Estudos de Estabilidade Angular Transitria - Critrio de Igualdade de Rea
Estudos de Estabilidade Angular Transitria - Critrio de Igualdade de Rea
Estudos de Estabilidade Angular Transitria - Critrio de Igualdade de Rea
1. Características Básicas
Os estudos de estabilidade angular transitória avaliam a habilidade do sistema de
potência em suportar e manter, de forma adequada, o sincronismo de suas unidades
geradoras, quando da ocorrência de perturbações, tais como: curto-circuitos,
desligamentos de elementos importantes, perdas de grandes blocos de carga e/ou
geração, etc. A natureza da resposta do sistema envolve amplas excursões de
variáveis, destancando dentre elas: os deslocamentos angulares dos rotores das
unidades geradoras, as magnitudes das tensões nos diversos barramentos, os fluxos
de potência ativa e reativa nas linhas de transmissão, as correntes nos estatores das
máquinas síncronas e de indução, etc. Cabe destacar que variações são influenciadas
pelas relações não-lineares existente entre potência e ângulo. Fatores como as
condições iniciais operativa e, principalmente, os tipos e localizações dos distúrbios,
influenciam e determinam este tipo de estabilidade.
(1)
(2)
(3)
A corrente máxima de regime permanente pode ser obtida pela Equação (4).
(4)
A reatância síncrona de eixo direto (Xd) pode ser determinada da seguinte forma:
(5)
sendo X a reatância de magnetização da máquina síncrona e XI é a reatância de
dispersão da armaduara.
(6)
(7)
(8)
Pelo circuito mostrado na Figura 6, a reatância subtransitória de eixo direto é dada por:
(9)
(10)
(11)
(12)
Sendo:
Assim, tem-se:
(13)
Para e para
(14)
(15)
(16)
sendo:
(17)
Assim, podem ser observadas três situações distintas: (a) condição pré-defeito:
caracterizada pela condição operativa existente antes da ocorrência da perturbação;
(b) condição durante o defeito: onde se considera a aplicação do referido impacto, com
tipo, localização e duração bem definidos e (c) condição pós-defeito: que considera a
eliminação do defeito pela abertura simultânea dos disjuntores terminais da linha onde
houve a perturbação, ocasionando, portanto, a saída de operação da referida linha de
transmissão.
2.1 Gerador
O modelo do gerador utilizado nos estudos apresentados neste documento é
apresentado na Figura 9, a qual mostra o circuito elétrico equivalente para a máquina
de pólos lisos no período transitório.
2.2 Transformador
As linhas de transmissão do sistema radial são descritas por um modelo de linha curta
(extensão inferior a 80 km). Também, para efeito de simplificação, são desprezadas as
resistências. A Figura 13 apresenta o modelo utilizado para representar as linhas de
transmissão.
Figura 12: Modelo do transformador.
Do circuito elétrico da Figura 15, é possível observar que a potência ativa fornecida
pela máquina (P) é a mesma que chega ao barramento infinito, pois no presente
modelo simplificado não são consideradas as perdas do sistema. Assim, pode-se
escrever:
(18)
Dessa forma:
Como a tensão na barra 2 é conhecida e está na referência, determina-se a corrente
(I) do circuito elétrico.
d) Valores iniciais
Com base nos dados da Tabela 1 e nos cálculos desenvolvidos anteriormente, tem -se:
Q2 = 0,0732 pu.
A equação da potência elétrica fornecida pela máquina síncrona pode ser determinada
considerando-se a tensão V2 e a reatância equivalente do sistema (XEQ). Dessa forma,
obtém-se:
10
g) Equações de estado
a) Diagrama unifilar
d) Valores iniciais
E = 1,111 pu.
Q2 = 0,0732 pu.
Pe = 0 pu.
a) Diagrama unifilar
Como E = 1,111 pu, V2 = 1,0 pu e XEQ = 0,7 pu, a equação da potência elétrica pós-
defeito pode ser escrita como:
f) Equações de estado
A curva que passa pelo ponto (3) corresponde à condição que ocorreria para um curto-
circuito representado por meio de uma reatância de falta não nula. No caso, como está
sendo admitido um curto-circuito trifásico franco, a referida reatância é nula, sendo
também nula a potência elétrica transferida durante a perturbação (P edur = 0).
É válido resaltar que na Figura 20, os pontos (1), (2) e (3) correspondem às condições
operativas de regime permanente sendo que (2) e (3) podem ser alcançados ou não,
dependendo da condição de estabilidade angular transitória do sistema de potência
considerado.
(19)
A equação diferencial anterior não pode ser resolvida diretamente, uma vez que P e é
uma função não-linear do ângulo . Definindo Pa = Pm Pe, como sendo a potência
acelerante, tem-se:
(20)
(21)
(22)
(23)
(25)
(26)
Ou simplesmente:
(27)
Sendo:
3.1 Aplicações
3.1.1 Perturbação sem defeito
em que:
A1 área de aceleração;
A2 área de de desaceleração.
Adimitindo agora uma outra condição de operação do sistema, na qual a máquina está
com uma potência mecânica P2, de tal forma que P2 > P1, vem:
sendo:
A1 área de aceleração;
A2 área de desaceleração.
Como pode ser observado na Figura 27, o impacto para esta nova condição operativa
é mais severo. Isto ocorre devido ao maior valor da potência despachada (P 2 > P1).
sendo:
A1 área de aceleração;
A2 área de desaceleração.
Pode-se observar, na Figura 28, que o impacto para a carga P 3 é ainda mais severo,
devido à condição inicial operativa, em que P 3 > P2. Observa-se também, que durante
o período transitório o ângulo da máquina supera os 90º.
Considere agora uma nova condição operativa para o sistema, na qual a máquina
síncrona tem uma potência mecânica P4, sendo P4 > P3.
Figura 29: Característica P- para a retirada da LT1 caso - 4.
sendo:
A1 área de aceleração;
A2 área de desaceleração.
Por fim, admitindo uma condição inicial operativa do sistema, com uma potência
despachada P5, tal que P5 > P4, vem:
Figura 30: Característica P- para a retirada da LT1 caso 5.
sendo:
A1 área de aceleração;
A2 área de desaceleração;
A3 área de desaceleração.
Exemplo de Aplicação:
Considere o sistema radial da Figura 31. Os dados para esse sistema são
apresentados na Tabela 2. Avalie a estabilidade angular transitória para esse sistema
considerando que a linha de transmissão LT1 seja desligada subitamente.
Figura 31: Sistema radial.
a) Condição pré-perturbação:
c) Características potência-ângulo
Então,
Pm = potência mecânica
Da característica P- , tem-se:
Exemplo de Aplicação:
a) Condição pré-defeito:
b) Condição pós-defeito:
Da Figura 38, observa-se que o ângulo Max é equivale a 180º menos o ângulo para o
qual curva da potência elétrica pós-falta iguala-se à potência mecânica. Então,
sendo assim,
Com esses valores, tem-se que:
Para o caso do curto-circuito franco é possível obter, além do ângulo, o tempo crítico
de eliminação do defeito, com base no critério de igualdade de áreas.
Sabe-se que durante o curto-circuito franco a potência elétrica transferida é nula (P edur
= 0).
Como,
tem-se,
Assim,
Integrando, vem:
Portanto:
Mas,
Logo,
Integrando, obtém-se:
Finalmente,
O ângulo crítico, como visto anteriormente, é obtido por meio do critério de igualdade
de áreas.