Código de Ética Do Administrador

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Preâmbulo

I - De forma ampla a Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir
humano na busca do bem comum e da realização individual.

II - A busca dessa satisfação ocorre necessariamente dentro de um contexto social, onde outras
tantas pessoas perseguem o mesmo objetivo, o que as torna comprometidas com a qualidade dos
serviços que presta à população e com o seu aprimoramento intelectual.

III - A busca dessa satisfação individual, num contexto social específico - o trabalho - ocorre de
acordo com normas de conduta profissional que orientam as relações do indivíduo com o cliente, o
ambiente e as pessoas de sua relação.

IV- A busca constante da realização do bem comum e individual - que é o propósito da Ética -
conduz ao desenvolvimento social, compondo um binômio inseparável.

V - No mundo organizacional, cabe ao Administrador preponderante papel de agente de


desenvolvimento social.

VI - O Código de Ética Profissional do Administrador é o guia orientador e estimulador de novos


comportamentos e está fundamentado num conceito de ética direcionado para o desenvolvimento,
servindo simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o Administrador amplie sua
capacidade de pensar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O exercício da profissão de Administrador implica em compromisso moral com o indivíduo,


cliente, a organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis.

Parágrafo único. A infringência a esse preceito resulta em sanções disciplinares aplicadas pelo
Conselho Regional de Administração, mediante ação do Tribunal Regional de Ética dos
Administradores (TREA), cabendo recurso ao Tribunal Superior de Ética dos Administradores
(TSEA), obedecidos o amplo direito de defesa e o devido processo legal, independentemente das
penalidades estabelecidas nas leis do país.

CAPÍTULO II
DOS TRIBUNAIS DE ÉTICA DOS ADMINISTRADORES

Art. 2º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Administração manterão o Tribunal


Superior e os Tribunais Regionais, respectivamente, objetivando o resguardo e aplicação deste
Código.

Art. 3º Os Tribunais Superior e Regionais constituir-se-ão de cinco Administradores de notório


saber técnico-científico e ilibada reputação, com mais de dez anos de registro profissional e eleitos
pelos Plenários dos Conselhos Federal e Regionais de Administração, respectivamente, para
mandato de dois anos, prorrogável uma vez por igual período.

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§ 1º Cada Tribunal elegerá entre si o Presidente do órgão de direção do processo e das sessões
plenárias.

§ 2º Não poderão integrar os Tribunais os Conselheiros Efetivos e Suplentes dos Conselhos


Federal e Regionais de Administração.

§ 3º Verificada a ocorrência de vaga na composição do Tribunal, esta será imediatamente provida,


na forma do "caput" deste artigo.

§ 4º O Tribunal Superior será auxiliado pelo órgão de apoio administrativo da Presidência do


Conselho Federal de Administração e os Tribunais Regionais serão auxiliados pelo Setor de
Fiscalização do Conselho Regional.

Art. 4º Compete aos Tribunais Regionais processar e julgar as transgressões ao Código de Ética,
resguardada a competência originária do Tribunal Superior, aplicando as penalidades previstas,
assegurando ao infrator, sempre, amplo direito de defesa.

Parágrafo único. Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais caberá


recurso dotado de efeito suspensivo para o Tribunal Superior, num prazo de
quinze dias.

Art. 5º Compete ao Tribunal Superior:

I - processar e julgar, originariamente, os Conselheiros Federais e Regionais, no exercício do


mandato, em razão de transgressão a princípio ou norma de ética profissional;

II - julgar os recursos interpostos contra decisões proferidas pelos Tribunais Regionais.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES

Art. 6º São deveres do Administrador:

I - respeitar os princípios da livre iniciativa e da livre empresa, enfatizando a


valorização das atividades da microempresa, sem desvinculá-la da
macroeconomia, como forma de fortalecimento do País;
II - propugnar pelo desenvolvimento da sociedade e das organizações,
subordinando a eficiência de desempenho profissional aos valores
permanentes da verdade e do bem comum;
III - capacitar-se para perceber que, acima do seu compromisso com o
cliente, está o interesse social, cabendo-lhe, como agente de transformação,
colocar a empresa nessa perspectiva;
IV - contribuir, como cidadão e como profissional, para incessante progresso
das instituições sociais e dos princípios legais que regem o País;
V - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os
direitos, bens e interesse de clientes, instituições e sociedades sem abdicar

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de sua dignidade, prerrogativas e independência profissional;
VI - manter sigilo sobre tudo o que souber em função de sua atividade
profissional;
VII - conservar independência na orientação técnica de serviços e órgãos
que lhe forem confiados;
VIII - emitir opiniões, expender conceitos e sugerir medidas somente depois
de estar seguro das informações que tem e da confiabilidade dos dados que
obteve;
IX - utilizar-se dos benefícios da ciência e tecnologia moderna objetivando
maior participação nos destinos da empresa e do País;
X - assegurar, quando investido em cargos ou funções de direção, as
condições mínimas para o desempenho ético-profissional;
XI - pleitear a melhor adequação do trabalho ao ser humano, melhorando
suas condições, de acordo com os mais elevados padrões de segurança;
XII - manter-se continuamente atualizado, participando de encontros de
formação profissional, onde possa reciclar-se, analisar, criticar, ser criticado
e emitir parecer referente à profissão;
XIII - considerar, quando na qualidade de empregado, os objetivos, a
filosofia e os padrões gerais da organização, cancelando seu contrato de
trabalho sempre que normas, filosofia, política e costumes ali vigentes
contrariem sua consciência profissional e os princípios e regras deste
Código;
XIV - colaborar com os cursos de formação profissional, orientando e
instruindo os futuros profissionais;
XV - comunicar ao cliente, sempre com antecedência e por escrito, sobre as
circunstâncias de interesse para seus negócios, sugerindo, tanto quanto
possível, as melhores soluções e apontando alternativas;
XVI - informar e orientar ao cliente, com respeito à situação real da empresa
a que serve;
XVII - renunciar ou demitir-se do posto, cargo ou emprego, se, por qualquer
forma, tomar conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança para
com seu trabalho, hipótese em que deverá solicitar substituto;
XVIII - evitar declarações públicas sobre os motivos da sua renúncia, desde
que do silêncio não lhe resultem prejuízo, desprestígio ou interpretação
errônea quanto à sua reputação;
XIX - transferir ao seu substituto, ou a quem lhe for indicado, tudo quanto se
refira ao cargo, emprego ou função de que vá se desligar;
XX - esclarecer o cliente sobre a função social da empresa e a necessidade
de preservação do meio ambiente;
XXI - estimular, dentro da empresa, a utilização de técnicas modernas,
objetivando o controle da qualidade e a excelência da prestação de serviços
ao consumidor ou usuário;
XXII - manifestar, em tempo hábil e por escrito, a existência de seu
impedimento ou incompatibilidade para o exercício da profissão,
formulando, em caso de dúvida, consulta aos órgãos de classe;
XXIII - recusar cargos, empregos ou funções, quando reconhecer serem
insuficientes seus recursos técnicos ou disponibilidade de tempo para bem

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desempenhá-los;
XXIV - divulgar conhecimentos, experiências, métodos ou sistemas que
venha a criar ou elaborar, reservando os próprios direitos autorais;
XXV - citar seu número de registro no respectivo Conselho Regional após
sua assinatura em documentos referentes ao exercício profissional;
XXVI - manter, em relação a outros profissionais ou profissões, cordialidade
e respeito, evitando confrontos desnecessários ou comparações;
XXVII - preservar o meio ambiente e colaborar em eventos dessa natureza,
independentemente das atividades que exerce;
XXVIII - informar, esclarecer e orientar os estudantes de Administração, na
docência ou supervisão, quanto aos princípios e normas contidas neste
Código;
XXIX - cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos
assumidos, relativos ao exercício profissional;
XXX - manter elevados o prestígio e a dignidade da profissão.

 CAPÍTULO IV
DAS PROIBIÇÕES

Art. 7º É vedado ao Administrador:

I - anunciar-se com excesso de qualificativos, admitida a indicação de títulos,


cargos e especializações;
II - sugerir, solicitar, provocar ou induzir divulgação de textos de publicidade que
resultem em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em
exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe, da profissão ou de
entidades ou órgãos públicos;
III - permitir a utilização de seu nome e de seu registro por qualquer instituição
pública ou privada onde não exerça pessoal ou efetivamente função inerente à
profissão;
IV - facilitar, por qualquer modo, o exercício da profissão a terceiros, não
habilitados ou impedidos;
V - assinar trabalhos ou quaisquer documentos executados por terceiros ou
elaborados por leigos alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização;
VI - organizar ou manter sociedade profissional sob forma desautorizada por lei;
VII - exercer a profissão quando impedido por decisão administrativa transitada em
julgado;
VIII - afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem
razão fundamentada e sem notificação prévia ao cliente;
IX - contribuir para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la, ou
praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou
contravenção;
X - estabelecer negociação ou entendimento com a parte adversa de seu cliente,
sem sua autorização ou conhecimento;
XI - recusar-se à prestação de contas, bens, numerários, que lhes sejam confiados
em razão do cargo, emprego, função ou profissão;
XII - revelar sigilo profissional, somente admitido quando resultar em prejuízo ao
cliente ou à coletividade, ou por determinação judicial;
XIII - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos Conselhos
Federal e Regionais de Administração, bem como atender às suas requisições
administrativas, intimações ou notificações, no prazo determinado;
XIV - pleitear, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função que esteja sendo

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ocupado por colega, bem como praticar outros atos de concorrência desleal;
XV - obstar ou dificultar as ações fiscalizadoras do Conselho Regional de
Administração;
XVI - pleitear comissões, doações ou vantagens de quaisquer espécies, além dos
honorários contratados.

CAPÍTULO V
DOS DIREITOS

Art. 8º São direitos do profissional da Administração:

I - exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo,


nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza, inclusive
administrativas;
II - apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar
indignas do exercício profissional ou prejudiciais ao cliente, devendo, nesse caso,
dirigir-se aos órgãos competentes, em particular ao Tribunal Regional de Ética e
ao Conselho Regional;
III - exigir justa remuneração por seu trabalho, o qual corresponderá às
responsabilidades assumidas a seu tempo de serviço dedicado, sendo-lhe livre
firmar acordos sobre salários, velando, no entanto, pelo seu justo valor;
IV - recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada, onde as
condições de trabalho sejam degradantes à sua pessoa, à profissão e à classe;
V - suspender sua atividade individual ou coletiva, quando a instituição pública ou
privada não oferecer condições mínimas para o exercício profissional ou não o
remunerar condignamente;
VI - participar de eventos promovidos pelas entidades de classe, sob suas
expensas ou quando subvencionados os custos referentes ao acontecimento;
VII - votar e ser votado para qualquer cargo ou função em órgãos ou entidades da
classe, respeitando o expresso nos editais de convocação;
VIII - representar, quando indicado, ou por iniciativa própria, o Conselho Regional
de Administração e as instituições públicas ou privadas em eventos nacionais e
internacionais de interesse da classe;
IX - defender-se e ser defendido pelo órgão de classe, se ofendido em sua
dignidade profissional;
X - auferir dos benefícios da ciência e das técnicas modernas, objetivando melhor
servir ao seu cliente, à classe e ao País;
XI - usufruir de todos os outros direitos específicos ou correlatos, nos termos da
legislação que criou e regulamentou a profissão do Administrador.

CAPÍTULO VI
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

Art. 9º Os honorários e salários do Administrador deverão ser fixados, por escrito, antes do início
do trabalho a ser realizado, levando-se em consideração, entre outros, os seguintes elementos:

I - vulto, dificuldade, complexidade, pressão de tempo e relevância dos trabalhos a


executar;
II - possibilidade de ficar impedido ou proibido de realizar outros trabalhos
paralelos;

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III - as vantagens de que, do trabalho, se beneficiará o cliente;
IV - a forma e as condições de reajuste;
V - o fato de se tratar de locomoção na própria cidade ou para outras cidades do
Estado ou País;
VI - sua competência e renome profissional;
VII - a menor ou maior oferta de trabalho no mercado em que estiver competindo;
VIII - obediência às tabelas de honorários que, a qualquer tempo, venham a ser
baixadas pelos respectivos Conselhos de Administração, como mínimos
desejáveis de remuneração.

Art. 10 É vedado ao Administrador:

I - receber remuneração vil ou extorsiva pela prestação de serviços;


II - deixar de se conduzir com moderação na fixação de seus honorários, devendo
considerar as limitações econômico-financeiras do cliente;
III - oferecer ou disputar serviços profissionais, mediante aviltamento de honorários
ou em concorrência desleal.

CAPÍTULO VII
DOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAÇÃO AOS COLEGAS

Art. 11 O Administrador deverá ter para com seus colegas a consideração, o apreço, o respeito
mútuo e a solidariedade que fortaleçam a harmonia e o bom conceito da classe.

Art. 12 O recomendado no artigo anterior não induz e não implica em conivência com o erro,
contravenção penal ou atos contrários às normas deste Código de Ética ou às leis, praticados por
Administrador ou elementos estranhos à classe.

Art. 13 Com relação aos colegas, o Administrador deverá:

I - evitar fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;


II - recusar cargo, emprego ou função, para substituir colega que dele tenha se
afastado ou desistido, para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou
da classe;
III- evitar emitir pronunciamentos desabonadores sobre serviço profissional
entregue a colega;
IV - evitar desentendimentos com colegas, usando, sempre que necessário, o
órgão de classe para dirimir dúvidas e solucionar pendências;
V - cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos assumidos
mediante contratos ou outros instrumentos relativos ao exercício profissional;
VI - acatar e respeitar as deliberações dos Conselhos Federal e Regional de
Administração;
VII - tratar com urbanidade e respeito os colegas representantes dos órgãos de
classe, quando no exercício de suas funções, fornecendo informações e facilitando
o seu desempenho;
VIII - auxiliar a fiscalização do exercício profissional e zelar pelo cumprimento
deste Código de Ética, comunicando, com discrição e fundamentalmente aos
órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência;

Art. 14 O Administrador poderá recorrer à arbitragem do Conselho nos casos de divergência de


ordem profissional com colegas, quando for impossível a conciliação de interesses.

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CAPÍTULO VIII
DOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAÇÃO À CLASSE

Art. 15 Ao profissional da Administração caberá observar as seguintes normas com relação à


classe:

I - prestigiar as entidades de classe, propugnando pela defesa da dignidade e dos


direitos profissionais, a harmonia e coesão da categoria;
II - apoiar as iniciativas e os movimentos legítimos de defesa dos interesses da
classe, participando efetivamente de seus órgãos representativos, quando
solicitado ou eleito;
III - aceitar e desempenhar, com zelo e eficiência, quaisquer cargos ou funções,
nas entidades de classe, justificando sua recusa quando, em caso extremo, ache-
se impossibilitado de servi-las;
IV - servir-se de posição, cargo ou função que desempenhe nos órgão de classe,
em benefício exclusivo da classe;
V - difundir e aprimorar a Administração como ciência e como profissão;
VI - cumprir com sua obrigações junto às entidades de classe às quais se
associou, inclusive no que se refere ao pagamento de contribuições, taxas e
emolumentos legalmente estabelecidos;
VII - servir-se de posição, cargo ou função que desempenhe nas entidades da
profissão de Administrador.

CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 16 Constituem infrações disciplinares sujeitas às penalidades previstas neste Código:

I - a prática de atos vedados por este Código;


II - exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou, por qualquer meio,
facilitar o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
III - não cumprir, no prazo estabelecido, determinação de entidade da
profissão de Administrador ou autoridade dos Conselhos, em matéria destes,
depois de regularmente notificado;
IV - deixar de pagar, regularmente, as anuidades e contribuições devidas ao
CRA a que esteja obrigado;
V - participar de instituição que, tendo por objeto a Administração, não
esteja inscrita no Conselho Regional;
VI - fazer ou apresentar declaração, documento falso ou adulterado, perante
as entidades da profissão de Administrador;
VII - tratar outros profissionais ou profissões com desrespeito e descortesia,
provocando confrontos desnecessários ou comparações prejudiciais;
VIII - prejudicar deliberadamente o trabalho, obra ou imagem de outro
Administrador, ressalvadas as comunicações de irregularidades aos órgãos
competentes.

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Art. 17 A violação das normas contidas neste Código importa em falta que, conforme sua
gravidade, sujeita seus infratores as seguintes penalidades:

I - advertência escrita e reservada;


II - censura pública;
III - suspensão do exercício profissional por até noventa dias, prorrogável
uma vez por igual período, se persistirem as condições motivadoras da
punição;
IV - cassação do registro profissional e divulgação do fato para o
conhecimento público.

Parágrafo único. Da decisão que aplicar penalidade prevista nos incisos II, III e IV
deste artigo, deverá o Tribunal Regional interpor recurso ex officio ao Tribunal
Superior.

Art. 18 Na aplicação das sanções previstas neste Código, são consideradas atenuantes as
seguintes circunstâncias:

I - ausência de punição anterior;


II - prestação de relevantes serviços à Administração;
III - infração cometida sob coação ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior.

Art. 19 Salvo nos casos de manifesta gravidade e que exijam aplicação imediata de penalidade
mais grave, a imposição das penas obedecerá à gradação do art. 17.

Parágrafo único. Avalia-se a gravidade pela extensão do dano e por suas


conseqüências.

 CAPÍTULO X
DAS NORMAS PROCEDIMENTAIS PARA O PROCESSO ÉTICO

Art. 20 O processo ético será instaurado de ofício ou mediante representação fundamentada de


qualquer autoridade ou particular.

Parágrafo único. O processo ético deverá tramitar em sigilo até o seu término, só
tendo acesso às informações as partes, seus procuradores e a autoridade
competente.

Art. 21 Os CRAs obrigam-se a publicar em jornal de grande circulação e no seu veículo de


comunicação, se houver, após o trânsito em julgado, as decisões que aplicarem as penalidades
previstas nos incisos II, III e IV do art. 17 deste Código.

Art. 22 Compete ao Conselho Regional de Administração a execução das penalidades impostas


pelos Tribunais Superior e Regionais , na forma estabelecida pela respectiva decisão, sendo
anotadas tais penalidades no prontuário do infrator.

Parágrafo único. Em caso de cassação de registro e de suspensão do exercício


profissional, além das comunicações feitas às autoridades interessadas e dos

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editais, será apreendida a Carteira de Identidade Profissional, sendo que,
decorrido o prazo da suspensão, devolver-se-á a Carteira ao infrator.

Art. 23 A representação será feita por escrito, mediante petição dirigida ao Presidente do Conselho
competente, especificando, de imediato, as provas com que se pretende demonstrar a veracidade.

§ 1º Recebida e processada, a representação será encaminhada ao Presidente do Tribunal, que


notificará o acusado para, no prazo de quinze dias, apresentar defesa prévia, restrita a demonstrar
a falta de fundamentação.

§ 2º Após o prazo, com ou sem defesa prévia, o processo será encaminhado ao Relator designado
pelo Presidente do Tribunal.

Art. 24 Mediante parecer fundamentado pode o Relator propor:

I - o arquivamento da representação;
II - a instauração do processo ético, caso não seja acolhida a defesa prévia.

Art. 25 Desacolhida a defesa prévia, o acusado será intimado para, dentro de quinze dias,
apresentar defesa, especificando as provas que tenha a produzir e arrolar até três testemunhas.

Art. 26 O Presidente do Tribunal designará audiência para ouvir as partes e suas testemunhas,
determinando as diligências que julgar necessárias.

Art. 27 Concluída a instrução, será aberto prazo comum de quinze dias para a apresentação das
razões finais.

Art. 28 Decorrido o prazo para a apresentação das razões finais, deve o processo, em até sessenta
dias, ser incluído na pauta de julgamento do Tribunal.

§ 1º Na sessão de julgamento, o Presidente do Tribunal concederá inicialmente a palavra ao


Relator, que apresentará seu parecer e, após esclarecimentos e defesa oral, se houver, proferirá
seu voto.

§ 2º Havendo pedido de vistas dos autos, o processo será retirado da pauta e seu julgamento
ocorrerá na sessão plenária imediatamente seguinte, com a inclusão do voto de vistas.

§ 3º Na hipótese do processo ser baixado em diligência, após o cumprimento desta, será devolvido
ao Relator para a sessão plenária imediatamente seguinte.

§ 4º Quando a decisão for adotada com base em voto divergente do Relator, o membro que o
proferir, no prazo de dez dias a contar da sessão de julgamento, deverá apresentar parecer e voto
escrito, para constituir a fundamentação dessa decisão.

§ 5º Admitir-se-á defesa oral, que será produzida na sessão de julgamento, com duração de quinze
minutos, pelo interessado ou por seu Advogado.

Art. 29 São admissíveis os seguintes recursos:

I - pedido de revisão ao próprio Tribunal prolator da decisão, em qualquer época,


fundado em fato novo, erro de julgamento ou em condenação baseada em falsa

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prova;
II - recurso voluntário ao Tribunal Superior, no prazo de quinze dias.

§ 1º Para o julgamento do pedido de revisão é exigido quorum mínimo de dois terços dos membros
do Tribunal.

§ 2º Todos os recursos previstos neste Código serão recebidos com efeito suspensivo.

Art. 30 As decisões unânimes do Tribunal Superior são irrecorríveis, exceto quanto ao recurso
previsto no inciso I do art. 29 deste Código.

Parágrafo único. Em havendo divergência, caberá, no prazo de quinze dias da intimação da


decisão, o pedido de reconsideração.

CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 31 Os prazos previstos neste Código são contados a partir da data de recebimento da
notificação do evento.

Art. 32 Compete ao Conselho Federal de Administração formar jurisprudência quanto aos casos
omissos, ouvindo os Regionais, e incorporá-la a este Código.

Art. 33 Aplicam-se subsidiariamente ao processo ético as regras gerais do Código de Processo


Penal, naquilo que lhe for compatível.

Art. 34 O Administrador poderá requerer desagravo público ao Conselho Regional de


Administração quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua profissão.

Art. 35 Caberá ao Conselho Federal de Administração, ouvidos os Conselhos Regionais e a classe


dos profissionais de Administração, promover a revisão e a atualização do presente Código de
Ética, sempre que se fizer necessário.

Aprovado na 6ª reunião plenária do CFA, realizada no dia 28 de março de 2001.

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