Telecomunicações Parte 8
Telecomunicações Parte 8
Telecomunicações Parte 8
1
Considerando-se que o produto interno (ou escalar) entre dois vetores ou entre
duas sequências é dado por:
𝑢
⃗ ∙ 𝑣 = 𝑢1 . 𝑣1 + 𝑢2 . 𝑣2 + 𝑢3 . 𝑣3
𝑁
𝑟[𝑘] ∙ 𝑠[𝑘] = ∑ 𝑟𝑘 . 𝑠𝑘
𝑘=1
Teremos de forma equivalente, para o caso de funções contínuas definidas no
intervalo [𝑎, 𝑏], o produto interno definido por:
𝑏
𝑓(𝑥 ) ∙ 𝑔(𝑥) = ∫ 𝑓(𝑥 ). 𝑔(𝑥) 𝑑𝑥
𝑎
O produto interno pode ser considerado uma medida da similaridade entre duas
funções em dado intervalo, pois funções com comportamento concordante ou em
oposição produzem produtos internos grandes (em módulo) e funções com
comportamento indiferente entre si, ora concordante, ora discordante, produzem
produtos internos pequenos (em módulo).
O produto interno também pode ser interpretado como a projeção de uma função
sobre a outra, o que no final nos remete novamente à ideia de similaridade.
2
Duas funções totalmente indiferentes entre si, como no caso de uma função par e
outra ímpar, produzem produto interno nulo, e neste caso são ditas “ortogonais”.
São ortogonais pares de funções como {𝑠𝑒𝑛(𝑥), 𝑐𝑜𝑠(𝑥)} 𝑒 {𝑥 2 , 𝑥 3 } em intervalos
simétricos em relação à origem.
TRANSFORMAÇÕES INTEGRAIS
Uma transformação integral é uma operação entre dois vetores definidos como
funções contínuas em certo intervalo e que resulta em outro vetor do mesmo
espaço vetorial. Uma das funções é fixa e corresponde ao núcleo da
transformação, definindo o tipo de transformação que é operada sobre o outro
vetor:
𝑥2
𝑓(𝑢) = 𝑇𝐺 [𝑓(𝑥 )] = ∫ 𝑓(𝑥 ). 𝐺 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
𝑥1
Do ponto de vista da álgebra linear, a transformação integral ou transformada
integral pode ser interpretada como a projeção linear (produto interno) da função
operada sobre cada vetor do núcleo, usualmente uma base linearmente
independente (LI) do espaço vetorial das funções contínuas definidas no intervalo
[𝑥1 , 𝑥2 ].
3
Como as funções contínuas são vetores de dimensão infinita, mesmo que
definidas em um intervalo finito, a geração do espaço vetorial das funções
contínuas definidas no intervalo [𝑥1 , 𝑥2 ] requer que o número de vetores da
base (núcleo) seja infinito.
𝑢2 𝑥2 𝑢2
𝑓(𝑥 ) = ∫ [∫ 𝑓 (𝑥 ). 𝐺 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥] 𝐺 −1 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑢 = ∫ 𝑓 (𝑢). 𝐺 −1 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑢
𝑢1 𝑥1 𝑢1
4
TRANSFORMADA DE FOURIER
Partindo-se do argumento de que uma função não periódica pode ser considerada uma
função periódica com período infinito, podemos generalizar a Série de Fourier a partir da
forma exponencial complexa. Se 𝑇0 tende a infinito devemos admitir que 𝜔0 é infinitesimal,
e pela definição de número real, 𝜔𝑘 (𝑘𝜔0 ) é uma variável real que pode ser denotada
simplesmente por 𝜔.
𝑥(𝑡) Função Aperiódica
𝑡
𝑇0 𝑇0
5
A função 𝑥𝑇𝑜 (𝑡) se reduz à função 𝑥(𝑡) quando 𝑇𝑜 tende a ∞, ou seja:
1 𝑇𝑜/2
𝑐𝑘 (ω) = ∫ 𝑥𝑇𝑜 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
𝑇0 −𝑇𝑜/2
6
A integral acima pode ser escrita como
1 ∞
𝑐𝑘 (ω) = ∫ 𝑥(𝑡)𝑒 − 𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
𝑇0 −∞
Assumindo que
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝑥 (𝑡)𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
−∞
Pode-se escrever que
1
𝑐𝑘 (ω) = 𝑋(𝜔𝑘 )
𝑇𝑜
Substituindo em (𝐼) tem-se
∞
1
𝑥𝑇𝑜 (𝑡) = ∑ 𝑋(𝜔𝑘 )𝑒 𝑗𝜔𝑘 𝑡
𝑇𝑜
𝑘=−∞
7
Quando 𝑇𝑜 → ∞, 𝜔 → ∆ 𝜔 → valor infinitesimal. Assim, o somatório anterior pode
ser reescrito na forma
∞
𝑋(𝑘∆𝜔)∆𝜔 𝑗𝑘∆𝜔𝑡
𝑥𝑇𝑜 (𝑡) = ∑ 𝑒
2𝜋
𝑘=−∞
Dessa forma, a função 𝑥 (𝑡) pode ser escrita na forma
∞
1
𝑥(𝑡) = lim 𝑥𝑇𝑜 (𝑡) = lim [ ∑ 𝑋(𝑘∆𝜔)𝑒 𝑗𝑘∆𝜔𝑡 ∆𝜔]
𝑇𝑜 →∞ ∆𝜔→0 2𝜋
𝑘=−∞
ou ainda
1 ∞
𝑥(𝑡) = ∫ 𝑋(𝜔). 𝑒 𝑗𝜔𝑡 𝑑𝜔 ← Equação de Síntese
2𝜋 −∞
Essa última integral representa a Integral de Fourier ou a Transformada de Fourier
Inversa. Já a integral a seguir, assumida anteriormente, representa a Transformada
de Fourier Direta.
8
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝑥 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡 ← Equação de Análise
−∞
𝑥 (𝑡) e 𝑋(𝜔): par Transformado de Fourier.
𝑥 (𝑡) ⇔ 𝑋(𝜔)
𝑋(𝜔) = 𝑇𝐹 [𝑥(𝑡)]
e
𝑥(𝑡) = 𝑇𝐹 −1 [𝑋(𝜔)]
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝑥 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
−∞
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝛿 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
−∞
Mas,
𝛿 (𝑡) = 𝛿 (𝑡 − 0)
Então
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝛿 (𝑡 − 0). 𝑒 −𝑗𝜔0 𝑑𝑡
−∞
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝛿 (𝑡 − 0)𝑑𝑡 = 1 ⟹ 𝛿 (𝑡) ↔ 1
−∞
10
Transformada de Fourier de 𝑨 (Transformada de uma constante)
1 ∞
𝑥 (𝑡) = ∫ 𝑋(𝜔). 𝑒 𝑗𝜔𝑡 𝑑𝜔 ⟶ Antitransformada de 𝑋(𝜔)
2𝜋 −∞
1 ∞
𝑥(𝑡) = ∫ 𝐴𝛿 (𝜔). 𝑒 𝑗𝜔𝑡 𝑑𝜔
2𝜋 −∞
Mas,
𝐴𝛿 (𝜔) = 𝐴𝛿 (𝜔 − 0)
Então
1 ∞
𝑥(𝑡) = ∫ 𝐴𝛿 (𝜔 − 0). 𝑒 −𝑗0𝑡 𝑑𝜔
2𝜋 −∞
𝐴 ∞ 𝐴
𝑥(𝑡) = ∫ 𝛿 (𝜔 − 0)𝑑𝜔 =
2𝜋 −∞ 2𝜋
Portanto,
𝐴
↔ 𝐴𝛿 (𝜔) 𝑜𝑢 𝐴 ↔ 2𝜋𝐴𝛿 (𝜔)
2𝜋
11
Transformada de Fourier de 𝒙(𝒕)𝒆𝒋𝒂𝒕
Se
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝑥 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
−∞
Então
∞ ∞
∫ 𝑥(𝑡)𝑒 𝑗𝑎𝑡 . 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡 = ∫ 𝑥(𝑡)𝑒 −𝑗(𝜔−𝑎)𝑡 𝑑𝑡
−∞ −∞
Mas, se 𝜃 = 𝜔 − 𝑎
∞
∫ 𝑥(𝑡)𝑒 −𝑗𝜃𝑡 𝑑𝑡 = 𝑋(𝜃)
−∞
Ou seja,
𝑥(𝑡) ↔ 𝑋(θ)
Portanto,
𝑥(𝑡)𝑒 𝑗𝑎𝑡 ↔ 𝑋(ω − a)
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Transformada de Fourier da função 𝚷 𝝉 (𝒕)
∞
𝑋(ω) = ∫ 𝑥 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
−∞
∞ 𝜏/2
1
𝑋(ω) = ∫ Π 𝜏 (𝑡). 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡 = ∫ 𝑒 −𝑗𝜔𝑡 𝑑𝑡
−∞ 𝜏 −𝜏/2
−𝑗𝜔𝑡 𝜏/2 −𝑗𝜔𝜏⁄2 𝑗𝜔𝜏⁄2 𝜏/2
1 𝑒 1 𝑒 −𝑒
𝑋(ω) = [ ] = [ ]
𝜏 −𝑗𝜔 −𝜏/2 𝜏 −𝑗𝜔 −𝜏/2
1𝜏 𝑒 𝑗𝜔𝜏⁄2 −𝑒 −𝑗𝜔𝜏⁄2
𝑋(ω) = [ ]
𝜏2 𝑗𝜔𝜏/2
𝑒 𝑗(𝜔𝜏⁄2) −𝑒 −𝑗𝜔𝜏⁄2 𝜔𝜏
𝑋(ω) = [ 𝜔𝜏 ] = 𝑠𝑖𝑛𝑐 ( )
2𝑗( ) 2
2
𝜔𝜏
Π 𝜏 (𝑡) ⟷ 𝑠𝑖𝑛𝑐 ( )
2
13
Transformada de Fourier de uma função periódica
Seja a função periódica (com período 𝑇0 ), definida pela série exponencial de Fourier
∞
𝑗𝑘𝜔0 𝑡
2𝜋
𝑥 (𝑡) = ∑ 𝑐𝑘 𝑒 com 𝜔0 =
𝑇0
𝑘=−∞
Considerando a propriedade da linearidade aplicada ao somatório, e tomando a
transformada de Fourier de ambos os membros, pode-se escrever
∞
Condições de Dirichlet
∞
1) ∫−∞ |𝑥 (𝑡)|𝑑𝑡 < ∞ (sinais de energia)
15
Espectro e Densidade Espectral
|𝑐(𝜔)| Periódico
Não periódico
17
Para contornar este problema, lidamos com a densidade de amplitude (ou
densidade espectral) que reflete a contribuição conjunta de uma pequena faixa de
frequências (𝑑𝜔), resultando em um valor não nulo.
|𝑋(𝜔)|
Periódico
Não periódico
18
𝜔
Energia e Potência Espectral
A energia e a potência de um sinal podem ser calculadas tanto no domínio do
tempo quanto no domínio de frequências. Como já visto, no domínio do tempo a
energia total normalizada e a potência média normalizada de um sinal podem ser
calculadas através das seguintes expressões:
∞
𝐸 [𝑥(𝑡)] = ∫ |𝑥(𝑡)|2 𝑑𝑡
−∞
𝑏
1
𝑃[𝑥(𝑡)] = ∫ |𝑥(𝑡)|2 𝑑𝑡
𝑏−𝑎 𝑎
Para sinais periódicos 𝑏 – 𝑎 = 𝑇𝑜 e para sinais não periódicos 𝑎 ⟶ − e 𝑏 ⟶ .
No domínio espectral as expressões equivalentes são:
∞ ∞
1
𝐸 [𝑥(𝑡)] = ∫ |𝑥(𝑡)|2 𝑑𝑡 = 𝐸 [𝑋(𝜔)] = ∫ |𝑋(𝜔)|2 𝑑𝜔 𝑇𝑒𝑜𝑟𝑒𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑟𝑠𝑒𝑣𝑎𝑙
−∞ 2𝜋 −∞
∞
1
𝑃[𝑋(𝜔)] = lim ∫ |𝑋(𝜔)|2 𝑑𝜔 , com 𝜏 → ∞ para sinais não periódicos
𝜏→𝑇0 2𝜋(2𝜏) −∞
19
É importante entender que, definindo
𝑆𝑋 (𝜔) ≜ |𝑋(𝜔)|2
tem-se
1 ∞
𝐸𝑋 = ∫ 𝑆 (𝜔)𝑑𝜔.
2𝜋 −∞ 𝑋
𝑆𝑋 (𝜔) corresponde ao espectro de densidade de energia ou à densidade espectral
de energia
Nota-se que a origem da TF não está relacionada à origem da TLB, mas os dois
desenvolvimentos matemáticos convergiram para resultados similares.
Assim sendo, a princípio, bastaria substituir "𝑠" por 𝑗𝜔 para obter tanto as
propriedades quanto as tabelas de pares transformados da TF a partir dos
resultados da TLB.
21
Na prática a questão é um pouco mais complexa porque usualmente as tabelas da
TL se referem à Transformada de Laplace Unilateral, o que exclui da integração
valores para 𝑡 < 0.
Linearidade
Exemplo:
25
Dualidade
Há uma simetria entre pares transformados onde as funções no domínio do tempo
e de frequência estão invertidas.
Essa propriedade permite que uma tabela de pares transformados seja facilmente
estendida, duplicando o número de pares, além de facilitar a obtenção de pares
transformados quando o cálculo da TF é complexo.
Exemplo:
26
Diferenciação e integração
A diferenciação e a integração não são operações frequentemente utilizadas na
análise de sinais com a TF pois são mais comuns na análise de sistemas através
da Transformada de Laplace. Ainda assim, podem ser úteis em algum momento.
Se
1
𝑢(𝑡) ⇔ + 𝜋𝛿 (𝜔),
𝑗𝜔
como
𝑑𝑓(𝑡)
⇔ 𝑗𝜔𝐹 (𝜔),
𝑑𝑡
portanto
𝑑𝑢(𝑡)
⇔ 1 + 𝑗𝜔𝜋𝛿 (𝜔) = 1. 𝑂u seja, 𝛿 (𝑡) ⇔ 1
𝑑𝑡
27
Exemplo (integração temporal):
Se
𝛿 (𝑡) ⇔ 1,
como
𝑡
𝐹(𝜔)
∫ 𝛿 (𝑡)𝑑𝜏 ⇔ + 𝜋𝐹 (0)𝛿(𝜔)
−∞ 𝑗𝜔
Portanto
𝑡
1
∫ 𝛿 (𝑡)𝑑𝜏 = 𝑢(𝑡) ⇔ + 𝜋𝛿 (𝜔) → outro modo de se calcular a TF de 𝑢(𝑡)
−∞ 𝑗𝜔
28
Exemplo (diferenciação em frequência):
Se
1
𝑢(𝑡) ⇔ + 𝜋𝛿 (𝜔),
𝑗𝜔
como
𝑑𝐹 (𝜔)
𝑗𝑡𝑓(𝑡) ⇔ ,
𝑑𝜔
portanto
𝑑 1
𝑗𝑡𝑢(𝑡) ⇔ [ + 𝜋𝛿 (𝜔)]
𝑑𝜔 𝑗𝜔
29
Deslocamento temporal
O deslocamento de um sinal no tempo produz um deslocamento equivalente de
todas as suas componentes de frequência. Porém tal deslocamento temporal deve
ser descrito no domínio de frequências em termos de deslocamento de fase, e fase
é uma medida relativa à frequência da própria componente. Logo, para frequências
mais baixas o deslocamento temporal representa um deslocamento de fase
pequeno, enquanto que para frequências mais altas o mesmo deslocamento
temporal representa um deslocamento de fase maior. Tem-se assim um
deslocamento linear de fases com relação à frequência:
𝑥2 (𝑡)
𝑥1 (𝑡) 𝑓(𝑡 − 𝑎) ⇔ 𝑒 −𝑗𝑎𝜔 𝐹(𝜔)
t
𝛷1 = 0 𝛷1 = 𝜋/4
𝛷2 = 0 𝛷2 = 𝜋/2 30
Exemplo:
Se
1
𝑢 (𝑡 ) ⇔ + 𝜋𝛿 (𝜔),
𝑗𝜔
então
−𝑗2𝜔
1
𝑢(𝑡 − 2) ⇔ 𝑒 [ + 𝜋𝛿 (𝜔)]
𝑗𝜔
31
Deslocamento em frequência
O produto de um sinal por um fasor provoca o deslocamento do espectro deste
sinal.
𝑒 𝑗𝑎𝑡 𝑓(𝑡) ⟷ 𝐹(𝜔 − 𝑎)
Fasores são funções complexas que não correspondem a nenhum sinal no mundo
físico. Entretanto, vários sinais do mundo real podem ser expressos como soma de
fasores, como é o caso da senóide.
Tomando-se a identidade de Euler 𝑒 𝑗𝜃 = cos(𝜃) + 𝑗. 𝑠𝑒𝑛(𝜃) e combinando com a
expressão equivalente para ângulo negativo teremos cos(𝜃 ) = (𝑒 𝑗𝜃 + 𝑒 −𝑗𝜃 )⁄2.
Deste resultado podemos fazer:
(𝑒 𝑗𝜔0𝑡 + 𝑒 −𝑗𝜔0𝑡 ) 1 𝑗𝜔 𝑡
𝜓(𝑡) = cos(𝜔0 𝑡) . 𝑥 (𝑡) = 𝑥 (𝑡) = [𝑒 0 𝑥 (𝑡) + 𝑒 −𝑗𝜔0𝑡 𝑥(𝑡)]
2 2
Aplicando-se a propriedade do deslocamento em frequência obtemos a densidade
espectral para a modulação AM-DSB/SC do sinal 𝑥(𝑡):
1
Ψ(𝜔) = [𝑋(𝜔 − 𝜔0 ) + 𝑋(𝜔 + 𝜔0 )]
2
32
Essa é a propriedade básica válida todas ou quase todas as modulações
analógicas e digitais.
Pode-se inferir que o produto de uma função por um sinal senoidal com frequência
𝜔0 𝑡 (cos(𝜔0 𝑡)) faz com que o espectro dessa função seja deslocado para o entorno
de 𝜔0 𝑡.
33
Esta propriedade é muito importante p/ as telecomunicações: AM, FM, QAM etc.
Não são mais do que translações do espectro banda base para a faixa de
frequência em torno da frequência de sintonia, normalmente chamada de
portadora. Na demodulação, usa-se esta mesma propriedade no sentido inverso.
Nota: o sinal banda base (baseband) tem uma faixa de frequência próxima de zero,
ou seja, possui magnitude espectral diferente de zero apenas para frequências nas
vizinhanças da origem e insignificante em outras faixas: sinal sem modulação.
36
(em módulo)
37
Escalamento temporal
A propriedade do escalamento temporal tem grande importância na análise
qualitativa dos sinais no domínio de frequência e basicamente estabelece que
comprimir o sinal na escala do tempo equivale a expandir o seu espectro de
frequências e vice-versa. Pensando em uma transmissão digital com pulsos, a
compressão do sinal no tempo equivale a um aumento de velocidade de
transmissão, que por outro lado equivale a um alargamento do espectro deste sinal.
1 𝜔
𝑓(𝑎. 𝑡) ↔ 𝐹( )
|𝑎| 𝑎
38
Convolução nos domínios do tempo e da frequência
∞
∫ 𝑓(𝑢). 𝑔(𝑡 − 𝑢). 𝑑𝑢 ⇔ 𝐹 (𝜔). 𝐺(𝜔)
−∞
e
1 ∞
𝑓 (𝑡 ) . 𝑔 (𝑡 ) ⇔ ∫ 𝐹 (𝑢). 𝐺 (𝜔 − 𝑢). 𝑑𝑢
2𝜋 −∞
39
Tabela dos principais pares transformados de Fourier
𝒙(𝒕) 𝑿(𝝎)
𝛿(𝑡) 1
1 2𝜋𝛿(𝜔)
𝑛 −𝑎𝑡
𝑛!
𝑡 𝑒 𝑢(𝑡) 𝑎>0
(𝑎 + 𝑗𝜔)𝑛+1
𝜔𝜏
Πτ (t) 𝑠𝑖𝑛𝑐 ( )
2
𝑐𝑜𝑠(𝜔0 𝑡) 𝜋[𝛿 (𝜔 − 𝜔0 ) + 𝛿 (𝜔 + 𝜔0 )]
𝑠𝑒𝑛(𝜔0 𝑡) −𝑗𝜋[𝛿 (𝜔 − 𝜔0 ) − 𝛿 (𝜔 + 𝜔0 )]
1
𝑢(𝑡) + 𝜋𝛿 (𝜔)
𝑗𝜔
2
𝑠𝑔𝑛(𝑡)
𝑗𝜔
40
Transmissão sem distorção
Deseja-se sempre receber um sinal mais próximo do transmitido:
𝑦(𝑡) = 𝐺0 𝑥(𝑡 − 𝑡𝑑 )
Ou seja, o sinal recebido, idealmente, deve ser uma cópia do transmitido a
menos de um atraso e eventualmente ponderado por um fator de ganho
que aumenta ou reduz a amplitude do sinal resultante.
|𝐻(𝜔)| = 𝐺0
⌊𝐻(𝜔) = −𝜔𝑡𝑑
42
Filtros ideais e práticos
Considera-se um filtro passa baixas ideal, ou seja, sem distorção e com faixa
limitada e 𝑊 𝑟𝑎𝑑/𝑠
|𝐻(𝜔)| = 𝐺0 = 1
1
𝜔
−𝑊 𝑊
⌊𝐻(𝜔) = −𝜔𝑡𝑑
Se o filtro é ideal (sem distorção), então 𝑦(𝑡) = 𝑥(𝑡 − 𝑡𝑑 ). Para esse filtro,
o módulo é |𝐻(𝜔)| = 2𝑊𝛱2𝑊 (𝜔) e a fase é ⌊𝐻(𝜔) = −𝜔𝑡𝑑 . Ou seja,
𝐻 (𝜔) = 2𝑊𝛱2𝑊 (𝜔)𝑒 −𝑗𝜔𝑡𝑑
43
Pelos casos tabelados, e como visto anteriormente, tem-se que
𝜔𝜏 𝑡𝜏
𝛱𝜏 (𝑡) ↔ 𝑠𝑖𝑛𝑐 ( ) → 𝐷𝑢𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 → 𝑠𝑖𝑛𝑐 ( ) ↔ 2𝜋 𝛱
⏟𝜏 (−𝜔) = 2𝜋𝛱𝜏 (𝜔)
2 2
𝑃𝑎𝑟
Então
1 𝑡2𝑊
2𝑊𝑠𝑖𝑛𝑐 ( ) ↔ 2𝑊𝛱2𝑊 (𝜔)
2𝜋 2
Ou ainda
𝑊
𝑠𝑖𝑛𝑐 (𝑡𝑊 ) ↔ 2𝑊𝛱2𝑊 (𝜔)
𝜋
Então
𝑊 −𝑗𝜔𝑡𝑑
𝑠𝑖𝑛𝑐 [(𝑡 − 𝑡𝑑 )𝑊 ] ↔ 2𝑊𝛱
⏟ 2𝑊 ( 𝜔 ) 𝑒
⏟
𝜋
𝐻(𝜔)
ℎ (𝑡 )
Portanto
𝑊
ℎ(𝑡) = 𝑠𝑖𝑛𝑐 [(𝑡 − 𝑡𝑑 )𝑊 ]
𝜋
44
Mas ℎ(𝑡) é a resposta ao impulso unitário 𝛿 (𝑡). Por meio de simples inspeção, verifica-
se que a resposta impulsiva ℎ(𝑡) obtida existe para −∞ ≤ 𝑡 ≤ ∞.
Assim, para a existência do filtro em questão, ℎ(𝑡) precisaria ter começado em −∞.
𝛿(𝑡)
𝑡
0
ℎ(𝑡)
𝑡
0
𝑡𝑑
A condição acima é típica de sistemas não causais, ou seja, tal filtro é irrealizável no
mundo real. Por esta razão, os filtros ditos ideais são irrealizáveis na prática.
45