Apostila Cipa Treinando

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APOSTILA DO ALUNO

CIPA
COMISSÃO INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Tecnologia, Segurança e Treinamentos Profissionais – Tec Seg
Administração:

Diretoria Executiva Geral


Área Técnica - Núcleo de Educação Presencial

Elaboração
LUIZ CARLOS MOREIRA DA SILVA

Treinamento e Segurança na Operação de Empilhadeira


Modalidade Presencial
Apostila do Treinando

Fale Conosco
86.99994 – 0122
86.98844 – 3365
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CIPA
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Modalidade Presencial
Apostila do Aluno
ÍNDICE

Apresentação ...................................................................................................... 4
Instrumento de Avaliação .................................................................................. 5

Desenvolvimento do Conteúdo
Unidade 1. Estudo do Ambiente, das Condições de Trabalho e Riscos Originados do
Processo Produtivo ............................................................................................... 7
Unidade 2. Noções Sobre Acidentes e Doenças do Trabalho ..............................16
Unidade 3. Metodologia de Investigação e Análise de Acidentes e Doenças do
Trabalho .......................................................................................................... 18
Unidade 4. Princípios Gerais de Higiene do Trabalho..........................................21
Unidade 5. Organização e Atribuições da CIPA...................................................24
Unidade 6. Noções Sobre Legislação Trabalhista e Previdenciária .....................29
Unidade 7. Noções Sobre a AIDS e Primeiros Socorros .. ..................................31
Unidade 8. Prevenção e Combate a Incêndio .................................................... 39

Bibliografia .............................................................................................................48

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 3


https://meet.google.com/pwc-qsam-ifz

Apresentação

O curso para componentes da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes – desenvolvido pelo TEC SEG Engenharia tem a finalidade de preparar os
profissionais para o exercício desta atribuição, proporcionando condições para que o
cipeiro desenvolva um trabalho com qualidade na prevenção de acidentes e de
doenças decorrente do trabalho na sua empresa.
O curso foi desenvolvido em oito unidades, cujos temas e carga horária
seguem criteriosamente o estabelecido na Norma Regulamentadora nº 5 e Portaria
nº 8 do Ministério do Trabalho e Emprego. Possui a carga horária de 20 horas,
distribuídas de acordo com os temas trabalhados.
O número mínimo de alunos para a formação de cada turma é de 10 alunos e
o máximo, 20.

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Instrumentos de Avaliação
Pré–Teste

Assinale com um “X” a alternativa correta

1. Qual é o objetivo da CIPA?


a) ( ) Trabalhar para a prevenção de acidentes
b) ( ) Melhorar a qualidade dos produtos
c) ( ) Impedir a disseminação da AIDS

2. Qual o extintor adequado para combater fogo em materiais elétricos?


a) ( ) Água pressurizada e gás carbônico
b) ( ) Pó químico e gás carbônico
c) ( ) Espuma e pó químico

3. Nas reuniões da CIPA com quantas faltas o Cipeiro perde o mandato?


a) ( ) 04 reuniões
b) ( ) 05 reuniões
c) ( ) 06 reuniões

4. O que significa a sigla EPI?

a) ( ) Equipamento de Proteção Industrial


b) ( ) Empregado Protegido de Incidentes
c) ( ) Equipamento de Proteção Individual

5. De quem é a responsabilidade pela segurança no trabalho?


a) ( ) Do Setor de Segurança do Trabalho
b) ( ) De todos os funcionários da empresa
c) ( ) Do Setor de Pessoal

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6. O que você entende por Risco Profissional?
a) ( ) São riscos encontrados no ambiente de trabalho
b) ( ) São riscos inevitáveis
c) ( ) É o risco que o operário faz nas matérias-primas em que ele
trabalha

7. De quem é a atribuição de elaborar o MAPEAMENTO DE RISCO?

a) ( ) SESMT
b) ( ) Setor de Pessoal
c) ( ) CIPA

8. Qual a cor que representa os Agentes Biológicos no Mapa de Riscos?


a) ( ) Amarela
b) ( ) Marrom
c) ( ) Verde

9. Quando tem início o pagamento do auxílio-doença pelo INSS para os empregados


e empregadores?
a) ( ) A partir do 16º dia de afastamento da atividade profissional
b) ( ) No 1º dia de afastamento da atividade profissional
c) ( ) Após 45 dias de afastamento da atividade profissional
d) ( ) Após 10 dias de afastamento da atividade profissional
e) ( ) Nenhuma das anteriores

10. São inspeções realizadas pelos membros da CIPA, visando localizar os riscos e
as causas mais freqüentes de acidentes:
a) ( ) Inspeções eventuais
b) ( ) Inspeções periódicas
c) ( ) Inspeções oficiais
d) ( ) Inspeções de rotina

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1. ESTUDO DO AMBIENTE, DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E RISCOS
DO PROCESSO PRODUTIVO

1.1- Histórico da Segurança do Trabalho

A origem do acidente remonta à história do próprio homem, que na luta pela


sobrevivência evoluiu desde as atividades mais rudimentares de caça e pesca à
produção em grande escala nas indústrias.
Com a Revolução Industrial, houve a passagem da oficina artesanal ou da
manufatura para a produção de bens em fábricas, onde os acidentes do trabalho
tomaram dimensões significativas.
Vários países, então, lançaram suas leis relacionadas à proteção do
trabalhador, como por exemplo a Alemanha em 1884 e a Inglaterra em 1897. No
Brasil, a primeira lei voltada ao assunto, de número 3.724, foi promulgada em 1919 e
dispunha sobre as ações prevencionistas para o setor de transporte ferroviário.
Ao fim da 2ª Guerra Mundial, a industrialização em nosso país tomou impulso
decisivo e o Decreto Lei 7.036, de 10/11/44, determinou a obrigatoriedade da
organização de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPA nas
empresas que possuíssem mais de 100 empregados.
Entretanto, pouco era feito com relação à prevenção, uma vez que as
atenções estavam voltadas para a fiscalização da legislação.
Em 1975 e 1976, o Brasil chegou a ter quase 10% dos seus trabalhadores
acidentados. A partir desta época, começou a existir em todo o país uma maior
conscientização quanto à prevenção de acidentes no trabalho. Governo,
empresários e o próprio trabalhador passaram a dar maior ênfase à educação para a
prevenção de acidentes nos locais de trabalho.

Isto foi alcançado com a Lei 6.514, de 1977, e a Portaria 3.214 do Ministério
do Trabalho, de 08/06/78. Esta Portaria emitiu 28 Normas Regulamentadoras - NR
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, dentre elas a Norma
Regulamentadora 5 - NR 5 que trata da CIPA em sua totalidade, complementada
pela Portaria nº 8 de 23/02/99 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

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1.2. Acidente de Trabalho: conceito legal e prevencionista

Conceito Legal
Diz o Decreto 611/92 de 21/07/92
“Art. 139 - Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporária.”
Os acidentes do trabalho são classificados em três tipos:
I.Acidente típico, que é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa;
II.Acidente de trajeto, que é aquele que ocorre no percurso do local da residência
para o trabalho ou desse para aquele, considerando a distância e o tempo de
deslocamentos compatíveis com o percurso do referido trajeto;
III.Doença profissional ou do trabalho.

Conceito Prevencionista
Numa perspectiva prevencionista, o acidente de trabalho é uma ocorrência não
programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de
uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou
danos materiais.

1.3. Agentes causadores de acidentes

Agentes físicos

São diversas as formas de energia capazes de gerar tensões físicas, quando


incidentes sobre o organismo humano. Quanto maior a incidência, maiores os
malefícios sobre a saúde humana.

Vibração: produzida por máquinas e equipamentos específicos, com o passar


do tempo e sem a devida proteção, o trabalhador poderá sofrer danos nas
articulações, dores na coluna, disfunção renal e circulatória.

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Radiação: a ultravioleta, provocada por soldas elétricas, por exemplo, pode
ocasionar lesões oculares e queimaduras. As ionizantes, advindas de materiais
radioativos, podem provocar anemias, leucemia e até outros tipos de câncer.
Ruído: em níveis excessivos, os ruídos advindos no local de trabalho, ao
longo do tempo podem provocar alterações auditivas, que vão desde a perda parcial
até a surdez total.

Temperaturas extremas e umidade: o calor em excesso pode provocar


desidratação, insolação e catarata, entre outros problemas de saúde. Baixas
temperaturas podem desencadear resfriados, alergias e até problemas circulatórios.

Agentes biológicos

São aqueles constituídos por seres vivos capazes de afetar a saúde do


trabalhador, como os microorganismos – fungos, vírus, bactérias e parasitas – que
em contato com o homem podem provocar inúmeras doenças (ex. tétano, hepatite,
micoses, entre outras).

Agentes ergonômicos

A Organização Internacional do Trabalho define ergonomia como a


“aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas
da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e seu
trabalho e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem-estar
no trabalho.”
São exemplos de agentes ergonômicos: Esforço físico intenso, levantamento e
transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, monotonia, ritmo e
jornada de trabalho, tarefas repetitivas, móveis e ferramentas inadequados, entre
outros.
Os agentes ergonômicos podem ocasionar distúrbios fisiológicos e psicológicos
no trabalhador, comprometendo seu organismo e seu estado emocional, além de
doenças classificadas como LER/DORT. Como conseqüência, piora sua
produtividade, saúde e segurança.

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Agentes Químicos

São substâncias químicas que provocam reações tóxicas ou contaminam o


trabalhador. Os agentes químicos podem se apresentar na forma sólida, líquida ou
gasosa, podendo penetrar no organismo pelas vias digestiva, respiratória e/ou
cutânea.

Produtos Químicos em geral

Produto Uso Riscos de intoxicação


Fabricação de termômetros, barômetros, Queda dos dentes, úlceras na boca e
Mercúrio bombas de vácuo, extração de ouro e na gengivas, além de lesionar o fígado,
odontologia para restaurações. rins, baço e ossos.
Ligas de aço p/ máquinas, automóveis e Pode provocar câncer nos pulmões,
componentes elétricos. Catalisador em ossos e estômago, além de dermatites
Níquel
banhos eletrolíticos (niquelagem), baterias e alergias.
e moedas.
Fabricação de baterias, pilhas, ligas de Os fumos provocam a “febre dos
Zinco latão, bronze e galvanização. metalúrgicos”. Seus compostos
prejudicam os olhos, pele e mucosas.
Gás básico no processo de soldas e cortes
Acetileno Distúrbios estomacais e respiratórios.
de metais.
Dissolução e tratamento de minérios Distúrbios respiratórios, bronquite e
Ácido Nítrico
metálicos. edema pulmonar.
Dissolvente na degradação de minérios. Corrosivo para pele e olhos. Pode
Ácido Sulfúrico
Indústria química e metalúrgica. causar dermatite e lesões no pulmão.
Extração de minérios, é liberado em gases Irritação de pele, olhos e mucosas, em
Cloro de explosão e de fusão, na indústria altas doses pode causar colapso
química. respiratório.
Cátodo de baterias, tintas, vernizes,
Inalado ou ingerido pode provocar
Chumbo fabricação de automóveis, pesticidas e
lesões hepáticas e renais.
inseticidas.
Mais utilizado como combustível especial A exposição prolongada pode provocar
de veículos. lesões oculares e até cegueira. O
Metanol
envenenamento pode causar a morte.

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Agentes mecânicos (acidentes)
Os agentes mecânicos ou de acidentes são responsáveis por uma série de lesões
nos trabalhadores, como cortes, fraturas, escoriações, queimaduras, etc. As
máquinas desprotegidas, eletricidade, pisos defeituosos ou escorregadios e
instalações defeituosas são exemplos desse risco.

1.4 Mapeamento de riscos


Consiste na identificação e representação gráfica dos riscos presentes no
ambiente de trabalho, em cada setor funcional. A elaboração do mapa de riscos prevê
uma metodologia específica a ser seguida por quem elabora.
O Mapeamento de Riscos tem dois objetivos básicos:
a) reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação
de segurança e saúde do trabalho nas empresas;
b) possibilitar a troca e a divulgação de informações sobre os riscos ambientais
entre os empregados, bem como estimular sua participação em medidas preventivas.
Os riscos existentes no local de trabalho podem ser identificados através da
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA, que prevê 4 fases.
1ª Observação – os membros da CIPA devem observar criteriosamente as condições
de trabalho e a forma de atuação das pessoas, além de entrevistá-las e preencher
questionários junto aos encarregados.
2ª Registro – os itens observados que dizem respeito à segurança devem ser
registrados e arquivados para fins de análise.
3ª Encaminhamento – as reivindicações e/ou sugestões decorrentes da inspeção de
segurança devem ser enviadas aos setores responsáveis na empresa, para as
providências cabíveis.
4ª Acompanhamento – devem ser verificadas e cobradas as medidas propostas até a
solução efetiva dos problemas levantados.
É recomendável a emissão de um relatório sobre a inspeção realizada.
As inspeções de segurança podem ser:
GERAIS: realizadas em todos os setores da empresa;
PARCIAIS: realizadas em setores ou locais específicos;

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DE ROTINA: realizadas pelos membros da CIPA, profissionais de segurança e
manutenção. Visa localizar os riscos e as causas mais freqüentes de acidentes.
PERIÓDICAS: realizadas em intervalos regulares pré-determinados, visam
apontar desgastes, fadiga, riscos decorrentes do uso de ferramentas e equipamentos.
EVENTUAIS: realizadas sem datas ou período pré-determinados.
OFICIAIS: realizadas pelos órgãos oficiais do trabalho ou empresas
securitárias.
ESPECIAIS: requerem conhecimentos técnicos de profissionais especializados,
assim como aparelhos de teste/medição.

SIMBOLOGIA DO MAPA DE RISCOS

Seção deRiscos Pequenos


Usinagem
Seção de caldeiraria
Riscos Físicos Jateamento
de areia
Iluminação Fumos
deficiente Gases Projeção de
Ruído partículas
Fagulhas nos olhos
Cortes Poeira
Escritórios
Postura
Postura incorreta
Levantamento Riscios
Ruído
de peso Iluminação
Levantamento de peso deficiente
Iluminação
Postura

Cortes

Seção de
galvanoplastia Seção de
pintura
Névoas Forjaria
Riscos Quí
Almoxarifado

Ácidos
Ruído Solventes
Vapores Oficina mecânica
Calor Substâncias
químicas
Fagulhas
Ruido Postura
Postura iluminação Ruído
Ritmo Iluminação
Gases Fagulhas
Gases
Quedas Óleo solúvel Postura
Postura Ritmo

O mapa de riscos é uma representação gráfica da avaliação dos riscos


ambientais que possibilita a visualização das áreas onde há riscos de acidentes,
visando a conscientização dos trabalhadores.
No Brasil, a Portaria nº 25, de dezembro de 1994, torna obrigatório em todo o
território nacional o Mapeamento de Risco Ambiental.

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É importante que todos os empregados conheçam o mapa para que possam
identificar onde estão os riscos (locais) e qual a sua gravidade e, desta forma,
procurem neutralizá-los e/ou eliminá-los.
O levantamento dos riscos será realizado pelos cipeiros, por meio das
inspeções e de entrevistas junto aos trabalhadores.

Confecção do Mapa
Os mapas deverão ser construídos de forma a possibilitar a visualização e
identificação dos riscos pelos funcionários e demais pessoas que transitam pelo
local.
Poderão ser confeccionados com a abrangência geral ou setorial, em planta
baixa (lay-out) ou em esboço do setor ou da empresa. Os riscos serão representados
por círculos, cujas dimensões variam de acordo com o grau, onde serão inseridos o
número de trabalhadores expostos ao risco e a especificação do agente, identificado no
levantamento efetuado conforme modelo abaixo:
O mapa de riscos deve obedecer ao padrão de cores e escala dos círculos de
acordo com os riscos presentes no ambiente. Um único círculo sub-dividido representa
riscos de grupos diferentes.
Círculo grande: risco grave
Círculo médio: risco médio
Círculo pequeno: risco pequeno
Classificação dos grupos de riscos ocupacionais principais por cores:

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Mecânicos

 Ruído  Pó  Vírus  Esforço físico  Arranjo físico


 Vibração  Fumos  Bactérias  Levantamento deficiente
 Radiação  Névoas  Protozoários de peso  Máquinas e
 Frio  Gases  Fungos  Posturas equipamentos
 Calor  Vapores  Parasitas inadequadas sem proteção
 Pressões  Produtos  Bacilos  Ritmos  Ferramentas
anormais químicos em intensivos inadequadas
 Umidade geral  Jornadas de ou defeituosas
trabalho  Eletricidade

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excessivas  Perigo de
 Monotonia incêndio ou
 Repetitividade explosão
 Situações  Armazenagem
estressantes inadequada

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Exercícios de Verificação da Aprendizagem – Nº 1

Caça Palavras

Encontre as palavras abaixo:

AGENTE FÍSICO AGENTE QUÍMICO


RUÍDO GASES
CALOR VAPORES
AGENTE BIOLÓGICO AGENTE MECÂNICO
VÍRUS MÁQUINA
AGENTE ERGONÔMICO FERRAMENTA
SONO MONOTONIA
RISCOS ACIDENTES

CIPA SAUDE

A Ç O C I N A C E M E T N E G A Ç Q F G
A G E N T E F I S I C O V S Q L D R T S
G J E M M W Z B U L U D G G U B V L Ç T
E F R N H J K A R E E I B C X M B Y R G
N Q X R T Y H B I J U U L K V C C D O A
T K S Ç P E R S V T Y R V X R I S C O S
E M E T A E E U Y P U M Y V N I S U L E
B I T C A L O R N M L Y A W Q U J D O S
I K N W O U B A G E N T E Q U I M I C O
O Z E L S Y U M V O U E T R U H I O G D
L W D Ç L I E M S O N O N T S I L W O B
O C I N I U W L Z P B O B U M P N A R A
G X C T A I N O T O N O M M U I M A L P
I P A M W O R L J H N M K I Q A Y W Z I
C X F E R R A M E N T A C Q C J H A B C
O H F A E D U A S Ç P Z V A P O R E S N

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2. NOÇÕES SOBRE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

2.1. Doença ocupacional e doença do trabalho - conceitos

Doença profissional ou ocupacional: é produzida ou desencadeada pelo


exercício de determinada atividade. Ex: um digitador, pela natureza de sua função,
está mais exposto ao risco de desenvolver tendinite nas mãos e braços do que um
psicólogo.
Doença do trabalho: adquirida por qualquer profissional, independentemente
da natureza de sua atividade profissional, em função das condições/ambiente de
trabalho.
OBS. Se o empregado adquirir uma doença por contaminação acidental, no
exercício de sua atividade, não será considerada doença do trabalho, mas sim
acidente do trabalho.

2.2. Origem das doenças

Nos casos de acidente do trabalho, os danos são imediatamente percebidos.


Mas quando se trata de uma doença profissional suas conseqüências podem ser
lentas e gradativas, e somente percebidas muito tempo após seu início.
A origem das doenças profissionais está diretamente relacionada ao ambiente
de trabalho e aos riscos a que esse trabalhador está exposto. É muito importante
determinar se uma doença é de origem profissional para que sejam tomadas as
devidas providências. O afastamento do trabalhador pode curá-lo e evitar
conseqüências mais graves. Além disso, devem ser adotadas as medidas de
prevenção para que não ocorram novos casos de doença.
Mas atenção! Somente exames realizados pelo médico do trabalho poderão
comprovar se uma doença é ou não de origem profissional.

2.3. Conseqüências para o trabalhador e para a empresa


Todos perdem com a doença profissional:
Trabalhador – principal vítima, podendo ser afastado temporariamente ou
definitivamente de seu trabalho.
A família do trabalhador – porque precisa arcar com os cuidados especiais
e custos com o tratamento.

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A empresa – tem sua produção comprometida, além das despesas extras com
indenizações (se for o caso).
O Estado – sociedade e governo também perdem, pois milhões são gastos
por ano com os acidentes e as doenças do trabalho.

2.4. Exames médicos para o controle das doenças

Algumas ações são fundamentais para promover a saúde dos trabalhadores.


Os exames periódicos podem prevenir doenças ou detectá-las logo no início, evitando
conseqüências mais graves. Entre estes tipos de exames estão:

- Exames médicos admissionais;


- Exames periódicos;
- Exames de retorno ao trabalho;
- Exames de mudança de função;
- Exames especiais realizados para as ocupações que têm maior propensão às
doenças ocupacionais;
- Exames demissionais.

Prevê a NR 7
“É obrigatório o exame médico do empregado, por ocasião da cessação do
contrato de trabalho, nas atividades e operações constantes da NR 15, desde que o
último exame tenha sido realizado há mais de 90 dias, respeitando o prazo de
renovação do exame radiológico”
(...)
“Fica a empresa obrigada a fornecer ao empregado, por ocasião da
demissão, o Atestado de Saúde Ocupacional...”
(...)
“Quando da realização do exame demissional se diagnosticar doença
profissional ou do trabalho, ou dela se suspeitar, a empresa deve encaminhar o
empregado ao INSS, para os devidos fins.”

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3. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE
ACIDENTES/DOENÇAS

3.1. A importância da investigação


A investigação de acidentes/doenças tem por finalidade apurar todas as
causas que levaram à ocorrência, a fim de evitá-las novamente.
Um acidente/doença nunca é decorrente de apenas uma causa. Por isso é
importante conhecer todos os fatores que contribuíram para a ocorrência, pois a
principal causa pode não estar evidente.

3.2. Fases da investigação


1. Coleta de dados – a CIPA deverá iniciar a investigação imediatamente após
a ocorrência, devendo:
a) conversar com o acidentado, com testemunhas que presenciaram a
ocorrência e com o chefe da área;
b) observar o local do acidente, registrando os riscos que possam tê-lo
causado;
c) conversar com o médico que atendeu a vítima.
2. Análise dos dados – de posse dos dados, o grupo da CIPA deverá
analisá-los, podendo utilizar a metodologia de Árvore de Causas.
Para utilizar este método, deve-se responder à pergunta “POR QUÊ?” a partir
da conseqüência da doença ou do acidente. A cada resposta, deve-se repetir a
pergunta, seqüencialmente, até que não seja mais possível responder ao porquê da
última pergunta.
Após desenhada a Árvore de Causas, identificam-se as mudanças
necessárias no ambiente/processo de trabalho para evitar novas ocorrências.

3.3. Medidas de segurança


Toda vez que acontece um acidente seja de que proporção for, ele deve ser
investigado, de forma a detectar as causas, pois conhecendo-as pode-se eliminá-las
e evitar que novos acidentes/doenças venham a ocorrer, devido as mesmas causas.
Portanto, a investigação de acidentes e doenças tem por finalidade apurar
todas as possíveis causas (diretas e indiretas) de acidentes/doenças ocorridos, que

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irão subsidiar estudos e pesquisas envolvendo membros da CIPA e outros
profissionais de segurança e saúde.
Não se deve esquecer que um acidente nunca é decorrente de apenas uma
causa. Diversos fatores podem ter contribuído para que ele acontecesse, por isso é
importante conhecer todos os fatores para que possam ser eliminados.

Doenças e acidentes que precisam ser estudados:


a) os que tenham ocasionado lesões ou danos materiais graves;
b) os que tenham gerado afastamento do trabalho superior a 30 dias;
c) os que se repitam com freqüência;
d) todos os que a CIPA considere importante analisar para a melhoria efetiva
dos ambientes e das condições de trabalho.

3.4. Classificação e comunicação dos acidentes

Os acidentes são classificados quanto a sua conseqüência.

Acidente sem afastamento – é o acidente em que o acidentado pode


exercer sua função normalmente, no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte, no
horário regulamentar. Portanto, não entra nos cálculos das taxas de freqüência e
gravidade.

Acidente com afastamento – é aquele acidente que provoca a


incapacidade temporária, incapacidade permanente ou morte do acidentado.
Incapacidade temporária – é a perda total da capacidade de trabalho por um
período limitado de tempo, nunca superior a um ano. Ocorre nos casos em que o
acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, volta ao mesmo,
executando suas funções normalmente como o fazia antes do acidente.
Incapacidade parcial e permanente – é a diminuição, pelo resto da vida, da
capacidade de trabalho, que sofre redução parcial e permanente.
Incapacidade total e permanente – é a invalidez incurável, quando o
acidente perde a capacidade total para o trabalho.

Registro de acidentados – é importante destacar no registro dos


acidentados a situação dos acidentes por áreas da empresa, causas, dias da

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semana, idade dos acidentados e muitos outros fatores. Os próprios acidentes de
trajeto devem merecer estatísticas especiais.

3.5. Comunicação do acidente do trabalho - CAT – o acidentado,


conforme obriga a lei, deve comunicar o acidente ao seu superior tão logo este
tenha ocorrido, seja no local de trabalho ou não.
A CAT deverá ser preenchida com todos os dados informados nos seus
respectivos campos, em 6 (seis) vias, com a opção de se emitir por meio físico ou
eletrônico, com a seguinte destinação:

1ª via: ao INSS (Ministério da Previdência e Assistência Social);


2ª via: ao segurado ou dependente;
3ª via: ao sindicato de trabalhadores;
4ª via: à empresa;
5ª via: ao SUS (Ministério da Saúde);
6ª via: à DRTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

De acordo com o Decreto nº 3.048/99 – Regulamento de Benefícios da


Previdência Social, a empresa tem prazo de 24 horas para comunicar o acidente ao
INSS, incorrendo em multa se não cumprir a lei. Em caso de morte do segurado,
deve também comunicar a autoridade policial.
Sempre que o acidentado comunicar o acidente à empresa, e esta ao INSS,
deve conter informações detalhadas.
Qualquer que seja o acidente, deve ser comunicado, pois somente desta
forma pode-se alterar uma situação de trabalho, para eliminar as causas do acidente
e para que ele não volte a ocorrer.

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4. PRINCÍPIOS DE HIGIENE NO TRABALHO E CONTROLE DE RISCOS

4.1. A importância da higiene


Higiene significa “sistema de princípios ou regras para evitar doenças e
conservar a saúde.” Estes princípios se relacionam a diversos aspectos da vida do
indivíduo:
a) Higiene pessoal – compreende os cuidados de asseio corporal, do modo
de se vestir e de viver.
b) Higiene do ambiente de trabalho – assim como no lar, a higiene no
ambiente de trabalho é fundamental. A desordem nos materiais pode desde obstruir
a circulação, até ocasionar uma queda. Já a sujeira pode expor o profissional aos
agentes biológicos (bactérias, ácaros, fungos etc.) que podem provocar inúmeras
doenças.
c) Higiene dos equipamentos – luvas, sapatos e botas devem ter seu uso
individualizado (um para cada trabalhador) e deverão ser sempre limpos após o uso.
Também as máquinas e ferramentas utilizadas no trabalho devem ser conservadas
limpas, para evitar danos e possíveis acidentes.

4.2. Medidas de controle dos riscos


Os riscos de acidentes e doenças podem ser eliminados ou neutralizados
com a adoção de algumas medidas de segurança.

EPC e EPI
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são utilizados no ambiente de
trabalho com a finalidade de isolar os agentes causadores de riscos dos
trabalhadores. Ex: sistema de exaustão para eliminação de gases ou poeiras.
Já os equipamentos de proteção individual (EPI) são dispositivos de uso do
trabalhador destinados à sua proteção contra doenças e acidentes. Ex: luvas,
capacete, botas, máscaras, aventais etc.
O fornecimento de EPI aos empregados é de responsabilidade do
empregador. Por sua vez, o uso de EPI é obrigatório, devendo o trabalhador
também responsabilizar-se por sua conservação e solicitar a troca quando perceber
danos ou desgastes nesse equipamento.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 21


OBS: A NR 6 é a norma que dispõe sobre a utilização de EPI.

Sinalização do risco
Quando não for possível eliminar ou neutralizar o risco, através da utilização de
EPI e EPC, utiliza-se o recurso da sinalização para alertar os trabalhadores sobre os
riscos existentes.

Direção Defensiva
Para os motoristas, a direção defensiva é a principal forma de evitar acidentes
de trabalho. Através da aplicação de técnicas defensivas na condução de veículo, o
motorista pode prevenir acidentes e contribuir para a boa fluidez no trânsito.
Por essa razão, todos os motoristas devem passar pelo treinamento em
Direção Defensiva.

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional


O PCMSO é um plano de ação desenvolvido durante o período de um ano.
Isto significa que as atividades constantes do PCMSO deverão ser executadas
dentro de um cronograma preestabelecido para doze meses. Dentre as atividades
executadas pela equipe de saúde ocupacional, destacamos:
a) Estudo do processo produtivo;
b) Identificação dos riscos ocupacionais e ambientais;
c) Elaboração do plano de ações preventivas;
d) Elaboração do documento base do PCMSO;
e) Apresentação do documento base do PCMSO à empresa e para a CIPA;
f) Inspeções programadas de saúde, higiene e segurança;
g) Educação relacionada ao trabalho;
h) Primeiros Socorros; Prevenção de doenças;
i) Uso dos EPI’s; Ergonomia; AIDS;
j) Exames de saúde ocupacional;
k) Correspondências médico-administrativas;
l) Elaboração do relatório anual.
Os dados contidos no relatório anual do PCMSO poderão ser armazenados
na forma de arquivo informatizado, devendo contudo, estar disponíveis para o
acesso imediato, por partes dos agentes da inspeção do trabalho.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 22


PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Tem como objetivo estabelecer um planejamento organizado sobre ações,
previamente definidas, para a eliminação ou neutralização dos riscos ambientais. Este
programa deve ser elaborado e coordenado por profissionais qualificados na área de
segurança do trabalho. Ex.: engenheiros e técnicos de segurança do trabalho.

Exercício de verificação da aprendizagem nº 02


Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª:
01-Capacetes de segurança ( ) devem ser usados para proteger os olhos contra
objetos que saltem, partículas, etc.
02- Cremes protetores ( ) devem ser usados pelos soldadores, protegendo-os
contra partículas quentes, dentre outras.
03-Protetores auriculares ( ) devem ser usados para proteger as mãos nos
trabalhos em fundição de aço ou ferro, com óleo,
graxas, solventes, etc.
04-Capuz protetor ( ) devem ser usadas para proteger todo o corpo.
05-Óculos de segurança ( ) devem ser usados na construção civil, na indústria
siderúrgica, etc. para proteger a cabeça.
06- Mangotes ( ) devem ser usados em ambientes onde o nível de
ruído é muito alto e não pode ser controlado.
07-Luvas de segurança ( ) devem ser usados onde o piso é quente ou
encharcado, com a finalidade de proteger os pés.
08-Sapatos de segurança ( ) devem ser usados quando se trabalha com
máquinas que apresentam partes rotativas.
09-Perneiras longas ( ) devem ser usados por profissionais que trabalham
com substâncias corrosivas.
10-Roupas protetoras ( ) devem ser usadas em operações de soldagens e
protegem as pernas contra queimaduras, batidas,
cortes e escoriações.
11- Máscaras protetoras ( ) devem ser usados nos braços em operações que
possam causar lesões como raspões e outras.
12- Turbantes ou toucas ( ) devem ser usados em locais onde o ar está
altamente contaminado por gases nocivos,
13- Respiradores com filtro ( ) devem ser usados nas situações em que não é
possível usar luvas.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 23


5. ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DA CIPA

5.1. Estudo da NR 5
A Norma Regulamentadora nº 5 dispõe sobre a constituição da CIPA, sua
organização e atribuições.

Segundo a NR 5:
 A CIPA tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, tornando
harmoniosa a relação homem e trabalho.
 A CIPA deverá ser constituída em função do número de empregados e natureza da
empresa, conforme dimensionamento previsto no Quadro I anexo da NR 5.
 O mandato dos membros da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição.
 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o Vice-Presidente.
 A CIPA tem por atribuição:
- identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos,
- planejar as ações preventivas de saúde e segurança no trabalho;
- realizar verificações periódicas nos ambientes de trabalho;
- realizar reuniões periódicas e divulgar aos empregados informações sobre
saúde e segurança no trabalho;
- colaborar no desenvolvimento e implementação do PPRA e PCMSO;
- divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras;
- promover, junto com a empresa, as Campanhas de Prevenção da AIDS.
 Todos os membros da CIPA deverão ser treinados em conformidade com a NR 5
 O processo eleitoral também deverá obedecer ao previsto na NR5.

Atribuições dos membros da CIPA


Cabe ao Presidente da CIPA:
a) convocar os membros para as reuniões da CIPA;
b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao
Serviço de
Segurança e empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da
Medicina do
Trabalho Comissão;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 24


c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente.

Cabe ao Vice-Presidente da CIPA:


a) executar atribuições que lhe forem delegadas;
b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários.

O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes


atribuições:
a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados;
c) delegar atribuições aos membros da CIPA;
d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
g) constituir a Comissão Eleitoral.
O Secretário da CIPA terá por atribuição:
a) acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas, apresentando-as para
aprovação e assinatura dos membros presentes;
b) preparar as correspondências; e
c) outras que lhe forem conferidas.

Campanhas internas de segurança e saúde


A fim de desenvolver uma mentalidade prevencionista junto aos empregados
de uma empresa, realizam-se Campanhas Internas de Segurança e Saúde.
A Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT, é uma
campanha que a CIPA promove anualmente nas empresas.
Nesta campanha todos os empregados devem participar, por isso é importante que
a CIPA seja muito criativa para motivar essa participação e delegue atividades a serem

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 25


realizadas pelos empregados, como forma de envolvê-los neste trabalho. O sucesso da
SIPAT depende do seu planejamento, ou seja:
 devem ocorrer reuniões para decidir o que será realizado;
 ninguém deve ser sobrecarregado, mas sim deve haver divisão de tarefas e
trabalho de equipe, com cada um sabendo exatamente o que deve fazer;
 todo evento deverá ter uma programação diária;
 a empresa deverá dar todo apoio necessário para que os organizadores possam
dispor de todos os recursos;
 deve haver ampla divulgação entre os empregados e algum tempo antes do
início, para que possa despertar o interesse de todos, podendo esta divulgação
incluir envio de correspondência aos empregados e afixação de faixas e
cartazes em locais estratégicos e outras formas de divulgação, de acordo com a
disponibilidade de recursos financeiros e criatividade dos organizadores.
A SIPAT poderá desenvolver: palestras e conferências, concursos de frases e
cartazes, projeção de filmes sobre prevenção de acidentes e proteção à saúde,
gincanas e sorteios de brindes, peças teatrais, júri simulado, concurso de músicas,
poesias, fotos sobre o tema saúde e segurança.
É importante que a CIPA não se esqueça que as campanhas devem ser
constantes, enfocando vários temas, pois isto demonstrará o interesse dos cipeiros
pela preservação da saúde e prevenção de acidentes dos trabalhadores, além de
conscientizar esses trabalhadores da importância do seu bem-estar e minimizar as
ocorrências de doenças e acidentes.

As reuniões da CIPA
A cada mês, a CIPA fará uma reunião conforme calendário preestabelecido,
em local adequado e durante o expediente normal de trabalho, onde serão
discutidos pelos representantes do empregador e dos empregados assuntos
referentes à segurança no ambiente de trabalho e aspectos ligados à saúde dos
trabalhadores: As reuniões podem ser ordinárias e extraordinárias.
Como os membros da CIPA pertencem a diversas áreas da empresa, vários
temas e/ou problemas podem ser analisados pelo grupo. Antes da reunião é
necessário enviar a pauta a todos os participantes, para que possam se preparar.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 26


DURANTE A REUNIÃO
 leitura da ata da reunião anterior;
 enumeração das tarefas a serem realizadas na reunião, destacando as mais
urgentes;
 apresentação dos temas a serem discutidos pelos membros do grupo;
 estudo e análise dos temas;
 síntese das discussões
 informações sobre o dia, local e horário da próxima reunião.

A CIPA deve possuir um livro-ata para lavratura das reuniões, que deverá ficar
sob a guarda do secretário e ser apresentado aos Agentes de Inspeção do Trabalho
quando solicitado.

Normas para quem preside uma reunião


1. Dispor o grupo, se possível, em círculo, pois desta forma todos podem estabelecer
contato visual entre si.
2. Checar os materiais a serem utilizados (papéis, caneta e documentos necessários),
ventilação e iluminação e, se necessário, flip-chart.
3. Não atrasar nem prolongar demais a reunião.
4. Certificar-se de que todos sejam apresentados.
5. Fazer as intervenções necessárias, tomando o cuidado de não constranger a
pessoa.
6. Incentivar a participação de todos.
7. Procurar manter o interesse do grupo nos temas discutidos.
8. Após a reunião, fazer uma síntese dos assuntos discutidos.

Normas para quem participa de uma reunião

1. Expor as idéias de forma clara e objetiva, evitando longos “discursos”.


2. Ouvir os demais participantes.
3. Não interromper quem estiver com a palavra.
4. Não monopolizar a discussão.
5. Se discordar de alguma coisa, expor seu ponto de vista sem agressividade.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 27


6. Valorize sua participação na reunião levando materiais, artigos, críticas e
sugestões;
7. Pense nos problemas do grupo e contribua para solucioná-los;
8. Só levante, ou se ausente da reunião em caso de extrema necessidade.
Exercício de Verificação da Aprendizagem nº 3

1.O cipeiro representa:


a) ( ) os empregados
b) ( ) os empregadores
c) ( ) os empregados e empregadores

2. A sigla E.P.C. significa:


a) ( ) Equipamento Para Incêndio
b) ( ) Equipamento de Proteção Coletiva
c) ( ) Equipamento de Proteção contra Incêndio

3. Se o empregado trabalha muitas horas por dia, além da sua jornada normal de
trabalho, ele está sujeito a que risco ambiental?
a) ( ) risco físico
b) ( ) risco biológico
c) ( ) risco ergonômico

4. Uma medida a ser tomada na prevenção de incêndios é:


a) ( ) fumar quando sentir vontade, para não ficar nervoso
b) ( ) não fumar em áreas com inflamáveis ou combustíveis
c) ( ) não acender o cigarro com fósforo, mas sim com isqueiro

5. Qual o órgão responsável pela fiscalização de Segurança do Trabalho?


a) ( ) CLT
b) ( ) DRTE
c) ( ) INSS

6. Qual a ciência que procura fazer as adaptações das condições de trabalho às


características do ser humano?

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 28


a) ( ) ergonomia
b) ( ) paleontologia
c) ( ) psicologia

6. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA

6.1-O que é CLT

É a Legislação Trabalhista que abrange todos os empregados em empresas


privadas.
A Constituição Federal no Art, 79, alínea 33, proíbe o trabalho noturno,
perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de
14 anos, exceto na condição de aprendizes.
No Art. 10, alínea 22, fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do
empregado eleito para cargo de direção da CIPA, desde o registro de sua
candidatura até um ano após o fim de seu mandato.

Normas Regulamentadoras

NR-1 Disposições gerais;


NR-2 Inspeção prévia;
NR-3 Embargo ou interdição;
NR-4 Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho-SESMT;
NR-5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-CIPA;
NR-6 Equipamento de Proteção Individual-EPI;
NR-7 Programa de controle médico de saúde ocupacional-PCMSO;
NR-8 Edificações;
NR-9 Programa de prevenção de riscos ambientais-PPRA;
NR-10 Instalações e serviços em eletricidade;
NR-11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais;
NR-12 Máquinas e equipamentos;
NR-13 Caldeiras e vasos de pressão;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 29


NR-14 Fornos;
NR-15 Atividades e operações insalubres;
NR-16 Atividades e operações perigosas;
NR-17 Ergonomia;
NR-18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção;
NR-19 Explosivos;
NR-20 Líquidos combustíveis e inflamáveis;
NR-21 Trabalho a céu aberto;
NR-22 Trabalhos subterrâneos;
NR-23 Proteção contra incêndios;
NR-24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho;
NR-25 Resíduos industriais;
NR-26 Sinalização de segurança;
NR-27 Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério
do Trabalho e da Previdência Social;
NR-28 Fiscalização e penalidades;
NR-29 Segurança e saúde no trabalho portuário;
NR-30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;
NR-31 Segurança e Saúde no trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,
Exploração Florestal e Aqüicultura;
NR-32 Segurança e Saúde no trabalho em Estabelecimentos de Saúde;
NR-33 Segurança e Saúde nos trabalhos em Espaços Confinados.

Quadro de Benefícios
1.Aposentadoria por idade – é o benefício a que tem direito o segurado que
completar 65 anos de idade(homem) ou 60 anos (mulher;

2.Aposentadoria por invalidez – é o benefício a que tem direito o segurado


que for considerado incapaz para o trabalho. O segurado é obrigado a se submeter
à perícia médica de dois em dois anos;

3.Aposentadoria por tempo de contribuição – é o benefício a que tem


direito o segurado ao comprovar 35 anos (homem) e 30 anos (mulher) de
contribuição. Pode ser integral ou proporcional;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 30


4.Aposentadoria especial – é o benefício a que tem direito o segurado, que
tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, durante
15, 20 e 25 anos;

5.Auxílio-doença – é o benefício devido ao segurado empregado que ficar


incapacitado para o trabalho em decorrência de doença ou acidente do trabalho por
mais de 15 dias consecutivos;

6.Auxílio-acidente – é o benefício que é concedido ao segurado, quando as


lesões decorrentes do acidente resultem em seqüela definitiva. O benefício deixa de
ser pago quando o trabalhador se aposenta;

7.Auxílio-reclusão – é o benefício a que tem direito, o conjunto de


dependentes do segurado recolhido à prisão em regime fechado ou semi-aberto,
cujo salário-de-contribuição seja igual ou inferior a R$ 654,61.
De três em três meses os dependentes devem apresentar à Previdência
Social atestado que o segurado continua na prisão;

8.Pensão por morte – é o benefício a que tem direito os dependentes do


segurado que falecer, inclusive por acidente de trabalho. O benefício deixa de ser
pago quando o pensionista morre, se emancipa ou completa 21 anos (no caso de
filhos ou irmãos do segurado);

9.Salário-maternidade – é o benefício a que tem direito a segurada


empregada, por ocasião do parto. O período é de 120 dias;

10.Salário-família – é o benefício que tem direito o segurado empregado que


ganhe até R$ 654,61 e que comprove ter filhos menores de 14 anos.
De acordo com a Medida Provisória nº 182, de 29/04/2004 o valor do salário-
família será:
Quem ganha até R$ 435,53 será de R$ 22,33 por filho; De R$ 435,53 até R$
654,61 será de R$ 15,74 por filho.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 31


7. NOÇÕES SOBRE A SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA –
AIDS E PRIMEIROS SOCORROS

7.1. O que é AIDS


A AIDS é uma doença provocada pelo vírus HIV que ataca e enfraquece o
Sistema Imunológico, podendo levar à sua completa destruição.
Até hoje não se sabe ao certo como se originou este vírus. Existem várias
teorias, mas ainda não há provas convincentes. Sabe-se, no entanto, que o foco
original está em alguns países da África.
Os primeiros diagnósticos de AIDS nos Estados Unidos foram feitos em 1979.
No Brasil, em 1982.

7.2. O que é o sistema imunológico


No meio em que vivemos, estamos constantemente em contato com um
grande número de microorganismos (vírus, bactérias, fungos, etc.), que são agentes
infecciosos. Eles são responsáveis por várias doenças e, se eles se proliferarem de
maneira descontrolada dentro de nosso organismo, podem mesmo levar à morte. No
entanto, em um indivíduo normal, a grande maioria das infecções tem uma duração
limitada e não causa grandes danos ao organismo. Isto se dá porque temos em nosso
corpo um verdadeiro exército, sempre vigilante, cuja função é combater e destruir os
agentes infecciosos. Este exército é constituído por células especiais chamadas
linfócitos – os glóbulos brancos do sangue.
Este sistema de defesa é chamado de sistema imunológico.
Os linfócitos do tipo T4, que agem como generais do exército de defesa, são os
alvos atacados pelo vírus HIV.

Após a infecção pelo HIV, o organismo infectado pode comportar-se de duas


formas:
 vírus permanece dormente ou em estado de latência no interior do linfócito T4.
A infecção existe, porém a pessoa não apresenta sintomas, ou
 vírus entra em atividade, multiplicando-se dentro do linfócito T, produzindo novos
vírus que destróem a célula. São liberados na corrente sangüínea e invadem

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 32


novos linfócitos T. Com a destruição dos linfócitos T4, surgem os primeiros
sintomas da AIDS.
As pessoas com AIDS ficam vulneráveis a doenças que não seriam ameaças
para alguém cujo Sistema Imunológico estivesse funcionando normalmente.

7.3. Como o HIV é detectado

A presença de um determinado anticorpo indica que o organismo entrou em


contato com o respectivo agente invasor. Assim, a maneira de diagnosticar se uma
pessoa entrou ou não em contato com o vírus da AIDS é pesquisando a presença de
anticorpos específicos contra o HIV.
Com a análise de uma simples amostra de sangue, esses anticorpos podem
ser facilmente detectados. O teste mais utilizado pelos laboratórios é denominado
ELISA (anti HIV). Quando o resultado do teste é positivo, a pessoa é
“soropositiva”; caso contrário, ela é “soronegativa”.
O fato de um indivíduo ser soropositivo não quer dizer que ele esteja com
AIDS, mas sim que ele já entrou em contato com o HIV, podendo ou não vir a
desenvolver a doença.
Uma pessoa soropositiva é uma potencial transmissora do HIV. Por este
motivo, deverá tomar todas as precauções para não contaminar outras pessoas.

7.4. Como o vírus da AIDS pode ser transmitido

O HIV é transmitido pelo sangue e hemoderivados, sêmen e secreções


vaginais. Em geral, as principais formas de transmissão do vírus são:

1) Contato sexual
O HIV pode ser transmitido tanto nas relações homossexuais como nas relações
heterossexuais. A contaminação se dá pelas lesões microscópicas que ocorrem
durante as relações sexuais e que permitem o contato do vírus presente no sêmen
ou nas secreções vaginais com o sangue do receptor. Naturalmente, quanto maior o
número de parceiros sexuais maior será a chance de infecção.

2) Transfusão sangüínea ou de hemoderivados

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 33


No Brasil, embora seja obrigatória a realização do teste que detecte a
contaminação do sangue, ele ainda não vem sendo satisfatoriamente realizado em
todos os bancos de sangue do país. Por isso, as transfusões de sangue e
hemoderivados devem ser realizadas criteriosamente.

3) Uso de agulhas, seringas e outros objetos perfuro-cortantes contaminados


Estão particularmente expostos a esse perigo, usuários de drogas que
compartilham da mesma seringa e agulha.
Outros instrumentos, como agulhas de acupuntura e de tatuagem, teoricamente
podem transmitir o HIV, se contaminados, a pessoas que tenham sua pele
perfurada. É fundamental que tais instrumentos sejam descartados ou desinfectados
após cada utilização. O mesmo cuidado, por precaução, deve ser tomado com
alicates de unha, lâminas de barbear, tesouras, etc

4) Durante a gestação, parto e aleitamento


Esse tipo de transmissão ocorre no momento do parto ou através da placenta,
durante a gravidez. Após o nascimento, é possível a contaminação através do leite
materno. Atualmente, é possível neutralizar o vírus na criança, se for tratada ainda
na barriga da mãe, com a administração de medicamentos específicos.

NÃO SE TRANSMITE AIDS...


 pela saliva ou lágrima;
 aperto de mão, abraço e outras formas de contato social;
 em piscinas;
 pelo contato com animais domésticos ou insetos

7.5. Sintomas e manifestações da AIDS


Os sintomas mais comuns nos indivíduos que manifestam a doença são:
 aumento do volume dos gânglios, especialmente do pescoço e axilas;
 perda de peso superior a 10% do peso corporal, sem causa aparente;
 febres persistentes;
 diarréias freqüentes;
 formas graves de herpes;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 34


 infecção causada por um fungo denominado Candida albicans.
Uma pessoa não deve pensar que tem AIDS só porque apresenta um ou mais
desses sintomas. Lembre-se de que a ocorrência isolada de cada um deles pode estar
relacionada a outras doenças.

Somente o médico, após a realização dos exames de laboratório, é capaz de fazer o


diagnóstico da doença.

Quando a imunidade está muito baixa as infecções oportunistas podem até


levar à morte. São vários os locais que tais infecções podem atacar: aparelho digestivo,
sistema nervoso, pele e pulmões.

7.6. Principais formas de prevenção da AIDS


 Uso de preservativos nas relações sexuais;
 Uso de agulhas e seringas descartáveis;
 Esterilização adequada de instrumentos que entrem em contato com o sangue e
tecidos orgânicos (material utilizado por médicos, dentistas, manicures, etc.).

IMPORTANTE:
Quando a pessoa que é soropositiva se fere e sangra, é necessário que haja
a desinfecção dos locais onde o sangue caiu, com hipoclorito de sódio. As roupas
sujas de sangue devem ser fervidas ou deixadas de molho também em hipoclorito
de sódio por 30 minutos.

Recomendações aos parentes e amigos dos portadores do HIV


 Manter-se informado sobre a doença;
 Demonstrar solidariedade;
 Não discriminar;
 Se necessário, procurar apoio psicológico.
 Evitar riscos desnecessários, tomando as precauções devidas.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 35


. 7.7 Noções de Primeiros Socorros

Definição

Primeiros Socorros é o tratamento imediato e temporário, prestado a alguém,


em caso de acidente ou mal súbito, com a finalidade de manter suas funções vitais e
evitar o agravamento da situação, até se obter assistência médica.

São princípios fundamentais da prestação de primeiros socorros:

 Salvar uma vida.

 Evitar lesões adicionais.

 Obter ajuda médica qualificada.

Qualquer pessoa pode prestar primeiros, para isso deve:

 Conhecer Primeiros Socorros.

 Ter confiança em si mesmo e agir com calma.

 Agir com rapidez, sem precipitação.

 Transmitir tranqüilidade à vítima.

Tipos de emergência e como prestar os primeiros socorros

A presença de espírito é essencial quando se pretende auxiliar a vítima. O


primeiro passo é procurar inteirar-se da lesão, tomando todo o cuidado para não
agravar o estado da vítima.

Nenhum líquido deve ser dado a uma pessoa sem sentidos.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 36


Uma vez constatada a lesão sofrida pela vítima, proceder em primeiro lugar, da
parada respiratório-cardíaca; em segundo, da hemorragia; em terceiro, de
envenenamento; em quarto, de queimaduras e ferimentos e em quinto lugar, de
fraturas.

Respiração Artificial

Os pulmões são os órgãos mais importantes do aparelho respiratório, sendo sua


função garantir a oxigenação dos tecidos que formam o corpo, sem o que não é
possível a vida. A parada da respiração origina a asfixia, que é caracterizada pela cor
azulada (cianose) da pele e das mucosas, seguida imediatamente pela inconsciência.

Chama-se respiração artificial o processo mecânico empregado para


restabelecer a respiração. É de tal importância esta prática que a mesma deveria ser
conhecida por todas as pessoas, principalmente os trabalhadores, que assim estariam
aptos a socorrer qualquer acidentado em tais circunstâncias.

Método boca a boca

É um dos métodos de respiração artificial mais eficiente que se conhece, e


dos mais antigos, necessitando apenas que o socorrista procure encher os pulmões
do acidentado soprando fortemente em sua boca.

Parada cardíaca

A parada cardíaca é de fácil reconhecimento, graças a alguns sinais clínicos tais


como: inconsciência, ausência de batimentos cardíacos, parada respiratória,
extremidades arroxeadas, palidez intensa e dilatação das pupilas.

A primeira providência a ser tomada, antes da chegada do médico, é praticar a


massagem cardíaca externa, que consiste na compressão ritmada sobre o tórax do
paciente, na área cardíaca, visando estimular a circulação através do esvaziamento

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 37


parcial das cavidades do coração por efeito da pressão mecânica, procedendo-se da
seguinte maneira:

 Deitar o paciente de costas sobre uma superfície dura;

 Fazer pressão sobre o externo, que deste modo comprimirá o coração de


encontro ao arco costal posterior e a coluna vertebral;

 Descomprimir rapidamente;

 Repetir a manobra em um ritmo de 60 vezes por minuto até haver


batimentos espontâneos ou até a chegada do médico.

Queimaduras

Queimadura é uma lesão causada por ação de calor ou de outras radiações


sobre o organismo. As queimaduras, além de provocarem intensa dor local, podem
causar choque, levando a vítima à morte, dependendo do estado do paciente e da
extensão da área atingida.

Quanto a sua classificação em graus, que é uma classificação prática que indica
apenas a profundidade da lesão, podem ser de 1º, 2º e 3º graus.

Transporte de Acidentados
A remoção da vítima deverá ser feita com o máximo de cuidado, para evitar
que as lesões se agravem.
Antes da remoção devem ser tomadas as seguintes medidas:
 Manter a respiração e os batimentos cardíacos;
 Controle hemorragias;
 Previna estado de choque;
 Imobilizar os pontos suspeitos de fraturas.
Não se devem remover pessoas com suspeita de fratura no pescoço ou na
coluna antes do socorro médico, salvo se for imprescindível.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 38


Exercício de Verificação de Aprendizagem nº 4

01.A vítima que deverá receber os primeiros socorros, é a que estiver:


a) ( ) gritando, com muita dor;
b) ( ) xingando, com muitas ameaças;
c) ( ) respirando com muita dificuldade.

02. São responsáveis por várias doenças quando se proliferam em nosso


organismo:
a) ( ) sistema imunológico;
b) ( ) microorganismos;
c) ( ) linfócitos T4.

03.Ao socorrer corretamente uma vítima de acidente, deve-se levar em


consideração em primeiro lugar:
a) ( ) a obstrução das vias aéreas;
b) ( ) o sangramento das feridas;
c) ( ) uma possível fratura de osso.

04.Uma vítima de acidente está gritando, com muita dor. O que fazer?
a) ( ) Dar remédio para dor;
b) ( ) Fazer compressas quentes no local;
c) ( ) Esperar a chegada do resgate.

05.A vítima de acidente apresenta objeto cravado no corpo. O que fazer?


a) ( ) Retirar imediatamente o corpo estranho;
b) ( ) Verificar a respiração e não tentar remover o corpo estranho;
c) ( ) Retirar o objeto e comprimir o local com gaze.

06. Marque os procedimentos corretos para se prestar Primeiros Socorros:


a) ( ) Agir com rapidez, sem precipitação;
b) ( ) Tentar recolocar um osso quebrado;
c) ( ) Conhecer os Primeiros Socorros;
d) ( ) Transmitir tranqüilidade à vítima.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 39


8. PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

8.1. Teoria do Fogo


Fogo ou combustão é o resultado de uma reação química entre três elementos,
chamada de Triângulo do Fogo:
Combustível - é todo material que queima e se transforma. Exemplo: carvão,
gasolina, GLP, transformadores, magnésio e etc.
Comburente - é um dos elementos do ar, ou seja, o oxigênio.
Fonte de Calor - é a forma de energia que dá início ao fogo. Exemplo: chama
viva, brasa, faíscas, etc.
Exemplo:

- O Combustível: pavio da vela.


- O Comburente: oxigênio do ar.
- Fonte de Calor: chama do palito de fósforo.

8.2. Pontos de Inflamabilidade

Alguns materiais em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma


simples faísca. Outros, no entanto, necessitam de aquecimento prévio para que
entrem em combustão. Exemplos: a gasolina pode queimar em temperatura
ambiente; já, o ferro necessita de altíssimas temperaturas para queimar.

Por isso, é importante conhecer os pontos de inflamabilidade. São eles:

Ponto de Fulgor - é a temperatura mínima em que um combustível libera


gases ou vapores inflamáveis, que se incendeiam se houver uma fonte externa de
calor, sempre em presença do oxigênio. Entretanto, o fogo se apaga em seguida
devido a pouca quantidade de vapores formados.

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Ponto de Combustão: é a temperatura mínima necessária para que um
combustível libere gases ou vapores inflamáveis, que se incendeiam se houver uma
fonte de calor e oxigênio. A queima é contínua devido a formação em cadeia de
novos vapores ou gases.
Ponto de Ignição: é a temperatura mínima em que um combustível libera
gases ou vapores inflamáveis, que se incendeiam espontaneamente, na presença
do oxigênio, independentemente de uma fonte externa de calor.
Vale ressaltar que muitos produtos inflamáveis apenas em temperatura
ambiente já ultrapassaram seu ponto de fulgor. Isto é, liberam gases ou vapores
suficientes para serem inflamados.

Exemplos:

Produtos Perigosos Inflamáveis Ponto de Fulgor


Gasolina - 42º C
Metanol + 12,2ºC
Tintas, vernizes e diluentes + 23ºC
Querosene + 34ºC
Butano - 60º C

8.3. Transmissão de Calor


O calor é uma espécie de energia e, por isso, pode ser transmitido de um
corpo a outro?

Esse processo pode ocorrer de três formas:


Condução: O calor se transmite de um corpo para outro, através de contato
direto.

Exemplo:

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O calor produzido pela chama da vela incandescente é transmitido por
contato direto à lâmina do estilete.

Convecção: o calor se transmite através de um meio circulante gasoso.

Exemplo:
O calor produzido pela chama da vela incandescente é transmitido para o
papel através do ar quente.

Radiação: o calor se transmite através de ondas de energia calorífica, que se


deslocam através do espaço.

Exemplo:
A lâmpada acesa
transmite calor, aquecendo a folha
de papel.

8.4. Combate a Princípio de Incêndio

Mesmo ao trabalharmos para que as medidas preventivas sejam adequadas,


ainda assim poderá ocorrer algum acidente que provoque o início de incêndio.
Portanto, além de sabermos prevenir o fogo é também importante sabermos combatê-
lo.

Partindo desse princípio, podemos afirmar que um incêndio pode ser extinto
se rompermos o triângulo do fogo, ou seja, se adotarmos uma das seguintes
práticas:

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8.5. Métodos de extinção do fogo

 Isolamento ou remoção do material: é a retirada, interrupção ou desligamento


do material que ainda não começou a queimar. Exemplo: Isolamos a
continuidade da queima do GLP do isqueiro quando soltamos a válvula de saída.

 Resfriamento: é a retirada do calor do material incendiado até que sua


temperatura fique abaixo do ponto de combustão.

Exemplo:
Quando mergulhamos o palito de fósforo aceso no copo com
água, ocorre resfriamento total, extinguindo o fogo.

 Abafamento: é a retirada total ou parcial do oxigênio ou comburente. Exemplo:


quando tampamos a vela acesa com o copo, o oxigênio existente em seu interior
é consumido pela chama até atingir níveis insuficientes para continuar a queima.

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8.6. Classificação dos Incêndios
De acordo com as características dos materiais combustíveis, e visando a
utilização de extintores adequados para romper o triângulo do fogo, os incêndios
foram divididos em cinco classes.

CLASSES MATERIAIS
Trata-se de fogo em material sólido, que ocorre na superfície e
A em profundidade, deixando cinzas e resíduos após sua queima.
Trata-se de fogo em líquidos inflamáveis, que queimam em
B
superfície e não deixam resíduos.
C Trata-se de fogo em materiais energizados.

Trata-se de fogo em metais pirofóricos, ou seja, metais que


D
queimam em altíssimas temperaturas.
Envolvem materiais radioativos.

Não trataremos do método de extinção para esta classe, pois


E nesses casos a presença de técnicos especializados é
indispensável.

8.7. Tipos de agentes extintores e sua utilização

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Existem diversos tipos, tamanhos, modelos e processos de funcionamento
de extintores de incêndio, que são encontrados, em uso no mercado

Vamos conhecer os tipos de extintores e suas respectivas operações:

Água Pressurizada
O cilindro contém água e um gás inerte que dá a pressão necessária ao seu
funcionamento. É utilizado para a prática de resfriamento.

Operação:
1. Levá-lo próximo ao local do fogo;
2. Empunhar a mangueira;
3. Retirar a trava ou o pino de segurança;
4. Atacar o fogo, dirigindo o jato de água para sua base.

Espuma Mecânica

O cilindro contém solução extintora pressurizada e um gás expelente


(nitrogênio). Sendo uma pré-mistura de 95% de água potável e 5% de líquido
gerador de espuma (LGE).

Operação:
1. Puxe a trava, rompendo o lacre, e segure na posição vertical;
2. Libere a mangueira e direcione para a base do fogo;
3. Aperte a gatilho, mantendo o jato sobre o material em chamas.

Gás Carbônico
Este cilindro contém dióxido de carbono (CO2) sob pressão. O gás carbônico
presta-se ao processo de abafamento da superfície, reduzindo ou eliminando a
presença do comburente.

Operação:
1. Levá-lo próximo ao local do fogo;

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2. Retirar a trava ou o pino de segurança;
3. Empunhar a mangueira;
4. Atacar o fogo, procurando abafar toda área atingida.

Pó Químico Seco Pressurizado


Este cilindro contém bicarbonato de sódio não higroscópico (que não absorve
umidade) e um gás inerte, para dar a pressão necessária ao seu funcionamento. Este
extintor presta-se ao processo de abafamento da superfície, reduzindo ou eliminando
a presença do comburente.
Operação:
1. Levá-lo próximo ao local do fogo;
2. Retirar a trava ou o pino de segurança;
3. Empunhar a mangueira;
4. Atacar o fogo, procurando formar uma nuvem de pó em toda
a sua área.

Tabela de Classes de Incêndios e Métodos de Extinção


Classe Métodos de Extinção Extintores
Água pressurizada, espuma química ou
A Resfriamento
mecânica. Obs.1
Gás carbônico, pó químico seco, espuma
B Abafamento:
química ou mecânica. Obs.2
C Abafamento: Gás carbônico, pó químico seco. Obs.3
Quebra de reação em
Pó químico especial e limalha de ferro
D cadeia: pelo uso de pós
fundido.
químicos
Isolamento da área e BOMBEIROS (FONE: 193)
E
não se aproxime do CNEN
local.

Observação 1: No princípio de incêndio de materiais da classe A, poderão também


ser usados, extintores de pó químico seco ou gás carbônico.

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Observação 2: Nos incêndios de líquidos inflamáveis, deve-se direcionar o jato para a
face interna do recipiente até cobrir totalmente a área. A espuma química,
geralmente, é usada para incêndios em grandes tanques.
Observação 3: Com a corrente elétrica desligada, este incêndio passa a ser
combatido como se fosse da classe A ou da B.

Providências a serem tomadas em caso de princípio de incêndio

1. Toda área deve ser evacuada, pois curiosos e as pessoas de boa vontade
podem atrapalhar.
2. Isolar a área e dar combate ao fogo.
3. Você não possui todos os recursos e não domina todas as técnicas de combate
ao fogo, portanto, deve ser acionado de imediato o Corpo de Bombeiros.
4. Informar ao Corpo de Bombeiros, ou pedir a terceiros que informem, o tipo de
material que está se incendiando e o local da ocorrência.

5. Verificar a proximidade das instalações elétricas, para que sejam desligadas.

6. Em todos os casos, deve-se manter a calma, para atuar com serenidade e


precisão, sem tentar ser o herói.

O telefone do Corpo de Bombeiros é 193.

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Exercício de Verificação da Aprendizagem nº 5
1) Os métodos de extinção do fogo são:
a) ( ) resfriamento, abafamento e isolamento;
b) ( ) congelamento, abafamento e remoção do material;
c) ( ) resfriamento, isolamento e remoção do material.

2) Quando apagamos o fogo de um líquido inflamável, através do extintor de


espuma, usamos os processos:
a) ( ) resfriamento e remoção do material;
b) ( ) resfriamento e abafamento;
c) ( ) remoção do material e abafamento.

3) O fogo é uma reação _________ denominada _________ que produz ________


e _________.
a) ( ) física – comburente – luminosidade – calor;
b) ( ) química – combustão – calor – luz;
c) ( ) química – energia – calor – luz.

4) Em um isqueiro os componentes básicos para o fogo são:


a) ( ) faísca, oxigênio e o metal;
b) ( ) gás, faísca e o plástico;
c) ( ) oxigênio, gás e faísca.

5) Os três elementos do triângulo do fogo são:


a) ( ) comburente, oxigênio e calor;
b) ( ) combustível, oxigênio e comburente;
c) ( ) comburente, calor e combustível.

6) O processo de transmissão de calor que é feito através de um corpo sólido a


outro chama-se de:
a) ( ) radiação;
b) ( ) condução;
c) ( ) convecção.

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BIBLIOGRAFIA

Ministério do Trabalho e Emprego/SSST. Manual CIPA – A Nova NR 5. 1999

SEST/SENAT. Programa de Ensino a Distância – CIPA. Brasília, 1996.

SEST/SENAT. Programação Social/Série Saúde – AIDS. Brasília, 1996.

SEST/SENAT – CAPIT 01. CIPA: Segurança e Saúde. São Paulo, 1995.

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