Usp Univest 06
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Geologia
O CICLO DA ÁGUA
Christine Laure Marie Bourotte
6.1 Introdução
6.2 Propriedades geoquímicas da água
6.3 Hidrosfera
6.4 Ciclo hidrológico
6.5 As águas continentais
6.5.1 Águas superficiais
6.5.2 Água subterrânea
6.6 O ciclo da água e o ciclo das rochas
6.7 A água e Tectônica de Placas
Referências
6.1 Introdução
Diferentes componentes interagem em diferentes escalas nas esferas terrestres, com troca de
energia e massa. Vimos, no tópico Tectônica Global, que a Tectônica de Placas está ligada
à convecção no manto que, por sua vez, é controlada pela energia interna da Terra. Em contraste,
as interações entre a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera estão vinculadas a outra fonte de energia – a
energia solar –, que influencia a dinâmica externa terrestre, determinante na evolução da paisagem.
Em movimento, a água, o gelo e o ar modelam as superfícies continentais, e as paisagens
resultantes refletem não apenas a ação destes agentes da dinâmica externa, mas também o tipo, a
composição e a estrutura das formações geológicas locais e regionais. Nesse contexto, vários pro-
cessos combinados atuam no aplainamento do relevo, com rebaixamento das regiões mais altas e
sedimentação nas regiões mais baixas: o intemperismo (Tópico Intemperismo e Pedogênese),
que prepara as rochas duras para o ciclo erosivo, transformando-as em materiais fragmentados e
decompostos, e os processos seguintes, que são a erosão, o transporte e a sedimentação, que geram
depósitos sedimentares pela denudação continental; esses depósitos, posteriormente, serão transfor-
mados em rochas sedimentares (Tópico Sedimentos e Rochas Sedimentares). Assim, graças à
dinâmica externa, os continentes tendem a atingir o nível de base, que é o nível mais baixo em cada
paisagem. Levando-se em conta os continentes em geral, esse nível é o dos oceanos, em cada época,
já que há oscilações do nível do mar ao longo do tempo. Não fosse a dinâmica interna, formando
cadeias de montanhas continuamente, o relevo terrestre seria bem mais monótono do que é hoje.
Todos os processos da superfície acima mencionados são, porém, intimamente associados ao
movimento da água no planeta: o ciclo da água. Esse ciclo pode ser definido como a contínua
transferência de água de um reservatório para outro, com destaque para o fato de que, em cada fase
do movimento, a água realiza um trabalho geológico, com consequências diretas para a biosfera.
A interação entre os diferentes subsistemas ou as diferentes esferas terrestres – a chamada
Terra Fluida (atmosfera, hidrosfera, biosfera) e a Terra Sólida (geosfera representada na superfície
pela litosfera), ao longo da sua evolução, mudou e transformou o planeta do ponto de vista
climático, biológico e geológico. Os ciclos biogeoquímicos, que também se alteraram ao longo
da história, representam outro aspecto dessas interações e são particularmente importantes, pois
são responsáveis pela reciclagem natural dos elementos essenciais à vida, na qual a água tem um
papel preponderante.
Após o acrescimento planetesimal e formação da Terra, há 4,56 bilhões de anos, houve um
período de intensa perda de gases (degasagem) do manto por meio da atividade vulcânica global
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(processo que continua ainda hoje em escala subordinada); durante essa perda de gases, a água foi
liberada em forma de vapor e armazenada na atmosfera primordial do planeta. Quando a tempe-
ratura diminuiu o suficiente, parte importante do vapor d’água condensou e a água líquida, ao se
acumular na superfície, formou os primeiros oceanos. Uma pequena quantidade de vapor d’água
permaneceu na atmosfera, em quantidade suficiente para manter, junto com a presença de outros
gases, inclusive o CO2, o efeito estufa, sem o qual o planeta seria coberto por gelo.
Evidências da presença de oceanos são associadas a rochas sedimentares com idades de 3,8 bilhões
de anos. Essas rochas, por suas características, necessitam da presença de água para sua formação,
indicando que já naquela época ocorriam o intemperismo de rochas primitivas, a erosão, o trans-
porte e a deposição de sedimentos, processos que serão detalhados nos tópicos Intemperismo e
Pedogênese e Sedimentos e Rochas Sedimentares.
A Terra é um planeta único no sistema solar, por possuir água nos seus três estados físicos
(sólido, líquido e gasoso) e oxigênio na sua atmosfera, e também porque seu efeito estufa natural
mantém uma temperatura média global moderada (~15 °C) (Figura 6.1). Dois principais
fatores podem explicar essas condições peculiares, em comparação com os demais planetas do
sistema solar: a sua distância em relação ao Sol, reunindo as condições ideais de temperatura e
pressão atmosférica, e a existência da biosfera.
Figura 6.1: Temperatura média da superfície e presença de água nos planetas internos do Sistema Solar. Pela sua
localização e distância em relação ao Sol, a Terra é o único dos planetas que apresenta água nos seus três estados
físicos (gasoso, líquido e sólido), em função das temperaturas e pressões reinantes na sua superfície e do efeito estufa.
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50 vezes mais fracas que as ligações covalentes entre H e O dentro das moléculas, mas com força
suficiente para as moléculas manifestarem sua tendência ao agrupamento molecular. A presença
dessa atração entre as moléculas permite uma organização, tanto maior quanto menos energia tiver o
sistema, ou seja, é maior no estado sólido e menor no estado gasoso, conforme mostra a Figura 6.3.
d
c
Figura 6.3: Estrutura da molécula de água e interação intermolecular nos três estados físicos. A. Pontes de
hidrogênio unindo moléculas de água. B. Organização das moléculas nos diferentes estados físicos: sólido, líquido e
gasoso. No gelo, a coordenação da molécula é 4 e, no estado líquido, a coordenação é 4,4.
6.3 Hidrosfera
A hidrosfera é o conjunto de toda a água existente na Terra, distribuída em seus vários
reservatórios. Os principais são os oceanos, as águas continentais (superficiais e subterrâneas),
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a atmosfera e a água presente nos seres vivos (biosfera). Considerando somente a massa e o
volume dos diferentes reservatórios em superfície, o volume total de água no planeta é de apro-
ximadamente 1,4 bilhão de km3, distribuídos conforme indicado na Tabela 6.2. Esta tabela
demonstra que a distribuição da água é bastante desigual pelos diversos reservatórios no planeta.
Há ainda , água na estrutura de vários minerais constituintes nas rochas, solos e sedimentos.
Tabela 6.2: Reservatórios de água na Terra. / Fonte: Caron et al., 2003.
As águas salgadas contêm, em média, 35‰ de sais em forma de íons. Os mais abundantes são
Na , Mg2+, Ca2+, K+, Cl- e SO42-. Esses íons são trazidos para os oceanos pelas águas continentais,
+
durante a lixiviação dos íons mais solúveis (ver Tópico Intemperismo e Pedogênese) e pela
atividade hidrotermal nas zonas de dorsais mesoceânicas.
Há água também na crosta e no manto, na estrutura de alguns minerais; a quantidade
estimada nesses materiais é de 1% (crosta) e 0,05% (manto) do seu peso. Considerando a
massa e a densidade da crosta e do manto, a massa de água corresponde a 243 × 1018 kg
e 150 × 1018 kg, respectivamente.
Esses valores representam 23% da
hidrosfera, o que não foi conside-
rado nos cálculos aqui indicados,
que consideram apenas os reser-
vatórios superficiais fora da litos-
fera. A Figura 6.4 apresenta a
repartição da água nos diferentes
reservatórios da hidrosfera.
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A repartição da água doce no planeta depende muito das condições climáticas que influenciam
regionalmente, ou de modo localizado, o ciclo hidrológico, ou seja, o balanço hídrico (balanço
entre as quantidades de precipitação e evaporação somada com transpiração, sendo que a diferença
representa o escoamento e a infiltração). Isso explica, em parte, a distribuição da água nos diferentes
continentes. Nas regiões tropicais, onde se situam os grandes desertos áridos e quentes da África do
Norte, da Austrália e do Oriente Médio, o balanço hídrico é negativo, devido à elevada evaporação
e escassez de precipitação. Nas regiões temperadas e intertropicais, o balanço é geralmente positivo
e elas são, portanto, regiões favorecidas do ponto de vista da disponibilidade de água. O Brasil, com
suas grandes bacias hidrográficas (Amazonas,Tocantins, Paraná, São Francisco) e seus aquíferos, como
o Guarani (a ser definido mais adiante), possui 40% da água doce do mundo. Sendo a água doce um
recurso fundamental, e até mesmo estratégico, esta é uma situação privilegiada, a ser reconhecida
para a valorização da conservação dos recursos hídricos nacionais.A Figura 6.5 destaca os recursos
globais das águas doces, em termos de quantidade e distribuição na Terra.
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Tempo de residência
Reservatório Quantidade (1017 kg) Fluxo (1017 kg/ano)
médio (anos)
Atmosfera 0,13 0,40 0,3
O ciclo externo da água pode ser observado facilmente. O calor solar fornece energia para a
transformação da água líquida em vapor, em toda a superfície do globo; nos oceanos, ocorre apenas
a evaporação; já nos continentes, ocorre tanto a evaporação das águas livres como a transpiração
dos seres vivos; por isso, o processo, nos continentes, é chamado evapotranspiração. O produto da
evaporação e da evapotranspiração se acumula na atmosfera, visível quando condensa em forma de
nuvens que se movimentam, distribuindo a água na atmosfera.Assim, parte da água que evaporou dos
oceanos passa para o estado líquido, precipitando-se como chuva ou neve sobre os continentes. Esse
mecanismo natural fornece o excesso de água aos continentes, que, de outra parte, mantêm o trabalho
de escoamento superficial e subterrâneo, promovendo intemperismo das rochas, cujos produtos (mate-
riais soltos) são erodidos e transportados em direção aos oceanos, principalmente pelos rios (ver Tópico
Sedimentos e Rochas Sedimentares). Esses processos, associados à movimentação das nuvens, são
responsáveis pela transferência de água entre oceanos e continentes e ocorrem em escala global.
Nos continentes, a água que atinge a superfície pode evaporar novamente, ou ser inter-
ceptada pelos seres vivos, absorvida e evapotranspirada novamente. Parte da água escoa na
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superfície, alimentando os rios e retornando aos oceanos ao longo dos litorais. Uma parte da
água infiltra-se nas rochas e nos solos, recarregando as águas subterrâneas. As condições locais
de clima, relevo, litologia e cobertura vegetal são fatores condicionantes do ciclo da água, que
pode variar de uma região para outra.
Pode ser estabelecido um balanço hidrológico global, conforme apresentado na Figura 6.6.
A quantidade de água evaporada anualmente é de 505.000 km3, o que representa 0,04% da água
total da hidrosfera. Daquele valor, mais de 85% são evaporados diretamente dos oceanos, sendo o
restante evaporado a partir da água superficial dos continentes; também a água de transpiração dos
seres vivos incorpora-se nesse fluxo, que é comumente denominado de evapotranspiração. O fluxo
de água que retorna da atmosfera para a superfície terrestre por meio das precipitações é igual ao
fluxo da evapotranspiração. Entretanto, o balanço é negativo nos oceanos, com 398 mil km3 de
precipitação e 434 mil km3 de evaporação. Nos continentes, esse balanço é positivo: 71 mil km3 de
água evaporam e 107 mil km3 de água precipitam. O excedente nos continentes (36 mil km3)
retorna aos oceanos por meio do escoamento superficial, ou seja, das redes de drenagem. Esse
retorno da água dos continentes para os oceanos é mais lento que o fluxo atmosférico, pois parte
da água dos continentes pode estar estocada em forma de gelo ou em reservatórios profundos.
Figura 6.6: O ciclo hidrológico, com o fluxo de transferência de água, por ano, entre os reservatórios.
Pela evapotranspiração, a água é transferida dos continentes e oceanos para a atmosfera, de onde retorna para a
superfície pela precipitação (chuva, neve). A evaporação mais elevada a partir dos oceanos em relação à precipitação
é compensada pelo escoamento superficial que corresponde ao excedente de precipitação sobre os continentes (em
relação à evaporação), que retorna para os oceanos.
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Rios e lagos são importantes reservatórios superficiais de água doce tanto para o consumo
humano quanto para a manutenção e sobrevivência dos organismos vivos (plantas e animais).
Os rios são formados pelo escoamento superficial da água nos continentes e drenam grandes áreas de
captação da água da precipitação, formando bacias hidrográficas. O rio Amazonas, por exem-
plo, descarrega para o oceano 3.768 km3 de água por ano, drenando uma área de 7.049.980 km2.
Neste volume drenado, estão incluídas 46,4 t/km3 de íons e substâncias dissolvidas e 79 t/km3
de sólidos em suspensão, que alcançam o oceano Atlântico; esses sólidos em suspensão depositam-se
parcialmente próximo à foz do rio, formando um enorme cone de deposição.
A quantidade de água que escoa na superfície e não se infiltra no subsolo depende de vários
fatores: a duração e intensidade da precipitação, o tipo de material superficial e suas características
de permeabilidade, a quantidade de água presente no solo, a topografia e a cobertura vegetal
(tipo, extensão, densidade). Quando o material na superfície é impermeável, ou quando se torna
saturado de água, é o escoamento superficial que predomina em relação à infiltração. Filetes
de água se juntam em riachos que, por sua vez, formam rios. Em área urbana, é o escoamento
superficial que predomina, devido à impermeabilização da superfície (pavimentação de ruas, alta
densidade de construções etc.), o que muitas vezes provoca enchentes e inundações nas áreas de
planície de inundação dos rios ocupadas pelo ser humano.
Embora escondida abaixo da superfície, existe grande quantidade de água subterrânea nas
fissuras, fraturas e poros das rochas, solos e sedimentos, que podem se tornar saturados de água,
formando um volume que se distribui por todo o subsolo. Na verdade, a água subterrânea repre-
senta um dos maiores recursos de água potável do mundo. Alguns países ou regiões dependem
totalmente desse recurso para sobrevivência de sua população (ver Figura 6.4)
6 O Ciclo da Água
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A água do subsolo tem sua origem principalmente na parcela infiltrada das chuvas. A facilidade
com que a água se infiltra, devido à força da gravidade, depende das características dos materiais
locais (tipo, textura, estrutura) que determinam sua porosidade e permeabilidade, e controlam o
armazenamento e o movimento da água no subsolo. A porosidade é a porcentagem de vazios
por unidade de volume presente em uma rocha, solo ou sedimento em função das características e
disposição dos minerais constituintes. A permeabilidade corresponde à capacidade do sedimento
ou da rocha de transmitir os fluidos que ocupam os poros, ou seja, de permitir o fluxo de água.
Para que um sedimento ou uma rocha seja permeável, os poros existentes entre os grãos minerais
precisam estar conectados uns com os outros.
Materiais terrestres (rochas, sedimentos, solos) que armazenam e transmitem água são deno-
minados aquíferos. Areias ou arenitos porosos são geralmente bons aquíferos, por permitirem uma
boa infiltração, armazenamento e circulação de água subterrânea. Rochas fraturadas também
podem ser excelentes aquíferos, desde que as fraturas estejam conectadas entre si, formando
uma rede. Contudo, sedimentos muito finos, ricos em argila e rochas argilosas, como folhelhos
(ver Tópico Sedimentos e Rochas Sedimentares), por exemplo, constituem uma barreira à
circulação da água subterrânea. De fato, argilominerais possuem uma estrutura em folha (filos-
silicatos, ver Tópico Minerais Formadores de Rochas) cujo arranjo muito fino e fechado
torna o conjunto do material pouco permeável, ou mesmo impermeável à passagem da água.
Essas camadas de materiais impermeáveis são chamadas aquicludes.
Assim, se os materiais são permeáveis, as águas de chuva infiltram-se até atingir um certo
nível, a partir do qual se acumulam. Dessa maneira, no subsolo, a água distribui-se em duas zonas
principais: a zona não-saturada e a zona saturada. Na zona saturada, todos os poros da rocha
ou sedimento são preenchidos por água, enquanto na zona não-saturada (também chamada zona
vadosa), situada acima dela, os poros são preenchidos por água e ar. O limite entre as duas zonas
representa o nível d’água, ou a superfície do lençol freático (ver Figura 6.6). No topo da
zona saturada e localizada na zona vadosa, existe uma pequena faixa onde a água pode subir por
capilaridade a partir do lençol freático; essa zona é chamada franja capilar.
O limite superior do lençol freático oscila conforme a estação do ano: na estação chuvosa,
ele sobe, podendo até atingir a superfície da topografia, enquanto na estação seca esse nível
desce. Os poços abertos para retirada da água subterrânea mostram bem essa oscilação, pois seu
nível é reflexo direto do nível da água em cada momento. A água subterrânea tem um papel
importante na recarga dos rios em períodos de seca, já que há comunicação direta entre a água
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subterrânea e a água superficial (Figura 6.7). Por outro lado, nas épocas de seca, são os rios
que podem levar água para o lençol subterrâneo, se houver água suficiente na região de suas
cabeceiras, mantendo a perenidade do curso d’água. Além disso, outros ecossistemas dependem
da descarga da água subterrânea em áreas como lagos e pântanos.
Figura 6.7: Distribuição da água subterrânea: zonas não-saturada e saturada e relação com a topografia, estação do ano
e recarga dos rios.
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Esses depósitos de sedimentos tornam-se, com o tempo, rochas sedimentares. Essas transfor-
mações ocorridas nas rochas e nos materiais delas provenientes não existiriam sem o movi-
mento da água, ou seja, o ciclo hidrológico (Figura 6.8).
Pode-se dizer que o ciclo da água é caracterizado pela interdependência de seus compo-
nentes, por sua estabilidade e seu equilíbrio dinâmico. Se um processo é perturbado, todos os
outros (ciclo do nitrogênio, ciclo do fósforo etc.) são afetados. Em particular, o ciclo hidrológico
pode ser influenciado em graus diversos pela atividade humana. Com efeito, o ser humano
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Existe, portanto, uma interação entre o ciclo interno e o ciclo externo da água: nas zonas
de subducção e nas zonas de alteração na região das dorsais mesoceânicas (Figura 6.9).
Os volumes envolvidos são consideráveis, alcançando cerca de 330 milhões de km 3 de água
nas fraturas, fissuras e poros da cobertura sedimentar; na litosfera e astenosfera, o volume
estimado é de 400 milhões de km3.
Figura 6.9: O ciclo interno da água e a interação hidrosfera-litosfera em zona de subducção e nas
dorsais mesoceânicas.
Referências
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