Obstetricia Anamnese
Obstetricia Anamnese
Obstetricia Anamnese
Obstetrícia
Gravidez
Conceito:
Episodio fisiológico, onde o organismo vai sendo preparado e adaptado ao longo do tempo, modificações gerais e
locais, e que ocorreram da puberdade a maturidade
Torcemos para que tudo de certo porem pode haver desvios do seu curso normal
Objetivo inicial:
Compete ao obstetra ampara-la e protege-la, tirar as duvidas do paciente, orienta-la
Objetivo final:
• Atingir o termo (≥37 semanas até 42) sem percalços – lindeira (livre) a patologia
• Estabelecer equilíbrio instável, entre:
o Luta metabólica e humoral
o Instinto de conservação do indivíduo e da espécie
Anamnese
IDENTIFICAÇÃO
• Nome – tratar pelo nome, pois estamos estabelecendo uma relação médico-paciente muito importante
• Idade – gravides <15 anos e >45 anos são gestações de risco
• Cor – importante pois varias patologias são mais comuns na raça negra
• Estado civil – solteiras tem vários parceiros então podem ter moléstia inflamatória pélvica aguda
• Profissão – profissões que ficam muito sentadas como manicure onde há diminuição do retorno venoso
• Escolaridade – tem noção clara de que antes de engravidar deve fazer uma consulta pré-concepcional, se ela
está tomando losartana (anti-hipertensivo) ou/e fármacos para DM, na consulta pré-concepcional vai ser
orientada a utilizar um fármaco tipo insulina como a α-metildopa que são drogas que são permitidas e
indicadas na gravides
• Endereço – cidade
• Esposo (acompanhante ou pessoa próxima) – se precisar dar alguma noticia que não seja para a paciente
• Telefone de contato
Exemplo: Maria, 30 anos, G02;P01;A00;N01, tem 36 semanas (pela DUM ou pela DPP, vamos utilizar a que estiver
mais correta, se tiver diferença entre a DPP e o USG da 1º semanas de até 7 dias vamos considerar que vale a DPP
pela data DUM)
QUEIXA E DURAÇÃO
19/10/2020 Bévena Rodrigues Lopes
1º consulta – Atraso menstrual (náuseas e vômitos) há 2 meses muitas vezes sem queixas, “vim fazer pré-natal”,
outras vezes queixas vinculadas a gestação
Consultas retorno (pré-natal) - “vim ao retorno do pré-natal”, muitas vezes sem queixas, outras vezes queixas
vinculadas a gestação
Lembrando que atraso menstrual é até 3 meses, depois desse período é amenorreia
• Datar a idade gestacional – ver qual é o mais correto DUM ou US 1º trimestre, para isso vamos pegar a DUM
e vamos até 40 semanas, pegamos a USG e vamos também até 40 semanas, se tiver <7 dias vale a idade
gestacional pela DUM
• Paridade
• Principais sinais e sintomas, desde a última consulta,
o Boa alimentação
o Boa digestão
o Nega obstipação intestinal
o Nega disúria
o Refere polaciúria
o Nictúria
o Nega corrimento vaginal – se tiver vamos caracterizar
o Movimentação fetal – feto movimenta a partir da 8º semana porem a mãe só sente a partir das 18º
/20º semanas em diante
o Refere edema – matutino, vespertino
o Refere contração de Brachston-Hicks
Todas ocorrências dependem e levam em conta a idade gestacional, por isso que devemos datar a idade gestacional
pela DUM e pelo USG de 1º trimestre
ANTECEDENTES FAMILIARES
• Avaliar o núcleo familiar da gestante, nos habitantes da casa, conflitos familiares (influenciam na gestação)
“genograma” (familiograma), quem vive perto da paciente, quem tem influencia sobre ela
• Antecedentes com risco de gestação:
o HAS (paciente gravida que tem HA <20 semanas)
o DHEG (doença hipertensiva especifica da gravides – pré-eclâmpsia)
o Diabetes, cardiopatia
o Hemopatia (anemia falciforme, talassemia, alterações coagulação)
o Gemelaridade
o Epilepsia
o Tuberculose
o Neoplasia
o Alcoolismo e drogas
o Malformações congênitas
ANTECEDENTES PESSOAIS
• HAS
• DHEG – se teve pré-eclâmpsia na primeira gravides
• Diabetes mellitus pré-gestacional
• Tireoidopatias
• Cardiopatia
• Hemopatia – alguma anemia na gestação anterior
• Gemelaridade
HÁBITOS
Se a paciente relatar que tem os ciclos menstruais regulados vamos valorizar a DUM e trabalhar em cima dela já que
ela disse que a vida toda teve regularidade menstrual
ANTECEDENTES SEXUAIS
Antecedentes obstétricos
Importante diferencias sintomas da gravidez ou ginecológico, não relacionar a Q e D, devemos diferencias outros
sintomas e doenças de outros aparelhos
Exame físico
Geral
• Estado geral:
o Eupneiaca
o Corada
o Hidratada
• Parâmetros gerais
o Pressão arterial
o Peso da paciente/IMC
o Edema
Especifico (obstétrico)
• Manobra Palpatória (Leopold-Zweifel)
o (posição, situação, insinuação e apresentação)
o Vamos palpar o abdômen
• Altura uterina
• Batimentos cardíacos fetais (Bcf)
• Movimentos fetais
• Toque s/n
Hipóteses diagnostica
• Estado nutricional (tabela IMC x IG)
• Crescimento fetal (tabela AU x IG) – quanto tem variação a cima de 90 ou a baixo de 10 teremos alguns
raciocínios clínicos
• Outros diagnósticos: infecção urinaria, hipertensão, diabetes gestacional, estado gripal
Recordando...
• DUM – 1º dia da menstruação
• Ovulação – 14º dia após inicio da menstruação
• Implantação ou nidificação – 21º dia menstruação
Aborto:
• <20 semanas/ <500g
• Aborto precoce - < 12 semanas
• Aborto tardio - ≥ 12 semanas < 20 semanas
• Gestação prematuro - ≥ 20 semanas < 37 semanas
• Gestação a termo – ≥ 37 semanas ≤ 42 semanas
• Gravidez prolongada ou pós-datismo - > 42 semanas
Se a paciente teve 18 semanas pela DUM, só que ela faz uma USG e esse diz que o feto pesa 600kg, devemos
considerar como gestação prematura
Regra de Nagele
Calculada a partir da DUM
DUM = DD/MM/AA
DPP = dia + 7, mês +9 ou -3/ mais ano
Exs:
DUM = 03/04/20 DPP = 10/01/21
DUM = 20/11/19 DPP = 27/08/20
DUM = 26/06/20 DPP = 03/04/21
Duração da gestação
• Duração: 40 semanas
• 280 dias a partir da DUM
• 10 meses lunares
• 9 meses solares e 07 dias
Negra de Nagele
Parâmetros de pré-natal
USP
MS
Grau de recomendação
A. Estudos experimentais ou observacionais de maior consistência (metanalises ou ensaios clínicos
randomizados
B. Estudos experimentais ou observacionais de menos consistência (outros ensaios clínicos não-randomizados
ou estudos observacionais ou estudos caso-controle)
C. Relatos ou séries de casos (estudos não-controlados)
D. Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais
Pressão arterial
Aferir a PA – todas as consultas de pré- natal (*recomentação C)
*consensual especialistas e/ou pequenos estudos, estudos retrospectivos e registos
CRITÉRIOS
• Temos que realizar a mensuração da PA em 3 ocasioes para considerar que a paciente é hipertensa
Até 14/9 vamos dar recomendaçoes gerais para essa paciente, a cima disso vamos fazer um mapa, medir a pressão
quando acorda, após o almoço e antes de dormir, se ela estaiver de fato hipertensa vamos começar na gestação com
α-metildopa pelo menos 250mg/8 em 8h e vamos controlar, se não melhorar vamos passar para 250mg/6 em 6h, se
mesmo assim não melhorar passaremos de 500mg/8 em 8h até regularizar
HC aquela diagnosticas pela primeira vez durante a gravidez e que não normalizou no pós-parto
PRÉ-ECLÂMPSIA/ECLÂMPSIA
Pré-eclâmpsia é uma hipertensão, proteinúria levando a edema e eclampsia é quando aparece a crise convulsiva
Sindrome caracterizada por comprimetimento clinico generalizado heterogêneo (oliguria, epigastralgia, cefaleia,
insulficiencia renal..) e com alteraçoes laboratoriais (TGO e TGP, creatinina..)
Os achados clinicos
• Sindrome materna: hipertensão, proteinuria e/ou sintomas variados e/ou a
• Síndrome fetal: CIUR – crescimento intrauterino retardado (migração trofoblastica deficiente, isso significa
que existe uma diminuição de O² para a placenta e assim ela manda menos O² para o feto pela veia umbilical
e ai o feto pode ter diminuição de nutriente e O² levando a ter um crescimento intrauterino retardado), ou
ambos
**ocorre em 5% a 8% das gestações
Leve
Grave
Eclâmpsia
Paciente sem proteinúria < 20 semanas (IG) – apresenta proteinúria ≥ 0,3 g/24h, ou pacientes com proteinúria
patológica previa que após as 20 semanas apresenta aumento importante da PA (mesmo que previamente
controlada com medicações). Associada a síndromas tipo cefaleia, visão turva, dor epigástrica e/ou alterações
laboratoriais, como aumento de enzimas hepáticas e trombocitopenia
Hipertensão gestacional:
Aumento PA que surge após 20 semanas de IG e sem proteinúria. Pode representar uma pré-eclâmpsia sem tempo
de evolução para desenvolver proteinúria, ou uma hipertensão transitória, se a PA retornar ao normal após 12
semanas do parto, ou ainda uma hipertensão se a PA persistir elevada
Fisiologia
Normalmente na gravides com 12 semanas, hora que houver implantação dentro do útero, o endométrio já está
espessado pelo estrógeno e progesterona, o sincício trofoblastico com 12 semanas pega os vasos do endométrio e
destrói a muscular deles, isso significa que se essa paciente tiver uma hipertensão esse vaso do feto não vai ter
vasoconstrição
Essa migração trofoblastica ocorre com 12 semanas nos pequenos vasos e com 16-20 semanas nos grandes vasos
Esta migração trofoblastica destrói a parede muscular da artéria tem duas consequências
1. Diminui a distância – entre a circulação materna e fetal já que os endotélios respectivos ficam separados
unicamente pela membrana basal entre elas, facilita o intercambio nutricional entre mãe e feto
2. A destruição muscular (migração trofoblastica) deixa a artéria insensível a ação de fármacos vasoativos que
atuam contraindo ou relaxando a camada muscular. A circulação torna-se exclusivamente dependente da
pressão arterial media (PAM) da mãe e isto é importante para que o suprimento fetal seja de certa forma
independente das variações maternas de pressão
Na pré-eclâmpsia ocorre uma migração trofoblastica deficiente com isso quando a mãe tem stress ou hipotensão
existe uma tendência a contrair os vasos placentários para recuperar a pressão materna mesmo que em detrimento
do feto
Fisiopatologia
As alterações placentárias decorrentes desse processo levam a maios produção de sFit-1, um receptor solúvel para
as moléculas de VEGF e PIGF. O sFit-1 impede com que o VEGF e PIGF realizem suas funções na hemóstase
endotelial, culminando com disfunção dessas células
O estresse oxidativo leva a produção placentária de grande quantidade de fatores antiangiogênicos como sFit-1 (do
inglês soluble fms-like-tyrosin) e a sEndoglin (do inglês soluble andoglin)
Medida e peso
Objetivo:
Avaliar o estado nutricional da gestante e acompanhar o ganho de peso até o final da gestação
Consiste na tomada da medida do peso e da altura e o calculo da semana gestacional, o que permite a classificação
do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional
Edema
Objetivo:
• Detectar precocemente a ocorrencia de edema patologico (recomendação C)
*Opinião concensual dos especialistas e/ou pequenos estudos retrospectivos e registros
Tecnica:
• Gestantes em decubito dorsal ou sentada, sem meias
• Pressione a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna,
no nivel do seu terço medio, face anterior (região pré-tibial)
• O edema fica evidente mediante presença de depressão duradoira no local
pressionado
Interpretações:
Se eu medir uma altura uterina e ela estiver mais do que o esperado naquela idade gestacional em termos do
percentil (curva da altura uterina em relação a idade gestacional), se ela estiver a cima do percentil 90 faço raciocínio
clinico em cima do US, se não houver polidrâmnio (muito liquido), não é gemelar, não tiver placenta anterior, não for
microssômico e não tem mioma, vou pensar que a altura uterina esta mais do que o esperado pois a mãe tem alto
IMC
Se o crescimento uterino em relação a idade gestacional a baixo do percentil 10 significa que teoricamente o feto
esta crescendo pouco, terei que fazer US, se não houver oligoidramnio, houver boa movimentação fetal e a mãe
tiver um bom IMC significa que ou o pai ou a mãe são pequenos e o feto é pequeno (é constitucional)