Sistema Fiscal
Sistema Fiscal
O sistema fiscal angolano apresenta ainda uma estrutura cedular, constituída por um
conjunto de normas e regimes jurídicas, quer consagradas constitucionalmente, quer esparsas
em códigos e outras legislações avulsas sobre a matéria tributária, das quais se destacam os
principais impostos: Imposto sobre Rendimento do Trabalho, Imposto Industrial, Imposto
Sobre a Aplicação de Capitais, Imposto do Selo, Imposto Predial Urbano e o Imposto de
Consumo. Este Sistema É constituído por duas grandes mudanças, a primeira abrange o
período antes da independência de 1975, em que varias leis na área fiscal foi firmada, e que
algumas leis continuam em vigor aos dias actuais, mais com algumas alterações na segunda
fase pós-independência que abrange o período de 1975-2010, em que resultou nas aprovações
de algumas leis do Regime Geral e especial de Tributação que entraram em vigor em 2014
Por outro lado o Sistema Tributário, pode mesmo considerar-se como um obstáculo ao
desenvolvimento, “exemplo: por não estar suficientemente configurado para atracção de
investimento; a inexistência de convenções de dupla tributação reforça o seu carácter pouco
atractivo; a justiça tributária não garante a necessária segurança”
O Sistema fiscal Angolano tem vindo a ser objecto de uma profunda reforma na
Administração Tributária, no plano orgânico, no plano de recursos humanos e nos planos dos
procedimentos administrativos e dos sistemas de informação e a necessidade de reformular o
actual sistema da de justiça tributária.
Regime de Tributação
São dois órgãos de fiscalização externa, Tribunal de Contas que é o órgão supremo de
fiscalização e da legalidade das finanças públicas e de julgamento das contas que perante a lei
está sujeita a sua jurisdição e o Ministério das Finanças que tem a função de conduzir, propor a
formulação, executar e avaliar a política financeira do Estado Angolano, promovendo a gestão
racional dos recursos e patrimoniais público.
Princípios de Tributação
Aplicação no espaço
Na tributação do imposto angolano, as normas são aplicados apenas aos factos que
ocorreram em território nacional, salvo disposição legal em sentido contrário sem prejuízos
dos direitos internacionais que o estado angolano esteja vinculado. Para os contribuintes
singulares ou colectivas a tributação do imposto abrange a totalidade dos rendimentos,
independentemente do lugar da sua proveniência.
Tributação Directa - A tributação directa das pessoas singulares, pessoas colectivas ou entes
fiscalmente equiparados e deve abranger tendencialmente as várias categorias de
rendimentos, de acordo com o princípio da igualdade e recai, sempre que possível,
preferencialmente sobre o seu rendimento real.
De acordo com o n.º 1 do artigo 23.º do Código Geral Tributário constituem garantias gerais
dos contribuintes:
- O não pagamento do imposto que não foi estabelecido de acordo com a constituição
- A não tributação da mesma matéria colectável mais de uma vez, na qual dá o direito aos
contribuintes de reclamar quando estiverem na presença de dupla tributação.
- Recorrer hierarquicamente, nos termos da lei, sempre que não houver resposta convincente
para resolver alguns casos da esfera tributária, ou por se sentir lesado por algumas práticas
negativas.
- A confidencialidade dos actos relativos à sua situação tributária nos termos no presente
Código.
- O direito a informação na sua totalidade sobre o conteúdo dos seus deveres acessórios e o
meio mais cómodo e seguro de lhes dar cumprimentos.
Sem prejuízo de acordo com o artigo 23º n.º2 o exercício de garantias previstas no número
anterior, nomeadamente os direitos de reclamar ou impugnar o apuramento da matéria
colectável ou da liquidação relativamente a qualquer tributo, independentemente da sua
natureza, não pode ser objecto de qualquer sanção ou agravamento automático à matéria
colectável ou à colecta, com fundamento de, a decisão final ser desfavorável ao interessado.
No que concerne a tributação do imposto existem actos quem têm vido a provocar
estabilidade ao sistema fiscais não só angolano mais também a nível internacional, os actos
mais destacados são fraude fiscal ou evasão fiscal.
Compreende-se como evasão fiscal ou fraude fiscal o acto de infringir a lei com o intuito de se
eximir ou fugir ao pagamento do imposto ou de reduzir o imposto a pagar através de
mecanismos ilegais.
Estamos perante a um processo de fuga ao fisco, que é bastante recorrente no sistema fiscal
internacional, em que obrigou alguns países como Angola a actualizar os seus sistemas fiscais.
Caracteriza-se por dois elementos distintos que são a transgressão da legalidade fiscal e
propósito deliberado de fugir no todo ou em parte ao imposto devido.
Ano Fiscal
O período de cobrança de tributos coincide com o ano civil, para todos os efeitos legais, por
força do princípio da anualidade do imposto, que advém do princípio orçamental ou de
autorização de receita.