Guião de Cálculo II
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GUIÃO DE CÁLCULO II
1
Autor: João Pedro Santos
CAPÍTULO 1.A
Sucessões e Séries de Funções
Conceitos gerais……………………………………………………………………………………………….2
Sucessões de funções e convergência……………………………………………………………………...3
Séries de funções………………………………………………………………………………………………3 e 4
Séries de potências…………………………………………………………………………………………….4 a 6
Final do Capítulo 1.A…………………………………………………………………………………………...6
Exercício do final do Capítulo 1.A……………………………………………………………………………..7
Conceitos gerais
Todos nós entendemos que uma dada sequência de número naturais ou não aquando da sua soma, vai
tender para infinito (∑∞
𝑖=0 𝑛 = ∞)
O significado de somatório é a soma de todos os termos de uma sucessão com n valores até a um dado
valor x (menor ou igual a n), consideremos o seguinte exemplo:
A sucessão de valores 2n3-1 para n natural positivo
Com o seguinte exemplo, entendemos que os valores terão, obrigatoriamente, que ser 1;15;53; etc….
Ou seja, os valores serão definidos pelo seguinte somatório:
𝑛
∑ 2𝑛3 − 1
𝑖=0
∑ 2𝑛3 − 1 = 1 + 15 + 53 = 69
𝑖=0
Conseguimos compreender que o exemplo considerado apresenta um dado valor 𝜉 que tende para infinito
aquando do aumento do intervalo de valores a serem considerados.
Pegando num exemplo mais complexo, consideremos,
A sucessão de valores do tipo xn
Com este exemplo e com os nossos conhecimentos à cerca de matemática a nível do secundário e
cálculo I, nós sabemos que no intervalo de valores -1<x<1, o limite aquando n tender para infinito vai ser
zero e caso x=1, o limite vai tender para 1:
0 𝑠𝑒 − 1 < 𝑥 < 1
lim 𝑥 𝑛 = {
𝑛→∞ 1 𝑠𝑒 𝑥 = 1
A isto chamamos uma série de função que converge para um dado valor 𝜉 aquando do intervalo
considerado, no que diz respeito ao intervalo -1<x<1, o somatório terá a forma,
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Autor: João Pedro Santos
∞
𝑥
∑ 𝑥𝑛 = , |𝑥| < 1
1−𝑥
𝑖=0
Séries de funções
Quando estamos perante uma série de funções, aquando da consideração de uma dada função 𝑓𝑛
uniformemente convergente consideramos que,
∞
∑ 𝑓𝑛 (𝑥) = 𝑆(𝑥)
𝑛=0
Sendo S(x) o valor da soma da série que converge uniformemente para um dado valor 𝜉 num dado
intervalo A.
Para todo o tipo de séries uniformemente convergentes apresentamos o seguinte teorema,
Teorema 2
Seja ∑∞𝑛=0 𝑓𝑛 uma série de funções contínuas num dado intervalo A e uniformemente convergente em A,
para a função S; então,
1. S é contínua nesse mesmo intervalo A
2. S é integrável em A e tem-se,
𝑏 ∞ 𝑏
∫ 𝑆(𝑥)𝑑𝑥 = ∑(∫ 𝑓𝑛 (𝑥)𝑑𝑥 )
𝑎 𝑛=0 𝑎
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Autor: João Pedro Santos
3. Considerando que a função 𝑓𝑛 apresente uma função de 1ª derivada, contínua e ∑∞ ´
𝑛=1 𝑓𝑛 converge
uniformemente no intervalo A, então S é diferenciável nesse mesmo intervalo e,
∞
´ (𝑥)
𝑆 = ∑ 𝑓𝑛´ (𝑥), 𝑐𝑜𝑚 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝑢𝑚 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝐴
𝑛=1
Séries de potências
Toda a série que possa ser apresentada da seguinte forma
∞
é considera uma série de potências centrada num dado valor real c. Sendo 𝑎𝑛 ∈ ℝ, ∀𝑛 ∈ ℕ0 e os valores
de 𝑎𝑛 são os coeficientes da série.
Consideremos o exemplo seguinte:
∞
∑ 𝑥𝑛, 𝑥 ∈ ℝ
𝑛=0
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Autor: João Pedro Santos
Usamos o Critério de Cauchy
Com isto concluímos que a série converge no intervalo -1<x<1, no entanto a série diverge para todo o
intervalo fora do já referido anteriormente, ou seja,
1
∑∞ 𝑛
𝑛=0 𝑥 , 𝑥 ∈ ℝ = 1−𝑥 , 𝑥 ∈ ] − 1,1[
Domínio de convergência
O conjunto de pontos para os quais uma série de potências é convergente
Temos duas formas para determinar o domínio de convergência,
1. Critério D´Alembert (ou da razão)
Raio de convergência
1 1
𝑅= 𝑎𝑛+1 𝑜𝑢 𝑅 = 𝑛
lim | 𝑎 | lim √|𝑥 𝑛 |
𝑛→∞ 𝑛 𝑛→∞
Série de Dirichlet
A série de Dirichlet ajuda-nos a interpretar a convergência de uma dada série da forma
∞
1 < 1, 𝑎 𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝑑𝑖𝑣𝑒𝑟𝑔𝑒
∑ , ∀𝑎 {
𝑛 𝑎 > 1, 𝑎 𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑔𝑒
𝑛=0
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Autor: João Pedro Santos
Critério de Leibniz (Cálculo I)
Aquando da dúvida à cerca da convergência simples ou absoluta de uma dada série em função de um
determinado valor 𝑥 podemos usar o Critério de Leibniz,
Com 𝑎𝑛 > 0, caso
lim 𝑎𝑛 = 0
𝑛→∞
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Autor: João Pedro Santos
Exercícios do final do capítulo 1.A
cos(𝑛𝑥)
1. Considere a série de funções ∑∞
𝑛=1 𝑛√𝑛+1
𝑛𝑥
3. Considere a série de funções ∑∞
𝑛=0 3𝑛𝑥+1 definido em todos os números reais positivo, exceto zero.
1
4. Sabendo que ∀𝑥 ∈] − 1,1[ se tem 1−𝑥 = ∑∞ 𝑛
𝑛=0 𝑥 , obtenha a representação em série de potências
das funções seguintes, indicando o maior intervalo aberto onde a representação é válida.
1
a) 𝑓(𝑥) =
1+𝑥 2
b) 𝑔(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑥)
1
c) ℎ(𝑥) = 2
(1−𝑥)
d) 𝑖(𝑥) = −ln (1 − 𝑥)
1
e) 𝑗(𝑥) = 1+2𝑥
f) 𝑘(𝑥) = ln (𝑥)
𝑛𝑥 𝑛
5. Verifique que a série de potências ∑∞
𝑛=1 tem um raio de convergência igual a 2 e explicite o
2𝑛
valor de 𝑓(𝑥).
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Autor: João Pedro Santos
CAPÍTULO 1.B
Polinómio e Fórmula de Taylor
Série de Fourier
Conceitos gerais……………………………………………………………………………………………….8
Exercícios resolvidos……………………………………………………………………………………..……9 e 10
Conceitos gerais
1. Definição: Seja 𝐼 um intervalo de números reais e 𝑓: 𝐼 ⟶ ℝ uma função admitindo derivadas finitas
até à ordem 𝑛 ∈ ℕ0 num dado ponto 𝑐 ∈ 𝐼. O polinómio de Taylor de ordem n de f, de centro c é o
polinómio:
𝑛
𝑓 (𝑘) (𝑐) 𝑓´´(𝑐) 𝑓 (𝑛) (𝑐)
∑ (𝑥 − 𝑐)𝑘 = 𝑓(𝑐) + 𝑓´(𝑐)(𝑥 − 𝑐) + (𝑥 − 𝑐)2 + ⋯ + (𝑥 − 𝑐)𝑛 = 𝑇𝑐𝑛 𝑓(𝑥)
𝑘! 2! 𝑛!
𝑘=0
𝑓 (𝑛+1) (𝑗)
|𝑓(𝑥) − 𝑇𝑐𝑛 𝑓(𝑥)| = |𝑅𝑐𝑛 𝑓(𝑥)| =| (𝑥 − 𝑐)𝑛+1 | com um dado valor |𝑓 (𝑛+1) (𝑗)| < 𝑀 sendo M o valor
(𝑛+1)!
máximo 𝑗 entre 𝑥 e 𝑛
∞
𝑎0
𝑓(𝑥)~ + ∑ 𝑎𝑛 cos(𝑛𝑥) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)
2
𝑛=1
1 𝜋 2 𝜋 ímpar×par=ímpar
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)cos (𝑛𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)cos (𝑛𝑥)𝑑𝑥
𝜋 −𝜋 𝜋 0
ímpar×ímpar=par
1 𝜋 2 𝜋
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)sen (𝑛𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)𝑑𝑥
𝜋 −𝜋 𝜋 0
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Autor: João Pedro Santos
Exercício 1
1. Qual deve ser a ordem do polinómio de Taylor da função 𝒇(𝒙) = 𝐥𝐧 (𝒙), centrado em 𝒄 = 𝟏, de
modo que o erro associado à aproximação de 𝒇 pelo respetivo polinómio de Taylor seja
inferior 𝟏𝟎−𝟏 quando |𝒙 − 𝟏| < 𝟎. 𝟓?
1 3 1 1 1 3
𝑛? 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑓(𝑥)~𝑇1𝑛 𝑓(𝑥) 𝑛𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 ] , [ → |𝑥 − 1| < 0.5 ⇔ − < 𝑥 − 1 < ⇔ < 𝑥 < .
2 2 2 2 2 2
1 3 3
𝐶𝑜𝑚 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢í𝑟 𝑞𝑢𝑒 < 𝑗 < → 𝐶𝑜𝑚𝑜 𝑥 < 𝑗 < 𝑐, 𝑒 𝑐 = 1, 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖 − 𝑠𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑗 ≠
2 2 2
1 3
𝑁𝑎 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 𝑓(𝑥)~𝑇1𝑛 𝑓(𝑥) 𝑛𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 ] , [, 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑡𝑒 − 𝑠𝑒 𝑢𝑚 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟:
2 2
𝑓 (𝑛+1) (𝑗) (−1)(𝑛+2)
|𝑅1𝑛 𝑓(𝑥)| =|
(𝑛+1)!
(𝑥 − 𝑐)𝑛+1 |, 𝑐𝑜𝑚 𝑗 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑥 𝑒 1 = | (𝑛+1)𝑗𝑛+1 (𝑥 − 1)𝑛+1 | 𝑒 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑚𝑜𝑠?
𝐶á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟:
1 1
|𝑥 − 1| < ⇔ |𝑥 − 1|𝑛+1 < 𝑛+1
2 2
1 3 2 1 2 𝑛+1 1
<𝑗< ⇔ < <2⇔( ) < 𝑛+1 < 2𝑛+1
2 2 3 𝑗 3 𝑗
(−1)(𝑛+2) 1 1 1 1
| (𝑛+1)𝑗𝑛+1 (𝑥 − 1)𝑛+1 | < 2𝑛+1 𝑛+1 ⇔ |𝑅1𝑛 𝑓(𝑥)| < < ⟹𝑛<9
𝑛+1 2 𝑛+1 10
Exercício 2
2. Determine a série de MacLaurin da função𝒇(𝒙) = 𝒆𝒙
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Autor: João Pedro Santos
Exercício 3
3. Encontre a expressão que define a série de Fourier da função 𝒇(𝒙) = |𝒙| (a função tem
período 𝟐𝝅)
1 𝜋 2 𝜋 2 𝜋
𝑎0 = 𝜋 ∫−𝜋 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝜋 0
= ∫ |𝑥|𝑑𝑥
𝜋 0
=𝜋
1 𝜋 2 𝜋 2 𝜋 0, 𝑛 𝑝𝑎𝑟
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)cos (𝑛𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)cos (𝑛𝑥)𝑑𝑥 = ∫ |𝑥|cos (𝑛𝑥)𝑑𝑥 = { 4
𝜋 −𝜋 𝜋 0 𝜋 0 − 2 , 𝑛 í𝑚𝑝𝑎𝑟
𝜋𝑛
1 𝜋
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)sen (𝑛𝑥)𝑑𝑥 = 0
𝜋 −𝜋
∞
𝜋 −4
𝑓(𝑥) = + ∑ cos ((2𝑛 − 1)𝑥)
2 𝜋(2𝑛 − 1)2
𝑛=1
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Autor: João Pedro Santos