente
ou o responsavel pelo local em que se verifique a
submissao de crianca ou adolescente as praticas referidas
no caput deste artigo.
§ 2o Constitui efeito obrigatorio da condenacao a cassacao
da licenca de localizacao e de funcionamento do
estabelecimento.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupcao de menor
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infracao
penal ou induzindo-o a pratica-la:
Pena - reclusao, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
de quaisquer meios eletronicos, inclusive salas de bate-
papo da internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo sao
aumentadas
de um terco no caso de a infracao cometida
ou induzida estar incluida no rol do Art. 1o da Lei no
8.072, de 25 de julho de 1990.
Das Infracoes Administrativas
As infracoes tem natureza administrativa como
consequencia
de violacao dos direitos da crianca e adolescente, punivel
com multa.
Sao as infracoes:
Art. 245. Deixar o medico, professor ou responsavel por
estabelecimento de atencao a saude e de ensino
fundamental,
pre-escola ou creche, de comunicar a autoridade
4

443
competente os casos de que tenha conhecimento,
envolvendo
suspeita ou confirmacao de maus-tratos contra
crianca ou adolescente:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
aplicando-
se o dobro em caso de reincidencia.
Art. 246. Impedir o responsavel ou funcionario de entidade
de atendimento o exercicio dos direitos constantes
nos incisos II, III, VII, VIII e XI do Art. 124 desta Lei:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
aplicando-
se o dobro em caso de reincidencia.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorizacao
devida, por qualquer meio de comunicacao, nome,
ato ou documento de procedimento policial, administrativo
ou judicial relativo a crianca ou adolescente a
que se atribua ato infracional:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
aplicando-
se o dobro em caso de reincidencia.
§ 1o Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
parcialmente,
fotografia de crianca ou adolescente envolvido
em ato infracional, ou qualquer ilustracao que lhe
diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuidos,
de forma a permitir sua identificacao, direta ou
indiretamente.
§ 2o Se o fato for praticado por orgao de imprensa ou
emissora de radio ou televisao, alem da pena prevista
neste artigo, a autoridade judiciaria podera determinar
a apreensao da publicacao ou a suspensao da programacao
da emissora ate por dois dias, bem como da publicacao
do periodico ate por dois numeros. (Expressao
declara inconstitucional pela ADIN 869-2).
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietario, o gerente
ou o responsavel pelo local em que se verifique a
submissao de crianca ou adolescente as praticas referidas
no caput deste artigo.
§ 2o Constitui efeito obrigatorio da condenacao a cassacao
da licenca de localizacao e de funcionamento do
estabelecimento.
5

444
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupcao de menor
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infracao
penal ou induzindo-o a pratica-la:
Pena - reclusao, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
de quaisquer meios eletronicos, inclusive salas de bate-
papo da internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo sao
aumentadas
de um terco no caso de a infracao cometida
ou induzida estar incluida no rol do Art. 1o da Lei no
8.072, de 25 de julho de 1990.
Das Infracoes Administrativas
As infracoes tem natureza administrativa como
consequencia
de violacao dos direitos da crianca e adolescente, punivel
com multa.
Sao as infracoes:
Art. 245. Deixar o medico, professor ou responsavel por
estabelecimento de atencao a saude e de ensino
fundamental,
pre-escola ou creche, de comunicar a autoridade
competente os casos de que tenha conhecimento,
envolvendo
suspeita ou confirmacao de maus-tratos contra
crianca ou adolescente:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
aplicando-
se o dobro em caso de reincidencia.
Art. 246. Impedir o responsavel ou funcionario de entidade
de atendimento o exercicio dos direitos constantes
nos incisos II, III, VII, VIII e XI do Art. 124 desta Lei:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
aplicando-
se o dobro em caso de reincidencia.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorizacao
devida, por qualquer meio de comunicacao, nome,
ato ou documento de procedimento policial, administrativo
ou judicial relativo a crianca ou adolescente a
que se atribua ato infracional:

445
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
aplicando-
se o dobro em caso de reincidencia.
§ 1o Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
parcialmente,
fotografia de crianca ou adolescente envolvido
em ato infracional, ou qualquer ilustracao que lhe
diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuidos,
de forma a permitir sua identificacao, direta ou
indiretamente.
§ 2o Se o fato for praticado por orgao de imprensa ou
emissora de radio ou televisao, alem da pena prevista
neste artigo, a autoridade judiciaria podera determinar
a apreensao da publicacao ou a suspensao da programacao
da emissora ate por dois dias, bem como da publicacao
do periodico ate por dois numeros. (Expressao
declara inconstitucional pela ADIN 869-2).
do espetaculo ou o fechamento do estabelecimento
por ate quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a crianca ou adolescente fita
de programacao em video, em desacordo com a
classificacao
atribuida pelo orgao competente:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia; em
caso de reincidencia, a autoridade judiciaria podera
determinar o fechamento do estabelecimento por ate
quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigacao constante dos Arts. 78
e 79 desta Lei:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia,
duplicando-
se a pena em caso de reincidencia, sem prejuizo
de apreensao da revista ou publicacao.
Art. 258. Deixar o responsavel pelo estabelecimento ou
o empresario de observar o que dispoe esta Lei sobre o
acesso de crianca ou adolescente aos locais de diversao,
ou sobre sua participacao no espetaculo:
Pena - multa de tres a vinte salarios de referencia; em
caso de reincidencia, a autoridade judiciaria podera
determinar o fechamento do estabelecimento por ate
quinze dias.

446
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de
providenciar
a instalacao e operacionalizacao dos cadastros
previstos no Art. 50 e no § 11 do Art. 101 desta Lei:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
(tres mil reais).
Paragrafo unico. Incorre nas mesmas penas a autoridade
que deixa de efetuar o cadastramento de criancas
e de adolescentes em condicoes de serem adotadas, de
pessoas ou casais habilitados a adocao e de criancas e
adolescentes em regime de acolhimento institucional
ou familiar.
Art. 258-B. Deixar o medico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atencao a saude de gestante de
efetuar
imediato encaminhamento a autoridade judiciaria
de caso de que tenha conhecimento de mae ou gestante
interessada em entregar seu filho para adocao:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
(tres mil reais).
Paragrafo unico. Incorre na mesma pena o funcionario
de programa oficial ou comunitario destinado a
garantia do direito a convivencia familiar que deixa de
efetuar a comunicacao referida no caput deste artigo.

EXERCÍCIO

1) A configuração do crime de venda ou fornecimento de


fogos de estampido ou de artifício a criança ou adolescente
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se
tratar de delito formal.

2) Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro


registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena –
reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

447
Gabarito
01 – C
02 - C

448
DA PREVENÇÃO

É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. (art.
70)
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de
políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações
(art.71):

A PROMOÇÃO DE CAMPANHAS EDUCATIVAS PERMANENTES PARA A DIVULGAÇÃO DO DIREITO DA


CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE SEREM EDUCADOS E CUIDADOS SEM O USO DE CASTIGO FÍSICO OU TE
TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE E DOS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS;
A INTEGRAÇÃO COM OS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO, DO MP, E DA DP, COM O CONSELHO
TUTELAR, COM O CONSELHO DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E COM AS ENTIDADES NÃO
GOVERNAMENTAIS QUE ATUAM NA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE;
A FORMAÇÃO CONTINUADA E A CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL E DOS DEMAIS AGENTES QUE ATUAM NA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DOS
DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A INCLUSÃO, NAS POLÍTICAS PÚBLICAS, DE AÇÕES QUE VISEM A GARANTIR OS SEUS DIREITOS
A PROMOÇÃO DE ESPAÇOS INTERSETORIAIS LOCAIS PARA ARTICULAÇÃO DE AÇÕES E A
ELABORAÇÃO DE PLANOS DE ATUAÇÃO CONJUNTA FOCADOS NAS FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA.

A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos
e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. (Art. 71)
A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica (Art.
73).

DA PREVENÇÃO ESPECIAL

Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à
sua faixa etária. (Art. 75)
OBS: As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou
exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas
de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação
atribuída pelo órgão competente (Art. 77)
Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas
de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a
entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público (Art. 80)

pág. 1

449
PRODUTOS E SERVIÇOS

É proibida a venda a criança ou adolescente de (art. 81):

ARMA, MUNIÇÃO, EXPLOSIVO;


BEBIDAS ALCOÓLICAS;
PRODUTOS CUJOS COMPONENTES POSSAM CAUSAR DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA AINDA QUE POR
UTILIZAÇÃO INDEVIDA;
FOGOS DE ESTAMPIDO E DE ARTIFÍCIO, EXCETO AQUELES QUE PELO SEU REDUZIDO POTENCIAL SEJAM
INCAPAZES DE PROVOCAR QUALQUER DANO FÍSICO EM CASO DE UTILIZAÇÃO INDEVIDA;
REVISTAS E PUBLICAÇÕES COM CONTEÚDO IMPRÓPRIO;
BILHETES LOTÉRICOS E EQUIVALENTES;

OBS: É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
salvo - autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

AUTORIZAÇÃO PRA VIAJAR

Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 anos poderá viajar para fora da comarca onde reside
desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial (art. 83) – Lei 13.812/2019
A autorização não será exigida quando:

COMARCA CONTÍGUA A DA RESIDÊNCIA DA CRIANÇA OU DO ADOLESCENTE MENOR DE 16 ANOS SE NA


MESMA UNIDADE DA FEDERAÇÃO, OU INCLUÍDA NA MESMA REGIÃO METROPOLITANA;
A CRIANÇA OU ADOLESCENTE MENOR DE 16 ANOS QUE ESTIVER ACOMPANHADO:
ASCENDENTE OU COLATERAL MAIOR, ATÉ O 3º GRAU – COMPROVADO DOCUMENTALMENTE O
PARENTESCO;
PESSOA MAIOR, EXPRESSAMENTE AUTORIZADA PELO PAI, MÃE OU RESPONSÁVEL.

A autoridade judicial poderá conceder autorização válida por 2 anos, a pedido dos pais.

Autorização será dispensável se a viagem for para o exterior, e a criança ou adolescente (art. 84):

ESTIVER ACOMPANHADA DE AMBOS OS PAIS OU RESPONSÁVEL;


VIAJAR NA COMPANHIA DE UM DOS PAIS, AUTORIZADO EXPRESSAMENTE PELO OUTRO ATRAVÉS DE
DOCUMENTO COM FIRMA RECONHECIDA.

01 - Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) foi alterado no sentido de
determinar que, assim como as crianças, adolescentes, até determinada idade, não podem viajar para fora da
comarca onde residem desacompanhados dos pais ou responsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme
esse dispositivo legal em vigor, a idade mínima a partir da qual adolescentes podem realizar viagem interestadual
desacompanhados dos pais ou responsáveis e sem autorização judicial é de

A) doze anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoito anos.
B) doze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre dez e quatorze anos.
C) quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e vinte e um
anos.
D) dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e vinte e um
anos.
pág. 1

450
E) dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoito anos.

02 - Em relação às regras de autorização para viagem de crianças e adolescentes estabelecidas no ECA (Lei Nº
8.069/1990), assinale a alternativa CORRETA.

A) A autorização judicial será exigida se a criança estiver acompanhada de pessoa maior, mesmo que expressamente
autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
B) Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização judicial é dispensável se a criança ou o adolescente viajar na
companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro por meio de documento com firma reconhecida.
C) É dispensável a autorização judicial para a criança ou adolescente nascido em território nacional que estiver de
saída do país em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
D) Será exigida autorização judicial quando se tratar de comarca contigua à da residência da criança, se na mesma
unidade da federação, ou incluída na mesma região metropolitana.

03 - De acordo com a Lei n. 8.069/1990, a autorização para viajar não será exigida quando: tratar-se de comarca
contigua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; e a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos
estiver acompanhado: de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o
parentesco; e de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – B
03 – C

pág. 1

451
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

As medidas de proteção a criança e ao adolescente serão aplicadas sempre que os direitos previstos neste
estatuto forem violados ou ameaçados:

POR AÇÃO OU OMISSÃO DA SOCIEDADE OU DO ESTADO;


POR FALTA, OMISSÃO OU ABUSO DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS;
EM RAZÃO DE SUA CONDUTA.

MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO


As medidas específicas de proteção poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa, bem como
substituídas - art. 99 .
Serão aplicadas levando em consideração as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fornecimento dos vínculos familiares e comunitários - art. 100.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A APLICAÇÃO DAS MEDIDAS:

CONDIÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMO SUJEITOS DE DIREITOS;


PROTEÇÃO INTEGRAL E PRIORITÁRIA;
RESPONSABILIDADE PRIMÁRIA E SOLIDÁRIA DO PODER PÚBLICO;
INTERESSE SUPERIOR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;
PRIVACIDADE;
INTERVENÇÃO PRECOCE;
INTERVENÇÃO MÍNIMA;
PROPORCIONALIDADE E ATUALIDADE;
RESPONSABILIDADE PARENTAL;
PREVALÊNCIA DA FAMÍLIA;
OBRIGATORIEDADE DE INFORMAÇÃO;
OITIVA OBRIGATÓRIA E PARTICIPAÇÃO.

Se for verificada que os direitos da criança ou do adolescente foram violados ou sofreram ameaça de violação,
a autoridade competente poderá determinar, dentre outras medias – art.101:

ENCAMINHAMENTO AOS PAIS OU RESPONSÁVEL MEDIANTE TERMO DE RESPONSABILIDADE;


ORIENTAÇÃO, APOIO E ACOMPANHAMENTO TEMPORÁRIO;
MATRÍCULA E FREQUÊNCIA OBRIGATÓRIA EM ESTABELECIMENTO OFICIAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL;
INCLUSÃO EM SERVIÇOS E PROGRAMAS OFICIAIS OU COMUNITÁRIOS DE PROTEÇÃO, APOIO E
PROMOÇÃO DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;
REQUISIÇÃO DE TRATAMENTO MÉDICO, PSICOLÓGICO OU PSIQUIÁTRICO, EM REGIME HOSPITALAR
OU AMBULATORIAL;
INCLUSÃO EM PROGRAMA OFICIAL OU COMUNITÁRIO DE AUXÍLIO, ORIENTAÇÃO E TRATAMENTO A
ALCOÓLATRAS E TOXICÔMANOS;

pág. 1

452
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL; (medida excepcional e provisória)
INCLUSÃO EM PROGRAMA DE ACOLHIMENTO FAMILIAR; (medida excepcional e provisória)
COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA.

Quando houver abuso ou violência sexual, sem prejuízo de outras medias emergenciais, o afastamento da
criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial
contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (§2º)

Crianças e adolescentes poderão ser encaminhados a instituições que executam programas de acolhimento
institucional???
SIM!!! Mas somente por meio de uma Guia de Acompanhamento, expedida pela autoridade judiciária, na qual,
obrigatoriamente conterá, dentre outros:

SUA IDENTIFICAÇÃO E A QUALIFICAÇÃO COMPLETA DE SEUS PAIS OU RESPONSÁVEIS (SE


CONHECIDOS);
O ENDEREÇO DE RESIDÊNCIA DOS PAIS OU RESPONSÁVEL, COM PONTOS DE REFERÊNCIA;
OS NOMES DE PARENTES OU DE TERCEIROS INTERESSADOS EM TÊ-LOS SOB SUA GUARDA;
OS MOTIVOS DE RETIRADA OU NÃO DA REINTEGRAÇÃO AO CONVÍVIO FAMILIAR.

PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO: Imediatamente após o acolhimento da criança e do adolescente, a entidade


responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento,
que levará e, consideração a opinião da criança ou adolescente e a oitiva dos pais ou responsável.
Contarão no plano individual, detre outros:

OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO INTERDISCIPLINAR;


O COMPROMISSO ASSUMIDO PELOS PAIS OU RESPONSÁVEL;
A PREVISÃO DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS COM A CRIANÇA OU COM O ADOLESCENTE
ACOLHIDOS E SEUS PAIS OU RESPONSÁVEL, COM VISTA NA REINTEGRAÇÃO FAMILIAR OU, CASO SEJA
ESTA VEDADA POR EXPRESSA DETERMINAÇÃO JUDICIAL, AS PROVIDENCIAS A SEREM TOMADAS PARA A
SUA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA, SOB DIRETA SUPERVISÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA.

01 - O afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar para proteção, quando vítimas de abuso sexual, é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração do pedido:
A) da família substituta.
B) do Conselho Tutelar
C) do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
D) do Ministério público e do Conselho de Direitos.

02 - A Lei n° 8.069/90 estabelece as medidas socioeducativas aplicáveis ao autor de ato infracional. Fixa também as
garantias individuais, entre as quais: a apreensão somente em flagrante, o recolhimento mediante ordem judicial
fundamentada, a internação provisória e o direito ao devido processo legal. Conforme define o artigo 105 do ECA, à
conduta descrita como crime ou contravenção penal, ou seja, ao ato infracional, praticado por criança, corresponderá
a aplicação das medidas de proteção, entre elas:
A) liberdade assistida.

pág. 1

453
B) orientação, apoio e acompanhamento temporários.
C) advertência e responsabilização dos pais.
D) obrigação de reparar o dano.

03 - As medidas de proteção, assim como as medidas socioeducativas, podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – B
03 – C

pág. 1

454
DAS MEDIAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS E DO CONSELHO
TUTELAR

DAS MEDIAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS

São medidas aplicadas aos pais ou responsáveis – art. 129:

☠ ENCAMINHAMENTO A SERVIÇOS E PROGRAMAS OFICIAIS OU COMUNITÁRIOS DE


PROTEÇÃO, APOIO E FORMAÇÃO DA FAMÍLIA;
☠ INCLUSÃO EM PROGRAMA OFICIAL OU COMUNITÁRIO DE AUXÍLIO, ORIENTAÇÃO E
TRATAMENTO A ALCOÓLATRAS E TOXICÔMANOS;
☠ ENCAMINHAMENTO A TRATAMENTO PSICOLÓGICO OU PSIQUIÁTRICO;
☠ ENCAMINHAMENTO A TRATAMENTO PSICOLÓGICO OU PSIQUIÁTRICO;
☠ ENCAMINHAMENTO A CURSOS OU PROGRAMAS DE ORIENTAÇÃO;
☠ OBRIGAÇÃO DE MATRICULAR O FILHO OU PUPILO E ACOMPANHAR SUA FREQUÊNCIA E
APROVEITAMENTO ESCOLAR;
☠ OBRIGAÇÃO DE ENCAMINHAR A CRIANÇA OU ADOLESCENTE A TRATAMENTO
ESPECIALIZADO;
☠ ADVERTÊNCIA;
☠ PERDA DA GUARDA;
☠ DESTITUIÇÃO DE TUTELA;
☠ SUSPENSÃO OU DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR.

Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável,
a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia
comum.
Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança
ou o adolescente dependente do agressor.

CONSELHO TUTELAR

O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Em cada Município e em casa Região Administrativa do DF, haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
escolha - Lei nº 13.824, de 2019
Para candidatar-se como membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:

☠ RECONHECIDA A IDONEIDADE MORAL;

pág. 1

455
☠ IDADE SUPERIOR A 21 ANOS;
☠ RESIDIR NO MUNICÍPIO.

Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento


do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
direito a:

☠ COBERTURA PREVIDENCIÁRIA;
☠ GOZO DE FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS, ACRECIDAS DE 1/3 DO VALOR DA
REMUNERAÇÃO MENSAL;
☠ LICENÇA MATERNIDADE;
☠ LICENÇA PATERNIDADE;
☠ GRATIFICAÇÃO NATALINA.

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR – art.136

☠ATENDER AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES;


☠ATENDER E ACONSELHAR OS PAIS OU RESPONSÁVEL;
☠PROMOVER A EXECUÇÃO DE SUAS DECISÕES, PODENDO PARA TANTO:
REQUISITAR SERVIÇOS PÚBLICOS NAS ÁREAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO, SERVIÇO
SOCIAL, PREVIDÊNCIA, TRABALHO E SEGURANÇA;
REPRESENTAR JUNTO À AUTORIDADE JUDICIÁRIA NOS CASOS DE
DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DE SUAS DELIBERAÇÕES;
☠ENCAMINHAR AO MP NOTÍCIAS DE FATO QUE CONSTITUAM INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
OU PENAL CONTRA OS ☠DIREITOS DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE;
☠ENCAMINHAR A AUTORIDADE JUDICIÁRIA OS CASOS DE SUA COMPETÊNCIA;
☠PROVIDENCIAR AS MEDIDAS ESTABELECIDAS PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA DENTRE AS
PREVISTAS NO ART. 101, DE I A VI, PARA O ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL;
☠EXPEDIR NOTIFICAÇÕES;
☠REQUISITAR CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE,
SEMPRE QUE NECESSÁRIO;
☠ASSESSORAR O PODER EXECUTIVO LOCAL NA ELABORAÇÃO DE PROPOSTA
ORÇAMENTÁRIA PARA PROGRAMAS E PLANOS DE ATENDIMENTO;
☠REPRESENTAR, EM NOME DA PESSOA E DA FAMÍLIA, CONTRA VIOLAÇÃO DE DIREITOS;
☠REPRESENTAR AO MP PARA EFEITOS DAS AÇÕES DE PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER
FAMILIAR, APÓS ESGOTADAS AS POSSIBILIDADES DE MANUTENÇÃO JUNTO A FAMÍLIA
NATURAL;
☠PROMOVER E INCENTIVAR, NAS COMUNIDADES E NOS GRUPOS PROFISSIONAIS, AÇÕES
DE DIVULGAÇÃO E ☠TREINAMENTO PARA O RECONHECIMENTO DE SINTOMAS DE MAUS-
TRATOS EM CRIANÇA E ADOLESCENTE;

Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do


convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da
família.
As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de
quem tenha legítimo interesse.

ESCOLHA DOS CONSELHEIROS – art. 139

O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
pág. 1

456
realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.
O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data
unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do
mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.
A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de
escolha.
No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de
pequeno valor.

IMPEDIMENTOS – art. 140


São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Estende-se o impedimento do conselheiro, em relação à autoridade judiciária e ao representante do
Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro
regional ou distrital.

01 - Liliana é docente de uma escola de Ensino Fundamental, e uma de suas alunas, de 9 anos, apareceu
com alguns hematomas pelo corpo. Quando questionada, disse à professora que havia se machucado em
uma queda. Com jeito, Liliana conseguiu que a menina lhe contasse que havia recebido uma surra do
padrasto por ter quebrado dois pratos que estavam sobre a mesa.
O Estatuto da Criança e do Adolescente considera que, quando a escola toma ciência de que algum de seus
alunos foi vítima de maus-tratos, como o relatado, cabe ao dirigente do estabelecimento comunicar esse
fato
A) à Polícia.
B) ao Conselho Tutelar.
C) à Secretaria da Educação do Município.
D) ao Ministério Público.
E) ao Centro de Defesa da Criança e do Adolescente.

02 - O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - No Distrito Federal, exige‐se que cada região administrativa tenha, no máximo, um Conselho Tutelar,
composto por cinco membros, eleitos pela população local para um mandado de dois anos, permitida
apenas uma recondução, após nova eleição.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – C
03 – E
pág. 1

457
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 I

O Estatuto do desarmamento trata de uma parte ADMINISTRATIVA, relacionada as


competências do SINARM, ao registro e ao porte de armas, e possui outra parte, a
PROCESSUAL E PENAL.

SISTEMA NACIONAL DE ARMAS – SINARM

O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito


da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional (Art. 1º).

SINARM controlará as armas de fogo da população.

Competência – SINARM

Art. 2º Ao Sinarm compete:


– identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
– cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas
pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas
de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de
fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais
e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a
atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e
de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente
realizados pelo fabricante;

458
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros
e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o
cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas
e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

Observe que o SINARM não controlará todas as armas de fogo, serão excluídas, por exemplo,
as de Forças Armadas e Auxiliares – Exército, Marinha e Aeronáutica, que possuem seusarsenais
próprios. Tais armas estão sujeitas ao seu próprio regramento – Sistema de Gerenciamento
Militar de Armas – SIGMA.

ATENÇÃO!!! Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares eram conhecidos como Forças
Auxiliares. Hoje, são considerados militares para todos os efeitos.

Cadastro
O Decreto nº 9.847 de 2019 regulamenta a Lei nº 10.826/03 para tratar, inclusive, sobre o
cadastro:

SINARM - serão cadastradas as armas de fogo:

👉 DA POLÍCIA FEDERAL;
👉 DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL;

👉 DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA;

👉 DO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL;

SIGMA - serão cadastradas as armas de fogo:

👉 DAS FORÇAS ARMADAS;


👉 DAS POLÍCIAS MILITARES E DOS CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES DOS ESTADOS

👉 DA AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA; E

👉 DO GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

O Cadastro consiste em colocar a arma em um banco de dados, não está vinculada a


nenhuma pessoa.

DO REGISTRO

Diferentemente do Cadastro, o registro da arma de fogo consiste na matrícula da arma


que esteja vinculada à identificação do respectivo proprietário em banco de dados, ou seja,
aqui, há a vinculação a determinada pessoa.

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no comando do exército, na
forma do regulamento desta Lei.

ARMAS DE USO PERMITIDO – Registro no SINARM, regido pela Polícia Federal.

459
ARMAS DE USO RESTRITO - Registro no Comando do Exército, que rege o SIGMA

AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos (Art. 4º):

I - COMPROVAÇÃO DE IDONEIDADE, COM A APRESENTAÇÃO DE CERTIDÕES


NEGATIVAS DE ANTECEDENTES CRIMINAIS FORNECIDAS PELA JUSTIÇA FEDERAL,
ESTADUAL, MILITAR E ELEITORAL E DE NÃO ESTAR RESPONDENDO A INQUÉRITO
POLICIAL OU A PROCESSO CRIMINAL, QUE PODERÃO SER FORNECIDAS POR MEIOS
ELETRÔNICOS;

II – APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE OCUPAÇÃO LÍCITA E DE


RESIDÊNCIA CERTA;

III – COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA E DE APTIDÃO PSICOLÓGICA PARA O


MANUSEIO DE ARMA DE FOGO, ATESTADAS NA FORMA DISPOSTA NO REGULAMENTO
DESTA LEI.

O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos


anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo
intransferível esta autorização (§1º).

ATENÇÃO!!! A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à


arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (§2º)

A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a


comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com
todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo (§3º).

A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde


legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
forem vendidas (§4º).

A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas


somente será efetivada mediante autorização do Sinarm (§5º).

A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a


devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do
interessado (§6º).

O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos


incisos I, II e III deste artigo (§7º).

CUIDADO!!! Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na
forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que

460
comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser
adquirida.(§8º)

Certificado de Registro – CRAF


Autoriza o proprietário de arma de fogo a mantê-la exclusivamente no interior de sua
residência ou no seu local de trabalho.

CUIDADO!!! É comum bancas de concursos associarem o CRAF ao PORTE, o que está errado!

Polícia Federal expedirá o certificado de registro com autorização do Sinarm.


Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será
precedido de autorização do Sinarm.

👉O CRAF não autoriza o proprietário a portar a arma de fogo dentro da residência ou local
de trabalho (ficar com ela em seu corpo, por exemplo);
👉 Para mantê-la em seu local de trabalho, o proprietário tem que ser o titular.
👉 Não sendo o titular, a outra única possibilidade de manter sua arma em seu local de
trabalho será se ele for o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

Lei nº 13.870/2019 estabeleceu uma norma penal explicativa, esclarecendo que o


conceito de residência ou domicílio em área rural para fins de interpretação da autorização
dada pelo Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF).

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo,
considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural.
(Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

EXERCÍCIOS

01 - Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do Certificado de


Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá: Comprovar a idoneidade moral e a
inexistência de inquérito policial ou processo criminal, por meio de certidões de antecedentes
criminais das Justiças Federal, Estadual, Militar e Eleitoral.

02 - Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do Certificado de


Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá cumprir determinados requisitos
estabelecidos pelo Decreto nº 9.847 de 2019. Cumpridos tais requisitos, a autorização para a
aquisição da arma de fogo em nome do interessado, contado da data do protocolo da
solicitação, será expedida no prazo de até:
A) 15 (quinze) dias.

461
B) 60 (sessenta) dias.
C) 45 (quarenta e cinco) dias.
D) 30 (trinta) dias.

03 - A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar


a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as
características da arma e cópia dos documentos previstos no artigo 4° da Lei n° 10.826/2003

GABARITO
01 – C
02 – D
03 – C

462
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 II

PORTE DE ARMA DE FOGO

Podemos conceituar como sendo o documento que autoriza o cidadão a portar,


transportar e trazer consigo uma arma de fogo, de forma discreta, fora das dependências de
sua residência ou local de trabalho.

ATENÇÃO!!! É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os
casos previstos em legislação própria.

Observe então, que a regra é de que o porte de arma de fogo é proibido, com algumas
ressalvas estabelecidas em lei.

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
I – Os integrantes das Forças Armadas (terão direito de portar arma de fogo de propriedade
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço)
II – Os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da
Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) (terão direito de portar
arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou
instituição, mesmo fora de serviço)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais
de 500.000 habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei (terão direito de
portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou
instituição, mesmo fora de serviço)
IV – Os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 e menos de
500.000 habitantes, quando em serviço;
V – Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República (terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço)
VI – Os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal (terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço)
VII – Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das
escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – As empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos
desta Lei;

463
IX – Para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-
se, no que couber, a legislação ambiental.
X - Integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
XI – Os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios
Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser
emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público -
CNMP.
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar
arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional
para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço, desde que estejam:
I - Submetidos a regime de dedicação exclusiva;
II - Sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e
III - Subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.

PORTE PARA GUARDAS MUNICIPAIS

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
(…)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais
de 500.000 habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
(…)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões
metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.

CUIDADO!!! O STF AUTORIZA PORTE DE ARMA PARA GUARDAS MUNICIPAIS DE CIDADES


PEQUENAS

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou, por meio de liminar,
o uso de arma de fogo para guardas municipais de quaisquer cidades. O Estatuto de
Desarmamento previa a permissão apenas para capitais e cidades com mais de 500 mil
habitantes. Para o ministro, no entanto, é "primordial" que os diversos órgãos
governamentais estejam entrosados no combate à "criminalidade violenta e organizada, à
impunidade e à corrupção".

ADI 5.948: Diante do exposto, nos termos dos arts. 10, § 3º, da Lei 9.868/99 e 21, V, do RISTF,
CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR PLEITEADA, ad referendum do Plenário, DETERMINANDO A
IMEDIATA SUSPENSÃO DA EFICÁCIA das expressões das capitais dos Estados e com mais de
500.00 (quinhentos mil) habitantes, no inciso III, bem como o inciso IV, ambos do art. 6º da Lei
Federal nº 10.826/2003.

Alexandre de Morais, 29/6/2018.

464
----------- 50.000 500.000

Não tem porte Porte em serviço Porte

Com a decisão do STF, podemos afirmar que guarda municipal poderá arma mesmo
fora do serviço, independentemente da quantidade de população.

ATENÇÃO!!! Observe o que a questão pede, se com base na Lei ou no entendimento do


tribunal.

PORTE PARA CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA

Art. 6º § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos que comprovem depender do
emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela
Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma
de uso permitido, de tiro simples, com 1 ou 2 canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
16, desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão
ser anexados os seguintes documentos:
I - Documento de identificação pessoal
II - Comprovante de residência em área rural;
III - Atestado de bons antecedentes.
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de
outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma
de fogo de uso permitido.

Memorize os requisitos cumulativos que deverão ser observados:

• MAIOR DE 25 ANOS;
• RESIDENTE EM ÁREA RURAL;
• DEPENDA DE CAÇAR PARA SOBREVIVER

AUTORIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA PARA OS RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA DE


CIDADÃOS ESTRANGEIROS EM VISITA OU SEDIADOS NO BRASIL

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis


pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do
Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de
arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

465
Quando uma autoridade estrangeira visita o Brasil e necessita que sua segurança entre
armada, a autorização para o porte será de competência do Ministério da Justiça.

COLECIONADORES

Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e
o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de
trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação,


importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos
controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
atiradores e caçadores.

EXERCÍCIOS

01 - O Estatuto do Desarmamento (Lei nº10.826/2003), determina que o porte de arma de


fogo:
A) é proibido para os integrantes das Guardas Municipais em qualquer hipótese.
B) é permitido para os integrantes das Guardas Municipais das capitais dos Estados, nas
condições estabelecidas em regulamento.
C) só é permitido de grosso calibre e para os integrantes das Guardas Municipais dos
municípios com menos de 50 mil habitantes.
D) para os integrantes das Guardas Municipais será disciplinado na Convenção Americana de
Direitos Humanos.
E) para os integrantes das Guardas Municipais será disciplinado em decreto estadual.

02 - Compete às guardas municipais a autorização do porte de arma para os responsáveis pela


segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil

03 - Teotônio é proprietário rural, atuando em área de pequeno porte onde habita com sua
família e colhe para subsistência. E com pequeno excesso de produção, atua vendendo os
produtos nas feiras próximas. Tendo em vista que não existem órgãos de segurança pública no
distrito onde exerce a agricultura, requer autorização para portar arma. Nos termos do
estatuto do desarmamento, aos residentes em áreas rurais, maiores de vinte e cinco anos, que
comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar
familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, comprovados os
requisitos legais, na categoria:
A) atirador amador
B) competidor eventual
C) caçador para subsistência
D) profissional de segurança

466
GABARITO
01 – B
02 – E
03 – C

467
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 III

DOS CRIMES E DAS PENAS

O Estatuto do Desarmamento não pune condutas envolvendo apenas Armas de Fogo,


com isso, podemos afirmar que é objeto material:

ARMA DE FOGO
ACESSÓRIO
MUNIÇÃO

CUIDADO!!! Existem dois crimes que não possuem os três objetos materiais de forma
alternativa:

1º – OMISSÃO DE CAUTELA – Art. 13, “caput” – apenas a ARMA DE FOGO


2º – DISPARO DE ARMA DE FOGO – Art. 15 – apenas a ARMA DE FOGO e MUNIÇÃO

ARMA DE FOGO

ARMA DE FOGO - Tipo de arma capaz de disparar um ou mais projéteis em alta


velocidade por meio de uma ação pneumática provocada pela expansão de gases resultantes
da queima de um propelente de alta velocidade.

Alguns entendimentos que você não encontra na letra da Lei são de extrema
importância para a sua prova, vamos a elas:

ARMA DESMUNICIADA – CRIME


O STJ tem jurisprudência pacificada no sentido de que o porte ilegal de arma de fogo
desmuniciada ou desmontada configura hipótese de perigo abstrato, bastando apenas a
prática do ato de levar consigo para a consumação do delito - STF (HC 119154/BA) e STJ (HC
248580/2014) STJ (1400337/2013) e STF(RHC 117566/2013)

ARMA DESMONTADA - CRIME


O STJ tem jurisprudência pacificada no sentido de que o porte ilegal de arma de fogo
desmuniciada ou desmontada configura hipótese de perigo abstrato, bastando apenas a
prática do ato de levar consigo para a consumação do delito - STF (HC 119154/BA) e STJ (HC
248580/2014) STJ (1400337/2013) e STF(RHC 117566/2013)

468
ARMA QUEBRADA – DEPENDE! (LAUDO PERICIAL)
O exame pericial, por ser crime de perigo abstrato, é DISPENSÁVEL e PRESCINDÍVEL.

Obs: Realizado o exame pericial, o resultado será vinculante:

• ARMA INAPTA PARA O DISPARO – FATO ATÍPICO – CRIME IMPOSSÍVEL (Informativo


544/STJ)
• ARMA APTA PARA O DISPARO – É CRIME
• PERÍCIA NEM FOI REALIZADA – É CRIME

ARMA COM REGISTRO VENCIDO – NÃO É CRIME (Informativo 572 do STJ)


ARMA DE BRINQUEDO – NÃO É CRIME
Restringe-se à seara administrativa.

CUIDADO!!! O Estatuto do Desarmamento não criminaliza a conduta de portar ou possuir


arma de brinquedo, porém, veda a fabricação, venda, comercialização e a importação
(art.26).

CONCEITOS - DECRETO Nº 9.847, DE 25 DE JUNHO DE 2019

Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

I - Arma de fogo de uso permitido as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que


sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do
cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620 joules;
b) portáteis de alma lisa; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não
atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil
seiscentos e vinte joules.

II -Arma de fogo de uso restrito Armas de fogo automáticas e as semiautomáticas ou de


repetição que sejam:
- não portáteis;
- de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano
de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620 joules; ou
- portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja,
na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libraspé ou 1620 joules.

469
III - Arma de fogo de uso proibido:
- As armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos
quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou
- As armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos.

ACESSÓRIO

Quaisquer objetos que, acoplados a arma:

👉 POTENCIALIZAM SEUS EFEITOS (LUNETA, MIRA...);


👉 MODIFICAM UM EFEITO SECUNDÁRIO (SILENCIADOR…)

ATENÇÃO!!! Partes isoladas da arma não configuram objeto material (cano, cabo…) nem
objetos que não alteram o funcionamento (coldre).

MUNIÇÃO

Projétil a ser disparado de uma arma de fogo (incluindo o cartucho)

MUNIÇÃO DESACOMPANHADA DA ARMA DE FOGO

👉 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: A apreensão de ÍNFIMA QUANTIDADE de munição


DESACOMPANHADA DE ARMA DE FOGO, excepcionalmente, a depender da análise do
caso concreto, pode levar ao reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da
ausência de exposição de risco ao bem jurídico tutelado pela norma. (STF,
13/11/2017; STJ n.º 108/2018).

👉 MUNIÇÃO USADA COMO CHAVEIRO OU COLAR: A natureza do projétil é


descaracterizada mediante a utilização em obra de arte ou para confecção de
chaveiro, colar etc. (STJ, 16/05/2017).

EXERCÍCIOS

01 – Antônio foi preso em flagrante enquanto realizava assaltos em uma loja de cosméticos, ao
aprenderem a arma, observaram que se tratava de uma arma de brinquedo, nesse caso, para o
Estatuto do Desarmamento, não haverá crime pela ineficácia absoluta do meio.

02 - O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) é um crime de perigo


concreto.

470
03 - O porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, ainda que a arma esteja desmuniciada ou comprovadamente inapta a realizar
disparos, configura delito de porte ilegal de arma de fogo.

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – E

471
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 IV

ELEMENTO SUBJETIVO
A regra é que todos os crimes do Estatuto do Desarmamento tenham como elemento
subjetivo o dolo.

ATENÇÃO!!! Existe um crime que é punido na modalidade culposa – OMISSÃO DE CAUTELA


(Art. 15, “caput”).

AÇÃO PENAL
Pública Incondicionada

NATUREZA JURÍDICA
Crimes de Perigo Abstrato

CRIMES EM ESPÉCIE
Quando estamos nos referindo aos crimes em espécie, é importante que você observe
essa sequência para melhor compreensão e memorização.

ARMAS DE USO PERMITIDO


POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO – Art. 12
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - Art. 14

ARMAS DE USO RESTRITO


POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO – Art.16

OMISSÃO DE CAUTELA – Art.13


DISPARO DE ARMA DE FOGO – Art.15
COMÉRCIO ILEGAL – Art. 17
TRÁFICO INTERNACIONAL – Art.18

POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - ART. 12.

Art. 12. possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou

472
o responsável legal do estabelecimento ou empresa. pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos,
e multa.

O crime ocorrerá quando o agente possuir ou manter a arma, acessório ou munição, de uso
permitido na SUA CASA (interior, dependências) ou LOCAL DE TRABALHO (titular ou
responsável legal), SEM O REGISTRO no órgão competente.

CUIDADO!!! O tipo penal fala em “possuir” ou “manter”, não se exigindo a propriedade para a
configuração do crime.

BOLEIA DE CAMINHÃO – STJ considera como PORTE ILEGAL (Art.14) por entender não
ser casa.

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. INTERIOR DE CAMINHÃO. CONFIGURAÇÃO DO DELITO


TIPIFICADO NO ART. 14 DA LEI 10.826/2003.

1. Configura delito de porte ilegal de arma de fogo se a arma é apreendida no interior de


caminhão.
2. O caminhão não é um ambiente estático, não podendo ser reconhecido como local de
trabalho.
(REsp 1219901/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
24/04/2012, DJe 10/05/2012)

O momento consumativo do crime ocorre quando o objeto material entra na


residência ou no estabelecimento comercial. É possível a ocorrência da tentativa. Podemos
ainda classificá-lo como:

• CRIME PERMANENTE
• DE MERA CONDUTA

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - ART. 14

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo
estiver registrada em nome do agente.

TIPO MISTO ALTERNATIVO - A prática de várias condutas no mesmo contexto fático,


configura um crime único.

Por ser um CRIME DE MERA CONDUTA, se consuma quando o agente realiza as


condutas típicas sem autorização ou em desacordo com determinação legal.

473
ATENÇÃO!!! Cuidado com a Inconstitucionalidade do Parágrafo Único, quando determina que
o crime é inafiançável.

O Tribunal, por maioria, julgou procedente, em parte, a ação para declarar a


inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 014 e 015 e do artigo 021 da Lei nº
10826, de 22 de dezembro de 2003.

Plenário, 02.05.2007.
Acórdão, DJ 26.10.2007.

POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU RESTRITO - ART. 16

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.

Não esqueça da natureza hedionda do art. 16 estabelecida pelo pacote anticrime.

LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIMES

Antes do pacote anticrime, duas espécies de armas de fogo eram previstas no art. 16 – USO
RESTRITO e USO PROIBIDO – Hoje, as condutas são separadas:

• USO PROIBIDO – Qualificadora – art.16, §2º


• USO RESTRITO – Modalidade simples – art. 16, “caput”

Quanto a hediondez da conduta a redação foi mais detalhista, trazendo apenas o crime
de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO como crime hediondo (art.1º,
parágrafo único, II da Lei 8.072/1990).

CUIDADO!!! Há doutrinadores que acreditam que a hediondez vale para o art. 16 por
completo, art. 16 caput e parágrafos, inclusive era decisão do STJ prévia ao Pacote Anticrime.

CONDUTAS EQUIPARADAS

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:


I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato;
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de
fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;

474
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição
ou explosivo a criança ou adolescente;
VI – Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,
munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 a 12 anos.

As figuras previstas nos incisos se aplicam tanto a arma de fogo de USO PERMITIDO quanto a
arma de fogo de USO RESTRITO.

• SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE SINAL DE IDENTIFICAÇÃO

I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou


artefato;

A conduta aqui equiparada se aplica não apenas aquele que raspa a numeração da arma, mas
também para quem dificulta sua identificação de qualquer outra forma.

ATENÇÃO!!! Artefato também é levado em consideração.

• TRANSFORMAÇÃO PARA ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU PARA INDUZIR EM


ERRO A AUTORIDADE.

II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de


fogo de uso restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
policial, perito ou juiz;

A arma permitida é transformada em arma restrita.


Posso ainda modificar as características da arma para dificultar ou induzir a erro o policial, juiz
ou perito - Dolo Específico.

ATENÇÃO!!! PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – O crime do Estatuto do Desarmamento é


especial em relação ao crime de fraude processual (art. 347 do CP) Ou seja, esse inciso II é
norma especial em relação ao inciso 347 do CP.

• POSSE, FABRICAÇÃO OU EMPREGO DE ARTEFATO EXPLOSIVO OU INCENDIÁRIO:

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

O objeto material desta conduta será o ARTEFATO explosivo ou incendiário.

475
• PORTE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA

IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

Não importa, para a caracterização da conduta, se a arma é permitida ou proibida.

CUIDADO!!! Se a questão trouxer que a numeração desapareceu pelo simples decurso de


tempo (arma estava muito velha e ocorreu oxidação), a conduta não se amolda aqui!

• VENDA, ENTREGA OU FORNECIMENTO DE ARMA DE FOGO A CRIANÇA OU


ADOLESCENTE

V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição
ou explosivo a criança ou adolescente;

A conduta aqui é dolosa (cuidado para não confundir com a Omissão de Cautela). Observe
ainda a redação estabelecida no Estatuto da Criança e do Adolescente.

“Art. 242. Vender, fornecer, ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos”

Já que o inciso V do art.16 trata apenas de arma de fogo, considera-se que somente a entrega
de ARMAS BRANCAS configuraria o crime do ECA.

👉 ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO – Estatuto do Desarmamento


👉 ARMA BRANCA – Estatuto da Criança e do Adolescente

• PRODUÇÃO, RECARGA OU RECICLAGEM DE MUNIÇÃO OU EXPLOSIVO

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,


munição ou explosivo.

A produção, recarga, reciclagem de munição, somente podem ser executadas com a devida
autorização

QUALIFICADORA

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso


proibido, a pena é de reclusão, de 4 a 12 anos.

Como já mencionado, o parágrafo 2º apenas se refere as armas de fogo de USO PROIBIDO.

476
EXERCÍCIOS

01 - Juliano estava em dúvida após a aula de Direito Penal sobre o crime definido pela conduta
típica de “possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular
ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa” previsto na Lei nº 10.826/2003. Para
sanar sua dúvida, Juliano buscou auxílio do professor Gilmar que prontamente lhe informou se
tratar do crime de:
A) Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
B) Porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
C) Posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
D)Disparo de arma de fogo.

02 - Se o objeto mediante o qual for praticado o crime de posse de arma de fogo for uma arma
de fogo com numeração suprimida pelo sujeito, ocorrerá um concurso formal de delitos entre
a posse e a supressão (Lei n. 10.826/2003).

03 - O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) é um crime de perigo


concreto.

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – E

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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 V

CRIMES EM ESPÉCIE

OMISSÃO DE CAUTELA - ART. 13

Art. 13 Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que MENOR DE 18 ANOS ou
PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA MENTAL se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Trata-se de um crime OMISSIVO praticado na modalidade CULPOSA, sendo ainda de MENOR


POTENCIAL OFENSIVO.
A conduta pode se dar em relação a qualquer modalidade de arma de fogo (permitida ou não)

ATENÇÃO!!! Não estão incluídas na tipificação do crime, ACESSÓRIOS ou MUNIÇÃO, ou seja,


de a omissão ocorrer em relação a esses elementos, o fato será atípico.

A consumação ocorre com o apoderamento da arma pelo menor ou pelo portador de


deficiência mental, independentemente de gerar ou não algum perigo.

CUIDADO!!! Estamos tratando de um crime culposo, então, não será admitida a tentativa.

Se, voluntariamente o agente entrega a arma a uma criança – cometerá o crime de


PORTE ILEGAL.

Art. 13 - Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 horas depois de ocorrido o
fato. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Nessa modalidade, estamos tratando de um CRIME PRÓPRIO, POIS SÓ pode ser


praticado por empresário de segurança ou empresa de transporte de valores.

O agente deverá:

• REGISTRAR OCORRÊNCIA.

478
• COMUNICAR À PF.

A falta de qualquer desses elementos já confirma o crime.

ATENÇÃO!!! É unânime o entendimento segundo o qual o crime do Art. 13, parágrafo único, é
doloso.

➢ CRIME A PRAZO – A consumação do crime só ocorrerá após 24 horas da ocorrência do


fato.

DISPARO DE ARMA DE FOGO - ART. 15

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências,
em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a
prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável

O indivíduo que tenha o porte legal de arma também poderá figurar como sujeito
ativo deste crime.

➢ CRIME SUBSIDIÁRIO - só será configurado se a conduta não agente não se enquadrar


em crime mais grave.

As condutas podem ser:

👉 DISPARARARMA DE FOGO;
👉 ACIONAR MUNIÇÃO, SEM QUE OCORRA O DISPARO (EX.: FALHA DA MUNIÇÃO).

CUIDADO!!! Se essas condutas ocorrerem em local ERMO ou DESABITADO – FATO ATÍPICO.

Se o disparo for acidental – o fato também será atípico. O elemento subjetivo da


conduta é o dolo.

ATENÇÃO!!! O parágrafo único, que estabelece ser o crime inafiançável, é considerado


INCONSTITUCIONAL.

COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO - ART. 17

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
§ 1º. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma
de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido
em residência.
pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa.
§ 2º. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial

479
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIMES

Três foram as mudanças estabelecidas pelo pacote anticrimes

1º – Tornou o crime hediondo


2º – Mudança na pena (Antes: rec. de 4 a 8 anos. Depois: rec. de 6 a 12 anos)
3º - Acrescentou o parágrafo 2º - Agente Disfarçado.

Temos um CRIME PRÓPRIO – Só pode ser comerciante ou industrial, legal ou ilegal, de


arma de fogo, acessório ou munição.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

O Pacote Anticrimes introduziu a figura do Agente Disfarçado. Para a validade da atuação do


agente disfarçado deve haver a demonstração de provas em grau suficiente a indicar que o
autor realizou antes uma conduta criminosa, circunstância objeto da investigação
proporcionada pelo disfarce.

TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO - ART. 18

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO, sem autorização da autoridade
competente:
Pena - reclusão, de 8 a 16 anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIMES

Três foram as mudanças estabelecidas pelo pacote anticrimes

1º – Tornou o crime hediondo


2º – Mudança na pena
3º - Acrescentou o parágrafo único - Agente Disfarçado.

Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/2018

1. É típica a conduta de importar arma de fogo, acessório ou munição sem autorização da

480
autoridade competente, nos termos do Art. 18 da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o réu
detenha o porte legal da arma, em razão do alto grau de reprovabilidade da conduta.

2. O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, tipificado no Art.


18 da Lei n. 10.826/03, é de perigo abstrato ou de mera conduta e visa a proteger a segurança
pública e a paz social.

3. Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição não


basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário que se comprove a
internacionalidade da ação.

Princípio da insignificância

Não cabe princípio da insignificância no tráfico internacional de munição.

STF (HC97777) e STJ (HC 45099)

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – Art. 19

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

• COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO – ART.17


+ METADE
• TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO – ART.18
PROIBIDA ou RESTRITA

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta
Lei; ou
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

A causa de aumento de pena engloba os seguintes crimes:

• PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO – ART. 14


• DISPARO DE ARMA DE FOGO – ART. 15
• PORTE OU POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO – ART.16
• COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO – ART.17
• TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO – ART.18

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Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

ATENÇÃO!!! O Art. 21 do Estatuto teve sua inconstitucionalidade declarada pelo STF na ADI
3112/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 02/05/2007.

EXERCÍCIOS

01 - Nos termos da Lei n.º 10.826/03, quem favorece a entrada ou saída do território nacional,
a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade
competente, comete o crime de:
A) Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
B) Porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
C) Omissão de cautela.
D) Comércio ilegal de arma de fogo.
E)Tráfico internacional de arma de fogo.

02 - Samuel disparou, sem querer, sua arma de fogo em via pública. Nessa situação, ainda que
o disparo tenha sido de forma acidental, culposamente, Samuel responderá pelo crime de
disparo de arma de fogo, previsto no Estatuto do Desarmamento.

03 - Comete crime o agente que deixa de observar as cautelas necessárias para impedir que
menor de dezoito anos de idade se apodere de arma de fogo que esteja sob a sua posse, ainda
que não haja consequências graves.

GABARITO
01 – E
02 – E
03 – C

482

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