Apostila - NR10 - Modulo I Eletrica (91-132 Pag)

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Curso NR 10 – Segurança nas Instalações e Serviços em Eletricidade

MODULO 01 - SEGURANÇA COM ELETRICIDADE

INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE

ENERGIA ELÉTRICA:

GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO.

A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é gerada principalmente em usinas
hidrelétricas, onde a passagem da água por turbinas geradoras transformam a energia mecânica, originada pela
queda d’agua, em energia elétrica. No Brasil a GERAÇÃO de energia elétrica é 80% produzida a partir de
hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por outros processos. A partir da usina a energia é transformada,
em subestações elétricas, a elevados a níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente
alternada (60 Hertz) através de cabos elétricos, até as subestações rebaixadoras, delimitando a fase de
Transmissão.
Já na fase de Distribuição (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros de consumo, a energia
elétrica é tratada nas subestações, com seu nível de tensão rebaixado e sua qualidade controlada, sendo
transportada por redes elétricas aéreas ou subterrâneas, constituídas por estruturas (postes, torres, dutos
subterrâneos e seus acessórios), cabos elétricos e transformadores para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 /
380 V), e finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de serviços e residenciais em níveis de tensão
variáveis,
de acordo com a capacidade de consumo instalada de cada cliente.
Quando falamos em setor elétrico, referimo-nos normalmente ao Sistema Elétrico de Potência (SEP),
definido como o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica até a medição inclusive. Com o objetivo de uniformizar o entendimento é
importante informar que o SEP trabalha com vários níveis de tensão, classificadas em alta e baixa tensão e
normalmente com corrente elétrica alternada (60 Hz).
Conforme definição dada pela ABNT através das NBR (Normas Brasileiras Regulamentadoras), considera-se
“baixa tensão”, a tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou
inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
Da mesma forma considera-se “alta tensão”, a tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts
em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES TIPO DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA

Para facilitar a descrição e o entendimento das atividades abrangidas pelo setor de SEP, vamos dividi-las
em três segmentos: geração, transmissão, distribuição de energia elétrica.

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Geração de Energia Elétrica

São atividades realizadas nas unidades geradoras, para restabelecer ou manter suas condições
adequadas de funcionamento.
Essas atividades são realizadas junto a painéis elétricos energizados ou não, junto a barramentos
elétricos, instalações de serviço auxiliar, tais como: transformadores de potencial, de corrente, de aterramento,
banco de baterias, retificadores, geradores de emergência, etc.
Os riscos na fase de geração de energia elétrica são similares e comuns a todos os sistemas de produção
de energia e estão presentes em diversas atividades, destacando:

 Instalação e manutenção de equipamentos e maquinários (turbinas, geradores, transformadores,


disjuntores, capacitores, chaves, sistemas de medição,etc.);

 Manutenção das instalações industriais após a geração;

 Operação de painéis de controle elétrico;

 Acompanhamento e supervisão dos processos;

 Transformação e elevação da energia elétrica;

 Processos de medição da energia elétrica.

As atividades características da geração se encerram nos sistemas de medição da energia usualmente em


tensões de 138 a 500 kV, interface com a transmissão de energia elétrica.

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Transmissão de Energia Elétrica

São atividades realizadas nas linhas de transmissão e subestações elevadoras e rebaixadoras, para
estabelecer, restabelecer ou manter suas condições adequadas de funcionamento.
O sistema de transmissão é basicamente constituído por linhas de condutores destinados a transportar a
energia elétrica desde a fase de geração até a fase de distribuição, abrangendo processos de elevação e
rebaixamento de tensão elétrica, realizados em subestações próximas aos centros de consumo. Essa energia é
transmitida em corrente alternada (60 Hz) em elevadas tensões (69 a 500 kV). Os elevados potenciais de
transmissão se justificam para evitar as perdas por aquecimento e redução no custo de condutores e métodos de
transmissão da energia, com o emprego de cabos com menor bitola ao longo das imensas extensões a serem
transpostas, que ligam os geradores aos centros consumidores.

Atividades características do setor de transmissão:

 Inspeção de Linhas de Transmissão

Neste processo são verificados: o estado da estrutura e seus elementos, a altura dos cabos elétricos,
condições da faixa de servidão, área ao longo da extensão da linha de domínio da companhia de transmissão. As
inspeções são realizadas periodicamente por terra ou por helicóptero.

 Manutenção de Linhas de Transmissão

São atividades realizadas nas linhas de transmissão para restabelecer ou manter suas condições
adequadas de funcionamento. Compreende as seguintes atividades:

• Substituição e manutenção de isoladores (dispositivo constituído de uma série de “discos”, cujo objetivo é isolar a
energia elétrica da estrutura);

• Limpeza de isoladores;

• Substituição de elementos pára-raios;

• Substituição e manutenção de elementos das torres e estruturas;

• Manutenção dos elementos sinalizadores dos cabos;

• Desmatamento e limpeza de faixa de servidão, etc.

 Construção de Linhas de Transmissão

A construção de linhas de transmissão tem diversas etapas de trabalho desde desmatamento, construção
de estruturas e lançamento de condutores destinados a transportar a energia elétrica, conforme descrição abaixo:

• Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, relatórios de impacto do meio ambiente e projetos;

• Desmatamentos e desflorestamentos;

• Escavações e fundações civis;

• Montagem das estruturas metálicas;

• Distribuição e posicionamento de bobinas em campo;

• Lançamento de cabos (condutores elétricos);

• Instalação de acessórios (isoladores, pára-raios);

• Tensionamento e fixação de cabos;

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• Ensaios e testes elétricos.

Salientamos que essas atividades de construção são sempre realizadas com os circuitos desenergizados,
via de regra, destinadas à ampliação ou em substituição a linhas já existentes, que normalmente estão
energizadas. Dessa forma é muito importante a adoção de procedimentos e medidas adequadas de segurança,
tais como: seccionamento, aterramento elétrico, equipotencialização de todos os equipamentos e cabos, dentre
outros que assegurem a execução do serviço com a linha desenergizada (energizada).

Distribuição de Energia Elétrica

É o segmento do setor elétrico que compreende os potenciais após a transmissão, indo das subestações
de distribuição entregando energia elétrica aos clientes.

A distribuição de energia elétrica aos clientes é realizada nos potenciais:

Grandes clientes abastecidos por tensão de 67 kV a 88 kV.

• Médios clientes abastecidos por tensão de 11,9 kV / 13,8 kV / 23 kV;

• Clientes residenciais, comerciais e industriais até a potência de 75 kVA (o abastecimento de energia é realizado
no potencial de 110, 127, 220 e 380 Volts);

• Distribuição subterrânea no potencial de 24 kV.

A distribuição de energia elétrica possui diversas etapas de trabalho, conforme descrição abaixo:

• Recebimento e medição de energia elétrica nas subestações;

• Rebaixamento ao potencial de distribuição da energia elétrica;

• Construção de redes de distribuição;

• Construção de estruturas e obras civis;

• Montagens de subestações de distribuição;

• Montagens de transformadores e acessórios em estruturas nas redes de distribuição;

• Manutenção das redes de distribuição aérea;

• Manutenção das redes de distribuição subterrânea;

• Poda de árvores;

• Montagem de cabinas primárias de transformação;

• Limpeza e desmatamento das faixas de servidão;

• Medição do consumo de energia elétrica;

• Operação dos centros de controle e supervisão da distribuição.

As atividades nos setores de transmissão e distribuição de energia elétrica podem ser realizadas em
sistemas energizados (linha viva) ou desenergizados.

É importante lembrar que trabalhos executados em linha viva deverão ser executados por profissionais
capacitados especificamente em curso de linha viva.

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Manutenção com a linha desenergizada “linha morta”

Todas as atividades envolvendo manutenção no setor elétrico devem priorizar os trabalhos com circuitos
desenergizados. Apesar de desligado devem obedecer a procedimentos e medidas de segurança adequado de
acordo com a NR10 item 10.5.2 para que os circuitos sejam considerados desenergizados. Somente serão
consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para serviços mediante os procedimentos
apropriados: seccionamento, impedimento de reenergização, constatação da ausência de tensão, instalação de
aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos, proteção dos elementos
energizados existentes, instalação da sinalização de impedimento de energização.
Instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem
atender ao que estabelece o disposto no item 10.6 da norma NR 10.

Manutenção com a linha energizada “linha viva”

Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e metodologias que garantam a
segurança dos trabalhadores de acordo com a NR 10 item 10.6 e 10.7. Nesta condição de trabalho as atividades
devem ser realizadas mediante os métodos abaixo descritos: (É necessário treinamentos e condicionamentos
específicos dos trabalhadores para tais atividades).

Método ao contato

O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois
está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção
coletiva adequados a tensão da rede.

Método ao potencial

É o método onde o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial. Nesse
método é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo
inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas),
ligadas através de cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

Método à Distância

É o método onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura, através do
emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.

RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

A eletricidade constitui-se em agente de elevado potencial de risco ao homem. Mesmo em baixas tensões
ela representa perigo à integridade física e saúde do trabalhador.
Há diferentes tipos de riscos devido aos efeitos da eletricidade no ser humano e no meio ambiente. Os
principais são: o choque elétrico, o arco elétrico, a exposição aos campos eletromagnéticos incêndio e explosão.

CHOQUE ELÉTRICO

É o principal causador de acidentes no setor de SEP e geralmente originado por contato do trabalhador
com partes energizadas. Constitui-se em estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela passagem da
corrente elétrica. Essa corrente circulará pelo corpo onde ele tornar-se parte do circuito elétrico, onde há uma
diferença de potencial suficiente para vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo.
O risco de choque elétrico está presente em praticamente todas as atividades executadas nos setores
elétrico e telefônico a exemplo de construção, montagem, manutenção, reparo, inspeção, medição de sistema
elétrico potência (SEP) e poda de árvores em suas proximidades.

Por que isso acontece?

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O corpo humano é ou se comporta como uma impedância elétrica composta por uma resistência elétrica,
associada a um componente com comportamento levemente capacitivo. Isso faz com que o corpo passe a
conduzir eletricidade quando o mesmo é exposto a uma diferença de potencial.
O choque elétrico pode ocorrer basicamente de cinco maneiras:

1. Por contato com um corpo carregado


Devido a descarga de um capacitor ou devido à descarga eletrostática.

Nota: Descarga estática – Este fenômeno ocorre devido ao efeito capacitivo presente nos mais diferentes
materiais e equipamentos com os quais convivemos. Um exemplo típico é o que acontece em veículos que
se movem em climas secos. Com o movimento, o atrito com o ar gera cargas elétricas que se acumulam
ao longo da estrutura externa do veículo. Isso faz com que entre o veículo e o solo passe a existir uma
diferença de potencial. Dependendo do acúmulo das cargas, poderá haver o perigo de faiscamentos ou de
choque elétrico no instante em que uma pessoa desce ou toca no veículo.

2. Por contato com um circuito energizado.


Devido ao toque acidental com circuito energizado;
3. Por contato com corpo energizado (eletrizado).
Devido ao toque em partes condutoras próximas aos equipamentos e instalações, que ficaram
energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura na isolação (Transferência de potencial).

4. Por aproximação de campos eletromagnéticos.


Devido a potenciais transferidos ou induzidos por instalações ou equipamentos elétricos; ou ainda por
contato por dielétrico rompido.

5. Por ação direta ou indireta das descargas atmosféricas.


Devido a ação direta das descargas atmosféricas ou a potenciais transferidos ou induzidos pelas mesmas.

Efeitos
O choque elétrico pode ocasionar:
 queimaduras (internas e externas)
 tetania,
 fibrilação ventricular do coração(eletroplessão),
 contrações violentas dos músculos,

Queimadura devido ao choque elétrico

Podemos ter queimaduras tanto superficiais, na pele, como profundas, inclusive nos órgãos
internos.Quando uma corrente elétrica passa através de uma resistência elétrica é liberada uma energia térmica.
Este fenômeno é denominado Efeito Joule.
2
E térmica = R corpo humano . I choque . t choque

Onde:

R corpo humano = Resistência elétrica (S) do corpo humano. Ou se for o caso, só a resistência de parte do
corpo, do músculo ou órgão afetado.

I choque = Corrente elétrica do choque (A).

t choque = Tempo do choque (s).

E térmica = Energia em joules (J) liberada no corpo humano.

O calor liberado aumenta a temperatura da parte atingida do corpo humano, podendo produzir vários
efeitos e sintomas, que podem ser:

 queimaduras de 1º, 2º ou 3º graus nos músculos do corpo;

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 aquecimento do sangue, com a sua conseqüente dilatação;


 aquecimento, podendo provocar o derretimento dos ossos e cartilagens;
 queima das terminações nervosas e sensoriais da região atingida;
 queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-se gelatinosas.
As condições citadas não acontecem isoladamente, mas sim associadas, advindo, em conseqüência,
outras causas e efeitos nos demais órgãos.
O choque de alta-tensão queima, danifica, fazendo buracos na pele nos pontos de entrada e saída da
corrente pelo corpo humano. As vítimas do choque de alta-tensão morrem devido, principalmente, a queimaduras.
E as que sobrevivem ficam com seqüelas, geralmente com:

 perda de massa muscular;


 perda parcial de ossos;
 diminuição e atrofia muscular;
 perda da coordenação motora;
 cicatrizes; etc.

Choques elétricos em baixa tensão têm pouco poder térmico. O problema maior é o tempo de duração,
que, se persistir, pode levar à morte, geralmente por fibrilação ventricular do coração.

NOTA: Quando se toca uma superfície condutora energizada, as queimaduras podem ser locais e
profundas atingindo até a parte óssea, ou por outro lado muito pequenas, deixando apenas uma pequena
“mancha branca na pela”.

Tetania / morte por asfixia devido ao choque elétrico

A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de valor elevado, normalmente acima
de 30 mA e circular por um período de tempo relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. Daí a
necessidade de uma ação rápida, no sentido de interromper a passagem da corrente elétrica pelo corpo. A morte
por asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair tetanicamente, cessando assim, a respiração. Se
não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a três minutos, ocorrerá sérias
lesões cerebrais e possível morte.
Fibrilação ventricular do coração / eletroplessão devido ao choque elétrico
A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de corrente da ordem de 15mA que
circulem por períodos de tempo superiores a um quarto de segundo. A fibrilação ventricular é a contração
disritimada do coração que, não possibilitando desta forma a circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de
oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. O coração raramente se recupera por si só da fibrilação ventricular.
No entanto, se aplicarmos um desfribilador, a fibrilação pode ser interrompida e o ritmo normal do coração pode
ser restabelecido. Não possuindo tal aparelho, a aplicação da massagem cardíaca permitirá que o sangue circule
pelo corpo, dando tempo para que se providencie o desfribilador, na ausência do desfribilador deve ser aplicada a
técnica de massagem cardíaca até que a vítima receba socorro especializado.

Contrações violentas dos músculos devido ao choque elétrico

Por último, o choque elétrico poderá causar simples contrações musculares que, muito embora não
acarretem de uma forma direta lesões, fatais ou não, como vimos nos parágrafos anteriores, poderão originá-las,
contudo, de uma maneira indireta: a contração do músculo poderá levar a pessoa a, involuntariamente, chocar-se
com alguma superfície, sofrendo, assim, contusões, ou mesmo, uma queda, quando a vitima estiver em local
elevado.

NOTA: Uma grande parcela dos acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de
batidas e quedas.

Fatores que determinam a gravidade do choque elétrico

A extensão do dano do choque elétrico depende:

 percurso da corrente elétrica;

 características da corrente elétrica;


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 resistência elétrica do corpo humano.

Percurso da corrente elétrica

Tem grande influência na gravidade do choque elétrico o percurso seguido pela corrente no corpo, sendo
os choques elétricos de maior gravidade aqueles em que a corrente elétrica passa pelo coração. A figura abaixo
demonstra os caminhos que podem ser percorridos pela corrente no corpo humano.

Características da corrente elétrica

Outros fatores que determinam a gravidade do choque elétrico são as características da corrente elétrica.

 Corrente contínua (CC)

A fibrilação ventricular só ocorrerá se a corrente contínua for aplicada durante um instante


curto específico e vulnerável do ciclo cardíaco.

 Corrente alternada (CA)

Entre 20 e 100 Hz, são as que oferecem maior risco. Especificamente as de 60 Hz, normalmente usadas
nos sistemas de fornecimento de energia elétrica, são as mais perigosas, uma vez que se situam próximo à
freqüência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação ventricular é maior. Para correntes alternadas de
freqüências elevadas, acima de 2 000 Hz, as possibilidades de ocorrência de choque elétrico são pequenas,
contudo, ocorrerão queimaduras, devido a corrente tender a circular pela parte externa do corpo, ao invés da
interna.
Ocorrem também diferenças nos valores de intensidade de corrente para uma determinada sensação de
choque elétrico, se a vítima for do sexo feminino ou masculino.

 Efeitos de choques elétricos em função do tempo de contato e intensidade de corrente

A relação entre tempo de contato e intensidade de corrente é um agravante nos acidentes por choque
elétrico. Como podemos observar no gráfico, a norma NBR 6533, da ABNT, define cinco zonas de efeitos para
correntes alternadas de 15 a 100 Hz, admitindo a circulação entre as extremidades do corpo em pessoas com 50
kg de peso.

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Resistência elétrica do corpo humano

A intensidade da corrente que circulará pelo corpo da vítima dependerá, em muito, da resistência elétrica
que esta oferecer à passagem da corrente, e também de qualquer outra resistência adicional entre a vítima e a
terra. A resistência que o corpo humano oferece à passagem da corrente é quase que exclusivamente devida à
camada externa da pele, a qual é constituída de células mortas. Esta resistência está situada entre 100.000 e
600.000 ohms, quando a pele encontra-se seca e não apresenta cortes, e a variação apresentada é função da sua
espessura. Quando a pele encontra-se úmida, condição mais facilmente encontrada na prática, a resistência
elétrica do corpo diminui. Cortes também oferecem uma baixa resistência. Pelo mesmo motivo, ambientes que
contenham muita umidade fazem com que a pele não ofereça uma elevada resistência elétrica à passagem da
corrente.
A pele seca, relativamente difícil de ser encontrado durante a execução do trabalho, oferece maior
resistência a passagem da corrente elétrica. A resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída, pelo
sangue músculos e demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente 300 ohms
em média e apresentando um valor máximo de 500 ohms.
As diferenças da resistência elétrica apresentadas pela pele à passagem da corrente, ao estar seca ou
molhada, podem ser grande, considerando que o contato foi feito em um ponto do circuito elétrico que apresente
uma diferença de potencial de 120 volts, teremos:

Valores permissíveis

São os valores de tensão que proporcionam a segurança de pessoas e mesmo de animais, que por
ventura venham a tocar ou a pisar próximo a estruturas metálicas aterradas e energizadas acidentalmente.
Os valores permissíveis encontrados na bibliografia existente variam um pouco de um autor para outro,
mas todos se baseiam em experiências práticas e em estudos fisiológicos levando-se em consideração os limites
do corpo humano de se expor aos efeitos provenientes do choque elétrico.
De uma maneira geral a corrente permissível do corpo humano e as sensações causadas pela mesma
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podem ser resumidas na tabela abaixo:

Corrente (mA)
EFEITO FISIOLÓGICO
Homem Mulher
Ausência da sensação das mãos. 1,2 0,6
Nível limiar de percepção. 5,2 3,5
Choque desconfortável, mas não doloroso; controle muscular mantido. 9,0 6,0
Choque doloroso, para 99,5% das pessoas testadas, mas ainda com
62,0 41,0
controle muscular mantido.
Tabela 1

Valores acima de 62 ou 41 mA para homem e mulheres respectivamente, serão fatais, pois a pessoa não
terá mais controle muscular e ficará “grudada” à estrutura, além de enrolar a língua, causando asfixia.

Causas determinantes

Veremos a seguir os meios através dos quais são criadas condições para que uma pessoa venha a sofrer
um choque elétrico.
Contato com um condutor nú energizado. Uma das causas mais comuns desses acidentes é o contato
com condutores aéreos energizados. Normalmente o que ocorre é que equipamentos tais como guindastes,
caminhões basculantes tocam nos condutores, tornando-se parte do circuito elétrico; ao serem tocados por uma
pessoa localizada fora dos mesmos, ou mesmo pelo motorista, se este, ao sair do veículo, mantiver contato
simultâneo com a terra e o mesmo, causam um acidente fatal.
Contato com banco de capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os alimenta, conservam
por determinado intervalo de tempo sua carga elétrica. Daí a importância de se seguir as normativas referentes a
estes dispositivos.
Grande cuidado deve ser observado, ao desligar-se o primário de transformadores, nos quais se pretende
executar algum serviço. O risco que se corre é que do lado do secundário pode ter sido ligado algum aparelho, o
que poderá induzir no primário uma tensão elevadíssima. Daí a importância de, ao se desligarem os condutores
do primário de um transformador, estes serem aterrados.

Falha na isolação elétrica


Os condutores quer sejam empregados isoladamente, como nas instalações elétricas, quer como partes
de equipamentos, são usualmente recobertos por uma película isolante. No entanto, a deterioração por agentes
agressivos, o envelhecimento natural ou forçado ou mesmo o uso inadequado do equipamento podem
comprometer a eficácia da película, como isolante elétrico. Veremos, a seguir, os vários meios pelos quais o
isolamento elétrico pode ficar comprometido:


Calor e Temperaturas Elevadas
A circulação da corrente em um condutor sempre gera calor e, por conseguinte, aumento da temperatura
do mesmo. Este aumento pode causar a ruptura de alguns polímeros, de que são feitos alguns materiais isolantes,
dos condutores elétricos.


Umidade
Alguns materiais isolantes que revestem condutores absolvem umidade, como é o caso do nylon. Isto faz
com que a resistência isolante do material diminua.

Oxidação
Esta pode ser atribuída à presença de oxigênio, ozônio ou outros oxidantes na atmosfera. O ozônio torna-
se um problema especial em ambientes fechados, nos quais operem motores, geradores. Estes produzem em seu
funcionamento arcos elétricos, que por sua vez geram o ozônio. O ozônio é o oxigênio em sua forma mais instável
e reativa. Embora esteja presente na atmosfera em um grau muito menor do que o oxigênio, por suas
características, ele cria muito maior dano ao isolamento do que aquele.

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 Radiação
As radiações ultravioleta têm a capacidade de degradar as propriedades do isolamento, especialmente de
polímeros. Os processos fotoquímicos iniciados pela radiação solar provocam a ruptura de polímeros, tais como, o
cloreto de vinila, a borracha sintética e natural, a partir dos quais o cloreto de hidrogênio é produzido. Esta
substância causa, então, reações e rupturas adicionais, comprometendo, desta forma, as propriedades físicas e
elétricas do isolamento.


Produtos Químicos
Os materiais normalmente utilizados como isolantes elétricos degradam-se na presença de substâncias
como ácidos, lubrificantes e sais.

 Desgaste Mecânico
As grandes causas de danos mecânicos ao isolamento elétrico são a abrasão, o corte, a flexão e torção
do recobrimento dos condutores. O corte do isolamento dá-se quando o condutor é puxado através de uma
superfície cortante. A abrasão tanto pode ser devida à puxada de condutores por sobre superfícies abrasivas, por
orifícios por demais pequenos, quanto à sua colocação em superfícies que vibrem, as quais consomem o
isolamento do condutor. As linhas de pipas com cerol (material cortante) também agridem o isolamento dos
condutores.

Fatores Biológicos
Roedores e insetos podem comer os materiais orgânicos de que são constituídos os isolamentos elétricos,
comprometendo a isolação dos condutores. Outra forma de degradação das características do isolamento elétrico
é a presença de fungos, que se desenvolvem na presença da umidade.


Altas Tensões
Altas tensões podem dar origem à arcos elétricos ou efeitos corona, os quais criam buracos na isolação ou
degradação química, reduzindo, assim, a resistência elétrica do isolamento.

 Pressão
O vácuo pode causar o desprendimento de materiais voláteis dos isolantes orgânicos, causando vazios
internos e conseqüente variação nas suas dimensões, perda de peso e conseqüentemente, redução de sua
resistividade.

Condições atmosféricas

Deve-se considerar que todo trabalho em equipamentos energizados/desenergizados só deve ser iniciado
com boas condições meteorológicas, não sendo assim permitidos trabalhos sob chuva, neblina densa ou ventos.

Descargas atmosféricas (raios)

O raio é um fenômeno de natureza elétrica, sendo produzido por nuvens do tipo cumulus nimbus, que tem
formato parecido com uma bigorna e chega a ter 12 quilômetros de altura e vários quilômetros de diâmetro. As
tempestades com trovoadas se verificam quando certas condições particulares (temperatura, pressão, umidade do
ar, velocidade do vento, etc.) fazem com que determinado tipo de nuvem se torne eletricamente carregada
internamente.
O mecanismo de autoprodução de cargas elétricas vai aumentando de tal modo que dá origem a uma
onda elétrica (raio), que partirá da base da nuvem em direção ao solo, buscando locais de menor potencial,
definindo assim uma trajetória ramificada e aleatória. Esta primeira onda caracteriza o choque líder que define sua
posição de queda entre 20 a 100 metros do solo. A partir deste estágio, o primeiro choque do raio deixou um canal
ionizado entre a nuvem e o solo, que dessa forma permitirá a passagem de uma avalanche de cargas com
corrente de pico em torno de 20 000 ampères. Após esse segundo choque violento das cargas elétricas passando
pelo ar, há o aquecimento deste meio, até 30 000° C, provocando assim a expansão do ar (trovão). Neste
processo os elétrons retirados das moléculas de ar retornam, fazendo com que a energia seja devolvida sob a
forma de relâmpago.
As descargas atmosféricas podem ser ascendentes (da terra para a nuvem) ou descendentes (da nuvem
para a terra), ou ainda entre nuvens.

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Com o intuito de evitar falsas expectativas ao sistema de proteção contra descargas atmosféricas,
devemos fazer os seguintes esclarecimentos:

• O raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível tanto em relação às suas características elétricas
como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as edificações, as pessoas ou
animais.

• Nada em termos práticos pode ser feito para impedir a "queda" de uma descarga em uma determinada região.
Assim sendo, as soluções aplicadas buscam tão-somente minimizar os efeitos destruidores a partir de
instalações adequadas de captação e de condução segura da descarga para a terra.

• A incidência de raios é maior em solos maus condutores do que em solos condutores de eletricidade, pois nos
solos maus condutores, na existência de nuvens carregadas sobre o mesmo, criam-se por indução no terreno
cargas positivas, em que temos a nuvem funcionando como placa negativa e o solo com placa positiva e o ar,
naturalmente úmido e às vezes ionizado, servindo como um isolante de baixo poder dielétrico, propiciando assim a
existência de raios.

Sobretensões transitórias

Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua corrente elétrica,
que gera intensos campos eletromagnéticos, calor, etc. Além dos danos causados diretamente pela corrente
elétrica e pelo intenso calor, o raio pode provocar sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de
telecomunicações, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de transmissão de dados, etc. Essa sobretensão é
denominada Sobretensão Transitória.
Por sua vez, as sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas internas ou de
telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos,
além de poderem causar danos a pessoas e animais, podem:

• Provocar a queima total ou parcial de equipamentos elétricos ou danos à própria instalação elétrica interna e
telefônica, entre outras;

• Reduzir a vida útil dos equipamentos;

• Provocar enormes perdas, com a parada de equipamentos, etc.

As sobrecorrentes transitórias originadas de descargas atmosféricas podem ocorrer de dois modos:

• Descarga Direta: o raio atinge diretamente uma rede elétrica ou telefônica. Nesse caso, o raio tem um efeito
devastador, gerando elevados valores de sobretensões sobre os diversos circuitos.

• Descarga Indireta: o raio cai a uma distância de até 1 quilômetro de uma rede elétrica.A sobretensão gerada é de
menor intensidade do que a provocada pela descarga direta, mas pode causar sérios danos. Essa sobretensão
induzida acontece quando uma parte da energia do raio é transferida através de um acoplamento eletromagnético
com uma rede elétrica.

A grande maioria das sobretensões transitórias de origem atmosférica que causam danos
a equipamentos é ocasionada pelas descargas indiretas.

Em caso de tempestade as seguintes medidas preventivas devem ser adotadas.

• Evitar a execução de serviços em equipamentos e instalações elétricas internas e externas.

• Nunca procurar abrigo sob árvores ou construções isoladas sem sistemas de proteção atmosférica adequados.

• Não entrar em rios, lagos, piscinas, guardando uma distância segura destes.

• Procurar abrigo em instalações seguras, jamais ficando ao relento.

• Caso não encontre abrigo, procurar não se movimentar, e se possível ficar agachado, evitando assim o efeito
das pontas.
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• Evitar o uso de telefones, a não ser que seja sem fio.

• Evitar ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas.

• Evitar tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.

• Evitar locais extremamente perigosos, como topos de morros, topos de prédios, proximidade de cercas de
arame, torres, linhas telefônicas, linhas aéreas.

Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas

As medidas utilizadas para minimizar as conseqüências das descargas atmosféricas têm como princípio a
criação de caminhos de baixa resistência a terra escoando à mesma as correntes elétricas dos raios.
Temos como principais componentes de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas:
• Terminais Aéreos – Conhecidos como pára-raios, eles são hastes montadas em bases instaladas acima do
ponto mais alto das edificações com o objetivo de propiciar um caminho mais fácil para os relâmpagos que
venham a incidir na edificação, sendo geralmente interligados através de condutores horizontais.

• Condutores de Descida – Cabos que conectam os terminais aéreos aos terminais de aterramento.

• Terminais de Aterramento – Condutores que servem para conectar os cabos de descida ao solo. Sendo os
mesmos constituídos usualmente de cabos e hastes enterradas no solo, propiciando uma baixa resistência a terra,
sendo a mesma dependente das características do solo.

• Condutores de Ligação Eqüipotencial – Visam à interligação do sistema de aterramento com os outros sistemas
de aterramento da edificação, impedindo assim a existência de diferenças de potenciais entre os elementos
interligados.

Como veremos no capitulo seguinte sobre eqüipotencialização, todas as partes metálicas da edificação, os
aterramentos de equipamentos, as estruturas, o sistema de proteção atmosférica, etc. devem ser interligados a um
mesmo referencial de terra.

• Supressores de Surto, Varistores, Pára-Raios de Linha, Centelhados – São instalados em pontos de entrada de
energia, cabos telefônicos e de dados, instrumentação industrial, etc., com o intuito de proteger as instalações e
equipamentos contra sobrecorrentes transitórias (sobretensões) provocadas por descargas direta,indireta e
manobras de equipamentos do sistema de alimentação elétrica.

ARCO VOLTAICO

O arco voltaico caracteriza-se pelo fluxo de corrente elétrica através de um meio “isolante”, como o ar, e
geralmente é produzido quando da conexão e desconexão de dispositivos elétricos e em caso de curto-circuito.
Os arcos elétricos são extremamente quentes. Próximo ao "laser", eles são a mais intensa fonte de calor
na Terra. Sua temperatura pode alcançar 20 000°C. Pessoas que estejam no raio de alguns metros de um arco
podem sofrer severas queimaduras. Os arcos elétricos são eventos de múltipla energia. Forte explosão e energia
acústica acompanham a intensa energia térmica. Em determinadas situações, uma onda de pressão também pode
se formar, sendo capaz de atingir quem estiver próximo ao local da ocorrência.

Conseqüências de arcos elétricos (queimaduras e quedas)

Se houver centelha ou arco, a temperatura deste é tão alta que destrói os tecidos do corpo. Todo cuidado
é pouco para evitar a abertura de arco através do operador. Também podem desprender-se partículas
incandescentes que queimam ao atingir os olhos.
O arco pode ser causado por fatores relacionados a equipamentos, ao ambiente ou a pessoas.
Uma falha pode ocorrer em equipamentos elétricos quando há um fluxo de corrente não intencional entre
fase e terra, ou entre múltiplas fases. Isso pode ser causado por trabalhadores que façam movimentos bruscos ou
por descuido no manejo de ferramentas ou outros materiais condutivos quando estão trabalhando em partes
energizadas da instalação ou próximo a elas.

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Outras causas podem estar relacionadas a equipamentos, e incluem falhas em partes condutoras que integram ou
não os circuitos elétricos.
Causas relacionadas ao ambiente incluem a contaminação por sujeira ou água ou pela presença de
insetos ou outros animais (gatos ou ratos que provocam curtos-circuitos em barramentos de painéis ou
subestações).
A quantidade de energia liberada durante um arco depende da corrente de curto-circuito e do tempo de
atuação dos dispositivos de proteção contra sobrecorrentes. Altas correntes de curto-circuito e tempos longos de
atuação dos dispositivos de proteção aumentam o risco do arco elétrico.
A severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende da energia liberada durante
a falha, da distância que separa as pessoas do local e do tipo de roupa utilizada pelas pessoas expostas ao arco.
As mais sérias queimaduras por arco voltaico envolvem a ignição da roupa da vítima pelo calor do arco elétrico.
Tempos relativamente longos (30 a 60 segundos, por exemplo) de queima contínua de uma roupa comum
aumentam tanto o grau da queimadura quanto a área total atingida no corpo. Isso afeta diretamente a gravidade
da lesão e a própria sobrevivência da vítima. A proteção contra o arco elétrico depende do cálculo da energia que
pode ser liberada no caso de um curto-circuito. As vestimentas de proteção adequadas devem cobrir todas as
áreas que possam estar expostas à ação das energias oriundas do arco elétrico. Portanto, muitas vezes, além da
cobertura completa do corpo, elas devem incluir capuzes. O que agora nos parece óbvio, nem sempre foi
observado, isto é, se em determinadas situações uma análise de risco nos indica a necessidade de uma
vestimenta de proteção contra o arco elétrico, essa vestimenta deve incluir proteção para o rosto,
pescoço, cabelos, enfim, as partes da cabeça que também possam sofrer danos se expostas a uma
energia térmica muito intensa.
Além dos riscos de exposição aos efeitos térmicos do arco elétrico, também está presente o risco de
ferimentos e quedas, decorrentes das ondas de pressão que podem se formar pela expansão do ar.
Na ocorrência de um arco elétrico, uma onda de pressão pode empurrar e derrubar o trabalhador que está
próximo da origem do acidente. Essa queda pode resultar em lesões mais graves se o trabalho estiver sendo
realizado em uma altura superior a dois metros, o que pode ser muito comum em diversos tipos de instalações.

Proteção contra perigos resultantes de faltas por arco

Os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a sua operação devem ser selecionados e
instalados de forma a garantir a segurança das pessoas que trabalham nas instalações.
Temos relacionadas algumas medidas para garantir a proteção contra os perigos resultantes de faltas por
arco:

1. Utilização de um ou mais dos seguintes meios:

 Dispositivos de abertura sob carga;

 Chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;

 Sistemas de intertravamento;

 Fechaduras com chave não intercambiáveis.

2. Coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas ou telas;

3. Equipamentos ensaiados para resistir aos arcos internos;

4. Emprego de dispositivos limitadores de corrente;

5. Seleção de tempos de interrupção muito curtos, o que pode ser obtido através de relés instantâneos
ou através de dispositivos sensíveis a pressão, luz ou calor, atuando em dispositivos de interrupção
rápidos;

6. Operação da instalação.

 Utilização procedimento e vestimenta de proteção contra o arco elétrico.

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CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS

É gerado quando da passagem da corrente elétrica nos meios condutores. O campo eletromagnético está
presente em inúmeras atividades humanas, tais como trabalhos com circuitos ou linhas energizadas, solda
elétrica, utilização de telefonia celular e fornos de microondas.
Os trabalhadores que interagem com Sistema Elétrico Potência estão expostos ao campo
eletromagnético, quando da execução de serviços em linhas de transmissão aérea e subestações de distribuição
de energia elétrica, nas quais empregam-se elevados níveis de tensão e corrente.
Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo eletromagnético são de
natureza elétrica e magnética. Onde o empregado fica exposto ao campo onde seu corpo sofre uma indução,
estabelecendo um diferencial de potencial entre o empregado e outros objetos inerentes às atividades.
Não há comprovação científica, porém há indícios de que a radiação eletromagnética criada nas
proximidades de meios com elevados níveis de tensão e corrente elétrica, possa provocar a ocorrência de câncer,
leucemia e tumor de cérebro. Contudo é certo que essa situação promove nocividade térmica (interior do corpo) e
efeitos endócrinos no organismo humano.
A unidade de medida do campo magnético é o Ampére por Volt, Gaus ou Tesla cujo símbolo é
representado pela letra T.
Uma outra preocupação é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser particularmente importante
quando há diferentes circuitos próximos uns dos outros.
A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético que, por sua vez, induz
uma corrente elétrica em condutores próximos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em um
circuito desenergizado se ele estiver próximo a outro circuito energizado. Por isso é fundamental que você, além
de desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira, com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de
tensão), se o circuito está efetivamente sem tensão.
Especial atenção aos trabalhadores, expostos a essas condições, que possuam em seu corpo próteses
metálicas (pinos, encaixes, articulações), pois a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos
podendo provocar as necroses ósseas, assim como aos trabalhadores portadores de aparelhos e equipamentos
eletrônicos (marca-passo, auditivos, dosadores de insulina, etc..), pois a radiação interfere nos circuitos elétricos e
poderão criar disfunções e mau funcionamento desses.

QUEIMADURAS POR CONTATO COM EQUIPAMENTOS OU DISPOSITIVO EM ALTA


TEMPERATURA

A corrente elétrica que circula pelos equipamentos, condutores e dispositivos das instalações produz calor,
o que pode danificar as instalações ou até mesmo provocar lesões em pessoas nas proximidades dos circuitos e
equipamentos.
As queimaduras provocadas pelo aquecimento dos equipamentos e parte dos circuitos podem ser
classificadas basicamente em dois tipos:

 queimaduras por contato com equipamento ou dispositivo não energizado, mas com temperatura
elevada devido ao funcionamento;

 queimaduras por vapor metálico.

NOTA: Na fusão de um elo fusível ou condutor, há a emissão de vapores e derramamento de


metais derretidos (em alguns casos prata ou estanho) podendo atingir as pessoas localizadas nas
proximidades.

Proteção contra efeitos térmicos

As pessoas, os componentes fixos de uma instalação elétrica, bem como os materiais fixos próximos
devem ser protegidos contra os efeitos prejudiciais do calor ou irradiação térmica produzidos pelos equipamentos
elétricos, particularmente quanto a:

 riscos de queimaduras;
 prejuízos no funcionamento seguro de componentes da instalação;
 combustão ou deterioração de materiais.

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Proteção contra queimaduras

As partes acessíveis de equipamentos elétricos situados na zona de alcance normal não devem atingir
temperaturas que possam causar queimaduras em pessoas e devem atender aos limites de temperaturas, ainda
que por curtos períodos, determinados pela NBR 14039 e devem ser protegidas contra qualquer contato acidental.

MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO

DESENERGIZAÇÃO

É um conjunto de ações coordenadas, seqüenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva


ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle
dos trabalhadores envolvidos.
Os serviços a serem executados em instalações elétricas desenergizadas, mas com possibilidade
de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6. da
NR 10, que diz respeito a segurança em instalações elétricas desenergizadas.Somente serão consideradas
desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e
obedecida a seqüência a seguir (NR-10 item 10.5); sendo que esta seqüência de ações deve ser realizada com
procedimentos de instalações elétricas energizadas (NR10 item 10.6)

Seccionamento

O seccionamento consiste promover a descontinuidade elétrica total, com afastamento adequado entre um
circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora,
interruptor, disjuntor), local ou remota do respectivo dispositivo de manobra para seccionamento do circuito
elétrico.
Sempre que for tecnicamente possível, deve-se promover o corte visível dos circuitos, provendo
afastamentos adequados que garantam condições de segurança específica, impedindo assim a existência de

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tensão elétrica no equipamento ou circuito. O seccionamento tem maior eficácia quando há a constatação visual
da separação dos contatos (abertura de seccionadora, retirada de fusíveis, etc.).

Impedimento de reenergização

É o estabelecimento de condições que impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reenergização


do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prática
trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de
travamento ou com sistemas informatizados equivalentes.

Deve-se utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento, para o quadro, painel


ou caixa de energia elétrica e garantir o efetivo impedimento de reenergização involuntária ou acidental do circuito
ou equipamento durante a execução da atividade que originou o seccionamento. Deve-se também fixar placas
de sinalização alertando sobre a proibição da ligação da chave e indicando que o circuito está em
manutenção.

Este impedimento pode ser feito por meio de bloqueio mecânico, como por exemplo:

 Em seccionadora de alta tensão, utilizando cadeados que impeçam a manobra de religamento pelo
travamento da haste de manobra.
 Retirada dos fusíveis de alimentação do local.
 Travamento da manopla dos disjuntores por cadeado ou lacre.
 Extração do disjuntor quando possível.

O risco de energizar inadvertidamente o circuito é grande em atividades que envolvam equipes diferentes,
onde mais de um empregado estiver trabalhando. Nesse caso a eliminação do risco é obtida pelo emprego de
tantos bloqueios quantos forem necessários para execução da atividade.

Dessa forma, o circuito será novamente energizado quando o último empregado concluir seu serviço e
destravar os bloqueios. Após a conclusão dos serviços deverão ser adotados os procedimentos de liberação
específicos.
A desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalação deve ser sempre
programada e amplamente divulgada para que a interrupção da energia elétrica reduza os transtornos e a
possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser autorizada mediante a divulgação a todos os envolvidos.

Instalação da sinalização de impedimento de reenergização

Este tipo de sinalização é utilizado para diferenciar os equipamentos energizados dos não energizados,
afixando-se no dispositivo de comando do equipamento principal um aviso de que ele está impedido de ser

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energizado. Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação da
razão de desenergização e informações do responsável.
Os cartões, avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio devem ser claros
e adequadamente fixados. No caso de método alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar a
comunicação da condição impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do sistema.

Constatação da ausência de tensão

É a verificação da efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico. Deve ser feita com
detectores testados antes e após a verificação da ausência de tensão, sendo realizada por contato ou por
aproximação e de acordo com procedimentos específicos de cada equipamento.

Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos

Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento temporário deverá ser


ligado a uma haste conectada à terra. Na seqüência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos
condutores fase, previamente desligados(equipotencialização).
A retirada dos conjuntos de aterramento temporário deverá ocorrer em ordem inversa à de sua instalação
no procedimento de dezenergização.

OBS.: Trabalhar entre dois pontos devidamente aterrados.

Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada

É o conjunto de ações destinadas a proteger todos os elementos energizados dentro da área controlada.
Define-se zona controlada como, área em torno da parte condutora energizada, segregada, acessível, de
dimensões estabelecidas de acordo com nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados, como disposto no anexo II da Norma Regulamentadora Nº10. Podendo ser feito com anteparos,
dupla isolação invólucros, etc.

O estado de instalação desenergizada

Após todos os passos descritos acima a instalação elétrica está desenergizada e pode ser liberadas para
trabalho.
Somente após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de anormalidades, o trabalhador
providenciará a retirada de ferramentas, equipamentos e utensílios e por fim o dispositivo individual de travamento
e etiqueta correspondente.
Os responsáveis pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada de todos os travamentos,
cartões e bloqueios, providenciará a remoção dos conjuntos de aterramento, e adotará os procedimentos de
liberação do sistema elétrico para operação.
A seqüência de procedimento acima pode ser modificado, com a alteração da ordem das etapas ou
mesmo com o acréscimo ou supressão de etapas, dependentemente das particularidades do circuito ou
equipamento a ser executada a desenergização, e a aprovação por profissional responsável. Os procedimentos
acima deverão ser executados em todos os pontos possíveis de alimentação do equipamento/circuito a ser
desenergizado.

ATERRAMENTO FUNCIONAL DE PROTEÇÃO E TEMPORÁRIO

Aterramento

Definição

Ligação intencional à terra através da qual correntes elétricas podem fluir.


NOTA: Os sistemas de aterramento devem satisfazer às prescrições de segurança das pessoas e
funcionais da instalação. O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e
de funcionamento da instalação elétrica.

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Ligações à terra

Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional), o aterramento deve ser único em cada local da
instalação. Para casos específicos, de acordo com as prescrições da instalação, o aterramento pode ser usado
separadamente, desde que sejam tomadas as devidas precauções.

O aterramento pode ser:

• Temporário: ligação elétrica efetiva com baixa impedância intencional à terra, destinada a garantir a
equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica.

• Funcional: ligação através de um dos condutores do sistema neutro.

• Proteção: ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação.

A proteção contra contatos indiretos proporcionada em parte pelo equipamento e em parte pela instalação
é aquela tipicamente associada aos equipamentos classe I. Um equipamento classe I tem algo além da isolação
básica: sua massa é provida de meios de aterramento, isto é, o equipamento vem com condutor de proteção
(condutor PE, ou "fio terra") incorporado ou não ao cordão de ligação, ou então sua caixa de terminais inclui um
terminal PE para aterramento. Essa é a parte que toca ao próprio equipamento. A parte que toca à instalação é
ligar esse equipamento adequadamente, conectando-se o PE do equipamento ao PE da instalação, na tomada ou
caixa de derivação – o que pressupõe uma instalação dotada de condutor PE, evidentemente (e isso deve ser
regra, e não exceção); e garantir que, em caso de falha na isolação desse equipamento, um dispositivo de
proteção atue automaticamente, promovendo o desligamento do circuito.
A secção mínima do condutor de proteçao (PE) deve obedecer aos valores estabelecidos na tabela
abaixo.

Esquema de aterramento em baixa tensão


Quando for exigido um aterramento por razões combinadas de proteção e funcionais, as prescrições
relativas às medidas de proteção devem prevalecer.
Conforme a NBR-5410/2004 são considerados os esquemas de aterramento TN / TT / IT, cabendo as
seguintes observações sobre as ilustrações e símbolos utilizados:

A) As figuras na seqüência, que ilustram os esquemas de aterramento, devem ser interpretadas de forma
genérica. Elas utilizam como exemplo sistemas trifásicos. As massas indicadas não simbolizam apenas uma única
massa, mas sim qualquer número de equipamentos elétricos. Além disso, as figuras não devem ser vistas com
conotação espacial restrita. Deve-se notar, neste particular, que como uma mesma instalação pode eventualmente
abranger mais de uma edificação, as massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo de
aterramento, se pertencentes a uma mesma edificação, mas podem, em princípio, estar ligadas a eletrodos de
aterramento distintos, se situadas em diferentes edificações, com cada grupo de massas associado ao eletrodo de
aterramento da edificação respectiva. Nas figuras são utilizados os seguintes símbolos:

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B) Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia:

Primeira letra — Situação da alimentação em relação à terra:

• T = um ponto diretamente aterrado;

• I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto através de impedância;

Segunda letra — Situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:

• T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual de um ponto da alimentação;

• N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente alternada, o ponto aterrado é normalmente o
ponto neutro);

Outras letras (eventuais) — Disposição do condutor neutro e do condutor de proteção:

• S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos;

• C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor (condutor PEN).

Esquema TN

O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse
ponto através de condutores de proteção. São consideradas três variantes de esquema TN, de acordo com a
disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, a saber:

A) Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos, separados ao longo de toda
a instalação, figura abaixo.
;

B) Esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor, na
totalidade do esquema, figura abaixo;

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NOTA: As funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único


condutor, na totalidade do esquema.

C) Esquema TN-C-S, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor em uma
parte da instalação, figura abaixo;

NOTA: As funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único condutor em parte
dos esquemas.

Esquema TT

Neste esquema o aterramento do condutor neutro e o(s) aterramento(s) de proteção dos equipamentos
são separados. Neste esquema um ponto da alimentação é diretamente aterrado, estando as massas da
instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento da
alimentação, figura abaixo.

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Esquema IT

Neste esquema o aterramento da fonte não possui qualquer ponto diretamente aterrado, todas as partes
vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é aterrado através de uma impedância, ver figura abaixo.

As massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades:

 massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se existente;


 massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque não há eletrodo de aterramento
da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento das massas é independente do eletrodo de
aterramento da alimentação

Esquemas de Ligação de Aterramento em Média Tensão

Segundo a norma NBR 14039/2003, são considerados os esquemas de aterramento para sistemas
trifásicos comumente utilizados, descritos a seguir, sendo estes classificados conforme a seguinte simbologia:

Primeira letra – situação da alimentação em relação à terra:

 T = um ponto de alimentação (geralmente o neutro) diretamente aterrado;

 I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto através de


uma impedância.

Segunda letra – situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:

 T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual de ponto de


alimentação;

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 N = massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado (em corrente alternada, o ponto
aterrado é normalmente o neutro).

Terceira letra – situação de ligações eventuais com as massas do ponto de alimentação:

 R = as massas do ponto de alimentação estão ligadas simultaneamente ao aterramento do neutro


da instalação e às massas da instalação;

 N = as massas do ponto de alimentação estão ligadas diretamente ao aterramento do neutro da


instalação, mas não estão ligadas às massas da instalação;

 S = as massas do ponto de alimentação estão ligadas a um aterramento eletricamente separado


daquele do neutro e daquele das massas da instalação.

Esquema TNR

O esquema TNR possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas da instalação e
do ponto de alimentação ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. Nesse esquema, toda corrente
de falta direta fase-massa é uma corrente de curto-circuito.

Esquemas TTN e TTS

Os esquemas TTx possuem um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas da


instalação ligadas a eletrodos de aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento do ponto de
alimentação.
Nesse esquema, as correntes de falta direta fase-massa devem ser inferiores a uma corrente de curto-
circuito, sendo, porém, suficientes para provocar o surgimento de tensões de contato perigosas.
São considerados dois tipos de esquemas, TTN e TTS, de acordo com a disposição do condutor neutro e
do condutor de proteção das massas do ponto de alimentação, a saber:

a) esquema TTN, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção das massas do ponto de alimentação são
ligados a um único eletrodo de aterramento;

b) esquema TTS, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção das massas do ponto de alimentação são
ligados a eletrodos de aterramento distintos.

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Esquemas ITN, ITS e ITR

Os esquemas ITx não possuem qualquer ponto da alimentação diretamente aterrado ou possuem um
ponto da alimentação aterrado através de uma impedância, estando as massas da instalação ligadas a seus
próprios eletrodos de aterramento.
Nesse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase-massa não deve ter intensidade suficiente
para provocar o surgimento de tensões de contato perigosas.
São considerados três tipos de esquemas, ITN, ITS e ITR, de acordo com a disposição do condutor neutro
e dos condutores de proteção das massas da instalação e do ponto de alimentação, a saber:

a) Esquema ITN, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção das massas do ponto de alimentação são
ligados a um único eletrodo de aterramento e as massas da instalação ligadas a um eletrodo distinto;

b) Esquema ITS, no qual o condutor neutro, os condutores de proteção das massas do ponto de alimentação e da
instalação são ligados a eletrodos de aterramento distintos;

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c) Esquema ITR, no qual o condutor neutro, os condutores de proteção das massas do ponto de alimentação e da
instalação são ligados a um único eletrodo de aterramento.

Aterramento temporário e equipotencialização

Toda instalação elétrica somente poderá ser considerada desenergizada após adotado o procedimento de
equipotencialização de aterramento temporário . O aterramento temporário de uma instalação tem por função
evitar acidentes gerados pela energização acidental da rede, propiciando rápida atuação do sistema automático
de seccionamento ou proteção. Também tem o objetivo de promover proteção aos trabalhadores contra descargas
atmosféricas que possam interagir ao longo do circuito em intervenção.
Esse procedimento deverá ser adotado antes e depois do ponto de intervenção do circuito e derivações se
houver, salvo quando a intervenção ocorrer no final do trecho. Deve ser retirado ao final dos serviços.

A energização acidental pode ser causada por:

 Erros na manobra;

 Fechamento de chave seccionador

 Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do circuito;

 Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede;

 Fontes de alimentação de terceiros (geradores);

 Linhas de distribuição para operações de manutenção e instalação e colocação de transformador;

 Torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linhas de transmissão;

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 Linhas de transmissão nas operações de substituição de torres ou manutenção de componentes da linha;

 Descargas atmosféricas.

Para cada classe de tensão existe um tipo de aterramento temporário. O mais usado em trabalhos
de manutenção ou instalação nas linhas de distribuição é um conjunto ou ‘Kit’ padrão composto pelos
seguintes elementos:

• vara ou bastão de manobra em material isolante, com cabeçotes de manobra;

• grampos condutores – para conexão do conjunto de aterramento com os condutores e a terra;

• trapézio de suspensão - para elevação do conjunto de grampos à linha e conexão dos cabos de interligação das
fases, de material leve e bom condutor, permitindo perfeita conexão elétrica e mecânica dos cabos de interligação
das fases e descida para terra;

• grampos – para conexão aos condutores e ao ponto de terra;

• cabos de aterramento de cobre, extraflexível e isolado;

• trado ou haste de aterramento – para ligação do conjunto de aterramento com o solo, deve ser dimensionado
para propiciar baixa resistência de terra e boa área de contato com o solo. Nas subestações, por ocasião da
manutenção dos componentes, se conecta os componentes do aterramento temporário à malha de
aterramento fixa já existente.

EQUIPOTENCIALIZAÇÃO

É o procedimento que consiste na interligação de elementos condutores e massas de equipamentos,


visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas de uma instalação devem
estar ligadas ao condutor de proteção.
Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, em condições especificadas, e
tantas equipotencializações suplementares quantas forem necessárias. Todas as massas da instalação situadas
em uma mesma edificação devem estar vinculadas à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a
um mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de eqüipotencializações adicionais que se façam
necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética.
Massas simultaneamente acessíveis devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem
prejuízo de eqüipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou
de compatibilidade eletromagnética. Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo,
dentro das regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem estar vinculadas a um
mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de eqüipotencializações adicionais que se façam necessárias, para
fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética.
Todo circuito deve dispor de condutor de proteção, em toda sua extensão.

NOTA:Um condutor de proteção pode ser comum a mais de um circuito, observado o disposto no item
6.4.3.1.5. da NBR 5410/2004, um condutor de proteção pode ser comum a dois ou mais circuitos, desde
que esteja instalado no mesmo conduto que os respectivos condutores de fase e sua seção seja
dimensionada para a mais severa corrente de falta presumida e o mais longo tempo de atuação do
dispositivo de seccionamento automático verificados nesses circuitos; ou em função da maior seção do
condutor da fase desses circuitos conforme tabela abaixo.

Condições de equipotencialização:

• Interligação de todos os aterramentos de uma mesma edificação, sejam eles o do quadro de distribuição
principal de energia, quadro geral de baixa tensão (QGBT), o distribuidor geral da rede telefônica, o da rede de
comunicação de dados, etc., deverão ser convenientemente interligados, formando um só aterramento.

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• Todas as massas metálicas de uma edificação, como ferragens estruturais, grades, guarda corpos, corrimãos,
portões, bases de antenas, bem como carcaças metálicas dos equipamentos elétricos, devem ser
convenientemente interligadas ao aterramento.

• Todas as tubulações metálicas da edificação, como rede de hidrantes, eletrodutos e outros, devem ser
interligados ao aterramento de forma conveniente.

• Os aterramentos devem ser realizados em anel fechado, malha, ou preferencialmente pelas ferragens estruturais
das fundações da edificação, quando esta for eletricamente contínua (e na maioria das vezes é).

• Todos os terminais "terra" existentes nos equipamentos deverão estar interligados ao aterramento via condutores
de proteção PE que, obviamente, deverão estar distribuídos por toda a instalação da edificação.

• Todos os ETIs (equipamentos de tecnologia de informações) devem ser protegidos por DPSs (dispositivos de
proteção contra surtos), constituídos por varistores, centelhadores, diodos especiais, Taz ou Tranzooby, ou uma
associação deles.

• Todos os terminais "terra" dos DPSs devem ser ligados ao BEP (barramento de equipotencialização principal)
através da ligação da massa dos ETIs pelo condutor de proteção PE.

• No QDP, ou no quadro do secundário do transformador, dependendo da configuração da instalação elétrica de


baixa tensão, deve ser instalado um DPS (dispositivo de proteção contra surtos) de aracterísticas nominais mais
elevadas que possibilite uma coordenação eficaz nos quadros de alimentação dos circuitos terminais que
alimentam os ETIs.

• Nestes casos podem ser utilizados vários recursos que otimizem o custo da instalação, como, por exemplo, o
aproveitamento de bandejamento dos cabos, hidrantes, caso seja garantida sua continuidade elétrica em
parâmetros aceitáveis.

NOTA: O uso freqüente da palavra "conveniente" nos itens anteriores enfatiza que a interligação entre
aterramentos deve obedecer a certos critérios, pois interligar aterramentos não é simplesmente interligar
um eletrodo ao outro

Para que a interligação ocorra de maneira correta e eficaz, deve-se instalar próximo ao QDP (quadro de
distribuição principal de baixa tensão), para instalações de energia da edificação, uma barra de cobre distanciada
da parede em alguns centímetros e isolada desta por isoladores de porcelana, resina, ou outro material isolante.
Esta barra deve ter dimensões compatíveis que assegurem um bom contato elétrico, preservando suas
características de resistência mecânica e de baixa impedância elétrica. Um bom parâmetro para suas dimensões
são: largura = 50 mm, espessura = 6 mm e comprimento não inferior a 500 mm. Tanto a NBR 5410/2004 quanto a
NBR 5419/2001 denominam este barramento de BEP (barramento de eqüipotencialização principal).

Portanto, fazer uma interligação convenientemente consiste em se conectar todos os aterramentos neste
BEP, inclusive as ferragens da edificação, pelo caminho mais curto possível e dela se retirar tantos condutores de
proteção PE quantos forem necessários para "servir" a instalação.

Cabe esclarecer que se por qualquer motivo alguma tubulação metálica não puder ser diretamente
interligada ao BEP, por exemplo a corrosão galvânica, esta interligação deverá ser realizada de forma indireta via
centelhador.

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Esquema de equipotencialização

Admite-se que os seguintes elementos sejam excluídos das eqüipotencializações:

A. suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas fixados à edificação que estiverem fora da zona de alcance
normal;

B. postes de concreto armado em que a armadura não é acessível;

C. massas que, por suas reduzidas dimensões (até aproximadamente 50 mm x 50 mm) ou por sua disposição,
não possam ser agarradas ou estabelecer contato significativo com parte do corpo humano, desde que a ligação a
um condutor de proteção seja difícil ou pouco confiável.

Principais problemas causados pela falta de equipotencialização (diferença de potenciais) em


aterramentos de uma mesma instalação:

• Riscos de choques que podem provocar danos fisiológicos às pessoas e animais.


No caso de a isolação de um dos equipamentos vir a ser rompida, gerando assim uma diferença de
potencial entre a carcaça do equipamento em relação ao aterramento ou à carcaça de outro equipamento, pode
ocorrer um circuito fechado no toque simultâneo entre o equipamento com isolação danificado e outro
equipamento ou aterramento. Dessa forma, uma corrente de falta flui pelo corpo da pessoa ou animal que venha a
executar este tipo de ação.

• Riscos de rompimento de isolação em equipamentos de tecnologia da informação e similares que necessitem de


interligações para intercâmbio de dados e em equipamentos eletrônicos suscetíveis a interferência. Isto causa
danos aos equipamentos, prejudicando seu funcionamento individual ou, em casos extremos, paralisando grandes
linhas de produção.

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SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO DA ALIMENTAÇÃO

O princípio do seccionamento automático da alimentação, sua relação com os diferentes esquemas de


aterramento e aspectos gerais referentes à sua aplicação e as condições em que se torna necessária proteção
adicional.
O seccionamento automático possui um dispositivo de proteção que deverá seccionar automaticamente a
alimentação do circuito ou equipamento por ele protegido sempre que uma falta (contato entre parte viva e
massa, entre parte viva e condutor de proteção e ainda entre partes vivas) no circuito ou equipamento der
origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteção, levando-se em conta o tempo de
exposição à tensão de contato.

OBS: Cabe salientar que estas medidas de proteção requerem a coordenação entre o esquema de
aterramento adotado e as características dos condutores e dispositivos de proteção.

O seccionamento automático é de suma importância em relação a:

 proteção de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais;

 proteção do sistema com altas temperaturas e arcos elétricos;

 quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito;

 proteção contra correntes de curto-circuito;

 proteção contra sobre tensões.

O tempo máximo admissível de seccionamento é dado em função da tensão fase-terra Uo em esquemas


de ligação de aterramento TN, e em função da tensão fase-fase em esquemas de aterramento IT, sendo também
classificado em função da seletividade (Situação 1 e Situação 2), conforme discriminado nas tabelas a seguir.

São utilizados na proteção por seccionamento automático dispositivos de sobrecorrente (disjuntores,


fusíveis) ou dispositivos de corrente diferencial, sendo sua utilização condicionada aos esquemas de aterramento,
conforme mostrado a seguir:

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Observamos a incompatibilidade entre os dispositivos tipo DR e os sistemas PEN e PE, pois na utilização
deste dispositivo nestas instalações não há diferença de corrente residual no sensor do DR na ocorrência de
falhas, visto que o condutor de proteção PEN ou PE está passando no sensor, havendo assim o equilíbrio entre as
correntes, porque toda diferenciação entre as fases acarretará uma corrente de mesma intensidade no condutor
PEN ou PE. Devemos, então, executar a separação entre condutor PE e N para utilização de DR.

Uma tensão contínua sem ondulação é convencionalmente definida como apresentando uma taxa de
ondulação inferior a 10% em valor eficaz; o valor da crista máxima não deve ultrapassar 140 V, para um sistema
em corrente contínua sem ondulação com 120 V nominais ou 70 V para um sistema em CC sem ondulação com
60 V nominais.

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO OPERADO POR CORRENTE

Esse dispositivo tem por finalidade desligar a rede de fornecimento de energia elétrica, ou instalação que
ele protege, quando a corrente do circuito exceder a um determinado valor por um intervalo de tempo maior do
que o determinado. Esses dispositivos são utilizados para proteção da instalação elétrica e não das pessoas. São
eles os disjuntores termomagnéticos e os fusíveis.
Para o funcionamento destes dispositivos no caso de falha de isolação as massas devem ser ligadas ao
condutor de proteção (Aterramento) o que faz com que se tenha uma corrente elevada no caso da ocorrência de
uma falta entre parte viva e massa.

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO OPERADO POR CORRENTE DE FUGA

Esse dispositivo tem por finalidade desligar a rede de fornecimento de energia elétrica, o equipamento ou
instalação que ele protege, na ocorrência de uma corrente de fuga que exceda determinado valor, sua atuação
deve ser rápida, menor do que 0,2 segundos (Ex.: DDR), e deve desligar da rede de fornecimento de energia o
equipamento ou instalação elétrica que protege.
Esses dispositivos são utilizados para proteção da instalação elétrica e das pessoas e animais.

Princípio de funcionamento

O DR mede permanentemente a soma vetorial das correntes que percorrem os condutores. Enquanto o
circuito se mantiver eletricamente igual, a soma vetorial das correntes nos seus condutores é praticamente nula.
Ocorrendo a falha de isolamento em um equipamento alimentado por esse circuito, interromperá uma corrente de
falta à terra, ou seja, haverá uma corrente residual para a terra. Devido a este "vazamento" de corrente para a
terra, a soma vetorial das correntes nos condutores monitorados pelo DR não é mais nula e o dispositivo detecta
justamente essa diferença de corrente.
Se alguma pessoa vier a tocar acidentalmente uma parte viva do circuito protegido a porção de corrente
que irá circular pelo corpo da pessoa provocará igualmente um desequilíbrio na soma vetorial das correntes – a
diferença, então, é detectada pelo dispositivo diferencial, tal como se fosse uma corrente de falta à terra. Quando
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essa diferença atinge um determinado valor, é ativado um relé. Este relé irá provocar a abertura dos contatos
principais do próprio dispositivo ou do dispositivo associado (contator ou disjuntor). Poderia, eventualmente, como
observado no início, apenas acionar um alarme visual ou sonoro. Mas neste caso se trata de proteção; e proteção
no caso mais geral significa desligamento do circuito.
É necessário que tanto o dispositivo quanto o equipamento ou instalação elétrica estejam ligados a um
sistema de terra. Todos os condutores necessários para levar a corrente ao equipamento, inclusive o
condutor neutro, passam pelo transformador de corrente.

O dispositivo DR é composto, basicamente, dos seguintes elementos:

 um TC de detecção, toroidal, sobre o qual são enrolados, de forma idêntica, cada um dos condutores do
circuito e que acomoda também o enrolamento de detecção, responsável pela medição das diferenças
entre correntes dos condutores; Este transformador de corrente (TC) é que detecta o aparecimento da
corrente de fuga.

 um elemento de "processamento" do sinal e que comanda o disparo do DR, geralmente designado relé
diferencial ou relé reversível.

Esquema de funcionamento do disjuntor diferencial residual (DR)

Numa instalação sem defeitos, a somatória das correntes no primário do transformador de corrente é nula,
conforme mostra a figura abaixo.

Esquema de ligações do dispositivo de proteção- DDR

Em caso de uma fuga de corrente à terra, como é mostrado na figura abaixo a somatória das correntes no
primário do transformador de corrente passa a ser diferente de zero, induzindo, desta forma, uma tensão no
secundário que está alimentando o disparador e que, num tempo inferior a 0,2 segundos, acionará o interruptor.

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Não balanceamento devido à corrente de fuga - DDR

Os dispositivos fabricados normalmente têm capacidade de interromper o fornecimento de energia elétrica


a equipamentos ou a circuitos elétricos que operem com correntes até 160A. A sensibilidade exigida do
dispositivo, para detectar correntes de fuga, dependerá das características do circuito em será instalado (relés de
sobre corrente de fase e neutro, relés de alta impedância,etc).
Os dispositivos também apresentam em sua construção um elemento que permite que os mesmos sejam
testados de tal modo que podem certificar-nos de que se encontram dentro das especificações de operação.
A limitação no emprego de tais dispositivos reside no fato de que não podem ser empregados para
proteger instalações ou equipamentos elétricos, que apresentem, sob condições normais de operação, correntes
de fuga de valor superior aquele de operação do dispositivo, como ocorre com equipamentos, tais como,
aquecedores elétricos de água (chuveiros, torneiras de água quente, etc.).
Para aplicação de dois ou mais destes dispositivos numa dada instalação elétrica, é necessário que cada
um disponha de um barramento neutro independente, do contrário, um interferirá no funcionamento do outro.

Esquema de ligações quando se empregam dois dispositivos DDR

É oportuno ressaltar que o dispositivo não protegerá contra os riscos de choque elétrico uma pessoa que
tocar simultanemente dois condutores, pois neste caso as correntes permanecem equilibradas no primário do
transformador, e nenhuma tensão será induzida no seu secundário. O dispositivo oferece não somente uma
proteção contra os riscos do choque elétrico,
mas também contra os riscos de incêndios causados por falhas de isolação dos condutores.

Uso do dispositivo DR

Independentemente do esquema de aterramento TN, TT ou IT, o uso de proteção DR, mais


particularmente de alta sensibilidade (isto é, com corrente diferencial-residual nominal igual ou inferior a 30 mA),
tornou-se expressamente obrigatório (NBR 5410) nos seguintes casos:

 circuitos que sirvam a pontos situados em locais contendo banheiro ou chuveiro;

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 circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação;

 circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos no
exterior; e

 circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e,


no geral, de todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens.

Os dispositivos DR (diferencial-residual) podem ser do tipo com ou sem fonte auxiliar,


que pode ser a própria rede de alimentação.

Dispositivo DR com fonte auxiliar – caso não atuem automaticamente por falha de fonte auxiliar é admitido
somente se uma das duas condições for satisfeita:

1. a proteção contra contatos indiretos for assegurada por outros meios no caso de falha da fonte auxiliar e

2. os dispositivos forem instalados em instalações operadas, testadas e mantidas por pessoas advertidas ou
qualificadas.

Esquema TN pode ser protegido por um dispositivo DR, o mesmo ocorrendo em circuitos terminais. Nesse caso
as massas não precisam ser ligadas ao condutor de proteção do esquema TN, desde que sejam ligadas a um
eletrodo de aterramento com resistência compatível com a corrente de atuação do dispositivo DR.

Esquema TT se uma instalação for protegida por um único dispositivo DR, este deve ser colocado na origem da
instalação, a menos que a parte da instalação compreendida entre a origem e o dispositivo não possua qualquer
massa e satisfaça a medida de proteção pelo emprego de equipamentos classe II (50 a 1 500 V) ou pela aplicação
de isolação suplementar.
Esquema IT quando a proteção for assegurada por um dispositivo DR e o seccionamento à primeira falta não for
cogitado, a corrente diferencial-residual de não atuação do dispositivo deve ser no mínimo igual à corrente que
circula quando uma primeira falta franca à terra afete um condutor-fase.

A sensibilidade determina se um DR pode ser aplicado à proteção contra contatos indiretos


e à proteção contra contatos diretos. A aplicação do DR pode ser dividida em:

• Uso obrigatório de DR de alta sensibilidade (< 30 mA): Na proteção complementar contra choques elétricos em
circuitos de banheiros, tomadas externas, tomadas de cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e
assemelhados.

• Uso de DR de alta sensibilidade (< 30 mA) como alternativa: Na proteção de equipamentos situados próximos à
piscinas.

• Uso previsto de DR de baixa sensibilidade (< 500 mA): Um dos meios prescritos para limitar as correntes de
falta/fuga à terra em locais que processem ou armazenem materiais inflamáveis.

Tipos de DR

Na prática a proteção diferencial-residual pode ser realizada através de:

• interruptores diferenciais-residuais;

• disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada;

• tomadas com interruptor DR incorporado;

• blocos diferenciais acopláveis e disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores modulares (minidisjuntores); e

• peças avulsas (relé DR e transformador de corrente toroidal) que são associadas apenas a um elemento de
sinalização e/ou alarme, se eventualmente for apenas este, e não um desligamento, que é o objetivo da detecção
diferencial-residual.

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EXTRA BAIXA TENSÃO: SELV E PELV

É comum o emprego da tensão de 24V para condições de trabalho desfavoráveis, como trabalho em
ambientes úmidos. Tais condições são favoráveis a choque elétrico nestes tipos de ambiente, pois a resistência do
corpo humano é diminuída e a isolação elétrica dos equipamentos fica comprometida. Equipamentos de solda
empregados em espaços confinados, como solda em tanques, requerem que as tensões empregadas sejam
baixas.
A proteção por extra baixa tensão consiste em empregar uma fonte da baixa tensão ou uma isolação
elétrica confiável, se a tensão extra baixa for obtida de circuitos de alta-tensão. A tensão extra baixa é obtida tanto
através de transformadores isoladores como de baterias e geradores.
A tensão extra baixa é aquela situada abaixo de 50 V e pode ser do tipo:
A. SELV (do inglês “separated extra-low voltage”): Sistema de extra baixa tensão que é eletricamente
separada da terra de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de
choque elétrico.

B. PELV (do inglês “protected extra-low voltage”): Sistema de extra baixa tensão que não é eletricamente
separado da terra mas que preenche, de modo equivalente, todos os requisitos de um SELV.
Os circuitos SELV não têm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas. Os circuitos PELV podem ser
aterrados ou ter massas aterradas.

NOTA: Do ponto de vista da segurança este método é excelente, pois aqui o fator de segurança é
multiplicado por três, ou seja, multiplica-se pelos três fatores: a isolação funcional, a isolação do sistema,
no caso de transformadores, e a redução da tensão. Contudo, do ponto de vista prático, este método de
proteção tem suas desvantagens, como: necessidade de uma instalação elétrica de baixa tensão, grandes
secções transversais para os condutores de fornecimento da baixa tensão e, freqüentemente, construção
de equipamentos de dimensões relativamente grandes quando comparados com equipamentos que se
utilizam de tensões mais altas para o seu funcionamento.

BARREIRAS E INVÓLUCROS

São dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das instalações elétricas.

Objetivos:

 impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes vivas; e

 garantir que as pessoas sejam advertidas de que as partes acessíveis através da abertura são vivas e não
devem ser tocadas intencionalmente.

As barreiras terão que ser robustas, fixadas de forma segura e tenham durabilidade, tendo como fator de
referência o ambiente em que está inserido. Só poderão ser retirados com chaves ou ferramentas apropriadas e
também como predisposição uma segunda barreira ou isolação que não possa ser retirada sem ajuda de chaves
ou ferramentas apropriadas.
Ex.: Telas de proteção com parafusos de fixação e tampas de painéis, etc.
O uso de barreiras ou invólucros, como meio de proteção básica, destina-se a impedir qualquer contato
com partes vivas.
As partes vivas devem ser confinadas no interior de invólucros ou atrás de barreiras que garantam grau de
proteção.

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Quando o invólucro ou barreira compreender superfícies superiores, horizontais, que sejam diretamente
acessíveis, elas devem garantir grau de proteção mínimo.

BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS

O objetivo dos bloqueios e impedimentos é manter, por meios mecânicos um dispositivo de manobra fixo
numa determinada posição, de forma a impedir uma ação não autorizada, em geral utilizam cadeados.
Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religamento de dispositivos de
manobra. (chaves, interruptores), É importante que tais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a
inserção de mais de um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de
manutenção.
Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização, com o nome do profissional
responsável, data, setor de trabalho e forma de comunicação.
As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio, documentado e de
conhecimento de todos os trabalhadores, além de etiquetas, formulários e ordens documentais próprias.
Cuidado especial deve ser dado ao termo “Bloqueio”, que no SEP (Sistema Elétrico de Potência) também
consiste na ação de impedimento de religamento automático do equipamento de proteção do circuito, sistema ou
equipamento elétrico. Isto é, quando há algum problema na rede, devido a acidentes ou desfunções, existem
equipamentos destinados ao religamento automático dos circuitos, que religam automaticamente tantas vezes
quanto estiver programado e, conseqüentemente, podem colocar em perigo os trabalhadores.
Quando se trabalha em linha viva, é obrigatório o bloqueio do sistema de religamento automático, pois se
eventualmente houver algum acidente ou um contato ou uma descarga indesejada o circuito se desliga através da
abertura do equipamento de proteção, desenergizando-o e não religando automaticamente. O bloqueio do sistema
de religamento automático possui um procedimento especial para sua execução.

OBSTÁCULOS E ANTEPAROS

Os obstáculos são destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas, mas não o contato que
pode resultar de uma ação deliberada e voluntária de ignorar ou contornar o obstáculo.

Os obstáculos devem impedir:

A. Uma aproximação física não intencional das partes energizadas;

B. Contatos não intencionais com partes energizadas durante atuações sobre o equipamento, estando o
equipamento em serviço normal.

Os obstáculos podem ser removíveis sem auxílio de ferramenta ou chave, mas devem ser fixados de
forma a impedir qualquer remoção involuntária.

DISTÂNCIAS MÍNIMAS EM LOCAIS SEM PROTEÇÃO

As distâncias mínimas a serem observadas nas passagens destinadas à operação e/ou manutenção são
aquelas indicadas na tabela abaixo e ilustradas na figura. Em circunstancias particulares, pode ser desejável a
adoção de valores maiores, visando a segurança.
Distâncias mínimas a serem obedecidas nas passagens destinadas à operação e/ou manutenção
quando for assegurada proteção parcial por meio de obstáculos

Situação Distância

1. Distância entre obstáculos, entre manípulos de dispositivos elétricos 700 mm


(punhos, volantes, alavancas etc.), entre obstáculos e parede ou entre
manípulos e parede.
2. Altura da passagem sob tela ou painel 2.000 mm

NOTA: As distâncias indicadas são válidas considerando-se todas as partes dos painéis devidamente
montadas e fechadas

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Passagens com proteção parcial por meio de obstáculos.

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ISOLAMENTO ELÉTRICO DAS PARTES VIVAS

É a ação destinada a impedir todo o contato com as partes vivas da instalação elétrica.
Os isolantes são elementos construídos com materiais dielétricos (não condutores de eletricidade) que
têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que está energizadas, para que os serviços
possam ser executados com efetivo controle dos riscos pelo trabalhador.
O isolamento deve ser compatível com os níveis de tensão do serviço. Esses dispositivos devem ser bem
acondicionados para evitar acumulo de sujeira e umidade, que comprometam a isolação e possam torná-los
condutivos e também devem ser inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes elétricos anualmente.

Exemplos:
 Coberturas circular isolante (em geral são de polietileno, polipropileno e polidracon);
 Mantas ou lençol de isolante;
 Tapetes isolantes;
 Coberturas isolantes para dispositivos específicos

ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA DAS PARTES VIVAS

A utilização de isolação dupla ou reforçada tem como finalidade propiciar uma dupla linha de defesa contra
contatos indiretos. Essa isolação é constituída de:

• Isolação básica – Isolação aplicada às partes vivas, destinada a assegurar proteção básica contra
choques, só pode ser removida através de sua destruição.

• isolação dupla ou reforçada (Isolação suplementar) – é uma segunda isolação independente e


adicional à isolação básica, destinada a assegurar proteção da parte viva contra choques elétricos e incêndios em
caso de falha da isolação básica (ou seja, assegurar proteção supletiva).

Entre a isolação funcional e a de proteção, pode ser usada uma camada de metal, que as separe,
totalmente ou em parte. Ambas as isolações, porém, podem ser diretamente sobrepostas uma à outra. Neste caso
as isolações devem apresentar características tais, que a falha em uma delas não comprometa a proteção e não
estenda à outra.
Na prática podemos considerar como condutor com isolação reforçada os cabos mostrados nas figuras a
seguir. Eles podem ser instalados em locais inacessíveis sem a utilização de invólucros/barreiras (eletrodutos,
calhas fechadas, etc.),

Este tipo de proteção também é normalmente aplicado a equipamentos portáteis, tais como furadeiras
elétricas manuais, os quais por serem empregados nos mais variados locais e condições de trabalho, e mesmo

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por suas próprias características, requerem outro sistema de proteção, que permita uma confiabilidade maior do
que aquela oferecida exclusivamente pela isolação básica e aterramento da carcaça do aparelho.
Como a grande maioria das causas de acidentes são devidas aos defeitos nos cabos de alimentação e
suas ligações ao aparelho, um cuidado especial deve ser tomado com relação a este ponto no caso do uso da
isolação dupla ou reforçada deve ser realizada de tal forma que a probabilidade de transferência de tensões
perigosas a partes metálicas susceptíveis de serem tocadas, seja a menor possível (Ex: utilização de uma
proteção da isolação dupla ou reforçada).
O símbolo utilizado para identificar a proteção por isolação dupla ou reforçada em equipamentos é o
mostrado na figura ao lado, normalmente impresso de forma visível na superfície externa do equipamento.

COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE

Neste item estaremos tratando das distâncias mínimas a serem obedecidas nas passagens destinadas a
operação e/ou manutenção, quando for assegurada a proteção parcial por meio de obstáculos.

Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais diferentes devem se situar fora da zona de
alcance normal.

1. Considera-se que duas partes são simultaneamente acessíveis quando o afastamento entre elas não ultrapassa
2,50 m.

2. Define-se como “zona de alcance normal o volume indicado na figura abaixo”.

Onde: S = superfície sobre a qual se postam ou circulam pessoas.


Zona de alcance normal

Se, em espaços nos quais for prevista normalmente a presença ou circulação de pessoas houver
obstáculo (por exemplo, tela), limitando a mobilidade no plano horizontal, a demarcação da zona de alcance
normal deve ser feita a partir deste obstáculo.

No plano vertical, a delimitação da zona de alcance normal deve observar os 2,50 m da superfície S, tal
como indicado na figura acima, independentemente da existência de qualquer obstáculo com grau de proteção
das partes vivas.

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Em locais onde objetos condutivos compridos ou volumosos forem manipulados habitualmente, os


afastamentos exigidos como acima descritos devem ser aumentados levando-se em conta as dimensões de tais
objetos.

SEPARAÇÃO ELÉTRICA

Uma das medidas de proteção contra choques elétricos previstas na NBR 5410/2004, é a chamada
"separação elétrica." Ao contrário da proteção por seccionamento automático da alimentação, ela não se presta a
uso generalizado.

A separação elétrica pode ser realizada pelos seguintes meios:


 Transformador de separação;
 Grupo motor-gerador com enrolamentos que forneçam uma separação equivalente à de um
transformador.

A proteção contra fuga de corrente (choques elétricos) que ela proporciona se limita:
 numa separação, entre o circuito separado e outros circuitos, incluindo o circuito primário que o alimenta,
equivalente na prática à dupla isolação;
 na isolação entre o circuito separado e a terra; e, ainda,
 na ausência de contato entre a(s) massa(s) do circuito separado, de um lado, e a terra, outras massas (de
outros circuitos) e/ou elementos condutivos,de outro.

Os profissionais de instalações alegam conflitos entre as disposições da medida e a prática de


instalações. O questionamento começa com a lembrança de que a medida "proteção por separação elétrica", tal
como apresentada pela NBR 5410/2004, se traduz pelo uso de um transformador de separação cujo circuito
secundário é isolado (nenhum condutor vivo aterrado, inclusive neutro).
Lembra ainda que pelas disposições da norma a(s) massa(s) do(s) equipamento(s) alimentado(s) não
deve(m) ser aterrada(s) e nem ligada(s) a massas de outros circuitos e/ou a elementos condutivos estranhos à
instalação; embora o documento exija que as massas do circuito separado sejam interligadas por um
condutor PE próprio, de equipotencialização (portanto, quando a fonte de separação alimenta mais de um
equipamento).
Exemplo de instalações que possuem separação elétrica são salas cirúrgicas de hospitais, em que o
sistema também é isolado, usando-se igualmente um transformador de separação, mas todos os equipamentos
por ele alimentados têm suas massas aterradas.
A separação elétrica, como mencionado, é uma medida de aplicação limitada. O circuito separado
constitui um sistema elétrico "ilhado". A segurança contra choques que ele oferece baseia-se na preservação
dessas condições.
Os transformadores de separação utilizados na alimentação de salas cirúrgicas também se destinam a
criar um sistema isolado. Mas não é por ser o transformador de separação que seu emprego significa
necessariamente proteção por separação elétrica.

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