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FISIOTERAPIA AQUÁTICA

TÉCNICAS EM FISIOTERAPIA AQUÁTICA

BAD RAGAZ

Profª Ms. Mariana Holanda


BAD RAGAZ RING METHOD (BRRM)

MÉTODO DOS ANÉIS


■ HISTÓRIA
►Início por volta de 1930 na cidade de Bad Ragaz, na Suiça.

►Em 1950 os Spas em Bad Ragaz eram usados com finalidades


terapêuticas. Eram utilizados corrimão nas bordas, pranchas ou mesas
de tratamento dentro da piscina.

►1957 avanços tecnológicos foram realizados e as técnicas de


tratamento a horizontal foram aprimoradas e os pacientes passaram a
ser suportados por flutuadores para se manterem na posição supina.

⃰ Utilizavam “anéis” na região cervical, pelve e tornozelo. Eram utilizados para


estabilização ou como resistência ativa.

► 1967 foram com o reconhecimento da FNP, foram adicionados aos


movimentos originais , os movimentos diagonais, tridimensionais e a
técnica ficou conhecida como Baz Ragaz Ring Method.
■ Considerações
►Na água o corpo não é mais estabilizado pela gravidade e sim pelo
terapeuta.

►Qualquer movimento da água ou do tronco e MMII do paciente muda


seu metacentro de flutuação e o equilíbrio entre o centro de gravidade
e o centro de flutuação.

►As mãos do terapeuta são o único ponto de fixação. A resistência


também é proporcionada pelo movimento na água.
■ Considerações
Os conceitos e técnicas da FNP adaptadas ao Bad Ragaz incluem:

1) A máxima resistência para os exercícios isométricos e isotônicos


pode ser adaptada a capacidade do paciente durante o ciclo de
movimento.

2) O apoio proporcionado pelo terapeuta serve como estímulo


nociceptivo, proprioceptivo e pode facilitar o movimento.

3) Alternando padrões como puxar e empurrar, atua-se em estruturas


articulares e terminações nervosas sensoriais para facilitar reflexos de
alongamento.

4) Comando curtos e precisos dados pelo terapeuta facilitam e ativam


o movimento.
■ Considerações
Os conceitos e técnicas da FNP adaptadas ao Bad Ragaz incluem:

5) A progressão de um apoio proximal para um apoio mais distal


aumenta a dificuldade de progressão de um padrão de forma natural,
promovendo o fortalecimento.

6) Músculos e articulações são exercitados em padrões de movimento


que são funcionais para o paciente.

7) Irradiação (lado são irradia para o lado lesado, músculos


fortes irradiam para músculos fracos).

8) Aproximação (compressão) e tração (separação) das


articulações durante execução de determinados padrões.
■ Objetivos do Tratamento

1- redução do tônus

2- relaxamento

3- aumento da ADM

4- fortalecimento muscular

5- alongamento e tração da coluna vertebral

6- reeducação muscular

7- melhorar o alinhamento e estabilidade do tronco


■ Objetivos do Tratamento

8- preparação das extremidades distais para sustentação do peso

9- restauração de padrões normais de movimento de extremidades


superiores e inferiores (coordenação motora)

10- melhorar condicionamento físico geral

11- treinar capacidade funcional do corpo como um todo

⃰Devido a versatilidade do método possibilita muitas possibilidades de


exercícios para pacientes neurológicos, ortopédicos ou reumáticos de
qualquer idade.
■ Indicações

- Patologias ortopédicas e reumáticas (incluindo cirurgias de tronco e


extremidades);

- Desordens neurológicas;

- Síndromes dolorosa;

- Mastectomia e cirurgias cardíacas;

- Atraso do desenvolvimento motor.


■ Contra-Indicações/Precauções

- Fadiga

- Pacientes com espasticidade e hipertonia

- Problemas vestibulares

- Dores ou processos inflamatórios agudos

- Instabilidade articular

► Os exercícios são realizados em padrões de movimento para o


tronco, membros superiores e membros inferiores. Podem ser
unilaterais ou bilaterais, sendo simétricos ou assimétricos.

Normalmente paciente na posição supina, mas podem ser


adaptados na posição prona.
■ Tratamento
- Iniciar com sessões mais curtas (5 a 15 min)

- Aumentar aos poucos o tempo do atendimento conforme o paciente


progride (até 30 min.)

- Iniciar com técnicas de relaxamento antes do exercício para


redução do tônus

- Evitar técnicas que aumentam o tônus em pacientes neurológicos.

►Progressão do exercício

- Arrasto negativo – produz resistência ao movimento (volta do


movimento)

- Velocidade do movimento na água – aumenta a resistência.


A resistência ainda pode ser aumentada por:

- Adição de anéis (flutuadores)

- Movimentos mais amplos

- Mudando a direção do movimento ou o tamanho do braço alavanca

- Movendo de apoios proximais para apoios distais. Requisita do


paciente maior controle de mais segmentos corporais, aumentando a
dificuldade da atividade.

- Diminuindo a quantidade de suportes.

-Aumento da velocidade.
■ Terapeuta
- Em pé na piscina junto com o paciente.

- Imersão na altura da cintura ( nunca ultrapassando T8-T10 ou nível


axilar). Profundidades maiores desestabilizam o terapeuta reduzindo a
capacidade de dar estabilidade para o paciente e realizar as
manobras de maneira adequada.

- Utilizar sapatilhas especiais.

- Se necessário utilizar peso nos tornozelos para aumentar a


estabilidade do terapeuta.

- Base de suporte alargada ( pernas separadas), joelhos e quadril


levemente flexionados. Realizar transferência de peso entre MMII.
Evitar rotações de tronco.

- Roupas adequadas que limitem o contato pele a pele com o


paciente.
■ Preparo do Paciente

► Posicionado em Supino, decúbito lateral ou prono.

► Flutuadores:
- Flutuador cervical – manter as orelhas fora d’água para ouvir o
comando verbal.

- Flutuador (colete) na região pélvica (L5-S2) – Impede que as


extremidades afundem causando desalinhamento postural.

- Flutuadores nas extremidades (braço e perna) – Manter a


estabilidade e o alinhamento corporal.
■ TÉCNICA
Devido a necessidade do terapeuta em oferecer estabilidade para o
paciente e ao mesmo tempo ser flexível para a aplicação da técnica
são descritas 3 maneiras de como o paciente age em relação ao
paciente.

1- Isocineticamente

O terapeuta proporciona um ponto fixo, enquanto o paciente se move


na água. A resistência é determinada pela velocidade com que o
movimento é realizado na água.

2- Isotonicamente

O terapeuta age como ponto de fixação móvel. O paciente pode ser


puxado ou empurrado dentro da direção do seu movimento ativo.
Ocorre o aumento da resistência imposta ao movimento. Inversamente
o movimento pode ser assistido pelo terapeuta empurrando na direção
oposta da intenção de movimento.
3- Isometricamente – O paciente mantém uma posição fixa,
enquanto o terapeuta o empurra através da água. Esta técnica
promove contração de estabilização.

4- Passivamente – O paciente é movido passivamente na água


pelo terapeuta. Promove relaxamento, alongamento do tronco e
redução do tônus.
⃰ O terapeuta ainda pode mover o paciente passivamente para
promover relaxamento, inibição de tônus, tração da coluna
vertebral. Para isso o terapeuta age como ponto fixo.

► EMPUNHADURAS

● Contato pélvico

● Contato dorsal ou axilar

● Contato de cotovelo
◊ CONTATO PÉLVICO
◊ CONTATO JOELHO
◊ CONTATO PÉ
◊ CONTATO DORSAL
◊ CONTATO COTOVELO
◊ CONTATO MÃO
PADRÕES DE TRONCO
● Padrão de tronco 1

►Paciente – Em supino, flutuadores nas regiões cervical, lombo-


sacra e MMII.

►Terapeuta – Em pé, entre as pernas do paciente, de frente


para o rosto do paciente.

►Pega do terapeuta – Pélvica/ joelho/ tornozelo.

►Comandos: “Mantenha o tronco alinhado”.


“Não deixe que eu te empurre”.
“Não deixe que o tronco se movimente”.
PADRÕES DE TRONCO
● Padrão de Tronco 2
Rotação de Tronco – Isométrico (unilateral para a D ou E)

► Paciente – Em supino com flutuador cervical, pélvico e em MMII.


Roda o tronco para a D ou E elevando o quadril para a superfície da
água.

► Terapeuta – Posicionado à cabeça do paciente.

► Pega do Terapeuta – Pélvica/ axilar/ cotovelo/mão.

► Comandos: “Vire o quadril para cima (D ou E), mantenha,


mantenha e relaxe”.
PADRÕES DE TRONCO
● Padrão de Tronco 3
Rotação de Tronco com Flexão Isotônico (Unilateral para a D ou E )

► Paciente – Em supino com flutuadores em cervical, pelve e


MMII. Roda o tronco ( D ou E), traz o quadril respectivo para a
superfície da água. Realiza flexão do quadril, dorsi-flexão, mantendo
os joelhos estendidos.

► Terapeuta – Em pé atrás da cabeça do paciente.

►Pega do Terapeuta – Axilar/ cotovelo/ mão.

►Comandos – “Vire o quadril para cima (D ou E) e flexione”


“Traga as pontas dos pés em direção ao ombro (D
ou E).
PADRÕES DE TRONCO
● Padrão de Tronco 4
Rotação de tronco com extensão- Isotônico (Unilateral para a D ou E)
► Paciente – paciente em supino com flutuadores em região
cervical, pélvica e MMII. Realiza rotação do quadril para a D ou E,
elevando a pelve para a superfície. Realiza flexão plantar do tornozelo
e estende o tronco e quadril, mantendo os joelhos em extensão.

► Terapeuta – Atrás do paciente.

► Pega do Terapeuta – axilar/ cotovelo/ mão

► Comandos – “ Vire o quadril para cima (D ou E) e leve-o para


trás.
“ Aponte os dedos dos pés para trás (pé de bailarina)”
“ Mantenha o joelho estendido.”
PADRÕES DE TRONCO
● Padrão de Tronco 5

Flexão Lateral de Tronco – Isocinético – Simétrico Bilateral

► Paciente – Em supino com flutuadores em cervical, pelve e MMII.


Paciente alinha a coluna na posição neutra.

►Terapeuta – Entre as pernas do paciente ( mão pelvica ou atrás da


cabeça do paciente ( mão axilar ou cotovelos).

► Pega do terapeuta - Pega pélvica inicial, progredindo para


axilar e cotovelo. O terapeuta estabiliza o paciente quando ele flexiona o
tronco lateralmente de forma ativa.

► Comandos – “Flexione o tronco para a D ou E e relaxe”.


“ Flexione e relaxe, flexione e relaxe.”
Padrões de MMSS
● Padrão de Braço 1 ( Isocinético - Simétrico Bilateral)

Abdução, rotação externa de ombros, extensão de punhos/ Dedos


movendo-se para Adução, rotação interna de ombros, flexão de
punhos/dedos.
► Paciente – Em supino com flutuadores cervical, pélvico e MMII
aduzidos.

►Terapeuta – Em pé atrás da cabeça do paciente à distância do


comprimento de um braço. Posição de andar parado.

► Pega do terapeuta – Superfície extensora da mão do


paciente. Paciente move-se afastando do terapeuta.

►Comandos: “Empurre os dedos e punhos para trás, traga os


braços ao lado da cabeça e relaxe.”
● Padrão de Braço 2 ( Isocinético – simétrico – Bilateral)
Flexão/abdução, rotação externa de ombros, extensão de
punhos/dedos e Abdução movendo-se para Extensão/adução,
rotação interna de ombros, flexão de punhos e dedos e adução
(cotovelo move-se de extensão para flexão e retorna a extensão).
► Paciente – Em supino com flutuadores em cervical, pelve e MMII.
MMII em adução.

► Terapeuta – Atrás da cabeça do paciente na posição andar


parado à distância do comprimento de um braço.

► Pega do terapeuta – Paciente e terapeuta apertam a mão um


do outro. A pega do terapeuta é na palma da mão do paciente para
fornecer o estímulo sensitivo para o movimento desejado.

►Comandos –“ Aperte minhas mãos, puxe para baixo e para o lado


do seu tronco, relaxe.”
● Padrão de Braço 3 (Isocinético – Unilateral)
Extensão e adução de ombro, pronação de antebraço, flexão de
punhos e dedos movendo-se para Flexão e abdução de ombro,
supinação de antebraço, extensão de punhos/dedos.

► Paciente – Em supino com flutuadores em cervical, pelve e MMII.


Braço posicionado ligeiramente atrás das costas.

► Terapeuta – Em pé, base alargada, ao lado do paciente.

► Pega do terapeuta – Uma mão na axila do paciente e a outra


aperta a mão do paciente sobre a superfície extensora.

► Comando verbal – “Empurre os dedos e o punho para trás,


empurre e relaxe.”
● CAMPION, M. R. Hidroterapia: princípios e prática. São Paulo:
Manole, 2000.
● JAKAITIS, F. Reabilitação e terapia aquática: aspectos clínicos e
práticos. São Paulo: Roca, 2007.
● SILVA, J. B.; BRANCO, F. R. Fisioterapia Aquática Funcional. São
Paulo: Artes médicas, 2011.
● PARREIRA, P.; BARATELLA, T. V. Fisioterapia Aquática. São Paulo:
Manole, 2011.

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