Biologia: Genética Das Populações E Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Biologia: Genética Das Populações E Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Biologia: Genética Das Populações E Equilíbrio de Hardy-Weinberg
com/ProfessorFerretto
COLORAÇÃO DE ADVERTÊNCIA OU
APOSEMATISMO
Pelo que já se estudou de evolução, você percebeu que os me-
canismos de evolução são lentos, levando milhares de anos pare
provocar diferenças apreciáveis numa espécie. De fato, espécies
novas não surgem todos os dias diante de nós! Assim sendo, a per-
cepção da Evolução se baseia muitas vezes no estudo comparativo
de fósseis de espécies aparentadas e na verificação das mudanças
que aparecem. Em muitos casos, o registro fóssil é falho, e existem
lacunas grandes na nossa compreensão da história da vida.
ASSUNTOS DA AULA. Na realidade, as grandes mudanças evolutivas são compostas
de "micromudanças" somadas umas às outras. Essas micromu-
Clique no assunto desejado e seja direcionado para o tema.
danças podem ser detectadas com uma certa facilidade no estudo
de populações, no decorrer de um determinado espaço de tempo.
• Genética das populações e equilíbrio de Hardy-Weinberg
Para o geneticista de populações, a simples detecção de uma
mudança na porcentagem de um gene numa população, no decor-
• Populações que não evoluem - equilíbrio de Hardy-Weinberg
rer de um certo período, é indicativa de uma das "micromudanças"
de que falávamos. A alteração da taxa desse gene pode ser devida
a um desses principais fatores evolutivos: mutação, seleção natural,
migração a oscilação genética.
Vamos exemplificar com o caso das mariposas da espécie Bis-
ton betularia, estudadas por Kettlewell. Se tivesse sido feita uma
avaliação da taxa dos genes para cor numa população dessas mar-
iposas há 130 anos, certamente se verificaria a presença do gene
para cor clara em porcentagem muito alta, em relação ao gene para
cor escura. Um estudo realizado nos dias de hoje na mesma região,
agora poluída pela fumaça, mostraria uma inversão dessa situação,
em favor do gene pare cor escura. Assim sendo, pode se dizer que
naquela região, no decorrer dos últimos 130 anos, a população de
mariposas sofreu evolução quanto ao gene para a cor. Kettlewell
demonstrou que o fator evolutivo responsável pela mudança na
composição de estoque gênico da população foi a seleção natural.
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Evolução é toda e qualquer mudança verificável na frequência dos genes de uma população no decorrer
de um certo período. A soma dessas pequenas alterações (microevolução) ao longo de milhares ou milhões de
anos permitiria que se verificassem modificações maiores, que podem inclusive fazer surgir espécies diferentes
(macroevolução por especiação).
Eugenia
O termo Eugenia (do grego “bem-nascido") foi cunhado em 1883 pelo inglês Francis Galton para definir o estudo dos
agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou
mentalmente. Na prática, a Eugenia via a eliminação de defeitos genéticos de uma população.
Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas atualmente em plantas e animais,
ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas
declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana.
Eugenia é um tema bastante controverso, sendo considerada prática de eugenia a eliminação de recém-nascidos com
deficiências físicas em sociedades tão distintas quanto a da cidade-estado de Esparta na Grécia Antiga e a de várias tribos
indígenas na América. Princípios eugenistas foram utilizados de maneira radical e deturpada na Alemanha Nazista das dé-
cadas de 1930 e 1940, com sua política de “higienização racial” que promovia a esterilização compulsória de diversos grupos
considerados inadequados para a reprodução, como criminosos, deficientes mentais e deficientes físicos. A Eugenia nazista
acabou culminando com a eliminação sistemática de vários grupos considerados racialmente inferiores pela ideologia de
pureza racial de Hitler, levando ao Holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial.
Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos
sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou
não-aptas para a reprodução.
Como já discutido, populações em que não há mudança na taxa dos genes no decorrer do tempo não estão sofrendo evolução.
Por outro lado, os fatores que modificam as taxas dos genes podem ser de diversos tipos: mutações, seleção natural, migrações
e oscilação genética. Assim, se nenhum dos fatores evolutivos estiver presente, não há alteração nas taxas de genes, a portanto
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ber em que sentido ocorre mudança nas frequências gênicas or como exemplo vá reproduzir-se, nascendo assim uma
e em que sentido a evolução atua nela. A partir disso, podem geração F1. Admitamos ainda que o acasalamento ocor-
ser levantadas hipóteses acerca dos fatores envolvidos nessa ra de maneira totalmente casual, independentemente do
mudança das frequências gênicas. fenótipo; em outras palavras, vamos supor que o fenóti-
po, quanto ao caráter que nos interessa, não interfira na
GENÉTICA DAS POPULAÇÕES escolha do parceiro sexual:
Estamos interessados, inicialmente, em saber em que
Frequência gênica e frequência genotípica proporção nascerão os indivíduos AA, Aa e aa.
Dois conceitos importantes devem ser entendidos de a) Qual é a probabilidade de ocorrer um nascimento
início: a ideia de frequência gênica a de frequência genotípi- AA?
ca. Um exemplo servirá para ilustração. Essa probabilidade é igual à de se encontrarem um es-
Suponhamos que em uma população de 1.000 indivíduos, permatozoide A e um óvulo A. Então: P(AA) = P(A e A) = P(A)
640 sejam AA, 320 Aa e 40 aa. Temos então: x P(A) = 0,8 x 0,8 = 0,64.
b) Qual é a probabilidade de ocorrer um nascimen-
f(AA) = 640 /1000 = 64% = 0,64
to Aa?
f(Aa) = 320 /1000 = 32% = 0,32
É igual à probabilidade de se encontrarem um esperma-
f(aa) = 40/1000 = 4% = 0,04
tozoide A e um óvulo a ou um espermatozoide a e um óvulo
A. Então: P(Aa) = P[(A e a) ou (a e A)] = [P(A) x P(a)] + [P(a) x
Por outro lado, é fácil calcular na população acima as P(A)] = (0,8 x 0,2) + (0,2 x 0,8) = 0,32.
frequências dos genes (A) e (a.). Como os indivíduos são c) Qual é a probabilidade de ocorrer um nascimen-
diploides, vamos considerar a presença de dois genes em to aa?
cada indivíduo. O total, de genes nessa população será É igual à probabilidade de se encontrarem um esperma-
portanto de 2.000. tozoide a e um óvulo a. P(aa) = P(a e a) = 0,2 x 0,2 = 0,04.
Repare então que na geração F1 os genótipos deverão
ocorrer exatamente nas mesmas frequências que na geração
Gene A
parental: isso quer dizer que as frequências genotípicas não se
Total de genes A = 1.280 (640 indivíduos AA,
modificaram; e, consequentemente, não mudaram também as
com 2 genes A) + 320 (320 indivíduos Aa, com 1
frequências gênicas.
gene A) = 1600
f(A) = 1.600 genes A/2000 = 80% = 0,8
Relação entre a frequência dos genes dos genóti-
pos
Gene a Você percebeu que, a partir das frequências dos genes,
Total de genes a = 80 (40 indivíduos aa, com foi fácil encontrar a frequência dos genótipos. Veja o
2 genes a) + 320 (320 indivíduos Aa, com 1 gene desenvolvimento seguinte. Vamos simbolizar as frequên-
a) = 400 cias dos genes A e a por p e q. Admitindo se que:
f(a) = 400/2.000 = 20% = 0,2 Na tabela pode se observar como se chega às frequên-
cias de genótipos a partir das frequências dos genes, para
cruzamentos que ocorrem ao acaso.
Repare agora que a frequência dos gametas nessa
população é idêntica à frequência dos genes, pois em cada
gameta existe apenas um gene. Então, as frequências de
A (p) A (q)
espermatozoides são: espermatozoide A = 0,8 e esperma-
tozoides a = 0,2. As frequências de óvulos são: óvulos A = A (p) AA (p2) Aa (pq)
0,8 e óvulos a = 0,2. A (q) Aa (q) Aa (q2)
A soma das frequências de A e a é igual a um. Numa população em
equilíbrio de Hardy-Weinberg, os genótipos AA, Aa e aa se distribuem
Como ficam as frequências na segunda geração nas frequências de p2, 2pq e q2. Observe agora que a frequência dos
Vamos supor que a população usada no item anteri- genótipos obedece ao desenvolvimento do binômio (p + q)2.
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Para mulheres:
- f(mulheres normais homozigotas) = f(XDXD)
= p x p = p2
- f(mulheres normais heterozigotas) = f(XDXd)
= p x q + q x p = 2pq
- f(mulheres daltônicas) = f(XdXd) = q x q = q2
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Deve-se perceber que, uma vez que no cromossomo Y não há genes para daltonismo, as frequências genotípicas são
iguais às frequências gênicas.
Assim, caso haja quatro alelos, pode-se chamá-los de p, q, r e s, e calcular as frequências genotípicas em p2 , q2 ,
r 2 , s2 , 2pq, 2pr, 2ps, 2qr, 2qs e 2rs.
Tome nota:
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