Práticas de Processos de Natureza Mecânica
Práticas de Processos de Natureza Mecânica
Práticas de Processos de Natureza Mecânica
Processos de
Natureza Mecânica
Prof.ª Vanessa Moura de Souza
Indaial – 2020
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Vanessa Moura de Souza
S729p
ISBN 978-65-5663-197-4
ISBN Digital 978-65-5663-198-1
CDD 671.3
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! É com grande satisfação que elaboramos o Livro
Didático Práticas de Processos de Natureza Mecânica! Desejamos que você
se aproxime desta disciplina e perceba quanto o seu estudo é indispensável
na otimização de produtos, na implementação de novas tecnologias, na
prevenção de falhas e melhorias de processos já existentes.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO................................................................................................................ 19
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 19
2 TREFILAÇÃO...................................................................................................................................... 20
3 FORÇA DE TREFILAÇÃO................................................................................................................ 25
4 LUBRIFICAÇÃO................................................................................................................................. 32
5 ATIVIDADE PRÁTICA – TREFILAÇÃO....................................................................................... 38
5.1 REFLEXÕES DA PRÁTICA.......................................................................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 40
UNIDADE 2 — USINAGEM............................................................................................................... 63
PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
MECÂNICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 2 – TREFILAÇÃO
CHAMADA
1
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
1 INTRODUÇÃO
Os diferentes métodos de fabricação de peças metálicas podem ocorrer
conforme o tipo de esforço que provoca a deformação no material. Estes podem ser
classificados em: separação que ocorre na usinagem; junção por solda; fundição;
ou por conformação mecânica. Nesta unidade, estudaremos a conformação
mecânica.
2 TENSÃO E DEFORMAÇÃO
Durante a conformação de metais, é aplicada uma carga que, quando
alterada, pode mudar sua forma e o seu tamanho, especificada pelo conceito
da deformação normal e por cisalhamento. De modo geral, as mudanças não
são uniformes em todo o seu volume, gerando uma variação ao longo do seu
comprimento, pois elas dependem da orientação do ponto analisado.
3
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
4
TÓPICO 1 — PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
5
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
6
TÓPICO 1 — PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
FIGURA 1 – TENSÃO-DEFORMAÇÃO
7
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
2
eq (b2 l 2 h2 )
3
b l h 0
. vf
b [ s 1 ]
h
8
TÓPICO 1 — PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
4 CONDIÇÕES DE ESCOAMENTO
A tensão de escoamento é um dos principais parâmetros, e o seu
conhecimento é indispensável para poder calcular força, trabalho/energia, prever
o preenchimento das cavidades da matriz e os desgastes apresentados nas
ferramentas etc.
9
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DE FRATURAS: (A) FRÁGIL; (B) MUITO DÚCTIL; (C) DÚCTIL
10
TÓPICO 1 — PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
11
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
12
TÓPICO 1 — PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
FONTE: A autora
NOTA
13
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
14
TÓPICO 1 — PARÂMETROS FUNDAMENTAIS
FONTE: A autora
15
RESUMO DO TÓPICO 1
16
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
TREFILAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A história do arame é tão antiga quanto a história da civilização e dos
desenvolvimentos artesanal e industrial do mundo. Arames já eram usados pelos
egípcios há 5.000 anos, para bordar mantos com fios de ouro e para iniciar o
processo de fabricação de copos de vidro.
19
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
2 TREFILAÇÃO
Como vimos, a trefilação é um processo de fabricação de fios, arames
ou barras metálicas, realizado pelo alongamento de um material e consequente
redução da área de seção transversal. Isso é obtido pela passagem forçada do
material através de uma fieira, também chamada matriz cônica, mediante a
aplicação de uma força de tração na ponta do material. A deformação ocorre
conforme o material atravessa a fieira, o que gera diâmetro reduzido. Assim,
obtém-se um produto de área de seção transversal menor e comprimento maior.
DICAS
Esse processo pode ser feito com várias formas de seção de fieiras,
como redondas, sextavadas, perfil T, quadradas etc. As fieiras de trefilação
são construídas de material de elevada dureza, usualmente, o carboneto de
tungstênio (WC), em virtude da sua grande durabilidade. São caracterizadas
por seu diâmetro de entrada/saída e ângulo de trefilação, também chamado de
ângulo do cone. A região da entrada é construída com um ângulo maior do que
o ângulo de trefilação, para facilitar a lubrificação. Na saída, é necessária uma
região cilíndrica por razões de design, manutenção da matriz e para diminuir a
velocidade do desgaste do diâmetro da saída da fieira. Além disso, caso ocorra
uma parada brusca no processo, isso evitará tanto o retorno elástico do material
quanto que a fieira grude. A seguir, será apresentada a vista lateral de uma fieira.
20
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
A maior dureza que um aço trefilado pode ter é cerca de 600 a 700 Vickers
(HV). O núcleo de carboneto de tungstênio é muito mais duro, porém, quando
se deseja uma resistência muito grande ao desgaste, utilizam-se núcleos de
diamante. Os núcleos mais comuns são os de diamante policristalino, fabricados
a partir de pequenos grãos de diamante sintético (diâmetro de 0,004 mm a 0,025
mm) e misturados com cobalto, que podem ser utilizados para materiais com
diâmetro de até 20 mm. Quando os grãos de diamante são grandes, a resistência
ao desgaste é alta, mas o material é difícil de polir e o arame fica com acabamento
ruim. Quando os grãos de diamante são pequenos, o desgaste do núcleo é maior,
mas o acabamento do arame fica melhor. Para arames finos (entre 0,5 mm e
1,0 mm), podem ser usados núcleos de diamante formados por um só grão, o
diamante monocristalino, que pode ser sintético ou natural.
22
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
• Região de entrada (1): região da fieira com um ângulo um pouco maior do que
o ângulo de trefilação, o que facilita a lubrificação do processo e o guiamento
da barra.
• Região de trabalho (2): região onde se situa o ângulo de trefilação, no qual
ocorre a reação da fieira à força trativa, que impulsiona o metal a atravessar
a fieira. Essa reação promove o escoamento plástico do material. Local onde
se define o semiângulo (α), além da redução da fieira e, por consequência, do
diâmetro final do material em trabalho.
• Região de calibração (3): região cilíndrica de comprimento Hc , com ângulo
zero, relacionada à estabilização dos parâmetros do material que foram
modificados durante o processo de trefilação. Apesar de não causar redução
de diâmetro, relaciona-se com a qualidade do produto final, removendo danos
na superfície causados durante o escoamento plástico do material.
• Região de saída (4): região com ângulo de saída (γ) oposto ao ângulo de
trefilação e de entrada. Essa região facilita a saída do produto final e permite
o retorno elástico do material antes da saída completa da fieira, além de
minimizar a possibilidade de abrasão, caso a trefilação pare ou a fieira esteja
desalinhada.
23
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
Se uma fieira deve ser retificada por causa da formação dos anéis, ela
será cortada de forma a manter o ângulo do cone de trabalho. Caso o corte para
a retirada do anel seja muito profundo, o comprimento do paralelo pode ficar
muito curto, então, a fieira só poderá ser usada se seu diâmetro de saída for
aumentado, de modo que seu paralelo fique, outra vez, do tamanho adequado.
24
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
• tipo múltiplos: para arames médios a finos que utilizam mais de dois passes.
3 FORÇA DE TREFILAÇÃO
Quando se executa uma trefilação, é necessário fazer uma força (Ftref ), para
que o material seja trefilado, o que depende das seguintes variáveis:
26
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
2
F A1 A k fm 1
3 A
27
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
do arame diminui conforme o aumento de RT. Como a bitola afeta mais a força
para trefilar do que o limite de resistência, normalmente, a força para trefilar
diminui para sucessivos passes de trefilação.
29
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
Podemos notar que o limite de resistência dos aços com teor de carbono
mais baixo (0,15% de carbono) quase não depende do aquecimento na trefilação.
No caso do aço de carbono mais alto (0,67% de carbono), quanto maior o
aquecimento, maior é o limite de resistência do produto – o que inicia a partir
de cerca de 0,35% de carbono. Quando se aumenta a velocidade de trefilação, o
aquecimento é maior e o mesmo efeito é observado para materiais de carbono
mais alto. Na prática, há grande variação das características das curvas tensão-
deformação para diferentes tipos de materiais.
P = k . x (Equação 22)
30
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
σ=E.ε
31
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
4 LUBRIFICAÇÃO
A trefilação é considerada um processo de conformação a frio, porque o
material não é aquecido antes de ser trefilado. Isso confere uma maior precisão
dimensional e melhores propriedades mecânicas em comparação a processos
de conformação a quente. Entretanto, como há um forte atrito entre o material
e a fieira, e o material sofre uma grande deformação, este pode atingir altas
temperaturas se não forem tomados cuidados específicos em relação à lubrificação
e à refrigeração. A trefilação é praticamente impossível de ser exercida sem a
lubrificação, por conta do grande atrito entre a fieira e o material.
Fa
N N
• diminuir a força necessária para trefilar e, assim, conseguir trefilar o arame sem
romper;
• trefilar o arame sem riscar sua superfície;
• diminuir o desgaste da fieira, aumentando o tempo que ela dura sem precisar
trocar;
• deixar uma camada de lubrificante grossa ou fina no arame produzido;
• deixar o material mais fosco ou mais brilhante.
33
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
34
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
35
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
36
TÓPICO 2 — TREFILAÇÃO
37
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
DICAS
38
RESUMO DO TÓPICO 2
39
AUTOATIVIDADE
Dados:
40
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Em função do metal utilizado, a conformação pode ser classificada quanto
ao tipo de esforço predominante e à temperatura de trabalho, e cada um fornecerá
características especiais à peça obtida. Os processos podem ocorrer por métodos
de compressão indireta, trefilação e extrusão; por compressão direta, laminação e
forjamento; por tração, estiramento de chapas e cisalhamento ou corte.
2 LAMINAÇÃO
Laminação é um processo de conformação mecânica, responsável pela
redução da seção da matéria-prima (tarugo, placa, lingote), realizada pela
passagem por dois cilindros que giram em sentidos opostos. Esse processo
também segue a Lei de Constância de Volume, no sentido de que modela a
matéria-prima, mantendo o seu volume.
41
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
DICAS
FONTE: A autora
42
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
43
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
FONTE: A autora
44
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
FONTE: A autora
FONTE: A autora
45
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
3 FORJAMENTO
Forjamento é um processo de conformação mecânica que permite a
alteração da geometria de um material metálico, por meio de deformação
plástica, mudando sua estrutura metalúrgica de maneira que sejam modificadas
suas propriedades mecânicas, por meio da aplicação de uma força compressiva,
embora mantendo constantes sua massa e seu volume.
46
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
Peças forjadas são aquelas que tiveram a sua forma determinada pelo
martelamento ou prensagem. Sua classificação se dá por tipos de faixa de peso e
processo de fabricação:
47
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
48
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
49
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
50
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
51
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
FONTE: A autora
• Equipamentos:
ᵒ Prensa hidráulica (EKA).
ᵒ Par de matrizes cilíndricas planas em H13.
ᵒ Lubrificante M1.
52
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
FONTE: A autora
• Procedimentos:
ᵒ Medição da altura e diâmetro interno de cada corpo antes e depois do ensaio.
ᵒ Inserir a matriz na prensa.
ᵒ Realizar a redução em altura dos anéis, ou seja, redução do diâmetro interno
(d1-d0).
ᵒ Plotagem dos pontos em gráfico, com as curvas de calibração extraídas do
software Simufact.
FONTE: A autora
53
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
2 O que ocorreu com o anel ensaiado sem lubrificante? Quais foram as suas
reduções em mm?
3 O que ocorreu com o anel ensaiado com lubrificante? Quais foram as suas
reduções em mm?
FONTE: A autora
54
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
(a) (b)
55
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
56
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
57
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
58
TÓPICO 3 — FORJAMENTO E LAMINAÇÃO
59
UNIDADE 1 — PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
DICAS
60
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Peças forjadas são aquelas que tiveram a sua forma determinada por
martelamento ou prensagem.
CHAMADA
61
AUTOATIVIDADE
62
UNIDADE 2 —
USINAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
63
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
MÁQUINAS CONVENCIONAIS
1 INTRODUÇÃO
Ao enxergar e entender sua própria fragilidade, nossos antepassados
passaram a buscar maneiras de aprimorar e melhorar suas vidas. O fato de andar
somente sobre duas pernas, além de liberar as mãos para outras tarefas, inclinou
seus olhos para a frente, o que permitiu a visualização de um novo horizonte
de possibilidades. Cérebro, olhos e mãos começaram a trabalhar em conjunto,
e a posição livre do polegar contribuiu para a fabricação dos instrumentos que
aumentavam a força dos seus braços: as armas e as ferramentas (FUNDAÇÃO
ROBERTO MARINHO, 2000).
Sua inteligência logo ensinou que, se ele tivesse uma pedra nas mãos, seu
golpe teria mais força. Se essa pedra tivesse um cabo, seria melhor ainda. Se ela
fosse afiada, poderia cortar a caça e ajudar a raspar a pele dos animais caçados.
Portanto, o ser humano viu que, simplesmente, apanhar um pedaço de pedra
no chão não era suficiente, afinal, chimpanzés fazem isso para abrir a casca de
frutos mais duros. Assim, o homem descobriu que era preciso aprimorar essa
matéria-prima chamada pedra e desenvolver algo mais incrementado; era preciso
desbastar, além de polir e prender para fabricar um machado.
Para tornar sua produção cada vez maior, começou a criar instrumentos
capazes de repetir mecanicamente os movimentos que ele idealizou para obter
as formas que queria. Com isso, nasceram as primeiras operações de desbastar,
cortar e furar, e, por consequência, os protótipos das máquinas-ferramenta e os
primeiros processos de fabricação (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 2000).
65
UNIDADE 2 — USINAGEM
2 TORNEAMENTO
Os processos de fabricação são classificados em:
FONTE: A autora
66
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
67
UNIDADE 2 — USINAGEM
a) bancada;
b) cabeçote motriz ou fixo;
c) placa;
d) carro;
e) cabeçote móvel;
f) motor;
g) polia;
h) correias;
i) caixa de mudança das velocidades de avanço;
j) alavanca de mudança das velocidades de avanço;
k) alavanca de inversão do movimento de avanço;
l) engrenagens de ligação entre eixo-árvore e caixa de mudança;
m) alavanca de mudança de velocidade do eixo árvore;
n) fuso;
o) alavanca da porca do fuso;
p) vara;
q) porta-ferramentas;
r) carro superior;
s) carro transversal;
t) carro inferior;
u) volante para deslocamento longitudinal do carro;
v) vara de transmissão do motor;
w) contra-ponta;
x) volante do avanço da contra-ponta;
y) alavanca da embreagem, fricção e freio;
z) suporte para ajustar complemento do trem de engrenagens.
68
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
1. Cortar.
2. Cilindrar à direita.
3. Sangrar.
4. Alisar.
5. Facear.
6. Sangrar grandes dimensões.
7. Desbastar.
8. Cilindrar à esquerda.
9. Formar.
10. Rosquear.
Para a fixação das peças, utilizam-se placas nos tornos, placas universais
de três castanhas e placas de quatro castanhas independentes.
As placas nos tornos podem ser de arraste, para uso como contrapontos
em operações de torneamento cônico.
69
UNIDADE 2 — USINAGEM
70
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
Ferramentas de carboneto-
Ferramentas de aço rápido
metálico
Materiais
Roscar/
Desbaste Acabamento Desbaste Acabamento
recartilhar
Aço 0,35% C 25 30 10 200 300
Aço 0,45% C 15 20 8 120 160
Aço extraduro 12 16 6 40 60
Ferro fundido
20 25 8 70 85
maleável
Ferro fundido
15 20 8 65 95
gris
Ferro fundido
10 15 6 30 50
duro
Bronze 30 40 10-25 300 380
Latão e cobre 40 50 10-25 350 400
Alumínio 60 90 15-35 500 700
Fibra e ebonite 25 40 10-20 120 150
FONTE: <https://carlosesilva.files.wordpress.com/2012/07/apostila-tornearia-carlos-eduardo.
pdf>. Acesso em: 15 fev. 2020.
71
UNIDADE 2 — USINAGEM
• Força ativa (Ft): componente que está no plano de trabalho, que contribui para
a potência de usinagem e é decomposta em outras forças, como a força de corte
(Fc).
• Força passiva (Fp): componente perpendicular ao plano de trabalho, que não
contribui para a potência de usinagem e é composta apenas pela força de
profundidade (Ff).
FONTE: A autora
72
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
(Equação 3)
(Equação 4)
(Equação 5)
(Equação 6)
73
UNIDADE 2 — USINAGEM
(Equação 7)
(Equação 8)
Por exemplo: para calcular a força de corte necessária para tornear a peça
da Figura 11, utilizando os seguintes dados:
• Material: aço ABNT 1060 (Ks1 e 1-z são obtidos por tabelamento).
• b = 20 mm.
74
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
A resolução é:
FONTE: A autora
Já a potência de corte (PC), expressa em kW, pode ser definida pela seguinte
equação:
(Equação 9)
3 FRESAGEM
O fresamento é um processo mecânico de usinagem destinado à obtenção
de quaisquer superfícies com o auxílio de ferramentas, geralmente, multicortantes.
A seguir, apresentaremos alguns exemplos de peças obtidas e ferramentas para
fresar.
75
UNIDADE 2 — USINAGEM
FONTE: A autora
76
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
77
UNIDADE 2 — USINAGEM
• Movimento combinado: é aquele que ocorre quando a fresa tem seu eixo dentro
do campo de corte da peça. Assim, uma parte do corte ocorre em fresagem
concordante e a outra, em discordante.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/flat-icon-collection-electric-machine-
-tools-1104508619>. Acesso em: 4 set. 2020.
78
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/milling-machine-operator-working-
-factory-workshop-181731173>. Acesso em: 4 set. 2020.
Tipos de fresa:
79
UNIDADE 2 — USINAGEM
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/various-cnc-machine-head-grinder-
-parts-1660535788>. Acesso em: 4 set. 2020.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/professional-cutting-tools-used-me-
talworkwoodwork-isolated-1043277919>. Acesso em: 4 set. 2020.
• Canais.
• Rasgos de chaveta.
• Perfis (tangencial).
• Cavidades.
80
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
O cálculo de RPM e a velocidade de corte podem ser feitos por meio das
mesmas equações vistas anteriormente, embora seja necessário calcular, também,
o avanço da mesa:
81
UNIDADE 2 — USINAGEM
Por exemplo, caso seja necessário desbastar um canal com uma fresa de
topo de aço rápido de quatro dentes, com diâmetro 25 mm, em um bloco de aço
liga e VC de 60 mm/min, deve-se definir o RPM (n) e o avanço (a) da mesa, a serem
regulados na fresadora ferramenteira do laboratório de usinagem. Com base nos
cálculos:
RPM
82
TÓPICO 1 — MÁQUINAS CONVENCIONAIS
• Equipamentos:
ᵒ Torno convencional.
ᵒ Matéria-prima aço 1020, com diâmetro de 50 mm e comprimento de 120 mm.
• Procedimento: realizar as seguintes etapas (MOTA, 2011):
ᵒ Cortar a matéria-prima nas dimensões 95 mm de comprimento e 50 mm de
diâmetro.
ᵒ Calcular as velocidades de corte para cada operação de torneamento.
ᵒ Fixar o material na placa com 25 mm para fora.
ᵒ Executar o faceamento.
ᵒ Executar o furo de 4 mm.
ᵒ Realizar os chanfros.
ᵒ Realizar o desbaste do rebaixo e da cabeça.
ᵒ Executar ranhuras.
ᵒ Inclinar 45° o carro e realizar o torneamento cônico.
ᵒ Facear até o comprimento indicado no desenho técnico.
83
UNIDADE 2 — USINAGEM
DICAS
84
RESUMO DO TÓPICO 1
• A força total resultante, que atua sobre a cunha cortante da ferramenta durante
a usinagem, é denominada de força de usinagem (Fu).
85
AUTOATIVIDADE
86
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Com a evolução dos métodos de fabricação, as empresas aprimoraram
as máquinas convencionais, transformando-as em máquinas de Comando
Numérico Computadorizado (CNC), o que gerou maior quantidade e qualidade
de produtos, repetibilidade das operações, produtos complexos e preços baixos.
87
UNIDADE 2 — USINAGEM
NOTA
FONTE: A autora
88
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
Quando todos esses eixos são usados combinados com ferramentas cônicas
ou com uma fresa de ponta esférica, é possível criar geometrias extremamente
complexas, como cavidades de matriz, aplicações de gravação, lâminas de turbina
e superfícies com detalhes de alívio (Figura 26).
89
UNIDADE 2 — USINAGEM
NOTA
3 PROGRAMAÇÃO DE CNC
A Norma ISO 6983 descreve o formato das instruções do programa para
máquinas de CN. Trata-se de um formato geral de programação, e não um
formato para um tipo de máquina específica. A flexibilidade desta norma não
garante intercambiabilidade de programas entre máquinas, logo os objetivos da
norma são (YUSOF; LATIF, 2015):
90
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
FONTE: A autora
91
UNIDADE 2 — USINAGEM
92
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
93
UNIDADE 2 — USINAGEM
94
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
95
UNIDADE 2 — USINAGEM
96
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
FONTE: A autora
97
UNIDADE 2 — USINAGEM
• V – eixo secundário Y.
• W – eixo secundário Z.
• X,Y,Z – sentido de movimentação, eixos coordenados.
• (;) – Fim de bloco (EOB, do inglês End of Block): todo bloco deve apresentar
um caractere que indique o fim do bloco.
• ( ) – Comentário: os parênteses permitem a inserção de comentários. Os
caracteres dentro de parênteses são considerados comentários e serão ignorados
pelo comando.
Funções especiais:
98
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
RPM
99
UNIDADE 2 — USINAGEM
• G00 e G01 – função G00 – interpolação linear com avanço rápido: a função
G00 realiza movimentos nos eixos da máquina com a maior velocidade de
avanço disponível; portanto, deve ser utilizada somente para posicionamentos
sem nenhum tipo de usinagem.
• Função G01 – interpolação linear com avanço programado: a função G01
realiza movimentos retilíneos com qualquer ângulo, calculado a partir das
coordenadas de posicionamento, utilizando-se de uma velocidade de avanço (F)
predeterminada pelo programador. Geralmente, utiliza-se G01 para desbaste
e G00 para movimentação da ferramenta, por exemplo, para posicionar, trocar
ou guardar a ferramenta, otimizando o tempo de programação.
100
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
• Outras funções:
ᵒ Função G90: programação em coordenadas absolutas. Sintaxe: G90 (Modal).
ᵒ Função G91: programação em coordenadas incrementais. Sintaxe: G91
(Modal).
ᵒ Função G71: unidade em milímetro. Sintaxe: G71 (Modal).
ᵒ Função G70: unidade em polegadas. Sintaxe: G70 (Modal).
ᵒ Função G94: programação de avanço em mm/min ou pol/min. Sintaxe: G94
(Modal).
ᵒ Função G95: programação de avanço em mm/rot ou pol/rot. Sintaxe: G95
(Modal).
• Funções G17, G18 e G19: seleção do plano de trabalho (Figura 42). Sintaxe: G17
– plano de trabalho XY; G18 – plano de trabalho XZ; G19 – plano de trabalho YZ.
• Funções G41, G42, G40 – correção do raio da fresa: se a programação for feita
sem a compensação do raio da fresa, o programador deverá definir, como
trajetória, o caminho percorrido pelo centro da ferramenta. Se a programação
for feita com a compensação do raio da fresa, a trajetória do programa deve ser
o contorno da peça, e o resultado será a trajetória tracejada (equidistante) da
programada em valor igual ao raio da ferramenta. Em que:
ᵒ G40 – cancela a correção da ferramenta.
ᵒ G41 – correção de raio à esquerda do sentido de usinagem.
ᵒ G42 – correção de raio à direita do sentido de usinagem.
• Função T – número da ferramenta: varia de T1 a T22 (Discovery 760 ROMI).
• Função M6: troca da ferramenta.
• Funções G54 a G57: ativam o sistema de coordenadas de trabalho (zero-peça).
101
UNIDADE 2 — USINAGEM
NOTA
As mensagens nas descrições dos blocos darão uma noção sobre o que está
acontecendo em cada comando. O principal é mostrar a estrutura de um programa de
CNC e o que será executado em cada linha.
102
TÓPICO 2 — MÁQUINAS DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO (CNC)
• Dados da prática:
ᵒ Matéria-prima cilíndrica de aço 1045.
ᵒ Máquina de CNC comando Fanuc 21 i – Torno Galaxy 10.
ᵒ Desenho técnico, conforme apresentado na Figura 43.
FONTE: A autora
• Procedimento:
ᵒ Realizar o programa de CNC.
ᵒ Verificar todas as linhas do programa.
ᵒ Verificar o ferramental da máquina de CNC.
ᵒ Digitar e executar o programa.
103
UNIDADE 2 — USINAGEM
DICAS
104
RESUMO DO TÓPICO 2
• Tanto um torno quanto uma fresa de CNC têm eixos programáveis. No torno, os
eixos programáveis são o X e o Z, pois são movimentos dados pela ferramenta.
105
AUTOATIVIDADE
106
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
MÁQUINAS DE CORTE
1 INTRODUÇÃO
O processo de corte, em geral, é uma das mais frequentes operações na
fabricação de componentes mecânicos. O corte ocorre desde os processos mais
simples e iniciais de fabricação do aço, como no corte dos tarugos e na retirada
de rebarbas, na inclusão de detalhes em peças, no recorte de janelas, entre outros
componentes internos e externos.
2 CORTE DE CHAPAS
O corte é, basicamente, um processo de separação ou remoção de materiais,
que pode ser descrito como (SCHAEFFER, 2004):
107
UNIDADE 2 — USINAGEM
108
TÓPICO 3 — MÁQUINAS DE CORTE
109
UNIDADE 2 — USINAGEM
3 MÁQUINA A LASER
Laser é a amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. É
um sistema que produz um feixe de luz coerente e concentrado por meio de
estimulações eletrônicas, sendo o mais avançado processo tecnológico para corte
térmico. É utilizado não só em cortes, mas em tratamento térmico superficial,
usinagem e, até mesmo, soldagem de materiais (BARTZ et al., 2011).
• Alta precisão.
• Excelente qualidade da superfície cortada.
• Níveis mínimos de deformação.
• Mínima zona termicamente afetada.
• Pouca perda de material.
• Alta velocidade de corte.
• Extrema versatilidade de processar diversos tipos de materiais.
• Sistema automatizado, que possibilita o corte de figuras geométricas complexas.
110
TÓPICO 3 — MÁQUINAS DE CORTE
DICAS
111
UNIDADE 2 — USINAGEM
2 Existe algum outro processo mais barato e rápido para a confecção dessa
mesma peça?
DICAS
O Sistema CAD tem esse nome porque significa “Desenho Assistido por
Computador”. Já estudamos diversos softwares de sistema CAD nas disciplinas de Desenho
Técnico e Desenho Técnico Avançado, mas, para relembrar, assista aos vídeos a seguir, ou
acesse a Biblioteca Virtual da UNIASSELVI: https://www.youtube.com/watch?v=mgSWdvq_
Akg; https://www.youtube.com/watch?v=ZQWWaMFJxGg.
112
TÓPICO 3 — MÁQUINAS DE CORTE
LEITURA COMPLEMENTAR
Álvaro Assis
Edson Roberto da Silva
113
UNIDADE 2 — USINAGEM
Outro fator que pode estar associado com a piora no acabamento nas
partes mais próximas a periferia da peça é o fato de esta ter sido fixada pela parte
interna, ou seja, quanto mais longe da fixação, maior a tendência a vibrações.
Comparando os resultados entre F0cal e F0tab, pode ser observado que, para
todos os casos, o valor de F0cal é menor que o valor de F0tab; então, para um nível
de significância α = 5%, não se rejeita a hipótese H0 e conclui-se que a rotação
(n), o avanço (f) e efeito combinado entre a rotação e o avanço não influenciaram
no resultado do acabamento. A não influência dos fatores provavelmente está
associada a condições externas ao ensaio, como a rigidez do sistema MPF
(máquina, peça, ferramenta) e o sistema de fixação da peça, não permitindo uma
percepção evidente da influência dos parâmetros testados.
CONCLUSÃO
DICAS
114
RESUMO DO TÓPICO 3
CHAMADA
115
AUTOATIVIDADE
116
UNIDADE 3 —
OUTROS PROCESSOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – METALURGIA DO PÓ
TÓPICO 2 – FUNDIÇÃO
TÓPICO 3 – ESTAMPAGEM
CHAMADA
117
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
METALURGIA DO PÓ
1 INTRODUÇÃO
A metalurgia do pó é um dos processos de fabricação mais inovadores,
principalmente por ser um processo simples que, a partir de uma matriz e da
aplicação da força, é capaz de fabricar os mais diversos tipos de peça com pós
metálicos (metalurgia do pó) ou quaisquer outros pós que tenham capacidade de
se unir (tecnologia do pó).
119
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
2 METALURGIA DO PÓ
Segundo Rodrigues (2004), a metalurgia do pó é um processo que está
com mercado em crescimento constante, com projeção de alcançar cerca de 2
bilhões de dólares somente com a venda desse tipo de produto. A indústria vem
abrindo cada vez mais espaço para peças sinterizadas, utilizadas em automóveis,
eletrodomésticos, telefones celulares, instrumentos cirúrgicos, armamentos,
artigos esportivos, ferramentas, entre outros produtos. Pós de praticamente
todos os metais e cerâmicos podem ser produzidos e utilizados em processos
que permitem controle preciso da composição química, das características e das
propriedades dos produtos (CHIAVERINI, 2001). A seguir, mostraremos um
comparativo entre a energia e a matéria-prima em vários processos de fabricação.
Tecnologia do pó 95 29.000
Extrusão a frio e a
85 41.000
morno
Forjamento à quente
75-80 46.000-49.000
em matriz fechada
120
TÓPICO 1 — METALURGIA DO PÓ
DICAS
Você sabia que a maioria das peças sinterizadas pesa menos de 2,5 kg? Embora
peças com até 15 kg possam ser fabricadas, no desenvolvimento inicial, a metalurgia
do pó produzia peças de formas geométricas simples, em contraste com o que ocorre
na atualidade, por motivos, principalmente, econômicos; hoje, procura-se fabricar cada
vez mais peças complexas, já que os processos convencionais as tornam extremamente
onerosas. Para saber mais sobre o processo de sinterização, acesse: https://cursos.unisanta.
br/mecanica/polari/sinterizacao.html.
121
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
123
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
DICAS
124
TÓPICO 1 — METALURGIA DO PÓ
125
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
126
TÓPICO 1 — METALURGIA DO PÓ
DICAS
3 TENDÊNCIAS DE FABRICAÇÃO
Até o momento, ficou claro que o processo por tecnologia do pó e metalurgia
do pó é inovador e de baixo custo, pois a matéria é totalmente utilizada e a peça
já sai praticamente acabada. Então, o que mais podemos esperar desse processo?
Atualmente, pesquisas sugerem o uso de diferentes tipos de pó e, até mesmo,
resíduos para o desenvolvimento de produtos, assim como os mais variados tipos
de matrizes para a confecção de peças simples e complexas. Por isso, traremos um
apanhado geral das mais recentes pesquisas da área e suas aplicações.
127
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
FONTE: A autora
128
TÓPICO 1 — METALURGIA DO PÓ
129
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
130
TÓPICO 1 — METALURGIA DO PÓ
DICAS
• https://scholar.google.com.br/;
• https://www.sciencedirect.com/;
• https://eb.capes.gov.br/portal/.
FONTE: A autora
131
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
• Equipamentos:
ᵒ prensa hidráulica manual com capacidade de 300 Mpa;
ᵒ forno tubular de sinterização com capacidade de 1200 °C;
ᵒ balança de precisão;
ᵒ recipiente contendo pó metálico;
ᵒ concha;
ᵒ copo plástico;
ᵒ funil;
ᵒ paquímetro;
ᵒ matriz de prensagem;
ᵒ máquina de compressão;
ᵒ forno de sinterização.
• Procedimentos: conforme consta no Laboratório Virtual, para a realização
desta prática, deve-se seguir a sequência de etapas:
ᵒ Ligar a balança e utilizar o botão TARA para registrar a massa do copo
plástico. Utilizar a concha para adicionar cinco gramas de pó metálico no
copo.
ᵒ Adicionar o pó, que foi pesado na matriz de prensagem. Mover a matriz
de prensagem para a máquina de compressão e ativar o equipamento para
prensar a matriz.
ᵒ Utilizar o paquímetro para encontrar o diâmetro e a altura do corpo de
prova.
ᵒ Mover o corpo de prova para o interior do forno de sinterização. Acionar o
equipamento para dar início ao processo de sinterização.
ᵒ Remover a peça do forno de sinterização e fazer novas medidas das
dimensões do corpo de prova.
ᵒ Responder ao questionário.
NOTA
132
TÓPICO 1 — METALURGIA DO PÓ
DICAS
133
RESUMO DO TÓPICO 1
134
AUTOATIVIDADE
135
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
FUNDIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Fundição é a fabricação de peças metálicas por meio do preenchimento,
com metal líquido, de um molde, cuja cavidade apresenta dimensões similares
às da peça que se deseja produzir. Isso ocorre por meio de um metal ou liga
metálica líquida inserida no interior de uma cavidade denominada molde, cuja
forma corresponde à da peça desejada.
2 FUNDIÇÃO
A fundição consiste na preparação, na fusão e no refino de insumos
metálicos, seu vazamento em moldes e na limpeza e acabamento das peças brutas
obtidas.
É o caminho mais curto entre a liga metálica líquida e a peça pronta, o que
torna o processo atrativo, economicamente, para muitas situações.
137
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
138
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
• projeto da peça;
• projeto do modelo;
• confecção do modelo;
• confecção do molde;
• fusão do metal;
• vazamento do molde;
• limpeza e rebarbação;
• controle de qualidade.
139
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
• projetos;
• confecção e reparação de modelos, caixas de macho e elementos de modelo;
• fabricação de peças fundidas.
A fábrica de fundição, por sua vez, ainda pode ser dividida nas seguintes
áreas:
• preparação de areia;
• de moldação;
• de confecção de machos;
• área de fusão (preparação do metal líquido);
• de vazamento dos moldes;
• acabamento (limpeza e rebarbação).
140
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
NOTA
O aço é uma liga metálica formada por ferro e carbono, com percentual de
carbono variando entre 0,008 e 2,11%. Ferro fundido é quando a liga contém acima 2,11%
de C, é uma mistura eutética com elementos à base de carbono e silício, entre outros.
141
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
Embora seja possível utilizar ligas fundidas dos mais diferentes tipos de
metal, as ligas não ferrosas mais utilizadas em fundição são as de alumínio, cobre
e zinco.
NOTA
• Silicosa: refratária.
• Não silicosa: elevada reatividade com o metal fundido e a expansão volumétrica.
Exemplos: zirconita, olivina e chamote. Alto custo.
142
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
143
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
• Sobre-espessura de usinagem.
• Acréscimos para compensar a contração linear.
• Ângulos de saída: para facilitar a extração do modelo (Figura 12).
• Marcações de macho: servem para o posicionamento do macho e a saída dos
gases dos machos.
• Cantos arredondados: para facilitar a moldagem, evitar defeitos, concentração
de tensões e trincas.
144
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
145
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
DICAS
146
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
3 TEMPO DE SOLIDIFICAÇÃO
O ponto de fusão é a temperatura na qual o material se transforma,
do estado sólido, em líquido – no Quadro 1, temos alguns pontos de fusão. A
transformação reversa, de líquido para sólido, ocorre na mesma temperatura (ponto
de congelamento). Para elementos cristalinos, como os metais, as temperaturas de
fusão e congelamento são as mesmas. Uma determinada quantidade de energia
de calor, chamada calor de fusão, é necessária para completar a transformação de
sólido para líquido (DE CAMPOS FILHO; DAVIES, 1978).
147
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
NOTA
Para que o massalote se solidifique após a peça, é preciso que ele tenha
um módulo do massalote (Mm) superior ao módulo da peça (Mp):
Mm ≥ k x Mp
148
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
149
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
φ φ
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/160251/mod_folder/content/0/Roteiro_Fun-
di%C3%A7%C3%A3o.pdf?forcedownload=1>. Acesso em: 29 mar. 2020.
• Equipamentos:
ᵒ Modelo em madeira.
ᵒ Macho.
ᵒ Areia verde.
ᵒ Aço líquido.
• Procedimentos (Figura 16):
ᵒ Adicionar água em uma mistura prévia de areia de fundição e bentonita
(areia verde), mexendo bem até obter uma massa homogênea. A massa deve
aglomerar facilmente quando pressionada entre as mãos, porém sem grudar
(massa úmida).
ᵒ Colocar o modelo juntamente com a caixa sobre uma superfície plana
e firme – conforme demonstrado na etapa 1 da Figura 16. Aplicar o
desmoldante (talco, carbonato de cálcio ou licopódio), pulverizando
sobre o modelo uma fina camada. Retirar o excesso.
150
TÓPICO 2 — FUNDIÇÃO
151
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
(1) (2)
(3) (4)
(5) (6)
(7)
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/160251/mod_folder/content/0/Roteiro_Fun-
di%C3%A7%C3%A3o.pdf?forcedownload=1>. Acesso em: 29 mar. 2020.
152
RESUMO DO TÓPICO 2
153
AUTOATIVIDADE
154
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
ESTAMPAGEM
1 INTRODUÇÃO
Estampagem é um processo de conformação de chapas a frio e consiste
em fabricar peças por meio da aplicação de uma força sobre uma chapa (matéria-
prima) e uma matriz, conforme o produto desejado.
2 ESTAMPAGEM PROFUNDA
O processo de estampagem profunda, também chamado de embutimento,
transforma chapas metálicas (geratriz ou blancks) em produtos com profundidade
ou rasos. É um processo de conformação, que envolve uma contínua intervenção
entre peça e ferramenta, sendo necessário o uso de lubrificante. Sua principal
característica é a utilização de matérias-primas do tipo chapas ou tubos com
espessuras finas.
155
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
156
TÓPICO 3 — ESTAMPAGEM
157
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
158
TÓPICO 3 — ESTAMPAGEM
3 PROCESSOS ESPECIAIS
A contínua busca por redução de energia, custos e melhoria da qualidade
tem sido a força propulsora para as inovações que vêm ocorrendo ao longo
do século. Antigamente, se um processo atendia aos requisitos econômicos e
tecnológicos, isso já era o suficiente, porém, agora, é necessário aliar as questões
ambientais, de marketing, de segurança, entre outras. Nesse sentido, as pesquisas
avançam, principalmente em:
159
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
• Procedimentos:
ᵒ Recortar a matéria-prima na guilhotina.
ᵒ Aplicar lubrificante.
ᵒ Iniciar o embutimento profundo com matriz.
ᵒ Calibração.
ᵒ Recorte da rebarba.
ᵒ Dobramento das bordas em todos os cantos com 90°.
ᵒ Dobramento da borda traseira com 17°.
ᵒ Corte dos furos de fixação no flange.
ᵒ Planificação do fundo, corte dos furos laterais de fixação.
ᵒ Gravação de logotipo.
161
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Jean Lacerda
Anderson Daleffe
RESUMO
INTRODUÇÃO
1- Suporte de punção
2- Punção ou penetrador
3- Prensa chapas ou sujeitador
4- Matriz
5- Suporte da matriz
162
TÓPICO 3 — ESTAMPAGEM
MATERIAIS E MÉTODOS
163
UNIDADE 3 — OUTROS PROCESSOS
CONCLUSÃO
Com este estudo, foi possível fabricar peças por meio da estampagem
incremental, em uma máquina fabricada especialmente para tal fim. Obteve-se bom
resultado nas peças fabricadas, com geometrias bem definidas. A lubrificação foi
essencial para a redução do atrito; o uso da graxa a base de lítio proporcionou um
bom deslizamento, pois criou um filme lubrificante entre a chapa e a ferramenta, o
que também ajudou muito na profundidade de estampagem para que o alumínio
164
TÓPICO 3 — ESTAMPAGEM
Entre os testes realizados, aquele que mais se destacou foi o com o ângulo
de parede de 49°, por ser o que mais se alongou sem que ocorresse nenhum tipo
de rompimento – portanto, foi o ângulo que suportou os esforços da estampagem
incremental no formato pirâmide. Os gráficos mostraram o alongamento e a
espessura final da chapa conformada, demonstrando a resistência do alumínio
no processo de estampagem incremental. Outro fator importante para o processo
foram as diferenças encontradas nos valores de deformação na espessura, em
relação ao sentido de laminação do material. Observa-se que, dependendo da
forma geométrica que se deseja estampar, a posição de montagem do blank pode
influenciar negativamente o processo, ocasionando o rompimento prematuro.
Foi comprovada também a eficiência da máquina dedicada à estampagem
incremental, que proporcionou um bom resultado de cada peça estampada.
165
RESUMO DO TÓPICO 3
CHAMADA
166
AUTOATIVIDADE
• Parâmetros tecnológicos.
• Material.
• Equipamento.
• Ferramental.
167
REFERÊNCIAS
ASM INTERNATIONAL. Atlas of stress-strain curves. Materials Park, OH:
ASM International, 2002.
BRESCIANI FILHO, E. et al. Conformação plástica dos metais. 6. ed. São Paulo:
EPUSP, 2011.
169
COSTA, L. De L. et al. Máscaras metálicas de DP600 em superfícies de matrizes
de forjamento. Revista Ferramental (on-line), 2017. Disponível em: http://
revistaferramental.com.br/site/artigo/mascaras-metalicas-de-dp600-em-
superficies-de-matrizes-de-forjamento. Acesso em: 19 ago. 2020.
GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. 2. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2012.
GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. Rio de Janeiro:
LTC, 1999.
170
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.
171
NUNES, R. M. Análise de tensões residuais no processo de trefilação
combinada do aço AISI 1048 visando minimizar distorções pós
processamento. 2008. Dissertação (Mestre em Engenharia de Minas,
Metalúrgica e de Materiais) – Programa de Pós-graduação em Engenharia de
Minas, Metalúrgica e de Materiais, UFRGS, Porto Alegre.
172
SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos: fundamentos teóricos
e práticos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1986.
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VIECELLI, A. Projeto de matrizes fechadas de forjamento à quente para
peças axissimétricas com rebarba, auxiliado pelo computador. 1995.
Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/159026/000190968.
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YUSOF, Y.; LATIF, K. A novel ISO 6983 interpreter for open architecture CNC
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v. 80, n. 9-12, p. 1777-1786, 2015.
174