Livro
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Livro
de Processos
Prof. Diego Milnitz
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Diego Milnitz
M659m
Milnitz, Diego
Modelagem e simulação de processos. / Diego Milnitz. – Indaial:
UNIASSELVI, 2018.
ISBN 978-85-515-0240-2
CDD 620.11
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Bem-vindo ao Livro de Estudos da disciplina de
Modelagem e Simulação de Processos. Ele está dividido em três unidades:
Unidade 1 – Conceitos de modelagem matemática para processos industriais;
Unidade 2 – Modelos e métodos numéricos para a otimização dos processos
industriais e recursos produtivos; e Unidade 3 – Simulação.
Bons estudos!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA
PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS.......................................................................1
VII
2.1 DESENVOLVIMENTO DE MODELOS DE PROGRAMAÇÃO LINEAR.............................65
3 APLICAÇÕES PRÁTICAS................................................................................................................67
3.1 PROBLEMA DE TRANSPORTE..................................................................................................68
3.2 PROBLEMA DE COMPOSIÇÃO.................................................................................................70
3.3 PROBLEMA DE PRODUÇÃO.....................................................................................................72
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................78
RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................84
AUTOATIVIDADE...............................................................................................................................85
UNIDADE 3 - SIMULAÇÃO...............................................................................................................119
VIII
2.3 SIMULAÇÃO ORIENTADA POR PROCESSO.........................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................155
AUTOATIVIDADE...............................................................................................................................156
IX
X
UNIDADE 1
CONCEITOS DE MODELAGEM
MATEMÁTICA PARA
PROCESSOS INDUSTRIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
As filas são um evento do cotidiano de qualquer sistema, seja para uma
pessoa, processo de manufatura ou prestação de algum tipo de serviço, por
exemplo, é comum para uma pessoa enfrentar filas no atendimento bancário, na
compra de ingressos para assistir ao jogo do seu time favorito, quando é atendido
no supermercado etc. Outras formas de filas temos quando um produto fica
aguardando para ser processado no centro de trabalho ou quando um arquivo
aguarda para ser impresso na impressora, ou, ainda, de uma forma mais abstrata,
como no caso de um dado ou arquivo esperando para ser processado pelo servidor
de computador.
Apesar dos avanços em relação aos estudos sobre a teoria das filas, há
certas situações de filas que são muito complexas de serem representadas pelos
modelos matemáticos de filas que atualmente se têm conhecimento. Neste sentido,
a teoria das filas ainda é um tema a ser explorado pela comunidade científica e
por profissionais da área, possibilitando que sejam estudadas melhores formas de
aplicação e adequação às situações vigentes.
3
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
a) tamanho da população;
b) processo de chegada;
c) processo de atendimento;
d) quantidade de atendentes;
e) organização da fila;
f) tamanho médio da fila;
g) tamanho máximo da fila;
h) tempo médio de espera na fila.
a) Tamanho da População
b) Processo de Chegada
c) Processo de Atendimento
d) Quantidade de Atendentes
5
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
e) Organização da Fila
7
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
TURO S
ESTUDOS FU
8
TÓPICO 1 | TEORIA DAS FILAS
Cliente A
Fila 1 Atendente 1
Clientes Cliente B
Fila 2 Atendente 2
Cliente C
Fila 3 Atendente 3
9
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
𝝀
Número médio de clientes no sistema de atendimento 𝑳=
𝝁−𝝀
Diante do contexto, fica claro que a teoria das filas pode ser aplicada
em diversas áreas e situações, como: a) processos industriais; b) atendimento
comercial; c) transporte; d) serviço social; entre outros.
Além disso, a teoria das filas pode ajudar um gerente a definir o layout de
uma fábrica nova, de forma que ela opere com a menor taxa de espera nas linhas
de produção. Isso poderia otimizar os recursos alocados para o projeto afim de
torná-lo mais assertivo e viável economicamente.
Outro exemplo poderia ser a simulação por meio da modelagem das filas
para melhorar o processo produtivo da empresa. Nesse caso, poderia ser uma
simulação que visa à troca de algumas máquinas que atualmente não apresentam
a eficiência esperada devido à defasagem tecnológica do equipamento, simulando
os produtos produzidos do sistema atual e como a empresa ficaria após as
modificações.
• Exemplo 1
12
TÓPICO 1 | TEORIA DAS FILAS
Resolução:
Dados do Problema:
Chegada: λ = 10 peças/hora.
Atendimento: em média, 1 peça a cada 4 minutos, ou seja, 15 peças/hora
(60/4). Sendo assim, µ = 15 peças/hora.
Pn= (1 − ρ ) * ρ 0
Em que,
ë
ρ=
µ
Então,
0
λ λ
P=
0 1 − *
µ µ
Logo,
0
10 10
P=
0 1 − *
15 15
(1 − 0, 6667 ) *1 =
P0 = 0,3333
b) Para resolver essa questão é preciso calcular o número médio de clientes na fila
de espera.
λ2
Lq =
µ *(µ − λ )
Logo,
102
=Lq = 1,33 peças
15* (15 − 10 )
13
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
c) Para resolver essa questão é preciso calcular o tempo médio gasto no sistema
pelo cliente.
1
W=
µ −λ
Logo,
1
=W = 0, 2 horas ou 12 minutos
15 − 10
Resposta: O tempo médio que uma peça fica no sistema é de 12 minutos, isto é, o
tempo na fila mais o tempo de processamento.
• Exemplo 2
14
TÓPICO 1 | TEORIA DAS FILAS
Resolução:
Dados do Problema:
Chegada: λ = 6 navios/dia.
Atendimento: em média, 1 navio a cada 3 horas, ou seja, 8 navios/dia
(24/3). Sendo assim, µ - 8 navios/dia.
Pn= (1 − ρ ) * ρ 0
Em que,
ë
ρ=
µ
Então,
0
λ λ
P=
0 1 − *
µ µ
Logo,
0
6 6
P=
0 1 − *
8 8
(1 − 0, 75) *1 =
P0 = 0, 25
b) Para resolver essa questão é preciso calcular o número médio de clientes na fila
de espera.
λ2
Lq =
µ *(µ − λ )
Logo,
62
=Lq = 2, 25 navios
8* ( 8 − 6 )
15
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
λ
L=
µ −λ
Logo,
6
=L = 3 navios
8−6
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
17
AUTOATIVIDADE
Qual deve ser a taxa de chegada de um navio para que o tempo médio na fila
seja de 3 horas?
Dados do problema:
Chegada: λ = 6 navios/dia.
Atendimento: em média, 1 navio a cada 3 horas, ou seja, 8 navios/dia (24/3).
Sendo assim, µ - 8 navios/dia.
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O Método de Monte Carlo (MMC) pode ser definido como uma técnica para
representar a solução de um problema como um parâmetro de uma população
hipotética, e que usa uma sequência aleatória de números para estabelecer uma
amostra da população da qual estimativas estatísticas do parâmetro em estudo
possam ser realizadas.
2 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS
Uma variável aleatória pode ser compreendida como uma variável
quantitativa, cujo resultado (valor) depende de fatores aleatórios. Geralmente na
engenharia, as variáveis aleatórias estão associadas à realização de experimentos.
Uma grande parcela de experimentos, sejam eles realizados em instituições de
pesquisa ou mesmo por empresas de diversos setores industriais, proporcionam
resultados numéricos, que permitem posteriormente a tomada de decisões a
partir das simulações realizadas, por exemplo, o número de um determinado
19
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
item que deve ser mantido no estoque de um supermercado para atender a uma
demanda dos clientes.
Evento X
Cara X (cara) = 1
Coroa X (coroa) = 0
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
20
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
FONTE: O autor
21
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
22
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
P(X=x)
Em que:
P = probabilidade de obtenção do valor;
X = evento;
x = valor atribuído ao evento.
0 ≤ P( X =xi ) ≥ 1
∑P ( =
i =1
X ) 1
xi=
23
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
xn +1 3* xn + 1mod13
=
x0+1 5* x0 + 1mod16
=
5*1 + 1mod16 =
x1 = 6
A partir dos valores gerados é possível constatar que estes são números
inteiros entre 0 e 15. Se fizer a razão de cada valor por 16, obtém-se uma sequência
de números aleatórios com valores entre 0 e 1. Para o exemplo anterior os números
serão: 0,6250; 0,1875; ... 0,7500.
24
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
Vieira, Ribeiro e Souza (2004), Lehmer obtinha o n-ésimo valor de uma sequência,
adotando o resto da razão da n-ésima potência de um inteiro “a” por um outro
inteiro “m”.
xn +1
= ( a * xn + b ) mod (m)
xn +1 = a * xn mod (m)
26
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
FONTE: O autor
FONTE: O autor
FONTE: O autor
28
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
FONTE: O autor
29
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
30
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
31
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
6 Simular os experimentos
Para ilustrar a aplicação do Método de Monte Carlo, por meio das etapas
da Figura 13, será apresentado um exemplo adaptado de Andrade (2008).
• Exemplo
Passo 1
Passo 2
33
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
Demanda Percentual
250 5%
300 5%
350 20%
400 40%
450 15%
500 10%
550 5%
FONTE: O autor
Passo 3
34
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
Passo 4
Passos 5 e 6
35
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
36
TÓPICO 2 | MÉTODO DE MONTE CARLO
Com esta simulação foi possível obter os valores dos custos de armazenagem
+ capital de R$ 42.825,00 e como custo de falta de R$ 0,00. De posse desta planilha,
o administrador pode simular, por exemplo, diferentes quantidades de compra e
avaliar o impacto em seus custos.
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
38
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – V – V.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – V.
39
Assinale a alternativa CORRETA:
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
CADEIAS DE MARKOV
1 INTRODUÇÃO
As Cadeias de Markov são uma derivação específica do “Processo de
Markov”. Este é um processo estocástico em que as distribuições de probabilidade
para o seu desenvolvimento futuro dependem apenas do estado atual, sem
considerar como o processo atingiu tal estado.
NOTA
41
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
Pr ( X n=
+1 n)
i|X 0 , X 1 , X 2 , …, X = Pr ( X n=
+1 i|X n )
Pr (= |X n ) xn
X n +1 x=
P12
P11 1 2 P22
P21
FONTE: O autor
∑P
j =1
ij =1
P P12
P = 11
P21 P22
A distribuição por estados para Cadeias de Markov pode ser escrita como
um vetor de linha estocástico “S” com:
S(
n + 1)
= S( )P
n
• Exemplo
43
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
0,1
0,9 A B 0,3
0,7
FONTE: O autor
A B
A 0,9 0,1
B 0,7 0,3
FONTE: O autor
A B
S0 = 0,2 0,8
44
TÓPICO 3 | CADEIAS DE MARKOV
S(
n + 1)
= S( )P
n
S(
0 + 1)
= S( )P
0
S( ) = S( )P
1 0
0,9 0,1
S 1 = [ 0, 2 0,8] *
0, 7 0,3
0,74 0,26
FONTE: O autor
Portanto,
0,9 0,1
=S1 [0,
= 2 0,8] * [ 0, 74 0, 26]
0, 7 0,3
45
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
46
TÓPICO 3 | CADEIAS DE MARKOV
FONTE: Bortolotti et al. (2007 apud MILNITZ; LUNA; COELHO, 2016, p. 131)
47
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
48
TÓPICO 3 | CADEIAS DE MARKOV
LEITURA COMPLEMENTAR
Diego Milnitz
Mônica Maria Mendes Luna
Antonio Sergio Coelho
[...]
1 INTRODUÇÃO
[...]
2 CAPACIDADE PRODUTIVA
49
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
empresa possui. Além disso, Kato, Takaki e Souza (2003) acrescentam que ela
representa o volume ideal de produção que uma organização pode realizar, seja
de produtos ou de serviços.
HT
E= (1)
HD
Em que:
E = Eficiência
HT = Horas Trabalhadas
HD = Horas Disponíveis
FC (2)
CRN = *D
E
Em que:
TPM * D
OR = *I (3)
HD * NR
Em que:
OR = Ocupação real
TPM = Tempo padrão médio
D = Demanda
HD = Horas disponíveis
NR = Nº de recursos
I = % de incremento
51
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
3 ESTUDO DE CASO
52
TÓPICO 3 | CADEIAS DE MARKOV
FONTE: Os autores
53
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
FONTE: Os autores
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
55
UNIDADE 1 | CONCEITOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA PROCESSOS INDUSTRIAIS
56
TÓPICO 3 | CADEIAS DE MARKOV
7 CONCLUSÃO
FONTE: MILNITZ, Diego; LUNA, Monica Maria Mendes; COELHO, Antonio Sergio. Cálculo e análise
da capacidade Produtiva utilizando processo de Markov: Estudo de caso de uma empresa têxtil.
Exacta, v. 14, n. 1, p. 127-138, 2016.
58
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
59
AUTOATIVIDADE
60
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
61
62
UNIDADE 2
TÓPICO 1
PROGRAMAÇÃO LINEAR
1 INTRODUÇÃO
Os problemas de programação linear (PPL) são, em sua maioria, problemas
de otimização que têm como objetivo “maximizar ou minimizar” uma função
linear que, geralmente, apresenta diversas variáveis. Essa função comumente é
denominada Função Objetivo (FO), estando sujeita a algumas relações lineares de
igualdade ou desigualdade, conhecidas como restrições do problema.
1975 - Leonid Kantorovich ganha o prêmio Nobel pelos estudos sobre PL.
FONTE: O autor
A origem dos estudos sobre problemas para otimizar uma função linear
sujeita a restrições acometem Fourier, em 1826, com seus estudos relacionados
aos sistemas lineares de inequações (BRONSON, 1985).
Com o uso dos PPL na Segunda Guerra Mundial, no próximo ano, por
volta de 1940, os estudos sobre a Programação Linear chegariam ao seu auge, com
as pesquisas de George Dantzig e com o prêmio Nobel da Economia conferido a
George Stigler (LISBOA, 2009).
64
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
65
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
E
IMPORTANT
Deve-se tomar o cuidado para que todas as relações do PPL sejam, realmente,
lineares.
Função Objetivo:
=Z C1 * X 1 + C2 * X 2 +…+ Cn * X n
Restrições:
Em que:
faria sentido falar em dez pessoas negativas trabalhando, por exemplo. Entretanto,
determinados problemas podem abranger variáveis que aceitam números
negativos, como problemas que envolvam saldos bancários ou temperaturas.
3 APLICAÇÕES PRÁTICAS
Para realizar a modelagem de um problema é necessário escolher o que
é mais relevante para a resolução e posterior solução. Geralmente um trabalho
em equipe, com pessoas de áreas distintas, pode ajudar a elucidar as variáveis
do problema. A multidisciplinaridade contribui, e muito, para uma adequada
construção do modelo, proporcionando uma solução eficiente para o problema.
67
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
68
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
E
IMPORTANT
Cmin =7 * X 11 + 4* X 12 + 5* X 13 + 2* X 21 + 8* X 22 + 9* X 23
Em que:
110
X 11 + X 12 + X 13 =
90
X 21 + X 22 + X 23 =
69
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
90
X 11 + X 21 =
55
X 12 + X 22 =
65
X 13 + X 23 =
X ij ≥ 0, i =
1, 2, 3. As variáveis devem ser inteiras.
Cmin =7 * X 11 + 4* X 12 + 5* X 13 + 2* X 21 + 8* X 22 + 9* X 23
Sujeito a:
110
X 11 + X 12 + X 13 =
90
X 21 + X 22 + X 23 =
90
X 11 + X 21 =
55
X 12 + X 22 =
65
X 13 + X 23 =
X ij ≥ 0, i =
1, 2, 3. As variáveis devem ser inteiras.
restrita a suco, contrafilé e uma salada predefinida. Sabe-se ainda que os requisitos
nutricionais deveriam ser demonstrados segundo o tipo de vitaminas B, F e G e
controlados a partir das quantidades mínimas (em mg).
A função objetivo será dada em relação aos custos de cada alimento, isto
é, o custo mínimo. Dessa forma, tem-se:
Em que:
71
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
2* X S + 2* X C + 20* X L ≥ 11
XS , XC , X L ≥ 0
Sujeito a:
2* X S + 2* X C + 20* X L ≥ 11
50* X S + 20* X C + 30* X L ≥ 70
80* X S + 70* X C + 80* X L ≥ 250
XS , XC , X L ≥ 0
• Exemplo 1
72
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
Neste caso, a fábrica tem como meta atingir o máximo de lucro possível
com a venda de seus produtos, pois o mercado consome todo o produto que é
colocado para venda.
Assim, nossa função objetivo é definida como uma busca pelo máximo
lucro. Escrevendo a função objetivo em termos de suas variáveis de decisão, tem-se:
Em que:
0* X C + 3* X M + 3* X E + 2* X P ≤ 500
3* X C + 0* X M + 1* X E + 1* X P ≤ 300
3* X C + 1* X M + 3* X E + 0* X P ≤ 200
X C , X M , X E , X P ≥ 0 einteiro
Sujeito a:
0* X C + 3* X M + 3* X E + 2* X P ≤ 500
3* X C + 0* X M + 1* X E + 1* X P ≤ 300
3* X C + 1* X M + 3* X E + 0* X P ≤ 200
X C , X M , X E , X P ≥ 0 einteiro
• Exemplo 2
74
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
Logo:
Logo:
Logo:
75
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
Em que:
Lmax é o lucro máximo que o fazendeiro irá obter com seu plantio.
X T + X M ≤ 50
3* X T + 2* X M ≤120
8 * X T ≤ 240
10 * X M ≤ 400
76
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
XT e X M ≥ 0
Sujeito a:
X T + X M ≤ 50
3* X T + 2* X M ≤120
8 * X T ≤ 240
10 * X M ≤ 400
XT e X M ≥ 0
E
IMPORTANT
77
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
INTRODUÇÃO
78
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
METODOLOGIA
No presente estudo fez-se uso da modelo proposto por Oliveira [15], que
trabalha com a localização ótima de armazéns de açúcar do Estado de São Paulo
para exportação. O modelo aqui proposto foi adaptado e possui como objetivo
determinar a localização ótima de armazéns dedicados para soja do Estado do
Mato Grosso com vistas à exportação. Espera-se, portanto, minimizar o custo
logístico de transporte em função das restrições de capacidade de armazenamento.
79
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
A1 P1
MR 1
A2
MR 2
A3 P2
80
TÓPICO 1 | PROGRAMAÇÃO LINEAR
10 10 22 2 10 2 2 22
Min Z ( x)= ∑ ∑ cij xij +
=i 1 =j 1
∑ ∑ a ju yju +
=j 1=
u 1
∑ ∑ piu w iu +∑ CPu du +∑ H j
=i 1 =
u 1 u i
= =j 1
Em que:
81
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
Restrições:
=j 1 =u 1
∑ x ij + ∑w iu ≤ M i ,para todo i
Em que:
10 21
=i 1 =
ij∑t 1 x ≤∑ capt z jt , para todo j
Em que:
10 10
22 10
Em que:
eu = demanda do porto u.
21
H j = ∑cot zjt , para todo j
t =1
Em que:
COt = custo operacional do armazém detamanhot ;
1, se for instalado o armazém detamanhot localizado em j
z jt =
0, caso contrário
CONSIDERAÇÕES FINAIS
83
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
84
AUTOATIVIDADE
85
86
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PROGRAMAÇÃO LINEAR
GEOMÉTRICA
1 INTRODUÇÃO
A programação linear, na área da Modelagem Matemática, é um campo
da pesquisa operacional com ampla aplicação em apoio à decisão. O termo
“programação”, se integrado ao termo linear ou matemático, não tem relação
direta com a programação de computadores ou linguagem de programação.
Essa denominação tem relação com as suas próprias aplicações, originalmente
utilizadas para resolver problemas industriais.
Função Objetivo:
=Z C1 * X 1 + C2 * X 2
87
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
Restrições:
Em que:
am1 * X 1 + am 2 * X 2 =
bm
am1 * X 1 + am 2 * X 2 {≤ ou ≥} bm
am1 * X 1 + am 2 * X 2 =
bm
88
TÓPICO 2 | PROGRAMAÇÃO LINEAR GEOMÉTRICA
E
IMPORTANT
c c
(a) (b)
89
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
soluções ótimas
X 1*
soluções ótimas
X*
X 2*
c
c
(a) (b)
* *
Nessa situação, tem-se como soluções os vértices X 1 e X 2 , bem como
qualquer ponto do segmento que os une. Já na figura (b) tem-se uma região viável
ilimitada, em que a solução pode ser qualquer ponto da semirreta, indicada na
figura, com origem em X * e denominada direção extrema.
x2
Conjunto
vazio
x1
91
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
A função objetivo será dada em relação aos custos de cada alimento, isto
é, o custo mínimo. Dessa forma, tem-se:
Cmin 2* X S + 4* X C
=
Em que:
10* X S + 2* X C ≥ 11
50* X S + 20* X C ≥ 70
XS , XC ≥ 0
92
TÓPICO 2 | PROGRAMAÇÃO LINEAR GEOMÉTRICA
Cmin 2* X S + 4* X C
=
Sujeito a:
10* X S + 2* X C ≥ 11
50* X S + 20* X C ≥ 70
35* X S + 70* X C ≥ 100
XS , XC ≥ 0
FONTE: O autor
93
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
1ª Restrição
FONTE: O autor
1ª Restrição
2ª Restrição
FONTE: O autor
94
TÓPICO 2 | PROGRAMAÇÃO LINEAR GEOMÉTRICA
3ª Restrição
1ª Restrição
2ª Restrição
FONTE: O autor
ATENCAO
95
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
3ª Restrição
1ª Restrição
2ª Restrição
FONTE: O autor
96
TÓPICO 2 | PROGRAMAÇÃO LINEAR GEOMÉTRICA
3ª Restrição
Vetor - Z 1ª Restrição
2ª Restrição
FONTE: O autor
97
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
3ª Restrição
Vetor - Z 1ª Restrição
2ª Restrição
FONTE: O autor
50* X S + 20* X C ≥ 70
35* X S + 70* X C ≥ 100
Cmin 2* X S + 4* X C
=
Cmin 2*1, 03 + 4*0,93
=
Cmin = 5, 78
98
TÓPICO 2 | PROGRAMAÇÃO LINEAR GEOMÉTRICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Romantiéser Lopes
Escolha do
Formulação Obtenção Método de Obtenção Implementação
Resultados
do Problema do Modelo Obtenção dos Dados da Solução
da Solução
Teste do Modelo
e da sua Solução
Experiência
99
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
Fase 5: Implementação
100
TÓPICO 2 | PROGRAMAÇÃO LINEAR GEOMÉTRICA
FONTE: <https://eproducao.eng.br/a-importancia-da-pesquisa-operacional-na-tomada-de-decisao/>.
Acesso em: 22 ago. 2018.
101
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para definir a região das soluções compatíveis como a intersecção das regiões
limitadas pelas restrições, basta traçar um plano cartesiano com as equações
de cada restrição.
102
AUTOATIVIDADE
x+y≥5
5 x + y ≥ 10
x≤8
x≥0ey≥0
103
104
UNIDADE 2
TÓPICO 3
ANÁLISE DE REDES
1 INTRODUÇÃO
A teoria dos grafos surgiu a partir do problema das sete pontes de
Koningsberga. Na Alemanha, na cidade de Koningsberga, um rio passava pela
cidade e a dividia em quatro partes, conforme mostra a ilustração a seguir:
Para interligar essas partes havia sete pontes. Como problema, foi sugerido
o seguinte questionamento:
“...é possível (passando só uma vez por cada ponte) fazer um caminho
que passe por todas elas?”
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/_jAaBK9ArWds/THMKPhROOMI/AAAAAAAAI3s/XqC-BP-lxc8/
s1600/01.jpg>. Acesso em: 10 out. 2018.
NOTA
106
TÓPICO 3 | ANÁLISE DE REDES
FONTE: O autor
Um grafo é dito direto quando o fluxo ao longo de um arco pode ser feito
apenas em um sentido. Por exemplo, se o arco AB for uma rua de sentido único
com origem em A e término no vértice B, tem-se um grafo direto. Entretanto, se
o mesmo arco representar uma rua de mão dupla (dois sentidos), também pode-
se ter um arco BA com origem em B e término em A, e nesse caso, o grafo não é
direto, pois há um arco com duplo sentido.
FONTE: O autor
107
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
Outra definição importante para a teoria dos grafos está relacionada com
o “laço”. Um laço é um caminho que conecta um nó a ele mesmo. Por exemplo, o
caminho ABDA é um laço, como mostra a figura a seguir:
FONTE: O autor
Por fim, uma árvore é um grafo sem laços. Uma árvore tem n arcos e n+1
nós (Figura 12):
108
TÓPICO 3 | ANÁLISE DE REDES
FONTE: O autor
ABCD = 45 km + 42 km + 36 km = 123 km
ABDC = 45 km + 29 km + 36 km = 110 km
109
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
ACBD = 38 km + 42 km + 29 km = 109 km
ACDB = 38 km + 36 km + 29 km = 103 km
ADBC = 31 km + 29 km + 42 km = 102 km
ADCB = 31 km + 36 km + 42 km = 109 km
FIGURA 14 – EXEMPLO DO PCV PARA UM GRAFO COM QUATRO NÓS (ARCO AD)
FONTE: O autor
Da cidade D ele deve ir até B, pois entre B e C, B está mais próxima (Figura 15).
110
TÓPICO 3 | ANÁLISE DE REDES
FIGURA 15 – EXEMPLO DO PCV PARA UM GRAFO COM QUATRO NÓS (ARCO DB).
FONTE: O autor
FIGURA 16 – EXEMPLO DO PCV PARA UM GRAFO COM QUATRO NÓS (ARCO BC)
FONTE: O autor
111
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
FIGURA 17 – EXEMPLO DO PCV PARA UM GRAFO COM QUATRO NÓS (CAMINHO ADBC)
FONTE: O autor
112
TÓPICO 3 | ANÁLISE DE REDES
LEITURA COMPLEMENTAR
COMO FUNCIONA?
SETAS
113
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
CÍRCULOS
1
O QUE É CAMINHO CRÍTICO?
2
D
B 4
3
A F
0 3 1 4 6 5
C
3 E
2
3
114
TÓPICO 3 | ANÁLISE DE REDES
2
D
B 4
3
A F
0 3 1 4 6 5
C
3 E
2
3
2
D
B 4
3
A F
0 3 1 4 6 5
C
3 E
2
3
ATIVIDADE IMAGINÁRIA
2
D
B 4
3
A F
0 3 1 4 6 5
C
3 E
2
3
115
UNIDADE 2 | MODELOS E MÉT. NUM. PARA A OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E RECURSOS PRODUTIVOS
FOLGAS DE ATIVIDADES
116
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
117
AUTOATIVIDADE
A B C D
A – 8 9 7
B 8 – 10 11
C 9 10 – 14
D 7 11 14 –
FONTE: O autor
118
UNIDADE 3
SIMULAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
119
120
UNIDADE 3
TÓPICO 1
SIMULAÇÃO NA PESQUISA
OPERACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão abordadas as características fundamentais da simulação,
o processo de aplicação da simulação, bem como os tipos de simulação.
2 SIMULAÇÃO
A simulação pode ser compreendida como um processo por meio do
qual é possível prognosticar por softwares computacionais, por exemplo,
determinados eventos que se deseja analisar. Com isso, se reduz a probabilidade
de incorrer em erros, principalmente em relação ao consumo de recursos
financeiros para aquisição de um bem (máquina, equipamento, instalações)
para a aplicação em um projeto, que poderá não ser finalizado em virtude dos
resultados apresentados. Basta que, por exemplo, um engenheiro examine
com antecedência o processo a ser implementado, modelando o problema no
computador, de forma a constituir cenários a partir dos quais possibilite prever
determinados eventos oriundos do projeto.
121
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
122
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
123
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
Definição do
Problema
Elaboração do
Modelo
Solução do Validação do
Modelo Modelo
Implantação da
Solução
Avaliação Final
124
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
a) Definição do problema
b) Elaboração do modelo
c) Solução do modelo
d) Validação do modelo
e) Implantação da solução
125
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
f) Avaliação final
126
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
Assim, esta visão continuou por muito tempo, até que surgiram
novas possibilidades dentro da pesquisa operacional. A partir dessa nova
visão, procedeu a abordagem atual da pesquisa operacional, isto é, a forma
como esta área da matemática vem sendo empregada, tanto nas pesquisas
em universidades, centros de pesquisa, bem como nas diversas áreas do
conhecimento e meio industrial.
127
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
Problema
está correto? Informações
Importantes? Resultado Ótimo
Novas
percepções
Usuário Aceitar ou
(Gestor) Recusar Solução
Experiência e Intuição
4 ETAPAS DA SIMULAÇÃO
A simulação na pesquisa operacional demanda inicialmente um
conhecimento prévio sobre alguns métodos que, dependendo do tipo de
simulação, necessitam clareza por parte do usuário e responsável pela modelagem
logo no começo do processo.
128
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
129
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
Definição do
Problema
Definição do(s)
Objetivo(s)
Desenvolvimento
Coleta de dados
do Modelo
Codificação
Verificação
Validação
Simulação
Construção do
Relatório
a) Definição do problema
130
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
c) Desenvolvimento do modelo
d) Coleta de dados
e) Codificação
131
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
f) Verificação
g) Validação
h) Simulação
i) Construção do relatório
NOTA
132
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
Simulações
Jogos Simulação
militares
133
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
Uma forma de realizar melhorias nos processos que envolvem filas é por
meio de uma teoria que leva este nome, ou seja, a Teoria das Filas, que por meio
de funções matemáticas e algoritmos representa a maioria das características das
filas existentes no nosso dia a dia (HILLIER, 2006).
134
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
Produtos
Insumos
Máquina
FONTE: O autor
135
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
Empresa
Saída de
Itens
FONTE: Adaptado de Kawano e Kawano (2014)
136
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
NOTA
137
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
138
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
Quadro 01 – Veículos mais utilizados no mês de estudo e que foram também utilizados na roteirização
DIAS TRA- TOTAL DE MÉDIA DE MÉDIA-
TIPO DE TOTAL DE
BALHA- ENTRE- ENTRE- PESO/DIA
VEÍCULO PESO (kg)
DOS GAS GAS/DIA (kg)
VUC1 19 140 7,37 60002 3158,00
VUC2 17 114 6,71 40623 2389,59
VUC3 12 82 6,83 30162 2513,50
VAN1 16 74 4,63 28168 1760,50
TRUCK 10 70 7,00 64677 6467,70
TOCO1 12 62 5,17 30397 2533,08
TOCO2 18 56 3,11 16764 931,33
TOCO3 6 34 5,67 17546 2924,33
VAN2 7 33 4,71 8248 1178,29
UTILITÁRIO 1 8 24 3,00 3669 458,63
139
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
140
TÓPICO 1 | SIMULAÇÃO NA PESQUISA OPERACIONAL
RESULTADOS OBTIDOS
141
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
142
RESUMO DO TÓPICO 1
143
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor
144
I - A figura representa um algoritmo de comandos. A função matemática
representa as variáveis de saída deste algoritmo.
II - A figura representa um modelo matemático. A função matemática
representa a variação de temperatura pela espessura de parede de um
forno industrial.
III - A figura representa um modelo esquemático. A função matemática
representa uma média de dados tabelados para simulação.
IV - A figura representa um modelo físico. Representa uma independência
entre as variáveis de entrada e saída com a função matemática.
145
146
UNIDADE 3
TÓPICO 2
TIPOS DE SIMULAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A simulação dentro da pesquisa operacional pode ser separada em dois
tipos principais, a simulação discreta e a simulação contínua. A simulação discreta
compreende a maioria das aplicações e utilizações pelos gestores e engenheiros,
já que ela pode ser realizada por meios computacionais de uma forma mais
simples. Por outro lado, a simulação contínua compreende, na maioria das vezes,
eventos mais complexos, e da mesma forma sua reprodução é muito difícil de
ser realizada. Desse modo, geralmente o que se procura quando é indispensável
a utilização da simulação contínua é a abordagem do problema pela simulação
discreta e fazer com que esta se aproxime o máximo possível de um problema
de simulação contínua, para, finalmente, se conseguir um resultado com menos
esforço computacional e tempo empregado.
SIMULAÇÃO SIMULAÇÃO
CONTÍNUA DISCRETA
Região da Ocorrência
dos eventos
Eventos
(X1, X2... Xn)
Tempo é Tempo NÃO
importante é importante
RESULTADO RESULTADO
FINAL FINAL
FONTE: Adaptado de Kawano e Kawano (2014)
147
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
2 SIMULAÇÃO DISCRETA
Nessa simulação se consideram apenas os eventos que acontecem em um
determinado sistema, não considerando importante o tempo transcorrido, isto é, o
tempo entre um evento e outro não é considerado, ainda que seja de conhecimento
na simulação. Um exemplo prático é a simulação de sistemas de filas, sendo
caracterizado por uma população de elementos que desejam um serviço pela
natureza das chegadas dos elementos para execução dos serviços, pela natureza
dos serviços a serem realizados, pela capacidade do sistema e pela disciplina de
fila. A figura a seguir apresenta um exemplo de sistema discreto de filas:
148
TÓPICO 2 | TIPOS DE SIMULAÇÃO
149
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
E
IMPORTANT
150
TÓPICO 2 | TIPOS DE SIMULAÇÃO
E
IMPORTANT
As Cadeias de Markov, cujos assuntos são abordados neste livro de estudos, são
outros exemplos em que se pode aplicar a simulação de eventos discretos.
151
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
152
TÓPICO 2 | TIPOS DE SIMULAÇÃO
FONTE: O autor
153
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
momento. A fase (C) consiste em executar todos os eventos que ocorrem de forma
condicional (ALMEIDA, 2018).
E
IMPORTANT
154
RESUMO DO TÓPICO 2
155
AUTOATIVIDADE
I- Entidades
II- Recursos
III- Atributos
IV- Fila
a) ( ) III – II – IV – I.
b) ( ) II – IV – I – III.
c) ( ) I – III – II – IV.
d) ( ) IV – I – III – II.
2 A simulação é uma ferramenta que pode ser muito útil quando aplicada
na solução de problemas. No entanto, é importante salientar que nem todos
os problemas podem ser resolvidos por meio dela, ou apresentam outra
forma prática de serem solucionados, sem a aplicação da simulação. Deve-se
ter em mente que a solução mais rápida geralmente é obtida utilizando as
ferramentas adequadas, e embora possamos chegar ao mesmo resultado final,
o tempo e os recursos precisam ser aplicados de forma coerente. Com relação
às vantagens e desvantagens da simulação, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
156
( ) A economia de tempo propiciada pela simulação diz respeito ao tempo
ganho com testes de implantação, determinando com antecedência
problemas relacionados ao projeto. Isso torna o projeto mais competitivo.
( ) O melhor modelo de simulação é sempre aquele que propicia um menor
consumo de tempo na etapa de implantação. Para tanto, um grande
tempo gasto na elaboração do projeto de simulação não representa um
entrave para o processo global.
a) ( ) F – F – V – F.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) V – V – V – F.
157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 3
SOFTWARES DE SIMULAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
É notório que o uso gradativo da simulação como instrumento de
modelagem e análise de problemas proporcionou uma extensa e gradual
disponibilidade de programas de simulação, seja para fins comerciais ou de livre
compartilhamento.
mais liberdade para modelar o sistema de forma muito específica. Porém, para
isso, o programador deve ter conhecimento da linguagem a ser utilizada e criar
um ambiente virtual de modo que facilite pontos como manipulação dos dados
e geração de relatórios, por exemplo (KAWANO; KAWANO, 2014). Esses tipos
de linguagem de programação também são conhecidos como linguagem de
programação convencional.
Como se pode notar, uma estrutura básica que inclui o comando program (dá
um nome ao programa), declaração de variáveis, cálculo, e os comandos stop e end
são colocados em sequência para a elaboração de um programa em FORTRAN.
1) smpl: é o comando para dar início aos outros comandos seguintes. Por meio
dele é possível atribuir os valores iniciais aos eventos a serem modelados.
2) facility: essa primitiva permite utilizar os comandos que descrevem cada
recurso a ser utilizado na programação, sendo que os recursos podem ser
utilizados para início e encerramento de um evento em um determinado tempo.
Cada recurso também possui certo número de servidores e uma fila de acesso.
3) request: por meio dessa primitiva é possível realizar a requisição de
atendimento por um servidor que esteja disponível. Caso nenhum deles esteja
livre para atender à requisição, é enviada automaticamente uma resposta de que
o servidor está “ocupado”.
4) release: essa primitiva permite liberar um servidor caso haja uma fila de eventos
a serem processados na simulação.
5) schedule: este termo em português significa “agenda” e assim podemos ter
uma ideia do que isso significa. Trata-se de uma primitiva que “agenda” todas as
solicitações dos eventos e as organiza em uma ordem cronológica de acordo com
a sequência de pedidos realizados.
6) cause: essa primitiva retira a solicitação de um evento que se encontra no início
da lista de solicitações de eventos e adianta o tempo da simulação.
162
TÓPICO 3 | SOFTWARES DE SIMULAÇÃO
3.1 PROMODEL
O software ProModel é um programa de simulação avançada para
eventos discretos que ajuda na tomada de decisões de forma rápida. Este
programa é utilizado para planejar, projetar e melhorar novos ou atuais processos
de manufatura, logística, serviços e outros sistemas estratégicos, táticos ou
operacionais.
163
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
3.2 AUTOMOD
O software AutoMod concilia as características de uma linguagem de
simulação para fins gerais e um simulador de sistemas específico. Apresenta
recursos de programação comuns contendo a especificação de processos e
procedimentos, recursos, filas e variáveis. Processos são definidos em termos de
fluxo de entidades (itens), conexões de entrada e saída para estações dos sistemas
e lógica do processo. Recursos são definidos em termos de suas capacidades,
tempo de processamento, tempo entre falhas e tempo para reparo. Entidades
(itens) são definidas por sua forma e tamanho, atributos, taxas de geração e
prioridades (MIYAGI, 2006).
164
TÓPICO 3 | SOFTWARES DE SIMULAÇÃO
165
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
FONTE: <https://www.researchgate.net/profile/Jose_Manuel_Pastor_Garcia/
publication/266473571/figure/fig5/AS:295623665438724@1447493582317/SIMFACTORY-
Interface.png>. Acesso em: 27 nov. 2018.
• custos de treinamento;
• custos de aquisição do simulador.
3.5 WITNESS
O software Witness fornece uma tecnologia atualizada para a simulação
de processos logísticos e de fabricação. Este software é considerado um dos mais
avançados programas dinâmicos de simulação de processos, e sua eficácia é
garantida por centenas de empresas multinacionais e nacionais de prestígio.
5. Infra-estrutura e capacitação
O Witness possui técnica
uma interface gráfica necessárias
que permite entender e melhorar
nossos processos. Ele é um programa para auxiliar na avaliação de alternativas,
apoiar iniciativas estratégicas importantes e melhoria contínua. Sua abordagem
A rápida evolução da tecnologia da informação dos últimos anos proporcionou o surgimento
168 o que ajudou na popularização, ainda que
de diversos softwares de simulação no mercado,
TÓPICO 3 | SOFTWARES DE SIMULAÇÃO
• Indústria Automotiva.
• Indústria Financeira.
• Indústria aeroespacial.
• Indústria de alimentos.
• Indústria de Petróleo e Gás.
• Indústria Eletrônica
• Indústria Farmacêutica.
3.6 ARENA
O Arena é um programa com ambiente gráfico integrado de simulação,
que engloba todos os recursos para modelagem de processos, animação, análise
estatística e de resultados. Este software foi desenvolvido pela empresa Rockwell
Automation. Atualmente está em sua versão 13.9, com uma quantidade mundial
de mais de 350.000 usuários.
169
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
170
TÓPICO 3 | SOFTWARES DE SIMULAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Bruno R. Kawano
Rafael R. Kawano
RESUMO
MODELAGEM NO ARENA
Para tal, será realizado o processo de simulação em quatro etapas, que são:
i) Etapa 1 – inserir e interconectar módulos para representar o sistema; ii) Etapa 2 –
fornecer dados para o modelo; iii) Etapa 3 – executar a simulação do modelo; e iv)
Etapa 4 – obter relatório final da simulação e interpretar os resultados contidos nele.
171
UNIDADE 3 | SIMULAÇÃO
“a” “b”
“b”
“a”
“c”
“a”
“b”
“a” “b”
Após ter realizado esta etapa, deve-se selecionar a aba “Reports” e clicar
em “Prompt me”, que significa avisar sobre os resultados no relatório final. Além
disso, deve-se selecionar a opção “SIMAN Summary (.out file)”, que significa
que deseja que o resultado seja aberto em um determinado programa que pode
ser especificado mais abaixo, no campo “Display SIMAN summary report (.out
file) using:” sendo que, neste caso, seleciona-se o bloco de notas, que em inglês
é “notepad.exe”. A Figura 5 “b” apresenta a tela com as configurações citadas,
sendo uma tela apresentada assim como ela aparece inicialmente, e ao lado, a tela
configurada corretamente para a simulação que está sendo desenvolvida. Após
definir todas as configurações do modelo, clicar em “OK”. Dessa forma, todos os
parâmetros já estão configurados e o modelo está pronto para ser rodado, ou seja,
o modelo está pronto para ser simulado.
“a”
“b”
“c”
174
TÓPICO 3 | SOFTWARES DE SIMULAÇÃO
FONTE: KAWANO, B. R.; KAWANO, R. R. Pesquisa operacional: simulação. Indaial: Uniasselvi, 2014.
175
RESUMO DO TÓPICO 3
176
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – V – F – V.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.
178
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J. F. F. Simulação por eventos discretos. Apostila do curso de Enge-
nharia de Produção. 2018. Disponível em: <http://joaoflavio.com.br/cursos/po/
simulacao>. Acesso em: 19 out. 2018.
CACI. SIMFACTORY 11.5 User's Manual, La Jolla, CA: CACI Products Com-
pany, 1990.
179
DUDEWICZ, E. J.; KARIAN, Z. A. Modern Design and Analysis of Discrete-Event
Computer Simulations. IEEE Computer Society Prees, Washington, 1985.
180
MILNITZ, D.; LUNA, M. M. M.; COELHO, A. S. Cálculo e análise da capacida-
de produtiva utilizando o processo de Markov: estudo de caso de uma empresa
têxtil. Exacta – EP, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 127-137, 2016.
181
TAVEIRA, R. A. A simulação na produção. Apostila. 1997. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/disserta97/taveira/cap3.htm>. Acesso em: 11 set. 2018.
182