Patologia - Sistema Endócrino
Patologia - Sistema Endócrino
Patologia - Sistema Endócrino
SISTEMA ENDCRINO
Tecidos Endcrinos: o Rim o Corao o Gnadas o Tecido Adiposo o Hipotlamo o Pncreas o Tireide o Hipfise Hormnio: Promove uma sinalizao que permite o funcionamento harmnico do organismo. Sistema Endcrino: Grupo de rgos amplamente distribudos e integrados, secretores de molculas sinalizadoras, que atuam em clulas alvos, modificando o estado metablico. Comumente via sangunea e frequentemente denominadas hormnios. Podem agir em: y Receptores de Membrana; y Receptores Intracelulares.
y Patologia: Produo excessiva, deficiente e efeito de massa (aumento de volume hiperplasia, neoplasia e inflamao). O problema pode estar na sntese, liberao ou no alvo. y Objetivos: o Compreender os mecanismos das doenas endcrinas (patognese); o Correlacionar com as repercusses clinicas (sinais e sintomas); o Abordar aspectos morfolgicos e moleculares (mais de processos neoplsicos genes celulares) relevantes. Importncia do estudo do sistema endcrino: o Mortalidade alta da Diabetes (IAM, AVC), tumor de tireide e outros. Porem a maioria das doenas causam maior morbidade do que mortalidade, o que demanda tambm altos custos e a maior incidncia de complicaes associada ao sofrimento do paciente.
HIPOTLAMO
Se localiza na parede anterior do 30 ventrculo e no assoalho do 3 0 ventrculo na base do crebro, sendo vizinho da hipfise e do quiasma cerebral. Se comunica com o neocortx cerebral. y reas do hipotlamo: Substncia cinzenta com ncleos de funes especificas: o Supraptico e paraventricular: produo de ADH e oxitocina (OT); o Arqueado e paraventricular: fatores liberadores e inibidores da hipfise.
1. ADH e OT vo para o alvo atravs de terminaes nervosas; 2. Os fatores inibidores e liberadores da hipfise atuam nela atravs do sistema portahipofisrio. I. ADH: Reabsoro Tubular; II. OT: Contrao dos ductos mamrios, lactao e contrao do tero; III. Hormnios que regulam a adenohipfise (CRH, GnRH, TRH, GHRH/PIF). y Sndromes clinicas resultantes da hiperfuno: o Puberdade precoce; o Secreo inapropriada do ADH; o Produo ectpica (Glndula produz um hormnio no comum a ela). Sndromes clinicas resultantes da hipofuno: o Nanismo (relacionado ao hormnio GH); o Obesidade; o Hipogonadismo hipotalmico; o Amenorria o Diabetes Insipidus (no produz ADH); o Hipopituitarismo. Outras alteraes funcionais: Alteraes da sede, apetite, sono e neurolgicas. Tumores Hipotalmicos: o Gliomas (tumor nas clulas da glia); o Craniofaringeoma; o Germinoma e Teratomas (clulas germinativas e embrionrias); o Histiocitose de clulas de Langerhans; o Metstases. Anomalias congnitas: o Anencefalia (ausncia de hipotlamo neurohipfise;
o Displasia septo-ptica; o Sndrome de Kallmann. y Outras Leses: o TCE; o Alteraes hipotalmicas na hipofisectomia; o Doenas isqumicas; o Processos Inflamatrios; o Encefalopatias degenerativas.
HIPFISE
No adulto mede +- 1 cm e pesa 0.5-1g Localizada na sela trcica (na base do crebro) e se conecta ao hipotlamo atravs de uma haste. y Composio: o Clulas eosinoflicas/acidfilas (40%) GH, Prolactina; o Clulas basoflicas (10%) ACTH, MSH, FSH e LH; o Clulas cromfobas (maioria da clulas) TSH; o Pituicitos na neurohipfise h as terminaes nervosas dessas clulas que se situam no hipotlamo (possibilitando a comunicao hipfise-hipotlamo). Aumento da hipfise: Hipertenso craniana (causa dor de cabea, vmitos e etc), podendo tambm comprimir estruturas vitais. Hipfise: o Neurohipfise (20%): Clulas da Glia e terminaes nervosas Aspecto mais homogneo. o Adenohipfise (80%): Clulas basoflicas, acidfilas e cromfobas Aspecto mais heterogneo.
Atravs da imunohistoqumica possvel diferenciar os hormnios presentes na hipfise: utilizado um AC corad o contra um hormnio especifico a parte corada a produtora do hormnio em questo. y Alteraes: 1. Hormnio: o Aumento (Hiperpituitarismo); o Diminuio (Hipopituitarismo). 2. Efeito Local: o Aumento da sela trcica; o Compresso do parnquima;
o Anormalidade do campo visual (compresso do quiasma ptico); o Hipertenso craniana. y Diagnstico: o Aspectos clnicos reconhecimento das sndromes. o Dosagens sricas ou de urina dos hormnios de seus metabolitos; o Imagem (RX, TC, RM); o Morfologia; o Exames Moleculares. Leses hipofisarias: o Anomalias Congnitas; Agenesia (no formao da hipfise); Hipo/Aplasia. o Sndrome da sela vazia; o Necrose (at 70% sem sintomas h hiperatividade da parte sadia, compensando a parte necrosada); o Apoplexia Sangramento Exagerado; o TCE; o Infeces e processos inflamatrios no infecciosos; o Hiperplasia da Adenohipfise; o Neoplasias. Adenomas: Neoplasia da adenohipfise. o 10% de todas as neoplasias intracranianas; o 5% Hereditrio; o 35-60 anos; o Masc=Fem o Diagnstico Diferencial = Hiperplasia; o Padro Alveolar com fibras reticulares. Classificao: y Tamanho: o Microadenoma (at 1cm); o Macroadenoma (maior que 1cm). y Tipo: o Secretor pode causar hipertenso intracraniana e pode secretar mais de 1 hormnio; o No Secretor. y Caractersticas Radiogrficas (I a IV) y Caractersticas Cirrgicas y Tipo de Hormnio de acordo com o hormnio liberado. Queixa Clinica: o Depende do tipo de Hormnio. o Saber a Biologia Molecular (citogentica) dos adenomas permite uma teraputica melhor (descoberta de medicamentos com alvos especficos
para o adenoma). Alm das particularidades do tipo de cncer, h as particularidades individuais (relativos a cada paciente). o Ciclina: a cada ciclo celular essa protena precisa ser transcrita.
A ciclina D1 transcrita pelo gene CCnD1 que est em hiperexpresso em adenomas (aumentando a proliferao celular). Alm disso, h a mutao do p53 (regulador do ciclo celular) em adenomas agressivos. A metilao do RB (gene tambm chave na diviso celular) tambm est presente em adenomas agressivos, estando em hipoatividade. p53 e RB so genes supressores de tumores. PTTG Gene Transformador do Tumor Pituitrio tambm est presente no adenoma.
Adenoma Familiar: Mutaes germinativas (h mutao nas clulas germinativas, causando a presena da mutao em todas as clulas do individuo alm do individuo nascer com ela).
y Morfologia do Adenoma: Circunscrito (fascie retirada); Consistncia Macia; Geralmente confinado a sela trcica; 30% Adenoma invasivo; Hemorragia e necrose de tumores maiores pela irrigao sanguinea; Monomorfismo celular: y Prolactinoma; y Adenoma Secretor de GH (Criana Gigantismo/Adulto Acromegalia); y Adenoma Secretor de ACTH; y Adenoma Secretor de TH; y Adenoma Secretor de Gonadotrofinas; y Adenoma Secretor de GH e PRL; y Adenoma pluri-hormonal, silencioso, clulas nulas.
PINEAL/EPFISE
y y
Patologias:
TIREIDE
Responsvel pelo maior n 0 de doenas no sistema endcrino aps o pncreas (Diabetes). Pode ser visvel e palpvel (no a nica palpvel, os testculo tambm so palpveis). Possui forma de borboleta, com 2 lobos (esquerdo e direito), unidos pelo istmo. Perto dela passam grandes vasos e nervos importantes, apesar disso as complicaes de uma cirurgia de tireide no so muitas (mais comum: sangramentos e leso de vasos e nervos). Contigua da tireide passa a paratireide. A tireide pesa por volta de 20 a 25 gramas no individuo adulto. y Microscopicamente: o Folculos revestido por clulas epiteliais foliculares, que secretam os hormnios T3 e T4; o Dentro dos folculos h colide; o H tambm as clulas parafoliculares (clulas C) que secretam Calcitonina (Incorporao de Clcio no Osso). Funes dos hormnios tireoidianos: o Intelectualidade; o Motricidade; o Metabolismo (inclusive na taxa de respirao mitocondrial). Doenas da Tireide: o Tamanho: Aumento da Glndula (Bcio Processos Hiperplsicos); Processo Inflamatrio (Tireoidite); Processo Neoplsico; o Quadros: Hipertireoidismo Alta Secreo de Hormnio; Hipotireoidismo Pouca Secreo de Hormnio; Eutireoidismo No h (ou pouca) modificao na secreo dos hormnios tireoidianos. o Investigao: Clinica; Palpao; Dosagem de hormnios (principalmente TSH);
y
Ultrassom (Dopler) Ndulos, Vascularizao e outros; Cintilografia com Iodo Mapeia a Glndula; PAAF Puno Aspirativa por Agulha Fina; Exame peroperatrio por congelamento Realizado durante o ato operatrio; Exame Anatomopatolgico.
Cintilografia: a parte que no capta iodo chamada de ndulo frio e a parte que hipercapta iodo chamada de ndulo quente. PAAF: aspira o ndulo com puno (no ambulatrio mesmo). Com o material feito uma lmina e, aps analise, conclui se benigno ou maligno. A maioria dos ndulos de tireide so benignos. Anomalias Congnitas: o Agenesia ou Hipoplasia Grave Causam cretinismo espordico. Mutaes germinativas na embriognese da tireide. Cretinismo o Retardo de crescimento, rebaixamento intelectual irreversvel; o Cretinismo endmico: a me no tem aporte de iodo e na gravidez h aumento do gasto de T3 e T4. O beb nasce com cretinismo. o Defeitos genticos da sntese hormonal: Erros inatos do metabolismo: bcio disormonognico; Cretinismo. o Cisto ou ducto tireoglosso; o Tireide ectpica: tireide fora do local que ela deve estar (como na lngua ou at na parede da vagina). Tireoidites o Infeco (rara); o Hashimoto (AutoImune); o De Quervain (subaguda) granulomatosa e causa dor; o Lifoctica Relacionada com Hashimoto; o Riedel (rara); o Traumtica; palpao causada por trauma, h extravazamento de colide, causando granulao e possibilitando a palpao; o Radiao.
Alguns relacionam com o aumento de iodo no sal (que pode ter aumentado a incidncia da doena).
Patognese:
Doena auto-imune desrregulao do que o organismo considera como prprio e no prprio: o organismo comea a enxergar os Ag de clulas foliculares com estranhos por defeito nos Linfcitos T. Desse modo, o sistema imune se mobiliza para combater as clulas tireoidianas (com morte celular, tanto por apoptose, como por necrose), com atividade de macrfagos, Linfcitos NK, sistema complemento e anticorpos. Esto presentes AC anti-tireoglobulina, anti-peroxidase tireoidiana, antitransportador de iodeto e anti- receptor de TSH. y Morfologia o Macro: Aumento Simtrico (mantm a forma da tireide); Aspecto Lobulado. o Micro: Presena de clulas inflamatrias em excesso; Clulas de Hurtle (Tpica de Hashimoto).
A tireoidite de Hashimoto a causa mais freqente de hipotireoidismo em reas com muito iodo. y Tireoidite de Quervain: o Tambm chamada de granulomatosa/clulas gigantes/subaguda. o 5/1 Mulher/Homem. o 30-50 anos. o Dor. o 25% Evoluem para Hipotireoidismo. Patognese: o Relacionada a infeco por vrus de VAS Morfologia: o Macro: No simtrica; reas Esbranquiadas. o Micro: Clulas gigantes que fagocitam colide. Tireoidite Linfoctica: o Indolor e Silenciosa; o Variante da T. De Hashimoto; o Evoluo de 2 a 3 semanas, subaguda; o AutoImune; o Crianas, Adolescentes, Adultos e caracteristicamente ps-parto; o 1/3 evolui para hipotireoidismo.
Morfologia: o Macro: Normal ou discreto aumento simtrico. o Micro: Infiltrado Linfocitrio. Tireoidite de Riedel: o Rara, jovem, indolor; o 4/1 Mulher/Homem; o Etiologia desconhecida, provavelmente AutoImune. Morfologia: o Macro: Pouco aumentada e Assimtrica; Adere estruturas adjacentes; Consistncia Dura. o Micro: Folculos remanescentes e fibrose. Evoluo: o Disfagia (Compresso do esfago); o Dispnia (Compresso da traquia).
Classificao dos Bcios: o De acordo com a funo: Hiperfuncionantes/Txicos; No Hiperfuncionantes/No Txicos. o De acordo com o aspecto Macroscpico: Difuso; Nodular. o De acordo com o aspecto Microscpico: Hiperplsico/Adenomatoso; Colide.
Bcio Hiperplsico Difuso Txico: o Doena de Basedow-Graves 5-7/1 Mulher/Homem; 20-40 anos (adulto jovem); Hipertireoidismo Aumenta T3 e T4 e diminui TSH. Patognese: o Doena AutoImune principal Ac: IgG que mimetiza o TSH (estimula o bcio e causa aumento de T3 e T4).
o Exoftalmia: deslocamento de gua e edema que empurram o globo ocular para fora. No h regresso. A exposio do globo ocular pode resultar em ulcera de crnea.
Bcio No Hiperplsico Difuso ou Nodular Atxico: o Ou tambm Bcio Colide Difuso Atxico; o Relacionado a carncia de Iodo. Formas: o Endmicas; o Espordicas: Substancias Bocignicas (mandioca, couve-flor, nabo, repolho) Impedem a sntese de T3 e T4; Defeitos Hereditrios (deficincias enzimticas de sntese de T3 e T4); No caracterizada.
Doena Nodular Tireoidiana: o 4/1 Mulher/Homem; o Mais comum em ambientes com muito Iodo ou Radiao; o Ndulos Tireoidianos so freqentes (alta prevalncia); o Podem ser benignos ou malignos o risco para ser maligno e de menos de 5%, se for maligno: + em Homens e em exposio a radioterapia; Cncer tireoidiano = 1 a 2% de todas as neoplasias; Ndulos quentes (hipercaptantes) so mais benignos que os frios. (Cintilografia)
Neoplasias Epiteliais: o Classificao: Benignas apenas de clulas foliculares; Malignas Clula folicular e Clula parafolcular. Benignos: o Adenomas: Presena de cpsula (sempre tem que ter cpsula) diferencia do ndulo hiperplsico; Neoplasia monoclonal (uma linhagem de clu las apenas); 10/1 Mulher/Homem; 20-60 anos, pode aparecer em crianas; Podem ser frios ou quentes (quentes so mais benignos); Mutao no RAS, DIX e PAX (tambm no carcinoma folicular) Adenoma pode gerar carcinoma folicular. Malignos: o Carcinomas: 70-80% - Tipo Papilfero (Via do MAP Translocao de RET/PTC (20-40%); 10-20% - Folicular Mais Agressivo; 0,4-10% - Pouco diferenciado (insular); 2-10% - Indiferenciado Fatal (sobrevida +- 1 ano); 5-10% - Medular se origina de clulas C.
Mutaes de BRAF aparece de 3-50% no papilfero e tem valor prognstico, mutao mais freqente: RET/PTC. p53 e a beta caterina esto relacionados com tumor invasivo. 1. Carcinoma Papilfero/Papilar: y 3/1 Mulher/Homem; y 20-40 anos, tambm em crianas. o Patognese: Radiao Ionizante; Deficincia Iodo/Bcios; Tireoidite de Hashimoto; Rearranjo RET/PTC; Inverses ou translocaes NTRK 1; Mutao BRAF; Mutao RAS. o Morfologia: Macro: y Aspecto arenoso/granuloso calcificaes. Micro: y Formao de papilas (embora tenha variante sem papilas) e calcificaes;
y y
Ncleo em vidro fosco ou modo ou olhos da rf anil (ncleo vazado) e fendas nucleares. H tambm pseudo-incluses em alguns casos ao invs das caractersticas nucleares anteriores.
2. Carcinoma Folicular: y Mais tardio; y Prognostico Pior; y Via Hematognica; y Relacionado a deficincia de iodo e mutaes; y Pode ser nodular ou difuso. o Morfologia: Micro: y Microinfiltrao da cpsula cogumelo; y Clulas de Hurtle; y Embolizao. o Mutao do p53. 3. Carcinoma Medular: y Forma espordica; y Forma hereditria. o Morfologia: Amilide.
Aspecto em