HISTÓRIA 6 - 17 Pags.

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PM-RJ (Soldado) História do Brasil 2022


(Pré-Edital)

Autor:
Rosy Freire (Equipe Sérgio
Henrique), Sergio Henrique

11 de Março de 2022

16009884748 - Sílvia Henrique Carvalho


Rosy Freire (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
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SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial ....................................................................................................... 2


1. República Velha e Era Vargas ...................................................................................... 3
1.1. Proclamação da República (1889) e República da Espada (1889-1894) .................................. 3
1.2. República Velha (1894-1930) ................................................................................................. 5
1.3. Revoltas na Primeira República (1894-1930) .......................................................................... 8
1.4. Era Vargas (1937-1945) ....................................................................................................... 11
2. Questionário de Revisão ............................................................................................17
Questionário - Somente Perguntas.............................................................................................. 17
Questionário - Perguntas e Respostas ......................................................................................... 18
3. Exercícios ..................................................................................................................23

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00. BATE PAPO INICIAL


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Um texto simplificado e sintético, seguido de um eficiente questionário de revisão de
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Essa é a primeira versão simplificada, uma versão “beta” que está sendo aperfeiçoada.
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quiser, gostaria muito do seu relato sobre a experiência com o curso e sugestões para atendê-los
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1. REPÚBLICA VELHA E ERA VARGAS

1.1. PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889) E REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894)

1. Em 15 de novembro de 1889, formou-se o governo provisório republicano, responsável por


dirigir o país com o fim da monarquia. Este governo foi organizado por militares,
cafeicultores e profissionais liberais, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
2. As primeiras medidas adotadas por Deodoro foram: instituição do federalismo (as
províncias foram transformadas em estados com maior autonomia administrativa), a sede
do governo federal recebeu o nome de Distrito Federal, localizado no Rio de Janeiro e que
passou a ser a capital da República, ocorreu a separação entre o Estado e a Igreja (fim do
regime do padroado, por meio do qual o Estado controlava a Igreja Católica), criação do
regime civil de nascimento e do casamento civil (até então, existia somente a certidão de
batismo e o casamento só poderia acontecer na Igreja), criação de novos símbolos nacionais
(nova bandeira em substituição à bandeira monárquica, com o lema positivista “Ordem e
Progresso”) e a promulgação da lei da grande naturalização (estabelecida em 1890,
declarava cidadãos brasileiros os estrangeiros residentes no Brasil).
3. Durante o Governo Provisório, instituiu-se a chamada Política do Encilhamento, pelo então
ministro da Fazenda Rui Barbosa, a partir de janeiro de 1890. O nome se deve,
possivelmente, porque tal reforma produziu um movimento intenso na Bolsa de Valores do
Rio de Janeiro, o qual lembrava o Jockey Club em dias de corrida. Seus investidores eram
comparados a apostadores.
4. A reforma procurava estimular o crescimento econômico e desenvolver a indústria, sendo
que, para isso, o governo permitiu que os bancos da Bahia, SP, RJ e Rio Grande do Sul
emitissem grande quantidade de moeda, cujas garantias (lastro) eram os títulos de dívida
pública.
5. Contudo, a grande quantidade de dinheiro que passou a circular não representava a
produção real da economia, o que gerou uma intensa inflação (aumento generalizado dos
preços). Além disso, com o grande volume de dinheiro emitido (também chamado de
crédito), surgiram as chamadas “empresas-fantasmas”, as quais apareceram somente para
conseguir o crédito facilitado e, posteriormente, declaravam falência.
6. Neste cenário, muitos cafeicultores protestaram contra a política econômica, uma vez que
tais medidas não os interessavam por darem maior atenção à indústria do que ao café.
Pressionado, Rui Barbosa se demitiu em janeiro de 1891.

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7. A partir de 15 de novembro de 1890, reuniu-se no RJ a Assembleia Constituinte, com o


intuito de elaborar uma nova Constituição, desta vez republicana, e que foi promulgada em
24 de fevereiro de 1891. Dentre suas principais características, temos: Governo
Presidencialista e Estado Federalista, divisão dos poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário independentes, com a exclusão do Poder Moderador, presente na Constituição de
1824), direito de voto aos brasileiros maiores de 21 anos, exceto os analfabetos, mendigos,
soldados, religiosos sujeitos à obediência eclesiástica e mulheres. O voto era aberto, ou seja,
os eleitores deveriam revelar em quem estavam votando, sofrendo pressões de grandes
fazendeiros no momento do voto.
8. Após a elaboração da Constituição, a Assembleia Constituinte foi transformada em
Congresso Nacional, responsável por eleger o primeiro presidente e o vice-presidente da
República. Nas eleições de 1891, concorreram Prudente de Morais para presidente e
Floriano Peixoto para vice, com o apoio da oligarquia cafeeira paulista, e os setores militares
insistiram na candidatura de Deodoro da Fonseca e do almirante Eduardo Wandenkolk,
==1890f5==

como presidente e vice, respectivamente.


9. A vitória ficou com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, de chapas distintas. Contudo,
Deodoro não possuía apoio político suficiente para governar o país. Decidiu, em novembro
de 1891, fechar o Congresso e prender seus principais líderes, mas a oposição política se
organizou e protestou contra o autoritarismo do presidente. Membros da Marinha, sob a
liderança do almirante Custódio José de Melo, ameaçavam bombardear o RJ com os navios
de guerra ancorados no porto. Este fato ficou conhecido como a Primeira Revolta da
Armada. Em meio a isso, Deodoro renunciou à presidência em 23 de novembro de 1891,
sendo que o cargo foi ocupado pelo seu vice, Floriano Peixoto.
10. Com o apoio das forças políticas de São Paulo e por influentes setores das forças armadas,
Floriano chegou ao poder e instituiu, entre suas primeiras medidas, o afastamento de chefes
de governo estadual indicados por Deodoro e a reabertura do Congresso Nacional. Ademais,
estimulou a industrialização do Brasil através da facilitação da importação de equipamentos
industriais e financiamento a empresários da indústria. Tal medida ocasionou uma reação
negativa dos fazendeiros tradicionais do país.
11. Floriano possuía atitudes autoritárias em seu governo, sendo que seu governo passou a
sofrer oposição política, a qual alegava que novas eleições deveriam ser convocadas, como
previa a Constituição. Porém, Floriano permaneceu no mandato até o seu final, em 1894.
Ficou conhecido, por conta de sua forma enérgica de lidar com os adversários, como
Marechal de Ferro, e o governo que iniciou com Deodoro e terminou com Floriano é
conhecido como República da Espada (em razão do governo militar).
12. A oposição ao governo de Floriano continuou existindo, o que ocasionou a Segunda Revolta
da Armada. Em março de 1892, 13 generais enviaram uma carta-manifesto ao presidente,
exigindo a convocação de novas eleições. Ao receber o documento, Floriano puniu os
militares, afastando-os das forças armadas. No RJ, Custódio José de Melo liderou o segundo
levante, em setembro de 1893, quando 15 navios bombardearam o RJ. Com o apoio do
Partido Republicano Paulista (liderado pelos cafeicultores de SP) e do exército, o governo
dominou os revoltosos.

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13. Floriano também enfrentou, no mesmo ano, um conflito entre dois grupos políticos: o
Partido Republicano Rio-Grandense (apelidados de pica-paus) e o Partido Federalista
(apelidados de maragatos). O primeiro defendia um governo republicano com sistema
presidencialista; o segundo partido também defendia um governo republicano, mas com
sistema parlamentarista.
14. Os federalistas estavam insatisfeitos com o governo (após a renúncia de Deodoro), e se
mostravam contrários ao sistema presidencialista. Dessa forma, desejavam a deposição do
republicano Júlio de Castilho (eleito Presidente do Estado do RS), e ansiavam por um
governo parlamentarista, sobretudo, para a descentralização do poder. Os federalistas, por
sua vez, estavam ao lado de Floriano e acreditavam no nacionalismo, na consolidação do
sistema republicano (desde a Proclamação da República em 1889), na centralização do
poder e na modernização do país.
15. Este episódio ficou conhecido como Revolução Federalista e terminou somente em 1895,
já na presidência de Prudente de Morais, deixando um saldo de mais de 10 mil mortos. Ao
contrário de Floriano, Prudente ficou conhecido como “Pacificador” e assinou um tratado
de paz com os maragatos, em 23 de agosto de 1895, estabelecendo a derrota definitiva dos
maragatos pelos pica-paus.

1.2. REPÚBLICA VELHA (1894-1930)

1. Este período também é conhecido como República das Oligarquias (por conta de o poder
estar centrado nas mãos de grandes proprietários de terras, os fazendeiros, também
conhecidos como coronéis: oligarquia = governo de poucos), Primeira República
(denominação utilizada por Boris Fausto) e República do Café com Leite (em referência ao
predomínio de políticos de SP e MG, grandes produtores de café e leite). Este sistema de
dominação nas mãos dos coronéis ficou conhecido como coronelismo.
2. A força dos coronéis era tamanha que chegava, também, às cidades, sendo que os principais
empregos e cargos estavam submetidos à sua influência pessoal. A maioria das pessoas
procurava se aproximar dos coronéis para conseguir favores, o que caracterizava uma
relação de clientelismo (prática de premiar, com favores, o grupo de pessoas que
demonstrava fidelidade política aos coronéis).
3. Durante a Primeira República, a política funcionava em um sistema de troca de favores. A
economia, por sua vez, era composta pela agricultura exportadora, sobretudo cafeeira, e
também ocorreu o desenvolvimento da indústria.
4. Neste sistema de favores, os coronéis também exigiam que os eleitores votassem naqueles
candidatos que eles indicassem (para governador, prefeito, vereador, presidente da
república, deputados e senadores). As pessoas que se negassem estavam sujeitas à violência
dos jagunços (capangas que trabalhavam nas fazendas e perseguiam os inimigos do
coronel).

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5. Durante as eleições, que eram abertas, os jagunços controlavam os votos de cada pessoa.
Tal prática, do voto aberto dado sob pressão, ficou conhecida como voto de cabresto. Além
dessa prática, existia também as fraudes eleitorais: documentos falsificados para menores
de idade e analfabetos votarem, pessoas que haviam falecido eram inscritas como eleitoras
(o chamado eleitorado fantasma), urnas eram violadas e votos eram adulterados.
6. O coronel mais poderoso em cada município ou região firmava alianças com outros
fazendeiros para eleger o governador do estado. Em troca, o governador retribuía o apoio
destinando verbas para a construção de obras nos municípios por eles controlados. Em razão
de tais alianças, o poder político dos estados permanecia nas mãos de um mesmo grupo
político, sendo que, ao final de cada mandato, o governador passava o poder para um
parente ou correligionário.
7. Campos Sales, fazendeiro e político paulista, foi o segundo presidente civil e um dos
principais responsáveis pelas alianças entre governadores de estado e governo federal. Tal
sistema de alianças é conhecido como política dos governadores, que consistia na troca de
favores entre os governadores de estado, que apoiavam o governo federal elegendo
deputados federais e senadores favoráveis ao presidente. Em troca, o presidente apoiava os
governadores concedendo verbas, empregos e favores para seus aliados políticos.
8. Neste período, não existia a justiça eleitoral independente. Contudo, no Congresso existia a
Comissão Verificadora das eleições, responsável pelo julgamento eleitoral. Embora fosse
um órgão do Poder Legislativo, a Comissão trabalhava a serviço do presidente da república
e distorcia, na prática, resultados das urnas, aprovando nomes de deputados e senadores
que apoiavam o governo. Além disso, era comum colocar obstáculos ao reconhecimento da
vitória de candidatos opositores, sendo que muitos desses nomes eram eliminados do
cenário político, prática esta que ficou conhecida como a degola.
9. Através dessas alianças e fraudes, as oligarquias rurais se mantiveram no poder durante
grande parte da Primeira República. Quase todos os presidentes deste período foram eleitos
com o apoio dos paulistas ligados ao PRP (Partido Republicano Paulista) e dos mineiros
ligados ao PRM (Partido Republicano Mineiro). Neste sentido, SP era o primeiro estado que
mais produzia café, enquanto MG era o segundo em café e se destacava, também, pela
produção de leite. Daí vem o nome Política do Café com Leite.
10. Neste período, temos como presidentes: Prudente de Morais (1894-1898, paulista); Campos
Sales (1898-1902, paulista); Rodrigues Alves (1902-1906, paulista); Afonso Pena (1906-1909,
mineiro, faleceu antes de terminar o mandato); Nilo Peçanha (1909-1910, fluminense);
Hermes da Fonseca (1910-1914, gaúcho); Venceslau Brás (1914-1918, mineiro); Rodrigues
Alves (1918, paulista, faleceu antes de tomar posse); Delfim Moreira (1918-1919, mineiro,
governou interinamente até a realização de novas eleições); Epitácio Pessoa (1919-1922,
paraibano); Artur Bernardes (1922-1926, mineiro); Washington Luís (1926-1930, nasceu no
RJ, mas foi político paulista de carreira).
11. Ao longo destes anos, o produto que mais foi vendido para o exterior foi o café (mais de 50%
dos lucros nas exportações). Diante dessa euforia com os lucros, os cafeicultores
aumentaram desmedidamente as plantações. Contudo, tal medida ultrapassou a
necessidade de consumo do produto e a economia passou a enfrentar crises de

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superprodução, dado que a oferta de café era maior do que a procura. Como resultado, os
preços do produto caíram e acumulava-se muitos estoques da mercadoria.
12. Para tentar solucionar tal problema, em 1906 ocorreu o Convênio de Taubaté, com a
finalidade de solucionar a crise de superprodução. Nessa reunião, os fazendeiros
propuseram que o governo federal comprasse o excedente de café produzido, que seria
estocado para ser vendido quando os preços normalizassem. Para realizar a compra, o
governo federal faria empréstimos no exterior. Isso garantia que o preço do café não iria
cair e os cafeicultores não teriam prejuízos. Os estoques do governo federal, por sua vez, só
aumentavam e nunca aparecia a oportunidade de vendê-lo ao mercado externo.
13. Outro produto que alcançou grande prestígio foi a borracha, obtida através do látex extraído
de seringueiras da Amazônia. Era a matéria prima para a confecção de pneus. Contudo, tal
esplendor durou cerca de três décadas, entre 1891 e 1918. A dificuldade de acesso aos
seringais aumentava os custos de transporte e os preços da borracha, por conseguinte,
também aumentavam o seu valor. Diante disso, a demanda do produto era maior do que a
oferta, o que estimulou países como a Inglaterra e a Holanda a investirem no cultivo de
seringais na Malásia e Indonésia, por exemplo. A partir da década de 1920, a borracha
brasileira quase não tinha lugar no mercado internacional.
14. Durante a Primeira República, o Brasil foi um dos países que mais recebeu imigrantes (tanto
europeus quanto asiáticos). Estima-se que vieram mais de 3,5 milhões de imigrantes, em
busca de trabalho e melhores condições de vida, sendo a maioria de italianos, portugueses
e espanhóis. Além destes, grupos menores, compostos por japoneses, alemães, russos,
lituanos e austríacos também desembarcaram no Brasil, sendo o estado de SP o que recebeu
a maior quantidade, cerca de 57% do total. Em partes, isso se explica devido à propaganda
no exterior, que divulgava a concessão de passagens e alojamento aos imigrantes, além da
expansão cafeeira.
15. Muitos produtores de café passaram a investir na indústria, a qual cresceu
significativamente entre 1889 e 1920. Isto se deu em virtude da busca pela substituição das
importações ao Brasil, sobretudo durante a Primeira Guerra (1914-1918), que dificultou a
exportação, fazendo com que a indústria brasileira se desenvolvesse. De início, ela se inseriu
na fabricação de tecidos, calçados, materiais de construção, alimentos e móveis. O setor
industrial empregava um número elevado de operários, o que mudou a configuração social
do Brasil, sobretudo a das cidades e centros urbanos.
16. Diante das condições de trabalho desgastantes (jornada de 15h por dia, de segunda à
sábado, baixos salários, não existia o salário mínimo, direito a férias, pagamento de horas
extras ou uma legislação trabalhista, condições físicas ruins das indústrias, com pouco
espaço e ambientes mal arejados, acidentes de trabalho, dentre outros), os operários
passaram a se organizar através de sindicatos pela luta por direitos trabalhistas e sociais.
17. Dentre as principais correntes políticas que influenciavam os trabalhadores, havia a
anarquista (ausência de poder centralizado nas mãos de uma pessoa, defesa de uma
sociedade que funcione pela cooperação e solidariedade), a corrente católica (procurava
afastar os trabalhadores da influência anarquista e socialista) e o sindicalismo (defendia a
greve como principal instrumento de luta dos operários).

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18. Neste sentido, ficou famosa a Greve Geral de 1917, organizada no mês de julho na cidade
de São Paulo. Ocorreu em razão do descontentamento dos operários com as condições de
trabalho. Ocorreram passeatas e conflitos com a polícia, sendo que um sapateiro anarquista,
José Martinez, morreu baleado em 09 de julho de 1917. Tal evento ampliou as
manifestações, paralisando as fábricas de SP e de outras regiões do Brasil. Diante de tal
amplitude, o governo e os industriais resolveram negociar melhores condições de trabalho,
além de não punirem os grevistas, o que não foi cumprido. Para o governo, os protestos
deveriam ser reprimidos através de violência policial. Em 1922, com o apoio de operários,
foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB), colocado na ilegalidade após sua fundação,
mas continuou a existir de forma clandestina.

1.3. REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1894-1930)

1. Em meio a este cenário, uma série de revoltas aconteceram com o objetivo de contestar a
miséria da sociedade e a opressão pela qual a população era submetida. Iam desde o caráter
messiânico (ligado ao religioso, àquele que foi enviado por Deus para salvar a população),
até ao caráter militar. No caso da História, o termo é associado para representar a crença de
um grupo em um líder político-religioso, supostamente capaz de conduzir a população a
uma era de felicidade e justiça. Os dois principais movimentos de caráter messiânico no
período foram Canudos e Contestado.

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2. A Revolta de Canudos (1893-1897) ocorreu no sertão baiano, em meio a um ambiente de


opressão e desesperança social, durante a presidência de Prudente de Morais. Seu líder,
Antônio Conselheiro, encontrou um local favorável às suas pregações de caráter político-
religiosas. Quando chegou a uma velha fazenda na região, liderou a formação do povoado
de Canudos, sob o lema “A terra não tem dono, a terra é de todos”. O povoado abrigou
sertanejos sem-terra, vaqueiros, ex-escravos, pequenos proprietários pobres, além de
homens e mulheres perseguidos pela polícia. Em pouco tempo, a região abrigou entre 20 e
30 mil pessoas, as quais viviam em um sistema de cooperação social, com normas próprias
em alternativa à dominação dos coronéis.
3. Os fazendeiros e a elite política, por sua vez, temiam que o povoado crescesse. A Igreja
Católica, por sua vez, temia que Conselheiro desviasse os fiéis, apresentando uma ameaça
tanto pela ocupação das terras quanto pelo não pagamento de impostos. As tropas dos
coronéis locais não conseguiram destruir o povoado, sendo que o governo federal enviou
algumas tropas militares, que também foram derrotadas. Diante deste cenário, um exército
com cerca de 7 mil homens foi enviado à região, que destruiu Canudos em 05 de outubro de
1897.
4. Mais de 5 mil casas foram incendiadas, a população, em grande parte, foi morta defendendo
sua comunidade, e o episódio entrou, inclusive, para a literatura brasileira através do livro
“Os sertões”, de Euclides da Cunha.
5. A Guerra do Contestado (1912-1916) ocorreu na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina,
em uma região disputada pelos dois estados. As terras da região permaneceram, durante
muito tempo, sem uma legislação que determinava a posse dos territórios. Diante disso,
diversas pessoas ocuparam essas terras. Nos primeiros anos da República, centenas de
famílias já haviam se instalado na região. É nesse momento que a empresa norte-
americana Brazil Railway Company, com o apoio dos coronéis da região e do governo,
iniciou a construção de uma ferrovia que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul,
atravessando a região entre Santa Catarina e Paraná (Contestado).
6. Como essas terras eram ocupadas sem registro pela população que lá estava, a empresa
comprou sua posse e desabrigou muitas das famílias que viviam há anos na região. Além
disso, um grupo de empresários ligados à empresa comprou uma grande quantidade de
terras para a construção de uma madeireira, deixando ainda mais desalojados. Outro fator
importante é que, após a construção da ferrovia, os funcionários que trabalharam nas obras
foram demitidos, mas permaneceram na região. Sendo assim, grande parte da população
da região, que já era pobre, foi desalojada de suas casas e estava desempregada.
7. Neste cenário, os sertanejos se organizaram sob a liderança religiosa de João Maria e, com
a sua morte, seguiram José Maria, que reuniu mais de 20 mil pessoas e fundou alguns
povoados que compunham a chamada Monarquia Celeste, com governo próprio e normas
igualitárias, não obedecendo às ordens do governo federal. Os sertanejos foram, então,
perseguidos pelos coronéis-fazendeiros, sendo que José Maria foi morto em combate e
“santificado” pelos seus seguidores. Em 1916, finalmente, os últimos núcleos da Monarquia
Celeste foram destruídos por tropas de 7 mil homens armados, colocando fim à Revolta do
Contestado.

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8. Outro movimento importante do período foi o cangaço, cujos líderes lutavam contra a fome,
a seca e as injustiças sociais, praticando assaltos a fazendas e, em muitos casos, matando
pessoas. Dentre os principais líderes, temos Antônio Silvino (1875-1944) e Virgulino Ferreira,
o Lampião (1900-1938). Depois que a polícia massacrou o grupo de Lampião, em 1938, o
cangaço praticamente deixou de existir. Discute-se, na História, se o cangaço foi uma forma
de banditismo e criminalidade, ou se representou um movimento de contestação social,
feito por pessoas que viviam oprimidas.
9. A cidade do RJ também foi palco de revoltas na Primeira República. Durante a presidência
de Rodrigues Alves, a população vivia em grave situação de pobreza, desemprego e falta de
saneamento. Coube ao presidente a decisão de reformar e modernizar a cidade, então
capital do Brasil. As obras foram comandadas pelo prefeito Pereira Passos, e incluíam o
alargamento das principais ruas do centro, a construção da Avenida Central (atual Rio
Branco), ampliação da rede de água e esgoto e remodelação do porto.
10. Cortiços e casebres foram derrubados e as pessoas foram desalojadas, passando a viver em
barracos no centro ou no subúrbio. Neste cenário, o combate a epidemias era um dos
principais objetivos do médico sanitarista Oswaldo Cruz, diretor da Saúde Pública. Através
de seus estudos, o presidente Rodrigues Alves decretou a lei da vacinação obrigatória contra
a varíola.
11. A população, por sua vez, não foi informada e esclarecida sobre a importância da vacina,
sendo que diversos setores reagiram à medida. Para alguns, a aplicação de injeção nas
mulheres era imoral; para outros, a obrigatoriedade feria a liberdade individual. O
descontentamento da população desalojada, a impopularidade do governo e a
obrigatoriedade da vacinação provocaram uma revolta popular no RJ, entre 12 e 15 de
novembro de 1904, conhecida como Revolta da Vacina. O governo dominou os revoltosos
com tropas do corpo de bombeiro e da cavalaria. Houve cerca de 30 mortes e mais de 100
pessoas foram feridas.
12. A chamada Revolta da Chibata aconteceu em 22 de novembro de 1910, com cerca de 2 mil
membros da Marinha Brasileira sob a liderança de João Cândido. De início, os marinheiros
tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais, posteriormente, outros marujos
assumiram o controle de navios em SP, BA e Deodoro. Em seguida, apontaram os canhões
para o RJ e encaminharam um comunicado ao presidente do Brasil, explicando as revoltas e
fazendo algumas exigências, tais como: mudanças no código de disciplina da Marinha (que
punia as faltas graves dos marinheiros com 25 chibatadas), além de melhores condições de
alimentação e salário.
13. O governo, encurralado, respondeu que atenderia às demandas e anistiava (perdoava) os
marinheiros envolvidos. Diante disso, os revoltosos entregaram os navios aos comandantes.
Contudo, o governo não cumpriu com suas promessas e decretou a expulsão de vários
marinheiros e a prisão de alguns líderes. Em 09 de dezembro do mesmo ano, os marujos
organizaram nova rebelião, mas o governo estava preparado e reagiu violentamente,
causando muitas mortes e prendendo muitos envolvidos. João Cândido, seu principal líder,
foi preso numa masmorra no RJ, sendo julgado e absolvido em 1912. Ficou conhecido como

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o Almirante Negro por ter contribuído para acabar o castigo da chibatada na marinha
brasileira.
14. Muitas destas revoltas contestavam a ordem social existente e o predomínio das forças
oligárquicas na política. Diante disso, o clima de revolta chegou, inclusive, às forças armadas,
difundindo-se entre os tenentes. Dessa forma, Tenentismo é o termo que ficou conhecido
o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais das forças armadas
(sobretudo tenentes), buscava a conquista do poder através da luta e a promoção de
reformas no Brasil. Dentre suas principais reivindicações, temos: moralização da
administração pública, fim da corrupção eleitoral, voto secreto, justiça eleitoral confiável,
defesa da economia nacional contra o capital estrangeiro, reforma da educação pública.
15. A primeira revolta tenentista iniciou em 05 de julho de 1922, no Forte de Copacabana, com
a presença de 300 homens que decidiram impedir a posse do presidente Artur Bernardes.
Tropas fiéis ao governo cercaram o Forte e isolaram os rebeldes. Mesmo diante da
superioridade das forças do governo, 17 tenentes e um civil saíram às ruas num combate
corpo a corpo. Dessa luta, apenas dois revoltosos saíram com vida. Este evento ficou
conhecido como Os Dezoito do Forte.
16. As forças tenentistas de SP e RS se uniram sob a liderança de Luís Carlos Prestes e
percorreram o país em busca de apoio popular para novas revoltas contra o governo. Surgia,
daí, a chamada Coluna Prestes. Durante mais de 2 anos (1924-1926) a Coluna percorreu 12
estados brasileiros, perseguida pelas tropas do governo federal. O movimento não provocou
revoltas capazes de ameaçar o governo, mas também não foi derrotado por ele.
17. Em meio a este cenário de revoltas, também ganhou corpo um movimento artístico que
propunha a renovação nas artes brasileiras, em reação às formas tradicionais das artes
plásticas e da literatura: o Modernismo. Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, em SP,
aconteceu a Semana de Arte Moderna. Os nomes que mais se destacaram foram os dos
escritores Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade; dos músicos Heitor
Villa-Lobos e Ernani Braga; dos artistas plásticos Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti,
Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. Possuía como objetivo abrasileirar a cultura brasileira.
Surgiu diante da invasão cultural estrangeira que despersonalizava o Brasil e contra os
padrões considerados arcaicos da arte nacional.

1.4. ERA VARGAS (1937-1945)

1. Getúlio Vargas chegou à presidência do Brasil em 1930 e permaneceu até 1945. Diante de
uma crise financeira em nível global, evidenciada na quebra da Bolsa de Valores de Nova
Iorque, em 1929, os cafeicultores brasileiros se encontravam em um cenário de inúmeras
dificuldades, uma vez que os estadunidenses não conseguiam comprar mercadorias de fora
do país. Isto contribuiu para o enfraquecimento das bases políticas que sustentavam a
Primeira República.
2. Além dos problemas econômicos, um problema político surgiu entre as elites de MG e SP:
nas eleições de 1930, os políticos paulistas que estavam no governo, até então com

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Washington Luís, apoiavam Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista (PRP). Os


mineiros, por sua vez, apoiavam Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, governador de MG pelo
Partido Republicano Mineiro (PRM). O rompimento da política do café com leite fez com que
a oposição política ganhasse força e conquistasse espaço no cenário nacional. Neste
contexto, surgiu a Aliança Liberal (AL), com lideranças do RS, MG e PB. Lançou o nome de
Getúlio Vargas, então governador gaúcho, para presidente da república, e de João Pessoa,
então governador da Paraíba, para vice-presidente. Dentre os principais pontos da Aliança
Liberal, temos: defesa do voto secreto, criação de leis trabalhistas e incentivo à produção
industrial.
3. Júlio Prestes foi o vencedor das eleições de 1930, derrotando Getúlio Vargas. Os líderes da
AL se recusaram, por sua vez, a aceitar o resultado das eleições, afirmando que as mesmas
haviam sido fraudadas. Neste contexto, a revolta ganhou intensidade quando João Pessoa
foi assassinado, em 26 de julho de 1930, por motivos pessoais e políticos, o que levou a
oposição a se unir contra o governo paulista.
4. Em 03 de outubro, iniciou-se um conflito armado no RS, PB e PE, com o intuito de impedir a
posse de Júlio Prestes como presidente. Militares do RJ, liderados pelos generais Mena
Barreto e Tasso Fragoso, depuseram Washington Luís pouco tempo antes do término de seu
mandato, sendo o poder entregue a Getúlio Vargas, chefe político do movimento que ficaria
conhecido como Revolução de 1930. Inicia-se, a partir de então, a Era Vargas, dividida em 3
períodos: Governo Provisório, Governo Constitucional e Governo Ditatorial.
5. Governo Provisório (1930-1934): dentre as principais medidas adotadas por Vargas,
destacam-se a suspensão da Constituição de 1891, o fechamento dos órgãos do Poder
Legislativo (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional) e a
indicação de interventores militares ligados ao Tenentismo para a chefia de governos
estaduais. Aos poucos, Vargas mostrava-se um político centralizador.
6. A oposição paulista formou uma frente única com os líderes do Partido Democrático
(dissidentes do PRP), que estava descontente com a nomeação do interventor João Alberto
Lins e Barros para governar SP, exigindo que fosse um interventor civil e paulista. Cedendo
às pressões, Getúlio nomeou Pedro de Toledo, contudo, a oposição permanecia insatisfeita
e exigia novas eleições e a convocação de uma Assembleia Constituinte.
7. Em maio de 1932, quatro estudantes paulistas (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) foram
mortos em conflito com a polícia, em uma manifestação que era contrária ao governo
federal. Tal fato gerou mais manifestações, sob as iniciais dos estudantes mortos, MMDC,
em busca de uma nova Constituição. Em 09 de julho de 1932, teve início a Revolução
Constitucionalista, que mobilizou cerca de 30 mil paulistas contra o governo federal. Após
3 meses de luta e quase nenhum apoio das elites de outros estados, os soldados paulistas
foram derrotados pelas tropas federais, sem alcançarem seus objetivos. Um dos poucos
resultados positivos da Revolução foi a realização de eleições para a Assembleia Nacional
Constituinte, encarregada de elaborar a nova Carta Magna brasileira.
8. Governo Constitucional (1934-1937): em julho de 1934 foi promulgada a nova Constituição,
cujos principais pontos eram a instituição do voto secreto, a inserção dos direitos
trabalhistas fundamentais (salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas, proibição do

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trabalho infantil, férias anuais e remuneradas e indenização em caso de demissão sem justa
causa) e o nacionalismo econômico (proteção de riquezas naturais, como jazidas minerais e
quedas d’água capazes de gerar energia). A nova Constituição também previa que, após sua
promulgação, o primeiro presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da
Constituinte. Vargas saiu vitorioso nesta eleição, obtendo 175 votos frente a 59 do segundo
colocado, Borges de Medeiros.
9. Neste período, dois grupos políticos ganharam destaque: os integralistas e os aliancistas.
Plínio Salgado liderava os integralistas, tendo lançado, em 1932, o chamado Manifesto à
Nação, contendo os princípios de seu grupo de ideal nazifascista. Criaram a Ação Integralista
Brasileira (AIB), procurando combater o comunismo, defender o nacionalismo extremado,
fortalecimento do Estado, a disciplina e a hierarquia dentro da sociedade, além do poder ser
concentrado nas mãos do chefe integralista. Vestiam uniforme verde e desfilavam pelas ruas
sob a saudação indígena Anauê (você é meu parente/somos irmãos), com a mão direita
estendida. Atacavam agressivamente seus adversários e seu lema era “Deus, pátria e
família”.
10. Os aliancistas, por sua vez, eram contrários ao integralismo e faziam parte da frente política
chamada Aliança Nacional Libertadora (ANL). Uma das principais correntes da ANL era o
Partido Comunista e, em 1935, Luís Carlos Prestes foi eleito seu presidente de honra. Dentre
seu programa político, destaca-se: nacionalização das empresas estrangeiras, não-
pagamento da dívida externa brasileira, realização de uma reforma agrária e a garantia das
liberdades individuais. Seu lema era “Pão, terra e liberdade”. Vargas considerou a ANL ilegal
em 1935 e ordenou a prisão de seus líderes, sob a alegação de que estes estavam
promovendo um golpe para derrubar o governo, controlado por perigosos comunistas,
como acusava o chefe de polícia de Vargas, Filinto Müller.
11. Diante da repressão, os líderes da ANL planejaram uma revolta militar contra o governo. Em
novembro de 1935 teve início a Intentona Comunista, uma série de rebeliões de batalhões
do RN, PE e RJ, mas que foram rapidamente dominadas pelas forças do governo. Em nome
do “perigo comunista”, foram presos sindicalistas, operários, militares e intelectuais
acusados de subversão (que pretende destruir ou transformar a ordem política, econômica
ou social vigente).
12. Governo Ditatorial (Estado Novo, 1937-1945): de acordo com a Constituição de 1934, o
mandato de Vargas terminaria em 1938. No final de setembro de 1937, o serviço secreto do
Exército noticiou a descoberta de um plano de tomada do poder, organizado pelos
comunistas, chamado de Plano Cohen. Este plano foi uma farsa elaborada pelo próprio
governo, com o apoio dos integralistas, para se manterem no governo. Em nome do
combate ao “perigo comunista”, decretou-se estado de guerra e a polícia prendeu grande
parte dos adversários do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao
Congresso Nacional, impôs o fechamento do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova
Constituição (conhecida também como a Constituição Polaca, em alusão à Constituição
Polonesa de caráter fascista), dando início ao período ditatorial conhecido como Estado
Novo.

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13. A partir de então, instaurou-se no país o estado de emergência, pelo qual o governo era
autorizado a invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las. Os estados brasileiros
perderam sua autonomia política e os governos estaduais passaram às mãos de
interventores da confiança de Vargas. Partidos políticos foram extintos e as eleições
democráticas, suspensas; greves e manifestações contrárias ao governo foram proibidas;
cidadãos foram perseguidos pela polícia política, muitos deles tendo sido presos, torturados
e mortos.
14. Para a sustentação política, Vargas utilizou-se de recursos de propaganda para conquistar a
simpatia popular. Em 1939, criou-se o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
órgão responsável da coordenação da propaganda oficial de governo e da censura aos meios
de comunicação (rádio, cinema, teatro e imprensa). Este departamento também criou o
programa A hora do Brasil, que divulgava as realizações do governo.
15. O Ministério da Educação difundiu a ideologia governista dentro das escolas, através da
obrigatoriedade do ensino de moral e civismo, do canto de músicas nacionalistas, desfiles e
paradas cívicas e adoção de livros didáticos que cultuavam a imagem de Getúlio e seu
governo.
16. Apesar de afinidades com os regimes fascistas europeus, Vargas procurou manter o Brasil
em uma posição de neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
pretendendo tirar proveito do conflito e obter vantagens políticas e econômicas. A partir de
1941, o Brasil passou a fazer acordos para apoiar os Aliados (grupo liderado por Inglaterra,
EUA e URSS), comprometendo-se a fornecer borracha e minérios de ferro aos países aliados
e permitiu que militares dos EUA fossem enviados para bases militares instaladas no
Nordeste brasileiro. Em troca do apoio, o Brasil obteve dos EUA grande parte do
financiamento para a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda.
17. A Alemanha, em reação, ordenou o ataque a navios brasileiros, matando mais de 600
pessoas, provocando indignação nacional. A população brasileira se manifestou
favoravelmente à vingança contra os alemães. Em 31 de agosto de 1942, o Brasil declarou
guerra às potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em 1944, partiram para lutar na Itália
as primeiras tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), sob o comando do general
Mascarenhas de Morais. Mais de 25 mil soldados foram enviados à Itália e participaram de
batalhas como as de Monte Castello, Castelnuovo, Collechio e Fornovo.
18. No que tange à economia do período, Vargas procurou estabilizar a situação cafeeira e
diversificar a produção agrícola, além de desenvolver a indústria. Para desenvolver a
indústria, aumentou os impostos de importação, e diminuiu os impostos sobre a indústria
nacional, estimulando a produção e o consumo de mercadorias nacionais.
19. Em função das dificuldades para a criação das indústrias de base (máquinas e equipamentos
pesados, produtos químicos básicos, minérios), o governo passou a intervir na economia,
através da fundação de empresas estatais dos campos da siderurgia e mineração. Dentre as
principais, destacam-se a Companhia Vale do Rio Doce (exploração do minério de ferro em
MG) e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no RJ.

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20. Com as indústrias, cresceu também o número de operários vindos de outros estados, os
quais possuíam certa consciência de que necessitavam lutar por seus direitos. Neste cenário,
o governo federal elaborou uma política trabalhista que tinha duas funções: conquistar a
simpatia dos trabalhadores e exercer o domínio sobre eles, controlando os seus sindicatos.
Essa política foi inspirada na Carta del Lavoro (Carta do Trabalho), criada pelo fascismo
italiano. Em 1943, tais leis foram reunidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
21. Em fevereiro de 1945, Vargas ficou o prazo para novas eleições, antecipando-se aos seus
adversários e liderando a abertura política. Além disso, concedeu anistia aos condenados
políticos, libertou os comunistas presos (entre os quais, Luís Prestes) e permitiu a volta dos
exilados ao país. A política partidária passava, então, a ressurgir através da organização de
diversos partidos, como a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático
(PSD), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Progressista (PSP). Além destes,
o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi legalizado.
22. Nas eleições presidenciais marcadas para 02 de dezembro de 1945, concorreriam 3
candidatos: o general Eurico Dutra (pelo PSD e PTB), que contava com o apoio de Vargas, o
brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) e o engenheiro Yedo Fiúza (PCB). Ao longo da campanha,
Vargas se mostrava contraditório. Aparentava apoiar Eurico Dutra, mas estimulava um
movimento popular que defendia sua permanência no poder, conhecido como
queremismo, sob o lema “Nós queremos Getúlio!”. Este movimento era apoiado por
membros do PTB e do PCB, mas não obteve o seu objetivo.
23. Setores da oposição temiam que Vargas continuasse no poder e impedisse a realização de
novas eleições, unindo-se, finalmente, para derrubá-lo do poder. Em 29 de outubro de 1945,
tropas do exército lideradas pelos generais Góis Monteiro e Eurico Dutra cercaram o Palácio
do Catete (sede do governo) e obrigaram Vargas a renunciar. A presidência foi entregue
provisoriamente a José Linhares, então presidente do Supremo Tribunal Federal, colocando
fim ao Estado Novo. Dutra, enfim, foi eleito presidente do Brasil ao final de 1945, dando
início a uma nova fase da política brasileira: a República Liberal Populista.

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2. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

QUESTIONÁRIO - SOMENTE PERGUNTAS

1) O que foi o Encilhamento e quais as suas consequências na economia brasileira?


2) Quais são os principais aspectos da Constituição de 1891?
3) Cite os principais conflitos ocorridos no governo de Floriano Peixoto, mencionando suas
causas.
4) O que foi o coronelismo? Como os coronéis influenciavam em suas fazendas e na cidade?
5) O que significa o termo “voto de cabresto”?
6) Explique o que era a chamada política dos governadores.
7) Qual é a origem da expressão “política do café com leite” e o que ela representou na
Primeira República?
8) Comente as consequências da crise de superprodução do café na Primeira República.
9) O que foi o Convênio de Taubaté e o que os cafeicultores nele reunidos conseguiram?
10) Quais eram as condições de trabalho do operariado brasileiro durante a República Velha?
11) Explique o que foi a Revolta de Canudos e a Guerra do Contestado, evidenciando o
aspecto messiânico entre ambas.
12) Comente, sucintamente, as controvérsias acerca da interpretação sobre o cangaço.
13) O que foi a Revolta da Vacina e por que as pessoas protestavam contra a vacinação
obrigatória?
14) O que foi o tenentismo? Quais eram os principais objetivos dos oficiais?
15) Explique o que foi a Coluna Prestes.
16) De que forma se deu o rompimento da política do “café com leite”?
17) Quais fatores levaram ao movimento de 1930, culminando com o fim da Primeira
República?
18) Cite as principais medidas adotadas por Vargas ao assumir o Governo Provisório, em
1930.
19) O que foi a Revolução Constitucionalista de 1932 e quais eram os seus interesses?
20) Apresente as inovações advindas com a Constituição de 1934.

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21) O que foram as correntes políticas intituladas integralismo e aliancismo?


22) Explique o que foi a Intentona Comunista e qual foi o uso que o governo federal fez desse
movimento.
23) O que foi o chamado Plano Cohen?
24) Quais foram as principais mudanças na Constituição de 1937?
25) O que foi o movimento queremista ou, simplesmente, queremismo?

QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) O que foi o Encilhamento e quais as suas consequências na economia brasileira?


O Encilhamento foi uma medida adotada durante a presidência de Deodoro da Fonseca, pelo
então ministro da Fazenda Rui Barbosa, e procurava incentivar a industrialização do país
através da emissão de crédito. Contudo, os bancos emitiram mais dinheiro do que o necessário,
o que causou um aumento nos preços das mercadorias (inflação). Além disso, muitas
empresas-fantasma foram criadas, somente para conseguir os empréstimos e, posteriormente,
declaravam falência, causando enormes prejuízos na economia do país.
2) Quais são os principais aspectos da Constituição de 1891?
Dentre suas principais características, podemos destacar: forma de governo republicana, com
sistema presidencialista; Estado federalista; independência dos três poderes: Legislativo,
Executivo e Judiciário; direito de voto aos homens brasileiros, maiores de 21 anos, à exceção
dos analfabetos, mendigos, soldados e religiosos.
3) Cite os principais conflitos ocorridos no governo de Floriano Peixoto, mencionando suas
causas.
O governo de Floriano Peixoto teve início após a renúncia de Deodoro da Fonseca, em 1891.
No período em que governou, enfrentou alguns conflitos em razão de sua forma “enérgica” de
governar. Dentre estes conflitos, temos a Segunda Revolta da Armada, em setembro de 1892,
sob a liderança de Custódio de Melo, que exigia a convocação de novas eleições. Atacaram o
RJ através de bombardeios, uma vez que o presidente não convocou as eleições. Outro conflito
foi a Revolução Federalista de 1893, no RS, entre dois partidos políticos: o Partido Republicano
Rio-grandense (pica-paus), que defendia a forma republicana de governo e o sistema
presidencialista, e o Partido Federalista (maragatos), que apoiava a forma republicana, mas
defendia o parlamentarismo.
4) O que foi o coronelismo? Como os coronéis influenciavam em suas fazendas e na cidade?
Consiste no controle da política por um pequeno grupo de fazendeiros e proprietários de
terras, que definem os rumos políticos de uma cidade ou região, utilizando-se muitas vezes de
meios ilegais (fraudes eleitorais, eleitorado fantasma, etc.). Na maioria dos casos, os coronéis
influenciavam um grupo próximo a eles, que dependia de favores concedidos (como empregos
e auxílio na educação dos filhos dos empregados, gerando uma dependência dos empregados
em relação aos coronéis).

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5) O que significa o termo “voto de cabresto”?


A expressão popular “voto de cabresto” significava o voto obrigatório, no qual os coronéis
impunham aos eleitores contra a sua vontade. Muitas vezes, utilizava-se da presença de
jagunços (capangas) para fiscalizar se o eleitor votaria no candidato indicado pelo coronel. Vale
lembrar que, nessa época, o voto era aberto.
6) Explique o que era a chamada política dos governadores.
A política dos governadores consistia, basicamente, na troca de favores entre os governadores
de estado, que apoiavam o governo federal através da eleição de deputados federais e
senadores favoráveis ao presidente. Em troca, os governos estaduais recebiam mais verbas,
empregos e apoio político.
7) Qual é a origem da expressão “política do café com leite” e o que ela representou na
Primeira República?
São Paulo era o primeiro estado em produção de café; Minas, por sua vez, era o segundo em
café e um dos que mais se destacavam na produção de leite. Ao longo da primeira república,
grande parte dos presidentes eleitos vinha ou de SP ou de MG. Logo, este revezamento na
presidência ficou conhecido como a “Política do Café com Leite”. Ao longo do período, 7
presidentes vieram de tradição política de SP ou MG.
8) Comente as consequências da crise de superprodução do café na Primeira República.
Entusiasmados com o lucro e contando com a mão de obra assalariada dos imigrantes, os
cafeicultores brasileiros aumentaram consideravelmente sua produção de café. Como
resultado, a produção ultrapassou a necessidade de consumo e, no início do século XX, a
economia cafeeira enfrentou crises de superprodução, com a oferta de café maior do que a
procura. Diante disso, os preços do produto caíram e passou a se acumular imensos estoques
da mercadoria.
9) O que foi o Convênio de Taubaté e o que os cafeicultores nele reunidos conseguiram?
O Convênio de Taubaté, realizado na cidade paulista de mesmo nome, foi realizado em 1906
com o apoio dos parlamentares federais, com o intuito de encontrar soluções para a crise de
superprodução. Neste encontro, decidiu-se que o governo federal compraria o excedente de
café produzido, que ficaria estocado e seria vendido quando os preços normalizassem. Assim,
o preço não cairia e os cafeicultores continuariam recebendo seus lucros.
10) Quais eram as condições de trabalho do operariado brasileiro durante a República Velha?
As condições de trabalho neste período eram muito desfavoráveis: trabalhava-se em média 15
horas por dia, de segunda à sábado, às vezes também aos domingos, os operários ganhavam
baixos salários, não havia salário mínimo, nem férias ou pagamento de horas extras, tampouco
uma legislação que limitasse a jornada de trabalho. Quando demitido, o trabalhador não
recebia aviso prévio ou qualquer outro tipo de indenização.
11) Explique o que foi a Revolta de Canudos e a Guerra do Contestado, evidenciando o
aspecto messiânico entre ambas.
A Revolta de Canudos (1893-1897) ocorreu no sertão baiano, sob a liderança do líder político-
religioso Antônio Conselheiro. A Guerra do Contestado (1912-1916), por sua vez, aconteceu na
fronteira entre Santa Catarina e o Paraná, sob a liderança, inicialmente, de João Maria e,
posteriormente, de José Maria. Ambas foram conduzidas por pessoas que faziam pregações

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religiosas e políticas, enfatizando os problemas sociais que a população enfrentava. Tais líderes
eram tidos como salvadores da nação, os quais acabariam com a fome, a seca e as diferenças
sociais. Seus líderes foram mortos e a população das localidades procuraram lutar em defesa
de seus ideais.
12) Comente, sucintamente, as controvérsias acerca da interpretação sobre o cangaço.
O cangaço é interpretado, por grande parte dos historiadores, sob dois olhares: um deles diz
respeito apenas à violência empregada pelos cangaceiros, como Lampião, que seriam
exemplos de criminalidade e banditismo. O outro já enfoca mais no aspecto de contestação
social evidenciado, uma vez que as ações dos cangaceiros eram legitimadas pelas pessoas que
viviam oprimidas.
13) O que foi a Revolta da Vacina e por que as pessoas protestavam contra a vacinação
obrigatória?
No ano de 1904, o sanitarista Oswaldo Cruz, através de estudos encomendados pelo presidente
Rodrigues Alves, em meio ao seu projeto de modernização e urbanização do país, instituiu a
vacinação obrigatória contra a varíola. Contudo, as pessoas, sobretudo as mais pobres, não
eram esclarecidas, apresentando grande resistência à medida. Consideravam a medida como
imoral, por expor as mulheres, além de ferir a liberdade individual da população.
14) O que foi o tenentismo? Quais eram os principais objetivos dos oficiais?
Foi o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais, procurava conquistar
o poder através da luta armada e promover reformas na Primeira República. Dentre suas
principais reivindicações, podemos destacar: moralização da administração pública, fim da
corrupção eleitoral, voto secreto, defesa da economia nacional, reforma da educação.
15) Explique o que foi a Coluna Prestes.
As forças tenentistas de SP e RS se uniram sob a liderança do político Luis Carlos Prestes e
percorreram o país em busca de apoio popular para novas revoltas contra o governo federal.
Durante cerca de 2 anos (1924-1926), a Coluna percorreu 12 estados brasileiros, sendo
finalmente desfeita em 1926, sem conseguir provocar revoltas efetivas, mas, ao mesmo tempo,
sem ter sido derrotada pelo governo.
16) De que forma se deu o rompimento da política do “café com leite”?
A política do café com leite, que consistia no revezamento de poder entre políticos mineiros e
paulistas, entrou em conflito nas eleições de 1930, quando Washington Luís deveria indicar um
mineiro para ocupar o cargo. Contudo, ele indicou o paulista Júlio Prestes, gerando uma
insatisfação entre os políticos de outros estados.
17) Quais fatores levaram ao movimento de 1930, culminando com o fim da Primeira
República?
Políticos do RS, PB e MG se opuseram à vitória de Júlio Prestes, que derrotou o candidato da
Aliança Liberal, Getúlio Vargas, alegando fraudes nas eleições. Diante disso e do assassinato de
João Pessoa, então candidato à vice-presidente de Vargas, a situação se agravou e a oposição
política, liderada por Vargas, deu início a uma luta armada no RS, MG, PB e PE, cujo intuito era
impedir a posse de Prestes. Militares do RJ, liderados por Mena Barreto e Tasso Fragoso,
depuseram Washington Luis e entregaram o poder a Getúlio, colocando fim à Primeira
República.

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18) Cite as principais medidas adotadas por Vargas ao assumir o Governo Provisório, em
1930.
Entre suas primeiras medidas, podemos destacar: suspensão da Constituição de 1891,
fechamento dos órgãos do Poder Legislativo e indicação de interventores militares ligados ao
tenentismo para a chefia dos governos estaduais.
19) O que foi a Revolução Constitucionalista de 1932 e quais eram os seus interesses?
A oposição política do estado de SP percebeu a centralização do poder nas mãos de Vargas e
se sentiu ameaçada. Diante disso, líderes do Partido Republicano Paulista se organizaram em
uma frente única com os líderes do Partido Democrático, insatisfeitos com a nomeação do
interventor João Alberto Lins e Barros para o governo de SP. Após a morte de quatro
estudantes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – MMDC) em confronto com a polícia, em
maio de 1932, ganhou força o movimento constitucionalista no estado. Cerca de 30 mil homens
se organizaram de forma armada para lutar contra o governo federal. Após 3 meses de lutas,
os paulistas foram derrotados, mas o episódio ficou conhecido como Revolução
Constitucionalista de 1932 e foi importante para os rumos do país, sobretudo com a
Constituição de 1934.
20) Apresente as inovações advindas com a Constituição de 1934.
As principais inovações da Constituição de 1934 foram: voto secreto, voto feminino, instituição
de direitos trabalhistas (férias remuneradas, jornada de trabalho de 8h, proibição do trabalho
infantil, salário mínimo, etc.), proteção das riquezas nacionais (jazidas minerais e quedas
d’água capazes de gerar energia).
21) O que foram as correntes políticas intituladas integralismo e aliancismo?
Os integralistas, grupo de caráter fascista sob a liderança do escritor Plínio Salgado, defendiam
o combate ao comunismo, um Estado forte e poderoso, centrado na figura do chefe
integralista, além da disciplina e hierarquia dentro da sociedade. Os aliancistas, por sua vez,
reuniam políticos socialistas, anarquistas e comunistas. Defendiam a nacionalização das
empresas estrangeiras, o não pagamento da dívida externa brasileira, a realização de uma
reforma agrária e a garantia das liberdades individuais. Luis Carlos Prestes foi eleito seu
presidente de honra.
22) Explique o que foi a Intentona Comunista e qual foi o uso que o governo federal fez desse
movimento.
A Intentona Comunista, organizada em 1935, foi uma série de rebeliões de batalhões do RN,
PE e RJ, mas foram rapidamente dominadas pelas forças do governo. Neste cenário, o
movimento serviu como pretexto para os setores mais autoritários do governo radicalizarem a
situação. Em nome do perigo comunista, sindicalistas, operários, militares e intelectuais foram
presos e torturados.
23) O que foi o chamado Plano Cohen?
O Plano Cohen foi um suposto plano descoberto pelo exército brasileiro, o defendia a tomada
do poder através de uma ameaça comunista. Anos depois, contudo, descobriu-se que foi uma
farsa tramada pelo governo federal para se manter no poder, com o apoio dos integralistas.
Diante da situação imposta, decretou-se estado de guerra, sendo que a polícia prendeu
inúmeros adversários políticos do governo. Neste cenário, em 10 de novembro de 1937 foi

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instituído o regime ditatorial liderado por Getúlio Vargas, conhecido como Estado Novo, que
vigoraria até 1945.
24) Quais foram as principais mudanças na Constituição de 1937?
A Constituição de 1937, outorgada (imposta), defendia, dentre outros aspectos: perda da
autonomia dos estados brasileiros, que seriam entregues a interventores da confiança do
presidente, detenção do poder nas mãos de Vargas, sendo que seus atos não podiam ser
submetidos à Justiça, o governo era permitido de entrar nas casas e prender, julgar e condenar
as pessoas, dentre outras características de caráter autoritário. Por esses e outros motivos que
a Carta Magna de 1937 também é conhecida como Constituição Polaca, em alusão à
Constituição Polonesa de caráter fascista.
25) O que foi o movimento queremista ou, simplesmente, queremismo?
O queremismo foi um movimento político que surgiu em maio de 1945 com o objetivo de
defender a permanência de Getúlio Vargas na presidência da República. O nome
"queremismo" se originou do slogan utilizado pelo movimento: "Nós queremos Getúlio".
Contudo, o movimento não surtiu grandes efeitos, visto que Getúlio foi deposto do governo
em outubro de 1945.

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3. EXERCÍCIOS
1. (FGV - 2016 - SME - SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio - História)
Com relação ao quadro geral das relações sociais características da Primeira República, assinale
V para a afirmação verdadeira e F para a falsa.
( ) A organização do movimento operário em torno dos ideais anarquistas, em cidades como
Rio de Janeiro e São Paulo, teve como efeito a aprovação de uma legislação trabalhista mínima,
que garantia jornada de oito horas semanais e férias remuneradas.
( ) Os movimentos sociais como Canudos, na Bahia, e Contestado, em Santa Catarina,
resultaram da combinação de conteúdo religioso e carência social, na medida em que seus
líderes pregavam ideais ascéticos de vida combinados com o desprendimento de bens
materiais como a posse da terra.
( ) O clientelismo representou a forma geral das relações sociopolíticas na Primeira
República, tendo como exemplo a influência dos coronéis, que eram a base local de poder no
âmbito dos municípios.

As afirmativas são, respectivamente,


A) F, V e F.
B) F, V e V.
C) V, F e F.
D) V, V e F.
E) F, F e V.
Comentários
A alternativa E está correta, pois apenas a ultima proposição é verdadeira, enquanto que as duas
primeiras são falsas.
A primeira proposição é falsa porque a legislação trabalhista no Brasil só foi consolidada após a
Primeira República, já no período da ditadura do Estado Novo varguista. A Consolidação das Leis do
Trabalho foi criada através do Decreto-Lei n.º 5 452, de 1º de maio de 1943 e sancionada pelo então
presidente Getúlio Vargas. Já o movimento operário na Primeira República de fato reuniu uma série
de experiências sociais relevantes junto ao anarquismo. O anarquismo chega no Brasil através dos
imigrantes europeus que vieram entre 1870 e 1914, quando os ideais anarquistas passaram a ser
difundidos entre os operários brasileiros através de grupos de propaganda e periódicos,
especialmente a partir da década de 1890.
A segunda proposição também é falsa porque os ideais ascéticos desses dois movimentos não
podem ser vistos como uma constante entre eles, tampouco o desprendimento de bens materiais
era algo absoluto. Em Canudos (1893-1897), liderada por Antônio Conselheiro, a terra, os rebanhos
e o produto do trabalho coletivo eram propriedade comum, mas os bens pessoais móveis e as
residências constituíam propriedade individual. Além da produção agrícola, a população do arraial

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produzia artesanato e criava animais, que completavam a alimentação e forneciam couro, utilizado
como matéria-prima. O excedente da produção era vendido nos municípios vizinhos. Já no
Contestado (1912-1916) se pregava o advento de uma sociedade igualitária, humildade e ética,
como forma de viver. Seu líder, José Maria, pregava uma vida de respeito ao próximo, aos animais e
à natureza. Mas acerca da posse de bens materiais, a comunidade reivindicou uma área entre os rios
Uruguai, Iguaçu e Negro e a fronteira da Argentina, como sendo uma comunidade independente,
chegando até a nomear um Imperador.
A terceira proposição é verdadeira, pois de fato o clientelismo se caracteriza, de maneira geral, por
uma forma de relação entre diferentes atores políticos envolvendo concessão de empregos,
benefícios públicos e fiscais, vantagens econômicas, obras, donativos, etc., em troca de apoio
político, sendo traduzido na maior parte das vezes em votos para si ou seus aliados. Isto é, um
indivíduo “vende” seu apoio político em troca de algum tipo de favorecimento pessoal tornando-se
“cliente” dos políticos capazes de oferecer algum tipo de benefício. O conceito de clientelismo é
muito utilizado no estudo e ensino da história do Brasil associado ao conceito de coronelismo ao se
tratar das relações eleitorais no período conhecido como “República Velha”. Obviamente havia
dentro do coronelismo, relações de natureza clientelística.
(MOTA; BRAICK, 2005; POUBEL, 2017).
Gabarito: E

2. (FGV - 2016 - SME - SP - Professor de Ensino Fundamental II e Médio - História)

Com relação ao contexto intelectual próprio da passagem do Império para a República, com
base na imagem, analise as afirmativas a seguir.
I. Os republicanos brasileiros, de orientação francesa, se inspiraram no uso de alegorias
femininas para veicular ideais liberais, como a Marianne, vestida à romana, com túnica,
sandálias e barrete frígio jacobino.
II. A figura feminina possuía um aspecto belicoso, indicado pelas armas que empunha e pelos
louros da vitória encimados na bandeira do novo regime, em homenagem aos vitoriosos do 15
de novembro.

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III. O visconde de Ouro Preto foi representado ajoelhado no ato de entrega do poder à
República (a coroa), sustentada pelos militares, indicando que a nação brasileira alcançará o
progresso sem guerra, em sintonia com a ideologia positivista.

Está correto o que se afirma em:


A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) I, II e III.
Comentários
A alternativa E é a resposta certa, pois todas as proposições estão corretas.
A proposição I é verdadeira, pois de fato o republicanismo brasileiro ascende no final do século XIX
sob inspiração francesa. A defesa do ideal republicano no Brasil contou com o apoio de vários setores
sociais e correntes políticas. Havia os militares, a maioria de orientação positivista (o Positivismo foi
uma doutrina filosófica desenvolvida por Augusto Comte que surgiu na França no séc. XIX, e inspirou
fortemente os ideais republicanos no Brasil). Esses militares eram partidários de um regime
autoritário capaz de controlar a corrupção dos civis. Haviam também os evolucionistas, que
propunham uma transição pacífica, sem alterações socioeconômicas e sem a participação popular.
E haviam os revolucionários que defendiam a necessidade de um movimento armado de inspiração
jacobina para pôr fim ao Império. Essas inspirações europeias, especialmente francesas, trouxeram
também as imagens republicanas, como a alegoria feminina, a Marianne, vestida à romana, com
túnica, sandálias e barrete frígio jacobino. O seu Barrete Frígio (carapuça vermelha), está estampada
em vários brasões e bandeiras de cidades, municípios e estados brasileiros. Este símbolo também é
utilizado impresso em todas as cédulas do Real, e cunhado na moeda de R$1,00. A efígie também
foi adotada na nota de 1 Cruzeiro (1980) e nas notas de 200 cruzados novos (1989) muito parecida
com a nota de 1 Real e que inspiraria as notas de Real futuras. Tudo isso ajudou a forjar um ideal
republicano no povo, que pouco ou nada sabia do que estava acontecendo no dia 15 de novembro
de 1889.
A proposição II também é verdadeira, pois a efígie feminina que representa a República traz em seu
aspecto alguns símbolos importantes que ajudam a compreender a inspiração republicana na
ocasião da proclamação, em 15 de novembro de 1889. O aspecto belicoso representa as forças
armadas e sua orientação positivista, de modo que defendiam um governo autoritário que fosse
capaz de decantar a corrupção e as mazelas políticas que eram vigentes durante o Império. Os louros
da vitória, assim como a própria efígie e sua vestimenta, são de inspiração romana e trazem o
simbolismo da glória e da honra, especialmente ao colocar em cima do mastro da bandeira nacional,
indicando a soberania da nova nação republicana.
A terceira proposição também é verdadeira, uma vez que a icônica cena do visconde de Ouro Preto
ajoelhado no ato de entrega do poder à República (a coroa), sustentada pelos militares, de fato
indica que a nação brasileira alcançará o progresso sem guerra, em sintonia com a ideologia
positivista. O contexto representado é que antes do 15 de novembro de 1889, em junho, houve uma

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tentativa de amenizar a crise que o Império passava. Então, foi organizado um gabinete liberal
presidido por Affonso Celso de Assis Figueiredo, o visconde de Ouro Preto. O ministério apresentou
um pacote de medidas políticas e econômicas presentes nos programas do Partido Liberal e dos
próprios republicanos e que incluíam aspectos como maior autonomia para as províncias. Mas o
parlamento rejeitou essas iniciativas de última hora, destinadas a salvar o regime. Feito isso, foi
quando os republicanos convidaram o marechal Deodoro da Fonseca, principal chefe do Exército,
para desferir o golpe final contra a Monarquia. Na manhã de 15 de novembro, tropas comandadas
por Deodoro marcharam para o Campo de Santana. Lá estava situado o Quartel-General do Exército,
onde, na ocasião, se reunia o Gabinete Ouro Preto. O marechal dirigiu-se à sala onde estavam os
ministros e exigiu a renúncia do governo. O Império chegava ao fim. A república foi instaurada sem
grandes conflitos e sem contar com a participação popular: o povo assistiu bestializado à
proclamação da República.
(MOTA; BRAICK, 2005).
Gabarito: E

3. (Fgv 2016)
Leia as tabelas.
Aumento das Taxas de Urbanização
1940 1960 1980 1991 1996
Brasil 31 45 68 75 78
Norte 28 38 52 58 62
Nordeste 23 34 50 61 65
Sudeste 39 57 83 88 89
Sul 28 37 62 74 77
Centro-Oeste 22 34 68 84 84
(IBGE)

Melhoria dos Índices Sociais


Esperança de Analfabetismo Mortalidade Taxa de fertilidade
vida (anos) (%) Infantil (por mil) (filhos por Família)
1940 43 56 158 6,1
1950 46 50 138 6,2
1960 52 40 118 6,3
1970 54 30 117 5,5
1980 60 25 88 4,4
1990 65 19 50 2,7
1996 67 17 41 2,1
(IBGE)
(apud Hervé Thery, Retrato cartográfico e estatístico In: Ignacy Sachs et al, Brasil: um século
de transformações. 2001)

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A partir das tabelas e da história brasileira desde os anos 1940, é correto afirmar que:
A) uma situação paradoxal ocorreu na sociedade brasileira nos últimos sessenta anos, pois o
processo de urbanização foi mais rápido nas regiões produtoras de mercadorias
industrializadas, mas a melhoria dos indicadores sociais nessas regiões chegou a estagnar em
algumas áreas.
B) desde os anos 1950, o Brasil já era considerado um país essencialmente urbano, porém as
condições de saúde e educação melhoraram no Sul e no Sudeste e tiveram uma acentuada
piora no Norte e no Nordeste, além do Centro-Oeste, ainda hoje de maioria da população no
campo.
C) uma transformação vivenciada no Brasil, talvez a mais marcante da segunda metade do
século XX, foi a forte onda de urbanização, fenômeno importante porque foi um dos
provocadores da melhoria de todos os indicadores sociais apresentados.
D) a lenta passagem do Brasil de país rural para urbano, condição atingida em meados dos anos
1980, produziu uma série de efeitos negativos, como a estagnação do grau de escolaridade
entre os mais jovens e a frágil melhora no aumento de expectativa de vida.
E) a mais significativa mudança na organização social brasileira no século XX refere-se ao
excepcional processo de urbanização nas áreas mais pobres do Norte e do Nordeste, mas que
não veio acompanhado de efeitos positivos na maioria dos indicadores sociais.
Comentários
Somente a alternativa [C] está de acordo com as tabelas apresentadas. Getúlio Vargas governou o
Brasil de 1930 até 1945. Na sua gestão ocorreu uma transição de um país rural, arcaico e tradicional
para um Brasil mais moderno, urbano e industrial. Vargas mudou o modelo econômico do Brasil, de
agrário exportador para uma indústria de substituição de importação. JK governou o Brasil entre
1956 e 1960, seu Plano de Metas contribuiu muito para a modernização do país. Na década de 1960
a população urbana ultrapassou a população rural e ocorreram melhorias significativas nos
indicadores sociais conforme apontam as pesquisas do IBGE.
Gabarito: C

4. (Fgv 2013)
O conhecimento da industrialização no Brasil, isto é, das formas particulares da industrialização
no Brasil, deve estar, explícita ou implicitamente, apoiado na análise das relações entre o café
e a indústria. E a análise correta dessas relações é impossível se considerarmos café e indústria
como elementos opostos. É indispensável reunir café e indústria como partes da acumulação
de capital no Brasil; mais precisamente, como partes das novas formas de acumulação cuja
formação encontra as suas origens na década de 1880 a 1890.
(Sérgio Silva, Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil)

No contexto do Brasil da passagem do século XIX para o XX, acerca das relações entre a
produção cafeeira e a indústria, é correto considerar que:

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A) o avanço da produção industrial foi inversamente proporcional ao crescimento da produção


cafeeira, uma vez que a entrada de recursos derivada da exportação de café era reaplicada
apenas na produção cafeeira.
B) a ampliação do trabalho livre permitiu que parcelas dos capitais acumulados fossem
investidas nas atividades industriais, desse modo, a economia cafeeira e a indústria fazem parte
de um mesmo processo de desenvolvimento.
C) os empresários ligados à produção e exportação do café tinham representação política
hegemônica e seus interesses eram defendidos pelo Estado brasileiro, que impedia a inversão
de capitais cafeeiros na indústria.
D) os interesses dos cafeicultores e os dos industriais eram excludentes, visto que, com a
expansão cafeeira, as maciças exportações desse produto atrapalharam os investimentos na
indústria.
E) a exportação cafeeira atrelou o comércio externo brasileiro às importações de produtos
industrializados da Europa e dos Estados Unidos, impedido o desenvolvimento da indústria no
Brasil antes de 1930.
Comentários
É importante considerarmos café e indústria como partes integrantes do mesmo processo
econômico no Brasil. Como o próprio texto da questão diz: “é indispensável reunir café e indústria
como partes da acumulação de capital no Brasil”.
Gabarito: B
5. (Fgv 2013)
Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o Conselho de Imigração e Colonização do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada de 3 000 imigrantes
de origem “semita”. Condição sine qua non para obter “o visto da salvação”: a conversão ao
catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que marcavam a história do III Reich, os
judeus, mais uma vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais em troca do título
de cristão.
[Maria Luiza Tucci Carneiro, O antissemitismo na Era Vargas (1930-1945)]

A situação apresentada tem semelhança com o processo histórico da:


A) permissão apenas do culto católico no Brasil, conforme preceito presente na primeira
Constituição, de 1891.
B) repressão ao arraial de Canudos, no sertão baiano, pois recaiu sobre os sertanejos a
acusação de ateísmo.
C) obrigatoriedade, conforme costume colonial, dos negros alforriados de conversão ao
catolicismo para a obtenção da efetiva liberdade.
D) conversão obrigatória dos judeus na Espanha e em Portugal, a partir do final do século XV,
o que gerou a denominação cristão-novo.

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E) separação entre Estado e Igreja no Brasil, determinada pelo Governo Provisório da


República, comandada por Deodoro da Fonseca.
Comentários
Durante a Guerra de Retomada, que levou a Península Ibérica à reunificação e inaugurou o
Absolutismo na Espanha e em Portugal, os ibéricos tiveram que vencer e expulsar os árabes
muçulmanos que ocupavam a Península desde o século XI. Os muçulmanos que não foram expulsos
tiveram, por imposição da Inquisição, que se converter ao Catolicismo, e passaram a ser chamados
de “cristãos novos” ou “marranos” (que, em português, significa “porco”).
Gabarito: D

6. (Fgv 2012)
“Todos os sofrimentos do mundo moderno se originam de um só defeito da grande máquina:
a falta de disciplina. O conceito da liberdade excessiva, o predomínio do individualismo mais
desenfreado determinou o desequilíbrio social que perturba o ritmo da vida do nosso século.
Desde a Revolução Francesa, outro não tem sido o grito da humanidade, senão aquele que
atroou todos os recantos do mundo e do século:
— Liberdade! Liberdade!
E foi a liberdade que espalhou pelas nações as doutrinas mais contraditórias, as afirmativas
mais absurdas, os brados mais lancinantes de angústia do pensamento e do coração.”
Salgado, Plinio. “Liberdade, caminho da escravidão” in O Sofrimento Universal. São Paulo:
José Olympio, 1934, pág. 217 a 220.

O texto acima pode ser vinculado:


A) ao integralismo, pelo seu conteúdo de crítica ao individualismo e à liberdade.
B) ao comunismo, pela defesa do coletivismo e da revolução social.
C) ao anarcossindicalismo, pelo conteúdo de crítica social e defesa do sindicalismo.
D) ao liberalismo, por remeter à herança da Revolução Francesa e ao individualismo.
E) ao conservadorismo, pela defesa da tradição e da religião cristã.
Comentários
Plínio Salgado, político e intelectual, fundou a Ação Integralista Brasileira em 1932, baseado nas
ideias fascistas em ascensão na Europa.
A AIB propunha um Estado forte, autoritário, no qual só houvesse um partido e uma sociedade
militarizada.
Gabarito: A

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7. (FGV - Adaptada)
Leia o texto.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade
de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em
exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais
como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações
do centenário em momento de emancipação artística. (...)
Disponível em: www.itaucultural.org.br.

Em geral, os artistas participantes da Semana de Arte Moderna propunham


A) que a arte, especialmente a literatura, abandonasse as preocupações com os destinos
brasileiros e se voltasse para o princípio da arte pela arte.
B) a rejeição ao conservadorismo presente na produção artística brasileira, defendendo novas
estéticas e temáticas, como a discussão sobre as questões brasileiras.
C) que os artistas estabelecessem vínculos com correntes filosóficas, mas não com projetos
políticos e ideológicos, fossem estes progressistas ou conservadores.
D) o reconhecimento da superioridade da arte europeia e da importância da civilização
portuguesa no notável desenvolvimento cultural brasileiro.
E) que apenas as artes plásticas, com destaque para a pintura, poderiam representar avanços
revolucionários em direção a uma arte de fato inovadora.
Comentários
A questão trazida pela banca trata de um movimento artístico ocorrido no Brasil, durante a primeira
metade do século XX, e que ficou conhecido como Modernismo. Os artistas que faziam parte desse
movimento, que teve como um dos seus principais marcos a Semana de Arte Moderna de 1922,
propunham uma nova estética e temática para as artes no Brasil. Além disso, rejeitavam o que
consideravam como práticas conservadoras (principalmente a superioridade da arte europeia).
Simultaneamente a isso, os seus integrantes se preocupavam mais com as questões e problemas
brasileiros. Analisemos com mais detalhes a Semana de 1922.
A Semana de Arte Moderna aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de
fevereiro de 1922. Representou o encontro de novas ideias estéticas, responsáveis por mudarem a
arte e a literatura no Brasil. Ao longo da semana, foram realizadas conferências e palestras sobre
diversos temas relacionados às formas de expressão artística no Brasil e no mundo. Muitos
apreciadores da arte ficaram surpresos com elas, uma vez que estavam acostumados com as artes
mais tradicionais.
Foram realizados diversos festivais, cada um dedicado a um tema diferente, como a poesia, a
escultura, literatura, pintura e música. Dentre alguns dos principais artistas que participaram do
evento, podemos destacar Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Vítor
Brecheret e Heitor Villa-Lobos, além de outros artistas.

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Muitos desses artistas tiveram contato com as vanguardas europeias graças às suas viagens ao
exterior. Ao voltarem para o Brasil, incorporaram as novas ideias em seus trabalhos, propondo novas
formas de expressão artística dentro da valorização das características nacionais. A renovação da
linguagem também era uma necessidade da intelectualidade brasileira no início do século XX, uma
vez que a arte se encontrava afastada do grande público por ser, na maioria dos casos, mais
tradicional e excludente.
A despeito de sua relevância para o cenário nacional, a Semana de Arte Moderna de 1922 somente
passou a ser valorizada tempos depois. Quando ela aconteceu, a reação de grande parte do público
foi a hostilidade, visto que não houve uma aceitação imediata das novas tendências. Somente com
o tempo ela passou a ser considerada o ponto de partida do Modernismo no Brasil, um movimento
artístico que defendia a liberdade de expressão e de estilo e a autonomia dos artistas, com a
valorização da identidade brasileira em toda a sua composição.
Durante a segunda metade do século XX, alguns movimentos artísticos existentes podem ser
considerados desdobramentos das ideias estéticas apresentadas na Semana de 22. Dentre eles,
destacam-se, no cinema, os filmes dirigidos por Glauber Rocha; na música, o movimento do
Tropicalismo; no teatro, a chamada geração do Teatro Lira Paulistana, em São Paulo.
Diante do que foi exposto, podemos entender que a Semana de 1922 rejeitava o conservadorismo
presente na produção artística brasileira, defendendo novas estéticas e temáticas, como a discussão
sobre as questões brasileiras. A alternativa correta é, portanto, a letra [B].
Gabarito: B

8. (FGV - Adaptada)
A Revolução de 1930 põe fim à hegemonia da burguesia do café, desenlace inscrito na própria
forma de inserção do Brasil no sistema capitalista internacional. Sem ser um produto mecânico
da dependência externa, o episódio revolucionário expressa a necessidade de reajustar a
estrutura do país, cujo funcionamento, voltado essencialmente para um único gênero de
exportação, se torna cada vez mais precário.
FAUSTO, B. A Revolução de 1930. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 112.

A respeito da Revolução de 1930, é correto afirmar que ela


A) ocorreu devido à divisão das oligarquias brasileiras num contexto de enfraquecimento da
economia paulista.
B) foi liderada pelos antigos tenentes e por Luís Carlos Prestes em aliança com a oligarquia
gaúcha.
C) foi desencadeada pelo movimento operário influenciado pelo sucesso da Revolução Russa
de 1917.
D) aconteceu devido à desaceleração da indústria paulista e às contestações das oligarquias
nordestinas.
E) foi provocada pelas desavenças entre as oligarquias de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.

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Comentários
Ao final da década de 1920, a economia mundial foi abalada por uma forte crise financeira ocorrida
pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Conhecida como a Crise de 1929, ela atingiu
fortemente os Estados Unidos e a Europa. É neste cenário que acaba ocorrendo a Revolução de 1930
no Brasil, assunto que a banca traz nessa questão e que passaremos a analisar com maior atenção a
partir de agora.
Quando ocorreu a Crise de 1929, o Brasil ainda era um país majoritariamente agrário, exportador de
produtos primários, principalmente o café, e dependente dos mercados e empréstimos externos.
Diante disso, a crise de 1929 atingiu em larga escala a economia nacional, uma vez que os mercados
consumidores reduziram drasticamente.
Dessa forma, os cafeicultores recorreram, como costumava acontecer, ao Governo Federal que, no
entanto, não foi capaz de dar continuidade à política de proteção ao setor, na qual comprava o
excedente produzido pelos cafeicultores. Dessa forma, entendemos que a crise de 1929 também foi
um importante fator a contribuir para o enfraquecimento político das oligarquias cafeeiras,
sobretudo aquelas do estado de São Paulo.
Na sucessão presidencial de 1930, São Paulo e Minas Gerais discordaram sobre o nome do candidato
que disputaria o pleito. O presidente Washington Luís, representante paulista, apoiou a candidatura
do também paulista Júlio Prestes, ao invés de apoiar a candidatura do mineiro Antônio Carlos. Essa
atitude levou o estado de Minas Gerais a romper com a aliança com os paulistas (conhecida como
Política do Café com Leite) e a apoiar as oligarquias de outros estados, como o Rio Grande do Sul e
a Paraíba.
A partir da associação desses três estados (RS, PB, MG), os políticos formaram uma oposição que
ficaria conhecida como a Aliança Liberal. Nas eleições de 1930, a Aliança Liberal apresentou como
candidato a presidente o gaúcho Getúlio Vargas e a vice, o paraibano João Pessoa. No entanto, eles
foram derrotados pelo candidato paulista Júlio Prestes. Prestes não chegou a tomar posse, porque
meses depois das eleições eclodiu a revolução que colocou Getúlio Vargas no poder.
Em 03 de outubro, iniciou-se um conflito armado no RS, PB e PE, com o intuito de impedir a posse
de Júlio Prestes como presidente. Militares do RJ, liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso
Fragoso, depuseram Washington Luís pouco tempo antes do término de seu mandato, sendo o
poder entregue a Getúlio Vargas, chefe político do movimento que ficaria conhecido como
Revolução de 1930. Inicia-se, a partir de então, a Era Vargas, dividida em 3 períodos: Governo
Provisório (1930-1934), Governo Constitucional (1934-1937) e Governo Ditatorial (1937-1945, o que
nos interessa precisamente nesta questão).
Entendemos, em síntese, que o problema da super produção do café, que afetava principalmente a
economia paulista, vinha sendo contornado por meio da compra dos excedentes pelos governos dos
estados produtores e pelo Governo Federal. A partir de 1929, com a eclosão da crise econômica
mundial, a situação tornou-se insustentável, obrigando os governos estaduais e federal a
suspenderem as compras de café, o que fragilizou a oligarquia paulista.
Com isso, a alternativa a ser corretamente assinalada é a letra [A].
Gabarito: A

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9. (FGV - Adaptada)
“Todos os sofrimentos do mundo moderno se originam de um só defeito da grande máquina:
a falta de disciplina. O conceito da liberdade excessiva, o predomínio do individualismo mais
desenfreado determinou o desequilíbrio social que perturba o ritmo da vida do nosso século.
Desde a Revolução Francesa, outro não tem sido o grito da humanidade, senão aquele que
atroou todos os recantos do mundo e do século:
— Liberdade! Liberdade!
E foi a liberdade que espalhou pelas nações as doutrinas mais contraditórias, as afirmativas
mais absurdas, os brados mais lancinantes de angústia do pensamento e do coração.”
Salgado, Plinio. “Liberdade, caminho da escravidão” in O Sofrimento Universal. São Paulo:
José Olympio, 1934, pág. 217 a 220.
O texto acima pode ser vinculado:
A) ao integralismo, pelo seu conteúdo de crítica ao individualismo e à liberdade.
B) ao comunismo, pela defesa do coletivismo e da revolução social.
C) ao anarcossindicalismo, pelo conteúdo de crítica social e defesa do sindicalismo.
D) ao liberalismo, por remeter à herança da Revolução Francesa e ao individualismo.
E) ao conservadorismo, pela defesa da tradição e da religião cristã.
Comentários
Ao lermos quem escreveu o texto trazido pela banca (Plínio Salgado), podemos facilmente relacioná-
lo ao integralismo, dado o seu conteúdo de crítica ao individualismo e à liberdade exaltados pelo
autor. Acerca desse assunto, é importante entender que esteve inserido no período da Era Vargas,
entre os anos de 1930 e 1945. Analisemos, dessa forma, sobre o período em destaque.
Durante o Governo Constitucional de Getúlio Vargas (1934-1937), dois grupos políticos ganharam
destaque: os integralistas e os aliancistas. Plínio Salgado liderava os integralistas, tendo lançado, no
ano de 1932, o chamado Manifesto à Nação, contendo os princípios de seu grupo de ideal
nazifascista. Criaram a Ação Integralista Brasileira (AIB), procurando combater o comunismo,
defender o nacionalismo extremado, fortalecer o Estado, a disciplina e a hierarquia dentro da
sociedade, além do poder ser concentrado nas mãos do chefe integralista.
Além disso, seus membros vestiam um uniforme verde e desfilavam pelas ruas sob a saudação
indígena Anauê (que significava “você é meu parente”/”somos irmãos”), com a mão direita
estendida. Atacavam agressivamente seus adversários e seu lema era “Deus, pátria e família”.

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O símbolo do Integralismo é a letra grega Sigma (∑), simbolizando a máxima do movimento, que
buscava a integração da sociedade brasileira. A partir da integração da família como menor
instituição da sociedade e tendo o Estado forte para a tomada do eixo, a sociedade se integraria e o
Brasil se fortaleceria. Opunham-se ao anarquismo e ao comunismo.
O governo de Vargas se aproxima inicialmente dos integralistas, devido à sua característica
nacionalista e autoritária. Porém, a partir do Estado Novo (1937-1945), Vargas impõe repressão
tanto aos Integralistas, quanto aos Comunistas, extinguindo ambos os partidos políticos.
Em síntese, Plínio Salgado, político e intelectual, fundou a Ação Integralista Brasileira em 1932, com
base nos ideais fascistas em ascensão na Europa, sobretudo da Itália e da Alemanha. A AIB propunha
um Estado forte, autoritário, no qual só houvesse um partido e uma sociedade militarizada.
Entendemos, dessa forma, que a alternativa correta é a letra [A].
Gabarito: A

10. (FGV - Adaptada)


I.
“Em Canudos representa de elemento passivo o jagunço que corrigindo a loucura mística de
Antônio Conselheiro e dando-lhe umas tinturas das questões políticas e sociais do momento,
criou, tornou plausível e deu objeto ao conteúdo do delírio, tornando-o capaz de fazer vibrar a
nota étnica dos instintos guerreiros, atávicos, mal extintos ou apenas sofreados no meio social
híbrido dos nossos sertões, de que o louco como os contagiados são fiéis e legítimas criações.
Ali se achavam de fato, admiravelmente realizadas, todas as condições para uma constituição
epidêmica de loucura.”

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(Nina Rodrigues, As coletividades anormais. 2006)


II.
Ergueu-se contra a República
O bandido mais cruel
Iludindo um grande povo
Com a doutrina infiel
Seu nome era Antônio
Vicente Mendes Maciel
[...]
Os homens mais perversos
De instinto desordeiro
Desertor, ladrão de cavalo
Criminoso e feiticeiro
Vieram engrossar as tropas
Do fanático Conselheiro
(João Melchíades Ferreira da Silva apud Mark Curran, História do Brasil em cordel. 1998)

Acerca das leituras que os textos fazem de Canudos, é correto afirmar que
A) I pondera sobre a necessidade de se compreender a Guerra de Canudos no contexto das
rebeliões contra o avanço do capitalismo no sertão brasileiro; II refere-se aos rebeldes do
sertão baiano como principais responsáveis pela instabilidade político-institucional dos
primeiros anos da República brasileira.
B) I analisa o evento ocorrido no sertão baiano a partir de referências médicas e antropológicas,
tratando-o como o embate entre a barbárie, em função da condição primitiva e enlouquecida
do sertanejo, e a civilização; II identifica a prática dos combatentes do Arraial de Canudos à dos
cangaceiros.
C) I reconhece legitimidade na rebelião dos sertanejos baianos, em razão do abandono
institucional de que essas pessoas foram vítimas ao longo do tempo; II mostra o líder Antônio
Conselheiro como um importante articulador político, vinculado aos mais importantes
oligarcas baianos, os chamados coronéis.
D) I condena as principais lideranças da rebelião baiana pela postura de defesa das práticas
religiosas primitivas e rústicas, que se contrapunham aos princípios cristãos; II acusa o líder
Antônio Conselheiro de provocar tensões étnicas e de classe, ao propor uma sociedade
igualitária social e economicamente.
E) I denuncia a ausência de uma compreensão científica, por parte do poder público, sobre as
motivações dos rebeldes de Canudos; II critica os moradores do arraial de Canudos pela
violência gratuita contra as forças legais, que estavam preocupadas em oferecer aos sertanejos
a entrada no mundo da civilização.

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Comentários
A questão trazida pela banca nos apresenta dois excertos em que podemos observar abordagens
diferentes em torno de um mesmo assunto: a Guerra de Canudos, ocorrida entre 1893 e 1897. A
esse respeito, analisemos um pouco mais o episódio.
No ano de 1893, um dos conflitos mais emblemáticos da história nacional ocorreu no sertão da
Bahia. Liderado por um religioso apelidado de Antônio Conselheiro, a Guerra de Canudos foi uma
revolta de uma comunidade autônoma contra a exploração e a miséria de sua população, que durou
quatro anos.
A região onde foi estabelecido o vilarejo de Canudos, no interior da Bahia, era marcada por diversos
latifúndios improdutivos, além da constante seca e do desemprego. Frente a tal situação, milhares
de sertanejos começaram a migrar para os arredores da Fazenda Canudos, que ficava às margens do
rio Vaza-Barris.
A população se organizava ao redor de um líder, considerado por muitos como messiânico, chamado
Antônio Vicente Mendes Maciel, posteriormente conhecido como Antônio Conselheiro. Nascido no
Ceará, se estabeleceu em Canudos no ano de 1893. Na visão de Conselheiro, a recém-implantada
República era uma profanação da autoridade da Igreja Católica, elegendo governantes sem a
legitimação da Igreja, cobrando impostos de forma violenta, permitindo o casamento civil e
promovendo a separação entre Igreja e Estado.
Em 1893, as relações de Canudos com o governo começaram a se complicar, quando alguns
moradores da região, como forma de protesto, queimaram documentos oficiais em um ato de
rebeldia contra os impostos. Os governantes passaram a enxergar os habitantes da região como
fanáticos religiosos e rebeldes monarquistas, dando início à guerra.
Em linhas gerais, a Guerra de Canudos consistiu em quatro expedições militares, que mobilizaram
12 mil soldados vindos de 17 estados brasileiros. Nas três primeiras expedições, os sertanejos
resistiram e chegaram a matar o comandante das tropas federais em combate. Na última, porém,
em 05 de outubro de 1897, o exército republicano incendiou Canudos e matou grande parte da
população, inclusive mulheres e crianças. Tal episódio entrou, inclusive, para a literatura brasileira
através do livro “Os sertões”, escrito por Euclides da Cunha, jornalista enviado para fazer a cobertura
da guerra.
Com relação especificamente aos dois trechos apresentados na questão, o trecho I analisa o evento
ocorrido no sertão baiano a partir de referências médicas e antropológicas, tratando-o como o
embate entre a barbárie, em função da condição primitiva e enlouquecida do sertanejo, e a
civilização; o trecho II, por sua vez, identifica a prática dos combatentes do Arraial de Canudos àquela
dos cangaceiros, movimento que contou com lideranças conhecidas, como Virgulino Ferreira, o
Lampião.
Com isso, podemos entender corretamente que a alternativa a ser assinalada é a letra [B].
Gabarito: B

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11. (FGV - Adaptada)


Observe a tabela.
Indústria – 1920 – Percentagem por ramos
Produção (valor) % %
Indústria da alimentação 1.200.118 : 000$ 40,2
Indústrias têxteis 825.400 : 650$ 27,6
Indústria do vestuário e 246.201 : 560$ 8,2
toucador
Indústria de produtos 237.315 : 001$ 7,9
químicos propriamente
ditos e análogos
Outros grupos industriais 480.141 : 070$ 16,1
Total 2.989.176 : 281$ 100,0
(Recenseamento do Brasil, 1920 Apud Boris Fausto, A
revolução de 1930: historiografia e história, 1979, p. 20)
A partir dos dados, é correto afirmar que a indústria brasileira, em 1920,
A) concentrava a sua produção em grandes fábricas, especialmente localizadas nas capitais
nordestinas, com o aproveitamento das matérias-primas locais, como a juta.
B) apresentava-se como a principal atividade econômica do país, superando as rendas da
exportação do café, prejudicadas pelos efeitos da Primeira Guerra Mundial.
C) caracterizava-se pela dependência do setor agrário-exportador e pela presença pouco
representativa dos ramos da infraestrutura industrial, caso da siderurgia.
D) representava o sucesso da política federal de apoio à indústria de base, concretizada nas
isenções tributárias e nos empréstimos públicos oferecidos aos industriais.
E) revelava um crescimento sólido e surpreendente, porque contou com rígidas leis
protecionistas, como a que restringia a importação de bens de consumo duráveis.
Comentários
Como podemos observar a partir da análise da tabela, durante a Primeira República Brasileira (1889-
1930) a economia ainda se caracterizava pelo predomínio da atividade agroexportadora. Podemos
citar, como os principais produtos geradores de lucros para o país, o café, o açúcar, a borracha, o
cacau e o fumo. Verificando-se a tabela com atenção, percebemos também que a indústria da
alimentação era a que ocupava a maior porcentagem durante a década de 1920, com praticamente
40% da produção. Em oposição, a indústria de produtos químicos propriamente ditos e análogos era
a que representava a menor quantidade, com menos de 8% da produção total.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o fluxo internacional de comércio sofreu uma
forte desaceleração, uma vez que as dificuldades para a exportação do café brasileiro aumentaram.
Paralelamente, porém, o conflito favoreceu o processo de industrialização do Brasil, mas que ainda
seria restrito, quase que predominantemente, às indústrias alimentícias e têxteis.

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Ao mesmo tempo que incentivava, a guerra também limitava a expansão da indústria nacional ao
impedir a reposição e manutenção de máquinas e equipamentos. O Brasil, por sua vez, continuava
carente de indústrias de base, que incluem a produção de aço, ferro e cimento.
Associado a isso, a crise política dos anos 1920 foi caracterizada pela rejeição das oligarquias
cafeeiras. Seu desfecho foi o fim da hegemonia da burguesia cafeeira na condução da economia e
da política brasileiras. Mas a relação entre o café e a indústria fez com que tanto os cafeicultores
quanto os industriais fossem identificados como beneficiários da política do governo.
A crise de 1929 foi um exemplo da fragilidade da economia brasileira e também um anúncio de que
o país necessitava diversificar a sua produção industrial. Foi apenas com a entrada de Getúlio Vargas
no poder, a partir da Revolução de 1930, que a industrialização se tornou o eixo das discussões e
medidas políticas, sobretudo durante o seu governo ditatorial, conhecido como o Estado Novo
(1937-1945).
Com relação à criação das indústrias por Getúlio Vargas, destacamos a Usina de Volta Redonda, no
Rio de Janeiro, além das construções da Companhia Vale do Rio Doce, destinadas à exploração do
minério de ferro em Minas Gerais, e da Petrobrás em 1953, que contribuíram bastante para o
aceleramento do crescimento industrial.
O crescimento industrial ganhou maior dimensão ainda a partir do governo de Juscelino Kubistchek
(1956-1961) com a criação de medidas alfandegárias para a vinda de empresas internacionais para
o Brasil. Esse período foi conhecido pelo seu otimismo no que diz respeito ao crescimento da
economia brasileira, quando medidas como o Plano de Metas incentivaram e diversificaram a
produção industrial.
Dessa forma, entendemos que a indústria durante a década de 1920 caracterizava-se pela
dependência do setor agrário-exportador e pela presença pouco representativa dos ramos da
infraestrutura industrial, caso da siderurgia, que somente iria se desenvolver a partir dos governos
de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Temos, portanto, que assinalar a alternativa [C] como a
correta.
Gabarito: C

12. (FGV - Adaptada)


Em muitos aspectos, a Era Vargas (1930-1945) implementou mudanças no país em relação à
Primeira República (1889-1930), pois
A) promoveu as bases da industrialização, ao empreender uma política econômica
intervencionista e protecionista, além de orientar sua política externa na busca de recursos
para implantar empresas nacionais.
B) passou a tratar a questão social como "caso de polícia", reprimindo as organizações da classe
operária com o fechamento de jornais, associações e sindicatos, embora permitisse sua
representação no Congresso.
C) estabeleceu um Estado federativo, conferindo aos estados bastante autonomia ao permitir
que contraíssem empréstimos no exterior e estabelecessem impostos, sem necessidade de
consulta ao governo federal.

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D) desenvolveu uma nova política de valorização do café, por meio da compra e estocagem dos
excedentes pelos governos estaduais e por constantes desvalorizações cambiais para favorecer
os exportadores.
E) autorizou a pluralidade sindical, porém os sindicatos ficaram atrelados ao Ministério do
Trabalho, graças ao imposto de seus associados, e reuniam patrões e empregados, à
semelhança do corporativismo fascista.
Comentários
A questão trazida pela banca faz uma comparação entre a República Velha (1889-1930) e a chamada
Era Vargas (1930-1945), desejando-se saber quais foram as mudanças advindas com a presidência
de Getúlio Vargas. Para respondermos corretamente a essa pergunta, entendamos um pouco mais
a respeito desse período.
Getúlio Vargas chegou à presidência do Brasil em 1930 e permaneceu até 1945. Diante de uma crise
financeira em nível global, evidenciada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929,
os cafeicultores brasileiros se encontravam em um cenário de inúmeras dificuldades econômicas,
uma vez que os Estados Unidos não conseguiam comprar mercadorias de fora do país. Isto contribuiu
para o enfraquecimento das bases políticas que sustentavam a Primeira República, dependente
quase que totalmente da exportação do café.
Além dos problemas econômicos, um problema político também surgiu entre as elites de Minas
Gerais e São Paulo: nas eleições de março de 1930, os políticos paulistas que estavam no governo,
sob a liderança de Washington Luís, apoiavam Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista (PRP).
Os mineiros, por sua vez, apoiavam Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, governador de MG pelo
Partido Republicano Mineiro (PRM).
O rompimento da política do café com leite (revezamento na sucessão presidencial, onde os estados
de MG e SP indicavam os políticos que iriam concorrer nas eleições seguintes) fez com que a
oposição política ganhasse força e conquistasse espaço no cenário nacional. Neste contexto, surgiu
a Aliança Liberal (AL), com lideranças do RS, MG e PB. A Aliança Liberal lançou o nome de Getúlio
Vargas, então governador gaúcho, para concorrer à presidência da República, e de João Pessoa,
então governador da Paraíba, para vice-presidente. Dentre os principais pontos da Aliança Liberal,
temos: defesa do voto secreto, criação de leis trabalhistas e incentivo à produção industrial.
No entanto, Júlio Prestes (representando o estado de SP) foi o vencedor das eleições, derrotando
Getúlio Vargas. Os líderes da AL se recusaram, por sua vez, a aceitar o resultado das eleições,
afirmando que as mesmas haviam sido fraudadas. Neste contexto, uma revolta ganhou intensidade
quando João Pessoa foi assassinado, em 26 de julho de 1930, por motivos pessoais e políticos, o que
levou a oposição a se unir contra o governo paulista.
Em 03 de outubro, iniciou-se um conflito armado no RS, PB e PE, com o intuito de impedir a posse
de Júlio Prestes como presidente. Militares do RJ, liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso
Fragoso, depuseram Washington Luís pouco tempo antes do término de seu mandato, sendo o
poder entregue a Getúlio Vargas, chefe político do movimento que ficaria conhecido como a
Revolução de 1930. Inicia-se, a partir de então, a Era Vargas, dividida em 3 períodos: Governo
Provisório (1930-1934), Governo Constitucional (1934-1937) e Governo Ditatorial (Estado Novo,
1937-1945).

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Em comparação com a República Velha, alguns aspectos sobre a Era Vargas podem ser destacados.
Com relação à política de valorização do café, o governo de Vargas comprava e queimava o
excedente produzido. De forma diferente daquela da Primeira República, que foi uma fase
essencialmente exportadora, o período liderado por Vargas foi marcado por um projeto industrial
conduzido pelo Estado (interventor e protecionista). Ademais, Getúlio também buscou o
financiamento externo para a criação de empresas nacionais, como a Companhia Siderúrgica
Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1943) e a
Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Por fim, também foi criada uma legislação trabalhista
que beneficiava os trabalhadores urbanos, contribuindo mais ainda para o desenvolvimento
industrial do país.
Podemos assim entender que as mudanças implantadas pela Era Vargas promoveram as bases da
industrialização, ao empreenderem uma política econômica intervencionista e protecionista, além
de orientar sua política externa na busca de recursos para implantar empresas nacionais. Logo, a
alternativa correta é a letra [A].
Gabarito: A

13. (FGV - Adaptada)


"Heróis são símbolos poderosos, encarnações de ideias e aspirações... São, por isso,
instrumentos eficazes para atingir a cabeça e o coração dos cidadãos a serviço da legitimação
de regimes políticos... Os candidatos a herói não tinham, eles também, profundidade histórica,
não tinham a estatura exigida para o papel. Não pertenciam ao movimento da propaganda
republicana, ativa desde 1870... A busca de um herói para a República acabou tendo êxito onde
não o imaginavam muitos dos participantes da proclamação".
CARVALHO, J. M. de. "A formação das almas." O imaginário da República no Brasil, São
Paulo: Cia das Letras, p. 55-57.

A escolha e a construção do principal herói da República recaíram sobre:


A) Deodoro da Fonseca, devido à sua imensa popularidade, por ser um republicano histórico e
um ferrenho adversário dos poderes monárquicos.
B) Benjamin Constant, líder popular identificado com a causa operária, defensor do positivismo
e um representante civil com amplo trânsito entre os militares.
C) Duque de Caxias, grande comandante da Guerra do Paraguai, identificado com uma política
centralizadora e patrono do Exército brasileiro.
D) Bento Gonçalves, presidente da república rio-grandense e principal líder da revolta
farroupilha do século XIX, considerado o patrono militar do republicanismo no Brasil.
E) Tiradentes, militar e republicano transformado em mártir, cuja morte passou a ser associada
ao sacrifício de Jesus Cristo.

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Comentários
A questão trazida pela banca apresenta um excerto do historiador brasileiro José Murilo de Carvalho,
no qual podemos verificar a temática da construção de um herói nacional, sobretudo com o advento
da República, em 1889. No entanto, o autor nos deixa claro que “A busca de um herói para a
República acabou tendo êxito onde não o imaginavam muitos dos participantes da proclamação”,
ou seja, a figura retratada como herói brasileiro, em prol da proclamação da República, não fora
nenhum daqueles responsáveis por derrubar D. Pedro II e colocar o Marechal Deodoro da Fonseca,
mas foi uma figura mais humilde, que os proclamadores não imaginavam. A este respeito,
analisemos com mais atenção a seguir.
De início, é importante destacar que o texto pode ser corretamente associado à figura de Tiradentes,
um militar e republicano transformado em mártir, cuja morte passou a ser associada ao sacrifício de
Jesus Cristo. Ademais, Tiradentes esteve inserido no contexto colonial do século XVIII, naquela que
ficou conhecida como a Inconfidência Mineira, em 1789.
Devido à alta exploração do ouro ao longo do século XVIII, ocorreu uma crise econômica na qual os
mineradores não conseguiam mais pagar os impostos. Portugal, então, estipulou a cobrança da
Derrama, em 1765, que representava a cobrança compulsória dos impostos atrasados. Isto gerou
inúmeras insatisfações na população e ocasionou, em 1789, aquela que ficou conhecida como a
Inconfidência Mineira, de caráter separatista, sob a liderança do alferes Tiradentes e outros
letrados, de posição social mais elevada, cujos referenciais iluministas já estavam existentes.
A revolta, no entanto, foi denunciada por Joaquim Silvério dos Reis, um de seus membros, em troca
do perdão de suas dívidas, tendo sido contida e seus líderes presos, à exceção de Tiradentes,
membro mais pobre entre os revoltosos, que foi punido com o esquartejamento. No caso de
Tiradentes, mais do que a sua participação na Inconfidência Mineira, o fato de ter sido o único morto
o colocou como um mártir da História brasileira. Quando foi enforcado e esquartejado, em 1792, o
Brasil ainda era colônia de Portugal.
Para construir uma nação forte e que apoiasse o governo republicano, era necessário que a
população estivesse unida em torno de um projeto político nacional. Um dos passos para isso foi a
escolha de um personagem que representasse os ideais republicanos. Marechal Deodoro,
proclamador da República e seu primeiro presidente, seria a figura ideal, mas seu governo foi muito
tumultuado, com crises financeiras e sua renúncia ao cargo, em 1891.
Diante deste cenário, foi escolhido um personagem de origem humilde (em oposição à monarquia),
militar, trabalhador e que participou de um movimento com ideais republicanos, como Tiradentes.
Sua figura é comumente associada à de Jesus Cristo, como podemos ver no quadro abaixo,
produzido por Pedro Américo.

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O herói estava construído. Assim como Jesus, possuía um ideal, um traidor (Joaquim Silvério dos
Reis, que delatou os inconfidentes), retratos espalhados por prédios públicos, admiradores e um
feriado em homenagem a sua morte (21/04). Esta feita a construção nacional republicana, a partir
da imagem de Tiradentes.
Com isso, entendemos que a alternativa correta é a letra [E].
Gabarito: E

14. (FGV - Adaptada)


"Foi regulamentada a atividade dos jogadores estrangeiros no Brasil, não pelas entidades do
futebol e sim pelo DIP. De fato. Segundo a imprensa carioca, 'os jogadores estrangeiros só
poderão ingressar no futebol brasileiro desde que tenham contrato firmado com um clube
nacional, sendo o documento visado pelo consulado, no país de origem'. Assim, o controle pelo
Departamento será perfeito, pois ele ficará de posse da 2ª via do contrato, ao mesmo tempo,
a do documento de entrada em nosso país, exigido pela lei, o que provará a situação legal do
profissional. O que se depreende é que os profissionais estrangeiros continuarão a ser
equiparados aos artistas contratados. Findo o prazo de permanência, estipulado em contrato,
são obrigados a retornar aos seus países.
("A Gazeta", 03.12.1940)

Além do apresentado, esse departamento tinha ainda como funções


A) centralizar a censura e popularizar a imagem do presidente Vargas.

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B) controlar a ação dos sindicatos e estabelecer metas para a educação básica.


C) definir programas de assistência social e organizar a Juventude Brasileira.
D) gerir o imposto sindical e garantir a autonomia e a liberdade dos sindicatos.
E) reprimir os opositores do regime ditatorial e assessorar os interventores estaduais.
Comentários
A questão se refere ao Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em dezembro de
1939, durante o Estado Novo (governo ditatorial presidido por Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945).
Para melhor compreendermos acerca desse departamento, precisamos entender o contexto ao qual
ele esteve presente.
Vargas chegou à presidência do Brasil em 1930 e permaneceu até 1945. Diante de uma crise
financeira em nível global, evidenciada na quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, os
cafeicultores brasileiros se encontravam em um cenário de inúmeras dificuldades, uma vez que os
estadunidenses não conseguiam comprar mercadorias de fora do país. Isto contribuiu para o
enfraquecimento das bases políticas que sustentavam a Primeira República.
Além dos problemas econômicos, um problema político surgiu entre as elites de MG e SP: nas
eleições de 1930, os políticos paulistas que estavam no governo, até então com Washington Luís,
apoiaram Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista (PRP). Os mineiros, por sua vez, apoiaram
Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, governador de MG pelo Partido Republicano Mineiro (PRM). O
rompimento da política do café com leite fez com que a oposição política ganhasse força e
conquistasse espaço no cenário nacional.
Neste contexto, surgiu a Aliança Liberal (AL), com lideranças do RS, MG e PB, lançando os nomes de
Getúlio Vargas, então governador gaúcho, para presidente da república, e de João Pessoa, então
governador da Paraíba, para vice-presidente. Dentre os principais pontos da Aliança Liberal, temos:
defesa do voto secreto, criação de leis trabalhistas e incentivo à produção industrial.
No entanto, o vencedor das eleições de 1930 foi o representante paulista Júlio Prestes, derrotando
Getúlio Vargas. Os líderes da AL se recusaram, por sua vez, a aceitar o resultado das eleições,
afirmando que as mesmas haviam sido fraudadas. Neste contexto, a revolta ganhou intensidade
quando João Pessoa foi assassinado, em 26 de julho de 1930, por motivos pessoais e políticos, o que
levou a oposição a se unir contra o governo paulista.
Em 03 de outubro, iniciou-se um conflito armado no RS, PB e PE, com o intuito de impedir a posse
de Júlio Prestes como presidente. Militares do RJ, liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso
Fragoso, depuseram Washington Luís pouco tempo antes do término de seu mandato, sendo o
poder entregue a Getúlio Vargas, chefe político do movimento que ficaria conhecido como
Revolução de 1930. Inicia-se, a partir de então, a Era Vargas, dividida em 3 períodos: Governo
Provisório (1930-1934), Governo Constitucional (1934-1937) e Governo Ditatorial (1937-1945, o que
nos interessa precisamente nesta questão).
De acordo com a Constituição de 1934, o mandato de Vargas terminaria em 1938. No final de
setembro de 1937, o serviço secreto do Exército noticiou a descoberta de um plano de tomada do
poder, organizado pelos comunistas, chamado de Plano Cohen. Este plano foi uma farsa elaborada
pelo próprio governo, com o apoio dos integralistas, para se manterem na liderança do país.

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Em nome do combate ao “perigo comunista”, decretou-se estado de guerra e a polícia prendeu


grande parte dos adversários do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao
Congresso Nacional, impôs o fechamento do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova Constituição
(também conhecida como a Constituição Polaca, em alusão à Constituição Polonesa de caráter
fascista), dando início ao período ditatorial conhecido como Estado Novo.
A partir de então, instaurou-se no país o estado de emergência, pelo qual o governo era autorizado
a invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las. Os estados brasileiros perderam sua
autonomia política e os governos estaduais passaram às mãos de interventores da confiança de
Vargas. Partidos políticos foram extintos e as eleições democráticas, suspensas; greves e
manifestações contrárias ao governo foram proibidas; cidadãos foram perseguidos pela polícia
política, muitos deles tendo sido presos, torturados e mortos.
Para a sua sustentação política, Getúlio Vargas se utilizou de recursos de propaganda para conquistar
a simpatia e apoio populares. Em 1939, criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
órgão responsável pela coordenação da propaganda oficial de governo e da censura aos meios de
comunicação (rádio, cinema, teatro e imprensa), além da centralização da censura e popularização
da sua própria imagem presidencial. Este departamento também criou o programa A hora do Brasil,
que divulgava as realizações do governo.
Entendemos, portanto, que a alternativa correta é a letra [A].
Gabarito: A

15. (FGV - Adaptada)


"Vai-se o marechal ingente, / vai-se o grande alagoano. / E eu leitor, digo somente: Floriano foi
um prudente; / seja o Prudente um Floriano."
Essa é uma quadrinha do escritor Artur de Azevedo. A respeito dos personagens e do período
aos quais se refere podemos dizer que:
A) O escritor, como um crítico dos governos militares, posicionara-se contra a decretação do
estado de sítio e o fechamento do Congresso por parte de Floriano Peixoto.
B) O escritor, como um defensor dos ideais socialistas no Brasil, fora contrário ao estado de
sítio decretado por Deodoro da Fonseca e prorrogado por Floriano Peixoto.
C) O escritor, como um defensor do "marechal de ferro", mostrava-se satisfeito com a
prudência do presidente que, com pulso firme, havia debelado a Revolta de Canudos.
D) O escritor, como um admirador de Floriano Peixoto, saudava a prudência do ex-presidente,
que teve de lidar com a Revolução Federalista e com a Revolta da Armada.
E) O escritor, como um democrata, reconhecia o despojamento de Floriano, que aceitou a
realização imediata de eleições logo após a renúncia de Deodoro da Fonseca.
Comentários
A questão trazida pela banca nos apresenta alguns versos escritos por Artur de Azevedo, em que
podemos constatar um certo apreço pelo ex-presidente do Brasil Floriano Peixoto, nascido em
Alagoas (como vemos no trecho “vai-se o grande alagoano”). Em sequência, o autor faz um apelo:

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que Prudente [de Morais, presidente eleito após a saída de Floriano Peixoto, em 1894] seja tal qual
foi Floriano.
Notamos, com isso, que o escritor, como um admirador de Floriano Peixoto, saudava a prudência do
ex-presidente, que teve de lidar com dois movimentos ao longo de seu governo: a Revolução
Federalista (1893-1895) e a Revolta da Armada (1891-1894). Acerca desses movimentos, analisemos
com mais atenção.
Durante seu governo, Floriano enfrentou um conflito entre dois grupos políticos distintos: o Partido
Republicano Rio-Grandense (pica-paus) e o Partido Federalista (maragatos). O primeiro defendia um
governo republicano com sistema presidencialista; o segundo partido também defendia um governo
republicano, mas com sistema parlamentarista.
Os federalistas estavam insatisfeitos com o governo (após a renúncia de Deodoro, em 1891), e se
mostravam contrários ao sistema presidencialista. Dessa forma, desejavam a deposição do
republicano Júlio de Castilho (eleito Presidente do Estado do RS), e ansiavam por um governo
parlamentarista, sobretudo, para a descentralização do poder. Os federalistas, por sua vez, estavam
ao lado de Floriano e acreditavam no nacionalismo, na consolidação do sistema republicano (desde
a Proclamação da República em 1889), na centralização do poder e na modernização do país. Este
fato entrou para a História como a Revolução Federalista e terminou somente em 1895, já na
presidência de Prudente de Morais.
Com relação à Revolta da Armada, membros da Marinha, sob a liderança do almirante Custódio José
de Melo, ameaçavam bombardear o Rio de Janeiro com os navios de guerra ancorados no porto.
Este fato ficou conhecido como a Primeira Revolta da Armada. Em meio a isso, Deodoro renunciou
à presidência em 23 de novembro de 1891, sendo que o cargo foi ocupado pelo seu vice, Floriano
Peixoto, o “Marechal de Ferro”.
A oposição ao governo de Floriano continuou existindo, o que ocasionou a Segunda Revolta da
Armada, em março de 1892, quando 13 generais enviaram uma carta-manifesto ao presidente,
exigindo a convocação de novas eleições. Ao receber o documento, Floriano puniu os militares,
afastando-os das forças armadas. No Rio de Janeiro, novamente Custódio José de Melo liderou o
levante, em setembro de 1893, quando 15 navios bombardearam o RJ. Com o apoio do Partido
Republicano Paulista (liderado pelos cafeicultores de SP) e do exército, o governo dominou os
revoltosos.
Dessa forma, notamos que o autor da quadrinha ressalta a forma como Floriano lidou com as duas
revoltas ocorridas em seu governo, tanto a Federalista, quanto a da Armada, além de ressaltar a
admiração fanática que Floriano despertou em seus contemporâneos.
Com isso, a alternativa a ser assinalada corretamente é a letra [D].
Gabarito: D

16. (FGV - Adaptada)


Leia os trechos a seguir.
A – “Nunca me anuviou o espírito o fantasma da restauração monárquica. A atitude dos
adeptos do regime decaído (...) deixou-me desde a primeira hora a convicção de que a

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República não tinha adversários, que devessem ser temidos. Consolidar as novas instituições
não era, portanto, atacar e destruir inimigos, (...), mas completar a organização de aparelhos
democráticos e normalizar as suas funções.”
(CAMPOS SALES, Manuel Ferraz de. Da Propaganda à Presidência. Brasília: Ed. da UNB, p.69)

B – “(...) a institucionalização da República não poderia comportar a existência de um


parlamento com substância liberal, formado a partir de escolhas individuais dos cidadãos e
segmentado segundo clivagens político-partidárias. (...) A estabilidade deve derivar de um
arranjo entre o governo nacional e os chefes estaduais, tentando definir o que deveria ser
chamado de parte não constitucional do pacto político.”
(LESSA, Renato. A Invenção Republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira
República Brasileira. Rio de Janeiro: IUPERJ; São Paulo: Vértice, 1988, p. 100)

De acordo com a leitura dos textos, podemos concluir que:


A) Campos Sales temia a restauração monárquica e, tentando evitá-la, concebeu a política dos
governadores, mecanismo explicado pelo texto B, de Renato Lessa.
B) Os dois textos abordam a necessidade de se institucionalizar o regime republicano no Brasil,
mas elaboram diagnósticos diferentes: enquanto Campos Sales afirma que não havia risco de
restauração monárquica no Brasil, para Renato Lessa, o risco da restauração era real.
C) Para Renato Lessa, a estabilidade da República dependia de um acordo entre o governo
federal e os chefes estaduais, o que foi articulado por Campos Sales, que, em seu texto,
defende a necessidade de se consolidar a obra republicana, não por medo de ameaças
monárquicas, mas por necessidade do próprio regime.
D) O texto A afirma que, apesar da não existência de uma ameaça de restauração monárquica
iminente, a República deveria se proteger dessa eventual ameaça, estabelecendo medidas
restritivas no campo político, tema discutido pelo texto B.
E) O texto B defende a ideia de que a consolidação do novo regime republicano seria feita pela
adoção de fórmulas democráticas e liberais. No texto A, Campos Sales anuncia as medidas
necessárias para instituir o Estado liberal e democrático no país.
Comentários
O “arranjo entre o governo federal e os chefes estaduais” presente no segundo trecho, escrito por
Renato Lessa, nos dá uma ótima dica quanto ao assunto a que se refere a questão. Este arranjo foi
desenvolvido no início do período republicano, pelo presidente Campos Sales (1898-1902), através
da chamada Política dos Governadores.
Com relação ao primeiro trecho, escrito por Campos Sales, vemos que sua preocupação não diz
respeito ao perigo do retorno da Monarquia, mas sim, para que o sistema republicano se
consolidasse de vez para completar “a organização de aparelhos democráticos e normalizar as suas
funções”, sem o intento de atacar eventuais inimigos. Analisemos com mais detalhes acerca desse
período da história brasileira.

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A expressão “Política dos Governadores” é utilizada para falar do arranjo político promovido entre
o presidente Campos Sales e os governadores e presidentes estaduais, com o objetivo de superar as
dificuldades políticas que marcaram os primeiros governos da República. Com base no acordo
presidencial de não intervenção em conflitos regionais, em troca da garantia do pleno controle do
Executivo sobre o Congresso, o acordo incluiu manobras políticas que permitiram minimizar a
influência das oposições e consolidar o comprometimento da presidência da República com as
oligarquias dominantes nos estados, estabelecendo um novo equilíbrio entre estes e o governo
central.
Em nível regional, o coronel mais poderoso de cada município consolidava alianças políticas com
outros fazendeiros para eleger o governador do estado. Em troca, o governador eleito retribuía o
apoio destinando verbas para a construção de obras nos municípios por eles controlados. Em razão
de tais alianças, o poder político dos estados permanecia nas mãos de um mesmo grupo político,
sendo que, ao final de cada mandato, o governador passava o poder para um parente ou
correligionário. Essa lógica era ampliada a nível nacional, onde os governadores de estados
garantiam a eleição de deputados e senadores do mesmo alinhamento político, fortalecendo os
vínculos entre as oligarquias e o governo central.
Essa política também representa uma importante etapa na consolidação das oligarquias estaduais,
que permitiu, de forma duradoura, o controle do poder central pela oligarquia cafeeira. Esse
domínio se manifestou na hegemonia política dos estados de São Paulo e Minas Gerais através da
indicação dos presidentes da República, naquela que ficou conhecida como a política do café com
leite, que vigorou até o final da República Velha (1930).
Com a política do café com leite, as oligarquias cafeeiras garantiam o seu domínio a nível regional e
nacional, além de manter o controle de possíveis ações de grupos dissidentes. Dessa forma, evitava-
se qualquer tipo de articulação entre os demais estados que colocasse em perigo a autoridade do
governo federal.
Com isso, entendemos que a alternativa correta a ser assinalada é a letra [C].
Gabarito: C

17. (FGV - Adaptada)


O ano de 2016 completa o centenário da canção Pelo telefone, de Ernesto dos Santos, o Donga
(1889/1974-RJ) e Maurício de Almeida (mais conhecido como Peru dos Pés Frios).
Parece que a motivação central da composição foi uma crítica bem-humorada ao chefe da
polícia carioca que combatia os jogos de azar na cidade: por isso a letra original dizia O chefe
da polícia/Pelo telefone/ Mandou avisar/ Que na Carioca/ Tem uma roleta/ Para se jogar.
Porém, ao registrar a letra, Donga subtraiu a crítica à polícia e mudou para O chefe da folia.
Esse autêntico quebra-cabeça melódico e poético teria sido organizado e recomposto pelo
jornalista e carnavalesco Maurício de Almeida, o Peru dos Pés Frios, que ganhou coautoria da
composição. Além disso, o refrão da canção também foi tomado de conhecida canção folclórica
(Olha a rolinha/Sinhô, sinhô/Se embaraçou/Sinhô, sinhô …).

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(José Geraldo Vinci de Moraes. O centenário de Pelo telefone. Em:


http://jornal.usp.br/artigos/o-centenario-de-pelo-telefone/. 27.08.2016. Acessado em
08.09.2017. Adaptado)
É correto inferir que a canção Pelo telefone
A) marca a origem do samba, a autêntica canção popular brasileira, com referências urbanas,
caso do telefone, com letras que mostram, até a Era Vargas, a temática da harmonia étnica do
Brasil e da arte em geral como um meio de inserção dos ex-escravos à sociedade nacional.
B) destaca o papel central exercido pelos artistas populares, que por meio das canções
denunciam os malefícios dos novos costumes urbanos, apontando o espaço rural como o único
capaz de oferecer condições dignas para os que tinham sido escravizados.
C) representa a transição da cultura rural e urbana porque aborda uma temática
essencialmente moderna que é a presença do telefone e, ao mesmo tempo, em que trata do
universo rural, pois há versos na canção originários de uma produção folclórica.
D) revela uma faceta pouco reconhecida da classe popular carioca, que era capaz de
importantes trocas culturais com escritores e jornalistas, além de a mesma classe modificar a
trajetória da indústria fonográfica do país, pois o samba se tornou o único produto desse ramo.
E) manifesta um olhar pouco crítico sobre as condições do Rio de Janeiro, em especial dos
trabalhadores mais humildes, porque faz apologia às inovações tecnológicas, como o telefone,
que serviam às elites cariocas, mas prejudicavam os mais pobres.
Comentários
A banca nos traz uma questão na qual observamos um trecho da música “Pelo telefone”, onde
podemos ver, dentre outras características, a mudança de uma cultura rural para uma urbana,
associando a modernidade advinda, por exemplo, com o telefone, à realidade do país. Diante disso,
analisemos um pouco mais acerca dessa transição.
A música apresentada pela banca representa um marco da música popular no Brasil, sendo que
durante muito tempo ela foi considerada como o primeiro registro fonográfico de um samba, algo
que a própria historiografia sobre o samba questiona na atualidade.
Há diversos elementos que justificam a escolha dessa canção como marco da música popular urbana.
Um deles é a ação do autor de registrar a autoria da composição; outro, a indicação de “samba” no
selo do disco, gênero ainda indefinido no início do século XX. Ao registrar a partitura da canção na
Biblioteca Nacional, Donga ultrapassou os limites da criação coletiva e anônima da música popular
da época.
Além disso, ele também assume a postura de compositor moderno, que assegura direitos e retorno
financeiro sobre a composição. O manuscrito para piano de “Pelo Telefone” é registrado na
Biblioteca Nacional em 27 de novembro de 1916, e a primeira edição comercial surge em 16 de
novembro de 1916. Em seguida, são realizadas três gravações pela Casa Edison, baseadas nesses
registros públicos. A primeira e a terceira são gravações instrumentais, realizadas pela Banda Odeon
e a Banda do 1º Batalhão da Polícia da Bahia. A segunda gravação, interpretada por Baiano (1870-
1944) e acompanhada somente de cavaquinho e violão, foi sucesso no carnaval de 1917.

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Diante do que foi exposto, entendemos que a canção “Pelo telefone” representa a transição da
cultura rural e urbana porque aborda uma temática essencialmente moderna (a presença do
telefone) e, ao mesmo tempo, trata do universo rural, pois há versos na canção originários de uma
produção folclórica, em um momento de transição política (primórdios da República), social
(crescente influência das camadas urbanas) e cultural (influência da modernidade na produção
artística, mas com raízes na formação rural brasileira).
(Fonte: https://www.vice.com/pt_br/article/ryv8kw/pelo-telefone-donga-cem-anos).
A alternativa correta é, portanto, a letra [C].
Gabarito: C

18. (FGV - Adaptada)


7 de julho [1922] - Com um saldo de 17 mortos, todos entre os rebeldes, tropas leais ao
presidente Epitácio Pessoa sufocaram hoje uma revolta de oficiais que há dois dias haviam
tomado o Forte de Copacabana. Eles protestavam contra o fechamento do Clube Militar e a
prisão de seu presidente (e também ex-presidente da República) Hermes da Fonseca.
(Jayme Brener, "Jornal do século XX")
Sobre o tenentismo, é correto afirmar que
A) apesar das divergências ideológicas em relação às correntes revolucionárias - como o
anarquismo, o movimento dos oficiais fez uma série de alianças com o movimento operário,
como na greve geral de 1917.
B) esse movimento não tinha uma clara proposta de reformulação política e defendia um
poder centralizado e a purificação das instituições republicanas, além da diminuição do poder
das oligarquias regionais.
C) foi um movimento inspirado no nazifascismo, que defendia o fortalecimento das instituições
liberais-democráticas, como as eleições gerais e diretas, ao mesmo tempo em que apoiavam o
federalismo.
D) teve como principal liderança em São Paulo o capitão Luis Carlos Prestes, mais tarde
organizador da Ação Integralista Brasileira - AIB, defensor de uma ordem centralizada e de uma
economia internacionalizada.
E) a ação de julho de 1922 foi contida com facilidade pelas tropas leais ao governo federal e
se constituiu na única ação importante relacionada com os militares rebeldes, que passaram a
apoiar uma saída negociada para a crise.
Comentários
O texto trazido pela banca nos apresenta um episódio conhecido como Revolta dos 18 do Forte de
Copacabana, ocorrida em 1922 e que fazia parte de um contexto marcado por uma série de outras
revoltas conhecidas como Tenentistas. A esse respeito, analisemos mais detalhadamente o período
em que ela ocorreu.
Tenentismo foi o nome dado ao movimento político e militar liderado por jovens oficiais brasileiros
durante a Primeira República Brasileira (1889-1930). Esses oficiais eram, em sua maioria, tenentes e

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capitães que estavam insatisfeitos com o sistema político brasileiro, sobretudo com as práticas
regionalistas impostas pelas oligarquias estaduais.
O surgimento desse movimento também remonta à campanha eleitoral de 1922, quando as
oligarquias paulista e mineira lançaram o nome de Artur Bernardes como candidato a presidente,
concorrendo com Nilo Peçanha, apoiado pelas oligarquias de Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia
e Rio de Janeiro.
Também conhecida como a Reação Republicana, a candidatura de Nilo Peçanha era direcionada às
classes médias urbanas. Foi durante essa campanha que a imagem de Artur Bernardes como político
antimilitar se desenvolveu, devido a uma série de cartas falsas que foram veiculadas com supostas
críticas feitas por ele aos militares. Apesar de ter sido divulgado que os documentos eram falsos, a
relação dos militares com Artur Bernardes ficou amplamente desgastada.
A situação ficou ainda pior quando Artur Bernardes, após eleito, ordenou o fechamento do Clube
Militar e a prisão de Hermes da Fonseca. A partir daí, iniciou-se um movimento de revolta e
contestação dentro do exército contra os governos da Primeira República. A atuação desse
movimento ocorreu ao longo da década de 1920, sendo que nesse período ocorreram diversas
rebeliões. A primeira grande revolta tenentista aconteceu em 5 de julho de 1922, na cidade do Rio
de Janeiro, e ficou conhecida como Revolta do Forte de Copacabana ou Revolta dos 18 do Forte de
Copacabana.
Os tenentes revoltosos queriam recuperar a honra dos militares, alegando que eram reprimidos pelo
governo de Artur Bernardes. Durante essa revolta, os tenentes ficaram cercados no Forte de
Copacabana e, em certo momento, 18 oficiais, em um ato de desespero, decidiram marchar pela
avenida Atlântica em direção às tropas do governo.
Após esse episódio, a revolta se espalhou por outras partes do Brasil, sendo que houve rebeliões em
Manaus, em 1924, que ficaram conhecidas como a Comuna de Manaus, além da Revolução Paulista de
1924, que daria início, posteriormente, à Coluna Prestes, quando as tropas lideradas por Miguel Costa
se uniram aos tenentistas liderados por Luís Carlos Prestes.
Seus membros eram contrários às práticas políticas do período da Primeira República. Assim,
lutavam contra o poder das oligarquias, sobretudo no interior do Brasil, onde as desigualdades
sociais manifestavam-se de maneira mais acentuada. Além disso, havia grande insatisfação por parte
dos militares devido ao pouco investimento na corporação.
Os tenentistas consideravam a condição política em que o Brasil se encontrava como a grande
causadora das carências existentes. Como lutavam contra as oligarquias, eram contrários à
existência do federalismo no Brasil, defendendo uma maior centralização do poder. Também
alegavam que o sistema federalista permitia a fragmentação política do Brasil, gerando a
concentração do poder em núcleos regionais.
Contudo, os tenentistas não possuíam um plano de ação e não sabiam como seriam implantadas as
reformas que defendiam. Dessa forma, as lutas por eles organizadas são mais caracterizadas pela
ação do que pelo discurso. O tenentismo foi responsável por lançar nomes importantes na política
brasileira, como o de Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930, que colocou fim ao domínio das
oligarquias na presidência. Com isso, entendemos que o tenentismo não tinha uma clara proposta

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de reformulação política e defendia um poder centralizado, além da purificação das instituições


republicanas e a diminuição do poder das oligarquias regionais.
A alternativa correta é, portanto, a letra [B].
Gabarito: B

19. (FGV - Adaptada)


Caracterizou-se por "encilhamento" a política econômica que:
A) levou o país a uma crise inflacionária pela emissão de moeda, sem lastro-ouro e com
escassos empréstimos estrangeiros, gerando inúmeras falências;
B) pôde acomodar os primeiros anos da República à estabilização e ao investimento em
políticas públicas, principalmente educacionais;
C) levou o país a pedir empréstimos para a reorganização do parque industrial e para a
exploração da borracha na região amazônica;
D) pôde acomodar, por aproximadamente 50 anos, uma economia ainda dependente,
permitindo a aplicação de recursos em serviços públicos;
E) levou o país a receber apoio de todas as nações industrializadas para desenvolvimento de
parcerias, apesar da crescente inflação decorrente dos inúmeros empréstimos pedidos.
Comentários
A banca foi direta com relação ao assunto cobrado: desejava saber o que foi a política econômica
conhecida como encilhamento. Neste sentido, é importante destacar que ela foi adotada no início
do período republicano brasileiro, sob a presidência do Marechal Deodoro da Fonseca. De acordo
com isso, analisemos mais a respeito deste momento da História do Brasil.
Em 15 de novembro de 1889, formou-se o Governo Provisório republicano, responsável por dirigir
o país com o término da monarquia. Este governo foi organizado por militares, cafeicultores e
profissionais liberais, sob a liderança do Marechal Deodoro da Fonseca.
As primeiras medidas adotadas por Deodoro foram: a instituição do federalismo (as províncias foram
transformadas em estados com maior autonomia administrativa); a sede do governo federal
recebeu o nome de Distrito Federal, localizado no Rio de Janeiro e que passou a ser a capital da
República; ocorreu a separação entre o Estado e a Igreja (fim do regime do padroado, por meio do
qual o Estado controlava a Igreja Católica); criação do regime civil de nascimento e do casamento
civil (até então, existia somente a certidão de batismo e o casamento só poderia acontecer na Igreja);
criação de novos símbolos nacionais (nova bandeira em substituição à bandeira monárquica, com o
lema positivista “Ordem e Progresso”) e a promulgação da lei da grande naturalização (estabelecida
em 1890, declarava cidadãos brasileiros os estrangeiros residentes no Brasil).
Também durante o Governo Provisório, instituiu-se a chamada Política do Encilhamento, pelo então
ministro da Fazenda Rui Barbosa, a partir de janeiro de 1890. O nome se deve, possivelmente,
porque tal reforma produziu um movimento intenso na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, o qual
lembrava o Jockey Club em dias de corrida. Seus investidores eram comparados a apostadores, que
se movimentavam em torno das apostas para ganhar mais dinheiro.

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A reforma procurava estimular o crescimento econômico e desenvolver a indústria nacional, sendo


que, para isso, o governo permitiu que os bancos da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul emitissem grande quantidade de moeda, cujas garantias (lastro) eram os títulos de dívida
pública. A industrialização, dessa forma, deveria ocorrer pela disponibilização de recursos,
ampliação do meio circulante e diversificação das linhas de crédito.
Contudo, a grande quantidade de dinheiro que passou a circular não representava a produção real
da economia brasileira, o que gerou uma intensa inflação (aumento generalizado dos preços). Além
disso, com o grande volume de dinheiro emitido (também chamado de crédito), surgiram as
chamadas “empresas-fantasmas”, as quais apareceram somente para conseguir o crédito facilitado
e, posteriormente, declaravam falência. Com isso, tal política levou o país a uma crise inflacionária
devido à emissão de moeda, sem lastro-ouro e com escassos empréstimos estrangeiros, gerando
inúmeras falências.
Neste cenário, muitos cafeicultores protestaram contra a política econômica, uma vez que tais
medidas não os interessavam por darem maior atenção à indústria do que à produção de café.
Pressionado, Rui Barbosa se demitiu em janeiro de 1891.
Podemos entender, dessa forma, que a política do encilhamento está corretamente descrita na
alternativa [A].
Gabarito: A

20. (FGV - Adaptada)


Durante a maior parte do Estado Novo (1937-1945), a política externa brasileira pode ser
caracterizada por uma
A) orientação pragmática frente aos Estados Unidos e à Alemanha nazista.
B) subordinação total aos interesses dos Blocos Soviéticos e Pan-Americano.
C) orientação de dependência relativa com relação à Itália e ao Japão.
D) subordinação integral aos Estados Unidos e à Europa aliada.
E) orientação de alinhamento automático aos países da América Latina.
Comentários
A questão nos apresenta a temática do Estado Novo, regime ditatorial brasileiro comandado por
Getúlio Vargas entre 1937 e 1945. Diante disso, a banca nos questiona acerca da política externa
brasileira adotada no período. Analisemos, dessa forma, ao que se pede, tendo em vista o contexto
em que tal situação ocorreu no Brasil.
De acordo com a Constituição de 1934, o mandato de Vargas terminaria em 1938. Contudo, no final
de setembro de 1937, o serviço secreto do Exército noticiou a descoberta de um plano de tomada
do poder, organizado pelos comunistas, chamado de Plano Cohen. Este plano foi uma farsa
elaborada pelo próprio governo, com o apoio dos integralistas, para se manterem no poder.
Em nome do combate ao “perigo comunista”, decretou-se estado de guerra e a polícia prendeu
grande parte dos adversários do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao
Congresso Nacional, impôs o fechamento do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova Constituição

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(conhecida também como a Constituição Polaca, em alusão à Constituição Polonesa de caráter


fascista), dando início ao período ditatorial do Estado Novo.
A partir de então, instaurou-se no país o estado de emergência, pelo qual o governo era autorizado
a invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las arbitrariamente. Os estados brasileiros
perderam sua autonomia política e os governos estaduais passaram às mãos de interventores da
confiança de Vargas. Partidos políticos foram extintos e as eleições democráticas, suspensas; greves
e manifestações contrárias ao governo foram proibidas; cidadãos foram perseguidos pela polícia
política, muitos deles tendo sido presos, torturados e mortos.
Com relação à política exterior adotada por Vargas na década de 1930, ela pode ser considerada
como ambígua e pragmática, devido às relações que o Brasil mantinha, simultaneamente, com os
dois novos eixos de poder em ascensão no mundo, os Estados Unidos e a Alemanha. Para entender
um pouco mais a respeito disso, é fundamental lembrar que, entre 1939 e 1945, ocorreu a Segunda
Guerra Mundial, colocando em disputa os países do Eixo (Japão, Alemanha e Itália) contra os Aliados
(França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética).
Neste sentido, Vargas procurou dar continuidade à política externa praticada desde o início do
século XX, que fazia dos Estados Unidos o principal parceiro internacional do Brasil. No entanto,
questões de natureza econômica fizeram com que o Brasil mantivesse, também, o contato com os
alemães, algo que se tornou insustentável durante a década de 1940. A posição brasileira somente
seria definida na Segunda Guerra Mundial.
Enquanto os Estados Unidos defendiam a bandeira da liberal-democracia, a Alemanha, que a partir
da vitória do Partido Nacional Socialista em 1933 adotara o nazismo como ideologia oficial, defendia
o autoritarismo antiparlamentar e nacionalista. Tal qual o fascismo italiano, o nazismo alemão
expressava o declínio do liberalismo na Europa. Nesse contexto, Vargas adotou o que pode ser
considerado como uma política de equidistância pragmática.
No plano da economia internacional brasileira, Vargas procurou se beneficiar tanto do sistema de
comércio da Alemanha, quanto do livre-cambismo dos Estados Unidos, verificado na assinatura de
acordos comerciais com ambos os países.
Na questão da ideologia, o governo Vargas também adotou uma posição pragmática, em parte
atendendo às diferentes simpatias que seus auxiliares diretos nutriam por cada eixo de poder. De
um lado, o governo tinha homens como Osvaldo Aranha, admirador dos Estados Unidos, e, de outro,
Eurico Dutra e Góes Monteiro, simpatizantes do regime alemão. O governo brasileiro acabou por se
inclinar em direção ao sistema de poder estadunidense, mas a situação só se definiria com a entrada
dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em fins de 1941, e o consequente apoio brasileiro
aos países Aliados.
Com isso, percebemos que a política externa brasileira, durante o Estado Novo, teve uma orientação
pragmática frente aos Estados Unidos e à Alemanha nazista. Assim, a alternativa a ser assinalada é
a letra [A].
Gabarito: A

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21. (FGV - Adaptada)


A cidade do Rio de Janeiro foi bombardeada em setembro de 1893. O acontecimento refere-
se à:
A) Revolta da Vacina
B) Reação Republicana
C) Revolta da Armada
D) Derrubada de Floriano Peixoto
E) Revolta da Chibata
Comentários
A questão procura saber qual foi o evento ocorrido em setembro de 1893 no qual a cidade do Rio
de Janeiro foi bombardeada. Para compreender melhor este episódio, necessitamos entender um
pouco mais a respeito da chamada República da Espada (1889-1894), em que os militares Deodoro
da Fonseca e Floriano Peixoto foram os presidentes brasileiros da época.
Em 15 de novembro de 1889, com a derrubada da monarquia, formou-se o governo provisório
republicano, responsável por dirigir o país até a execução de eleições. Este governo foi organizado
por militares, cafeicultores e profissionais liberais, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
A partir de 15 de novembro de 1890, reuniu-se no RJ a Assembleia Constituinte, com o intuito de
elaborar uma nova Constituição, desta vez republicana, em substituição à Constituição de 1824,
ainda do Primeiro Reinado (1822-1831), tendo sido promulgada em 24 de fevereiro de 1891. Dentre
as suas principais características, podemos destacar: Governo Presidencialista e Estado Federalista,
divisão dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário independentes, com a exclusão do Poder
Moderador, presente na Constituição de 1824), direito de voto aos brasileiros maiores de 21 anos,
exceto os analfabetos, mendigos, soldados, religiosos sujeitos à obediência eclesiástica e mulheres.
O voto era aberto, ou seja, os eleitores deveriam revelar em quem estavam votando, sofrendo
pressões de grandes fazendeiros no momento do voto.
Após a elaboração da Constituição, a Assembleia Constituinte foi transformada em Congresso
Nacional, responsável por eleger o primeiro presidente e o vice-presidente da República. Nas
eleições de 1891, concorreram Prudente de Morais para presidente e Floriano Peixoto para vice,
com o apoio da oligarquia cafeeira paulista, e os setores militares insistiram na candidatura de
Deodoro da Fonseca e do almirante Eduardo Wandenkolk, como presidente e vice, respectivamente.
A vitória ficou com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, de chapas distintas. Contudo, Deodoro
não possuía apoio político suficiente para governar o país. Decidiu, em novembro de 1891, fechar o
Congresso e prender seus principais líderes, mas a oposição política se organizou e protestou contra
o autoritarismo do presidente. Diante deste cenário, membros da Marinha, sob a liderança do
almirante Custódio José de Melo, ameaçavam bombardear o RJ com os navios de guerra ancorados
no porto. Este fato ficou conhecido como a Primeira Revolta da Armada. Em meio a isso, Deodoro
renunciou à presidência em 23 de novembro de 1891, sendo que o cargo foi ocupado pelo seu vice,
Floriano Peixoto.

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Com o apoio das forças políticas de São Paulo e por influentes setores das forças armadas, Floriano
chegou ao poder e instituiu, entre suas primeiras medidas, o afastamento de chefes de governo
estadual indicados por Deodoro e a reabertura do Congresso Nacional. Ademais, estimulou a
industrialização do Brasil através da facilitação da importação de equipamentos industriais e
financiamento a empresários da indústria. Tal medida ocasionou uma reação negativa dos
fazendeiros tradicionais do país.
Floriano possuía atitudes autoritárias em seu governo, sendo que sua presidência passou por forte
oposição política, a qual alegava que novas eleições deveriam ser convocadas, como previa a
Constituição. Porém, Floriano permaneceu no mandato até o seu final, em 1894. Ficou conhecido,
por conta de sua forma enérgica de lidar com os adversários, como Marechal de Ferro.
A oposição ao governo de Floriano continuou existindo, o que ocasionou a Segunda Revolta da
Armada. Em março de 1892, 13 generais enviaram uma carta-manifesto ao presidente, exigindo a
convocação de novas eleições. Ao receber o documento, Floriano puniu os militares, afastando-os
das forças armadas. No RJ, Custódio José de Melo e Saldanha da Gama lideraram o segundo levante,
em setembro de 1893, quando 15 navios bombardearam o RJ. Com o apoio do Partido Republicano
Paulista (liderado pelos cafeicultores de SP) e do exército, o governo dominou os revoltosos.
Dessa forma, entendemos que a alternativa correta é a letra [C], dado que o bombardeio do Rio de
Janeiro, em 1893, refere-se à Revolta da Armada.
Gabarito: C

22. (FGV - Adaptada)


Sobre a gênese das fronteiras brasileiras, assinale a alternativa correta:
A) O Tratado de Madri, assinado em 1750, definiu cerca de 2/3 da extensão total das atuais
fronteiras brasileiras.
B) Todas as fronteiras delimitadas durante o período imperial se originaram de conflitos
armados.
C) Uma parcela das linhas internacionais de fronteiras da área amazônica foi delimitada após a
proclamação da República.
D) O atual traçado das fronteiras brasileiras já estava plenamente configurado em 1900.
E) Em nenhum período, o governo brasileiro recorreu ao arbitramento internacional para
resolver questões fronteiriças.
Comentários
A questão apresenta o assunto das fronteiras brasileiras, que foram concluídas somente no início do
século XX, através da assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903. Com isso, percebemos que as
fronteiras brasileiras foram definidas no período republicano, sendo que ao longo dos anos este foi
um assunto que causou alguns conflitos na busca por territórios. Acerca desse Tratado, analisemos
com mais detalhes.
O território que hoje é o Estado do Acre fazia parte do território boliviano desde o ano de 1750.
Ocorre que o local era de difícil acesso pelos bolivianos e ficou despovoado, mas a região tinha

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muitos seringais, que se tornaram valiosos no chamado Ciclo da Borracha. Por essa razão, em 1879
os seringueiros brasileiros se mudaram para lá e começaram a exploração do látex.
O Tratado de Petrópolis, portanto, foi o resultado da negociação entre os governos do Brasil e da
Bolívia, motivada pela disputa das terras do Acre. Os limites formais haviam sido estabelecidos pelo
Tratado de Ayacucho (1867), ainda durante o Segundo Reinado Brasileiro (1840-1889), sem que
houvesse uma demarcação de fato das terras, que os bolivianos jamais efetivamente ocuparam.
Para evitar que a Bolívia tomasse posse da região, o Governo do Amazonas chegou a mandar homens
armados. Ali se proclamou por três vezes a independência do Acre e se instituiu uma república que,
por sua vez, não obteve sucesso.
A Bolívia, contudo, não gostou da ocupação brasileira e protestou junto ao Brasil. Para evitar maiores
problemas, o Governo Brasileiro se pronunciou oficialmente declarando que ali era território
boliviano. Preocupado com sua soberania sobre a região, o Exército Boliviano se dirigiu para a região
com o intuito de reconquistar o território, mas a quantidade de brasileiros surpreendeu os
bolivianos, que foram recebidos com tiros.
Para conciliar tal questão, assinou-se o Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903, em que
a região do Acre passaria a ser território brasileiro. Em troca do Acre, seria cedido parte do Mato
Grosso entre os rios Abunã e Madeira. Ademais, os bolivianos receberiam a quantia de 2 milhões de
libras esterlinas como pagamento pela região. Por fim, esse Tratado também deu à Bolívia uma saída
para o mar, podendo navegar pelos rios brasileiros até chegar ao Oceano Atlântico, e seria
construída pelo Brasil a Ferrovia Madeira Mamoré, beneficiando os dois países.
Diante do que foi exposto, podemos compreender que uma parcela das linhas internacionais de
fronteiras da área amazônica foi delimitada, somente, após a proclamação da República Brasileira,
em 1889.
Assinalamos como alternativa correta, portanto, a letra [C].
Gabarito: C

23. (FGV - Adaptada)


Em 21 de dezembro de 1941, Getúlio Vargas recebeu Osvaldo Aranha, seu ministro das
Relações Exteriores, para uma reunião. Leia alguns trechos do diário do presidente:
"À noite, recebi o Osvaldo. Disse-me que o governo americano não nos daria auxílio, porque
não confiava em elementos do meu governo, que eu deveria substituir. Respondi que não tinha
motivos para desconfiar dos meus auxiliares, que as facilidades que estávamos dando aos
americanos não autorizavam essas desconfianças, e que eu não substituiria esses auxiliares por
imposições estranhas."
VARGAS, Getúlio, Diário. São Paulo/Rio de Janeiro, Siciliano/ Fundação Getúlio Vargas, 1995,
vol. II, p. 443.
A respeito desse período, podemos afirmar:
A) As desconfianças norte-americanas eram completamente infundadas porque não havia
nenhum simpatizante do nazi-fascismo entre os integrantes do governo brasileiro.

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B) Com sua política pragmática, Vargas negociou vantagens econômicas com o governo
americano e manteve em seu governo simpatizantes dos regimes nazi-fascistas.
C) Apesar das semelhanças entre o Estado Novo e os regimes fascistas, Vargas não permitiu
nenhum tipo de relacionamento diplomático entre o Brasil e os países do Eixo.
D) No alto escalão do governo Vargas havia uma série de simpatizantes do regime comunista
da União Soviética e de seu líder Joseph Stalin.
E) As pressões do governo norte-americano levaram Vargas a demitir seu ministro da Guerra,
o general Eurico Gaspar Outra, admirador dos regimes nazi-fascistas.
Comentários
A questão nos apresenta ao período do Estado Novo, regime ditatorial brasileiro comandado por
Getúlio Vargas entre 1937 e 1945. Diante disso, a banca nos questiona acerca da posição política
brasileira adotada por Vargas neste momento de sua presidência. Analisemos, dessa forma, ao que
se pede, tendo em vista o contexto em que tal situação ocorreu no Brasil.
De acordo com a Constituição de 1934, o mandato de Vargas terminaria em 1938. Contudo, no final
de setembro de 1937, o serviço secreto do Exército noticiou a descoberta de um plano de tomada
do poder, organizado pelos comunistas, chamado de Plano Cohen. Este plano foi uma farsa
elaborada pelo próprio governo, com o apoio dos integralistas, para se manterem no poder.
Em nome do combate ao “perigo comunista”, decretou-se estado de guerra e a polícia prendeu
grande parte dos adversários do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao
Congresso Nacional, impôs o fechamento do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova Constituição
(conhecida também como a Constituição Polaca, em alusão à Constituição Polonesa de caráter
fascista), dando início ao período ditatorial do Estado Novo.
A partir de então, instaurou-se no país o estado de emergência, pelo qual o governo era autorizado
a invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las arbitrariamente. Os estados brasileiros
perderam sua autonomia política e os governos estaduais passaram às mãos de interventores da
confiança de Vargas. Partidos políticos foram extintos e as eleições democráticas, suspensas; greves
e manifestações contrárias ao governo foram proibidas; cidadãos foram perseguidos pela polícia
política, muitos deles tendo sido presos, torturados e mortos.
Com sua política exterior considerada como ambígua e pragmática, Vargas negociou vantagens
econômicas com o governo americano, mas também manteve em seu governo simpatizantes dos
regimes nazifascistas, devido às relações que o Brasil mantinha, simultaneamente, com os dois
novos eixos de poder em ascensão no mundo, os Estados Unidos e a Alemanha. Para entender um
pouco mais a respeito disso, é fundamental lembrar que, entre 1939 e 1945, ocorreu a Segunda
Guerra Mundial, colocando em disputa os países do Eixo (Japão, Alemanha e Itália) contra os Aliados
(França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética).
Neste sentido, Vargas procurou dar continuidade à política externa praticada desde o início do
século XX, que fazia dos Estados Unidos o principal parceiro internacional do Brasil. No entanto,
questões de natureza econômica fizeram com que o Brasil mantivesse, também, o contato com os
alemães, algo que se tornou insustentável durante a década de 1940. A posição brasileira somente
seria definida na Segunda Guerra Mundial.

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Enquanto os Estados Unidos defendiam a bandeira da liberal-democracia, a Alemanha, que a partir


da vitória do Partido Nacional Socialista em 1933 adotara o nazismo como ideologia oficial, defendia
o autoritarismo antiparlamentar e nacionalista. Tal qual o fascismo italiano, o nazismo alemão
expressava o declínio do liberalismo na Europa. Nesse contexto, Vargas adotou o que pode ser
considerado como uma política de equidistância pragmática.
No plano da economia internacional brasileira, Vargas procurou se beneficiar tanto do sistema de
comércio da Alemanha, quanto do livre-cambismo dos Estados Unidos, verificado na assinatura de
acordos comerciais com ambos os países.
Na questão da ideologia, o governo Vargas também adotou uma posição pragmática, em parte
atendendo às diferentes simpatias que seus auxiliares diretos nutriam por cada eixo de poder. De
um lado, o governo tinha homens como Osvaldo Aranha, admirador dos Estados Unidos, e, de outro,
Eurico Dutra e Góes Monteiro, simpatizantes do regime nazista alemão. O governo brasileiro acabou
por se inclinar em direção ao sistema de poder estadunidense, mas a situação só se definiria com a
entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em fins de 1941, e o consequente apoio
brasileiro aos países Aliados.
Diante disso, a alternativa a ser corretamente assinalada é a letra [B].
Gabarito: B

24. (FGV - Adaptada)


Sobre a política externa desenvolvida pelo governo brasileiro durante o Estado Novo (1937-
1945), é CORRETO afirmar:
A) Um dos objetivos centrais da política externa do período foi a procura de recursos, em forma
de capital e tecnologia, para promover a industrialização do país. A estratégia adotada foi a da
barganha com Estados Unidos e Alemanha.
B) A prioridade da política externa do período foi a de encontrar mercados para os produtos
brasileiros de exportação, especialmente o café, de forma a contornar os efeitos da crise
econômica deflagrada em 1929. A estratégia adotada foi a do alinhamento incondicional com
a Alemanha.
C) Para atender ao seu principal objetivo - a obtenção de recursos externos para promover a
industrialização do país - Vargas optou desde 1939 pelo alinhamento incondicional aos Estados
Unidos, então maior potência ocidental.
D) O alinhamento incondicional aos Estados Unidos foi a estratégia adotada para garantir um
novo mercado consumidor para o café brasileiro. Em troca do apoio às proposições norte-
americanas nos organismos internacionais, o Brasil obteve isenção de taxas alfandegárias para
o café exportado para os Estados Unidos.
E) As relações diplomáticas nesse período caracterizaram-se pelo alinhamento incondicional à
Alemanha, em função da convergência ideológica que aproximava a ditadura varguista do
nazismo alemão.

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Comentários
A questão nos apresenta a temática do Estado Novo, regime ditatorial brasileiro comandado por
Getúlio Vargas entre 1937 e 1945. Diante disso, a banca nos questiona acerca da política externa
brasileira adotada no período. Analisemos, dessa forma, ao que se pede, tendo em vista o contexto
em que tal situação ocorreu no Brasil.
De acordo com a Constituição de 1934, o mandato de Vargas terminaria em 1938. Contudo, no final
de setembro de 1937, o serviço secreto do Exército noticiou a descoberta de um plano de tomada
do poder, organizado pelos comunistas, chamado de Plano Cohen. Este plano foi uma farsa
elaborada pelo próprio governo, com o apoio dos integralistas, para se manterem no poder.
Em nome do combate ao “perigo comunista”, decretou-se estado de guerra e a polícia prendeu
grande parte dos adversários do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao
Congresso Nacional, impôs o fechamento do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova Constituição
(conhecida também como a Constituição Polaca, em alusão à Constituição Polonesa de caráter
fascista), dando início ao período ditatorial do Estado Novo.
A partir de então, instaurou-se no país o estado de emergência, pelo qual o governo era autorizado
a invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las arbitrariamente. Os estados brasileiros
perderam sua autonomia política e os governos estaduais passaram às mãos de interventores da
confiança de Vargas. Partidos políticos foram extintos e as eleições democráticas, suspensas; greves
e manifestações contrárias ao governo foram proibidas; cidadãos foram perseguidos pela polícia
política, muitos deles tendo sido presos, torturados e mortos.
Com relação à política exterior adotada por Vargas na década de 1930, ela pode ser considerada
como ambígua e pragmática, devido às relações que o Brasil mantinha, simultaneamente, com os
dois novos eixos de poder em ascensão no mundo, os Estados Unidos e a Alemanha. Para entender
um pouco mais a respeito disso, é fundamental lembrar que, entre 1939 e 1945, ocorreu a Segunda
Guerra Mundial, colocando em disputa os países do Eixo (Japão, Alemanha e Itália) contra os Aliados
(França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética).
Neste sentido, Vargas procurou dar continuidade à política externa praticada desde o início do
século XX, que fazia dos Estados Unidos o principal parceiro internacional do Brasil. No entanto,
questões de natureza econômica fizeram com que o Brasil mantivesse, também, o contato com os
alemães, algo que se tornou insustentável durante a década de 1940. A posição brasileira somente
seria definida na Segunda Guerra Mundial. Diante disso, entendemos que um dos objetivos da
política externa do período foi a procura de recursos, em forma de capital e tecnologia, para
promover a industrialização do Brasil, através de uma estratégia de barganha tanto com os Estados
Unidos, quanto com a Alemanha.
Enquanto os Estados Unidos defendiam a bandeira da liberal-democracia, a Alemanha, que a partir
da vitória do Partido Nacional Socialista em 1933 adotara o nazismo como ideologia oficial, defendia
o autoritarismo antiparlamentar e nacionalista. Tal qual o fascismo italiano, o nazismo alemão
expressava o declínio do liberalismo na Europa. Nesse contexto, Vargas adotou o que pode ser
considerado como uma política de equidistância pragmática.

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No plano da economia internacional brasileira, Vargas procurou se beneficiar tanto do sistema de


comércio da Alemanha, quanto do livre-cambismo dos Estados Unidos, verificado na assinatura de
acordos comerciais com ambos os países.
Na questão da ideologia, o governo Vargas também adotou uma posição pragmática, em parte
atendendo às diferentes simpatias que seus auxiliares diretos nutriam por cada eixo de poder. De
um lado, o governo tinha homens como Osvaldo Aranha, admirador dos Estados Unidos, e, de outro,
Eurico Dutra e Góes Monteiro, simpatizantes do regime alemão. O governo brasileiro acabou por se
inclinar em direção ao sistema de poder estadunidense, mas a situação só se definiria com a entrada
dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em fins de 1941, e o consequente apoio brasileiro
aos países Aliados.
Com isso, percebemos que a política externa brasileira, durante o Estado Novo, teve uma orientação
pragmática pautada na barganha com os Estados Unidos e a Alemanha nazista. Assim, a alternativa
a ser assinalada é a letra [A].
Gabarito: A

25. (FGV - Adaptada)


Seguem-se as afirmativas que caracterizam a fase do Estado Novo:
I - o poder passou a ser descentralizado, aumentando a autonomia dos Estados com a
nomeação de interventores estaduais;
II - a política de intervencionismo estatal teve papel destacado no Estado Novo, principalmente
no setor da indústria de base, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional;
III - em 1937, apesar do golpe de Estado, Vargas mantém aberto o Congresso e privilegia os
partidos políticos mais fortes;
IV - as realizações no Estado Novo no setor petrolífero foram muito importantes, destacando-
se a criação da Petrobrás que instituiu o monopólio do petróleo no Brasil;
V - o governo passou a ficar, no Estado Novo, com o poder de controlar a propaganda nacional
e a censura à imprensa através do Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP.

Escolha:
A) se apenas as afirmativas II e V estiverem corretas;
B) se apenas as afirmativas II, IV e V estiverem corretas;
C) se apenas as afirmativas IV e V estiverem corretas;
D) se apenas as afirmativas I, II, III e IV estiverem corretas;
E) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.
Comentários
A questão trazida pela banca nos apresenta cinco assertivas nas quais temos que assinalar, somente,
aquelas que apresentam corretamente algumas das características do chamado Estado Novo,

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governo de caráter ditatorial presidido por Getúlio Vargas, entre os anos de 1937 e 1945.
Analisemos, a partir de agora, um pouco mais sobre este período.
Vargas chegou à presidência do Brasil em 1930 e permaneceu até 1945. Diante de uma crise
financeira em nível global, evidenciada na quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, os
cafeicultores brasileiros se encontravam em um cenário de inúmeras dificuldades, uma vez que os
Estados Unidos não conseguiam comprar mercadorias de fora do país. Isto contribuiu para o
enfraquecimento das bases políticas que sustentavam a Primeira República.
Além dos problemas econômicos, um problema político também surgiu entre as elites de MG e SP:
nas eleições de 1930, os políticos paulistas que estavam no governo, até então com Washington
Luís, apoiaram Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista (PRP). Os mineiros, por sua vez,
apoiaram Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, governador de MG pelo Partido Republicano Mineiro
(PRM). O rompimento da política do café com leite fez com que a oposição política ganhasse força
e conquistasse espaço no cenário nacional.
Neste contexto, surgiu a Aliança Liberal (AL), com lideranças do RS, MG e PB, lançando os nomes de
Getúlio Vargas, então governador gaúcho, para presidente da república, e de João Pessoa, então
governador da Paraíba, para vice-presidente. Dentre os principais pontos da Aliança Liberal, temos:
defesa do voto secreto, criação de leis trabalhistas e incentivo à produção industrial.
No entanto, o vencedor das eleições de 1930 foi o representante paulista Júlio Prestes, derrotando
Getúlio Vargas. Os líderes da AL se recusaram, por sua vez, a aceitar o resultado das eleições,
afirmando que as mesmas haviam sido fraudadas. Neste contexto, a revolta ganhou intensidade
quando João Pessoa foi assassinado, em 26 de julho de 1930, por motivos pessoais e políticos, o que
levou a oposição a se unir contra o governo paulista.
Em 3 de outubro, iniciou-se um conflito armado no RS, PB e PE, com o intuito de impedir a posse de
Júlio Prestes como presidente. Militares do RJ, liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso
Fragoso, depuseram Washington Luís pouco tempo antes do término de seu mandato, sendo o
poder entregue a Getúlio Vargas, chefe político do movimento que ficaria conhecido como
Revolução de 1930. Inicia-se, a partir de então, a Era Vargas, dividida em 3 períodos: Governo
Provisório (1930-1934), Governo Constitucional (1934-1937) e Governo Ditatorial (1937-1945, o que
nos interessa precisamente nesta questão).
De acordo com a Constituição de 1934, o mandato de Vargas terminaria em 1938. No final de
setembro de 1937, o serviço secreto do Exército noticiou a descoberta de um plano de tomada do
poder, organizado pelos comunistas, chamado de Plano Cohen. Este plano foi uma farsa elaborada
pelo próprio governo, com o apoio dos integralistas, para se manterem na liderança do país.
Em nome do combate ao “perigo comunista”, decretou-se estado de guerra e a polícia prendeu
grande parte dos adversários do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao
Congresso Nacional, impôs o fechamento do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova Constituição
(também conhecida como a Constituição Polaca, em alusão à Constituição Polonesa de caráter
fascista), dando início ao período ditatorial conhecido como Estado Novo, de caráter centralizador
nas mãos de Vargas.
A partir de então, instaurou-se no país o estado de emergência, pelo qual o governo era autorizado
a invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las. Os estados brasileiros perderam sua

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autonomia política e os governos estaduais passaram às mãos de interventores da confiança de


Vargas. Partidos políticos foram extintos e as eleições democráticas, suspensas; greves e
manifestações contrárias ao governo foram proibidas; cidadãos foram perseguidos pela polícia
política, muitos deles tendo sido presos, torturados e mortos.
A respeito das assertivas trazidas pela banca, analisemos cada uma delas a seguir:
I. (INCORRETA) o poder passou a ser descentralizado, aumentando a autonomia dos Estados com a
nomeação de interventores estaduais;
O poder, a partir do Estado Novo, passou a ser centralizado nas mãos de Getúlio Vargas, e não
descentralizado, o que contribuiu para a redução da autonomia dos estados.
II. (CORRETA) a política de intervencionismo estatal teve papel destacado no Estado Novo,
principalmente no setor da indústria de base, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional;
Durante o Estado Novo, Vargas, com o apoio de financiamento estrangeiro, criou algumas empresas
estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a
Fábrica Nacional de Motores (1943) e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945).
III. (INCORRETA) em 1937, apesar do golpe de Estado, Vargas mantém aberto o Congresso e
privilegia os partidos políticos mais fortes;
Em 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco ao Congresso Nacional, impôs o fechamento
do Legislativo e outorgou (impôs) uma nova Constituição. Além disso, partidos políticos foram
extintos e as eleições democráticas, suspensas.
IV. (INCORRETA) as realizações no Estado Novo no setor petrolífero foram muito importantes,
destacando-se a criação da Petrobrás que instituiu o monopólio do petróleo no Brasil;
Vargas criou, de fato, a Petrobrás, no entanto, isto ocorreu em seu Governo Democrático, entre
1951 e 1954. A Petrobrás foi criada em 3 de outubro de 1953.
V. (CORRETA) o governo passou a ficar, no Estado Novo, com o poder de controlar a propaganda
nacional e a censura à imprensa através do Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP.
Para a sua sustentação política, Getúlio Vargas se utilizou de recursos de propaganda para conquistar
a simpatia e apoio populares. Em 1939, criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
órgão responsável pela coordenação da propaganda oficial de governo e da censura aos meios de
comunicação (rádio, cinema, teatro e imprensa), além da centralização da censura e popularização
da sua própria imagem presidencial.
Percebemos, dessa forma, que as assertivas a serem assinaladas são a II e a V, o que nos possibilita
marcar a alternativa [A] como a correta.
Gabarito: A

26. (FGV - Adaptada)


Para as oligarquias estaduais, a Constituição de 1891 representa uma vitória, pois:
A) instituiu o sistema misto: presidencialismo (executivo federal) e parlamentarismo (executivo
estadual);

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B) reafirmou os princípios do Convênio de Taubaté;


C) ampliou para os soldados o quadro de participação nas eleições;
D) instituiu o federalismo;
E) ampliou o poder moderador para o executivo estadual.
Comentários
A questão trazida pela banca nos apresenta a temática da Constituição de 1891, a primeira
republicana e, de acordo com o que é colocado, ela representa uma vitória para as oligarquias
estaduais. A esse respeito, entendamos melhor o contexto em que a Constituição foi promulgada e
porque ela representa uma vitória a determinada parcela da sociedade.
O Segundo Reinado Brasileiro ocorreu entre 1840 e 1889 sob o governo de D. Pedro II. Neste
período, o café se tornou o principal produto comercializado, o que representava altos ganhos para
as oligarquias cafeicultoras (grandes proprietários de terras, fazendeiros, também chamados de
oligarcas).
Conforme o café se tornava o principal produto da economia nacional, a elite agrária, composta
sobretudo por cafeicultores paulistas, se fortalecia e passava a almejar uma autonomia em relação
às demais províncias, algo que não existia no Brasil Império dado o seu caráter mais centralizador.
Diante disso, esse grupo social passou a nutrir um desejo maior por reformas, o que tornou esses
cafeicultores importantes adeptos da causa republicana.
Em novembro de 1889, após anos de desgaste do Império, o marechal Deodoro da Fonseca aceitou
chefiar o movimento que derrubaria o governo de D. Pedro II, dando início ao período republicano.
Este período inicial do republicanismo no Brasil é denominado de Primeira República, República
Velha ou República das Oligarquias (1889-1930).
A partir de 15 de novembro de 1890, reuniu-se no Rio de Janeiro a Assembleia Constituinte, com o
intuito de elaborar uma nova Constituição, desta vez republicana, e que foi promulgada em 24 de
fevereiro de 1891, sob inspiração da Constituição dos Estados Unidos. Dentre as suas principais
características, podemos destacar:
✓ República Federativa liberal, com sistema presidencialista de governo;
✓ Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, sendo que o Poder Moderador foi extinto;
✓ Fim do voto censitário ou por renda: seriam eleitores todos os cidadãos homens. Por outro
lado, analfabetos, mendigos, soldados e membros de ordens religiosas não eram considerados
eleitores e eram impedidos de votar;
✓ Separação entre o Estado e a Igreja e fim do regime do padroado (submissão da Igreja ao
Estado);
✓ Autonomia dos estados, conforme almejava a elite agrária ao apoiar o republicanismo.
Diante do que foi acima exposto, podemos entender que a Constituição de 1891 e a instituição do
federalismo, que representava a maior descentralização do país, foram fundamentais para as
oligarquias estaduais, que se viram fortalecidas por não estarem mais dependentes de outras
regiões. Neste sentido, a oligarquia paulista foi uma das mais beneficiadas, visto que a maior parte
da produção do café era no Sudeste brasileiro.

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Assim sendo, a alternativa correta é a letra [D].


Gabarito: D

27. (VUNESP - PM-SP - Soldado /2019.2)


Em termos econômicos, o Estado Novo (1937-45) caracterizou-se
A) pela redução do deficit público com o corte de gastos em algumas áreas sociais, como a
educação.
B) pela política dada aos serviços urbanos, como o abastecimento de água.
C) pela adoção de um nacionalismo extremado por meio do qual se proibiu a entrada de
capitais estrangeiros no país.
D) pelo forte intervencionismo estatal com a criação de conselhos regulatórios, como o
Conselho Nacional do Petróleo.
E) pela aplicação de medidas liberais, tais como o congelamento dos salários para evitar o
aumento da inflação.
Comentários
O Estado Novo foi a ditadura varguista entre 1937 e 1945. Era inspirado no fascismo europeu,
principalmente em Portugal de Salazar e a Itália de Mussolini: Ditaduras, governos centralizados, uso
intenso da propaganda política, manipulação do sistema de educação, forte intervencionismo
estatal (antiliberais na economia). Sua política econômica procurou aumentar o poder do Estado, e
estimular a modernização a partir de estatais, principalmente na indústria de base, em empresas
como CSN-Companhia Siderúrgica Nacional e CVRD- Companhia Vale do Rio Doce. Apesar da
manipulação, inserindo a imagem de Vargas em todos os livros e fazendo apologia ao líder, a
educação recebeu fortes incentivos, e já existia o MEC. Tudo que diz respeito ao liberalismo
econômico ou político, permite anular as proposições como a [A] e a [E]. Entre os órgãos reguladores
criados por Vargas, podemos citar o CNP-Conselho Nacional do Petróleo, de 1939, mas tome
cuidado, pois a Petrobrás somente foi criada em 1953, em seu governo democrático.
Gabarito: D

28. (VUNESP - Soldado - PM-SP / 2019)


Observe o cartaz.

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Considerando a imagem e conhecimentos sobre a história do Brasil republicano, é correto


afirmar que o cartaz trata de:
A) uma convocação de reservistas para o alistamento militar no auge da Guerra Mundial.
B) um apelo à sociedade para sua mobilização em benefício das populações mais carentes do
país.
C) uma denúncia das intenções antidemocráticas de alguns setores das forças armadas
brasileiras.
D) um chamado à participação efetiva da população na resistência militar a um governo federal
centralizador.
E) uma arma de mobilização do operariado das grandes cidades contrário às reformas sociais
de governos populistas.
Comentários
A História do Brasil Republicano guarda certas particularidades: entre 1894 e 1930, o país passou
por um longo período político que ficou conhecido como a República Velha (ou Oligárquica, ou do
Café com Leite), tendo como uma de suas principais características o revezamento de poder entre
os membros das elites locais, sobretudo dos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Em 1930, de acordo com tal política de revezamento de poder, o candidato indicado para a sucessão
do então presidente Washington Luís deveria ser um mineiro. Contudo, Washington Luís quebrou
com tal acordo e indicou o paulista Júlio Prestes para sucedê-lo. Inconformados com a decisão,
membros das elites mineiras romperam com o governo e articularam uma candidatura em oposição
a Prestes, contando com o apoio de políticos do Rio Grande do Sul e da Paraíba.

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A partir de então, formou-se aquela que ficou conhecida como a Aliança Liberal (AL), responsável
pela indicação do gaúcho Getúlio Vargas para a presidência e do paraibano João Pessoa para vice.
Essa chapa contou com o apoio do movimento tenentista, de camadas médias urbanas e dos
trabalhadores, insatisfeitos com o domínio político dos grandes fazendeiros.
Diante da situação, as eleições ocorreram de forma tensa, sendo que Júlio Prestes saiu como
vencedor. Vargas e João Pessoa, inconformados, insistiram em denunciar que as eleições foram
fraudadas (é importante destacar que a maioria das eleições – senão todas – passavam por algum
tipo de fraude, sendo que os votos contabilizados a Vargas também foram, de alguma forma,
fraudados, mas ao que podemos analisar, aqueles dados a Prestes foram em maior quantidade).
O levante da oposição ganhou corpo após o assassinato de João Pessoa, ainda que por motivos
pessoais, e não políticos, ter sido associado ao Governo Federal, servindo de estopim para o início
da rebelião. Entre 03 e 24 de outubro, confrontos entre as tropas federais e os revoltosos
espalharam-se pelo país, garantindo a deposição de Washington Luís e a tomada de poder, em 03
de novembro de 1930, por Getúlio Vargas, de forma provisória (o que vimos que não aconteceu,
dado o início daquela que ficou conhecida como a Era Vargas, que perdurou entre 1930 e 1945).
Uma das primeiras medidas tomadas por Vargas ao assumir o Governo Provisório (1930-1934) foi
baixar o Decreto 19.398, responsável por dissolver (fechar) o Poder Legislativo nas instâncias
Federal, Estadual e Municipal, até que fosse eleita a Assembleia Constituinte.
Ademais, Vargas substituiu os antigos presidentes de estado (o que, atualmente, são os nossos
governadores) por interventores federais, sendo boa parte deles militares indicados por ele. A
influência de Vargas causou desconforto nas oligarquias estaduais, sobretudo as de São Paulo, que
se organizaram em um movimento que ficou conhecido como a Revolução Constitucionalista de
1932, cuja sigla MMDC representava as iniciais dos 4 estudantes mortos em combate com tropas
federais: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, em maio do mesmo ano, e que se tornaram
símbolos do movimento paulista.
O cartaz apresentado na questão nos mostra, ao fundo, a bandeira do estado de São Paulo, com um
soldado “convocando” os paulistas a se alistarem e lutarem contra o Governo Federal centralizador,
em busca de uma nova Constituição e do fim do Governo de Getúlio Vargas. Iniciada em 09 de julho
de 1932, a revolta não obteve os resultados desejados, tendo sido oficialmente encerrada em 1º de
outubro do mesmo ano, após a assinatura da rendição paulista.
O movimento não obteve conquistas imediatas, sendo comemorado somente no estado de São
Paulo, ainda que derrotado. Contudo, serviu como pressão para que, em 1934, fosse elaborada uma
nova Constituição Federal, inaugurada com o segundo momento da Era Vargas, que ficou conhecido
como o Governo Constitucional (1934-1937).
Gabarito: D

29. (VUNESP - Soldado - PM-SP / 2019)


Ao receberem menos dinheiro por suas vendas ao exterior, os exportadores e produtores
ligados à exportação reduzem suas compras. Os produtores internos afetados por essa redução
também reduzem as suas, e assim por diante.
(Celso Furtado. Formação econômica do Brasil, 1989)

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O autor refere-se aos desdobramentos da queda no preço e no volume da exportação do café


brasileiro decorrente da Crise de 1929. Tendo em vista o cenário econômico descrito pelo
texto, o governo Getúlio Vargas decidiu, entre 1931 e 1939:
A) extinguir em curto prazo a dependência do país à economia cafeeira, abandonando os
empresários do setor.
B) equilibrar a oferta e a procura do produto, comprando e destruindo os excedentes das
colheitas.
C) adquirir empréstimos no exterior, visando à manutenção da política de valorização do preço
do café.
D) limitar a venda do produto ao mercado interno, considerando os prejuízos que a exportação
de café causava ao país.
E) substituir os latifúndios cafeeiros por pequenas propriedades, desapropriando terras e
concedendo incentivos fiscais a agricultores.
Comentários
O café foi um dos produtos brasileiros com maior relevância na economia brasileira entre a segunda
metade do século XIX e a primeira metade do século XX. Neste sentido, a banca nos apresenta uma
questão em que podemos evidenciar, de forma muito interessante, a associação em que o autor,
Celso Furtado, faz entre a Crise de Superprodução de 1929 (ou Quebra da Bolsa de Nova Iorque) e
a redução no preço e na exportação do café.
Neste sentido, entre 1931 e 1939, período destacado na questão, podemos compreender que a
presidência do Brasil esteve sob a liderança de Getúlio Vargas, tendo iniciado em 1930 com a
deposição de Washington Luís, o então presidente brasileiro, e o consequente impedimento da
posse do paulista Júlio Prestes, eleito para assumir a partir de 1930. Tal período do Governo Vargas,
iniciado em 1930 através de um golpe, daria nome à chamada Era Vargas, que perduraria até o final
de 1945, quando, finalmente, Vargas é destituído do cargo de Chefe do Executivo Brasileiro.
Neste cenário, a queda nas exportações de café representou uma grande perda financeira entre
1929 e 1932. O preço do produto caiu consideravelmente, sobretudo 1931. A entrada de capital
estrangeiro cessou quase por completo em 1932, sendo que o Brasil foi o primeiro país latino-
americano a inserir o controle do câmbio e outras medidas da mesma natureza, que, em conjunto
com a desvalorização da moeda, reduziram as importações em cerca de dois terços do total no
período. Ainda assim, porém, muito café teve de ser queimado.
Vale lembrar que neste período, o produto que mais foi vendido para o exterior foi o café
(representando mais de 50% dos lucros nas exportações). Diante dessa euforia com os lucros, os
cafeicultores aumentaram desmedidamente as suas plantações. Contudo, tal medida ultrapassou a
necessidade de consumo do produto e a economia passou a enfrentar uma série de crises de
superprodução, dado que a oferta de café era muito maior do que a procura do produto. Como
resultado, os seus preços caíram e acumulava-se muitos estoques da mercadoria.
Para tentar solucionar tal problema, em 1906 ocorreu o Convênio de Taubaté, com a finalidade de
acabar com a crise de superprodução. Nessa reunião, os fazendeiros propuseram que o governo

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federal comprasse o excedente de café produzido, o qual deveria ser estocado para ser vendido
futuramente, quando os preços se normalizassem. Para realizar a compra, o governo federal faria
empréstimos no exterior. Isso garantia que o preço do café não iria cair frente ao mercado mundial
e que os cafeicultores não teriam prejuízos. Com resultado dessa prática, os estoques do governo
federal, por sua vez, só aumentavam e nunca aparecia a oportunidade de vendê-lo ao mercado
externo.
Foi em meio aos reflexos deste cenário que Vargas assumiu a presidência em 1930, em um contexto
de crise econômica, resultante da Grande Depressão de 1929, e com o intuito de manter os preços
do café. Deu continuidade, por sua vez, à política de valorização do café, comprando e queimando
o produto excedente, procurando incentivar a produção de outras mercadorias, a fim de reduzir a
dependência diante do café, mas equilibrando a oferta e a procura do produto, ao comprar e
destruir os excedentes das colheitas.
(Fontes: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=170692&id_secao=1;
http://www.mac.usp.br/mac/templates/exposicoes/exposicao_colecao/exposicao_colecao_contexto1930-39.asp).

Gabarito: B

30. (VUNESP - PM-SP - Aluno Oficial / 2019)


Observe o quadro O lavrador de café, pintado por Candido Portinari, em 1934.

A pintura traz informações sobre a história do Brasil, ao mesmo tempo em que exprime uma
perspectiva social, presente nas disputas políticas dos anos 30 do século passado, que
A) enaltecia a ausência de discriminação étnica na sociedade brasileira.
B) atribuía a modernização do país à força transformadora do trabalho.

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C) insistia na aliança das classes trabalhadoras com os proprietários rurais.


D) denunciava a desorganização produtiva da economia agrícola do país.
E) revelava a incompatibilidade entre trabalho especializado e meio ambiente.
Comentários
Cândido Portinari (1903-1962) foi um pintor paulista muito famoso por suas obras voltadas ao
homem. Em suas obras, o pintor brasileiro procurava apresentar ao grande público a força de sua
temática social. Ainda que este seu lado seja menos conhecido, Portinari também procurava colocar
em suas obras alguns dos elementos das reminiscências de infância na sua terra natal: os meninos
da cidade de Brodowski, com as suas brincadeiras, danças, cantos; o circo; os namorados; os
camponeses. De forma geral, retratava o ser humano em situações de ternura, solidariedade e paz.
Pela importância de sua produção estética e pela sua atuação consciente na vida cultural e política
brasileira, Cândido Portinari alcançou reconhecimento dentro e fora do país, sendo um dos mais
importantes artistas brasileiros e um dos maiores do mundo.
No que diz respeito, precisamente, à pintura trazida na questão, O lavrador de café, a análise que
pode ser feita deve levar em consideração o período em que ela foi produzida (década de 1930,
precisamente no ano de 1934), e o que tal obra representa para o período.
Ao considerar a modernização do Brasil a partir da valorização da força do trabalho do homem,
Portinari nos traz um trabalhador negro em primeiro plano, o qual representa a mão de obra típica
das fazendas de café do início do século XX, levando uma enxada em uma das mãos e com uma
lavoura ao fundo.
A árvore cortada, à direita da imagem, representa o desmatamento como a mudança da paisagem
proporcionada pela cultura do café. Em segundo plano, aparecem os montes dos grãos já colhidos.
No olhar do trabalhador prevalece a preocupação, parecendo-nos que o lavrador percebe a ação
devastadora da exploração que o homem faz na natureza, com o intuito de modernizar o país.
Mais um elemento presente no quadro é o trem, colocado entre os pés de café e os montes de grãos,
reforçando, aí, a ideia de modernização do país através da força do trabalho. Sabe-se que o trem era
o principal meio de transporte utilizado na época para enviar a produção cafeeira até a cidade de
Santos, responsável por exportar o café a diversos países, sobretudo aos Estados Unidos.
Neste sentido, Portinari contribuiu de forma significativa com a arte brasileira, mas não somente
com ela: ele foi um dos responsáveis por retratar a figura do trabalhador brasileiro, realçando
aspectos discriminatórios da sociedade, as divergências entre classe trabalhadora e grandes
proprietários rurais e, finalmente, também foi responsável por apresentar a organização da
produção agrícola brasileira, mas sempre valorizando o homem trabalhador em suas obras.
(Fontes: http://www.portinari.org.br/#/pagina/candido-portinari/apresentacao; https://arteeartistas.com.br/o-lavrador-de-cafe-candido-
portinari/; https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/lavrador-de-cafe-candido-portinari/).

Gabarito: B

31. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2018)


Leia a seguir o trecho retirado do jornal O Estado de S. Paulo publicado no dia 8 de maio de
1945, à época da rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial:
“Comemorando a paz que afinal foi conquistada, as nossas populações, pelo muito que
fizeram, hão de sustentá-la, ao lado de outros povos, com todas as suas forças e inteligência,

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para que o sangue generoso da mocidade, derramado nas batalhas, tenha sempre a
significação que hoje todos lhe reconhecemos: o fim da opressão e o começo da liberdade, cuja
existência se deve a milhões de homens, mulheres e crianças sacrificadas.”
O trecho evidencia um dos fatores que contribuiu para a crise do Estado Novo, corretamente
identificado como:
A) a contradição entre a política externa e a política interna de Vargas.
B) o esgotamento da política intervencionista após a criação da Petrobras.
C) a derrota dos países aliados ao Brasil no contexto da Segunda Guerra.
D) a decadência dos países que participaram das batalhas na Europa.
E) a corrosão do apoio a Vargas devido à sua aliança formal com o campo fascista.
Comentários
O trecho de uma notícia veiculada no jornal “O Estado de S. Paulo”, datado do final da Segunda
Guerra Mundial (08/05/1945), mostra uma característica contraditória da política evidenciada no
Estado Novo, regime ditatorial instaurado em 1937 e que perdurou, sob a liderança de Getúlio
Vargas, até o ano de 1945. Este regime foi simpático ao fascismo dos países do Eixo (Japão,
Alemanha e Itália), porém, durante a guerra, a posição externa brasileira esteve ao lado dos países
Aliados (França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética).
Tal aspecto se refere, portanto, ao contraste entre as políticas externa e interna de Getúlio Vargas,
as quais contribuíram, de forma significativa, para a própria crise dentro do Estado Novo. Neste
sentido, é importante compreender que a notícia contrapõe alguns dos próprios modos de agir no
Brasil ao longo dos anos ditatoriais: opressão, censura, perseguições políticas, assassinatos,
características então presentes no Brasil entre 1937 e 1945.
Pode-se concluir, dessa forma, que a posição do governo brasileiro, sob a presidência de Vargas, em
relação aos conflitos e ao cenário europeu no final da Segunda Guerra (1945) são contrastantes e
deixam em evidência os motivos de seu declínio.
Gabarito: A
32. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2016)
Observe o cartaz.

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É possível relacionar esse cartaz à disputa política em torno da criação da Petrobras, em que
se opunham:
A) a esquerda, favorável ao fornecimento de petróleo ao bloco socialista, e a direita, favorável
ao fornecimento de petróleo aos EUA.
B) os integralistas, que defendiam o controle estatal da empresa, e os liberais, que criticaram
a ineficiência do Estado à época da crise da ditadura varguista.
C) a burguesia industrial paulista, defensora da privatização da exploração do petróleo, e os
tenentes, favoráveis ao controle estatal da empresa.
D) os militares autoritários, favoráveis à defesa da soberania nacional, e os militares
democratas, favoráveis à aliança com os EUA.
E) o PTB, com o seu projeto de desenvolvimento econômico nacional, e a UDN, defensora da
entrada de capital estrangeiro.
Comentários
A questão remete ao período da criação da Petrobras, empresa estatal fundada em 03 de outubro
de 1953, durante o governo de Getúlio Vargas (1950-1954). Vargas, após ter sido eleito em 1950,
passou por uma crescente oposição conduzida, principalmente, pela União Democrática Nacional
(UDN), sobretudo no que diz respeito às questões trabalhistas e às suas políticas de caráter
nacionalista.
Tal situação colocou em contradição dois grandes partidos políticos, o PTB (Partido Trabalhista
Brasileiro), de tendência nacionalista e liderado por Getúlio Vargas, e a UDN, de caráter mais liberal
e que se mostrava fortemente contrário ao caráter estatal da Petrobras.
Enquanto os nacionalistas defendiam a criação de um projeto de desenvolvimento econômico
nacional, sob o lema “O petróleo é nosso”, além da defesa da exploração e refino feitos pela

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indústria brasileira, a UDN era defensora da entrada do capital estrangeiro, feito pelas empresas
estrangeiras que tinham atuação no mercado brasileiro.
Nesta disputa política acerca da criação da Petrobras, o grupo vitorioso foi aquele liderado por
Vargas, fundando a estatal que possuía, portanto, a exclusividade na extração, refino e transporte
do petróleo nacional.
Gabarito: E

33. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2015)


Sua entrada em cena na história do Brasil começa em 1934, quando é destacada para ajudar
Luiz Carlos Prestes a retornar ao país e servir como sua guarda-costas. Viajam, então, passando-
se por marido e mulher e, quando chegaram ao Rio de Janeiro em 1935, já eram de fato um
casal. Após o fracasso do levante comunista no mesmo ano, são ambos presos. Grávida de sete
meses e separada de Prestes, Olga é deportada para a Alemanha em 1936, e tem a filha alguns
anos antes de morrer em um campo de concentração. (Bruno Garcia, Uma explosão de
estereótipos.
Disponível em: http://goo.gl/o8cswu. Adaptado).
O levante citado no trecho foi utilizado como pretexto para a:
A) aliança do Brasil com o Eixo no contexto imediatamente anterior à Segunda Guerra Mundial,
o que provocou reação imediata dos EUA em busca do apoio do Brasil no conflito.
B) escalada autoritária que levou ao golpe do Estado Novo em 1937, tendo sido utilizado como
justificativa para a aplicação do mecanismo do estado de sítio por parte de Vargas.
C) cassação do mandato de deputados e senadores eleitos pelo PCB no contexto do governo
constitucional, pondo fim à existência legal do partido que vinha desde a sua fundação em
1922.
D) restrição imposta aos trabalhadores de só poderem se organizar em sindicatos controlados
pelo Estado, neutralizando a ação política autônoma do movimento operário.
E) criação do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), que foi organizado
por Vargas com o objetivo de perseguir os movimentos políticos de oposição ao governo.
Comentários
O trecho apresentado na questão ilustra um importante acontecimento da história brasileira: ele
reflete as consequências da chamada Intentona Comunista, um levante militar organizado em 1935
enquanto uma tentativa de derrubar o governo de Getúlio Vargas no Brasil, o qual havia assumido
desde 1930.
Com a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) em 1935, liderada por Luiz Carlos Prestes e que
defendia, dentre outros fatores, as propostas nacionalistas e a reforma agrária, o movimento
conhecido como Intentona Comunista não obteve o sucesso esperado em decorrência de sua
fragmentação no país, uma vez que as manifestações nos estados ocorreram em dias diferentes e,
assim, foram facilmente dissolvidas.

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A chamada Revolta ou Intentona Comunista serviu, assim, enquanto uma justificativa para que,
após novembro de 1935, o Congresso aprovasse uma série de medidas que concentravam o seu
poder. Simultaneamente, o Poder Executivo passou a contar com poderes de repressão quase que
ilimitados. Tal processo resultou no golpe de Estado de 10 de novembro de 1937, o qual fechou o
Congresso, cancelou as eleições programadas para janeiro de 1938, estabelecidas pela Constituição
de 1934, e manteve Getúlio Vargas no poder. Instituiu-se, a parti de então, um período ditatorial
chamado de Estado Novo, que perdurou até 1945.
Gabarito: B

34. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2011)


Leia as afirmações sobre as constituições republicanas brasileiras.
I. Inspirada na Constituição dos Estados Unidos, a Carta de 1891 optou pela organização
federalista.
II. A Constituição de 1934 trouxe como importante novidade a presença do voto secreto.
III. A Carta de 1937 foi apelidada de polaca, pois foi inspirada na Constituição fascista da
Polônia.
IV. As Constituições de 1946 e de 1967 são consideradas as mais liberais da história
republicana, pois reconheceram o direito de voto aos analfabetos e reforçaram o Poder
Judiciário.
V. A Carta de 1988, chamada de Constituição Cidadã, criou a possibilidade da iniciativa popular
de projeto de lei.

Estão corretas as afirmativas


A) I, II e IV, apenas.
B) I, III e IV, apenas.
C) II, III e V, apenas.
D) I, II, III e V, apenas.
E) I, II, III, IV e V.
Comentários
A questão apresenta algumas características das constituições republicanas, cuja primeira delas data
de 1891. De acordo com isso, analisemos as afirmações:
I. Correta. Elaborada em 1891, a primeira Constituição Federal trazia aspectos inovadores com
relação à última Carta Magna, de 1824, como o fim do Poder Moderador e a instituição da
organização federalista da República, concedendo maior autonomia às províncias.
II. Correta. A Constituição de 1934 foi elaborada como resultado da Revolução Constitucionalista
de 1932, que procurava colocar fim ao governo de Getúlio Vargas alcançado inconstitucionalmente
em 1930. Como novidades, podemos destacar: voto secreto, voto feminino, legislação trabalhista,
salário mínimo e criação da Justiça Eleitoral, dentre outras.

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III. Correta. Em 1937, Getúlio Vargas outorgou uma constituição, que ficou conhecida como a
Constituição Polaca, em referência à Constituição de caráter fascista da Polônia. Tal Carta Magna
instituiu o Estado Novo, regime autoritário que vigorou até 1945.
IV. Incorreta. O direito ao voto dos analfabetos somente foi alcançado com a Constituição de 1988.
Ademais, as constituições de 1946 e 1967 reforçaram o Poder Executivo.
V. Correta. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 61, § 2°, estabelece que a iniciativa popular
pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Gabarito: D
35. (VUNESP - Soldado - PM-SP / 2018)
(...) foi o primeiro veículo de comunicação a chegar às residências e aos locais de trabalho. Por
causa de seu enorme impacto no dia a dia dos brasileiros, Getúlio impôs o controle das
informações transmitidas (…) durante o Estado Novo. Nem tudo podia ser dito, e a forma de
dar a notícia também era pensada com cuidado, para evitar que a voz da oposição chegasse
aos brasileiros. Interesses políticos e comerciais sempre interferiram nos meios de
comunicação.
(Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br. Acesso em: 14.08.2018. Adaptado)
A qual meio de comunicação o texto faz referência?
A) Rádio.
B) Televisão.
C) Jornal.
D) Revista.
E) Telefone.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa. Com o objetivo de aperfeiçoar e ampliar as atividades do
Departamento Nacional de Propaganda, Vargas criou, em dezembro de 1939, o Departamento de
Imprensa e Propaganda. A partir da criação do DIP, todos os serviços de propaganda e publicidade
dos ministérios, departamentos e estabelecimentos da administração pública federal e entidades
autárquicas passaram a ser executados com exclusividade pelo órgão, que também organizava e
dirigia as homenagens a Vargas, constituindo o grande instrumento de promoção pessoal do chefe
do governo, de sua família e das autoridades em geral. O DIP tornou-se o órgão coercitivo máximo
da liberdade de pensamento e expressão durante o Estado Novo e o porta-voz autorizado do regime.
No caso, competia à divisão de rádio, de acordo com regulamento do DIP, levar aos ouvintes
radiofônicos nacionais e estrangeiros, por intermédio da radiodifusão oficial, tudo o que lhes
pudesse fixar a atenção sobre as atividades brasileiras em todos os domínios, fazer a censura prévia
de programas radiofônicos e de letras a serem musicadas e organizar o programa Hora do Brasil.

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A alternativa B é falsa, pois foi só em 1950 que a televisão chegou ao Brasil, trazida pelo jornalista e
empresário Assis Chateaubriand, sendo ainda muito restrita aos que podiam pagar o artigo de luxo.
Ao passo que o Estado Novo vigorou de 1937 a 1945.
A alternativa C é incorreta, apesar do jornal ter permanecido sob a intervenção do DIP até o final do
Estado Novo (1937-1945), não é correto dizer que o trecho citado faz referência ao jornal,
especialmente porque não tinha tanta amplitude do que o rádio, mesmo sendo o jornal um meio de
comunicação mais antigo no Brasil, sendo que o rádio era só ligar e ouvir, atingindo até mesmo o
grande contingente de analfabetos.
A alternativa D também é incorreta, pois, assim como o jornal, as revistas tinham menos amplitude
do que o rádio, pelo próprio fato do rádio ser mais acessível ao grande contingente de analfabetos
do país. E, além disso, o rádio poderia ser ouvido em casa, no trabalho, na rua, etc., não necessitando
do tempo de dedicação e atenção exigidos pelo jornal e a revista.
A alternativa E também é falsa, uma vez que o telefone na época, além de ser um artigo que poucos
tinham acesso, era também simples, destinado apenas a telefonemas comuns e dependia das
centrais telefônicas, operadas por telefonistas que conectavam manualmente os telefones dos
usuários.
(FGV-CPDOC; ARAÚJO, 2017).
Gabarito: A
36. (VUNESP 2017 – Soldado PM 2ª Classe)
O regresso ao Rio de Janeiro do 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira em 18 de julho de
1945 estava sendo esperado e interpretado como um marco na campanha das forças
oposicionistas. O desfile das tropas pelas ruas da cidade seria como uma grande festa da UDN
e de seu candidato.
(Angela de Castro Gomes, A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. P.
284-285. Adaptado)
O trecho revela um momento importante da crise do Estado Novo associada ao retorno da FEB,
que
A) reforçaria a importância dos militares e da UDN na construção de uma saída negociada para
o fim da ditadura, o que levou Getúlio a renunciar e se isolar politicamente, sem estabelecer
relação com a cena política que viria a seguir.
B) ressaltaria o vínculo entre os setores de oposição a Vargas e a participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, na medida em que Vargas tinha sido favorável à
entrada na guerra ao lado do Eixo.
C) consagraria a vitória da luta pela democracia e a repulsa à ditadura e a seu presidente,
evidenciando a contradição entre uma política externa alinhada com os valores democráticos
e uma política interna autoritária.
D) evidenciaria a fraqueza do governo Vargas naquele contexto, dado o fato de que o governo
teve poucos recursos para sustentar as tropas na guerra, o que reforçou as sensações de
pobreza e precariedade disseminadas à época.

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E) consolidaria a aliança entre as elites civis organizadas na UDN, economicamente


intervencionistas e socialmente conservadoras, e os militares recém-saídos da guerra,
autoritários e com forte inspiração fascista.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o que levou ao fim do Estado Novo foi a contradição que
aumentou quando o Brasil se posicionou ao lado dos Aliados na Segunda Guerra. Essa contradição
se tornava mais evidente durante o conflito, uma vez que a sociedade brasileira vivia sob um regime
autoritário e fechado, mas o Estado se aliara às forças democráticas. Esse fato reconduziu o Brasil à
democracia. A redemocratização do país mobilizou a sociedade brasileira. Surgiram partidos
políticos nacionais que teriam a partir daquele momento, até a década de 1960, grande importância.
Foram eles a União Democrática Nacional (UDN), que reunia grande parte das oposições; o Partido
Social Democrático (PSD), beneficiário da máquina política do Estado Novo, e, finalmente, o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), formado a partir da base sindical controlada por Vargas. Enquanto a
UDN apoiou a candidatura de Eduardo Gomes, o PSD lançou a do general Eurico Dutra. O PTB
inicialmente manteve-se distante dos dois candidatos.
A alternativa B é falsa, uma vez que Vargas não tinha sido favorável à entrada na guerra ao lado do
Eixo, mas sim dos Aliados. Contudo, a participação do Brasil na Segunda Guerra de fato ressaltou o
vínculo entre os setores de oposição a Vargas. Para fazer frente às pressões e romper o isolamento
político, ainda em fevereiro o governo resolveu baixar a Lei Constitucional nº 9, que previa a
realização de eleições em data a ser marcada 90 dias depois. Era o primeiro passo para a
redemocratização do país. Em maio foi decretado o Código Eleitoral: as eleições para a presidência
da República e para o Parlamento Nacional seriam realizadas no dia 2 de dezembro daquele ano, e
em maio de 1946 se realizariam as eleições para os governos e assembleias estaduais. De acordo
com as regras do jogo, Vargas poderia concorrer às eleições, desde que se desincompatibilizasse do
cargo três meses antes do pleito. O presidente, no entanto, afirmava que não tinha interesse em
permanecer no poder, como de fato se afastou, voltando apenas na década de 1950.
A alternativa C é a resposta certa. A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado das
potencias aliadas contra o nazifascismo gerou uma contradição, pois na época Getúlio Vargas havia
implantado o Estado Novo (1937-1945), que era de forte orientação fascista. Portanto, à medida que
os Aliados derrotavam as tropas alemães e italianas na Europa tornava-se mais clara a contradição
de um país que lutava no exterior pela democracia, mas não a praticava internamente. A volta dos
brasileiros que combateram na Itália precipitou a queda de Vargas, propiciando a instalação de uma
fase de redemocratização.
A alternativa D é falsa, de modo que em 1943, Vargas criou a Força Expedicionária Brasileira (FEB)
para lutar ao lado dos Aliados na Itália. Em junho de 1944, cerca de 25 mil soldados brasileiros foram
enviados para combater os países do Eixo na Europa. A participação do Brasil na guerra foi
particularmente importante no tocante às forças armadas, que iriam desenvolver uma estratégia
militar e política a partir da concepção de integração do Brasil no mundo ocidental cristão sob a
hegemonia dos Estados Unidos. A criação e a atuação da Escola Superior de Guerra estão
intimamente relacionadas com esta nova estratégia.
A alternativa E está incorreta, pois a UDN não era economicamente intervencionista, de modo que
eram contrários às políticas estatais empreendidas por Vargas. Além disso, os militares recém-

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chegados da guerra trouxeram uma visão antiautoritária e antifascista, uma vez que eles foram para
a Itália ao lado das potências aliadas lutar contra o fascismo.
(ABREU, 2009; VAZ, 2013; FGV-CPDOC, 2017).
Gabarito: C

37. (VUNESP 2015 – Soldado PM 2ª Classe)


Analise a imagem, reflita sobre o conteúdo da faixa carregada pelos trabalhadores e assinale a
alternativa que completa corretamente o enunciado da questão.

O Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas em 1937, promoveu mudanças na política e na
sociedade brasileira. Uma dessas mudanças foi a
A) diminuição do intervencionismo do Estado para facilitar o processo de industrialização e a
ampliação dos mercados de trabalho e de consumo.
B) promulgação de reformas na legislação das empresas que reduziam os encargos trabalhistas
com o objetivo de ampliar a oferta de empregos.
C) proibição de instalação de empresas estrangeiras no país para incentivar e proteger a
indústria nacional e os trabalhadores brasileiros.
D) priorização das indústrias como setor principal da economia, o que beneficiou os
trabalhadores urbanos em detrimento dos camponeses.
E) unificação da legislação trabalhista (CLT) que garantia alguns direitos, como a instituição do
salário mínimo, para os trabalhadores brasileiros.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois um ponto importante da orientação ideológica de Getúlio Vargas,
centrado na área trabalhista, foi essencial para definir o futuro do desenvolvimentismo, defendendo
a integração do proletariado à sociedade moderna. Seguindo esses preceitos, Vargas admite e utiliza
maior intervenção estatal nos conflitos de classe, como pode ser demostrado pela criação do
Ministério do Trabalho já em 1930 e com o controle das organizações sindicais pelo Estado,
construindo as bases do populismo das décadas de 40 e 50.
A alternativa B também é incorreta, pois a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), de 1º de maio
de 1943, reuniu diversas normas que regulamentaram as empresas, visando garantir aos
trabalhadores os seus direitos, como a fiscalização do trabalho, as normas de direitos individuais e
coletivos de trabalho, o direito processual do trabalho, etc.

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A alternativa C também é incorreta, uma vez que uma das ações de Getúlio Vargas durante o Estado
Novo foi estabelecer uma série de acordos e negociações para empresas estrangeiras, tentando
mobilizar seus investimentos para uma usina siderúrgica no Brasil. É notável que essa preocupação
era vista como uma etapa para o objetivo maior de Getúlio: engendrar a industrialização.
A alternativa D também é incorreta, pois a política de desenvolvimento no Estado Novo tinha na
burguesia industrial o seu maior ponto de sustentação. Mesmo que o governo também desse apoio
para os setores agrários, essa ala de produtores não estava unificada no apoio a Getúlio. Até a
burguesia comercial também não era uníssona, especialmente devido a política industrializante, a
qual subordinava os setores de importação e exportação às necessidades do mercado interno. A
princípio, Vargas se sustentava muito mais na justificativa de unidade nacional do que na questão
da distribuição do crescimento, para assim se chegar à justiça social. Dessa forma, é notável que a
“recompensa” aos trabalhadores viria, mas, para isso, era preciso se submeter à aridez do processo
de industrialização, o qual se daria por medidas autoritárias.
A alternativa E está correta. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma compilação de leis
trabalhistas brasileiras elaborada, no governo do então Presidente Getúlio Vargas e promulgada no
Brasil em 1º de maio de 1943 por meio do Decreto-Lei n. 5243, durante o regime autoritário do
Estado Novo. Nesse documento legal, foram reunidas normas de direito individual e coletivo de
trabalho, de fiscalização do trabalho e de direito processual do trabalho. Também foi nesse ano que
a implantação da Justiça do Trabalho, os benefícios de salário mínimo e estabilidade adquirida foram
consolidados, o que marcaria a legislação trabalhista brasileira até as primeiras décadas do século
XXI.
(CEZAR, 2019; JESUS; MENDONÇA; KIRSTEN, 2019).
Gabarito: E
38. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2017)
Observe a imagem a seguir:

A charge faz referência:


A) à Revolta da Chibata.
B) à Guerra do Contestado.
C) à comunidade de Canudos.

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D) à Revolta da Vacina.
E) à Revolta Tenentista.
Comentários
Observando-se a imagem apresentada e a data em que ela foi divulgada, na legenda da foto, é
possível perceber a qual acontecimento ela se refere, a saber, a chamada Revolta da Vacina de 1904.
Entre o final do século XIX e o início do XX, as principais cidades brasileiras ainda eram sujas e sofriam
com os problemas de saneamento e higiene, sendo que doenças como a varíola, a febre amarela e
a tuberculose eram comuns neste período. O Rio de Janeiro, até então a capital brasileira, também
era uma das cidades que sofriam com a falta de higiene e prevenção de doenças.
Rodrigues Alves, que assumiu a presidência do Brasil a partir de 1902, adotou uma política de
saneamento e reurbanização das cidades, nomeando o médico Oswaldo Cruz como diretor de saúde
pública, efetuando uma campanha de saneamento e vacinação obrigatória da população (como
podemos observar, também na legenda, o título “O espeto obrigatório”, em alusão à agulha e à
obrigatoriedade da vacinação).
No entanto, a campanha não foi feita de forma a conscientizar e esclarecer a população sobre os
benefícios da vacinação e da higiene, mas de forma autoritária, na qual as casas eram invadidas pelos
agentes de saúde e as pessoas eram obrigadas à vacinação.
Em uma sociedade em que as pessoas não estavam acostumadas com tais formas de higiene,
tampouco em mostrar seu corpo para pessoas desconhecidas, tal ação do Estado gerou uma
insatisfação popular, culminando, portanto, naquela que ficou conhecida como a Revolta da Vacina.
Gabarito: D

39. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2014)


Considere as imagens a seguir.

As duas bandeiras nacionais brasileiras representam, respectivamente,


A) (1) os princípios do federalismo, que defendiam a descentralização política e a autonomia
das unidades da federação; (2) os princípios do positivismo, que defendia a centralização
política e a ditadura republicana.

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B) (1) o projeto americanófilo, que defendia que o Brasil se inspirasse no modelo de sociedade
dos EUA; (2) o projeto nativista, que defendia o parlamentarismo em uma monarquia
constitucional.
C) (1) os interesses da elite liberal e ilustrada, habitante das grandes cidades; (2) os interesses
da oligarquia paulista cafeicultora aliada ao exército, responsável pelo golpe da República de
1889.
D) (1) a perspectiva jacobina, mais radical e democrática, identificada com os lemas da
Revolução Americana; (2) a perspectiva oligárquica, mais autoritária, identificada com as ideias
de ordem e progresso.
E) (1) o liberalismo econômico, de acordo com os interesses da nascente burguesia industrial;
(2) o intervencionismo, de acordo com os interesses dos cafeicultores e grandes proprietários
em geral.
Comentários
A primeira bandeira do Governo Provisório foi instituída com a Proclamação da República, em 1889,
e foi inspirada na ideologia do movimento republicano federalista, em oposição ao centralismo da
monarquia. Perdurou durante apenas 5 dias, quando foi substituída pela atual bandeira (nº. 2),
inspirada no movimento Positivista de Augusto Comte, sob o lema “Ordem e Progresso” que, em
conjunto, garantiria a evolução progressiva ao Estado Positivo (científico). O governo deveria ser
dado a um líder (presidente) republicano, o qual seria o responsável por estabelecer as diretrizes
para o bom andamento do país.
Gabarito: A

40. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2013)


A partir de 1890, quando a capoeira foi criminalizada, através do artigo 402 do Código Penal,
como atividade proibida (com pena que poderia levar de dois a seis meses de reclusão), a
repressão policial abateu-se duramente sobre seus praticantes. Os capoeiristas eram
considerados por muitos como “mendigos ou vagabundos”. Outras práticas afro-brasileiras,
como o samba e os candomblés, foram igualmente perseguidas.
(Revista de História da Biblioteca Nacional, 21 jul.08).

A criminalização descrita no trecho pode ser associada:


A) à política de valorização da diversidade promovida pela República, desde que não fossem
práticas imorais.
B) à dificuldade das autoridades da época de combaterem a malandragem e a prostituição sem
o apoio da lei.
C) à intenção da elite da República Velha de civilizar o país, reprimindo aspectos de uma cultura
selvagem e primitiva.
D) à iniciativa do poder público de proteger a população de práticas historicamente ligadas à
vadiagem e à criminalidade.

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E) às marcas do racismo e da discriminação da cultura afro-brasileira, mesmo após a abolição


da escravidão.
Comentários
A capoeira, o samba e o candomblé são atividades ligadas à cultura afro-brasileira, marcadas,
sobretudo pela participação dos negros escravizados. No Brasil, tais atividades foram vistas de forma
preconceituosa, associando-as aos mendigos e à vagabundagem e que não deveriam ser praticadas
pela população.
A consequente repressão policial, amparada por dispositivos legais (como o artigo 402 do Código
Penal da época), é marca evidente de uma sociedade ainda racista e discriminatória em relação aos
negros, mesmo após a abolição da escravidão, no ano de 1888.
Gabarito: E

41. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2011)


Em 1890 a população geral do estado de São Paulo era de 1384753 e já em 1900 quase dobrou
o número de habitantes, com a estimativa de um total de 2279608. No período relacionado,
do total de 1 351459 imigrantes entrados no país, temos 690365 italianos (de 1890 a 1899),
equivalente a 51%. Somente o estado de São Paulo absorveu mais da metade dos imigrantes,
num total de 430 243 italianos no mesmo período. (...) A entrada de trabalhadores europeus e
seus familiares estava além da atração exercida pela cafeicultura, o artesanato e a indústria.
Ao lado do estímulo oferecido pelo subsídio e o trabalho na lavoura, havia na Europa mudanças
significativas e generalizadas que impulsionaram a liberação de habitantes dos setores
agrícolas e também das cidades. O desejo por trabalho e uma vida melhor na América colocou
os imigrantes italianos entre as principais etnias preferidas pela política imigratória paulista.
(Rosana Aparecida Cintra. In Anais do XX Encontro Regional de História: História e Liberdade.
ANPUH/SP – UNESP-Franca, 2010.)

A partir do texto, é correto reconhecer que o grande fluxo de imigrantes para São Paulo
relaciona-se com
A) a determinação do governo imperial em subsidiar a vinda de imigrantes, que recebiam na
província de São Paulo pequenas propriedades, conforme estabelecia a Lei de Terras, aprovada
em 1850.
B) a insistência do parlamento brasileiro – dominado pela elite escravocrata – em instituir cotas
nacionais de imigração para a província de São Paulo, privilegiando italianos e japoneses.
C) o enorme crescimento da atividade industrial em todas as regiões brasileiras, associado ao
interesse do governo italiano em mandar para a América militantes políticos radicais, como os
fascistas.
D) a exigência dos proprietários rurais brasileiros em aceitar a abolição da escravatura apenas
diante da elaboração de um projeto de imigração exclusivamente de italianos, por serem
brancos e cristãos.

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E) a necessidade de mão de obra para várias atividades econômicas, assim como as condições
desfavoráveis para que as pessoas permanecessem em algumas regiões da Europa.
Comentários
O grande fluxo de imigrantes italianos ao Brasil se deve, para além do incentivo à cafeicultura
paulista, ao fato de se obter uma mão de obra mais barata, uma vez que a mão de obra dos negros
escravizados fora abolida em 1888.
Além da cafeicultura, muitos imigrantes italianos partiram, sobretudo entre 1920 e 1930, para os
grandes centros urbanos (na cidade de São Paulo, por exemplo, o bairro da Mooca é de origem
italiana).
Neste sentido, a imigração para o Brasil foi incentivada por conta da situação desfavorável em
regiões da Europa, como a própria Itália que, após anos de luta para a sua unificação, que se
consolidou entre 1870 e 1871, tinha dificuldades para se reerguer, tanto nos campos quanto nas
cidades.
Gabarito: E

42. (VUNESP 2008 – Soldado PM 2ª Classe)


Após a Proclamação da República, o Congresso Constituinte brasileiro aprovou a Constituição
de 1891, que teve como uma de suas características
A) o estabelecimento de quatro poderes harmônicos e independentes entre si, sendo um deles
o poder moderador do Presidente da República.
B) o direito de voto aos cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, excluídas certas categorias
como, por exemplo, os analfabetos e os mendigos.
C) o dever de todos os cidadãos brasileiros praticarem o culto ao catolicismo, considerado
religião oficial por determinação do governo.
D) a garantia do direito de qualquer cidadão brasileiro, maior de 21 anos, poder candidatar-se
ao mandato de Senador vitalício da República.
E) a instauração do sistema parlamentarista, no qual o primeiro ministro possuía mais poderes
políticos do que o Presidente da República.
Comentários
Em 1889, após ostensivas negociações com o Rei D. Pedro II, a República do Brasil foi proclamada.
Como tal, era necessária uma carta magna que regesse as leis do país. Em 1891, foi outorgada a
primeira Constituição do Brasil. Inspirada no modelo Norte Americano, a carta continha em seu
texto aspectos novos e revolucionários à época.
Inspirada pela filosofia francesa positivista, a carta delimita aspectos novos do estado brasileiro,
como o presidencialismo e o federalismo, o voto direto, masculino e não secreto para
representantes do executivo e do legislativo, a independência entre os três poderes e o fim de
poderes monárquicos, como o poder moderador.
Gabarito: B

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43. (Vunesp 2016)


Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do Trabalho
completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos empresários
e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda em geral.
Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e fascistas
então na moda.
(Letícia Bicalho Canêdo. A classe operária vai ao sindicato, 1988.)

Entre as características do modelo citado no texto, sobressaíam:


A) o direito de greve e a valorização da luta de classes.
B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.
D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.
E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.
Comentários
Dentre as características do modelo sindical criado por Lindolfo Collor estavam a união sindical de
acordo com a profissão do trabalhador e a defesa do corporativismo trabalhista.
Gabarito: B

44. (Vunesp 2010)


Sobre o movimento constitucionalista de 1932, é possível afirmar que:
A) foi resultado da política federal, que impedia a exportação do café de São Paulo para o
Ocidente europeu.
B) atrasou o processo de democratização brasileira empreendido por Getúlio Vargas a partir
de 1930.
C) tinha, como principal objetivo, a separação do estado de São Paulo do restante da federação.
D) levou o governo federal a negociar com a oligarquia paulista e a fazer concessões a seus
interesses.
E) obteve sucesso, derrotando as tropas de Vargas e devolvendo a presidência aos
cafeicultores.
Comentários
A alternativa “D” está correta, porém não destaca as principais características ou consequências do
movimento. A revolução paulista não envolveu apenas interesses das oligarquias e, de forma geral,
representou uma derrota para a elite de São Paulo, apesar de algumas concessões políticas aos
representantes do Estado. Note que o modelo que havia se iniciado a partir de 30 foi preservado e,
nos anos seguintes, consolidou-se o populismo como forma política predominante.

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Gabarito: D

45. (VUNESP - 2015 - Prefeitura de São Paulo - SP - Analista de Políticas Públicas e Gestão
Governamental)
Entre as incertezas dos primeiros anos do período pós-Revolução de 1930, o governo definiu,
com segurança, a política do estabelecimento de um novo tipo de relações entre o Estado e a
classe operária.
(Boris Fausto. In: Carlos Guilherme Mota (org.), Brasil em perspectiva. Adaptado)

Getúlio Vargas, durante o Governo Provisório (1930-1934), no tocante às “relações entre o


Estado e a classe operária”,
A) promulgou uma diretriz legal para a formação de sindicatos de empregados e patronais com
princípios liberais, proibiu associações de trabalhadores formadas por estrangeiros e
regulamentou o salário mínimo regional.
B) criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e as Juntas de Conciliação e
Julgamentos, decretou disposições acerca do horário de trabalho no comércio e na indústria,
além das primeiras regulamentações dos sindicatos.
C) instituiu o salário mínimo para todos os trabalhadores do campo e da cidade, proibiu o
trabalho fabril para as mulheres e estabeleceu uma legislação sindical que beneficiou os
sindicatos sob a hegemonia dos reformistas.
D) instituiu uma ampla legislação trabalhista para atender as reivindicações dos principais
sindicatos, incentivou a imigração de italianos e espanhóis para compor a mão de obra
industrial e criou o instituto da pluralidade sindical.
E) publicou um decreto estabelecendo a liberdade sindical, criou a Consolidação das Leis
Trabalhistas, regulamentou detalhadamente o trabalho relacionado com o homem do campo
e promoveu a reforma agrária.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois para que o corporativismo proposto por Getúlio Vargas fosse viável,
ele assumiu a função de árbitro entre o interesse desses grupos sociais, não se caracterizando como
uma diretriz liberal. Compondo a maioria, os trabalhadores teriam suas atividades políticas e
sindicais controladas pelas leis governamentais. Munidos de tal garantia, os representantes do
empresariado se mostravam dispostos a arcar com os vários custos que a legislação trabalhista
produziria ao longo do tempo.
A alternativa B é a resposta certa. A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 26
de novembro de 1930, foi uma das primeiras iniciativas do governo revolucionário implantado no
Brasil no dia 3 daquele mesmo mês sob a chefia de Getúlio Vargas. O ministério surgiu para
concretizar o projeto do novo regime de interferir sistematicamente no conflito entre capital e
trabalho. Até então, no Brasil, as questões relativas ao mundo do trabalho eram tratadas pelo
Ministério da Agricultura, sendo na realidade praticamente ignoradas pelo governo. As Juntas de
Conciliação e Julgamento, criadas por Getúlio Vargas em 1932, tinham como função pacificar os

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conflitos trabalhistas e aplicar a recém-criada legislação trabalhista brasileira (que daria origem à
CLT de 1943) embora não tenham inicialmente formado parte do Poder Judiciário do Brasil. As Juntas
tinham competência para conhecer e dirimir dissídios individuais trabalhistas, mas, por não
formarem parte do Judiciário, não executavam suas decisões, que apenas serviam como
fundamento para processo de execução a ser protocolado na Justiça Comum.
A alternativa C também está incorreta, pois somente nos primeiros anos do Estado Novo (1937-
1945) que foi regulamentado o salário mínimo (1938) e foi criado, em agosto de 1940, o Serviço de
Alimentação da Previdência Social (SAPS). Em 1° de maio de 1941 foi finalmente inaugurada a Justiça
do Trabalho. Iniciou-se a cobrança do imposto sindical, instrumento importante para a manutenção
da tutela estatal sobre as organizações sindicais.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que a Lei de Sindicalização, de março de 1931, definiu
que os espaços de organização da causa trabalhista deveriam contar com 2/3 de filiados nascidos no
Brasil. Com isso, o governo afastaria a participação dos vários trabalhadores imigrantes que
disseminavam os ideais socialistas e anarquistas em tais instituições. Nesse instante, já podemos ver
os interesses de controle do Estado junto aos trabalhadores.
A alternativa E também é incorreta, pois a Lei de Sindicalização, de março de 1931, impunha que os
sindicatos só entrariam em funcionamento a partir da aprovação oficial destes pelo governo.
(FGV-CPDOC, 2017; SOUSA, 2019).
Gabarito: B

46. (VUNESP/PM-SP/2012 – ALUNO OFICIAL)


Podemos sintetizar o Estado Novo sob o aspecto socioeconômico, dizendo que representou
uma aliança da burocracia civil e militar e da burguesia industrial, cujo objetivo comum
imediato era o de promover a industrialização do país sem grandes abalos sociais.
(Bóris Fausto, História do Brasil).

Do ponto de vista da burguesia industrial, a aliança com Getúlio Vargas era interessante, pois
os industriais:
A) preferiam o autoritarismo de Getúlio ao governo populista e democrático da República
Velha.
B) reconheceram em Getúlio um representante do liberalismo econômico, defensor do não
intervencionismo.
C) acabaram se convencendo de que o incentivo à industrialização dependia de uma ativa
intervenção do Estado.
D) defendiam uma política econômica voltada para a agroexportação, de forma a sustentar a
industrialização.
E) consideravam positiva a ação do Estado em defesa da indústria automobilística, uma marca
da Era Vargas.

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Comentários
A questão aborda características socioeconômicas do período conhecido como o Estado Novo (1937-
1945), regime ditatorial sob a liderança de Getúlio Vargas, no qual houve um grande incentivo à
industrialização do país por meio de uma classe social mais abastada (a chamada burguesia
industrial).
Para que o desenvolvimento industrial ganhasse corpo, deve-se destacar que houve uma ampla
intervenção estatal na indústria e na economia, por exemplo, através da criação da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941, o que favoreceu a geração de empregos e o crescimento
econômico do país.
Gabarito: C

47. (VUNESP/PM-SP/2010 – OFICIAL ADMINISTRATIVO)


Sufocadas as oposições, estava instalada a ditadura. Consolidava- se um processo já esboçado
desde o início do governo de Vargas, rumo ao autoritarismo político e à concentração do poder
nas mãos do Estado. A partir daí, este procurou agir diretamente em todos os setores da vida
do país: da economia à educação, da saúde à regulamentação do trabalho, das comunicações
aos esportes.
(Sonia de Deus Rodrigues Bercito. Nos tempos de Getúlio: da revolução de 30 ao fim do
Estado Novo).

O fragmento faz referência ao Estado Novo (1937-1945). Sobre esse regime, é correto afirmar
que:
A) institucionalizou a plena liberdade sindical para os trabalhadores urbanos ligados à indústria
e incorporou os sindicatos rurais à estrutura do Ministério da Justiça.
B) orientou uma política econômica incentivadora das atividades industriais, o que pode ser
exemplificado pela instalação da Companhia Siderúrgica Nacional.
C) outorgou a Constituição liberal de 1937, que estabeleceu um amplo respeito às liberdades
individuais e ao direito de greve dos trabalhadores sindicalizados.
D) reorganizou a estrutura fundiária, com uma ampla distribuição de pequenas propriedades
rurais e com a extensão das leis trabalhistas para os camponeses.
E) promoveu uma radical reorientação na exploração das riquezas nacionais, pois privilegiou o
setor agroexportador em detrimento da produção industrial.
Comentários
Durante o Estado Novo (1937-1945), o governo brasileiro incentivou o desenvolvimento industrial,
o que favoreceu amplamente no avanço econômico do país. Como exemplificado anteriormente, a
criação da Companhia Siderúrgica Nacional é um marco do incentivo do Estado na industrialização
do país. A alternativa que evidencia, corretamente, este aspecto é a letra B.
Gabarito: B

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48. (VUNESP/PM-SP/2014 – ALUNO OFICIAL)


Considere a imagem a seguir.

O episódio retratado na imagem está relacionado:


A) à defesa da permanência de Getúlio Vargas no poder, em 1945.
B) às eleições de 1930, que opuseram Getúlio Vargas a Júlio Prestes.
C) às eleições de 1950, quando Getúlio Vargas ganhou de Eduardo Gomes.
D) às manifestações de rua que lamentaram a morte de Getúlio Vargas, em 1954.
E) ao golpe que instaurou o Estado Novo, em 1937, com Getúlio Vargas saudado nas ruas.
Comentários
A imagem apresentada retrata um movimento ocorrido no ano de 1945, o qual ficou conhecido
como Movimento Queremista (ou, simplesmente, Queremismo), em prol da permanência de
Getúlio Vargas enquanto Presidente do Brasil.
Tal movimento ganhou esta nomenclatura por conta de seu slogan utilizado nas manifestações,
tanto em cartazes e faixas quanto nas vozes de seus adeptos: “Nós queremos Getúlio”.
Elas ocorreram, sobretudo, no Rio de Janeiro (então capital do país), mas não surtiram o efeito
desejado pelos seus manifestantes, uma vez que Getúlio Vargas saiu da presidência no mesmo ano
(1945).
Gabarito: A

49. (VUNESP/PM-SP/2013 – ALUNO OFICIAL)


Observe a imagem para responder à questão.

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Entre as músicas associadas a mensagem política do cartaz, é possível identificar o samba:


A) Com que roupa?, de Noel Rosa, que canta “vou tratar você com força bruta pra poder me
reabilitar”.
B) Lenço no pescoço, de Wilson Batista, que canta “eu vejo quem trabalha andar no miserê,
sou vadio porque tive inclinação”.
C) Bonde São Januário, de Ataulfo Alves e Wilson Batista, que canta “quem trabalha é que tem
razão, eu digo e não tenho medo de errar”.
D) Pudesse meu ideal, de Cartola, que canta “pudesse meu ideal, que é o carnaval de encantos
mil, valorizar neste poema”.
E) Pelo telefone, de Donga, que canta “o chefe da polícia pelo telefone manda me avisar, que
com alegria não se questione para se brincar”.
Comentários
A imagem em questão evidencia, por meio do texto escrito, um dos enfoques do governo de Vargas:
a ampliação dos direitos trabalhistas e a valorização do trabalho. A título de curiosidade, Vargas era
autointitulado, por meio de propagandas difundidas, como o “Trabalhador número 1”, sendo este
um motivo de orgulho para o cidadão.
Dentre as músicas listadas, aquela que valoriza o trabalho e corresponde à imagem apresentada é a
música “Bonde São Januário”, que afirma que “quem trabalha é quem tem razão...”
Gabarito: C

50. (VUNESP/PM-SP/2011 – SOLDADO - SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO)


O Estado Novo, fase do governo de Getúlio Vargas, foi marcado:
A) pelo poder dos coronéis e pela autonomia dos sindicatos.
B) pela liberdade de expressão e pelos ideais democráticos.

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C) pelo auge do setor automobilístico e pelo bipartidarismo.


D) pela construção de Brasília e pelo poder Legislativo forte.
E) pelo desenvolvimento industrial e pelas leis trabalhistas.
Comentários
O Estado Novo (1937-1945), como evidenciado anteriormente, marca a intervenção estatal para o
desenvolvimento de indústrias e, também, a ampliação dos direitos do trabalhador, por exemplo, a
partir da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a partir de 1943. Assim sendo, a alternativa correta
é a letra E.
Gabarito: E

51. (VUNESP/PM-SP/2014 – SOLDADO 2ª CLASSE)


No dia 30 de setembro de 1937, os jornais anunciaram a descoberta, pelo Estado-Maior do
Exército, de um plano de insurreição comunista atribuído ao Comintern e assinado por um
nome judaico: “Cohen”.
Dia 10 de novembro de 1937: o exército cerca o Palácio Monroe, no Rio, onde funciona o
Senado. Com o apoio das armas, Getúlio fecha o Congresso e extingue os partidos políticos.
(Brasil: Nosso Século. Vol. 5, 1930/1945. Adaptado).

Os eventos descritos no texto estão ligados:


A) ao golpe militar que depôs o presidente eleito, Washington Luiz, permitindo que Getúlio
Vargas assumisse o governo do Brasil.
B) à resposta do governo Vargas frente à Revolução Constitucionalista, em que tropas paulistas
se levantaram contra o governo federal.
C) aos esforços do então presidente Vargas para resistir às pressões do Congresso Nacional,
que exigia sua renúncia ao cargo.
D) à estratégia utilizada por Getúlio Vargas e seus assessores para justificar a implantação do
regime ditatorial do Estado Novo.
E) à repressão desencadeada pelas tropas getulistas contra a tentativa de golpe realizada pelos
comunistas da Ação Integralista Brasileira.
Comentários
A questão abordada apresenta o chamado “Plano Cohen”, nome dado a uma suposta conspiração
comunista para tomar o poder do Brasil e instaurar o comunismo. É de extrema importância
compreender que a denúncia deste suposto plano foi uma estratégia utilizada pelo governo de
Getúlio Vargas, e que não existia, de fato, uma conspiração para implantar o comunismo através de
uma revolta. No entanto, as elites, preocupadas em manter os seus privilégios e impedir a “onda
comunista” soviética, apoiaram o golpe que instituiu o Estado Novo, a partir de 1937, com o
fechamento do Congresso e a extinção dos partidos políticos.
Gabarito: D

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52. (VUNESP/PM-SP/2014 – SOLDADO 2ª CLASSE)


A Revolução de 1930 promoveu transformações significativas na história do Brasil. Sobre a
Revolução de 1930, pode-se afirmar corretamente que:
A) resultou de disputas por terras entre camponeses e pecuaristas no nordeste brasileiro.
B) propiciou o restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos da América.
C) representou os grupos sociais interessados em elaborar uma nova Constituição.
D) originou o período da história brasileira conhecido como a Era Vargas.
E) foi financiada com recursos oriundos da economia da cana-de-açúcar.
Comentários
A questão trata da Revolução de 1930, conduzida por políticos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
da Paraíba, cujo objetivo era depor o então presidente do Brasil, Washington Luís, e pôr fim à
Primeira República. Em 1929, Washington Luís indicou o paulista Júlio Prestes como candidato a seu
sucessor, o que deixou os políticos de Minas, Paraíba e Rio Grande do Sul insatisfeitos, os quais
criaram a Aliança Liberal (AL), sob liderança de Getúlio Vargas e João Pessoa. Nas eleições de 1930,
Júlio Prestes foi eleito, mas a Aliança Liberal rejeitou a validade do resultado, tendo alegado fraude.
Com o assassinato de João Pessoa (por motivos pessoais, mas que foram associados à vingança
política), Vargas declarou a Revolução, partindo do RS em direção ao Rio de Janeiro, onde
Washington Luis seria derrubado. Vargas tornou-se, então, chefe do Governo Provisório da
República, revogando a Constituição de 1891 e governando o país através de decretos. Teve início,
assim, o que se convencionou chamar de a “Era Vargas”.
Gabarito: D

53. (VUNESP/PM-SP/2013 – SOLDADO 2ª CLASSE)


No final de 1951, o presidente Getúlio Vargas enviou ao Congresso Nacional o projeto de
criação da companhia Petróleo Brasileiro S. A. (Petrobras). Em um discurso pronunciado,
poucos meses depois, no estado da Bahia, assim se referiu Getúlio Vargas a Petrobras:
A Petrobras será o próprio Governo agindo no campo da indústria petrolífera, tal como já o faz
na indústria do aço, através da Companhia Siderúrgica Nacional. E isto sem o prejuízo do
concurso do capital privado. Mas nem remotamente existe o perigo de que, através da
participação do capital privado, venham a agir os grupos financeiros estrangeiros, ou mesmo
nacionais. Afastou-se tal perigo, reduzindo o montante de sua participação na sociedade,
ficando a União Federal com nunca menos de 51% do total.
(Getúlio Vargas. O governo trabalhista do Brasil. Vol. III. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio
Editora, 1969, p. 157. Adaptado).

O discurso apresenta uma característica essencial do governo de Getúlio Vargas, que não se
limita à fase do governo democrático dos anos cinquenta, que foi a:
A) procura de formação de blocos econômicos regionais, com a finalidade de resistir ao
domínio imperialista.

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B) privatização das empresas estatais, com a venda de ações das grandes indústrias nas bolsas
de investimento.
C) liberalização econômica, com a abertura dos mercados nacionais aos capitais financeiros.
D) política de socialização da economia brasileira, com o controle da produção pelos
trabalhadores.
E) presença estatal em setores estratégicos da economia, com a limitação de investimentos
particulares.
Comentários
Em seu discurso, Vargas evidencia uma característica que marcou significativamente o Estado Novo:
a intervenção estatal na economia. Ao dizer que a Petrobras seria o próprio governo agindo, fica
evidente tal associação. Fica claro, também, no trecho em que ele fala da limitação do investimento
privado, que não deve ultrapassar os 49%, ou seja, a maioria (51%) deve pertencer ao Estado.
Gabarito: E

54. (VUNESP/PM-SP/2012 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Observe o cartaz produzido em 1943 pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), no
período do Estado Novo.

A partir dele, pode-se afirmar que o presidente Getúlio Vargas:


A) era o protetor dos trabalhadores, que foram proibidos de participar de sindicatos.
B) organizava os trabalhadores em sindicatos, estimulando greves e manifestações.
C) extinguiu os sindicatos, mas criou leis sociais que amparavam os operários.
D) retomou as leis trabalhistas que haviam sido extintas durante a República Velha.
E) apresentava as leis sociais como doação do Estado aos trabalhadores.

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Comentários
O cartaz apresenta as leis de caráter social, bem como as leis que favoreceram os direitos trabalhista,
apresentadas como “benesses” concedidas pelo governo. A população deve, portanto, orgulhar-se
de seu país e de suas leis, feitas para garantir, segundo a própria propaganda feita, os direitos dos
cidadãos.
Gabarito: E

55. (VUNESP/PM-SP/2010 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Leia as afirmações sobre a Revolução de 1930 e a Era Vargas.
I. A emergência da classe média, do tenentismo e do movimento operário contribuiu para a
vitória da Revolução de 1930.
II. Estados da Federação, insatisfeitos especialmente com a hegemonia de São Paulo,
associados a setores econômicos, como charqueadores, produtores de açúcar, de cacau e
segmentos industriais, contribuíram para derrubar o Estado oligárquico.
III. Em 1937, Vargas fechou o Congresso Nacional, instalou o Estado Novo e passou a governar
com poderes ditatoriais. O governo passou a ser centralizado e o Departamento de Imprensa
e Propaganda atuou na linha de frente da censura.
IV. Entre as realizações da Era Vargas pode-se D Estacar: a criação da Justiça do Trabalho, do
salário-mínimo, da Consolidação das Leis do Trabalho, além de obras na área de infraestrutura
como a Companhia Siderúrgica Nacional.

Estão corretas as afirmações:


A) I, II, III e IV.
B) I, II e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) II e IV, apenas.
E) II e III, apenas.
Comentários
Sobre a Revolução de 1930 e a Era Vargas, temos as afirmações:
I. O movimento operário era formado por diversas correntes e o movimento sindical já vinha
pedindo direitos trabalhistas, e era uma das propostas de campanha da Aliança Liberal (partido que
lançou Vargas), e de forma geral, o movimento operário apoiava as reformas propostas por Vargas,
e a derrubada de Washington Luís.
II. Correta. Sob o apoio de políticos do RS, MG e PB, a revolução procurou derrubar o presidente
Washington Luis e evitar a posse do paulista Júlio Prestes, quebrando a hegemonia do estado de São
Paulo na presidência.
III. Correta.

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IV. Correta. O governo de Vargas trouxe uma série de contribuições no que diz respeito às leis
trabalhistas e ao desenvolvimento da indústria no país.
Gabarito: A

56. (VUNESP/PM-SP/2008 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Considere o cartaz.

No início da Era Vargas, surgiu um movimento, mostrado no cartaz, que:


A) utilizou a bandeira do constitucionalismo para opor-se ao governo federal.
B) defendeu a implantação de uma República socialista ou comunista no Brasil.
C) obteve o apoio incondicional dos partidos políticos para depor o presidente.
D) combateu o poder político das elites cafeeiras de São Paulo e de Minas Gerais.
E) apoiou o presidente em troca da legalização do Partido Democrático Paulista.
Comentários
O cartaz faz referência à Revolução Constitucionalista de 1932, que aconteceu no estado de São
Paulo contra o governo de Getúlio Vargas. As elites de São Paulo procuravam o comando político do
país, perdido com a Revolução de 1930, liderada por políticos do RS, MG e PB. A Revolução de 1932
desejava a convocação de novas eleições para a presidência e da elaboração de uma nova
Constituição, que não foram feitas de imediato, mas que, de forma gradual, foram alcançadas.
Gabarito: A

57. (VUNESP/PM-SP/2009 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Durante o Estado Novo (1937-1945), o presidente Getúlio Vargas:
A) realizou a reforma agrária e promulgou uma Constituição democrática.
B) estendeu os direitos trabalhistas ao campo e promoveu o nacionalismo.
C) acabou com a censura e concedeu ampla autonomia aos estados.
D) incentivou a indústria de base e controlou os sindicatos operários.
E) aderiu aos Aliados na Segunda Guerra e estabeleceu o bipartidarismo.

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Comentários
Durante o Estado Novo, uma das marcas do governo de Getúlio Vargas foi o incentivo à
industrialização, por exemplo, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN - 1941). Além
disso, outra preocupação foi limitar os sindicatos de operários, com o objetivo de evitar possíveis
manifestações em oposição ao governo e aos interesses das elites.
Gabarito: D

58. (VUNESP/PM-SP/2007 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Considere a charge.

A charge expressa um fato ocorrido no Brasil, na década de 1930. Essa Carta Magna, chamada
de “Polaca”, provocou mudanças na estrutura política do país, uma vez que:
A) o poder legislativo federal estabeleceu o sistema parlamentarista de governo.
B) o poder executivo criou mecanismos de intervenção no poder legislativo.
C) o governo brasileiro foi obrigado a renunciar por pressões dos militares.
D) os três poderes não poderiam sofrer quaisquer formas de intervenção.
E) o Congresso Nacional determinou o fim do regime presidencialista.
Comentários
A charge faz referência à Constituição Federal de 1937, também conhecida como “Constituição
Polaca”, em referência à Constituição Polonesa, de caráter autoritário e que garantia a concentração
de poderes nas mãos do chefe do Executivo (o presidente). Foi outorgada pelo presidente Getúlio
Vargas, que implantou o regime ditatorial do Estado Novo. Ela concentrou o poder nas mãos de
Vargas, que fechou o Congresso e estabeleceu para si (o Poder Executivo) os mecanismos de
intervenção no Poder Legislativo.
Gabarito: B

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59. (VUNESP/PM-SP/2014 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Durante a Era Vargas (1930-1945), em relação à Constituição Brasileira, o país viveu a seguinte
situação:
A) Apoiado no fato de ter sido alçado ao poder por meio de um golpe de Estado, Vargas
governou durante 15 anos sem uma Constituição.
B) Ao tomar posse por meio da Revolução de 1930, Vargas declarou inválida a Constituição
imperial, em vigor desde 1824.
C) Para instaurar a ditadura do Estado Novo, iniciada em 1937, Vargas utilizou-se dos recursos
dos Atos Institucionais.
D) A Constituição promulgada em 1934 trazia uma série de inovações, entre elas o voto
feminino e uma série de leis trabalhistas.
E) Por intermédio da Revolução Constitucionalista de 1932, as oligarquias paulistas lutaram
pela anulação da Constituição de 1930.
Comentários
Durante a Era Vargas, o então presidente da república, Getúlio, governou o país respaldado pela
Constituição Federal. Analisando as alternativas presentes na questão, fica evidente que apenas a
letra D está correta, uma vez que a Constituição de 1934 trouxe alguns avanços para o país no que
diz respeito às leis de caráter trabalhista e social, como se evidencia pela instituição do salário
mínimo, férias remuneradas e descanso semanal, além da garantia, conquistada em 1932 e
incorporada à Constituição em 1934, do voto feminino.
Gabarito: D

60. (VUNESP/PM-SP/2011 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Na economia, a Era Vargas, principalmente durante o Estado Novo, foi marcada:
A) pelo sucesso da reforma agrária e fiscal.
B) pela ampla abertura às importações.
C) pela prioridade à agricultura de subsistência.
D) por medidas nacionalistas e intervencionistas.
E) pelo abandono do setor urbano-industrial.
Comentários
A Era Vargas, que teve início em 1930 e perdurou até 1945, é marcada por uma série de aspectos
que já abordamos em outras questões, como a criação de leis trabalhistas, de cunho social, um
período ditatorial (o Estado Novo, entre 1937 e 1945), o incentivo à industrialização do país (com a
criação, por exemplo, da Companhia Siderúrgica Nacional, em 1941) e a intervenção do Estado na
economia, por meio de medidas de caráter nacionalista.
Gabarito: D

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61. (VUNESP - PM-SP - Aluno Oficial / 2019)


A escassez de navios capazes de atravessar o oceano estimulou as exportações de artigos
manufaturados e, ao mesmo tempo, desencorajou as suas importações. Os mercados
consumidores da Argentina, do Uruguai, e de outros países sul-americanos se abriram para os
brasileiros ao se fecharem as fontes habituais de suprimento de tecidos. As exportações de
tecidos de algodão, em meados de 1942, só eram superadas em valor, pelo café; as carnes
enlatadas e congeladas vinham em terceiro lugar.
(Warren Dean. A industrialização de São Paulo (1880-1945), s/d)

O excerto alude:
A) ao isolamento internacional da economia brasileira provocado pela Grande Guerra Mundial.
B) ao efeito das leis governamentais de proteção ao trabalho no mercado interno brasileiro.
C) ao entrave ao desenvolvimento industrial do Brasil decorrente da concorrência de produtos
estrangeiros.
D) à política de desvalorização da moeda brasileira com a finalidade de encarecer as
mercadorias industrializadas importadas.
E) à situação da economia do Brasil em um quadro de confrontos militares entre os países
industrializados.
Comentários
O texto trazido pela banca nos apresenta, em sua própria referência (abaixo do texto), o assunto
abordado pela questão: a industrialização de São Paulo. Ampliando o assunto, percebemos que o
autor busca destacar algumas das características do processo de industrialização do Brasil ao longo
da primeira metade do século XX, associando-o ao contexto dos confrontos militares e da economia
brasileira.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, percebe-se uma alteração significativa nas
relações comercias dos países da América do Sul com os da Europa. No início do texto, o autor nos
fala que “A escassez de navios capazes de atravessar o oceano estimulou as exportações de artigos
manufaturados e, ao mesmo tempo, desencorajou as suas importações.” Disso, depreende-se que
o comércio entre os dois continentes foi extremamente prejudicado pela Guerra.
No caso em específico, podemos perceber que a falta de navios, mas também a impossibilidade de
se navegar em virtude da Guerra, foram muito prejudiciais aos países da Europa. Na América do Sul,
por sua vez, podemos notar que tal situação foi, em um segundo momento, positiva, dado que a
falta de produtos importados exigiu que o mercado brasileiro se reinventasse.
Com isso, temos a aceleração do processo de industrialização do Brasil, sobretudo na região
sudeste, quando vemos que não apenas o café passa a representar o mercado brasileiro, mas
também o algodão e as carnes enlatadas e congeladas. Isto é resultado da dificuldade dos países
americanos, e aí devemos incluir o Brasil, em se relacionar economicamente com os países
europeus, dados os entraves da Guerra e a dependência excessiva daquele mercado em relação a
este.
É importante ressaltar, de forma complementar, que tanto na Primeira Guerra (1914-1918), quanto
na Segunda (1939-1945), o processo de substituição das importações esteve presente, uma vez que

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as grandes metrópoles europeias, responsáveis pelo fornecimento dos principais produtos


industrializados consumidos na América, encontravam-se em conflitos e, consequentemente,
impossibilitadas de responderem às demandas dos mercados latinos.
Neste contexto, a iniciativa privada brasileira tomou a dianteira dos empreendimentos industriais,
sendo que a indústria brasileira foi amplamente desenvolvida neste período, tanto na Primeira
Guerra, mas, sobretudo, durante a Segunda, quando o Brasil também passou a atender os mercados
consumidores da Argentina e Uruguai, por exemplo, dado o fechamento das fontes habituais de
fornecimento aos países americanos, como o autor bem elucida.
Para concluir, a economia desenvolvida no Brasil não era isolada, uma vez que o país foi um dos
maiores exportadores de café no mundo por muitas décadas. No que diz respeito às leis trabalhistas,
foi durante a Era Vargas (1930-1945) que elas colaboraram para a consolidação de uma classe de
trabalhadores urbanos e, consequentemente, para o próprio processo de industrialização.
(Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141110_brasil_guerra_fd;
https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2014/07/26/internas_economia,552065/saiba-como-a-1-guerra-mundial-influenciou-a-producao-
de-cafe-em-minas.shtml).

Gabarito: E

...

É isso aí pessoal. Aguardo vocês na nossa próxima aula.


Grande abraço, bons estudos e foco no sucesso!!!

História e Atualidades com


@professorsergiohenrique Sergio Henrique

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