Asti Vera - Metodologia Da Pesquisa Cientifica
Asti Vera - Metodologia Da Pesquisa Cientifica
Asti Vera - Metodologia Da Pesquisa Cientifica
DA PESQUISA C IE N T IF IC A
A rm a n d o
p re se n te o b ra
A s ti V e ra d e d ic o u
e s p e c ia lm e n te . à q u e le s
a
Qiaitííisa
q u e se in ic ia m na p e sq u isa e nos es
tu d o s u n iv e rs itá rio s . O A u to r possui
um o e x te n s a b ib lio g r a fia já p u b li-
c o d o , o p a r tir de sua e x p e riê n c ia c o
mo p ro fe s s o r de filo s o fia do c iê n
c ia e m B uenos A ire s e e m Lo P lo to
O o b je tiv o p r im o rd ia l de M etodolo
gia da pesquiso científica é c e x p o
s iç ã o e o n a lis e c r ític o d o s ig n ific a
d o e dos lim ite s dos m é to d o s e té c
n ica s a tu a is de investiga ção,, v is a n
d o ig u a lm e n te fa m ilia r iz a r os jo v e n s
com os d ive rso s p ro c e d im e n to s do
tr a b a lh o in te le c tu a l e o c o n v e n ie n
te p re p a ra ç ã o das pe sq u isa s c ie n t í
fic a s .
A o b ra d iv id e -s e em trê s p a rte s
fu n d a m e n ta is . A p r im e ir a p a rte
o b rq n g e a in v e s tig a ç ã o nos c iê n c ia s
fa tu o is ( fís ic a , b io lo g ia e m e d ic in a ),
nos c iê n c ia s do hom em (p s ic o lo g ia ,
s o c io lo g ia , té c n ic a s e s ta tís tic a s , m à -•
te m á tic a e c iê n c ia s socia is; o m é to d o
fe n o m e n o ló g ic o e sua v a lo riz a ç ã o c r í
tic a ) e a in ic ia ç ã o na in v e s tig a ç ã o
filo s ó fic a . A s e g u n d a p a rte c o m p re
en de o in ic ia ç ã o d a in v e s tig a ç ã o (o
p ro b le m a , a c o m p re e n s ã o e a e s c o
lh a d o te m a , o p la n o e o re a liz a ç ã o
da in v e s tig a ç ã o e a in fo rm a ç ã o b i
b lio g rá fic o ). A te rc e ira p a rte tr a ta
d o p re p a ro d a m o n o g r a fio (c o n c e ito ,
e s tru tu ra , re d a ç ã o e im pressão).
N ã o é p re c is o s a lie n ta r 'q u e o
e s tu d a c u id a d o s o e o o p ro v e ito m e n to
(C on tin u a na 2 a aba)
metodologia da
pesquisa científica
Este Jhrrò foI composto nus oflctos* grâflo** d*
Livraria do Globo S A * Impresso em oHeet pola
gráfica da EscJa Profissional Champagnat
Av, Santo Gonçalves, 4ÜM Fona; 23-17-31
«0.000 Portai Alegra
FICHA CATALOQRAFICA
17. CDD-001.42
72-0493 18. -001.4
17. e 18. -808.066
r m É k fe g jsd s
I B s p J s a s is n tiiis s
Iraduçio
m aria helena guedes crespo
e beatriz m arques m agalhães
1.* EdiçâO
3 .* impressão
editora globo
porto alegre
1976 I,
r
Titulo do original argentino:
METODOLOGIA DE LA INVESTIGACIÓN
1.» Edição
1. a impressão — março de 1973
2. a impressão — outubro de 1974
Capa:
Roberto Miguens
Planejamento Gráfico:
Maria Laia Fett Lima
Introdução . 1
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
O problema e o tema 97
Ver o problema . 97
Compreender o tema 98
Escolher o tema 100
Originalidade 102
O piano de investigação 106
O que é-o plano? 106
Tipos de planos 108
Alguns exemplos 110
Informação bibliográfica 115
As fontes 115
A busca metódica 118
A técnica das fichas 120
Análise e crítica da documentação bibliográfica 126
Uso da filosofia, da ciência e da literatura 127
Realização da pesquisa 131
O experimento científico 131
A verificação das hipóteses 134
O uso do raciocínio no desenvolvimento e na solução
do problema 139
A construção da teoria científica 145
A teoria dos modelos 150
Significação, valor e limites do uso dos modelos na
pesquisa 155
TERCEIRA PARTE
PREPARAÇAO DA MONOGRAFIA
OS MÉTODOS ATUAIS
DE PESQUISA
A P E S Q U IS A E S E U S M É T O D O S
O problema metodológico
O que é pesquisa
A s ciências e a investigação
A pesquisa na física
A pesquisa biológica
10 Selye. Hans, The itre it of life, Londres, Longmans, Green and Co,, 1957.
(H á tradução para o espanhol,}
22 Os Métodos Atuais de Pesquisa
fora dos objetivos deste livro. Mais interessante será destacar al
gumas reflexões do próprio Selye sobre a investigação científica11.
Muita gente está convencida — segundo Selye — de que, para
pesquisar, requerem-se grandes somas de dinheiro, laboratórios mo
dernos, equipados com máquinas complexas e caras, e equipes de
ajudantes bem treinados. A descoberta do síndrome geral de adap
tação, que constitui o fundamento da teoria do síress, não necessitou
de laboratórios luxuosos. O único “laboratório” de Selye, nessa época,
estava integrado por umas tesouras (para abrir as ratazanas), uma
seringa (para as injeções) e um ajudante. É verdade que há um
ingrediente sem o qual não há investigação científica possível: o
talento.
A pesquisa na medicina
A pesquiso em psicologia
13 H yman, R,, The nature of fsychological inquày, Nova Jerscj Frentice Hall,
Inc., Englewood Cliffs, 1964. (Há tradução para o português.)
28 Os Métodos Atuais de Pesquisa
observável nos organismos: o comportamento ( behaviour). A es
cola comportamentista* exclui todo procedimento subjetivo, ba
seando as investigações na observação objetiva do comportamento.
Reafirmamos aqui o critério exposto anteriormente, segundo o
qual toda psicologia supõe um sistema conceptual e que não existe
metodologia alguma que não o suponha. Esta descoberta foi inde
pendentemente alcançada também por outros pesquisadores: Piaget
e Gonseth a denominam “doutrina prévia” ou “filosofia implícita”,
respectivamente.
Na análise dos métodos de investigação psicológica (melhor
seria falar de técnicas), seguiremos a classificação de Hyman na
obra citada, que distingue: a) métodos naturalistas; b) métodos
diferenciais; c) métodos experimentais e d) métodos combinados.
O método naturalista consiste em observar o comportamento
dos organismos em seu estado natural (daí seu nome), evitando ao
máximo toda interferência do observador. A tarefa do pesquisador
consiste em observar e registrar o que vê. Na investigação psicoló
gica, costuma-se usar uma variante importante deste método: o mé
todo clínico. Usado em medicina com fins terapêuticos, serve também
como instrumento de investigação. O método psicanalítico — tanto
em sua fase terapêutica como científica — é um bom exemplo; outro
é o de Piaget.
Explicaremos, em primeiro lugar, o método psicanalítico para.
em seguida, analisá-lo críticamente, não em seu aspecto médico (te
rapêutico), mas como instrumento de investigação psicológica. E
necessário começar por distinguir a doutrina psicanalítica do método
terapêutico e do método de investigação científica, aspectos que, na
obra de Freud, nem sempre são estritamente diferenciados. Inclusive,
dever-se-ia distinguir um quarto aspecto — cuja análise está fora
dos objetivos deste livro — : as aplicações.
O método psicanalítico (na realidade uma técnica) como pro
cedimento de investigação da personalidade foi criado sobre a base
da doutrina freudiana. Freud começou seu trabalho psicoterapêutico
como hipnólogo (havia sido discípulo de Charcot, na Salpêtrière).
As experiências de sugestão pós-hipnótica servem-lhe para desco
brir a atividade inconsciente e a função da catarse; mas, ao com
preender as limitações da hipnose como método terapêutico e sua
natureza necessariamente sintomática, substitui-a primeiro pela su
gestão em estado de vigília, depois peto método psicanalítico.
A pesquiso no sociologia
A s técnicos estatísticas
teriais estão restritas a certas esferas, em cujo âmbito têm validez. Por
exemplo, a essência recordação é universal com respeito aos múl
tiplos atos de recordar, mas sua validez está restrita à região psíquica,
e, em conseqüência, é uma noção fundamental para a ciência psico
lógica. A essência formal identidade, por outro lado, se aplica a
todos os objetos possíveis è, por isso, é utilizada em todas as ciências
(rigorosamente na lógica e na matemática).
A primazia do conhecimento filosófico (fenomenológico) sobre
o conhecimento científico baseia-se precisamente na necessária fun
damentação do conhecimento científico através das essências. Apenas
a filosofia pode descobrir a priori as categorias de cada região do
ser (ontologias regionais), a partir das quais poder-se-ão construir
então as ciências positivas (a pôsteriori). A relação ciência eidética-
ciência positiva é assimétrica, porque, da mesma forma que a pri
meira se constitui sem levar em conta a segunda, esta é uma conse
quência da determinação das essências materiais e formais que cor
responde àquela.
. 0 segundo passo do método fenomenológico e o decisivo, do
ponto de vista científico, é a redução transcendental ou fenomeno
lógica, em sentido estrito. Este aspecto da fenomenologia mostra
a diferença fundamental entre a investigação científica e a investigação
fenomenológica, porque, enquanto as ciências fáticas partem dos fatos
da realidade empírica, a fenomenologia, através deste segundo passo
redutivo, põe entre parênteses o mundo inteiro, isto é, prescinde da •
existência dos objetos reais. Mais ainda, é totalmente indiferente que
o objeto exista ou não, o que significa uma desvalorização dos fatos
(recorde-se que se podem intuir fenomenologicamente também objetos
imaginados inexistentes na realidade empírica exterior ao sujeito).
Nas Meditações cartesiánas, o mesmo Husserl explica o sentido
da epoché fenomenológica: “E6ta suspensão universal de todas as
posições tomadas ante o mundo objetivo dado e, portanto, em pri
meiro termo, as posições tomadas no que diz respeito à realidade
(as concernentes à realidade, aparência, ao ser possível ou verossí
mil, etc.), ou, como também já se costuma dizer, esta epoché feno
menológica, ou este ‘pôr entre parênteses’ o mundo objetivo, não
nos coloca, pois, frente a um puro nada. O que, justamente pelo
contrário ou justamente por este meio, nos fazemos próprio ou,
mais claramente, o que eu, aquele que medita, me faço próprio por
este meio é minha vida pura, com todas as suas vivências puras e
todas as suas coisas assumidas puras: o universo dos ‘fenômenos’, no
sentido especial e amplíssimo que tem esta palavra na fenomenolo-
gia. A epoché é, pode-se também dizer, o método radical e universal
68 Os Métodos Atuais de Pesquisa
59a Uma enumeração muito útil de léxicos especiais de filósofos pode ser vista
em H enry J . Koren, Research in philosophy, Lovaina, Duquesne University Press
1966, p. 98-102.
59 b Les teckniques du philosopke et ses moyens de travail, no tomo X IX :
Philosophie-Religion de la Encyclopídie Françaije, Paris, Larousse, 1957, p. 19
20-21 e segs,
86 Os Métodos Atuais de Pesquisa
O temo do investigação
O "laboratório" filosófico
S9d Por razões óbvias, não podemos enumerar aqui a totalidade —* nem
sequer uma parte considerável — das revistas de filosofia que se publicam atual
m ente no mundo, Uma informação correta e completa pode-se encontrar no livro
já citado de H. Koren.
59 e Uma enumeração completa das publicações da França pode-se encontrar
no capítulo intitulado R iparíition giograpkique, incluído no estudo' já citado de
Schuhl. •
92 Os Métodos Atuais de Pesquisa
A INICIAÇÃO NA
PESQUISA
O P R O BLEM A E O T E M A
Ver o problema
Compreender o tema
Escolher o temo
Originalidade
O q u e é o p la n o ?
Tipos de planos
Alguns exemplos
PLANO I
Tema: A NOÇAO DE SER NO TEX TO “ SOBRE A NATUREZA” ,
DE PARMÊNIDES
a ) O autor
1. Informação sumária sobre os pré-socráticos (filosófica, não histórica).
2. Os textos doa pré-socráticos (fragmentos).
3. Parmênides,
b) A obra .
4. O texto Sobra a natureza.
5. Problema» de autenticidade. .
6. Estrutura do texto: auas partes.
7. Expressão e estilo: o proêmio, a primeira parte e a segunda parte.
8. Interpretação e avaliação de cada parte.
O Plano de Investigação 111
c) A doutrina
PLANO II
b) A s obras
c) 0 problema do tempo ■
PLANO III
a) A lógica e o jurídico
1. O que á a lógica.
2. O raciocínio jurídico,
3. A formalização do raciocínio jurídico.
4. Lógica jurídica e lógica simbólica.
5. Existe uma lógica jurídica especial) '
112 A Iniciação na Pesquisa
c ) A lógica jurídica
PLANO IV
a) Teoria da linguagem
b) Patologia da linguagem.
PLANO V
6. Provas biológicas.
7. Provas farmacológfcas.
8. Experiência farmacológica cm seres humanos,
9. Os modernos desenvolvimentos dos corticoesteróides.
10. As críticas de Engel,
d l . Réplicas de Selye.
12. Estudos recentes.
13. Extensão do conceito no campo psicológico.
14. Conclusões.
PLANO VI
1. Modelo e interpretação.
2. Conceito algébrico de modelo.
3. Conceito sintático de modelo. .
4. Conceito semântico de modelo.
5. O estudo formal dos modelos.
6. Modelos e investigação,
7. Modelos e experiência.
8. Modelos e explicação.
c ) Os modelos na física
PLANO GERAL
a ) Introdução
1>) O autor
d) A doutrina
A s fontes
A busca metódica
1*? EXEMPLO
a) Anverso
M o r n e t , D a n ie l
b) Reverso
Resenhas; não conheço.
O autor escreveu importantes estudos sobre Diderot e Molière.
Observações: inclui uma boa bibliografia básica de literatura francesa e vá
rios exemplos literários. £ aproveitável para estudos de literatura; menos útil
no caso de monografias cientificas e filosóficas. Bom delineamento do problema
de estilo e de composição.29
29 EXEMPLO
a) Anverso
M ondolfo , R odolfo
Problemas y métodos de la investigación en la historia de la filosofia
(Cuadernos de Filosofia, 5)
Tucumán, Instituto de Filosofia (Universidade Nacional de Tucuraán) 1949
Um vol. 23 x 16; 222 p. ' ‘
b) Reverso
3? EXEMPLO
a) Anverso
Mufío?., Vicente
Lógica matemática y lógica filosófica.
Madrid, Edição da Revista Estúdios, 1962.
Um vol. 23 a 17; 28S p.
b) Reverso
49 EXEMPLO
a) Anverso
Sarton, Georüe .
“The History of Science versus the History of Medicine” . Revista Isis, Paris,
n.® X X III, 4 de julho de 1935, p. 405-409.
A lbuié, M.
Quest-ce que comprendre en um philosophie?
iCollige Philosophique)
Paris, Centre de Documentation Universitaire, sem data.
O experimento científico
,!• . K aplan, Abraham, The conduct oi inquiry, San Francisco, Chandler Pu-
bliahing Company, 1964, p, 149.
134 A Iniciação na Pesquisa
MOMLO
IH l K ™ E D ?1 "<x>"-01 l" n r4
I
II fií J II
Avllaçio: MA |» H Avilliçio: DEFICIENTE t*
I N o v ò » L ilo » "l^ ^ Í
107 Este esquema é a reprodução da figura 10-02 (p. 182) do livro de Irwin
D. Boas, L a d e c isiá n e ita d ittic a , Madrid, Aguilar, 1958.
108 Veja-se seu livro M o d e h o f m a n , New Vork-London, John Wiley and
Sons, Inc,, 1961,
Realização da Pesquisa 157
110 Esta distinção foi introduzida por Abraham Kaplan na- obra citada, p.
285-286; embora sua explicação difira da nossa, creio que coincide no fundamental.
TERCEIRA PARTE
PREPARAÇÃO DA MONOGRAFIA
CONCEITO DE MONOGRAFIA
A estruturo do monografia
a) A introdução
b) O desenvolvimento
114 Cabe observar que, para alguns matemáticos, cada problema possui
uma solução natural, própria; além de outras logicamente possíveis. Esta é um»
concepção ômica da demonstração que nem todos os matemáticos compartilham.
Além disso, a escolha de uma demonstração matemática pode ser feita por sua
elegância (estética) ou com vistas ã generalização das soluçOes.
170 Preparação da Monografia
necessitam-se conceitos rigorosos, mas para alcançá-los necessita-se
uma boa teoria. Isto resulta evidente, por pouco que se pense que,
ao aumentar nosso conhecimento de um tema, a concepção de tal
tema modifica-se paralelamente; mas, ao mesmo tempo, quando
manipulamos conceitos mais precisos, cresce nosso conhecimento.
Na prática, esta aporia se resolve mediante um processo de
aproximação, isto é, mediante “definições sucessivas” (Lenzen): ao
melhorarem nossos conceitos, melhoram também nossas teorias, e
.reciprocamente.
Esta aspiração à precisão conceituai pode, entretanto, nos pre
cipitar no “mito semântico”116, que consiste em afirmar que, supe
radas as dificuldades linguísticas, já não restam problemas impor
tantes na pesquisa. A este respeito, um lógico com o prestígio de
Quine destacou a importância de certa ambigüidade consciente nos
termos — prudentemente vigiada — , porque constitui uma constante
pressão para a busca da convenção mais útil e adequada.
Por outra parte, os homens de ciência não esperam que os
lógicos polacos criassem a semântica para descobrir os problemas
lingüísticos. Tradicíonalmente, usaram a descrição, a ostentação
(apresentação da denotação de um termo) e os exemplos como
procedimentos para combater a ambigüidade e a interdeterminação
na expressão.
2. A discussão é um momento dialético e consiste em examinar
duas teses opostas, a fim de optar por alguma destas soluções: a)
rejeitar uma e aceitar a outra; b) rejeitar ambas e c) alcançar
uma solução complementar (síntese). No primeiro caso, as proposi
ções costumam ser contraditórias (incompatíveis); no segundo, con
trárias (não podem ser ambas verdadeiras, mas sim falsas as duas),
e no terceiro, estamos ante um esquema dialético: tese, antítese e
síntese. Neste último caso, não há oposição absoluta entre as teses
que se defrontam, mas uma relação de complementaridade que pos
sibilita a síntese. Exemplo: o princípio de complementaridade de
Bohr, dentro da física moderna — a luz não é nem corpúsculo nem
onda, mas algo que, de acordo com certas experiências se apresenta
como corpúsculo e, em outras condições experimentais, se manifesta
como onda.
O momento da discussão se apresenta quando as teses ex
cluem-se como contrárias ou como contraditórias. Em tais casos
deve-se examinar analiticamente, em primeiro lugar, a tese que se
haverá de rejeitar e logo a que se adotará; 'isto é, as que foram pro-15
c) A conclusão
Apresentação do problema
O estilo a a expressão
125 Não podemos passar por alto a extraordinária enciclopédia que acaba
de publicar (depois de vários anos de trabalho) o Instituto GaDarte, na Itália.
Recomendo-a calorosamente a todos os estudiosos da filosofia.
Bedação da Monografia 181
Exemplos:
Nos casos em que falta algum dos dados do grupo (c), indica-se,
respectivamente, s/1; s/e; s/d. Quando faltam os 3 dados, usa-se a
itiglft seguinte: s. n. t., que significa “sem notas tipográficas” .
A citação de um artigo de revista está constituída também por
3 partes, que são: a) autor do artigo; b) título do artigo; c) título
da revista, seguido do lugar de edição somente no caso.em que o
título, por si só, não permita localizar a revista, ou se foram editadas
várias revistas com o mesmo nome; série, volume, número, fascículo
e páginas; data (abreviando os meses).
Exemplo:
O sntor, León, Los aspectos ab isales dei alma, (Revista da Universidade de
Buenos Aires, 5.a época, ano 8, n.° 2, p. 193-208, abril-junho 1963.)
Exemplo:
Veia , Francisco, Les geometrias no~euctídeas. (Em seu: rve historia de
la geometria, Buenos. Aires, Losada, 1948, cap. X I, ' 34-155.)
A preparação do m anuscrito
P roblem as especiais
Indicações tipográfica*
4
190 Preparação da Monografia
3) Os números das equações que devem ser numeradas (não é
necessário se fazer com todas) vão no final. Exemplo:
a
C = ------ ,e'v z
a/b
Correção de provas
introduzidos outros erros. Três casos podem ocorrer: que nem todas as
correções tenham sido realizadas, ou que, ao compor as novas linhas,
se tenham cometido outros erros, ou que as novas linhas tenham
sido mal colocadas no texto. Deve-se voltar a revisar as ilustrações
para verificar se a posição deste e outro material gráfico é a correta.
Importa evitar a incorporação de correções e acréscimos que
não sejam realmente erros, pois cada leitura induz sempre o autor
a um novo retoque ou a introduzir modificações; por isso, a releitura
do original tem a vantagem de evitá-los. Tais modificações no texto,
além de retardarem a publicação, aumentam o custo; principalmente
quando as modificações ou acréscimos são feitos nas provas de pá
gina. Inclusive a composição de novos textos está sujeita a novos
erros, o que poderá redundar num verdadeiro círculo vicioso.
Quando as correções são oriundas de modificações que o autor
introduz nas provas, os editores calculam os custos destas para
debitá-los ao autor. Há, entretanto, um número razoável de modi
ficações que são aceitas sem despesas pelos editores.
A correção de provas é uma atividade especializada; não obs
tante, os autores podem realizá-las, se aprenderem a utilizar-se dos
sinais convencionais empregados pelos revisores profissionais e le
varem em consideração algumas normas e conselhos fáceis de ob
servar.
Não há dúvida que, mesmo quando os revisores profissionais
possuem qualidades especiais para realizar sua tarefa, o autor pode
ser um colaborador-revisor muito importante de seu próprio livro. A
correção de provas difere da correção do original, porque esta se
realiza dentro do texto; por outro lado, aquela deve ser indi
cada nas margens de cada página, que é o lugar onde o linortipista
procurará as correções. Os sinais, as letras ou as palavras (even
tualmente as frases) devem ser anotadas na margem direita ou
esquerda, conforme a palavra esteja mais próxima de um ou de
outro lado. Se o texto que se deve acrescentar é extenso, convém
escrevê-lo numa folha e acrescentá-lo à prova de paquê ou à de
página, indicando claramente qual é o lugar onde deve ser inserido.
Anotamos, a seguir, os sinais convencionais mais utilizados na
correção de provas*:
Por raaOes óbvias, substituímos o texto espanhol apresentado pelo Autor por
um texto brasileiro. Convém observar, por outra parte, que o* sinais comu-
mente usados no Brasil diferem ligeiramente dos apresentados no livro original.
(N. io , Ei.)
Impressão da Monografia 1S3
suprimir
= MAIÚSCULA ou VERSAL
V ersalete
/w negrito
J ponto e divisão
e ponto e continuação
* sangrar mais
# abrir linhas
grifo
194 P reparação da M on ografia
C.úo.
A revisão de provas é, sem dúvida, umr|a das tarefas d f
que maior cuidado e empenho exibem dos que a ela se
dedicam.; cr*
CNãd basta o p erjeito conhecimento da línguarc das
normas tipográficas, cultura süfícientemente famplç 3
para poder abarcar com facilidade os mais variados/assun-
-tos, e | umajinteligência aberta c perspicaz. É prec.isoNainda,
além daquilo que se convencionou chamar/olho defrevisor. U L .
um poder de concentração contínuo e incansável, pois que d . f
qualquer pequeno cochilojpode dar âditf^^^rros^ravísr^
/7 simos^Qiz D a u p e l b y - ^ o u v ^ b n e u b , 1 numa obra publicada Q | E Ç
fLAotUhá quaseÍ80) anos: " 0 trabalho do compositor tipográ-
Jfico, por não ser defiuitivo,|pode, ja |rigor, | comportar|a | | | |
|| J medioerj^de; já não se dá o mesmo com o do impressor, c L /
' cujos resultado^ão irrevogáveis; mas que, de qualquer
modo, não exige tão grandes conhecimentos da arte, tanto „
é verdade gue, salvo raras exceções, não se encontra eitT
(\J nossos dias maq^nista capaz d eluma |restabelecer| linha L _n
4 ^mpastel^da. 0 revisor, ao contrário, |!á de ser universal; CL.
3 (uma acuidade e resistência extremas.”
j*f*J
fc(e, o que inais importa, terá de possuir órgãos visuais de
£ /S e nos transportamos dos domínios da literatura para õ^~ 7
( da ciência c da técnic^ainda mais sc racentuaía
respon- J
sabilidade do corretor de provas. No emaranhado dasÇor*
mulas de um livro de física ou dc matemática, porye-
xemplo, com que facilidade não nos passa um xj por xn
lançando às vezes a confusão na do estudante! ____ _
^ k Um dos^conhecidos escritores do século passado,y^dizia v .
considerar a leitura de provas como o mais árduo ^-c.
J / G ^ D s ^ e l e ^ o ^ n ^ u ji, Le Compositeur et le. cor-U ^ v
rectedr" tvDQgraph^ Paris. 1881. ^
B IB L IO G R A F IA
A Antecedente, 146
A ntítese, 109, 170
Adaptação, terapêutica de, 7S Arché, 102, 103, 104
Adaptar-se, significação de, 78 A rgum entum ad hom inem , 142
ADN, m odelo do, 156 A rgum entum ad ignorantiam , 140
A grafa dógmata, 166 A rgum entum ad misericorâiam,
A leatória, correlação esta tística , 140
58 A rgum entum ad populum, 140
A leatórias, am ostras, 51 A rgum entum ad verecundiam , 140,
Alfabeto, 148 142
Álgebras de Boole, 147 Arquétipos, 130
Alm a, medicina da, 78 Arquétipos platônicos, 137
A m o B tra, 49 A tividade profissional, 11
A m ostra ao acaso, exem plo de, 51 Atualização, 164
A m ostragem , teoria da, 50 Axioma, 147, 148, 149, 158
A m ostra representativa, critério Axiomas independentes, 149
para ju lgar a, 52 A xiom ática form alizada, 148
Amostra sistem ática, 51-52 Axiom ática in tu itiva de Euclides,
A m ostras aleatórias estratlfica- 148
das, 53 Axiomatização, 147
A m ostras aleatórias sim ples, 52
A m ostras ao acaso, 51 B
A m ostras por quota, 51
A m ostras probabllísticas, condi B ibliografia, 118, 119, 188
ções das, 52 Bibliografia crítica, 88
A m ostras representativas, 51 Bibliografia exaustiva, 88
A m ostras sistem áticas, 51 B ibliografia, existên cia de, 102
A nálise m otivacíonal, 52 Bibliografia filosófica, 93, 94
200 Apêndice
P
s
SABATO, E., 100, 124
PARMÊNIDES, 110, 111, 123, 130 SACKSTEDER, W., 150
PÀRRY, 41 SANTAYANA, Jorge, 71
PASCAL, 16 SARTON, George, 122
PEANO, 148 SARTRE, 70, 102, 129
PERELMAN, 107 SCHBLLiING, 177
PERIER, 16 SCHILPP, P. A., 153
PESSOA, Fernando, 129 SCHOPENHAUER, 177
PHILIPPE, Charles Louis, 167 SCHUHL, p. M„ 85, 91
PIAGET, 28 SCHWARTZ-SCHWARTZ, 40
PITAGORAS, 84, 117 SECHEHAYE, Margarita, 72
FIZZINI, T„ 125 SELLTIZ, 36, 41 e s. .
PLATAO, 12, 79, 85, 86, 88, 103, SELYE, Hans, 20 e ss., 112
111, 115, 142, 175 SEMMELWEIS, 23 e ss.. 138
POINCARÊ, 176 SHACHTER, 41
PONTY, Merleau, 70, 80 SHAKESPEARE, 130
POPPER, 138 SIMiMEL, 55
PRIESTLEY, 129 SIMON, H erbert A,, 156
S1NNOTT, Edmund W., 183
Q SLOTKIN, 40 ,
SÓCRATES, 84, 117, 142
QUINE, 170 SOLANES, José, 74
Apêndice 215
STEENBERGHEN, Fernand van, w
116, 11»
STEFANINI, 116 WAHL, Jean, 66
STRAUSS, 72 WATSON, 27, 76
STOUFFER, 57 WEBER, 65
SUPPES, B., 150 WE1NSTOCK, S. A., 150
SUZUKI, 104 WHITEHEAD, 67, 99, 107, 153
SZASZ, 78 WHITNEY, F. L., 97
WHORF, B. L„ 168
T WILEY, John, 156
WILSON, B. M., 139
TANNERY, 86 WISDOM, J., 99
TRAKL, 130, 167 WITTGENSTEIN, 153
TORRICELLI, 15 WUELKNER, Bernard, 84
TOYNBEE, 124 WUNDT, 27
TSÊ, LAO, 175 WYTE, 41
V
X
VALÊRY, Paul, 129
VARET, G., 120
VEDA, RIg, 84 XENOFONTE, 117
VEGA, Carlos, 125
VERA, A. Asti, 88
VERA, Francisco, 184 Z ■
VERRIER, Le, 17, 137
VIRASORO, Miguel Ángel, 63 ZtmCHER, 86
VICTOR HUGO, 102, 116 ZYROMSKY, E., 102
ín d ic e d a s o b r a s m e n c io n a d a s
223
A p ê n d ic e
A fir m a o A u to r que a m e to
d o lo g ia da pe sq u iso é in s tru m e n to
im p re s c in d ív e l p a ra to d o u n iv e r s itá
rio , não apenas d u ra n te o p e río d o
de sua fo rm a ç ã o , e n Q u a n to este
fre q u e n ta n d o os Cursos c c a d ê m ic o s ,
com o to m b e m no e x e rc íc io de sua
p ro fis s ã o ou na pe squiso e s p e c ia li
z a d o . D e sta m a n e iro , n ã o h á d ú v id a
de qu e esta o b ra , já c o n s o g ra d a em
e s p a n h o l, te r á im e n sa u tilid a d e no
B ra sil, em p le n o p e río d o de re fo rm a
d e e n s in o , p o ro a in ic ia ç ã o nas té c
n ic o s de p e s q u is a , in d is p e n s á v e is nas
fa c u ld a d e s e in s titu iç õ e s e d u c a c io
n a is , nas q u a is os e s tu d a n te s m u ito
o p o rtu n a m e n te e stã o a e x ig ir tr a b a
lhos p rá tic o s , re a liz a ç ã o de s e m in á
rio s, a n á lis e de te x to s e re d a ç ã o de
m o n o g ra fia s re la tiv a s aos te m a s
a b o rd a d o s nas a u lo s ou d e s e n v o lv i
dos em o u tra s a tiv id a d e s d a s e$co-
los de e n s in o s u p e rio r.
Os p re c e ito s , co n s e lh o s e su g e s
tões q u e o liv ro a p re s e n ta p o d e m ser
ta m b é m de e fe tiv o p ro v e ito p a ro m e s
tre s , p s ic ó lo g o s e ass is te n te s s o c ia is
re c é m -fo rm o d o s , d o m e s m o m o d o q u e
p o ro q u a lq u e r pessoa q u e p re te n d a
r e d ig ir re lo tó rio s o u a lg u m o u tro t i
p o de tr a b a lh o e s c rito , n o e x e rc íc io
de suo a tiv id a d e a c a d ê m ic a o u p ro
fis s io n a l.
PUBLICAÇÃO DA
EDITORA GLOBO