Recurso de Apelação 2

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DR.

JUIZ(A) DE DIREITO DA 41ª VARA


CIVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP.

Polux Engenharia e Comércio Ltda, inscrita no CNPJ nº _____________, com


sede na _____________________, na cidade de _____________, endereço eletrônico,
____________________, já devidamente qualificada nos autos de Ação de Rescisão de
Contrato em trâmite perante a 41ª Vara Cível da Comarca de São Paulo/SP, que move em
face de Caio, brasileiro, solteiro, portador do RG ____________, inscrito no CPF sob o nº
______________, residente e domiciliado na ______________________, e por intermédio
de sua procuradora infra assinada, vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando
com a r. decisão de fls. ___ e com fundamento no art. 1009 e seguintes do Código de
Processo Civil, interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

Pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

Requer que seja recebido o presente recurso no seu regular efeito devolutivo com a
concessão do efeito suspensivo, nos termos do art. 1.012 e seguintes do CPC.

Requer ainda que seja realizada a imediata intimação do recorrido para, querendo,
oferecer as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para os fins aqui aduzidos.
DO PREPARO

O presente recurso preenche o requisito do preparo, já que suas custas exigidas por
lei foram devidamente pagas, conforme guias e comprovantes de pagamento em anexo.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Advogado
OAB/SP
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RAZÕES DA APELAÇÃO

Apelante: Polux Engenharia e Comércio LTDA


Apelado: Caio
Autos: ___________________________ - Ação de Rescisão de Contrato
Origem: 41ª Vara Cível da Comarca de São Paulo/SP

COLENDA DA CÂMARA,

A sentença de fls. ____, data vênia, não pode prosperar, merecendo a reforma,
porquanto desatenta ao mais adequado emprego da Justiça e do direito, aplicáveis à matéria,
o que prejudicou o apelante, pela ausência de satisfação de todo o seu direito, não restando
alternativa a não ser interpor o presente Recurso de Apelação, nos termos expostos a seguir.

1. SÍNTESE DO PROCESSO

A sociedade "Polux Engenharia e Comércio Ltda.", que tem por atividade a


construção e venda de imóveis, celebrou contrato de compromisso de compra e venda de um
apartamento com Caio. Antes de obter a posse do imóvel, Caio deixou de pagar as parcelas
do preço ajustado. Assim, a Apelante, Polux Engenharia e Comércio Ltda. notificou Caio
regularmente, nos termos do Decreto-Lei nº 745/69, para os fins de constituí-lo em mora,
transcorrendo o prazo da notificação in albis.
Em seguida, moveu ação pelo rito ordinário, visando à rescisão do contrato,
invocando para tanto cláusula contratual que prevê a devolução, ao comprador, de 80% das
quantias pagas, permitindo-se a retenção pela vendedora dos restantes 20% a título de multa
penal.
Posteriormente Caio apresentou tão somente contestação, confessando o
inadimplemento e sustentando que a cláusula em questão era abusiva.
Após o regular trâmite da ação, fora publicada a sentença, sendo que esta julgou
parcialmente procedente a ação, para declarar rescindido o contrato de compromisso de
compra e venda e condenar a Autora a devolver as quantias pagas em sua inteireza, por
considerar a cláusula contratual abusiva, conforme a previsão do art. 51, II, do Código de
Defesa do Consumidor.
Contudo, conforme será exposto adiante, a sentença de primeiro grau merece ser
reformada.

2. DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO

Há adequação do presente recurso com a espécie de decisão proferida, visto que tem seu
cabimento delineado pelo art. 994, inciso I, e art. 1009, ambos do Código de Processo Civil.
Ademais, o presente recurso de apelação é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo
de 15 dias determinado pelo artigo 1003, § 5º do CPC/15.
Conforme o art. 1003, caput, do CPC, a decisão que ora se recorre foi disponibilizada em
data de _________, de modo que considera-se que foi publicada no dia útil imediatamente seguinte.
Assim, em data de ________ iniciou-se o prazo para a interposição do recurso de apelação, de
modo que o 15º, último dia do prazo será em ________.
Portanto, resta demonstrada o cabimento e tempestividade do presente recurso.

3. DAS RAZÕES RECURSAIS

No caso em tela, verificou-se que o Juízo a quo fixou seu entendimento em que a cláusula
contratual prevendo a retenção de 20% do valor pago pelo Apelado era abusiva.
Todavia, parece-me razoável a cobrança de um percentual para compensar os gastos com a
confecção e a execução do contrato realizado, o que aponta que não há qualquer nulidade na
referida cláusula.
Para o Superior Tribunal de Justiça, no caso de rescisão de contrato de compromisso de
compra e venda de imóvel ocorrida por culpa do consumidor, o padrão-base da retenção pela
construtora é 25% dos valores já pagos, vejamos:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE RESCISÃO DE


CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL. CONTRATO ANTERIOR À
LEI 13.786/2018. INCORPORAÇÃO
IMOBILIÁRIA. DESISTÊNCIA IMOTIVADA DO
PROMISSÁRIO COMPRADOR. RESTITUIÇÃO
PARCIAL. DEVOLUÇÃO AO PROMISSÁRIO
COMPRADOR DOS VALORES PAGOS COM A
RETENÇÃO DE 25% POR PARTE DA
VENDEDORA. JUROS DE MORA. TERMO
INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. PRECEDENTE
FIRMADO EM JULGAMENTO DE RECURSO
REPETITIVO. 1. A despeito do caráter originalmente
irretratável da compra e venda no âmbito da incorporação
imobiliária (Lei 4.591/1964, art. 32, § 2º), a jurisprudência do
STJ, anterior à Lei 13.786/2018, de há muito já reconhecia, à
luz do Código de Defesa do Consumidor, o direito potestativo
do consumidor de promover ação a fim de rescindir o
contrato e receber, de forma imediata e em pagamento único,
a restituição dos valores pagos, assegurado ao vendedor sem
culpa pelo distrato, de outro lado, o direito de reter parcela do
montante (Súmula 543/STJ). 2. Hipótese em que, ausente
qualquer peculiaridade, na apreciação da razoabilidade da
cláusula penal estabelecida em contrato anterior à
Lei 13.786/2018, deve prevalecer o parâmetro estabelecido
pela Segunda Seção no julgamento dos EAg 1.138.183/PE,
DJe 4.10.2012, sob a relatoria para o acórdão do Ministro
Sidnei Beneti, a saber o percentual de retenção de 25% (vinte
e cinco por cento) dos valores pagos pelos adquirentes,
reiteradamente afirmado por esta Corte como adequado para
indenizar o construtor das despesas gerais e desestimular o
rompimento unilateral do contrato. Tal percentual tem caráter
indenizatório e cominatório, não havendo diferença, para tal
fim, entre a utilização ou não do bem, prescindindo também
da demonstração individualizada das despesas gerais tidas
pela incorporadora com o empreendimento. 3. Nos termos da
jurisprudência desta Corte, firmada pela Segunda Seção em
julgamento submetido ao rito dos recursos repetitivos, "nos
compromissos de compra e venda de unidades imobiliárias
anteriores à Lei n. 13.786/2018, em que é pleiteada a
resolução do contrato por iniciativa do promitente comprador
de forma diversa da cláusula penal convencionada, os juros
de mora incidem a partir do trânsito em julgado da decisão"
(REsp 1.740.911/DF, DJe 22.8.2019). 4. Recurso especial
parcialmente provido. (STJ – Resp: 1723519 SP
2018/0023436-5, Relator: Ministra MARIA ISABEL
GALLOTI, Data de Julgamento: 28/08/2019, S2 –
SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 02/10/2019).

Dessa forma, no presente caso não seria cabível a aplicação dos termos do artigo 51, inciso
II do Código de Defesa do consumidor, uma vez que será reembolsado 80% dos valores pagos ao
Apelado.
Diante do exposto, é cediço que não houve abusividade alguma na cláusula contratual que
prevê a retenção de 20% do valor pago pelo adquirente no momento da resolução do contrato de
aquisição de unidade imobiliária, em virtude da inadimplência do consumidor.
Por fim, considera-se que a possibilidade do direito do apelante posteriormente não ser
reconhecido é extremamente remota, presente os argumentos expostos, portanto, há probabilidade
de provimento recursal e perigo de dano.
Posto isto, resta evidente a necessidade da reforma da r. sentença, devendo a Ação
Originária ser julgada totalmente procedente.

4. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Que seja recebido o presente recurso em seus regulares efeitos devolutivo e suspensivo,
nos termos do art. 1.012 e seguintes do CPC.
b) A admissibilidade do presente recurso de Apelação, tendo em vista o preenchimento de
todos os requisitos recursais.
c) Que seja dado integral provimento ao recurso, reformando a sentença da ação originária
e reconhecendo a validade da cláusula contratual.
d) Por fim, requer, nos termos do art. 82, § 2º e do art. 85 do Código de Processo Civil, que
seja a parte apelada condenada ao pagamentos das custas e despesas processuais, bem
como nos honorários advocatícios.
Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo/PR, 00 de ___________ de 2021

Advogado
OAB/SP

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