Lei Complementar 1 2007 Jequie BA

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LEI COMPLEMENTAR Nº 1, EM 27 DE DEZEMBRO


DE 2007.

APROVA O PLANO
DIRETOR MUNICIPAL DE
JEQUIÉ E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO MUNICIPAL DE JEQUIÉ, ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições,


faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Fica aprovado e instituído o Plano Diretor Municipal de Jequié, instrumento básico
da política urbana do Município, abrangendo a totalidade do território municipal.

Parágrafo Único - O Plano Diretor Municipal fundamenta-se nas disposições da


Constituição Federal, da Constituição do Estado da Bahia e da Lei Orgânica de Jequié,
bem como da legislação e normas pertinentes, em especial a Lei Federal nº 10.257, de 10
de julho de 2001, a Medida Provisória nº 2.220, de 04 de setembro de 2001, as Resoluções
do Conselho das Cidades/Ministério das Cidades e a NBR nº 12.267, de 01 de abril de
1992.

Art. 2º Integram esta Lei os seguintes Anexos:

I - Anexo 01 - Glossário, com a definição dos principais termos técnicos e jurídicos


presentes nesta Lei;

II - Anexo 02 - Quadro de Programas e Projetos Estratégicos;

III - Anexo 03 - Quadro de Proposições Específicas segundo as Linhas de Ação;

IV - Anexo 04 - Plantas;

V - Anexo 05 - Quadro de Características Físico Operacionais das Vias.

Capítulo I
DOS PRINCÍPIOS

Art. 3º

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Art. 3º São princípios da política urbana do Município:

I - a função social da cidade, que abrange o direito aos benefícios da cidade para todos,
compreendendo os direitos à terra urbanizada, à moradia, ao saneamento ambiental, à
infra-estrutura e serviços públicos, à mobilidade urbana, e acesso ao trabalho, à cultura e
ao lazer;

II - a função social da propriedade imobiliária, como condição ao atendimento da função


social da cidade e às normas e diretrizes estabelecidas por esta Lei;

III - a cidade sustentável, que propicia o desenvolvimento socialmente justo,


ambientalmente equilibrado e econômica e institucionalmente viável;

IV - a equidade social, como pressuposto ao reconhecimento e respeito às diferenças entre


pessoas e grupos sociais e a adoção de políticas públicas voltadas para a inclusão social e
territorial.

V - o direito à participação na gestão da Política Urbana do Município, tendo como


pressupostos a transparência da gestão, da informação e o fortalecimento da cidadania,
mediante a incorporação dos diferentes segmentos da sociedade na formulação,
implementação, acompanhamento e controle da Política.

Capítulo II
DOS OBJETIVOS

Art. 4ºO Plano Diretor Municipal de Jequié tem por objetivo geral orientar a política
urbana, ordenar o pleno desenvolvimento do Município e garantir as funções sociais da
cidade e da propriedade urbana e o bem-estar de seus habitantes.

Parágrafo Único - Para atendimento do objetivo geral de que trata o caput, ficam
estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

I - consolidar o Município de Jequié como pólo regional de comércio e serviços,


especialmente educacionais e de saúde;

II - ampliar a base econômica industrial e agropecuária;

III - ampliar a renda municipal, as oportunidades de trabalho e a capacidade de


autofinanciamento do Município;

IV - tornar o Município atrativo e competitivo para novos investimentos, baseados nas suas
potencialidades e na adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e
financeira aos objetivos do desenvolvimento urbano;

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V - promover a inserção plena dos cidadãos nas atividades sociais, econômicas e culturais,
com o aproveitamento do potencial humano, respeitando suas habilidades, interesses e
traços culturais diversificados;

VI - buscar o equilíbrio entre a situação social no meio rural e no meio urbano, e minimizar
o distanciamento entre a qualidade ambiental urbana da sede e das vilas e povoados;

VII - elevar a qualidade de vida da população na sede, vilas e povoados, assegurando um


ambiente urbano de qualidade com saneamento básico, infra-estrutura, serviços públicos,
equipamentos sociais, espaços públicos para o lazer, e manifestações culturais;

VIII - ordenar o espaço urbano de modo a eliminar os conflitos de usos e os impactos


negativos de vizinhança e ambiental, otimizar a infra-estrutura urbana e viabilizar o acesso
à terra urbanizada para moradia a todos os cidadãos;

IX - promover meios para o atendimento ao direito de moradia, reduzir o déficit habitacional


e combater a irregularidade urbanística e fundiária;

X - proteger e valorizar o ambiente natural e o potencial cultural de Jequié.

XI - promover a integração e a cooperação com o governo federal, estadual e com os


municípios da região, no planejamento e gestão das questões de interesse comum;

XII - consolidar a presença da Administração Municipal nas vilas e povoados e criar canais
para o planejamento e a gestão participativos, incorporando a representação dos bairros da
sede, das vilas e dos povoados;

XIII - garantir o planejamento e gestão participativos das políticas públicas, incluindo o


acesso às informações municipais;

XIV - estruturar a organização administrativa municipal de modo a viabilizar a estratégia de


implementação do Plano Diretor Municipal de Jequié.

Capítulo III
DA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO

Para concretização dos objetivos definidos no artigo 4º desta Lei, fica estabelecido,
Art. 5º
como eixo central da Política Urbana, a Estratégia de Desenvolvimento de Jequié, baseada
na visão da comunidade local e no aporte técnico sobre a realidade e perspectivas do
Município.

§ 1º A estratégia referida no caput compreende o fortalecimento do papel de Jequié na


região do Baixo Médio Rio das Contas como Centro de Comércio e Serviços e da
Expansão da Agroindústria Local a partir das oportunidades locais.

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§ 2º Para a sua implementação, ficam definidas as seguintes linhas de ação, que se


articulam e complementam:

I - desenvolvimento socioeconômico sustentável, considerando-se:

a) do ponto de vista econômico, a potencialização do aproveitamento dos seus recursos


naturais e a expansão das vantagens competitivas pela incorporação de novas tecnologias
na produção, gestão e comercialização dos bens e serviços produzidos;
b) do ponto de vista social, a equidade distributiva dos benefícios à população dos bens e
serviços produzidos;

II - estruturação ambiental e urbana, considerando-se:

a) do ponto de vista ambiental, a garantia dos benefícios do desenvolvimento às presentes


e futuras gerações;
b) do ponto de vista urbanístico, a promoção de uma estrutura urbana funcional em
harmonia com os fluxos de serviços de natureza produtiva, artística e cultural;

III - modernização da gestão e fortalecimento da cidadania, considerando-se:

a) do ponto de vista da Administração Pública, a adoção de mecanismos e instrumentos


que garantam eficiência e eficácia na aplicação dos recursos públicos, transparência nas
suas ações, bem como participação e controle pela sociedade;
b) do ponto de vista da cidadania, a oferta de condições para o exercício pleno e irrestrito
de direitos políticos, sociais, econômicos e culturais como pressuposto da democracia
plena.

SEÇÃO I
DOS PROGRAMAS E PROJETOS ESTRATÉGICOS

Os programas e projetos estratégicos são instrumentos de viabilização da


Art. 6º
Estratégia de Desenvolvimento do Município, com o objetivo de elevar o Município para um
novo patamar de desenvolvimento, na direção da cidade desejada.

A Estratégia de Desenvolvimento do Município tem por suporte a implementação


Art. 7º
dos seguintes projetos e programas estratégicos, detalhados no Anexo 02 desta Lei:

I - Jequié, Cidade Universitária;

II - Expansão da Agroindústria Local;

III - Integração Viária Urbana;

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IV - Reabilitação da Área Central;

V - Recomposição Ambiental da Barragem da Pedra;

VI - Parque Urbano Municipal do Rio das Contas;

VII - Organização Administrativa do Saneamento Básico;

VIII - Manejo das Águas Pluviais;

IX - Jequié, Cultura, Renda e Emprego;

X - Sistema Municipal de Gestão e Planejamento Participativo de Jequié - SMGPJ;

XI - Sistema de Informações Municipais de Jequié, SIMJ: Projeto Piloto.

Art. 8ºSão fontes de recursos para viabilizar e executar os programas e planos


estratégicos previstos nesta Lei, dentre outras:

I - receitas provenientes de prestação de serviços;

II - convênios com entidades de fomento;

III - doações pura e simples.

TÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO SUSTENTÁVEL

Art. 9º O desenvolvimento socioeconômico sustentável do Município será garantido


através das diretrizes econômicas e sociais de educação, saúde, assistência social,
cultura, esportes e lazer.

Capítulo I
DAS DIRETRIZES ECONÔMICAS

Art. 10 As diretrizes para a área econômica estão direcionadas aos seguintes segmentos;

I - comércio;

II - indústria da construção civil e de transformação, mano e maquinofatureira;

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III - serviços;

IV - agropecuária;

V - finanças públicas.

Parágrafo Único - O desenvolvimento econômico sustentável tem por suporte a


implementação dos programas, projetos e ações relacionadas ao atendimento das
diretrizes do caput detalhados no Quadro 01 - Anexo 03 desta Lei.

SEÇÃO I
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA O COMÉRCIO

Art. 11 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento do comércio no Município de


Jequié:

I - necessidade de revigorar o tradicional comércio de rua, sendo indispensável assegurar:

a) acessibilidade e estacionamento zona azul ou áreas reservadas no centro;


b) modernização tecnológica e gerencial centrada em maior uso de informática;

II - necessidade de disciplinar o comércio ambulante informal, o qual exerce concorrência


predatória sobre os negócios formalizados e contribui para a deterioração ambiental do
centro;

III - implantação de shoppings ou mercados populares;

IV - modernização do comércio municipal a partir da implantação de grandes lojas de


mercado regional, capazes de atrair consumidores de outros municípios, tais como
hipermercados e shopping center situados estrategicamente em relação à rodoviária
municipal e às entradas rodoviárias da Cidade.

SEÇÃO II
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA A INDÚSTRIA

Art. 12 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento da indústria no Município de


Jequié:

I - revigoramento da construção civil com base em investimentos em saneamento e projetos


de habitação popular;

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II - expansão da área destinada à localização de indústrias, com a implantação de um novo


Distrito Industrial;

III - implantação de novos empreendimentos agroindustriais;

IV - controle do impacto ambiental de novas indústrias, especialmente no caso de projetos


que envolvem abate de gado e beneficiamento do couro;

V - estímulo à formalização e à constituição de redes de cooperação de microempresas,


especialmente no ramo de confecções.

SEÇÃO III
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA A AGROPECUÁRIA

Art. 13 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento da agropecuária no Município de


Jequié:

I - expansão da área destinada à agricultura irrigada e a conseqüente necessidade de


regular o uso da água disponibilizada pela Barragem da Pedra;

II - dinamização da agricultura familiar, com ampliação do acesso ao crédito e à assistência


técnica em paralelo à difusão de novas atividades, tais como a apicultura, a floricultura, a
produção de biodiesel, entre outras;

III - incentivo ao peixamento da Barragem e à piscicultura no seu entorno;

IV - apoio à renovação da cacauicultura, através da clonagem, e da pecuária de corte e de


leite, incluindo a agroindustrialização da carne, do leite e do couro produzidos na região.

SEÇÃO IV
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA OS SERVIÇOS

Art. 14 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento dos serviços no Município de


Jequié:

I - em relação aos serviços de educação:

a) previsão de zona para implantação concentrada de faculdades, escolas técnicas e


cidade universitária, incluindo, possivelmente, áreas residenciais e equipamentos de
esporte e lazer;
b) atração de novos investimentos públicos e privados em ensino superior, inclusive pós-

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graduação, com ênfase na área de saúde;


c) abertura de escolas técnicas;

II - em relação aos serviços de saúde:

a) delimitação de área no centro destinada a concentrar serviços médicos, desde que não
provoque a degradação da qualidade ambiental local e do se entorno;
b) atração de novos investimentos público e privados em hospitais, clínicas, laboratórios e
SPAs;
c) modernização tecnológica de instituições já existentes;
d) expansão do investimento em atenção básica (sobretudo no Programa de Saúde da
Família - PSF);

III - em relação aos serviços empresariais:

a) implantação de um distrito de serviços ao lado do novo distrito industrial, assegurando a


oferta de terrenos para operadores logísticos, inclusive centros de distribuição;
b) atração de operadores logísticos, tais como empresas de transporte, armazenagem,
distribuição, entre outros;
c) viabilização do modal hidroviário com base na Barragem da Pedra;

IV - em relação aos serviços de hotelaria e alimentação:

a) ampliação e modernização da hotelaria local, através do maior uso de informática e da


implantação de instalações e equipamentos para eventos;
b) implantação de uma área de lazer e/ou hospedagem na Barragem da Pedra,
contemplando as potencialidades locais, como os esportes náuticos, banho, turismo, entre
outras;
c) incentivo à captação e criação de novos eventos;
d) superação dos atuais conflitos de zoneamento, em especial a ocupação comercial
versus ocupação residencial, especificamente nos casos das Igrejas e bares, responsáveis
pela emissão de poluição sonora, ocupação ilegal de calçadas, proximidade de bares e
escolas, entre outros problemas;

V - em relação aos serviços de transportes, o controle e o incentivo à formalização do


transporte alternativo;

VI - em relação aos serviços financeiros, a expansão da oferta de micro-crédito associado a


programas de assistência técnica e de formalização com apoio do BNB e Desenbahia;

VII - em relação aos serviços institucionais, consolidação do Centro Administrativo da


Cidade, redefinindo-o como área de concentração de escritórios e sedes de organizações
fornecedoras de serviços públicos.

SEÇÃO V

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DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA AS FINANÇAS PÚBLICAS

São diretrizes setoriais para o desenvolvimento das finanças públicas no Município


Art. 15
de Jequié:

I - expansão das receitas próprias no total de receitas;

II - modernização da máquina arrecadadora do município;

III - instituição de uma política agressiva de captação de recursos sob a forma de


transferências constitucionais ou voluntárias.

Capítulo II
DAS DIRETRIZES SOCIAIS

Art. 16 As diretrizes para a área social estão direcionadas aos seguintes segmentos:

I - educação;

II - saúde;

III - assistência social;

IV - cultura;

V - esporte e lazer.

Parágrafo Único - O desenvolvimento social do Município tem por suporte a implementação


dos programas, projetos e ações relacionadas ao atendimento das diretrizes do caput
descritos nos Quadros 02 a 06 no Anexo 03 desta Lei.

SEÇÃO I
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA A EDUCAÇÃO

Art. 17 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento da educação no Município de


Jequié:

I - a universalização da alfabetização e dos ensinos infantil e médio;

II - a implantação de rede pública municipal de creches;

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III - a elevação da qualidade da rede pública municipal e estadual de ensino infantil,


fundamental e médio;

IV - a promoção do desenvolvimento da educação articulada ao desenvolvimento


econômico e social municipal.

SEÇÃO II
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA A SAÚDE

Art. 18 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento da saúde no Município de Jequié:

I - o fortalecimento, a qualificação e a ampliação da cobertura da rede de atenção básica à


saúde e de assistência médica básica;

II - a consolidação da saúde como direito social através do fortalecimento e criação de


conselhos de saúde e de efetivação de processos de controle e participação social.

SEÇÃO III
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA A ASSISTÊNCIA SOCIAL

São diretrizes setoriais para o desenvolvimento da assistência social no Município


Art. 19
de Jequié:

I - a consolidação da assistência social municipal como política pública de estado, definida


em lei, e de direito social que garanta a provisão de renda mínima, segurança alimentar e
proteção social básica e especial a todos que dela necessitam e sem contribuição prévia;

II - a articulação da política de assistência social às estratégias e diretrizes municipais de


desenvolvimento econômico.

SEÇÃO IV
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA A CULTURA

Art. 20 São diretrizes setoriais para o desenvolvimento da cultura no Município de Jequié:

I - a proteção e preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural, material e imaterial


do Município;

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II - a articulação da política cultural à política municipal de inclusão econômica e social;

III - a articulação da política cultural às estratégias e diretrizes municipais de


desenvolvimento econômico e social.

SEÇÃO V
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA O ESPORTE E O LAZER

São diretrizes setoriais para o desenvolvimento do esporte e do lazer no Município


Art. 21
de Jequié:

I - a universalização do esporte e do lazer;

II - a articulação da política de esporte e lazer às estratégias e diretrizes municipais de


desenvolvimento econômico e social.

TÍTULO III
DA ESTRUTURAÇÃO AMBIENTAL E URBANA

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22 A estruturação ambiental e urbana é o instrumental físico para a implementação da


Estratégia de Desenvolvimento do Município de Jequié, qualificando o ambiente urbano e o
rural de modo a torná-los atrativos para se viver e investir assegurando o desenvolvimento
sustentável.

Parágrafo Único - São objetivos específicos da estruturação ambiental e urbana:

I - preservar os recursos naturais e culturais instituindo espaços protegidos;

II - ordenar o uso e a ocupação do solo de modo a garantir nas áreas urbanas o acesso à
terra urbanizada para moradia e evitar a ocupação em áreas inadequadas, estimulando
uma ocupação sustentável;

III - proporcionar a melhoria da imagem ambiental e urbana e a criação de espaços de


sociabilidade, assegurando as condições de tranqüilidade local;

IV - otimizar a infra-estrutura instalada e prevista para atender às demandas dos


moradores e das atividades econômicas;

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V - oferecer novas opções de espaços para o comércio, a indústria, os serviços e o lazer;

VI - criar estruturas de suporte ao desenvolvimento municipal e o turismo em bases


sustentáveis.

Capítulo II
DAS DIRETRIZES

Art. 23As diretrizes para a estruturação ambiental e urbana estão direcionadas aos
seguintes segmentos:

I - o meio ambiente;

II - o ordenamento territorial urbano e habitação;

III - a mobilidade urbana;

IV - o saneamento básico.

A estruturação ambiental e urbana tem por suporte a implementação de


Art. 24
programas, projetos e ações relacionadas ao atendimento das diretrizes do caput, descritos
nos Quadros 07 a 10 do Anexo 03 desta Lei:

Parágrafo Único - Para cada vila ou povoado do Município de Jequié, as diretrizes,


programas, projetos e ações são os indicados no Quadro 11 do Anexo 03 desta Lei.

SEÇÃO I
DAS DIRETRIZES PARA O MEIO AMBIENTE

Art. 25 São diretrizes para a proteção do meio ambiente no Município de Jequié:

I - estabelecimento e ampliação de áreas protegidas no Município de Jequié, a fim de


intensificar os esforços de proteção, recuperação, conservação e uso sustentável da
biodiversidade, bem como promover a gestão integrada e participativa dos biomas
existentes no Município;

II - promoção da articulação com o órgão estadual de florestas na condução de campanhas


para que proprietários rurais averbem em cartório as áreas de reserva legal e de
preservação dos ecossistemas existentes no Município e incluindo os rios, riachos e
demais corpos d´água da região;

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III - enquadramento e delimitação das áreas de preservação permanente e de proteção dos


rios;

IV - implantação de programas de recuperação de matas ciliares e nascentes, com aporte


financeiro e orientações técnicas dos órgãos florestais competentes aos pequenos e
médios produtores rurais, agricultores familiares, através do fomento de parcerias com
governo do Estado, União e empresas produtoras de insumos e mudas;

V - exigência, nos termos da Lei, nas áreas com efetivo potencial de exploração mineral,
em exploração ou já exploradas, do descomissionamento da mina de grande porte, ou do
Plano de Recuperação de Área Degradada - PRAD para minerações de pequeno e médio
porte;

VI - identificação e delimitação dos monumentos e sítios arqueológicos, atendida a


legislação específica;

VII - proteção das áreas de valor histórico-cultural e de interesse turístico.

Art. 26 São diretrizes específicas para a proteção do meio ambiente no Município de


Jequié:

I - proteção dos biomas. (mata atlântica e caatinga);

II - desenvolvimento rural sustentável;

III - proteção de áreas com fragilidade ambiental;

IV - conservação ambiental e valorização do espaço urbano e rural.

SEÇÃO II
DAS DIRETRIZES PARA A MOBILIDADE URBANA

Art. 27 São diretrizes específicas para a mobilidade urbana no município de Jequié:

I - ordenamento institucional da mobilidade no Município;

II - municipalização do trânsito;

III - educação para melhoria da mobilidade urbana;

IV - estruturação da malha viária no Município;

V - ampliação da articulação entre os espaços da cidade separados pelo Rio das Contas;

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VI - implantação de uma rede cicloviária estrutural;

VII - regulamentação do transporte público de passageiro (por ônibus, táxi e moto-táxi);

VIII - ordenamento da mobilidade na Área Central;

IX - garantia da acessibilidade universal com segurança e conforto;

X - regulamentação do transporte de cargas;

XI - ordenamento da circulação no trecho da BR 116 - Cidade Nova / Poliduto;

XII - adoção da multimodalidade do transporte rodo / hidro-rodoviário na Barragem da


Pedra.

SEÇÃO III
DAS DIRETRIZES PARA O ORDENAMENTO URBANO

Art. 28 São diretrizes específicas para o ordenamento urbano no Município de Jequié:

I - melhoria da qualidade de vida urbana;

II - modernização do setor comercial e de serviços;

III - implantação de equipamentos urbanos especiais;

IV - preservação das áreas de valor histórico cultural;

V - ampliação da oferta de habitação de interesse social;

VI - melhoria habitacional;

VII - regularização fundiária;

VIII - acesso da população de baixa renda ao mercado popular de moradia;

IX - melhoria da iluminação pública.

SEÇÃO IV
DAS DIRETRIZES PARA O SANEAMENTO BÁSICO

Art. 29

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Art. 29 As diretrizes para o saneamento básico têm com pressupostos:

I - emprego de tecnologia apropriada à realidade socioeconômica e ambiental do


Município, priorizando a adoção de soluções individuais com fossa seca onde não houver
disponibilidade de água encanada, fossa séptica com disposição do efluente no solo que
apresente capacidade de absorção compatível, soluções coletivas com o sistema
condominial e tratamento descentralizado;

II - princípio do usuário-pagador em que a população toma consciência do funcionamento e


custeia os serviços, participando também dos processos decisórios, assumindo suas
responsabilidades e deveres de cidadão e fiscalizando as ações do Poder Público;

III - fortalecimento institucional do setor de saneamento no Município e articulação com


outros setores;

IV - associação das ações de saneamento com as de saúde;

V - participação da comunidade nas ações de saneamento, para incorporação da


informação, parceria nas tomadas de decisão e na própria gestão dos serviços;

VI - estímulo ao reuso agrícola do efluente de esgoto tratado;

VII - prioridade nos 3-R na gestão dos resíduos sólido, compreendidos como:

a) reduzir o consumo de recurso de naturais;


b) reutilizar os materiais como embalagens e outros que se vislumbrem outra utilização;
c) reciclar os materiais com valor de mercado gerando emprego e renda para a população;

VIII - educação sanitária ambiental para os estudantes e a população em geral.

São diretrizes específicas que orientam os programas, projetos e ações para o


Art. 30
saneamento básico de que trata o art. 29.

I - institucionalização do setor responsável pelos serviços de saneamento no Município;

II - manejo das águas pluviais;

III - reaproveitamento dos resíduos sólidos urbanos;

IV - ampliação da cobertura e melhoria da qualidade do serviço de abastecimento de água;

V - valorização dos recursos hídricos da área urbana;

VI - esgotamento sanitário.

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Capítulo III
DO MACROZONEAMENTO AMBIENTAL

Art. 31 O macrozoneamento ambiental do Município de Jequié é o delimitado nas Plantas


01 e 02 - Áreas de Proteção Ambiental do Município e Áreas de Proteção Ambiental
Urbana do Município - Anexo 04 desta Lei, constando das seguintes categorias:

I - Unidades de Conservação de Uso Sustentável, integrante do SNUC, na zona rural:

a) Serra da Torre da Caatinga;


b) Brejo Novo;
c) Mata da Santa Cruz;
d) Área de Proteção Ambiental - APA da Barragem da Pedra;
e) Área de Proteção Ambiental - APA de Florestal;
f) Parque da Barragem do Cajueiro no rio Preto do Criciúma;

II - Áreas de Preservação Permanente - APP, conforme definidas nos artigos 2º e 3º da Lei


Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Código Florestal, e artigo 215 da
Constituição do Estado da Bahia:

a) topos de morro, montes, montanhas e serras;


b) encostas ou partes desta com declividade superior a 45º, equivalentes a 100% na linha
de maior declive;
c) faixas marginais dos cursos e corpos d` água, naturais e artificiais;
d) nascentes, ainda que intermitentes e os chamados "olhos d`água", qualquer que seja a
sua situação topográfica;

III - áreas com efetivo potencial de exploração mineral;

IV - áreas de proteção do ambiente urbano, subdivididas em:

a) Áreas de Proteção Ambiental Urbana de uso sustentável, indicadas na Planta 02 referida


no caput;
b) áreas verdes e de lazer, dotadas de vegetação, espaços abertos e urbanizados, tais
como praças, quadras, jardins, campos de esporte e similares.

Art. 32 Constituem diretrizes específicas para o zoneamento ambiental do Município:

I - elaboração do zoneamento das áreas protegidas, estabelecendo parcerias entre os


órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente, Sistema Estadual de Administração dos
Recursos Naturais, universidades e demais órgãos afins para o planejamento e execução
do zoneamento ambiental;

II - integração e apoio dos Governos Federal e Estadual, através dos seus órgãos
ambientais, para o desenvolvimento de ações conservacionistas e preservacionistas com a

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finalidade de disciplinar os usos dentro da poligonal das Unidades de Conservação federais


e estaduais;

III - elaboração de planos de manejo das áreas protegidas, permitindo a adequação do uso
sustentável dos respectivos recursos ambientais na unidade de conservação e no seu
entorno;

IV - gestão integrada e participativa das áreas protegidas, considerando-se os seus


distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade,
a valorização da sócio diversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional;

V - incentivo e reconhecimento do Poder Público à criação e manutenção de Reservas


Particulares do Patrimônio Natural - RPPN`s, nos termos da legislação.

Ao Macrozoneamento Ambiental aplica-se, subsidiariamente, o disposto no Código


Art. 33
do Meio do Meio Ambiente do Município.

Capítulo IV
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL URBANO

Art. 34O ordenamento territorial urbano representa o conjunto das diretrizes de


desenvolvimento urbano e traduz o elenco de exigências e restrições físico-ambientais
compatibilizadas com os objetivos e princípios norteadores do Plano Diretor Municipal,
considerando a estrutura urbana existente e os condicionantes do sítio, a leitura e visão da
sociedade sobre os problemas e oportunidades do Município, bem como suas expectativas
para o futuro.

Art. 35 São condicionantes do espaço para fins do ordenamento territorial urbano:

I - as características do sitio urbano, levando em consideração a morfologia, a topografia,


os recursos naturais e o patrimônio histórico-cultural;

II - a infra-estrutura urbana;

III - os eixos viários estruturadores em nível urbano e interurbano;

IV - o ordenamento do uso e da ocupação do solo.

Art. 36 São adotadas, como diretrizes básicas para o ordenamento territorial urbano:

I - ocupação e densificação compatíveis com a qualificação da estrutura urbana local;

II - organização das atividades econômicas comerciais e de serviços e dos equipamentos


urbanos, priorizando aquelas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do

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Município;

III - melhoria da mobilidade urbana e da acessibilidade em nível local e regional;

IV - qualificação da estrutura urbana local, para melhoria das condições de moradia da


população;

V - orientação da distribuição demográfica no espaço urbano com vistas à maior eficiência


na distribuição dos equipamentos e serviços públicos

VI - racionalização da aplicação dos recursos públicos de forma a maximizar os benefícios


e minimizar os custos sociais da urbanização;

VII - distribuição dos equipamentos comunitários de forma a atender a todas as regiões da


cidade, reduzindo a segregação sócio-espacial;

VIII - realização de consultas sistemáticas e respeito aos anseios da população.

Art. 37 São elementos do ordenamento territorial urbano:

I - perímetro urbano;

II - unidades espaciais de informação e planejamento;

III - macrozoneamento de ocupação do solo;

IV - uso do solo;

V - mobilidade urbana;

VI - áreas de interesse especial;

VII - Zonas Especiais de Interesse Social;

VIII - diretrizes e ações viabilizadoras para o ordenamento do uso e ocupação do solo;

IX - instrumentos da Política Urbana.

SEÇÃO I
DO PERÍMETRO URBANO

SUBSEÇÃO I
DA CIDADE DE JEQUIÉ

LeisMunicipais.com.br - Lei Complementar 1/2007


19/92

Art. 38 Fica estabelecido o perímetro urbano da Cidade de Jequié apresentado na Planta


03 - Perímetro Urbano da Cidade de Jequié - Anexo 04 desta Lei e equivalente a
47.273,14m e a uma área de 47.273,14m2 calculados de acordo com as coordenadas
descritas a seguir:

_______________________________________
|PONTO| COORDENADA |
| |----------------+----------------|
| | E (m) | N (m) |
|=====|================|================|
|1 | 389.838,59| 8.466.979,69|
|-----|----------------|----------------|
|2 | 390.022,32| 8.467.476,29|
|-----|----------------|----------------|
|3 | 389.855,25| 8.467.784,90|
|-----|----------------|----------------|
|4 | 389.270,05| 8.468.673,05|
|-----|----------------|----------------|
|5 | 388.113,56| 8.469.146,60|
|-----|----------------|----------------|
|6 | 385.898,78| 8.470.008,38|
|-----|----------------|----------------|
|7 | 385.483,84| 8.470.817,85|
|-----|----------------|----------------|
|8 | 384.641,15| 8.471.515,77|
|-----|----------------|----------------|
|9 | 382.763,51| 8.471.507,43|
|-----|----------------|----------------|
|10 | 381.657,29| 8.470.857,60|
|-----|----------------|----------------|
|11 | 381.041,13| 8.470.785,55|
|-----|----------------|----------------|
|12 | 379.968,39| 8.471.841,84|
|-----|----------------|----------------|
|13 | 379.996,64| 8.472.981,47|
|-----|----------------|----------------|
|14 | 379.792,09| 8.473.076,89|
|-----|----------------|----------------|
|15 | 379.771,03| 8.472.843,28|
|-----|----------------|----------------|
|16 | 379.826,84| 8.472.385,74|
|-----|----------------|----------------|
|17 | 379.671,13| 8.472.344,35|
|-----|----------------|----------------|
|18 | 378.641,90| 8.470.884,87|
|-----|----------------|----------------|
|19 | 378.731,12| 8.468.232,77|
|-----|----------------|----------------|
|20 | 377.462,93| 8.467.986,87|
|-----|----------------|----------------|
|21 | 376.967,41| 8.467.969,65|
|-----|----------------|----------------|
|22 | 376.781,73| 8.466.908,35|
|-----|----------------|----------------|
|23 | 376.434,06| 8.467.049,08|
|-----|----------------|----------------|
|24 | 376.395,65| 8.466.712,69|
|-----|----------------|----------------|
|25 | 376.373,62| 8.466.592,92|
|-----|----------------|----------------|
|26 | 376.773,69| 8.465.841,47|
|-----|----------------|----------------|

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20/92

|27 | 377.099,72| 8.464.989,52|


|-----|----------------|----------------|
|28 | 377.154,79| 8.464.950,09|
|-----|----------------|----------------|
|29 | 377.610,31| 8.465.779,20|
|-----|----------------|----------------|
|30 | 378.329,15| 8.466.072,27|
|-----|----------------|----------------|
|31 | 379.128,54| 8.465.446,30|
|-----|----------------|----------------|
|32 | 379.817,91| 8.465.657,67|
|-----|----------------|----------------|
|33 | 380.686,23| 8.465.426,81|
|-----|----------------|----------------|
|34 | 382.511,82| 8.466.171,24|
|-----|----------------|----------------|
|35 | 382.391,51| 8.465.295,58|
|-----|----------------|----------------|
|36 | 382.383,82| 8.464.412,38|
|-----|----------------|----------------|
|37 | 383.706,53| 8.465.182,47|
|-----|----------------|----------------|
|38 | 383.813,38| 8.465.280,50|
|-----|----------------|----------------|
|39 | 384.439,90| 8.464.728,17|
|-----|----------------|----------------|
|40 | 384.658,90| 8.464.646,08|
|-----|----------------|----------------|
|41 | 385.220,37| 8.464.804,86|
|-----|----------------|----------------|
|42 | 385.890,67| 8.465.142,22|
|-----|----------------|----------------|
|43 | 386.097,06| 8.465.066,27|
|-----|----------------|----------------|
|44 | 386.248,76| 8.464.686,53|
|-----|----------------|----------------|
|45 | 385.544,77| 8.463.823,38|
|-----|----------------|----------------|
|46 | 385.650,40| 8.463.441,49|
|-----|----------------|----------------|
|47 | 385.950,86| 8.463.311,96|
|-----|----------------|----------------|
|48 | 386.482,39| 8.463.836,72|
|-----|----------------|----------------|
|49 | 387.475,24| 8.463.643,35|
|-----|----------------|----------------|
|50 | 388.040,34| 8.462.789,09|
|-----|----------------|----------------|
|51 | 388.128,69| 8.463.014,39|
|-----|----------------|----------------|
|52 | 388.256,84| 8.463.252,33|
|-----|----------------|----------------|
|53 | 388.759,67| 8.464.528,79|
|-----|----------------|----------------|
|54 | 388.524,82| 8.465.108,47|
|_____|________________|________________|

§ 1º Todas as coordenadas descritas no caput estão geo-referenciadas ao Sistema


Geodésico Brasileiro e encontram-se representadas no Sistema UTM, referenciadas ao
Meridiano Central nº 39 WGr, tendo como datum o SAD-69.

§ 2º Todos os azimutes e distâncias, área e perímetro foram calculados no plano de

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21/92

projeção UTM.

SUBSEÇÃO II
DAS VILAS E POVOADOS DE JEQUIÉ

Art. 39 Os perímetros urbanos das vilas do Município de Jequié são as áreas urbanas
estabelecidas pelo IBGE de acordo com os setores censitário, conforme definidos nas
Plantas 3.1 a 3.7 no Anexo 04.

Parágrafo Único - A descrição dos perímetros será baseada em coordenadas geográficas,


a partir de levantamento aerofotogramétrico de todas as localidades.

SEÇÃO II
DAS UNIDADES ESPACIAIS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO

Art. 40 As Unidades Espaciais de Informação e Planejamento - UIP`s correspondem à


divisão da área urbana em espaços de referência para fins de planejamento, pesquisas,
informações e gestão urbana.

Art. 41 A divisão da área urbana em Unidades Espaciais de Informação e Planejamento -


UIP`s tem por objetivo:

I - viabilizar a produção e sistematização de informações comparativas entre os diversos


setores;

II - possibilitar a alimentação intersetorial, o subsídio ao planejamento geral, setorial e


urbanístico, bem como à gestão urbana, direcionado as políticas de investimentos públicos.

Art. 42 Ficam definidas como Unidades Espaciais de Informação e Planejamento - UIP`s a


subdivisão dos setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

SEÇÃO III
DO MACROZONEAMENTO DE OCUPAÇÃO DO SOLO DA CIDADE DE JEQUIÉ

SUBSEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43 O macrozoneamento de ocupação do solo é o instrumento de estruturação

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territorial que classifica a área urbana segundo a capacidade de adensamento e de


expansão urbana, considerando os aspectos sociais, culturais, ambientais, expressos nos
padrões de ocupação praticados, na densidade populacional e construída e na infra-
estrutura instalada.

Art. 44 São objetivos do macrozoneamento de ocupação do solo:

I - conjugar as demandas sociais e econômicas de espaço com as necessidades de


conservação do ambiente, de valorização da paisagem urbana, e de melhoria dos padrões
urbanos;

II - racionalizar o uso e ocupação do solo, em especial dos espaços dotados de melhores


condições de infra-estrutura ou com previsão de implantação de infra-estrutura e serviços
no horizonte temporal do Plano Diretor Municipal, promovendo economias de aglomeração;

III - fornecer bases para o dimensionamento e expansão das redes de infra-estrutura, e


para a implantação de equipamentos e serviços públicos;

IV - estabelecer limites para o adensamento populacional e de ocupação do solo;

V - orientar a aplicação dos instrumentos jurídicos e urbanísticos estabelecidos nos artigos


182 e 183 da Constituição Federal, na Lei Federal nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) e
na Medida Provisória nº 2.220/2001.

Art. 45O macrozoneamento de ocupação do solo da Cidade de Jequié é expresso em


macroáreas, assim divididas e caracterizadas:

I - Macroárea de Proteção Ambiental, representada na Planta 02 - Áreas de Proteção


Ambiental Urbana do Município do Anexo 04 desta Lei, compreende áreas, no perímetro
urbano, indisponíveis para a ocupação;

II - Macroáreas de Ocupação Urbana, representadas na Planta 04 do Macrozoneamento no


Anexo 04, são áreas destinadas à ocupação com parâmetros diferenciados segundo as
macrozonas em que são subdivididas:

a) Macrozona de Adensamento Preferencial;


b) Macrozona de Adensamento Condicionado;
c) Macrozona de Expansão Urbana Preferencial;
d) Macrozona de Expansão Urbana Restringida.

SUBSEÇÃO II
DA MACROZONA DE ADENSAMENTO PREFERENCIAL

Art. 46 A Macrozona de Adensamento Preferencial compreende as áreas centrais já

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23/92

consolidadas, que dispõem de infra-estrutura básica, equipamentos urbanos e


acessibilidade ao Sistema Viário Regional.

Art. 47 São objetivos específicos da Macrozona de Adensamento Preferencial:

I - otimizar e requalificar a infra-estrutura existente e organizar o trânsito e o transporte


coletivo, para melhor aproveitamento das condições privilegiadas de localização e
acessibilidade;

II - adensar a ocupação, controlando-a nas áreas onde já haja uma saturação da infra-
estrutura;

III - estimular a intensificação do uso institucional, de saúde e educação, da atividade


imobiliária residencial e de comércio e serviços;

IV - valorizar o núcleo histórico central da cidade.

Art. 48 A ocupação da Macrozona de Adensamento Preferencial obedecerá as seguintes


diretrizes específicas:

I - adensamento e consolidação da ocupação nos limites desejáveis, visando à otimização


da infra-estrutura existente e evitando a saturação, de acordo com os seguintes
parâmetros;

a) densidade bruta média de 250 habitantes/ha;


b) densidade líquida máxima de 400 habitantes/ha;
c) Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) 1,0 (um) e Coeficiente de Aproveitamento
Máximo (CAM) 2,0 (dois);

II - incentivo à utilização dos lotes vazios;

III - preenchimento preferencial dos vazios urbanos, parcelando o solo de acordo com a
qualificação da estrutura urbana local, considerando a malha viária existente;

IV - reorganização do tráfego e reurbanização do sistema viário, favorecendo a circulação


de pedestres;

V - ampliação e melhor aproveitamento dos espaços públicos e de lazer;

VI - adequação do sistema viário e do sistema de transporte ao processo de


desenvolvimento urbano;

VII - preservação dos imóveis de valor histórico e controle da ocupação em seu entorno;

VIII - fortalecimento do centro tradicional de comércio e serviços promovendo sua


requalificação, incentivando a qualificação e promoção de empreendimentos públicos e

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24/92

privados, notadamente àqueles ligados ao setor de saúde;

IX - consolidação da ocupação com parâmetros compatíveis com a otimização da infra-


estrutura e equipamentos urbanos;

X - respeito às áreas de preservação permanente localizadas às margens do Rio das


Contas.

SUBSEÇÃO III
DA MACROZONA DE ADENSAMENTO CONDICIONADO

Art. 49A Macrozona de Adensamento Condicionado compreende a zona pertencente ou


contígua à área de ocupação já consolidada, dispondo de infra-estrutura e equipamentos
parcialmente implantados, apresentando, entretanto, problemas de drenagem e restrições
ambientais pela proximidade com os Rios Jequiezinho e das Contas, da Serra da Torre da
Caatinga, Brejo Novo e Mata de Santa Cruz, que exigem uma ocupação controlada.

Art. 50 São objetivos específicos da Macrozona de Adensamento Condicionado:

I - condicionar a ocupação e requalificação da infra-estrutura;

II - promover a qualificação da área com implantação da infra-estrutura, sistema viário e


serviços públicos, em especial a solução de esgotamento sanitário e drenagem;

III - compatibilizar a ocupação com os condicionantes ambientais da área;

IV - promover a regularização urbanística e fundiária em áreas caracterizadas como Zonas


Especiais de Interesse Social.

Art. 51 A ocupação da Macrozona de Adensamento Condicionado obedecerá as seguintes


diretrizes específicas:

I - controle de densidade condicionando o adensamento à qualificação da estrutura urbana


de acordo com os seguintes parâmetros:

a) densidade bruta média de 100 habitantes/hectare;


b) densidade líquida máxima de 250 habitantes/hectare;
c) Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) igual 1,0 (um) e Coeficiente de
Aproveitamento Máximo (CAM) igual a 1,5 (um e meio);

II - preenchimento dos vazios urbanos, parcelando o solo de acordo com a qualificação da


estrutura urbana local, considerando a malha viária existente;

III - incentivo à utilização dos lotes existentes;

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25/92

IV - melhoria dos padrões habitacionais nos assentamentos subnormais;

V - ampliação dos espaços públicos e de áreas de lazer e intensificação da arborização;

VI - adequação do sistema viário e do sistema de transporte ao processo de


desenvolvimento urbano;

VII - projetos e intervenções de melhoria e qualificação de infra-estrutura principalmente a


drenagem;

Parágrafo Único - A Macrozona de Adensamento Condicionado tem como prioridade a


execução de projetos e intervenções de melhoria e qualificação de infra-estrutura, da
moradia, principalmente drenagem e esgotamento sanitário tendo como meta até 5 (cinco)
anos.

SUBSEÇÃO IV
DA MACROZONA DE EXPANSÃO URBANA PREFERENCIAL

Art. 52 A Macrozona de Expansão Urbana Preferencial, contígua à mancha urbana


ocupada ou em processo de ocupação, corresponde ao vetor leste e oeste da Cidade e se
caracteriza pela presença de vazios urbanos e áreas de ocupação rarefeita, que requer
qualificação da estrutura urbana relativa à infra-estrutura e equipamentos, sendo passível
de ocupação, até o horizonte de 10 anos, atendendo a restrições ambientais.

Art. 53 São objetivos específicos da Macrozona de Expansão Urbana Preferencial:

I - possibilitar transformações urbanísticas para obter melhor aproveitamento das condições


do sítio e de acessibilidade;

II - absorver o incremento de população até o horizonte do Plano;

III - compatibilizar a ocupação com a proteção do patrimônio de valor ambiental da área.

Art. 54 A ocupação da Macrozona de Expansão Urbana Preferencial obedecerá as


seguintes diretrizes específicas:

I - controle de densidade condicionando o adensamento à qualificação de sua estrutura


urbana, atendendo aos seguintes parâmetros:

a) densidade bruta média de 90 habitantes/ha;


b) densidade líquida máxima de 200 habitantes/ha;
c) Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) 1,0 (um) e Coeficiente de Aproveitamento
Máximo (CAM) 1,5 (um e meio);

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26/92

II - consolidação da ocupação com parâmetros de caráter mais restritivo, compatíveis com


a infra-estrutura e equipamentos urbanos e com a fragilidade do sitio;

III - preenchimento dos vazios urbanos mediante o parcelamento do solo de acordo com a
qualificação da estrutura urbana local, principalmente a expansão do sistema viário,
estabelecendo etapas de urbanização ao longo do tempo;

IV - constituição de reserva fundiária, observando critérios locacionais de áreas para


equipamentos institucionais de grande porte, complexos de lazer e outros necessários ao
desenvolvimento urbano;

V - contenção de processos desordenados de ocupação nas faixas de domínio de vias e


nas áreas de preservação permanente.

Parágrafo Único - A Macrozona de Expansão Urbana Preferencial tem como prioridade a


execução de projetos e intervenções para a implantação de infra-estrutura e equipamentos,
tendo como meta um prazo de 10 (dez) anos.

SUBSEÇÃO V
DA MACROZONA DE EXPANSÃO URBANA RESTRINGIDA

Art. 55 A Macrozona de Expansão Urbana Restringida formada pelas áreas periféricas à


área urbana consolidada, ao norte e nordeste da Cidade, apresenta carência de
macrodrenagem, restrições ambientais e baixa qualificação da estrutura urbana.

Art. 56 São objetivos específicos para a Macrozona de Expansão Urbana Restringida:

I - condicionar a ocupação a requalificação da infra-estrutura;

II - compatibilizar a ocupação aos condicionantes ambientais da área;

III - promover a regularização urbanística e fundiária em áreas caracterizadas como Zonas


Especiais de Interesse Social.

Art. 57 A ocupação da Macrozona de Expansão Urbana Restringida obedecerá as


seguintes diretrizes específicas:

I - controle da ocupação de acordo com os seguintes parâmetros:

a) densidade bruta de 15 habitantes/ha;


b) Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) 0,30 (trinta décimos);

II - uso e ocupação compatíveis com as restrições ambientais;

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III - uso exclusivo para a implantação de lotes chácaras de até 5.000 m2 (cinco mil metros
quadrados), evitando a criação de frentes de urbanização;

IV - contenção de processos desordenados de ocupação nas faixas de domínio de vias e


nas áreas de preservação permanente;

V - preservação do patrimônio ambiental referente aos recursos hídricos, à flora e à fauna;

VI - contenção do adensamento e crescimento das localidades de Itaigara e Amaralina.

SEÇÃO IV
DO ZONEAMENTO DA OCUPAÇÃO DO SOLO NAS VILAS E POVOADOS

Art. 58 O zoneamento de uso e ocupação do solo das principais Vilas são aqueles
definidos nas Plantas 4.1 a 4.4 no Anexo 04 com as seguintes diretrizes:

I - vetor de expansão - área de expansão urbana prioritária para investimentos em infra-


estrutura;

II - Centros Comerciais e de serviços - incentivo à concentração de atividades comerciais e


de serviço;

III - Áreas de Proteção Histórico-Cultural - incentivo a proteção do Patrimônio Histórico-


Cultural;

IV - Área para eventos e feiras - reserva e projeto de urbanização de espaço para eventos
e feiras;

V - Áreas para lazer - reserva e projetos de urbanização de espaços voltados para


atividades de lazer;

VI - Área de proteção ambiental - incentivo à preservação dos recursos naturais;

VII - Zona Especial de Interesse Social - Zeis, conforme art. 84, 85, 86, 87, 88, 89, e 90
desta Lei.

SEÇÃO V
DO ORDENAMENTO DO USO DO SOLO

SUBSEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

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28/92

Art. 59A organização do uso do solo, definida na Planta 05 - Uso do Solo do Anexo 04
desta Lei, configura-se como um dos principais elementos estruturadores do espaço
urbano.

§ 1º Considera-se nesta Lei as seguintes categorias de organização do uso do solo:

I - Centro Tradicional Municipal;

II - Corredores de Usos Diversificados;

III - Distrito Industrial;

IV - Usos Dispersos.

§ 2º Estas categorias de organização do uso do solo constituem-se zonas específicas à


exceção dos Usos Dispersos que não se vinculam a concentrações.

SUBSEÇÃO II
DO CENTRO TRADICIONAL MUNICIPAL

Art. 60 A delimitação do Centro Tradicional Municipal de Jequié tem por objetivos:

I - valorização e fortalecimento;

II - a proteção do patrimônio histórico - Centro Histórico - Centro Histórico;

III - a requalificação urbanística;

IV - o incentivo à concentração de atividades comerciais de serviço, em especial as de


saúde em nível municipal e regional.

Art. 61 O ordenamento do uso do solo observará as seguintes diretrizes específicas:

I - Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) 1,0 (um) e Coeficiente de Aproveitamento


Máximo (CAM) 2,0 (dois);

II - consolidação do Centro Tradicional Municipal;

III - as intervenções na área do Centro Histórico atenderão ao especificado no art. 83 desta


Lei;

IV - incentivo para ampliação e maior diversidade das atividades comerciais de serviços,

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29/92

com ênfase nas atividades de saúde e correlatas;

V - incentivo ao uso residencial e misto para evitar o esvaziamento noturno e aos fins de
semana;

VI - concentração das atividades especializadas e de maior alcance na Área Central


evitando a sua dispersão nas áreas predominantemente residenciais;

VII - ordenamento das atividades instaladas em logradouros públicos em caráter


permanente ou provisório;

VIII - reordenamento da Feira e do Mercado Municipal;

IX - aproveitamento e reurbanização de espaços abertos, áreas verdes, praças e largos


existentes;

X - criação de novos espaços de vivência como calçadões, praças e espaços culturais;

XI - implantação de usos comerciais de serviços e institucionais com parâmetros mais


permissivos de ocupação;

XII - controle da implantação de grandes empreendimentos que possam causar impacto


ambiental, de vizinhança ou que sejam pólos geradores de tráfego;

XIII - consolidação da ocupação com parâmetros compatíveis com a otimização da infra-


estrutura e equipamentos urbanos.

SUBSEÇÃO III
DOS CORREDORES DE USOS DIVERSIFICADOS

Art. 62 Os Corredores de Usos Diversificados caracterizam-se pela concentração e


diversificação de usos ao longo de um corredor de tráfego de maior fluxo formado por uma
ou mais vias, com níveis de especialização e alcance variáveis de acordo com a
localização e função da via, abrigando atividades típicas de tráfego de passagem.

Art. 63 Os Corredores de Usos Diversificados classificam-se nas seguintes categorias:

I - Tipo I, ao longo da Avenida Ulisses Coelho, trecho da BR-116, trecho do Anel Rodoviário
que interliga a BR-116 com a BR-330, integrando a proposta do Anel Rodoviário, os quais
deve comportar usos compatíveis com o grande fluxo de tráfego;

II - Tipo II, expandem-se radialmente ao Centro Tradicional, os quais deverão comportar


usos de médio e pequeno portes compatíveis com fluxos de menor intensidade e os ligados
à saúde, e outros como hospedagem e entretenimento.

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30/92

§ 1º Os Corredores de Usos Diversificados do Tipo I deverão obedecer às seguintes


diretrizes:

I - Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) 1,0 (um) e Coeficiente de Aproveitamento


Máximo (CAM) 2,0 (dois);

II - acessibilidade aos empreendimentos através de Via Marginal;

III - maior permissividade de ocupação nos terrenos lindeiros à via;

IV - reserva de recuo frontal e lateral e de fundos para novos empreendimentos e


ampliações sem prejuízo da faixa reservada para a Via Marginal;

V - as atividades consideradas Pólos Geradores de Tráfego deverão prever


estacionamento e pista de acomodação, além de área para carga e descarga compatíveis
com a demanda gerada;

VI - preservação da faixa de domínio da rodovia;

§ 2º Os Corredores de Usos Diversificados do Tipo II deverão obedecer às seguintes


diretrizes:

I - Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) e Coeficiente de Aproveitamento Máximo


(CAM) obedecem aos da zona que estão inseridos;

II - acessibilidade aos empreendimentos através da Via Marginal, condicionada à


mobilidade segundo as características físicas da via;

III - maior permissividade aos terrenos lindeiros à via;

IV - reserva de recuo frontal, lateral e de fundos para novos empreendimentos e


ampliações;

V - as atividades consideradas Pólos Geradores de Tráfego somente serão permitidas com


a reserva de estacionamento e previsão de pista de acomodação que corresponda à
demanda gerada.

SUBSEÇÃO IV
DO DISTRITO INDUSTRIAL

Art. 64 Considera-se Distrito Industrial a área destinada ao uso predominantemente


industrial, atendendo a critérios ambientais e de acessibilidade, onde deverão se instalar as
indústrias de maior potencial poluidor, evitando danos ao meio ambiente e à saúde das

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31/92

pessoas.

Art. 65A segunda etapa do Distrito Industrial será implantada no trecho da BR-116
indicado para Distrito Logístico, na Planta 05 - Uso do Solo.

Parágrafo Único - A segunda etapa do Distrito Industrial, de que trata o caput, deverá
atender, no mínimo, as seguintes diretrizes:

I - implantação de rede viária de infra-estrutura e serviços urbanos qualificados para


comportar a atividade industrial e sua demanda quanto à emissão de efluentes;

II - uso de tecnologia ou medidas mitigadoras que minimizem os efeitos da emissão de


poluentes;

III - atendimento às restrições ambientais, de acordo com a legislação pertinente.

SUBSEÇÃO V
DOS USOS DISPERSOS

Art. 66Consideram-se Usos Dispersos, todos aqueles não residenciais localizados de


forma dispersa na malha urbana:

I - equipamentos urbanos especiais, de grande alcance ou de interesse urbano


indispensáveis para o desenvolvimento sustentável do Município e melhoria de vida da
população que se caracterizam pela demanda de áreas qualificadas para sua
implementação, quanto a restrições ambientais, acessibilidade, estratégia de localização
para distribuição do serviço, a exemplo de:

a) Campus Universitário;
b) Centro Institucional Municipal;
c) Parque da Cidade, entre outros.

II - Empreendimentos e atividades de pequeno porte que desempenham função de suporte


ao uso residencial;

III - indústrias dispersas

§ 1º Os usos de que trata o inciso II deverão ser ordenados de forma a não causar
incômodo e descaracterizar a função residencial e de acordo com a categoria da via
lindeira e usos do entorno.

§ 2º As indústrias dispersas ficam sujeitas à análise específica e relocação se comprovado


impacto ambiental significativo.

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32/92

SEÇÃO VI
DA MOBILIDADE URBANA

SUBSEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Entende-se como mobilidade urbana a locomoção de pessoas ou mercadorias nos


Art. 67
espaços da Cidade, utilizando um modo de deslocamento, em função de um ou mais
motivos de viagem.

Parágrafo Único - A mobilidade urbana tem como função a articulação intra e interurbana,
objetivando integrar os diversos espaços do Município, através de uma rede viária
multimodal, possibilitando fluidez, conforto e segurança ao tráfego de pedestres e veículos,
sendo importante indutor do desenvolvimento urbano e regional.

Art. 68Compõe a mobilidade urbana, o sistema viário como estrutura física, combinado
aos modos de deslocamentos, aos tipos de transportes coletivo e individual e as categorias
de transporte de passageiros e de cargas.

Parágrafo Único - São considerados modos de deslocamentos:

I - modo a pé, correspondente ao deslocamento efetuado pelas pessoas caminhando;

II - modo a tração animal, correspondente ao deslocamento por meio de animais ou veículo


tracionado por animais;

III - modo cicloviário, correspondente ao deslocamento por meio de bicicleta ou triciclo;

IV - modo rodoviário, correspondente ao deslocamento por meio de veículo sobre pneus;

V - modo hidroviário, correspondente ao deslocamento por meio de embarcações;

VI - modo dutoviário, correspondente ao deslocamento de produtos através de dutos.

Art. 69O ordenamento institucional da mobilidade no Município, implica a municipalização


do trânsito, o que possibilita ao poder municipal o seu controle efetivo.

Art. 70Para efeito da hierarquização do sistema viário básico do Município e em


consonância com o Código de Trânsito Brasileiro, são consideradas as seguintes
categorias de vias:

I - vias rurais:

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a) Rodovia, qualquer via pavimentada, tendo como função a articulação entre os distritos, e
destes com a zona urbana do Município;
b) Estrada, qualquer via não pavimentada com função igual a da rodovia;
c) Vias vicinais são rodovias ou estradas responsáveis pela articulação interna do
Município entre áreas urbanas e rurais

II - vias urbanas:

a) Via de Trânsito Rápido - VR, caracterizada por acessos especiais, com trânsito livre, sem
interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de
pedestres em nível, tendo como função principal promover a ligação entre o sistema
rodoviário interurbano e o sistema viário urbano;
b) Via Arterial - VA, caracterizada por interseções em nível, controlada ou não por
semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, tendo
como função principal interligar as diversas regiões do Município, promovendo ligações
intra-urbanas de média distância, articulando-se com as vias de trânsito rápido e com
outras de categoria inferior;
c) Via Coletora - VC, caracterizada por coletar e distribuir o tráfego de acesso às Vias de
Trânsito Rápido ou Vias Arteriais bem como os volumes de tráfego local dos núcleos dos
bairros ou o tráfego de passagem em pequenos percursos entre localidades;
d) Via Local - VL destina-se estritamente ao tráfego local, tendo como função dar acesso às
moradias, às atividades comerciais e de serviços, industriais, institucionais, e a
estacionamentos, parques e similares;
e) Via Marginal - VM, com a função complementar às Vias de Trânsito Rápido, se
desenvolve ao longo destas, possibilitando o acesso às propriedades lindeiras, bem como
a interligação com vias hierarquicamente inferiores;
f) Ciclovia - CV destina-se estritamente à circulação de bicicletas, sendo separada
fisicamente das vias de tráfego de veículos e de pedestres;
g) Vias e Áreas de Pedestres - VP, via ou conjunto de vias que se destinam à circulação
prioritária de pedestres.

Parágrafo Único - As características físico-operacionais das vias para veículos automotores


que compõem o Sistema Viário Urbano, segundo as categorias, são as constantes do
Quadro 01 do Anexo 05 desta Lei.

SUBSEÇÃO II
DO SISTEMA RODOVIÁRIO RURAL E VICINAL

Art. 71 São diretrizes específicas para a implementação do sistema rodoviário rural e


vicinal no Município de Jequié:

I - definição de novas ligações e trechos viários municipais e regionais necessários à


estruturação do sistema e a acessibilidade aos distritos e suas respectivas vilas e
povoados e melhoramento do sistema vicinal existente;

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II - valorização do potencial ecológico nos projetos de vias que atravessam ou tangenciam


unidades de conservação, rios, riachos e outros corpos d`água e outras áreas com valor
ambiental;

III - definição das faixas de domínio das rodovias e estradas municipais e a fiscalização
efetiva para sua preservação, inclusive nos trechos que atravessam vilas e povoados;

IV - implantação de ciclovia, preferencialmente, ou ciclofaixa ao longo das rodovias e


estradas municipais, privilegiando e incentivando o uso desse meio de transporte.

SUBSEÇÃO III
DO SISTEMA VIÁRIO URBANO

Art. 72 São diretrizes específicas para a estruturação do sistema viário urbano no


Município de Jequié as constantes da Planta 06 - Sistema Viário Estrutural do Anexo 04
desta Lei e as que se seguem:

I - estruturação do sistema viário apoiado nas rodovias BR-116, BR-330 e Anel Rodoviário,
que compõem o sistema de vias expressas no Município;

II - integração dos espaços da cidade separados pelo rio;

III - compatibilização do número de faixas de rolamento com as demandas de circulação de


veículos na hora de maior circulação;

IV - consolidação, complementação e promoção da integração em rede do Sistema Viário


Urbano;

VII - implantação de novas ligações viárias, complementando e assegurando a


continuidade da malha viária em áreas de expansão urbana;

VIII - desenvolvimento de planos funcionais para as vias de trânsito rápido e arteriais,


institucionalizando-os por ato do Poder Executivo;

IX - implantação e manutenção de paisagismo nas áreas livres do Sistema Viário Urbano;

X - estruturação e adequação das características físicas das vias em áreas consolidadas a


fim de promover a melhoria operacional do trânsito;

XI - implantação de programa de melhoria físico-operacionais das vias vicinais do


Município.

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SUBSEÇÃO IV
DO DESLOCAMENTO DE PEDESTRES E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA OU
MOBILIDADE REDUZIDA

Art. 73 São diretrizes específicas para o deslocamento de pedestres e pessoas com


deficiência ou mobilidade reduzida no Município de Jequié:

I - reconquista do logradouro público como espaço adequado à circulação de pedestres e


integração social e urbana;

II - garantia da segurança e conforto na circulação de pedestres, com adoção de


parâmetros ergonômicos nos logradouros públicos;

III - planejamento e implantação de novas calçadas e adequação das existentes, bem como
de equipamentos de transposição de pedestres com segurança e conforto em vias que não
permitem a interrupção do tráfego de veículos;

IV - planejamento e implementação de um sistema contínuo destinado à circulação de


pedestres, integrado aos demais modos de deslocamento;

V - manutenção permanente e garantia da desobstrução dos espaços destinados à


circulação de pedestres;

VI - prioridade para a circulação de pedestres sobre o tráfego de veículos nas vias


coletoras e locais;

VII - garantia da acessibilidade universal às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida


nos espaços de circulação de pedestres atendendo à legislação pertencente;

VIII - criação de vias exclusivas para pedestres nos ambientes de grande fluxo de pessoas;

IX - implantação de passarela interligando as localidades de Novo Ciretran e Santa Luz


com o km 3, próximo à Jardim Nazaré;

X - implantação de passarela para travessia da BR-116 na Cidade Nova.

SUBSEÇÃO V
DO TRANSPORTE CICLOVIÁRIO

Art. 74São diretrizes específicas para a implementação do transporte cicloviário no


Município de Jequié:

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I - planejamento e implantação de uma rede cicloviária básica contínua, interligando as


várias localidades do Município, com acesso à área Central da Cidade de Jequié;

II - priorização de implantação de ciclovia nos corredores formados pelas Vias Arteriais,


bem como nos trechos urbanos ao longo das BR-116 e BR-330 e do Anel Rodoviário;

III - implantação de bicicletários junto aos terminais de transportes, na Área Central e nos
equipamentos públicos geradores de tráfego, dotados de condições de segurança e boa
acessibilidade;

IV - disponibilização de espaço específico para o tráfego de bicicletas nas pontes sobre o


Rio das Contas e em cruzamentos e pontos de conversão de veículos automotores;

V - definição de normas de circulação para o transporte cicloviário.

SUBSEÇÃO VI
DO TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS

Art. 75A organização funcional do transporte público de passageiros compreende a


estruturação e institucionalização do sistema, garantindo a acessibilidade por meio da
racionalização físico-operacional.

Parágrafo Único - O sistema de transporte público de passageiros deve estar estruturado


em corredores que propiciem os deslocamentos na Cidade, como também desta para os
distritos, obedecendo a uma lógica operacional multimodal.

São diretrizes específicas para a implementação do transporte público de


Art. 76
passageiros no Município de Jequié:

I - por ônibus:

a) regulamentação, através de instrumentos legais que propiciem a estruturação e


institucionalização do sistema;
b) elaboração e implementação do Plano Diretor de Transporte Urbano de Passageiros -
PDTU;
c) construção do terminal de transportes urbano do Centro Tradicional Municipal;
d) garantia de uma programação operacional adequando a oferta do serviço à demanda,
mediante a utilização de instrumentos de aferição;
e) garantia do tratamento preferencial para o serviço de transporte coletivo, nos projetos do
sistema viário;
f) promoção de medidas de incentivo ao transporte alternativo nos distritos, através de
parceria do Município com moradores proprietários de veículos utilitários de transporte;
g) adoção de medidas de informação ao usuário do transporte público de passageiros;
h) definição e implantação de uma política de transporte hidroviário de passageiros, na

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Barragem da Pedra, integrado ao sistema rodoviário urbano;

II - por táxi:

a) criação de órgão ou departamento gestor e institucionalização do sistema de transporte


público de passageiros por táxi e moto-táxi;
b) definição das normas legais e regulamentação do transporte público de passageiro por
táxi e moto-táxi através de instrumentos legais que propiciem a estruturação e
institucionalização do sistema;
c) monitoração e fiscalização do sistema do transporte público de passageiros por táxi e
moto-táxi.

SUBSEÇÃO VII
DOS EQUIPAMENTOS DE CONEXÃO

Art. 77 São considerados equipamentos de conexão:

I - terminais e estações;

II - estacionamentos;

III - aeroporto.

Parágrafo Único - São diretrizes específicas para a implementação dos equipamentos de


conexão no Município de Jequié:

I - adequação da acessibilidade no entorno dos equipamentos de conexão e promoção da


articulação destes com os modos de transporte;

II - adoção de equipamentos e mecanismos que reduzam o tempo de embarque e


desembarque nos ambientes de transbordo, garantindo conforto e segurança ao usuário.

SUBSEÇÃO VIII
DO TRANSPORTE MOTORIZADO PARTICULAR

Art. 78 São diretrizes específicas para o transporte motorizado particular no Município de


Jequié:

I - incentivo à utilização do transporte solidário;

II - fomento a campanha permanente de priorização e valorização do pedestre junto aos

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condutores de veículos particulares;

III - incentivo ao uso compartilhado do transporte por táxi;

IV - estabelecimento de parâmetros para a implantação do controle permanente da


emissão de poluentes veiculares.

SUBSEÇÃO IX
DO TRANSPORTE DE CARGAS

A organização funcional do transporte de cargas no território do Município


Art. 79
compreende a definição de local para transferência de cargas e a definição da malha viária
compatível à circulação de veículos de carga em Jequié.

Parágrafo Único - São diretrizes específicas para o transporte de cargas no Município de


Jequié:

I - elaboração do Plano Diretor de Transporte de Cargas - PDTC;

II - definição de normas para estruturação e regulamentação do transporte de cargas no


Município;

III - implantação de terminal para transferência de cargas;

IV - definição e regulamentação das normas referente ao transporte de cargas no


Município, inclusive sobre as operações de cargas fracionadas, perigosas e especiais;

V - implantação de uma estação de transbordo de cargas na Barragem da Pedra,


garantindo a integração do transporte hidroviário e rodoviário das cargas geradas ao longo
do seu entorno.

SUBSEÇÃO X
DO TRANSPORTE DUTOVIÁRIO

Art. 80 São diretrizes específicas para o transporte por dutos no Município de Jequié:

I - definição de normas para sua estruturação e institucionalização;

II - elaboração de cadastro da rede dutoviária que interfere no Sistema Viário do Município.

III - incorporação às normas de uso do solo, edificações e de indicações de segurança dos

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sistemas dutoviários.

SUBSEÇÃO XI
DA GESTÃO DO TRÂNSITO

Art. 81 São diretrizes específicas para a gestão do trânsito no Município de Jequié:

I - implementação e manutenção de programas de educação para o trânsito envolvendo a


realização de campanhas abrangentes e específicas, inclusive nas escolas;

II - implementação de política de incentivo à criação de estacionamentos no Centro


Tradicional Municipal;

III - adoção de campanha permanente de ordenação disciplinar específica para os


condutores de motocicletas visando a redução de acidentes e a segurança coletiva;

IV - promoção de cursos especiais como medidas preventivas e corretivas de disseminação


da educação para o trânsito;

V - intensificação da oferta de facilidades de estacionamento para automóveis nos


empreendimentos considerados Pólos Geradores de Tráfego - PGT;

VI - divulgação das informações sobre a qualidade operacional no Município;

VII - elaboração e aplicação de plano de monitoramento do tráfego no Município;

VIII - implantação e manutenção de novas tecnologias para os dispositivos de sinalização


viária, segurança e controle do trânsito.

SUBSEÇÃO XII
DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL REFERENTE À MOBILIDADE URBANA

Art. 82São diretrizes específicas para o planejamento institucional referente à Mobilidade


Urbana no Município de Jequié:

I - desenvolvimento de programas preventivos e planos de alternativas emergenciais para


as ocorrências físicas, inundações, desabamentos e eventos geradores de concentração
de tráfego, objetivando a segurança dos deslocamentos;

II - regulamentação e fiscalização dos serviços de transportes de fretamento;

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III - elaboração de pesquisa sistemática de desempenho operacional do trânsito e do


transporte público de passageiros;

IV - elaboração periódica de Pesquisa de Origem-Destino (O-D), adotando-a como


instrumento de planejamento e monitoração da Mobilidade Urbana, tanto para o transporte
de passageiros como para o transporte de carga.

SEÇÃO VII
DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL

Art. 83Áreas de Proteção Histórico-Cultural são as destinadas a requalificar resguardar as


características urbanísticas das áreas que testemunham a diversidade étnica do processo
de ocupação do Município, subdividindo-se em:

I - Remanescente Quilombolas;

II - Centro Histórico Tradicional.

§ 1º As intervenções nos Remanescentes Quilombolas serão sempre precedidas de


consulta à população local, observando as características do traçado original do
assentamento e os padrões arquitetônicos típicos das formas de viver dos quilombolas;

§ 2º Controle das edificações e intervenções físicas na área delimitada como Centro


Histórico, considerando as características do patrimônio cultural, material e imaterial,
relativo à data da construção, estado de conservação do conjunto edificado e sua inserção
no sítio. As diretrizes, programas, ações e projetos estratégicos encontram-se detalhadas
no Quadro 04 Anexo 02 e no Quadro 09 Anexo 03.

SEÇÃO VIII
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

Art. 84Consideram-se Zonas Especiais de Interesse Social as áreas ou edificações


destinadas, prioritariamente, à recuperação urbanística, à regularização fundiária e à
produção de Habitações de Interesse Social - HIS, incluindo a recuperação de imóveis
degradados, a provisão de equipamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviço e
comércio de caráter local.

Parágrafo Único - As delimitações das Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS no


Município de Jequié são as propostas na Planta 07 - Zona Especial de Interesse Social do
Anexo 04 desta Lei.

Art. 85

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Art. 85 As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS dividem-se nas seguintes


categorias:

I - ZEIS 1, áreas ou edificações ocupadas predominantemente por assentamentos com


padrões de ocupação precário e/ou popular, que necessitam de regularização fundiária e
urbanística, incluindo as ocupadas por comunidades tradicionais, remanescentes de
quilombolas;

II - ZEIS 2, áreas ou edificações ocupadas predominantemente por assentamentos com


padrões de ocupação popular, que necessitam apenas de regularização fundiária;

III - ZEIS 3, áreas com predominância de glebas ou terrenos não edificados ou


subutilizados, adequados à urbanização, onde haja interesse público, na produção de
Habitação de Interesse Social - HIS, com vistas à redução da demanda anual ou do déficit
habitacional e a programas de relocação de assentamentos ou de desabrigados, em gleba
pública;

IV - ZEIS 4, áreas com predominância de glebas ou terrenos não edificados ou


subutilizados, adequados à urbanização, onde haja interesse público na produção de
Habitação de Interesse Social - HIS, com vistas à redução da demanda anual ou do déficit
habitacional e a programas de relocação de assentamentos ou de desabrigados, em gleba
privada.

§ 1º A instituição de novas ZEIS 1 aplica-se a ocupações e parcelamentos irregulares e


precários, ocupados por famílias de baixa renda ou comunidades tradicionais e serão
decorrentes de:

I - Solicitação pelos moradores;

II - indicação do Plano Municipal de Habitação, de Planos Urbanísticos Locais ou Setoriais.

§ 2º A instituição de novas ZEIS 2 será decorrente de:

I - solicitação pelos moradores;

II - Plano Municipal de Habitação, Planos Urbanísticos Locais ou Setoriais.

§ 3º A instituição de novas ZEIS 3 e 4 deverá atender a indicação em Plano Municipal de


Habitação, Planos Urbanísticos Locais, em áreas dotadas infra-estrutura urbana.

Art. 86A regularização de ZEIS será realizada de forma integrada entre Poder Público e
comunidade compreendendo:

I - elaboração de um Plano de Urbanização;

II - apoio à organização comunitária e constituição de fórum comunitário da ZEIS, visando à

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42/92

organização social e à consolidação de um modelo de gestão local formado por


representantes do Poder Público e da Comunidade;

III - programas de geração de trabalho e de renda;

IV - regularização urbanística e fundiária;

V - legislação urbanística específica, em acordo com a comunidade, adequada aos padrões


culturalmente aceitos pela população local, sem prejuízo do conforto e segurança individual
e coletiva;

VI - produção e melhoria de unidades habitacionais, programação para implantação de


infra-estrutura, equipamentos e serviços comunitários, respeitando os valores culturais e
ambientais locais;

VII - assessoramento técnico e jurídico gratuito para regularização da moradia e educação


ambiental;

VIII - debate e negociação na formulação de planos e projetos e na implementação das


intervenções, bem como na fiscalização e monitoramento das benfeitorias pela
comunidade.

Parágrafo Único - A regularização da ZEIS poderá implicar reurbanização, considerando a


precariedade da infra-estrutura, ou relocação da população, no caso de haver ameaça de
riscos à segurança e/ou à saúde da população, ou à preservação ambiental, a exemplo de
margens de curso d`água e águas dormentes.

Art. 87O Plano de Urbanização de cada ZEIS será elaborado ou aprovado pelo Poder
Executivo, e deverá prever:

I - diagnóstico da ZEIS que contenha, no mínimo, análise urbanística e fundiária e


caracterização socioeconômica da população residente;

II - parâmetros urbanísticos para o parcelamento, uso e ocupação do solo, e implantação


de infra-estrutura urbana, respeitadas as normas estabelecidas no Plano Diretor Municipal,
na legislação de Habitação de Interesse Social e nas normas técnicas pertinentes;

III - indicação de projetos e intervenções urbanísticas necessárias à recuperação física da


área, incluindo, infra-estrutura de abastecimento de água e coleta de esgotos, drenagem de
águas pluviais, coleta de lixo, iluminação pública, circulação de veículos e pedestres,
eliminação de situações de risco, estabilização de taludes e de margens de córregos,
tratamento adequado das áreas verdes e espaços públicos, instalação de equipamentos
sociais;

IV - condições especiais para o remembramento de lotes;

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43/92

V - forma de participação da população na implementação e gestão das intervenções


previstas e o compromisso da comunidade com o controle do uso e da ocupação da área;

VI - atividades de geração de emprego e renda;

VII - plano de ação social.

§ 1º Os planos de que trata o caput serão aprovados pelo Conselho Municipal de


Desenvolvimento Urbano e pelo órgão municipal responsável pela Política Municipal de
Habitação, garantindo, na sua elaboração e implementação, a participação da população
envolvida:

I - moradora das ZEIS, ou de representantes das suas associações quando houver;

II - destinatária, quando se tratar de ZEIS 3 ou ZEIS 4, ou de representantes das suas


associações quando houver.

§ 2º Para a elaboração e implementação dos planos de que trata o caput, o Poder


Executivo disponibilizará assessoria técnica, jurídica e social gratuita à população
beneficiada.

§ 3º O Fórum Comunitário da ZEIS participará de todas as etapas de elaboração do Plano


de Urbanização e de sua implementação.

§ 4º Os proprietários de lotes ou glebas e as entidades representativas dos moradores de


ZEIS poderão apresentar, ao Poder Executivo, propostas para o seu Plano de Urbanização.

§ 5º O Plano de Urbanização poderá abranger mais de uma ZEIS.

§ 6º Constituem diretrizes básicas para os Planos de Urbanização e para a aprovação do


parcelamento, uso e ocupação do solo:

I - nas ZEIS 1e 2:

a) nas áreas objeto de parcelamentos irregulares, deverão ser utilizados os parâmetros e


regulamentação previstos para regularização de loteamentos na legislação pertinente;
b) a regularização das edificações e usos não residenciais será definida pelo Plano de
Urbanização ou pela legislação específica de ZEIS;
c) nas áreas de valor ambiental prevalecem as restrições a estas pertinentes;
d) a implantação de empreendimentos que extrapolem os padrões locais dependerá de
aprovação de Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança e respectivo relatório, comprovando
os impactos positivos diretos sobre as condições de vida e a geração de postos de trabalho
para a população local e a anuência do Fórum Comunitário.

II - nas ZEIS 1, 3 e 4:

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a) nos Planos de Urbanização das ZEIS, o Poder Público Municipal deverá prever a
urbanização ou criação de áreas livres para uso público com prioridade para aquele com
menor índice de áreas públicas por habitante;
b) o remembramento de lotes será limitado à implantação de equipamentos comunitários e
de interesse coletivo, ou, quando necessário para a conformidade destes, com a área
mínima exigida para a titulação individual de habitação de interesse social;
c) o Coeficiente de Aproveitamento Básico - CAB a ser adotado será 1,0 (um).

Art. 88 A definição de prioridades para regularização de ZEIS atenderá aos seguintes


critérios específicos:

I - para o caso exclusivo das ZEIS 1:

a) a precariedade do assentamento, considerando as características do desenho urbano, a


densidade da ocupação, a oferta de infra-estrutura e equipamentos urbanos, bem como as
condições de salubridade;
b) o nível de riscos de vida ou ambientais, considerando a implantação em áreas passíveis
de ocorrência de deslizamentos, áreas alagadiças ou de solos instáveis, a incidência de
acidentes e o gravame ao meio ambiente;
c) área localizada integralmente em área pública;
d) disponibilidade de recursos no Orçamento Participativo e parcerias com interessados
para investimento em área determinada;
e) áreas indicadas pelos movimentos de moradia atuantes no Município de Jequié.

II - para o caso exclusivo das ZEIS 2:

a) o nível de consolidação do assentamento, considerando prioritários aqueles mais


consolidados, a oferta de infra-estrutura e equipamentos urbanos, bem como as condições
de salubridade;
b) assentamentos que já tiveram algum tipo de intervenção na urbanização pelo Poder
Público;
c) áreas inseridas na malha urbana, dotadas de infra-estrutura e serviços;
d) áreas indicadas pelos movimentos de moradia atuantes no Município de Jequié.

Art. 89Aplicam-se às ZEIS, de acordo com o interesse público, os instrumentos de Política


Urbana previstos na Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade,
indicados a seguir, de acordo com as condições específicas:

I - relativos à regularização fundiária:

a) Concessão do Direito Real de Uso (CDRU);


b) Concessão Especial de Uso para Fins de Moradia;
c) Usucapião Especial Individual e Coletivo;
d) Autorização de Uso Especial para Fins Comerciais, para os usos não residenciais de
apoio ao uso residencial, pré-existentes na ZEIS e que sejam considerados pertinentes pelo
Fórum Comunitário;

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II - para indução de empreendimentos de urbanização:

a) parcelamento, edificação e utilização compulsórios;


b) Operação Urbana Consorciada;

III - para aquisição de áreas visando à localização de ZEIS 3:

a) direito de preempção;
b) desapropriação;

IV - de gestão democrática:

a) audiências públicas para debater os planos, programas e projetos para as ZEIS;


b) assessoramento técnico e jurídico gratuito.

Art. 90No caso de ZEIS cujos limites estejam compreendidos dentro dos perímetros de
Operações Urbanas Consorciadas:

I - os instrumentos, diretrizes e parâmetros estabelecidos no Plano Diretor Municipal e nas


leis especificas para ZEIS deverão integrar as leis específicas das Operações Urbanas
Consorciadas;

II - quando houver necessidade de remoção de Habitação de Interesse Social, estas serão


relocadas dentro da área urbana consolidada, utilizando recursos provenientes da
Operação Urbana Consorciada;

III - o Coeficiente de Aproveitamento Máximo - CAM poderá ser alterado pelo Fórum
Comunitário da ZEIS até o limite definido para a Operação Urbana na qual a ZEIS esteja
inserida, aplicando-se os demais índices, parâmetros e disposições estabelecidos para as
ZEIS em geral.

SEÇÃO IX
DAS DIRETRIZES E AÇÕES PARA NORMATIZAÇÃO DO ORDENAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 91São diretrizes direcionadas para a normatização do ordenamento do uso e


ocupação do solo no Município de Jequié:

I - promoção da diversificação e mesclagem de usos compatíveis de modo a reduzir os


deslocamentos da população e equilibrar a distribuição da oferta de emprego e trabalho na
Cidade;

II - zoneamento dos usos não-residenciais de maior porte e mais especializados;

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III - definição de critérios e restrições de uso e ocupação do solo para as macrozonas, e de


compatibilidade locacional para os usos dispersos, que evitem os conflitos de circulação,
degradação e descaracterização da atividade residencial;

IV - implantação de um sistema de fiscalização integrada que articule os diferentes setores


do governo;

V - definição de percentual mínimo de área pública destinada a áreas verdes e de lazer, ao


sistema viário e a áreas institucionais a ser transferidas ao Município, de acordo com a
zona em processos de parcelamento em que pretenda se implantar;

VI - definição de critérios de implantação do sistema viário para que haja integração com o
tecido urbano existente;

VII - definição de normas que preservem a qualidade de vida da população no que se


refere a:

a) poluição visual por cartazes, propagandas e letreiros;


b) poluição sonora por carros de som, bares restaurantes, máquinas e equipamentos;
c) poluição atmosférica pela emissão de particulados, fumaça e fuligem fora dos padrões
ambientais;
d) poluição eletromagnética, pela emissão de ondas por fontes transmissoras de
telecomunicações acima dos padrões permitidos;
e) poluição luminosa, pela emissão descontrolada de luz artificial;
f) poluição por efluentes líquidos, pelo despejo de substâncias contaminadoras dos corpos
hídricos;
g) poluição do solo, pelo depósito ou despejo de resíduos sólidos poluentes ou perigosos.

VIII - definição de critérios para a exposição de publicidade em áreas públicas e privadas


evitando a descaracterização do patrimônio ambiental e histórico cultural;

IX - definição de critérios para implantação de equipamentos urbanos em consonância com


a paisagem urbana natural e construída;

X - definição de critérios para implantação de equipamentos em logradouros públicos


evitando a descaracterização do patrimônio ambiental e histórico cultural.

Art. 92 São ações preparatórias para o ordenamento urbano:

I - realização de cadastro unificado de edificações e uso do solo;

II - estabelecimento de convênios com universidades, órgãos de classe e associações


profissionais, de modo a ampliar a capacidade operacional do Poder Executivo para apoio
ao controle do uso e ocupação do solo;

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III - classificação e controle das atividades urbanas pelo nível de emissão de poluentes do
ar, água e solo.

SEÇÃO X
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

SUBSEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93 A aplicação dos instrumentos da Política Urbana do Município atenderá aos


dispositivos da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade, e às
diretrizes de ordenamento urbano do Plano Diretor Municipal.

SUBSEÇÃO II
DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS, IPTU
PROGRESSIVO NO TEMPO E DESAPROPRIAÇÃO COM TÍTULOS DA DÍVIDA
PÚBLICA

Art. 94Os proprietários do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado deverão
promover seu adequado aproveitamento em conformidade com as diretrizes do Plano
Diretor Municipal e legislação decorrente, sob pena de aplicação sucessiva dos
instrumentos indicados a seguir, em conformidade com os artigos 5º ao 8º do Estatuto da
Cidade:

I - parcelamento, utilização e edificação compulsórios;

II - Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública.

Parágrafo Único - Os proprietários dos imóveis sujeitos a aplicação das penalidades


referidas no caput poderão:

I - propor ao Poder Executivo a composição de um Consórcio Imobiliário, nos termos da


legislação;

II - utilizar o direito de superfície.

Art. 95 Lei municipal específica definirá:

I - as condições e os prazos para a aplicação destes instrumentos;

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48/92

II - os parâmetros de aproveitamento mínimo dos imóveis;

III - as condições para implementação de Consórcio Imobiliário, como forma de viabilização


financeira do parcelamento do imóvel;

IV - os imóveis sobre os quais incidirá a obrigação;

V - as condições para a aplicação do IPTU progressivo no tempo e para a desapropriação


com títulos da dívida pública.

Art. 96 São considerados como subtilizados para fins de parcelamento compulsório, e que
não estão exercendo a sua função social, os terrenos e lotes vazios, em áreas dotadas de
infra-estrutura e serviços urbanos, em especial de sistema viário, situados na:

I - Macrozona de Adensamento Preferencial como prioridade num prazo de até 5 (cinco)


anos;

II - Macrozona de Adensamento Condicionado como prioridade num prazo de 5 (cinco) a 10


(dez) anos;

Art. 97 São considerados como subtilizados para fins de utilização e edificação


compulsórios, e que não estão exercendo a sua função social, os terrenos e lotes vazios,
em áreas dotadas de infra-estrutura e serviços urbanos, em especial de sistema viário,
situados na:

I - Macrozona de Adensamento Preferencial como prioridade imediata;

II - Macrozona de Adensamento Condicionado como prioridade para um prazo a partir de 5


(cinco) anos.

Art. 98 São considerados como subtilizados e que não estão exercendo a sua função
social para fins de parcelamento, utilização e edificação compulsórios:

I - os terrenos e lotes vazios em áreas densamente ocupadas, onde haja carência de


espaços para implantação de equipamentos urbanos, comunitários e habitação de
interesse social em qualquer macrozona;

II - os terrenos e lotes vazios não destinados a equipamentos urbanos ou comunitários,


localizados em Zonas Especiais de Interesse Social;

III - edificações inacabadas ou paralisadas por mais de 5 (cinco) anos, desocupadas ou em


ruínas, excetuando aquelas objeto de pendências jurídicas.

Art. 99 Os instrumentos de que trata essa Subseção serão aplicados de acordo com os
objetivos e diretrizes do ordenamento urbano e as prioridades para sua implantação.

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49/92

Art. 100 Os imóveis desapropriados com o pagamento de títulos da dívida pública serão
utilizados para a implantação de Habitações de Interesse Social e equipamentos urbanos,
sociais e comunitários.

SUBSEÇÃO III
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art. 101 O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, conforme
disposto nos artigos 25, 26 e 27 do Estatuto da Cidade.

Art. 102São áreas de incidência do direito de preempção, que serão enquadradas


mediante lei municipal específica e fixado o prazo não superior a 5 (cinco) anos:

I - as compreendidas nas Macrozonas de Adensamento Preferencial e Adensamento


Condicional;

II - as localizadas nas imediações das ZEIS 2 e 4 e no interior destas.

Art. 103 O exercício, pelo Município, do direito de preempção atenderá às seguintes


finalidades e critérios:

I - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social, aplicável a:

a) áreas indicadas no Plano Diretor Municipal, ou em plano ou programa para implantação


de ZEIS 3 e 4;
b) para regularização fundiária de ZEIS 1 e 2 quando não for possível aplicar o usucapião
coletivo;
c) quando for necessária a incorporação de novas áreas para regularização urbanística de
ZEIS 1;

II - implantação de equipamentos urbanos e comunitários de infra-estrutura, sistema viário,


equipamentos de saúde, educação, promoção social e para implantação de projetos
estratégicos, aplicável a:

a) áreas e lotes vazios, ou prédios localizados em espaços onde haja carência destes
equipamentos e estejam indicadas neste Plano, em planos urbanísticos, em planos
setoriais ou planos de ZEIS;
b) áreas destinadas à implantação ou melhoria de sistema viário atendendo às indicações
deste Plano ou de plano específico de circulação:
1. para implantação do sistema viário estrutural indicado nesta Lei;
2. terrenos lindeiros às estradas de acesso à cidade, para construção de rótulas e vias
marginais;

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50/92

III - constituição de reserva fundiária, aplicável à:

a) vazios localizados nas regiões onde o processo de estruturação ainda não está
consolidado e cujo adensamento é preferencial;
b) espaços em processo de consolidação da ocupação, localizados em áreas cujo
adensamento populacional deverá ocorrer pelo preenchimento dos vazios urbanos.

IV - criação de espaços públicos e de lazer, aplicável em:

a) áreas de ocupação consolidada, de grande densidade habitacional e de edificações,


onde a carência de espaços de lazer contribui para a redução da qualidade ambiental
urbana, especialmente naquelas ocupadas por população de baixa renda;
b) áreas em processo de ocupação, cujo adensamento é preferencial, onde há carência
destes espaços de lazer e nas quais se pretende melhorar os padrões da qualidade
ambiental urbana;
c) áreas indicadas como Áreas de Interesse Ambiental, para uso de lazer.

V - recuperação ou proteção ambiental:

a) de áreas ocupadas cuja ausência ou insuficiência de infra-estrutura e cujo padrão de uso


e ocupação do solo vem resultando na degradação de recursos ambientais;
b) proteção de áreas de interesse ambiental;

VI - proteção de imóveis de interesse histórico-cultural, aplicável a terrenos ou edificações


considerados como de interesse histórico-cultural e arqueológico.

SUBSEÇÃO IV
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 104 A outorga onerosa do direito de construir autoriza o exercício do direito de


construir acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico - CAB, mediante contrapartida a
ser prestada pelo beneficiário, até o limite do Coeficiente de Aproveitamento Máximo -
CAM, estabelecido para a Macrozona em consonância com os artigos 28 e 30 do Estatuto
da Cidade.

Art. 105A outorga onerosa do direito de construir será concedida de acordo com o
Coeficiente de Aproveitamento Máximo - CAM nas seguintes situações:

I - no Centro Tradicional Municipal e Corredor de Usos Diversificados do Tipo I, o CAM será


de 2,0 (dois);

II - na Macrozona de Adensamento Preferencial, o CAM será 2,0 (dois);

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III - na Macrozona de Adensamento Condicionado a partir de cinco anos de vigência do


Plano será admitido o CAM de 1,5 (um e meio);

IV - na Macrozona de Expansão Urbana Preferencial, o CAM será 1,5 (um e meio), a partir
de dez anos de vigência do Plano;

V - em qualquer local, desde que não ultrapasse 10% (dez por cento) do CAB estabelecido
para a zona.

Parágrafo Único - A utilização do CAM de que trata o caput ficará condicionada à avaliação
do órgão competente quanto às condições de infra-estrutura, circulação e impactos na
paisagem e de vizinhança.

Será exigido Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - EIV sempre que a outorga
Art. 106
onerosa do direito de construir exceder em 50% (cinqüenta por cento), ou mais, o CAB
estabelecido para a Macrozona onde o imóvel se localize.

Art. 107 Não será admitida a outorga de potencial construtivo:

I - para usos não residenciais em zonas predominantemente residenciais;

II - para áreas de proteção cultural e ambiental;

Art. 108Lei municipal específica, com base no disposto no Plano Diretor Municipal,
estabelecerá as formas de operacionalização deste instrumento, instituindo fórmula de
cálculo para a cobrança de contrapartida do beneficiário.

Parágrafo Único - A lei específica que trata o caput será encaminhada à Câmara Municipal
num prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias após a aprovação do Plano Diretor
Municipal.

Art. 109Os coeficientes máximos definidos para as Macrozonas e zonas poderão ser
revistos num prazo de 5 (cinco) anos, com base na reavaliação da capacidade de suporte
das mesmas.

SUBSEÇÃO V
DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO

A outorga onerosa de alteração do uso autoriza a alteração do uso estabelecido


Art. 110
para a Macrozona na Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do solo, mediante
contrapartida a ser prestada pelo beneficiário nas seguintes situações:

I - no âmbito de operações Urbanas Consorciadas e de plano urbanístico local;

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52/92

II - na conversão de zona rural em zona de expansão urbana ou urbana;

II - na conversão de zona de expansão urbana em zona urbana.

Art. 111 A alteração de uso será concedida desde que:

I - atenda às diretrizes do ordenamento territorial urbano deste Plano Diretor Municipal;

II - tenha aprovado o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança;

III - seja aprovada pelo órgão municipal competente, com a anuência do Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano.

O Certificado de Alteração de Uso será vinculado ao imóvel para o qual foi


Art. 112
concedido, não sendo transferível para outro imóvel.

Art. 113Lei municipal específica, com base no disposto no Plano Diretor Municipal,
estabelecerá as formas de operacionalização deste instrumento, instituindo fórmula de
cálculo para a cobrança de contrapartida do beneficiário, encaminhando-a à Câmara
Municipal no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias a partir da aprovação do Plano
Diretor Municipal.

Parágrafo Único - Os recursos resultantes da contrapartida serão revertidos ao Fundo


Municipal de Desenvolvimento Urbano.

SUBSEÇÃO VI
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 114O proprietário de imóvel urbano, de acordo com o artigo 35 do Estatuto da Cidade,
poderá exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir,
quando houver transferência de propriedade para o Município e quando o referido imóvel
for considerado necessário para:

I - a implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

II - a criação de espaços abertos de uso público;

III - a proteção de áreas de interesse ambiental, indicadas neste Plano Diretor Municipal ou
em lei específica;

IV - a proteção do patrimônio histórico-cultural;

V - a implementação de habitação de interesse social.

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Parágrafo Único - A transferência de propriedade ao Município com aquisição do direito de


construir será utilizada para as situações referidas no caput, mediante análise e justificativa
do órgão competente e aprovação pelo Conselho de Desenvolvimento do Município.

A transferência do direito de construir será utilizada para aquisição de área para


Art. 115
implementação de programas e projetos habitacionais de interesse social quando:

I - tratar-se de plano ou programa para implantação de ZEIS 4;

II - para regularização fundiária de ZEIS 1 e 2 quando não for possível aplicar o usucapião
coletivo;

III - quando for necessária a incorporação de novas áreas para regularização urbanística
de ZEIS 1.

Art. 116 Quando necessário para preservação de edificações integrantes do patrimônio


histórico, o direito de construir a ser transferido equivalerá ao mais alto Coeficiente de
Aproveitamento Máximo permitido no Plano Diretor Municipal.

Art. 117 Quando se tratar de imóveis requeridos para fins de criação de espaços abertos
de uso e gozo públicos, em áreas de alta densidade demográfica e de ocupação do solo, o
direito de construir a ser transferido, poderá alcançar o dobro do potencial construtivo do
imóvel.

Art. 118Serão consideradas receptoras da transferência do direito de construir as áreas


onde se admite a outorga onerosa do direito de construir nas condições estabelecidas nos
arts. 105,106 e 107 desta Lei.

II - em qualquer local, desde que não ultrapasse 10% (dez por cento) do total do CAB
estabelecido para a zona.

Art. 119O potencial construtivo decorrente do imóvel transferido ao domínio do Município


corresponderá ao produto da área do terreno pelo CAB da zona em que estiver situado e
deverá constar do Certificado de Potencial Construtivo emitido pelo Município ao
beneficiário e especificado em medida de área.

Art. 120 O Certificado de Potencial Construtivo obtido pela transferência do direito de


construir poderá ser utilizado como pagamento da outorga onerosa do direito de construir.

Art. 121Lei municipal específica, com base no disposto no Plano Diretor Municipal,
estabelecerá as formas de operacionalização deste instrumento, instituindo fórmula de
cálculo para a cobrança de contrapartida do beneficiário:

§ 1º A lei específica que trata o caput deverá ser encaminhada à Câmara Municipal num
prazo 360 (trezentos e sessenta) dias após a aprovação do Plano Diretor Municipal.

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§ 2º A utilização do potencial construtivo do imóvel transferido ao Município adotará como


base de cálculo os valores estabelecidos pela Planta Genérica de Valores do Município.

SUBSEÇÃO VII
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

Art. 122As Operações Urbanas Consorciadas compreendem o conjunto de intervenções


no tecido urbano e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação
dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o
objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias
sociais e a valorização ambiental, em conformidade com os artigos 32, 33 e 34 do Estatuto
da Cidade.

Parágrafo Único - A Operação Urbana Consorciada deverá ser instituída por lei municipal
específica, da qual constará o plano específico aprovado pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano.

Art. 123 As Operações Urbanas Consorciadas atenderão às seguintes finalidades:

I - consolidação de centros locais, de lazer e de turismo;

II - recuperação e proteção ambiental de áreas cuja ausência ou insuficiência de infra-


estrutura e padrões de uso e ocupação do solo venha implicando na degradação de
recursos ambientais;

III - recuperação e revitalização de equipamentos e espaços degradados física e/ou


socialmente, ou que se encontrem subutilizados em relação aos investimentos públicos ou
privados já realizados;

IV - abertura e melhoramento de vias integrantes do sistema viário oficial;

V - melhoria dos padrões ambientais urbanos e abertura de espaços públicos de lazer em


áreas ocupadas;

VI - melhoria dos padrões de habitabilidade dos assentamentos de baixa renda;

VII - outras situações indicadas em planos urbanísticos e setoriais.

Art. 124 A indicação de áreas objeto de Operações Urbanas Consorciadas se fará:

I - nos planos urbanísticos e setoriais;

II - por iniciativa popular de projeto de lei, de planos, programas ou projetos, dos moradores
do local, de ONG`s, ou de outras organizações da sociedade civil, com representação

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formalizada.

Art. 125As alterações urbanísticas propostas nas Operações Urbanas Consorciadas,


deverão estar de acordo com o ordenamento territorial e contribuir para a viabilização do
Plano Diretor Municipal.

Art. 126 Toda Operação Urbana Consorciada será gerenciada de forma compartilhada
devendo para tal criar-se um Comitê ou Conselho constituído de forma paritária pelo Poder
Público, iniciativa privada e beneficiária.

Art. 127Na Operação Urbana Consorciada poderão ser emitidos Certificados de Potencial
Construtivo Adicional ou Certificado de Alteração de Uso, em pagamento de terrenos ou de
edificações comprometidos com a operação, que poderão ser utilizados em área de
construção que supere os padrões estabelecidos pelo Plano Diretor Municipal e legislação
específica, até o limite fixado pela lei específica que aprovar a operação, respeitando-se o
que se segue:

I - o potencial construtivo emitido na operação urbana consorciada somente poderá ser


utilizado em área objeto da operação;

II - o Certificado de Alteração de Uso somente poderá ser emitido para imóveis situados na
área objeto da operação, vinculando-se ao imóvel para o qual foi concedido, não sendo
transferível dentro da operação;

III - o Certificado de Potencial Construtivo Adicional será utilizado no pagamento da área


construída que exceder o potencial construtivo do imóvel, resultante da aplicação do
Coeficiente de Aproveitamento Básico, até o limite fixado pela lei específica que aprovar a
Operação Urbana Consorciada.

Art. 128 O plano da Operação Urbana Consorciada conterá, no mínimo:

I - a delimitação da área a ser atingida;

II - o programa básico de ocupação da área e intervenções previstas;

III - o programa de atendimento econômico e social para população diretamente atingida;

IV - a finalidade da operação;

V - termo de referência para a realização de Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança;

VI - a contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores


privados em função dos benefícios nas alterações de usos e índices e características de
usos e ocupação do solo;

VII - a forma do controle social da operação;

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VIII - previsão da quantidade de Potencial Construtivo Adicional e de Alteração de Uso que


serão emitidos pelo Município e que serão alienados em leilão e utilizados diretamente no
pagamento das obras necessárias à própria operação;

IX - a fórmula de cálculo das contrapartidas;

X - as formas de conversão e equivalência do direito de construir constante do Certificado e


da área a ser edificada;

XI - o valor mínimo de cada Certificado de Potencial Construtivo Adicional.

SUBSEÇÃO VIII
DO ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Os empreendimentos e atividades, privados ou públicos, sujeitos ao Estudo Prévio


Art. 129
de Impacto de Vizinhança - EIV serão definidos na legislação de Ordenamento do Uso e
Ocupação do Solo, bem como os critérios e procedimentos para análise pelos órgãos
municipais competentes em conformidade com os artigos 36 ao 38 do Estatuto da Cidade.

Art. 130O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e
suas proximidades, considerando as diretrizes do Plano Diretor Municipal, planos
urbanísticos locais e planos setoriais e da legislação urbanística, compreendendo no
mínimo os seguintes aspectos:

I - adensamento populacional;

II - demanda de equipamentos urbanos e comunitários;

III - alterações no uso e ocupação do solo;

IV - valorização imobiliária;

V - geração de tráfego e demanda de transporte público;

VI - interferências na ventilação e iluminação natural;

VII - alterações na paisagem e obstrução de marcos visuais significativos da imagem da


cidade;

VIII - geração de ruídos e emissão de resíduos sólidos e de efluentes líquidos e gasosos;

IX - conservação dos valores ambientais e culturais;

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X - impactos sociais e econômicos, inclusive segurança;

XI - definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos e potencializadoras dos


impactos positivos.

Art. 131Será obrigatória a publicidade dos documentos integrantes do EIV, que ficarão
disponíveis na Prefeitura, para consulta, por qualquer interessado.

SUBSEÇÃO IX
DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 132O Poder Executivo Municipal poderá receber, por transferência, imóveis que a
requerimento dos seus proprietários lhe sejam oferecidos como forma de viabilização do
seu melhor aproveitamento, de acordo com o artigo 46 do Estatuto da Cidade.

§ 1º O proprietário que transferir seu imóvel para a Prefeitura a título de realização do


Consórcio receberá, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou
edificadas.

§ 2º O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será


correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.

§ 3º O Consórcio Imobiliário aplica-se tanto aos imóveis sujeitos à obrigação legal de


parcelar, edificar ou utilizar, quanto a outros necessários à realização de intervenções
urbanísticas previstas no Plano Diretor Municipal, plano urbanístico local ou plano setorial.

SUBSEÇÃO X
DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 133 O Município poderá receber em concessão, diretamente ou por meio de seus
órgãos, empresas ou autarquias, o direito de superfície, nos termos da legislação em vigor,
para viabilizar a implementação de diretrizes do Plano Diretor Municipal, inclusive mediante
a utilização do espaço aéreo e subterrâneo, em conformidade com os artigos 21 ao 24 do
Estatuto da Cidade.

Parágrafo Único - O direito de superfície poderá ser utilizado onerosamente pelo Município
também em imóveis integrantes dos bens dominiais do patrimônio público, destinados à
implementação das diretrizes do Plano Diretor Municipal.

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SUBSEÇÃO XI
DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 134 São considerados instrumentos que o Município poderá dispor para a
regularização fundiária de assentamentos de baixa renda:

I - criação de Zonas Especiais de Interesse Social;

II - a Concessão do Direito Real de Uso;

III - assistência técnica e jurídica gratuitas para averiguação de configuração da usucapião


especial de imóvel urbano.

Art. 135 A Concessão de Uso Especial Para Fins de Moradia será concedida, individual ou
coletivamente, aos ocupantes de assentamentos de baixa renda em terrenos públicos de
propriedade do Município, anteriores à data de aprovação desta Lei e que atendam às
disposições da Medida Provisória nº 2.220/01.

§ 1º A Prefeitura realizará o cadastramento das famílias ocupantes de terrenos públicos até


a data de aprovação desta Lei que poderão usufruir deste direito.

§ 2º O remanejamento de comunidades que se enquadrem nas situações previstas nos


artigos 4º e 5º da Medida Provisória nº 2.220/2001 atenderá aos critérios aplicáveis a
relocação de assentamentos.

§ 3º Será facultado ao Município, na forma do artigo 9º da Medida Provisória nº 2.220/2001,


autorizar a posse para fins comerciais ou de serviços.

SUBSEÇÃO XII
DOS INSTRUMENTOS TRIBUTÁRIOS

Art. 136 Os instrumentos tributários municipais serão empregados com função fiscal e
extra-fiscal, devendo a legislação tributária adequar-se para o atendimento às diretrizes do
Plano Diretor Municipal.

Parágrafo Único - O Poder Público procederá a revisão do Código Tributário do Município


com o objetivo de atribuir aos tributos de sua competência caráter extra-fiscal, adequando o
sistema tributário municipal às funções sociais da cidade e da propriedade urbana pública e
privada.

Art. 137Lei municipal específica estabelecerá os critérios para a aplicação da contribuição


de melhoria e para a cobrança de preços públicos pela implantação de redes de infra-

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estrutura.

Capítulo V
DA POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO

SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Fica instituída, de modo complementar à Política Urbana do Município, a Política


Art. 138
Municipal de Habitação, tendo por objetivo orientar as ações do Poder Público, articulando-
as com as do setor privado, de modo a:

I - tornar acessível a moradia digna a todos os cidadãos;

II - reduzir o déficit habitacional;

III - contribuir para a superação das desigualdades sociais e o desenvolvimento social da


população de baixa renda;

IV - partilhar com a sociedade a solução dos problemas habitacionais da população de


menor renda.

Art. 139 A Política Municipal de Habitação pauta-se nos seguintes princípios:

I - compatibilização e integração com as políticas habitacionais federal e estadual, bem


como com as demais políticas setoriais de desenvolvimento urbano, ambientais e de
inclusão social;

II - moradia digna como direito e vetor de inclusão social;

III - democratização, descentralização, controle social e transparência dos procedimentos


decisórios;

IV - função social da propriedade urbana visando a garantir atuação direcionada a coibir a


especulação imobiliária e permitir o acesso à terra e ao pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade;

Art. 140 São eixos e diretrizes da Política Municipal de Habitação:

I - São os eixos da política habitacional:

a) ampliação da oferta de Habitação de Interesse Social - atendendo prioritariamente à


faixa de 3 SM;

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60/92

b) melhoria habitacional incluindo a urbanização de ocupações precárias;


c) regularização fundiária;
d) acesso da população de baixa renda ao mercado popular de moradia.

II - São diretrizes específicas:

a) desenvolvimento de projetos habitacionais que considerem as características da


população local, suas formas de organização, condições físicas e econômicas;
b) facilitação do acesso da população de baixa renda à moradia, por meio de:
1. mecanismos de financiamento de longo prazo, juros mais baixos e de microcréditos,
investimento de recursos orçamentários a fundo perdido, permissão de uso e subsídio
direto, pessoal, intransferível e temporário na aquisição da moradia, de materiais a menor
custo para a autoconstrução ou melhoria de moradia;
2. flexibilização da comprovação de renda fixa para absorção da parcela da população
trabalhadora do setor informal nos programas habitacionais;

3. estímulo para que o empreendedor privado atenda parte do segmento de renda mais
baixa, mediante parcerias com o Poder Público e concessionárias de serviços;
4. definição de parâmetros adequados de moradia social, garantidas as condições de
desempenho funcional, de conforto aos usuários, e a quota de conforto mínima de 10m² por
pessoa para a definição de área mínima útil da unidade imobiliária;
c) articulação com as instâncias governamentais estaduais e federais e organizações não
governamentais para atendimento das demandas de habitação popular, de forma integrada
e de acordo com as diretrizes da Política Habitacional do Município;
d) promoção da captação e gerenciamento de recursos provenientes de fontes externas ao
Município, privadas ou governamentais para implementação da Política Habitacional;
e) estímulo à participação e ao controle social na definição das políticas e prioridades da
produção habitacional, vinculando-os a elaboração e gestão dos planos, programas e
projetos de Habitação de Interesse Social;
f) promoção de programas de regularização fundiária, de ocupações já consolidadas,
associados à regularização urbanística, garantindo a moradia digna às famílias de baixa
renda, assegurada a sua integração a mecanismos de permanência dos moradores na
área;
g) atendimento prioritário às famílias que não possuam outro imóvel e cuja renda encontra-
se abaixo e até 3 (três) salários mínimos, seguida daquelas que percebem até 5 (cinco)
salários mínimos, e ocupando áreas de risco, de preservação ambiental ou impróprias ao
uso habitacional de modo a garantir a integridade física, o direito à moradia e a
recuperação da qualidade ambiental dessas áreas;
h) prioridade para a implantação de Habitação de Interesse Social em áreas inseridas ou
contíguas à malha urbana, providas de infra-estrutura e serviços visando sua inclusão
social e menores custos de urbanização;
i) produção de moradias e desenvolvimento de programas de melhoria de moradias de
interesse social, de modo a assegurar a moradia digna e em paralelo estimulando
programas geradores de emprego e renda, assegurando a integração desses programas
com a perspectiva de desenvolvimento das comunidades e com o controle social;
j) limitação das remoções às necessidades provocadas por risco ambiental ou de vida,

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61/92

regularização urbanística ou obra de urbanização, caso em que o atendimento habitacional


das famílias a serem removidas, deve ocorrer preferencialmente na mesma região ou, na
impossibilidade, em outro local, com a participação das famílias no processo de decisão,
garantindo melhores condições de habitabilidade;
l) estímulo à autoconstrução possibilitando condições dignas de moradia e evitando a
degradação ambiental;
m) estímulo ao associativismo e cooperação entre moradores para a efetivação de
programas habitacionais, aproveitando a experiência da população, incentivando a
participação social, a convivência solidária, a autogestão e o barateamento dos custos
habitacionais;
n) garantia, nos programas habitacionais, de atividades conjuntas de proteção ao meio
ambiente e de educação ambiental, de modo a assegurar a preservação das áreas de valor
ambiental e a não-ocupação das áreas de risco e dos espaços destinados a bens de uso
comum da população;
o) definição de Zonas Especiais de Interesse Social visando a inclusão social mediante a
promoção do acesso à terra urbanizada para viabilizar programas habitacionais de
interesse social;
p) inibição à ocupação e ao parcelamento irregular, mediante campanhas educativas
quanto à aplicação de normas e instrumentos urbanísticos e de fiscalização, bem como
parcerias com a comunidade;
q) busca de alternativas de menor custo e maior qualidade e produtividade das edificações
residenciais;
r) garantia de informação atualizada sobre a situação habitacional do Município,
especialmente em relação ao déficit e às necessidades habitacionais.

SEÇÃO II
DAS AÇÕES

Art. 141Para a concretização das diretrizes específicas da Política Municipal de Habitação,


o Poder Público adotará, entre outras, as seguintes ações:

I - instituição de ZEIS e elaboração de seu Plano de Urbanização para regularização de


áreas ocupadas e para implantação de novos programas habitacionais, para abrigar
população objeto de remoção ou para redução do déficit habitacional;

II - destinação de recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano para habitação


popular;

III - execução de programas de melhorias dos padrões habitacionais buscando parcerias


com fabricantes de material de construção, inclusive de tintas;

IV - projeto de melhoria habitacional através de elaboração e difusão de "Cartilha para


Autoconstrução da Moradia" e articulação com o Programa de Agentes Comunitários de
Saúde - PACS e Serviço de Atendimento ao Cidadão - SAC, cujos técnicos sejam

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orientados para a disseminação destas Cartilhas;

V - estabelecimento de convênios com entidades financeiras, com o objetivo de oferecer


linhas de crédito especiais para programas inseridos na Política Municipal de Habitação,
bem como, para criar instrumentos que possibilitem a inserção de todos os segmentos da
população no mercado imobiliário;

VI - implantação de um sistema de informações habitacionais que permita a execução e


acompanhamento da política habitacional e que contenha, no mínimo, indicadores e
informações relativos a:

a) déficit domiciliar por nível de renda e demanda demográfica domiciliar anual, por faixa de
renda, com base em dados do IBGE;
b) cadastro das ocupações, considerando as condições de precariedade e de risco;
c) quantificação do déficit, mapeamento, cadastramento e levantamento da situação
fundiária das áreas de ocupação precária e das ocupações, loteamentos clandestinos e
irregulares;
d) programas de financiamento;
e) cadastro de terras públicas e privadas desocupadas;

VII - formação de estoque de terras para viabilização de projetos habitacionais de interesse


social;

VIII - elaboração do Plano Municipal de Habitação, com participação social e que


considere:

a) o diagnóstico das condições de moradia no Município, quantificando e qualificando as


situações de risco, loteamentos irregulares, população sem teto, co-habitações, ocupações
irregulares, ocupações em áreas de preservação ambiental, carentes de infra-estrutura,
serviços, equipamentos, entre outras;
b) identificação de demandas por localidades;
c) a articulação com os planos e programas setoriais do Município;
d) a definição de metas de atendimento da demanda até o ano 2017;
e) os objetivos, as diretrizes e as ações indicados no Plano Diretor Municipal;
f) as demandas e os compromissos assumidos no Orçamento Participativo;

IX - criação de um sistema integrado de fiscalização nas áreas de preservação e proteção


ambiental do Município, de forma a impedir o surgimento de ocupações irregulares;

X - captação de recursos para financiamento da Política Municipal de Habitação, utilizando


os programas do Governo federal, estadual e agências multilaterais.

TÍTULO IV
DA MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO E DO FORTALECIMENTO DA CIDADANIA

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Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 142 A gestão urbana consiste no processo democrático, participativo e transparente de


negociação, decisão, co-responsabilização, ação e controle social, envolvendo a sociedade
civil, os Poderes Executivo e Legislativo, em conformidade com as determinações do Plano
Diretor Municipal e dos demais instrumentos de política urbana e de planejamento e gestão
municipal, visando a modernização da gestão e o fortalecimento da cidadania.

Art. 143As diretrizes para o planejamento e gestão atendem à estratégia de modernização


da gestão e de fortalecimento da cidadania, como fatores imprescindíveis para a
implementação e efetividade do Plano Diretor Municipal, que compreendem:

I - o foco no ser humano, com a promoção da educação para a cidadania, com vistas a
uma sociedade justa e mais solidária, incluindo:

a) a educação fundamental e ambiental;


b) as transformações na relação Estado/sociedade;
c) incentivo à formação de líderes/empreendedores;
d) suporte para a defesa dos direitos dos cidadãos e transformações culturais;

II - a internalização de uma cultura de planejamento e institucionalização de um sistema,


como atividade de suporte a uma gestão eficaz;

III - a adoção de instrumentos e canais de gestão participativa e de controle, pela


sociedade, das ações do governo, bem como a oferta de condições para o seu
funcionamento eficaz;

IV - a ampliação da efetividade das ações realizadas pelo governo municipal e a


responsabilização de seus agentes, mediante:

a) a modernização das práticas administrativas;


b) adequação das estruturas organizacionais;
c) modernização física de ferramentas e sistemas;
d) valorização e capacitação dos servidores públicos;
e) moralidade, integridade e descentralização da gestão municipal;

V - a adoção de mecanismos de transparência mediante a institucionalização de um


sistema de informações sobre a realidade municipal e as atividades da Administração
Pública que facilitem o acesso aos cidadãos;

VI - atualização e adequação dos instrumentos legais relativos à política de


desenvolvimento urbano-ambiental mediante:

a) a oferta de um conjunto de leis dispondo sobre o desenvolvimento urbano em seus

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64/92

aspectos urbanísticos e ambientais;


b) ajustes na legislação municipal, coerente com as diretrizes e os objetivos do Plano
Diretor Municipal.

Art. 144A implementação da Estratégia de Modernização da Gestão e para o


Fortalecimento da Cidadania tem por suporte a implementação dos projetos e programas,
detalhados no Quadro 12 do Anexo 03 desta Lei:

Para implementação da modernização da gestão e para o fortalecimento da


Art. 145
cidadania, o Município se valerá dos seguintes instrumentos:

I - Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativo de Jequié (SMPGJ);

II - instrumentos da gestão participativa;

III - Sistema de Informação Municipal de Jequié (SIMJ);

IV - modernização da administração municipal;

V - educação para a cidadania;

Capítulo II
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 146Fica criado o Sistema de Planejamento e Gestão do Município de Jequié, SPGMJ,


como tal compreendido o conjunto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos
necessários à coordenação planejada da Administração municipal, como um processo
contínuo, dinâmico, flexível e participativo.

Parágrafo Único - O Sistema de que trata o caput tem por finalidade institucionalizar e
implementar um processo de planejamento e gestão, de caráter permanente,
descentralizado e participativo, que propicie as condições para a ação planejada e
integrada do Poder Executivo e para a orientação da ação dos particulares no Município de
Jequié.

Art. 147 São diretrizes gerais do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão:

I - internalização, no âmbito da Administração municipal, do planejamento e gestão


participativos, como processo que direciona e integra a atuação dos órgãos municipais
entre si, com as demais instâncias governamentais e com a sociedade em geral;

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II - garantia de estruturas e processos democráticos e participativos para o planejamento e


gestão da política urbana, de forma continuada, permanente e dinâmica;

III - adoção do Plano Diretor Municipal como elemento norteador do processo de


planejamento e gestão;

IV - instituição de um processo permanente e sistemático de atualização do Plano Diretor


Municipal;

V - instituição de um processo permanente e sistemático de elaboração e implementação


de planos, programas e projetos setoriais, compatibilizados com o Plano Diretor Municipal.

SEÇÃO II
DA ESTRUTURA, COMPETÊNCIA E DIRETRIZES SETORIAIS

Art. 148 O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão (SMPGJ) compõe-se da seguinte


estrutura:

I - dentre os órgãos municipais:

a) órgãos centrais de coordenação: os órgãos de planejamento urbano, ambiental e de


planejamento orçamentário, de acordo com as suas respectivas competências;
b) Gerências Regionais;
c) Ouvidoria Pública Municipal;
d) Serviço de Atendimento ao Cidadão - SAC;
e) Serviço de Assessoramento Técnico e Jurídico de Jequié - SATEJ;
g) demais organismos da Administração municipal;

II - dentre os órgãos e instituições de gestão democrática:

a) Conselho de Desenvolvimento do Município de Jequié;


b) Conferência Municipal de Jequié;
c) Fundo Municipal de Desenvolvimento do Município de Jequié;
d) Fundo Municipal para Habitação de Interesse Social e outros fundos específicos na área
do Desenvolvimento Urbano, tais como saneamento, mobilidade, etc.;
e) Conselho Gestor do Fundo
f) Fórum de Conselhos do Município de Jequié;
g) demais conselhos municipais;

III - órgãos federais e estaduais atuantes no Município e concessionárias de serviços


públicos;

IV - a Câmara Municipal;

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V - organizações não-governamentais e associações e entidades representativas da


sociedade.

SUBSEÇÃO I
DOS ÓRGÃOS CENTRAIS DE COORDENAÇÃO

Art. 149No âmbito de atuação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, compete


aos órgãos centrais de coordenação:

I - produzir, atualizar e conservar os dados, indicadores, bases documentais e cartográficas


para o planejamento, incluídos os documentos técnicos e demais elementos de apoio à
elaboração do Plano Diretor Municipal e dos planos complementares de detalhamento;

II - coordenar a realização do Plano Diretor Municipal;

III - organizar e conduzir o processo de discussão pública e deliberação sobre os planos de


sua competência coordenadora;

IV - coordenar a elaboração das leis orçamentárias, para assegurar que estas estejam em
consonância com as diretrizes do Plano Diretor Municipal e das indicações provenientes
das discussões do Orçamento Participativo;

V - articular, com o Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié e com os demais


conselhos municipais, os planos, ou as partes dos planos referentes às suas áreas
específicas de atuação;

VI - ofertar condições financeiras, físico-operacionais e de recursos humanos, aí incluídas


uma secretaria em caráter permanente, para o funcionamento contínuo e regular, de todos
os conselhos institucionalizados no Município;

VII - coordenar a estratégia de implementação do Plano Diretor Municipal, seu


acompanhamento e avaliação dos resultados.

SUBSEÇÃO II
DAS GERÊNCIAS REGIONAIS

Art. 150No âmbito de atuação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, compete


às Gerências Regionais:

I - coordenar e supervisionar a execução das atividades, planos, programas e projetos

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locais de desenvolvimento municipal, em articulação com o órgão central do SMGPJ;

II - subsidiar e sistematizar as demandas da comunidade local e o encaminhamento aos


órgãos competentes, informando a Ouvidoria Pública;

III - prestar as informações locais ao SAC para agilização dos serviços;

IV - propor prioridades orçamentárias relativas à respectiva Gerência Regional,


submetendo-a aos debates e audiências do Orçamento Participativo;

V - coordenar os debates e audiências públicas do Orçamento Participativo, formulando ata


que será encaminhada à Câmara Municipal;

VI - coordenar os debates e audiências públicas dos planos, programas e projetos para o


local, em especial, a revisão e atualização do Plano Diretor Municipal, registrando os
referidos debates e sugestões apresentadas em ata, e encaminhando-a ao órgão de
planejamento e ao Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié;

Art. 151 As Gerências Regionais terão por objetivo oferecer condições para a melhoria da
qualidade de vida da população sob sua gestão, prestando serviços municipais,
identificando, articulando e atendendo as necessidades e demandas peculiares,
considerando-se sua dinâmica de uso do espaço urbano e peculiaridades sociais, tanto no
que diz respeito ao desenvolvimento territorial e ao meio ambiente como ao
desenvolvimento social.

Parágrafo Único - Serão implantadas Gerências Regionais em todos os Distritos do


Município de Jequié.

SUBSEÇÃO III
DA OUVIDORIA PÚBLICA

Art. 152A Ouvidoria Pública constitui um canal destinado a receber, encaminhar e


acompanhar denúncias, reclamações, elogios e sugestões dos cidadãos relativas à
prestação de serviços públicos pelo Município em geral.

§ 1º A Ouvidoria Pública Geral deverá vincular-se diretamente ao Gabinete do Prefeito,


devendo articular-se com ela quaisquer outras Ouvidorias implantadas no Município.

§ 2º Os prepostos da Ouvidoria Pública nas Secretarias Municipais e no Serviço de


Atendimento ao Cidadão se responsabilizarão pelo fluxo de informações e pela
implementação das medidas corretivas determinadas pelo Ouvidor Público.

§ 3º Serão colocados à disposição meios de acesso gratuitos, para utilização pelos


cidadãos, tais como telefones públicos, faxes, correios e outros.

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Art. 153Serão implementadas além da Ouvidoria Pública Geral, paulatinamente,


Ouvidorias Setoriais nos diversos órgãos municipais, com respectivos prepostos que serão
designados nos órgãos municipais, para assegurar o fluxo de informações e a
implementação das medidas corretivas determinadas pelo Ouvidor Público Geral.

§ 1º À Ouvidoria Pública Geral caberá:

I - articular e coordenar o funcionamento das Ouvidorias Setoriais;

II - decidir, em instância máxima, os assuntos da competência da Ouvidoria;

III - capacitar os Ouvidores Setoriais ou prepostos designados para similar função;

IV - outras funções correlatas.

§ 2º Às Ouvidorias Setoriais caberá, especificamente:

I - receber, examinar, registrar e buscar solução para as sugestões, reclamações e


denúncias referentes aos procedimentos e ações de agentes e setores do respectivo órgão
ou entidade;

II - fornecer respostas rápidas, com clareza e objetividade, às questões apresentadas pelos


cidadãos;

III - resguardar o sigilo das informações recebidas com esse caráter;

IV - articular-se, sistematicamente, com a Ouvidoria Pública Geral, fornecendo respostas


às questões apresentadas;

V - participar de reuniões, congressos, encontros e atividades técnicas, sempre que


convocados pela Ouvidoria Pública Geral;

VI - identificar oportunidades de melhorias na prestação dos serviços públicos e propor


soluções.

SUBSEÇÃO IV
DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO

Art. 154 No âmbito de atuação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, compete


ao Serviço de Atendimento ao Cidadão - SAC:

I - sistematizar os serviços e informações prestados à população;

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II - encaminhar as informações à Ouvidoria Pública, orientando a formulação das políticas


públicas.

Art. 155 São diretrizes setoriais do Serviço de Atendimento ao Cidadão:

I - promoção de convênio com órgãos de outras instâncias governamentais, com vistas a


assegurar a presença de prepostos, que garanta o funcionamento do SAC, possibilitando a
prestação de um leque diversificado de serviços aos cidadãos;

II - garantia das informações e serviços prestados pelos órgãos municipais, em especial os


destinados à redução da burocracia;

III - treinamento e capacitação continuada dos servidores disponibilizados para o SAC.

SUBSEÇÃO V
DO SERVIÇO DE ASSESSORAMENTO TÉCNICO E JURÍDICO DE JEQUIÉ

Art. 156 No âmbito de atuação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, compete


ao Serviço de Assessoramento Técnico e Jurídico de Jequié:

I - prestar assessoramento técnico e jurídico integral e gratuito exclusivamente à população


de baixa renda, dentre outros serviços, para:

a) a construção, ampliação e reforma de imóveis;


b) a promoção de regularização fundiária;
c) a participação eficaz no processo de planejamento e gestão democráticos;
d) elaboração e acompanhamento dos programas e projetos de regularização de ZEIS,
urbanística e fundiária, de Concessão Especial do Direito à Moradia, de Concessão do
Direito Real de Uso;
e) participação nas operações urbanas consorciadas;
f) relocações de famílias que estejam ocupando áreas de risco à vida humana ou
ambiental.

II - sistematizar os resultados de sua atuação, fornecendo informações e subsídios para


alimentar o processo de atualização e revisão da Lei do Plano Diretor Municipal e da
legislação urbanística e ambiental, bem como para orientar as políticas públicas setoriais.

Art. 157Como recurso para o Serviço de Assessoramento Técnico e Jurídico de Jequié, O


Poder Público poderá estabelecer convênios com entidades de fomento, tais como a
Defensoria Pública, instituições de ensino, entidades profissionais como a Ordem dos
Advogados do Brasil, dentre outras.

SUBSEÇÃO VI

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DOS DEMAIS ORGANISMOS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Art. 158No âmbito de atuação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão, compete


aos demais organismos da Administração municipal, mediante a atuação de núcleos e
prepostos responsáveis pelo planejamento:

I - adequar o seu planejamento e orçamento, de modo a assegurar que as leis


orçamentárias municipais estejam em perfeita consonância com as diretrizes do Plano
Diretor Municipal;

II - coordenar internamente a implementação das diretrizes setoriais conforme aprovadas.

SUBSEÇÃO VII
DO CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO DE JEQUIÉ

Art. 159 Fica criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié, de natureza


consultiva e deliberativa com a finalidade de descentralização do poder decisório
funcionando como um canal de participação da sociedade na definição das diretrizes da
política de desenvolvimento municipal, da provisão de recursos para a sua implementação
e para a fiscalização do seu cumprimento.

Parágrafo Único - A natureza do Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié tem


caráter perene, não podendo ser alterada para cercear a participação da sociedade civil,
em respeito ao princípio da vedação do retrocesso social.

Art. 160 Compete ao Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié:

I - gerenciar a política urbana no Município de Jequié;

II - apreciar e deliberar sobre a aplicação do Plano Diretor Municipal e da legislação, planos


e projetos setoriais dele decorrente, expedindo resoluções sobre assuntos controversos,
conflitos e lacunas encontradas;

III - propor, apreciar e emitir parecer sobre as revisões e modificações do Plano Diretor
Municipal, antes do seu encaminhamento à Câmara Municipal, devendo o mesmo ser
apensado ao Anteprojeto de Lei;

IV - participar dos debates sobre o Orçamento Participativo e emissão de parecer sobre a


compatibilidade das leis orçamentárias com as diretrizes do Plano Diretor Municipal, o qual
será encaminhado, pelo Executivo, à Câmara Municipal;

V - apreciar e emitir parecer sobre matérias relacionadas à Política Urbana;

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VI - convocar audiências públicas sobre matérias relacionadas à Política de


Desenvolvimento Municipal;

VII - promover debates públicos com a sociedade civil organizada, especialmente as


representativas de bairros e das comunidades de vilas e povoados, para conhecer suas
demandas e dar-lhes conhecimento sobre o processo de planejamento municipal;

VIII - propor aos órgãos municipais do (SMPGJ) a capacitação dos conselheiros a eles
vinculados;

IX - instituir câmaras técnicas para apreciar e deliberar sobre a elaboração e aplicação das
Políticas de Habitação, Saneamento Ambiental, Transporte e Mobilidade Urbana,
garantindo a consonância com as políticas nacionais respectivas, propor regras e critérios
para aplicação e distribuição dos recursos;

X - promover campanhas, editar manuais e divulgá-los nos conselhos, conferindo-lhes


visibilidade junto à população;

XI - elaborar e aprovar o seu Regimento Interno e encaminhar ao Prefeito Municipal para


aprovação.

Art. 161 O Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié será constituído por:

I - o dirigente do órgão de planejamento, que o presidirá;

II - 4 (quatro) representantes de órgãos municipais, de livre escolha do Prefeito;

III - 3 (três) representantes de órgãos federais e estaduais atuantes no Município,


indicados pelas entidades que representam;

IV - 1 (um) representante da Câmara de Vereadores;

V - 5 (cinco) representantes de movimentos sociais e populares, sendo 3 (três) das vilas e


povoados;

VI - 2 (dois) representantes de entidades empresariais;

VII - 1 (um) representante de entidades profissionais e acadêmicas;

VIII - 1 (um) representante de Organizações Não Governamentais- ONGs;

IX - 3 (três) representantes de entidades sindicais de trabalhadores, sendo 1 (um) de


trabalhadores rurais.

Art. 162 O Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié será instalado em até 180

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(cento e oitenta) dias após a sua criação.

Art. 163 O Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié funcionará em espaço


próprio, na Casa da Cidadania, onde serão oferecidas as condições de infra-estrutura e os
recursos humanos para o funcionamento regular de cada um dos conselhos e para a
realização de reuniões periódicas conjuntas, com vistas à troca de experiências, assim
como para a realização de cursos voltados para o aprimoramento dos seus membros.

SUBSEÇÃO VIII
DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE JEQUIÉ

Art. 164 A Conferência Municipal de Desenvolvimento Urbano de Jequié tem a finalidade


de propiciar as condições para que o Poder Público e a sociedade façam um diagnóstico
do quadro urbano e tenham a oportunidade de debater e de redefinir os rumos do
desenvolvimento municipal.

Art. 165 A convocação para participar da Conferência será feita pelo Conselho Municipal
de Desenvolvimento de Jequié, com apoio de todos os órgãos municipais, sendo facultada
a participação de qualquer cidadão.

§ 1º A Conferência será composta por indicação dos membros titulares e suplentes dos
conselhos, Administração direta municipal, Poder Legislativo municipal e sociedade civil
não-organizada.

§ 2º A presidência da Conferência será exercida pelo dirigente do órgão de planejamento.

Art. 166 Compete à Conferência Municipal de Desenvolvimento de Jequié:

I - deliberar sobre a revisão e propor alterações no Plano Diretor Municipal de Jequié;

II - deliberar sobre as alterações nas atribuições do Conselho Municipal de


Desenvolvimento de Jequié;

III - avaliar do desempenho do SMPGJ e do SIMJ, e da implementação do Plano Diretor


Municipal;

Art. 167 A Conferência Municipal de Desenvolvimento Urbano servirá como etapa


preparatória para a etapa estadual da Conferência Nacional das Cidades, visando a
articulação com o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.

Parágrafo Único - O Conselho de Desenvolvimento Urbano definirá a periodicidade de


realização de Conferência, buscando a compatibilização com a Conferência Nacional das
Cidades.

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SUBSEÇÃO IX
DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO DE JEQUIÉ

Art. 168 Fica criado o Fundo Municipal de Desenvolvimento de Jequié, com a finalidade de
dar suporte financeiro à implementação dos programas, planos, projetos e ações
integrantes ou decorrentes do Plano Diretor Municipal, em especial nas áreas de
planejamento territorial urbano, habitação, saneamento ambiental, transporte e mobilidade
urbana.

São diretrizes de planejamento para o funcionamento do Fundo Municipal de


Art. 169
Desenvolvimento de Jequié:

I - elaborar o plano de aplicação de recursos, que atenderá às diretrizes e prioridades


estabelecidas no Plano Diretor Municipal, a ser debatido e aprovado pelo Conselho Gestor
do Fundo e encaminhado, anualmente, anexo à Lei Orçamentária Anual, para aprovação
pelo Legislativo municipal;

II - articular os fundos similares existentes, ou que venham a ser instituídos, integrando


suas ações e racionalizando a aplicação dos recursos municipais.

Art. 170 Constituem fontes de recurso para o Fundo Municipal de Desenvolvimento de


Jequié:

I - dotações orçamentárias próprias;

II - créditos suplementares a ele destinados;

III - recursos decorrentes da contribuição de melhoria e da aplicação de outros


instrumentos da política urbana;

IV - produtos de taxas e preços públicos relativos à aprovação de projetos de construção e


de licenças para a realização de atividades;

V - produto das multas impostas por infrações administrativas pelos órgãos da


administração direta municipal e condenações judiciais;

VI - rendimentos de qualquer natureza, que venha a auferir como remuneração decorrente


de aplicações do seu patrimônio;

VII - doações em dinheiro ou bens móveis ou imóveis que venha a receber de pessoas
naturais ou jurídicas;

VIII - acordos, convênios, contratos e consórcios;

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IX - contribuições, subvenções e auxílios, nacionais ou internacionais;

X - operações de crédito destinadas ao desenvolvimento de planos, programas e projetos


de desenvolvimento urbano;

XI - outras receitas eventuais.

Parágrafo Único - Os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Jequié serão


destinados, exclusivamente, para:

I - constituição de reserva fundiária;

II - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;

III - implantação e melhoramentos no saneamento básico;

IV - implantação e melhoramentos na mobilidade urbana, e na infra-estrutura;

V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

VI - criação e melhoramentos de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

VII - proteção de áreas ou exemplares de interesse histórico, cultural e paisagístico.

Art. 171O Fundo Municipal de Desenvolvimento de Jequié será administrado por um


conselho gestor, criado e nomeado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento de
Jequié, composto de forma paritária por membros do Poder Executivo e representantes da
sociedade civil.

Parágrafo Único - A Presidência do conselho gestor de que trata o caput será exercida pelo
presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié.

SUBSEÇÃO X
DO FUNDO MUNICIPAL PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 172 Fica criado o Fundo Municipal para Habitação de Interesse Social, com a
finalidade de dar suporte financeiro à implementação dos programas, planos, projetos e
ações integrantes ou decorrentes do Plano Diretor Municipal, destinados a implementação
de políticas habitacionais, voltadas ao atendimento da população de baixa renda.

Parágrafo Único - Considera-se de baixa renda toda família cujo rendimento mensal seja
de até 3 (três) salários mínimos.

Art. 173 São diretrizes de planejamento para o funcionamento do Fundo Municipal para

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Habitação de Interesse Social:

I - elaboração de Plano de aplicação de recursos, que atenderá às diretrizes e prioridades


estabelecidas no Plano Diretor Municipal, a ser debatido e aprovado pelo Conselho
Municipal de Desenvolvimento de Jequié e pela Câmara de Habitação, e encaminhado,
anualmente, anexo à Lei Orçamentária Anual, para aprovação do Legislativo municipal;

II - articulação com fundos similares existentes, ou que venham a ser instituídos,


integrando suas ações e racionalizando a aplicação dos recursos municipais.

Art. 174 Constituem fontes de recurso para o Fundo Municipal para Habitação de Interesse
Social:

I - recursos provenientes de fundos ou programas incorporados ao Fundo Nacional de


Habitação Social - FNHIS;

II - dotações orçamentárias, classificadas na função de habitação;

III - créditos suplementares a ele destinados;

IV - recursos decorrentes da contribuição de melhoria e da aplicação de instrumentos da


política urbana;

V - acordos, convênios, contratos e consórcios;

VI - contribuições, subvenções e auxílios, nacionais ou internacionais para programas de


habitação;

VII - operações de crédito destinadas ao desenvolvimento de planos, programas e projetos


voltados à habitação;

VIII - outras receitas eventuais.

Parágrafo Único - Os recursos do Fundo Municipal para Habitação de Interesse Social


serão destinados, exclusivamente, para:

I - atender às diretrizes, planos, programas e projetos estabelecidos pelo Plano Diretor


Municipal, voltados à Habitação de Interesse Social, contemplando os seguintes aspectos:

a) aquisição, construção, conclusão, melhoria, reforma, locação social e arrendamento de


unidades habitacionais em áreas urbanas e rurais;
b) produção de lotes urbanizados para fins habitacionais;
c) urbanização, produção de equipamentos comunitários, regularização fundiária e
urbanística de áreas caracterizadas de interesse social;
d) implantação de saneamento básico, infra-estrutura e equipamentos urbanos,
e) complementares aos programas habitacionais de interesse social;

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f) aquisição de materiais para construção, ampliação e reforma de moradias;


g) recuperação ou produção de imóveis em áreas encortiçadas ou deterioradas, centrais ou
periféricas, para fins habitacionais de interesse social;

II - regularização fundiária e urbanística de Zonas Especiais de Interesse Social;

III - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

IV - aquisição de imóveis para constituição de novas ZEIS e implantação de Habitação de


Interesse Social;

V - remoção e relocação de habitações situadas em áreas de risco ambiental ou à vida


humana.

Art. 175 O Fundo Municipal para Habitação de Interesse Social será administrado por um
conselho gestor, criado e nomeado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento de
Jequié, composto de forma paritária por membros do Poder Executivo e representantes da
sociedade civil.

Parágrafo Único - A Presidência do conselho gestor de que trata o caput será exercida pelo
representante municipal de habitação do Poder Executivo local.

SUBSEÇÃO XI
DO FÓRUM DE CONSELHOS MUNICIPAIS

Art. 176 O Prefeito Municipal convocará anualmente o Fórum de Conselhos Municipais,


instância de articulação e integração das políticas setoriais, ao qual compete:

I - avaliar o funcionamento e o desempenho dos conselhos, propondo medidas e


providências para o seu aperfeiçoamento e dinamização;

II - promover a integração das ações setoriais de governo com o planejamento geral;

III - manter atualizadas as informações setoriais e dar conhecimento delas aos diversos
setores, contribuindo para o fluxo de informações do SIMS e da base de planejamento
visando obter a sinergia das ações no Município;

IV - acompanhar a implementação do Plano Diretor Municipal seus planos específicos,


programas e projetos estratégicos;

V - avaliar a compatibilidade dos planos setoriais com as diretrizes do Plano Diretor


Municipal;

VI - apresentar sugestões para a adequação da estrutura organizacional visando a

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implementação do SIMJ;

VII - promover, com o apoio dos órgãos da Administração Pública municipal, a realização
de cursos, palestras, seminários e outros eventos, destinados ao aprimoramento dos
membros dos conselhos, tornando-os mais atuantes e propositivos;

VIII - promover campanhas, editar manuais e divulgar os conselhos, conferindo-lhes


visibilidade junto à população;

IX - realizar audiência pública com periodicidade anual, para dar conhecimento à população
das políticas e ações de desenvolvimento urbano em curso, bem como da atuação dos
conselhos;

X - buscar meios mais eficazes e dinâmicos de delegação do poder político e decisório para
a sociedade, tornando a participação social mais representativa;

XI - propor a criação, fusão ou extinção de conselhos municipais.

§ 1º No caso de proposta de extinção de um ou mais conselhos, as respectivas


competências serão imediatamente delegadas a um outro conselho municipal já instalado,
cujas funções sejam correlatas.

§ 2º O Fórum de Conselhos Municipais será composto pelos representantes de cada um


dos conselhos institucionalizados e atuantes no Município.

§ 3º Cada conselho elegerá um membro titular e um suplente, que representarão a


entidade no Fórum.

§ 4º O Poder Executivo municipal garantirá suporte técnico e operacional necessário ao


pleno e regular funcionamento do Fórum.

§ 5º A participação no Fórum não será remunerada, sendo considerada prestação de


serviço de relevante interesse público, e a ausência ao trabalho dela decorrente será
abonada e computada como jornada efetiva de trabalho, para todos os efeitos legais.

§ 6º O Regimento do Fórum será aprovado por ato do Poder Executivo municipal.

Capítulo III
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO PARTICIPATIVA

SEÇÃO ÚNICA
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 177 Para garantir a gestão participativa nas políticas do Município, deverão ser

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utilizados os seguintes instrumentos:

I - debates, consultas públicas;

II - audiências públicas;

III - iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de


desenvolvimento municipal;

IV - plebiscito e referendo popular;

V - Conselho Municipal de Desenvolvimento de Jequié

VI - Conferência Municipal de Jequié

VII - Fórum de Conselhos Municipais;

VIII - demais fóruns e conselhos municipais.

SUBSEÇÃO I
DOS DEBATES E CONSULTAS PÚBLICAS

Os debates públicos têm por finalidade possibilitar o conhecimento das diversas


Art. 178
posições sobre um determinado assunto de interesse da coletividade e permitir a discussão
ampla, que contribua para a adoção da melhor alternativa administrativa ou legislativa.

Art. 179As consultas públicas têm por finalidade colher as opiniões, tendências ou
preferências de segmentos diversificados da sociedade para a tomada de decisões.

São requisitos para a convocação e realização dos instrumentos de que trata essa
Art. 180
subseção:

I - ampla comunicação pública, em linguagem acessível e que atenda a todos os tipos de


deficiência, mediante os meios de comunicação social disponíveis;

II - ciência do cronograma e dos locais das reuniões, da apresentação de estudos e


propostas com antecedência de, no mínimo, 15 (quinze) dias;

III - publicação e divulgação dos resultados dos debates e propostas adotados nas diversas
etapas do processo.

Art. 181 O Poder Público garantirá a diversidade nos debates e consultas públicos,
realizando-os por segmentos sociais, por temas e por divisões territoriais, tais como
bairros, distritos entre outros, dando-se preferência às divisões territoriais praticadas nos

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debates do Orçamento Participativo.

Parágrafo Único - Será garantida, ainda, alternância entre os locais de discussão e de


horários adequados.

Art. 182Caberá ao órgão municipal do planejamento apreciar e emitir parecer final sobre a
aceitação, ou não, das propostas apresentadas nos debates e consultas públicas, as quais
deverão ser justificadas técnica e juridicamente, dando-se publicidade a elas nos meios de
comunicação.

Art. 183Compete à Ouvidoria Pública organizar e mediar, com apoio técnico da


Administração Municipal, os debates e consultas públicos.

SUBSEÇÃO II
DA AUDIÊNCIA PÚBLICA

Art. 184 As audiências públicas têm por finalidades:

I - oferecer um espaço de discussão:

a) onde os cidadãos exercem o direito de manifestarem sua opinião sobre planos e


projetos;
b) onde a Administração Pública informa e esclarece dúvidas para a população que será
atingida pela decisão administrativa;

II - informar, colher subsídios, debater, obter consensos ou pactuar acordos, com base em
negociação com os atores sociais envolvidos, rever e analisar a metodologia e o conteúdo
do Plano.

Art. 185 São requisitos para a realização das audiências públicas:

I - convocação por edital, anunciada pela imprensa local e outros meios de comunicação de
massa ao alcance da população local;

II - locais e horários acessíveis à maioria da população, sobretudo a moradora de vilas e


povoados distantes, quando realizada na sede municipal;

III - direção pelo Poder Público municipal, que, após a exposição de todo o conteúdo, abrirá
as discussões aos presentes;

IV - garantia da presença de todos os cidadãos e cidadãs, independente de comprovação


de residência ou qualquer outra condição, que assinarão lista de presença;

V - registro e elaboração de ata, cujos conteúdos deverão ser apensados ao projeto,

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formando memorial do processo, composto pelos seguintes documentos:

VI - requerimento por iniciativa da sociedade civil quando solicitada por, no mínimo:

a) 0,1% (um décimo por cento) dos eleitores do Município, quando se tratar das diretrizes
ou dos planos, programas e projetos do Plano Diretor Municipal de impacto estrutural sobre
o Município;
b) 10% (dez por cento) dos eleitores:
1. da vizinhança, no caso de projetos de empreendimentos e atividades para os quais se
requeira Estudo de Impacto de Vizinhança;
2. da área abrangida, no caso de povoados e vilas, de Zonas Especiais de Interesse Social,
de bairros, subdivisões do zoneamento de uso e ocupação do solo, ou quaisquer outros
recortes territoriais.

Art. 186 Caberá ao órgão municipal do planejamento apreciar e emitir parecer final sobre a
aceitação, ou não, das propostas apresentadas nas audiências públicas, as quais deverão
ser justificadas técnica e juridicamente, dando-se publicidade a elas nos meios de
comunicação.

SUBSEÇÃO III
DA INICIATIVA POPULAR DE PROJETO DE LEI E DE PLANOS, PROGRAMAS E
PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

Art. 187 A iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de


desenvolvimento municipal consiste na participação da população no processo de
elaboração de leis, apresentação de planos, programas e projetos de desenvolvimento
urbano, cabendo a provação pelos Poder Legislativo e/ou órgãos municipais competentes.

Parágrafo Único - Os instrumentos de que trata o caput têm por finalidade assegurar aos
cidadãos o direito político de participação na política urbana, deflagrando o processo
legislativo, ou mediante a proposição de propostas de desenvolvimento municipal.

São requisitos para análise da iniciativa popular de projeto de lei e de planos,


Art. 188
programas e projetos de desenvolvimento municipal:

I - no caso de projetos de lei, que seja tomada por, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos
eleitores do Município, para propostas de modificações parciais no Plano Diretor Municipal
aprovado, e de leis específicas para aplicação dos instrumentos da Política Urbana;

II - no caso de planos, programas e projetos de desenvolvimento municipal poderão ser


tomados por, no mínimo, 2% (dois por cento) dos eleitores da área abrangida, sejam Zonas
Especiais de Interesse Social - ZEIS, bairros, povoados e vilas, subdivisões do
zoneamento do uso e ocupação do solo, ou quaisquer outros recortes territoriais nos quais
se pretenda intervir, acompanhada de parecer técnico demonstrando a área e a população

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atingida pela iniciativa proposta;

III - quando se tratar de política urbana e/ou ambiental a proposta será apreciada pelos
órgãos de planejamento urbano e ambiental, os quais poderão encaminhá-la aos órgãos
setoriais competentes;

IV - para modificações do Plano Diretor Municipal, ou de planos, programas e projetos de


impacto estrutural sobre o Município, as propostas serão encaminhadas ao Conselho de
Desenvolvimento de Jequié, acompanhado do parecer técnico do Executivo, para
apreciação e emissão de parecer, dando-se publicidade a ambos os pareceres.

Art. 189 O Poder Executivo terá o prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias para emissão
de parecer, a contar do protocolo da proposta, prorrogáveis por mais 60 (sessenta) dias,
desde que seja solicitado com a devida justificativa e mereça parecer favorável do
Conselho de Desenvolvimento de Jequié, dando-se, em ambos os casos, publicidade ao
referido parecer.

SUBSEÇÃO IV
DO PLEBISCITO E REFERENDO POPULAR

Art. 190Entende-se por plebiscito a consulta formulada à população para que delibere
sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou
administrativa, convocada com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo, cabendo à
população, aprovar ou recusar o que lhe tenha sido submetido.

Art. 191Entende-se por referendo a consulta formulada à população para que delibere
sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou
administrativa, convocada com posterioridade ao ato legislativo ou administrativo,
cumprindo à população a respectiva ratificação ou rejeição.

Art. 192A convocação do plebiscito e referendo popular será precedida por ampla
campanha educativa, nos meios de comunicação de massa disponíveis, durante, no
mínimo, os 15 (quinze) dias que a anteceder, em linguagem acessível à população,
tratando, no mínimo sobre o conceito do instrumento, as regras para a sua aplicação, a
matéria objeto de convocação e o compromisso em relação aos resultados obtidos.

Art. 193A convocação de plebiscito ou referendo popular para aprovar ou recusar matérias
relacionadas à política Urbana e ao meio ambiente caberá:

I - ao Poder Executivo, mediante decreto;

II - ao Poder Legislativo, por iniciativa, no mínimo, de 1/3 (um terço) dos membros da
Câmara Municipal, mediante decreto legislativo;

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III - à população, por meio de petição encaminhada ao Poder Executivo, firmada por pelo
menos 2% (dois por cento) dos eleitores:

a) do Município de Jequié, quando se tratar de propostas de modificações estruturais no


Plano Diretor Municipal;
b) da vizinhança que venha a ser atingida pela proposta de implantação de
empreendimento, ou realização de atividade, considerados de alto impacto de vizinhança
ou ambiental, na forma em que a legislação dispuser;
c) da área abrangida, no caso de desafetação de Zonas Especiais de Interesse Social.

Art. 194 O Poder Executivo emitirá parecer e enviará ao Conselho Municipal de


Desenvolvimento de Jequié, para a apreciação do requerimento de convocação do
plebiscito e referendo de iniciativa popular, devendo, no caso de aprovação, adotar as
providências necessárias para a sua realização, através da Ouvidoria Pública, no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias.

Capítulo IV
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS DE JEQUIÉ

Art. 195Fica instituído o Sistema de Informações Municipais de Jequié - SIMJ, com a


finalidade de produzir, atualizar, conservar e disseminar os dados, indicadores, bases
documentais e cartográficas, atualizados e confiáveis para:

I - fornecer informações para o planejamento, monitoramento, implementação e avaliação


das políticas urbanas, subsidiando a tomada de decisões na gestão do Plano Diretor
Municipal e do desenvolvimento urbano de Jequié;

II - tornar visível a atuação dos conselhos municipais, dos fóruns, conferências e a


aplicação dos recursos integrantes dos fundos municipais demais instrumentos de gestão
participativa;

III - implementar a articulação com outros sistemas de informação e bases de dados


municipais, estaduais, nacionais e internacionais, existentes em órgãos públicos e em
entidades privadas;

IV - permitir que o cidadão comum conheça a realidade social, cultural, econômica,


financeira, patrimonial, administrativa, físico-territorial, ambiental, e outras de relevante
interesse, para que possa planejar sua atuação e acompanhar o desempenho da
Administração Pública.

Parágrafo Único - Fica o Poder Executivo municipal autorizado a regulamentar o


funcionamento do Sistema de Informações Municipais de Jequié, devendo observar, pelo
menos:

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I - os seguintes princípios específicos:

a) da transparência;
b) da simplificação;
c) da economicidade;
d) da precisão;
e) da segurança;

II - as seguintes diretrizes específicas:

a) pactuação com os diversos agentes públicos e privados afins;


b) utilização de metodologias que assegurem a comparabilidade no tempo, produzindo
séries históricas e a comparabilidade no espaço, entre regiões do Município e com outros
municípios ou realidades distintas;
c) implantação gradual, partindo das informações e sistemas setoriais já em funcionamento,
mesmo os incipientes;
d) transparência e disseminação periódica e sistemática de informações em linguagem
acessível;
e) atendimento ágil e desburocratizado ao cidadão, oferecendo serviços e informações, na
proteção de direitos e deveres.
f) regulamentação do sistema por ato do Executivo municipal.

Art. 196 O Sistema de Informações Municipais de Jequié possui a seguinte estrutura:

I - órgãos e entidades da Administração municipal, funcionando como:

a) órgão central, o órgão da administração municipal, será o responsável pela coordenação


e sistematização da produção e divulgação de informações;
b) órgãos setoriais, os demais órgãos da administração direta e indireta, aos quais caberá
a produção e tratamento das informações setoriais e o seu encaminhamento ao órgão
central, devendo designar prepostos para o exercício destas competências, onde não
houver setores específicos com esta finalidade;
c) órgãos auxiliares, a Ouvidoria Pública e o Serviço de Atendimento ao Cidadão - SAC,
aos quais compete alimentar o sistema com informações dos cidadãos;

II - instituições públicas das demais esferas governamentais, às quais cabe contribuir com
informações na sua área de atuação;

III - agentes públicos e privados, em especial as concessionárias de serviços públicos, que


contribuirão com a prestação de informações na suas respectivas áreas de atuação;

IV - entidades da sociedade civil legalmente constituídas que alimentarão o sistema com as


informações de sua área de atuação;

V - instituições públicas e privadas educacionais e de pesquisa, que disponibilizarão as


informações e os resultados de suas pesquisas, bem como as publicações por elas

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produzidas de interesse municipal;

VI - a população do Município, mediante consultas públicas, ou efetuadas por associações


legalmente reconhecidas.

O banco de dados do Sistema de Informações Municipais de Jequié será formado,


Art. 197
no mínimo, pelas seguintes informações básicas:

I - informações geo-ambientais do território municipal, subsolo, relevo, hidrografia e


cobertura vegetal;

II - cadastro imobiliário;

III - legislação urbana, tais como a Lei Orgânica do Município, o Plano Diretor Municipal, a
Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo, o Código de Edificações e Obras, o
Código Ambiental, o Código Tributário e de Rendas, as Leis Orçamentárias, a Lei da
Estrutura Organizacional, as Leis de Criação e Regimentos Internos dos Conselhos e de
Fundos, do Fórum dos Conselhos e da Conferência Municipal de Jequié, e de quaisquer
outras relacionadas com as políticas setoriais e o desenvolvimento municipal;

IV - relatórios de gestão de órgãos setoriais;

V - atas de reuniões de conselhos, fóruns, conferências, audiências públicas e outros


instrumentos de gestão democrática;

VI - informações sobre operações de serviços públicos, em especial transporte público de


passageiros, saúde, educação, assistência social, saneamento ambiental, segurança,
cultura, esportes e lazer;

VII - informações sobre às áreas protegidas por seus atributos naturais, ou histórico-
culturais, e fontes de poluição e degradação ambiental;

VIII - indicadores e índices sobre a realidade municipal, dentre os quais os de saúde,


educação, esporte, lazer, cultura, saneamento ambiental, sistema viário, transporte, uso e
ocupação do solo, acesso à propriedade, qualidade dos recursos hídricos, áreas verdes;

IX - mapoteca e registro fotográfico do Município;

X - indicadores e índices sobre a realidade municipal;

XI - institucionalização das Unidades Espaciais de Informações e Planejamento de Jequié;

XII - cartilhas e manuais, em linguagem compreensível pelos não-técnicos, explicando o


significado das normas urbanísticas e ambientais integrantes do Plano Diretor Municipal e
legislação decorrente;

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XIII - dados relativos a contratos e convênios formados para a implementação da política


urbana municipal.

Capítulo V
DA MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Art. 198A modernização da administração municipal será pautada nas seguintes diretrizes
e práticas:

I - diretrizes para as práticas administrativas e formatos organizacionais;

II - diretrizes para a descentralização administrativa;

III - diretrizes para o planejamento e gestão orçamentária;

IV - articulação interinstitucional e intergovernamental e cooperação com outros


municípios;

V - diretrizes para a legislação municipal;

VI - diretrizes para a gestão de pessoas.

SEÇÃO I
DAS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS E FORMATOS ORGANIZACIONAIS

Art. 199A Administração Pública municipal adotará uma nova cultura nas práticas
administrativas e novos formatos organizacionais baseados nas seguintes diretrizes:

I - foco no cidadão;

II - gestão por resultados, mediante o estabelecimento de indicadores correlacionados a


metas, possibilitando o acompanhamento e avaliação de planos, programas e projetos,
bem como do desempenho dos servidores;

III - visão sistêmica e concepção da estrutura organizacional como um instrumento flexível


para a implementação do Plano de Governo, cujas diretrizes e ações devem estar
respaldadas nas diretrizes do Plano Diretor Municipal;

IV - assimilação de inovações tecnológicas e ferramentas, em especial a informática e o


geo-referenciamento;

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V - difusão de informações, utilizando-se a informatização, quando couber, dos atos


administrativos do Poder Público municipal;

VI - a descentralização progressiva dos serviços oferecidos aos cidadãos, oferecendo-se


meios confortáveis, rápidos e distribuídos racionalmente pelo território, para efetuar
pagamentos, inclusive de tributos e taxas em atraso, solicitar informações, certidões,
licenças e outros serviços, formular denúncias e obter respostas e providências;

VII - desburocratização dos serviços prestados aos cidadãos reduzindo-se a exigência de


documentos, sobretudo para a população de baixa renda, adotando-se procedimentos
capazes de reduzir os prazos na prestação de serviços e informações, sem prejuízo da
segurança e qualidade;

VIII - garantia do devido processo administrativo e dos direitos e deveres.

SEÇÃO II
DA DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 200 A Administração Pública municipal será progressivamente descentralizada,


implantando-se, de imediato, as Gerências Regionais, na forma em que estabelecer a
legislação.

Parágrafo Único - Os gerentes regionais serão indicados pelo Poder Executivo.

SEÇÃO III
DO PLANEJAMENTO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

Art. 201 São diretrizes específicas para o planejamento e gestão orçamentárias:

I - as leis orçamentárias terão por base as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor


Municipal;

II - o planejamento e execução orçamentária buscarão o aumento da arrecadação


tributária, de modo a reduzir a elevada dependência mantida pelo Município em relação às
outras esferas governamentais, mediante a:

a) implementação de meios para dotar de transparência e controle social a gestão fiscal,


que permita a avaliação e acompanhamento, pela sociedade, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial;
b) gestão participativa, mediante a implementação do Orçamento Participativo, e a
descentralização espacial do Orçamento;

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c) promoção de estudos visando o conhecimento da real capacidade da Administração


municipal em disponibilizar recursos;
d) estabelecimento de uma política de captação de recursos externos estaduais, federais
ou de instituições não-governamentais ou privadas para implementação do Plano Diretor
Municipal;
e) revisão do IPTU com base na atualização do cadastro imobiliário e organização na
cobrança de impostos e tributos.

SEÇÃO IV
DA ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E INTERGOVERNAMENTAL E PARA A
COOPERAÇÃO COM OUTROS MUNICÍPIOS

Art. 202São diretrizes para a articulação interinstitucional e intergovernamental e para a


cooperação com outros municípios:

I - promoção de mecanismos de comunicação e informação inter-órgãos e entidades da


Administração Pública municipal e com as demais instâncias governamentais, procurando
conferir maior visibilidade a suas ações e das potencialidades do Município, com vistas a
integrar programas e projetos, trocar experiências, angariar apoios e recursos e atrair
investimentos privados;

II - assunção do papel de agente do desenvolvimento local, articulador e negociador, junto


aos agentes políticos e sociais, envidando esforços e instituindo mecanismos de
colaboração entre o setor público e a iniciativa privada, visando a implementação das
diretrizes, programas, projetos e ações do Plano Diretor Municipal;

III - promoção de mecanismos de cooperação, tais como parcerias, consórcios, convênios,


ou associações com organismos privados e órgãos e entidades públicas, na forma da
legislação vigente, para a implementação do Plano Diretor Municipal;

IV - formalização de convênios com outros municípios em questões que envolvam o


desenvolvimento regional, ou quaisquer outras de interesse comum, tais como:

a) a prestação de serviços, em especial de saúde, educação, assistência social, e


assessoramento técnico e jurídico gratuito às populações pobres;
b) elaboração, atualização e revisão dos respectivos planos diretores, compatibilizando
diretrizes, programas, planos e projetos, bem como a legislação decorrente;
c) licenciamento urbanístico e ambiental integrado e compatibilizado, em especial nas
áreas limítrofes com outros municípios;
d) gestão sustentável do meio ambiente;
e) municipalização do trânsito;
f) gestão de saneamento básico.

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SEÇÃO V
DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Art. 203 São diretrizes para a legislação municipal:

I - concepção da legislação como uma questão técnica e política e que requer negociação
entre os diversos agentes que conformam a cidade, para conciliar os interesses
divergentes, visando a formulação de um pacto territorial;

II - visão sistêmica da legislação, conferindo-se coerência interna entre as normas de um


mesmo instrumento, o estabelecimento de vínculos entre os diversos instrumentos
urbanísticos e articulação externa, estabelecendo-se vínculos com os dispositivos de outros
sistemas normativos correlatos;

III - simplificação da linguagem para assegurar os direitos de cidadania à maior parte da


população, e facilidade operacional, como forma de reduzir os custos públicos e privados
na sua aplicação;

IV - revisão, como parte integrante e indissociável do Plano Diretor Municipal, das


seguintes leis decorrentes deste, e da legislação correlata, tendo por base os princípios,
objetivos e diretrizes do plano:

a) Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo;


b) legislação específica para a aplicação dos instrumentos da política urbana;
c) Código de Obras e Edificações;
d) Código Ambiental, incluindo a matéria disciplinada no Código de Posturas;

V - atualização da Lei Orgânica Municipal, em relação às modificações da Constituição


Federal, Estatuto da Cidade, e Plano Diretor Municipal, em especial quanto ao:

a) Sistema de Informações, de Gestão e Planejamento Municipal;


b) instrumentos de gestão democrática;
c) instrumentos destinados a garantir a função social da propriedade, aí incluídos os
instrumentos tributários com função extra-fiscal;
d) Orçamento Participativo;
e) descentralização administrativa;

Art. 204 Será ajustada a legislação da Estrutura Organizacional da Administração


Municipal, incluindo ou adequando organismo para, em atendimento às diretrizes do Plano
Diretor:

I - implementar o Sistema de Planejamento e Gestão Participativos de Jequié;

II - implementar o Sistema de Informações do Município de Jequié;

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III - Licenciamento urbanístico;

IVI - ajuste do Código Tributário ao Plano Diretor Municipal atendendo às seguintes


diretrizes:

a) planejamento da receita tributária considerando os estímulos a atividades e localizações,


estabelecidos nas diretrizes por setor econômico e nas diretrizes de ordenamento físico-
territorial;
b) adequação dos tributos existentes aos princípios da função social da cidade e da
propriedade, dando-lhes características extra-fiscais, de forma a possibilitar a aplicação
dos instrumentos da Política Urbana.

SEÇÃO VI
DA GESTÃO DE PESSOAS

Art. 205Administração municipal estabelecerá uma política de gestão de pessoas que


assegure a profissionalização e a valorização do servidor municipal, voltada para a
melhoria contínua das capacidades dos quadros técnicos, administrativos e operacionais na
implementação do processo de planejamento e gestão participativos, atendendo às
seguintes diretrizes:

I - ajuste às exigências constitucionais relativas à prática de concurso público;

II - instituição de regime estatutário para os servidores e adoção de uma política


remuneratória justa e compatível com a natureza e atribuições do cargo;

III - implementação de programa de educação continuada mediante a formalização de


parcerias com instituições de ensino para participação em cursos de capacitação
continuada, extensão, graduação e pós-graduação;

IV - implementação de programas de valorização do servidor, assegurando a atuação nas


linhas financeira, social, educacional e corporativa;

V - adequação do quadro funcional, em termos de quantidade e de qualificação


profissional, para atender às novas demandas geradas com o Plano Diretor Municipal.

Capítulo VI
DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

São diretrizes gerais para a implementação da educação para a cidadania no


Art. 206
Município de Jequié:

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I - investimento em educação básica, fortalecedora da cidadania como base para a gestão


democrática e o desenvolvimento sustentável;

II - oferta de cursos, seminários, e outros eventos, bem como assessoramento técnico e


jurídico que contribuam para obter transformações culturais, mediante a formação e
consolidação de novos valores e práticas voltados para:

a) a educação ambiental;
b) a educação para o trabalho, visando:
1. a oferta de condições para a inserção no mercado de trabalho;
2. o estímulo e capacitação para o exercício do empreendedorismo, do associativismo e da
auto-gestão;
c) a educação para a defesa de direitos e deveres dos cidadãos e para a motivação do
exercício da gestão democrática.

Parágrafo Único - A educação para a cidadania no Município será implementada, entre


outros, com a oferta dos seguintes serviços:

I - assistência e técnica gratuitas;

II - capacitação de membros de órgãos colegiados e lideranças comunitárias.

SEÇÃO I
DA CAPACITAÇÃO DE MEMBROS DE ÓRGÃOS COLEGIADOS E LIDERANÇAS
COMUNITÁRIAS

Art. 207O Município promoverá programas de capacitação dos membros de órgãos


colegiados e lideranças comunitárias, diretamente, ou mediante convênios com órgãos
federais e estaduais competentes, universidades e organizações não-governamentais,
visando a sua qualificação para o trabalho e para os novos desafios da cidadania,
atendendo, além das diretrizes gerais deste Capítulo, às seguintes diretrizes específicas:

I - formulação e busca de financiamentos públicos e privados para projetos e planos


populares, de preferência com a adoção de práticas de auto-gestão;

II - ampliação da capacidade de proposição e negociação dos membros de colegiados,


fornecendo-lhes informações sobre seu papel, atribuições e fundamentação na legislação
específica, e ferramentas para o controle dos fundos financeiros sob sua responsabilidade;

III - captação de recursos, assistência técnica e gestão empresarial, para agentes


econômicos interessados na implementação dos projetos estratégicos para o
desenvolvimento propostos pelo Plano Diretor Municipal, ou aprovados pelo Conselho
Municipal de Desenvolvimento de Jequié.

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TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 208São ações imediatas a serem adotadas para implementação do Plano Diretor
Municipal:

I - dentro do prazo de seis meses da vigência desta Lei:

a) funcionamento do Conselho de Desenvolvimento do Município e capacitação dos seus


membros;
b) funcionamento do Conselho de Meio Ambiente do Município de Jequié e capacitação dos
seus membros;
c) adequação dos órgãos integrantes da estrutura administrativa da Administração
Municipal às disposições desta Lei;
d) elaboração das leis específicas para aplicação dos instrumentos da Política Municipal de
Desenvolvimento e Expansão Urbana;
e) implantação das sedes das Gerências Regionais em todos os distritos do Município de
Jequié;

II - no primeiro ano de vigência desta Lei, capacitação dos membros do Conselho de


Desenvolvimento do Município e dos servidores públicos municipais.

Parágrafo Único - Até que se implantem as Gerências Regionais serão indicados


prepostos, que exercerão as suas competências.

Art. 209 Toda e qualquer intervenção no território do Município, ou na sua área de


influência, pelos Governos Federal e Estadual, deverá observar as normas e diretrizes
propostas nesta Lei.

Art. 210 O Plano Diretor Municipal deverá ser revisto no prazo máximo de 10 (dez) anos,
contados a partir da data em que entrar em vigor, devendo, ao final desse prazo, ser
substituído por versão revista e atualizada, aprovada pelo Poder Legislativo Municipal.

Art. 211 Deverão se adequar aos objetivos, diretrizes, princípios, programas e projetos
aprovados pelo Plano Diretor Municipal os planos e programas de governo, os Planos
Plurianuais, as Leis de Diretrizes Orçamentárias e as Leis Orçamentárias Anuais,
aprovadas no período de vigência desta Lei, entre outras.

Parágrafo Único - Os objetivos, diretrizes, princípios, programas e projetos aprovados pelo


Plano Diretor Municipal servirão, obrigatoriamente, de base para o estabelecimento dos
planos e programas de governo, do sistema orçamentário municipal, entre outros.

Art. 212 Os expedientes administrativos protocolados anteriormente à data de entrada em

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vigor desta Lei, referentes às solicitações de alvarás de construção para empreendimentos


e licenciamento de atividades, serão analisados segundo as leis vigentes à época do seu
protocolamento.

Parágrafo Único - Os expedientes referidos no caput poderão, a pedido do interessado, ser


analisados conforme as disposições desta Lei.

Art. 213Esta Lei entra em vigor no prazo de 30 (trinta) dias da data de sua publicação,
revogando-se as disposições em contrário.

SECRETARIA MUNICIPAL DE GOVERNO, EM, 27 DE DEZEMBRO DE 2007.

REINALDO MOURA PINHEIRO


PREFEITO MUNICIPAL

LeisMunicipais.com.br - Lei Complementar 1/2007

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