Aula 1 - Notas, Acidentes e Intervalos
Aula 1 - Notas, Acidentes e Intervalos
Aula 1 - Notas, Acidentes e Intervalos
AULA 1 – AS NOTAS
Em nossa primeira aula, falaremos sobre as notas da música. Provavelmente você já deve ter ouvido falar delas, mas
não descarto a possibilidade de desconhecê-las, afinal, eu mesmo já tive diversos alunos que nunca tinham tido nenhum
contato com a música, e não sabiam a ordem destas sete notinhas.
Dó
Ré
Mi
Fá
Sol
Lá
Si
Estas são as chamadas “Sete Notas Naturais”, e a nomenclatura delas se deu por volta do Séc. X, por um monge
italiano. Estas sete notas são chamadas de “notas naturais”, pois não apresentam nenhum acidente (acidentes serão o
assunto de nossa terceira aula).
Para conhecer a música, é imprescindível que você conheça e decore estas sete notas, pois elas são a base para todas
as próximas aulas, e o fundamento para se entender os acidentes, as escalas, campos harmônicos, modos e tudo o que
tiver relação com a música.
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AULA 2 – OS INTERVALOS
Em nossa segunda aula, falarei sobre os intervalos. Assim como há intervalos temporais entre determinados
momentos de nossa vida (por exemplo, segundos, minutos, horas, dias...) e há intervalos espaciais entre locais
geográficos (por exemplo, centímetros, metros, quilômetros...), na música, existem intervalos entre uma nota e outra. São
os intervalos tonais. Pense da seguinte forma:
Se estivéssemos falando de distâncias, nossa unidade de medida poderia ser centímetros ou metros, afinal, a distância
entre um ponto geográfico A e outro ponto B é medida por meio de alguma destas unidades. Na música, também há
intervalos entre um ponto (nota) e outro (outra nota), mas não é medido em unidades de distância, mas sim em unidades
sonoras, chamadas de intervalos tonais, pois a unidade de medidas da música se dá por meio de tons. Numa régua, a
unidade de medida é em centímetros. Na música, a unidade de medida é em tons.
Se você tocar a nota Dó, e em seguida tocar a nota Ré, terá saltado um intervalo de um tom.
Se você tocar a nota Ré, e em seguida tocar a nota Mi, terá avançado mais um intervalo de um tom, e por aí vai...
Conforme você vai subindo para a nota seguinte, estará elevando um tom, com relação à nota anterior, e tornando a nota
um tom mais aguda. Você poderá dizer então:
- Puxa, Eduardo. Esse negócio de intervalos é muito simples. Entre cada nota há um tom!
Posso dizer que é simples, mas não tão simples assim, afinal, nem todas as notas têm um intervalo exato de um tom até
a nota seguinte. Acontece que entre as notas Mi > Fá e entre as notas Si > Dó, há apenas metade de um tom, ou seja,
meio-tom, ou um semitom.
Entre todas as notas naturais, haverá um tom de intervalo, exceto nos casos destas notas, mas será fácil decorar, afinal,
basta se lembrar que tratam-se das duas notas que acabam com a letra “i”.
Dó > Ré = 1 Tom
Ré > Mi = 1 Tom
Mi > Fá = ½ Tom
Fá > Sol = 1 Tom
Sol > Lá = 1 Tom
Lá > Si = 1 Tom
Si > Dó = ½ Tom
Em meu método de decoração e aprendizado, gosto muito de me valer de mnemônicas, que são métodos que facilitam a
decoração. Nesta segunda aula, escreverei minha primeira mnemônica:
Entre cada uma das notas naturais, há um intervalo de um tom, exceto nas notas que acabam com a letra
“i” (Mi e Si), pois entre elas e a nota seguinte, há apenas meio-tom.
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Você já deve ter ouvido falar em “sustenido” e “bemol”, não?! Estas duas palavras representam dois dos acidentes da
música. Diz-se que são acidentes, pois uma nota que os apresente não será mais considerada uma “nota natural”, mas
uma nota alterada, ou melhor, acidentada! Pense comigo:
Se entre as notas Dó > Ré há um intervalo de um tom, isto quer dizer que se eu tocar uma nota Dó, e elevá-la em um
tom, ouvirei a nota Ré, mas e se eu não subir um tom inteiro, mas sim metade de um tom, ou meio-tom, que nota
obterei?
São a essas notas intermediárias que chamamos de notas acidentadas. É como se você tocasse uma nota Dó, e a
elevasse um pouco, ou seja, tornasse-a um pouco mais aguda, mas não tanto ao ponto de transformá-la num Ré. Esta
nota intermediária, que estará entre o Dó e o Ré, ou seja, que tem um som mediano entre uma nota e a nota seguinte
será uma nota sustenida. Sendo assim, se você tocar uma nota Dó, e aumentar apenas meio-tom, obterá a nota Dó
sustenido. Atente para os exemplos a seguir:
Dó + ½ tom = Dó sustenido
Dó + 1 tom = Ré
Sol + ½ tom = Sol sustenido
Sol + 1 tom = Lá
Sempre que aumentarmos meio-tom de uma nota natural, obteremos a mesma nota, porém acidentada, ou seja, a
mesma nota que toquei anteriormente, porém sustenida.
A palavra “sustenido” quer dizer “sustentado” ou “elevado” em latim, pois é o resultado da elevação de meio-tom de uma
nota, e tem como símbolo o chamado “jogo da velha” (#). Sabendo-se disso, montaremos agora a sequência completa
de notas da música, com suas doze notas. São elas:
Dó
Dó #
Ré
Ré #
Mi
Fá
Fá #
Sol
Sol #
Lá
Lá #
Si
Você pode reparar que as notas Mi e Si (as duas notas que acabam com a letra “i”), não têm sustenido, afinal, entre elas
e as notas seguintes, naturalmente há apenas meio-tom. Se eu tocar um Dó, e aumentar mais meio-tom, não chegarei
ao Ré, mas sim ao Dó sustenido, afinal, entre o Dó e o Ré há um tom inteiro de intervalo, mas no caso do Mi e do Si,
entre elas e a nota seguinte há naturalmente apenas meio-tom, e assim, não terão sua “versão sustenida”.
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Esta sequência com doze notas é chamada de Escala Cromática, que é justamente uma escala contendo doze notas, e
com exatamente meio-tom entre cada nota. Para memorizar isto, você poderá treinar em seu instrumento, da seguinte
forma:
Se você toca algum instrumento de corda, como violão, contrabaixo ou guitarra, basta pressionar seu dedo indicador
sobre alguma casa, e avançar casa por casa, sabendo que cada avanço de casa equivale à elevação de meio-tom, com
relação à nota anterior. Se na primeira corda (Mi), você pressionar a casa um, obterá a nota Fá. Se avançar mais uma
casa, obterá a nota Fá sustenido, e por aí vai.
Se você toca um instrumento de teclas, como piano, teclado ou órgão, o procedimento é bem parecido. A cada tecla que
você avançar (incluindo as teclas brancas e pretas), estará elevando a nota anterior em meio-tom.
Faça estes exercícios várias vezes, não apenas movendo os dedos, mas dizendo em voz alta o nome de cada nota. Com
o tempo, você decorará tanto a escala cromática, quanto a posição de cada nota no seu instrumento.
Aproveito para ressaltar que estas rápidas lições representam o fundamento da teoria musical, e se você não decorar
estas doze notas, ordenadamente, e inclusive de trás pra frente, infelizmente (ou felizmente) não irá muito longe.
Lembre-se das duas mnemônicas, que facilitam bastante a memorização das doze notas:
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É muito simples. O bemol (do latim, “b mole”) é a mudança inversa do sustenido, e tem como símbolo a letra “B”
minúscula (b). Digo que é o inverso do processo sustenido, pois, se para obtermos uma nota sustenida, devemos elevar
meio-tom da mesma, para obtermos uma nota bemol, devemos abaixar meio-tom dela.
Por exemplo:
Simples assim! Só precisamos nos lembrar que, assim como algumas notas não possuem sustenido (Mi e Si), as notas
que vêm após elas consequentemente não terão bemol (Fá e Dó). Por que, Eduardo?
Pense comigo:
Se entre as notas Mi > Fá há um intervalo de meio-tom, se eu tocar um Mi e avançar meio-tom, chegarei num Fá (e é por
isso que o Mi não tem sustenido, lembra-se?). Agora, fazendo o contrário, terei o mesmo resultado, ou seja, se eu tocar
um Fá e recuar meio-tom, não obterei um Fá bemol, pois Fá menos meio-tom já resultará num Mi! O mesmo ocorre no
caso do Si: Se eu toco uma nota Si, e ao avançar meio-tom, já chego ao Dó, se eu tocar um Dó e recuar meio-tom, já
estarei na nota Si, e é por isso que popularmente ¹ o Si não tem sustenido, e o Dó não apresenta a opção bemolizada.
Desta forma, teremos as seguintes Escalas Cromáticas Ascendentes (com sustenidos) e Descendentes (com bemóis):
Espero que você tenha entendido tudo até aqui. Na próxima aula, falarei sobre as Enarmonias.
¹ Disse popularmente, pois na música clássica, e em alguns instrumentos, é utilizado o termo Mi sustenido, Fá bemol, Si
sustenido e Dó bemol. Para maiores informações, assista as videoaulas de teoria musical do Canal de Eduardo
Feldberg, disponível no YouTube.
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