Fundamentos Do Acompanhamento Terapêutico
Fundamentos Do Acompanhamento Terapêutico
Fundamentos Do Acompanhamento Terapêutico
Acompanhamento
Terapêutico
Profª Karoline Gregol Pereira
Profª Nislandia Santos Evangelista
Profª Naiara da Silva Floriano
Profº Claudio Marcos Odorizzi Junior
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª Karoline Gregol Pereira
Profª Nislandia Santos Evangelista
Profª Naiara da Silva Floriano
Profº Claudio Marcos Odorizzi Junior
Impresso por:
Apresentação
Este Livro Didático objetiva sistematizar os elementos básicos da
disciplina de Fundamentos do Acompanhamento Terapêutico, o qual
proporcionará um contato com os principais tópicos, autores, obras, normas
e regulamentações da área, além dos instrumentos necessários, não apenas
para acompanhar a disciplina ofertada, mas também para os estudos
autônomos posteriores.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 162
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 237
UNIDADE 1 —
NASCIMENTO DA CLÍNICA
DO ACOMPANHAMENTO
TERAPÊUTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•
entender a fundamentação teórica do acompanhamento
terapêutico;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
1
CHAMADA
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
4
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Daneluci (2010) assinala que não somos estáveis, assim, a saúde não
representa a mesma coisa para todas as pessoas, depende de época, lugar,
vivências pessoais de cada um, classe social, gênero, faixa etária, assim como
valores individuais até mesmo influenciados pela religião. Esse assunto está
ligado aos processos de construção de vida de cada pessoa e saúde e doença não
são conceitos definitivos, tampouco opostos, ambos se referem à sobrevivência,
à qualidade de vida. São conceitos que dependem do lugar de onde se está, dos
tempos, dos contextos e das tensões em que cada um está inserido.
6
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
7
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
8
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
9
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
10
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
11
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
NOTA
12
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
13
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Percebe-se que, da Idade Antiga até a metade do século XX, houve uma
mudança na compreensão da etiologia da loucura, e, apesar de surgirem algumas
novas tecnologias, como medicamentos e lobotomias, há algo que se mantém
recorrente na oferta de atenção à loucura: o manicômio.
DICAS
14
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
15
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQsAOI99-Ep7t3HsMKFot-
-LHBC_BZ1_MlOHqDlPKb4Mdyaf0DsF>. Acesso em: 07 jul. 2021.
16
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Até aqui abordamos os pontos históricos que deram sustentação para que o
acompanhamento terapêutico surgisse. A partir de agora, trataremos diretamente
sobre como esses pontos foram determinantes desde o seu surgimento até a
estrutura e formato que possui nos dias de hoje.
17
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
18
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA SAÚDE, DA LOUCURA E DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
na Itália a Lei nº 180, também conhecida como a Lei Basaglia, que desautoriza a
internação em manicômios. Com isso, inicia-se o processo de desinstitucionalização
da loucura, com a desocupação dos leitos psiquiátricos e a construção de novos
espaços para o atendimento dos doentes mentais (SILVA, 2005).
19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
20
AUTOATIVIDADE
21
3 As políticas públicas de saúde e as políticas de saúde mental foram muito
importantes para que os sujeitos com transtornos psicológicos fossem
reconhecidos como pessoas de direitos. De acordo com as políticas
estudadas neste tópico, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para
as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
22
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
23
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
FONTE: <http://prensasantiago.com.ar/wp-content/uploads/2018/12/Dr-Eduardo-Kalina.jpg>.
Acesso em: 20 jul. 2021
24
TÓPICO 2 — DEFINIÇÕES DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
Egger (1985), em suas contribuições acerca das funções que devem ser
exercidas pelo acompanhante terapêutico, destaca as seguintes:
25
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
27
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
28
TÓPICO 2 — DEFINIÇÕES DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
29
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
30
TÓPICO 2 — DEFINIÇÕES DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
31
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
32
TÓPICO 2 — DEFINIÇÕES DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
33
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
5 A ÉTICA DO CUIDADO
Kevin Leyser nos explica em sua obra “Ética e Profissão” uma nova teoria.
Ele nos diz que, hoje encontramos na literatura uma nova teoria nomeada tanto
como “ética do cuidado", quanto também "ética feminista", que foi desenvolvida
pela psicóloga Carol Gilligan (1936-) em sua obra “Uma voz diferente” (1992).
Esta teoria não e geralmente considerada uma teoria ética-consequencialista
no sentido formal, como o egoísmo ético e o utilitarismo, mas parece que se
enquadra no consequencialismo mais do que no não consequencialismo
(LEYSER; PASQUALI, 2017).
34
TÓPICO 2 — DEFINIÇÕES DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
que ambos os pontos de vista da ética são vantajosos e devem ser considerados
diferentes, mas igualmente válidos. Em sua visão, a situação ideal é que ambos
devem considerar as duas visões de ética, porque assim, os homens poderiam
aprender sobre cuidado e compaixão na ética e as mulheres poderiam então
aprender a se concentrarem em justiça e direitos. Além disso, ela enfatiza que
as mulheres deveriam reconhecer seus próprios direitos como seres humanos e
não simplesmente serem consideradas inferiores aos homens apenas porque eles
pensam de forma distinta sobre a ética (LEYSER; PASQUALI, 2017).
35
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
e acolhimento são algumas de suas principais funções e ela não escapa dessa
diferenciação de gênero. Um dos pré-requisitos para ser um AT é que possua
uma formação em saúde, então vamos nos atentar ao dado de uma pesquisa de
gênero realizada em 2013 no curso de Psicologia.
36
TÓPICO 2 — DEFINIÇÕES DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
38
AUTOATIVIDADE
39
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
40
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
41
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
TUROS
ESTUDOS FU
42
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
NTE
INTERESSA
Você está curioso para saber sobre a “clínica do desamparo”? Juan Mitre
(2018, s. p.) esclarece que “há uma clínica do desamparo – Ou melhor, uma clínica dos
efeitos do desamparo. Trata-se – para dizer de modo mais simples – da clínica daqueles
sujeitos que não contaram com um Outro que "cuide" deles. Sujeitos que se constituíram
a partir de um Outro malvado (quer seja um Outro excessivo em sua presença ou em sua
ausência). Trata-se de crianças que foram abandonadas, que caíram do Outro. Crianças e
adolescentes que "chegaram ao fim do caminho". Para saber mais sobre esta abordagem,
leia o artigo de Juan Mitre (2018), “Clínica do Desamparo ou Winnicott com Lacan”,
disponível em: http://www.revistarayuela.com/pt/004/template.php?file=Notas/Clinica-
del-desamparo-o-Winnicott-con-Lacan.html
NTE
INTERESSA
43
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
44
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Estabelecer saídas para uma outra relação com esse outro da cultura
e do social é a principal tarefa do AT. O AT media a relação entre seu
acompanhado e a rua e trabalha para ser cada vez menos necessário,
de forma que, depois de algum tempo, se torne apenas uma referência,
alguém a quem se pode recorrer se necessário. A rua, aqui tratada,
corresponde aos espaços sociais extrainstitucionais, as lojas, o ônibus,
o banco, a casa, com suas possibilidades e limites, a violência, a
diversidade, suas muitas tribos, seus signos (MAIA, 2002, p. 60).
45
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
46
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
subjugação. Aos poucos a amizade entre eles se estabelece, com cada um conhecendo
melhor o mundo do outro. Embora o foco não seja a saúde mental, podemos pensar em
termos de construção de uma relação que exige cuidado e convívio constantes e, a partir
desse cotidiano, ambos os integrantes se transformam e se abrem. Você pode assistir ao
filme em: https://www.youtube.com/watch?v=TMgHdc_htDQ.
47
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
3 ACOMPANHAMENTO NÔMADE-TERAPÊUTICO
Sueli Rolnik (1997) afirma que nômade deve ser em princípio todo
analista, independentemente de onde atue. Pensar a rua como espaço clínico
do acompanhante terapêutico envolve uma série de inflexões de conceitos e de
atuações já cristalizadas no campo da saúde. Pensar a rua como possibilidade para
clínica faz emergir alguns questionamentos tais como “o que a rua teria de clínica?
Em que situações a rua pode ser clínica? Quais as possibilidades de clinicar na rua?
O que é a rua? Como seria o fazer terapêutico na rua?”. Não que pretendamos
esgotar nem determinar respostas objetivas a estas perguntas que seguem abertas
para debate, mas a partir delas podemos lançar olhares críticos pensar em novas
práticas a partir de outros termos, que estarão sempre à mercê de atualização.
49
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
NTE
INTERESSA
A “nau dos loucos” foi uma prática realizada em que barcos passavam
de cidade em cidade, a fim de que fossem recolhidos os loucos e fossem “largados”
em outros espaços/territórios tais como ilhas. Como cita Foucault, “esses barcos que
levavam sua carga insana de uma cidade para outra. Os loucos tinham então uma
existência facilmente errante. As cidades escorraçam-nos de seus muros; deixava-se que
corressem pelos campos distantes, quando não eram confiados a grupos de mercadores
e peregrinos” (PACHECO; MENEZES, 2014, p. 2). A pintura 'Navio dos Loucos', do artista
holandês Hieronymus Bosch (1450-1516), feita em óleo sobre madeira, por volta de 1495,
apresenta uma crítica, de forma alegórica, sobre os costumes da sociedade da época: a
devassidão e a profanidade, inclusive no clero, o jogo e o álcool. Entre os protagonistas
estão uma monja franciscana e um clérigo pobre e transgressor, que se encontram
distraídos. Esta pintura foi feita num período de grande crise religiosa e social.
50
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
51
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
52
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
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UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
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TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
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UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
56
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
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UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
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TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
LEITURA COMPLEMENTAR
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA
O Acompanhante Terapêutico
Walmor J. Piccinini
Sem querer ser repetitivo, para simples lembrança, registro que a Clínica
Pinel de Porto Alegre, fundada por Marcelo Blaya em 28 de março de 1960 introduziu,
no Brasil, uma nova maneira de encarar o tratamento dos doentes mentais. Equipe
multiprofissional focada nas necessidades reais ou imaginárias dos pacientes,
mantinha-se em atividade permanente nas 24 horas do dia. Isso só era possível
devido à presença da figura do atendente psiquiátrico. O nome pode variar, auxiliar
psiquiátrico, acompanhante terapêutico, enfermeiro psiquiátrico, mesmo que não
seja um profissional de enfermagem dentro dos conceitos tradicionais.
59
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
60
TÓPICO 3 — FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TRABALHO DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
61
UNIDADE 1 — NASCIMENTO DA CLÍNICA DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
O grande desafio que esses profissionais têm que enfrentar é o mesmo que
os demais terapeutas, sejam psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais tem que
enfrentar que é a falta de reconhecimento do seu valor, traduzido em pagamentos
crescentemente diminuídos.
62
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
63
CHAMADA
64
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – F – V.
c) ( ) F – F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – V – F.
a) ( ) F – F – V – V – F.
b) ( ) F – V – F – V – F.
c) ( ) F – F – F – V – V.
d) ( ) V – F – V – F – V.
66
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, C. Trânsitos da Clínica do Acompanhamento Terapêutico (At):
da via histórica à cotidiana. 2006. Dissertação (Mestrado em Psicologia Aplicada)
– Programa do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia.
67
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da
União, 20 set. 1990.
DINDIA, K. Men are from North Dakota, women are from South Dakota.
In: DINDIA, K.; CANARY, D. J. (Eds.). Sex diferences and similarities in
communication. 2. ed. Mahwah, NJ: Erlbaum, 2006.
68
FRÁGUAS, V.; BERLINCK, M. T. Entre o pedagógico e o terapêutico: algumas
questões sobre o acompanhamento terapêutico dentro da escola. Estilos Clínicos,
v. 6, n. 11, p. 7-16, 2001.
69
NETO, L. B. Acompanhamento terapêutico consolida-se como campo fértil dentro
das práticas clínicas. Jornal PSI, nº 148, jul./set., 2006. Disponível em: http://www.
crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/148/frames/fr_ciencia_profissao.
aspx. Acesso em: 29 jul. 2021.
70
ROSA, A. P.; SCHARF, R. A. Ontem e hoje: as clínicas e a reforma psiquiátrica.
2008. Disponível em: http://www.bc.furb.br/docs/MO/2009/335945_1_1.pdf.
Acesso em: 3 fev. 2020.
71
72
UNIDADE 2 —
A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE
TERAPÊUTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•
compreender os requisitos básicos para a formação do
acompanhante terapêutico;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
73
CHAMADA
74
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE
TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
1 INTRODUÇÃO
Neste sentido, além de uma formação que requer este olhar atento e sensí-
vel às demandas do outro, demandas estas que muitas vezes estarão longe do que
se considera como “ideal” por estar justamente na ordem da angústia, da criação,
do inesperado (VINCENTI, 2006). São estes os terrenos que o acompanhante tra-
balha e por onde ele é, inevitavelmente, também afetado, e o caminho pelo qual
ele está em formação constante, mesmo depois de ter concluído um curso. A for-
mação em saúde mental não cessa, está sempre em aberto pois nunca se alcança
uma totalidade perene de conhecimento.
76
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
77
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Até aqui, você viu que existem polêmicas relacionadas aos direitos
humanos. Que tal conhecer a definição desses direitos a fim de se familiarizar com
as suas ideias principais e com a sua implantação? Pode-se pensar numa definição
de direitos humanos que considere as perspectivas trazidas até o momento, como
apresenta Mbaya (1997, p. 20):
78
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
79
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
80
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
Quando você vai a outro país ou a uma cidade que não conhece, tudo
é estranho e parece diferente, não é? Entretanto, com o passar dos dias, você
vai aprendendo a se relacionar, a se comportar naquele lugar e até a respeitar o
que é diferente da sua cultura. Logo, no pensamento moderno, pensar direitos
humanos entre pessoas diferentes é pensar as particularidades culturais não
a partir das próprias “lentes”, mas aprendendo a ver pelas “lentes” de outras
culturas. Assim, como afirma a antropóloga Ruth Benedict: “[...] a cultura é como
uma lente através da qual o homem vê o mundo [...]” (LARAIA, 2007, p. 67). Ao
praticar a alteridade, você considera a possibilidade plena da existência de quem
é diferente de você nos mais diversos aspectos. São eles: formas de se vestir, de
se comunicar, de se expressar religiosamente, de ocupar os espaços, de comer, de
cantar, de se divertir, de comemorar, de venerar os mortos etc.
82
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
84
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
85
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
NTE
INTERESSA
86
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
87
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
NTE
INTERESSA
88
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
89
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
90
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
91
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
92
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
93
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
94
TÓPICO 1 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO E A SAÚDE HUMANIZADA
Assim, o CAPS, embora seja uma referência, não deve ser o único centro
voltado para a saúde mental, de modo que haja integração intersetorial, de fato.
Por estes âmbitos, buscamos o cuidado individualizado com foco na reconstrução
de elementos e substantivos relevantes para a produção social da vida e de novas
subjetividades do sujeito que se distancie de práticas asilares e da construção de
novas cronicidades.
95
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
96
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
97
• A PNH é um conjunto de diretrizes transversais que norteiam toda atividade
institucional que envolva usuários ou profissionais da saúde, em qualquer
instância de efetuação.
• O CAPS, embora seja uma referência, não deve ser o único centro voltado para
a saúde mental, de modo que haja integração intersetorial.
• Assim, o que se busca por colocar em voga é uma atenção ao cuidado de maneira
humanizada e dentro da lógica do cotidiano e dos territórios que façam parte
da convivência dos usuários.
98
AUTOATIVIDADE
99
100
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 A DEFINIÇÃO DE CUIDADO
A palavra “cuidado” nos remete a diferentes pensamentos. Segundo o
dicionário (HOUAISS; VILLAR, 2009, p. 100), cuidado tem diversos significados: “sub.
atenção, aplicação a alguma coisa; precaução, cautela, diligência, desvelo; inquietação
de espírito, preocupação; encargo, responsabilidade; adj. pensado, premeditado,
previsto; estar em cuidado, inquieto; dar cuidado, preocupar, inquietar”.
101
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
De acordo com estas primeiras citações, vão ficando claros alguns aspectos
do sentido do termo/conceito “cuidado”, por exemplo, já podemos dizer que se
refere a: relacionamento, dedicação, preocupação com o outro ou um esforço para
que de alguma maneira o outro possa obter algum alívio. Com isso, podemos
afirmar que cuidado é mais que um ato, é uma atitude que nos liga afetivamente
a tal ponto de nos vincularmos com o outro.
Leonardo Boff (2003, p. 89) nos traz uma ampliação maior ainda desse
pensamento:
Boff afirma que “cuidado é aquela força originante que continuamente faz
surgir o ser humano. Sem ela, ele continuaria sendo apenas uma porção de argila
como qualquer outra à margem do rio” (BOFF, 2003, p. 91). Ele acrescenta:
[...] sem o cuidado, ele deixa de ser humano. Se não receber cuidado,
desde o nascimento até a morte, o ser humano desestrutura-se, definha,
perde sentido e morre. Se, ao largo da vida, não fizer com cuidado tudo o
que empreender, acabará por prejudicar a si mesmo e por destruir o que
102
TÓPICO 2 — CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ATUAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
estiver a sua volta. Por isso o cuidado deve ser o que entendido na linha
da essência humana (que responde à pergunta: o que é o ser humano?).
O cuidado há de estar presente em tudo. Nas palavras de Martin
Heidegger: “cuidado significa um fenômeno ontológico – existencial
básico. Traduzindo: um fenômeno que é a base possibilitadora da
existência humana enquanto humana (BOFF, 2003, p. 24).
3 CUIDADO E ATITUDE
Quando se faz uma busca nas origens da palavra “cuidado” abre-se diante
de nós novas perspectivas da compreensão da vida, do ser humano, do que é
viver neste planeta e, pode-se dizer, de saúde.
103
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Vemos assim que cuidar é mais que um ato: é uma atitude. E esta não
se limita a um mero momento de zelo ou atenção. Tem a ver com ocupar-se,
responsabilizar-se, envolver-se afetivamente com o outro. Como já observado por
Boff, o nascimento do ser humano já consiste em cuidado, não há condição de
existência sem os cuidados elementares, ou seja, ele não vive sem ser cuidado.
104
TÓPICO 2 — CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ATUAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
DICAS
105
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
FONTE: <https://i1.wp.com/biblearchive.com/blog/wp-content/uploads/2014/05/tripartite-01.
png?w=1920>. Acesso em: 25 jul. 2021.
NOTA
106
TÓPICO 2 — CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ATUAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
108
TÓPICO 2 — CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ATUAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Para que isso seja efetivado mais facilmente, segundo Silveira e Vieira
(2005, p. 97-98):
109
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
FONTE: <https://braveacorn.com/wp-content/uploads/2021/05/airplane-oxygen-
-mask-2-300x161-1.png>. Acesso em: 23 jul. 2021.
110
TÓPICO 2 — CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ATUAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
111
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Nesse sentido, Sawaia (2001 apud MOURA; SILVA, 2015) afirma que, para
compreender as relações, especialmente em cenários de vulnerabilidade (como é
o caso dos serviços de saúde, desde a atenção primária até os mais especializados),
é preciso resgatar o conceito de afetividade como a emoção que impregna o existir
humano e se apresenta ora como sentimentos e reações moderadas de prazer e
desprazer, ora como emoção, fenômeno afetivo intenso e breve, que interrompem
o fluxo normal da conduta.
112
TÓPICO 2 — CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A ATUAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
113
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
DICAS
114
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Cuidado é mais que um ato, é uma atitude que nos liga afetivamente a tal
ponto de nos vincularmos com o outro.
• Quando se faz uma busca nas origens da palavra “cuidado”, abrem-se diante
de nós novas perspectivas da compreensão da vida, do ser humano, do que é
viver neste planeta e, pode-se dizer, de saúde.
• Cuidar não se limita a um mero momento de zelo ou atenção. Tem a ver com
ocupar-se, responsabilizar-se, envolver-se afetivamente com o outro.
• O ser humano passa a ser visto como alguém, como um ser que necessita de
cuidado, alguém que tem alguém que se importa efetivamente com ele, que dá
a devida atenção, que se doa e, neste aspecto, podemos até usar a expressão
que “cura”.
• Cada vez mais ganha força e propriedade o entendimento que o ser um humano
precisa ser visto como um ser integral, isto é, no seu todo.
115
• O trabalho com a integralidade no cuidado cotidiano, na saúde, e em qualquer
área, ultrapassa a mera formalidade institucional e está atrelado a um grande
projeto societário.
116
AUTOATIVIDADE
I- Visão dicotomista.
II- Visão holística.
III- Visão tricotomista.
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) I – III – II.
d) ( ) III – II – I.
a) ( ) V – F – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – V – V.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – V – V – F – F.
117
3 Toda vez que adentramos em uma aeronave para realizarmos um voo,
dentre as orientações que recebemos, uma delas é a seguinte: "em caso
de despressurização, máscaras cairão automaticamente. Puxe uma das
máscaras, coloque-a sobre o nariz e a boca ajustando o elástico em volta
da cabeça e respire normalmente, depois auxilie a criança ao seu lado”. A
orientação é muito simples, mas extremamente importante, ou seja, você
precisa, em primeiro lugar, colocar a sua máscara e depois atender outra
pessoa (no caso a criança). Com base no exemplo exposto, descreva por que
o autocuidado é importante para que o acompanhante terapêutico possa
cuidar/atender outras pessoas.
FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008. Cria os Nú-
cleos de Apoio à Saúde da Família – NASF. Brasília, 2008. Disponível em: https://bvsms.sau-
de.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.html Acessado em 23 jul. 2021.
( ) Psiquiatra.
( ) Massoterapeuta.
( ) Nutricionista.
( ) Fisioterapeuta.
( ) Terapeutas ocupacionais.
( ) V – F – F – V – V.
( ) V – V – F – V – V.
( ) F – V – V – F – F.
( ) V – F – V – V – V.
118
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
119
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
121
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
FONTE: <https://evertonaraujo.com.br/wp-content/uploads/2019/06/sistemas-representacionai
s-e1561031250846.jpg>. Acesso em: 20 jul. 2021.
122
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E MODOS DE REALIZAR A CLÍNICA NO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
123
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
124
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E MODOS DE REALIZAR A CLÍNICA NO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Defender alguém de ataques verbais do cliente com frases “todos aqui são
ótimos profissionais” ou “você está proibido de falar isso aqui” gera a sensação
no de que ele não tem direito em expressar suas opiniões e isso futuramente irá
criar um bloqueio na verbalização de seus sentimentos.
125
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Na face expressiva, como o próprio nome já diz, ela retrata com clareza
os pensamentos e as necessidades da pessoa naquele momento. A face impassiva
é uma expressão fixa sem emoção, similar a uma máscara que não transmite
qualquer informação adicional. Por fim, a face confusa é aquela que indica o
oposto do que a pessoa quer transmitir, incongruente com o conteúdo falado.
3 TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA
Transferência e contratransferência são termos cunhados por Freud ao
longo do processo de desenvolvimento da psicanálise (TIMO; RIBEIRO, 2017).
Uma vez incorporados, esses conceitos se tornam ferramentas para o profissional
compreender melhor o cliente e as reações despertadas por ele.
128
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E MODOS DE REALIZAR A CLÍNICA NO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
129
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
FONTE: <https://cienciacontemplativa.org/wp-content/uploads/2020/07/terapia-cognitiva_
3-300x191.jpg>. Acesso em: 20 jul. 2021.
130
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E MODOS DE REALIZAR A CLÍNICA NO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
Nesse sentido, Souza (2011) afirma que, para tratar dos aspectos afetivos
e intelectuais ou cognitivos, confrontando-os a título de reflexão teórica, os
quatro principais modelos tiveram sua construção no início do século XX:
modelos construtivistas de Piaget e sociolinguista de Vygotsky (entre os anos
20-30); humanista-afetivo de Wallon (anos 1940); psicanalítico de Freud (1897-
1900). “Este último parece ser o único a se adequar à afirmação de Sherer sobre
o predomínio da ‘irracionalidade’, ao menos no que se refere aos seus trabalhos
iniciais sobre o inconsciente [...]” (SOUZA, 2011, p. 250).
132
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS E MODOS DE REALIZAR A CLÍNICA NO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Para Freud (1996), a pulsão (ou pulsões) possui fonte, pressão, finalidade
e objeto. A fonte está localizada nas excitações corporais, sendo uma exigência
de um trabalho de representação, simbolização. A finalidade é a satisfação. A
pressão é a quantidade de força exercida para realizar a sua vicissitude e o objeto
é a coisa por meio da qual o impulso tenta se realizar. Assim, a pulsão é o impulso
que sustenta toda a vida anímica.
133
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Para concluir, Tousseul (2012) afirma que os afetos constituem o motor das
reflexões. A reflexão só é possível a partir dos afetos, ou das pulsões freudianas.
A angústia diante da consciência de que não podemos experienciar tudo gera
um movimento de tentar substituir algo com representações equivalentes àquilo
que foi recalcado.
134
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
136
AUTOATIVIDADE
I- Transferência.
II- Contratransferência.
a) ( ) I – I – II – II – I – II – I.
b) ( ) I – I – II – I – II – I – II.
c) ( ) II – I – II – I – II – I – I.
d) ( ) I – II – I – II – I – II – II.
137
2 Segundo o Caderno de Atenção Básica nº 34 (2013) – Saúde Mental, com
relação às ações terapêuticas que podem ser realizadas por todos os
profissionais da Atenção Básica nos mais diversos dispositivos de cuidado,
assinale a alternativa INCORRETA:
FONTE: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_sau-
de_mental.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2021.
I- Face impassiva.
II- Face confusa.
III- Face expressiva.
a) ( ) II – III – I.
b) ( ) I – II – III.
c) ( ) II – I – III.
d) ( ) III – II – I.
138
5 A comunicação terapêutica é um processo consciente e deliberado, usado
para a identificação de crenças que podem influenciar negativamente na
saúde do cliente assistido, para a avaliação da percepção que o assistido
tem sobre seu problema e no reconhecimento das necessidades dele
(ROSENBERG, 2015). Aponte três objetivos da comunicação terapêutica.
139
140
TÓPICO 4 —
UNIDADE 2
OBJETIVOS E FUNÇÕES DO
ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
1 INTRODUÇÃO
141
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
142
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
143
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
144
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
Ainda, de acordo com Iamin e Ramos (2013, p. 6), temos que os principais
objetivos do acompanhamento terapêutico são: “romper isolamentos, resgatar
potencialidades, retomar as relações afetivas e sociais, acolher, buscar recursos
e desenvolver capacidade criativa, descobrindo onde há maior possibilidade de
conexão do sujeito com a realidade social”.
145
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
E
IMPORTANT
146
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
147
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
148
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
149
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
150
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
151
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
O AT, neste período da vida pode estar relacionado com várias questões,
como dependência química, sofrimento intenso, doenças crônicas, entre
outros. A função do AT junto ao acompanhado adolescente é de auxiliar na
sua ressocialização, na construção das experiências que são possíveis diante
das possíveis limitações que sua condição pode necessitar em dado momento.
É importante que o acompanhante terapêutico também apresente os limites,
quando necessário e acolha todas as angústias que este adolescente pode, diante
da sua situação de vida atual, apresentar (IAMIN; ZAGONEL, 2013).
152
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
O velho, ainda hoje muitas vezes não possui lugar social no ambiente
em que vive. Sua história não faz parte do contexto atual, sente-se deslocado.
Sua sabedoria, seus ensinamentos não fazem sentido, não podem ser ouvidos.
A juventude é o que se busca com maior intensidade, e nela, cabe somente a
individualidade, a rapidez, o agora. Iniciamos este subtópico sobre o AT e o
envelhecimento, apresentando o contexto em que encontramos estas pessoas.
A partir de agora, nos dedicaremos a olhar para a função do acompanhante
terapêutico com a pessoa idosa (PEIXEIRO; BARBIERI; REBELLO, 2013).
153
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
154
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
155
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
156
TÓPICO 4 — OBJETIVOS E FUNÇÕES DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
LEITURA COMPLEMENTAR
Não nos estenderemos hoje naquilo que tem a ver propriamente com
a trama desse romance sobre o qual, além de tudo – e dado que recomendamos
enfaticamente sua leitura –, também não anteciparemos o final. Só diremos que
essa estocada, a estocada perfeita, não foi justamente em uma dessas noites de vigília
que pôr fim a pôde encontrar, ao contrário. Ela só surgiu, para sua sorte, no exato
instante em que o que estava em jogo era sua própria sobrevivência. Extrairemos
dali, porém, algo que é de extremo interesse para nós: as epígrafes que acompanham
as legendas de cada capítulo em que se sucede a narração, supostos fragmentos do
até então inconcluso Tratado que Dom Jaime se propunha a escrever:
157
UNIDADE 2 — A FORMAÇÃO DO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO
Estocada curta
“A estocada curta em extensão
Normalmente expõe aquele que executa sem tino nem prudência.
Por outro lado, a extensão nunca deve ser feita
Em terreno embaraçado, desigual ou escorregadio.”
Ataque de glissade
“O glissade é um dos ataques mais certos da esgrima,
Fato pelo qual obriga necessariamente a se pôr em guarda.”
Desengajamento forçado
“Desengajamento forçado é aquele com cujo auxílio
o adversário obteve a vantagem.”
Dar chamada
“Dar uma chamada, em esgrima, é fazer que o adversário
Saia de sua posição de guarda.”
158
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
159
AUTOATIVIDADE
160
3 A família é nosso primeiro local de socialização e afeto com outras pessoas.
É a partir deste campo de relações que passaremos a tecer nossas relações
futuras e a nossa forma de funcionar nos espaços em que circulamos. De
acordo com a atuação do acompanhante terapêutico e sua relação com a
família, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
161
REFERÊNCIAS
AMORIM, C.; MICHEL, R. B. Recursos terapêuticos a serviço do acompanhamento
terapêutico. In: IAMIN, S. R. S. (Org.). Manual de acompanhamento terapêutico:
contribuições teórico-práticas para a aplicabilidade clínica. São Paulo: Santos,
2013. p. 39-47.
162
BRASIL. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Estabelece que os Centros
de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de
serviços: CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/
complexidade e abrangência populacional. Diário Oficial da União, Brasília,
2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/
prt0336_19_02_2002.html. Acesso em 9 jul. 2021.
163
DUBAR, C. Para uma teoria sociológica da identidade. Porto: Porto, 1997.
ESTÊVÃO, C. V. Direitos humanos, justiça e educação. Educação, Sociedade e
Culturas, Porto, n. 25, p. 43-81, 2007.
LEVINAS, E. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
164
LOOS-SANT'NA, H.; GASPARIM, L. Investigando as interações em sala de
aula: Wallone as vinculações afetivas entre crianças de cinco anos. Educação em
Revista, Belo Horizonte, v. 29, n. 3, p. 199-230, 2013.
165
PEIXEIRO, M. H.; BARBIERI, N. A.; REBELLO, L. Acompanhamento terapêutico
e envelhecimento: uma clínica do tempo em nossos tempos. In: IAMIN, S. R.
S. (Org.). Manual de acompanhamento terapêutico: contribuições teórico-
práticas para a aplicabilidade clínica. São Paulo: Santos, 2013. p. 147-155.
166
SILVEIRA, D. P.; VIEIRA, A. L. S. Reflexões sobre a ética do cuidado em saúde:
desafios para a atenção psicossocial no Brasil. Estudos e pesquisas em Psicologia,
Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 92-101, jan./jun. 2005. Disponível em: http://pepsic.
bvsalud.org/pdf/epp/v5n1/v5n1a07.pdf. Acesso em: 7 jul. 2021.
167
168
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
169
170
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
171
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
2 O RELATIVISMO ÉTICO
O relativismo ético, o ponto de vista de que não existem princípios éticos
universalmente válidos, tornou-se um termo bastante impreciso porque tem sido
usado de várias maneiras por pessoas diferentes. Muitas vezes, é apresentado
como uma visão de que uma determinada ação (por exemplo, não pagar pelos
alimentos fornecidos por outra pessoa) pode ser eticamente apropriada em
uma circunstância (por exemplo, quando um convidado na casa de alguém) e
inadequada em outra (por exemplo, ao comer em um restaurante). Seguindo esta
definição, todos se qualificariam como um relativista, mas este não é o verdadeiro
significado técnico do termo (BRANDT, 1982).
174
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
DICAS
175
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
3 O HEDONISMO ÉTICO
O hedonismo ético é uma teoria do valor. Hedonismo vem da palavra
grega hedone, que significa “prazer”. O filósofo grego Epicuro (342-270 AEC), um
adepto precoce da perspectiva hedonista, afirmou que o maior bem é o que é
intrinsecamente desejável (isto é, desejado para si, não como um meio para algum
outro fim) e que a única coisa que é verdadeiramente intrinsecamente desejável
na vida é o prazer (EPICURO, 1973; EPICURO, 2002). Por prazer, Epicuro
significava o que é agradável. Assim, o objetivo do hedonismo é sempre desfrutar
de si mesmo. "O prazer é o começo e o fim da vida abençoada" (RUSSELL, 1957,
p. 284). A dor é a única coisa intrinsecamente indesejável.
176
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
O hedonismo ético também não explica o fato óbvio de que as pessoas são
motivadas por fatores que não dependem da crença de que o evento futuro será
agradável para eles pessoalmente. As pessoas até correrão o risco de perda pessoal
em vez de violarem seus princípios morais. É claro que o hedonista argumentará
que, em tais circunstâncias, agir de acordo com seus valores deve ser agradável. No
entanto, o que é intrinsecamente desejável neste caso é comportar-se de uma maneira
consistente com sua moralidade pessoal. O comportamento não é simplesmente
um meio para alguma outra finalidade (isto é, a realização do prazer).
177
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
DICAS
4 O UTILITARISMO
O utilitarismo é uma das duas principais teorias ética normativas no
pensamento ocidental moderno. Para o utilitarista, a moralidade ou imoralidade
de uma ação depende da bondade ou da maldade de suas consequências. Por
causa de seu foco nos fins alcançados por uma ação, o utilitarismo é caracterizado
como uma teoria teleológica normativa (da palavra grega telos, que significa "fim
último"). A noção de "o bem" na maioria das concepções utilitaristas é emprestada
do hedonismo ético: prazer ou felicidade é o bem. No entanto, algumas
178
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
179
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
180
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
NOTA
181
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
182
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
183
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
NTE
INTERESSA
184
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
NOTA
185
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
186
TÓPICO 1 — MODELOS DE RACIONCÍNIO ÉTICO
187
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
189
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
dever ético pode ser comprometido através do uso do engano na pesquisa. Esta
justificação utilitarista é curiosamente incompatível com a ênfase kantiana em
respeitar o valor, a dignidade, o potencial e a singularidade de cada indivíduo
que podemos encontrar no Código de Ética Profissional do psicólogo (CFP, 2005).
NTE
INTERESSA
190
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O relativista ético acredita que essas diferenças fundamentais não podem ser
resolvidas em todos os casos, portanto, não existem padrões universalmente
válidos de comportamento ético.
• O hedonismo ético é uma teoria do valor que afirma que o prazer é a única coisa
valorizada intrinsecamente (isto é, como um fim em si) pelos seres humanos.
• Usando o imperativo categórico, uma máxima pode ser testada para determinar
se ela constitui uma lei moral universal consistente com as leis da razão.
191
• Em sua discussão sobre o reino dos fins, Kant argumentou que quando as
pessoas agem de acordo com a razão, elas sempre tratam os outros de uma
maneira consistente com a maneira que os outros (como seres racionais)
gostariam de ser tratados.
• Ao agir dessa maneira ética, as pessoas nunca impõem sua vontade aos outros,
porque sua vontade racional é a mesma de todos os outros.
• Toda a humanidade deve ser tratada como um fim em si mesma, nunca como
um meio para o próprio fim irracional e egoísta de uma pessoa.
• A relevância de cada ponto de vista ético para as profissões de saúde mental foi
apresentada, junto às principais críticas de cada teoria. Por exemplo, o utilitarismo
é refletido nos "Princípios Éticos" (APA, 2002) em disposições tais como a
aceitabilidade de usar o engano na pesquisa em determinadas circunstâncias.
192
AUTOATIVIDADE
193
3 A teoria ética de Kant é um exemplo de formalismo ético, na medida
em que a moral de um ato é determinada formalmente, em virtude da
validade racional da máxima envolvida, e não por qualquer referência a
circunstâncias ou consequências práticas do ato. De acordo com a teoria
formalista de Kant, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as
falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
194
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
195
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
NTE
INTERESSA
196
TÓPICO 2 — MODELOS DE RACIOCÍNIO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ÉTICOS
3 O RELATIVISMO ÉTICO
O relativismo ético baseia-se nos pressupostos de que os valores éticos de
diferentes indivíduos muitas vezes conflitam de maneiras fundamentais e que não
há nenhum método disponível para resolver todas essas discordâncias (BRANDT,
1982). Para o relativista ético, não há meios racionais efetivos para resolver
conflitos entre princípios éticos. Conforme já visto, os pressupostos subjacentes
ao relativismo ético levam invariavelmente ao ceticismo ético. A incapacidade de
resolver conflitos de forma racional prejudica a validade racional dos próprios
valores éticos. Os relativistas éticos são incapazes de estabelecer a validade (ou
invalidez) de qualquer proposta ética. As teorias utilitaristas e kantianas são muito
menos pessimistas quanto ao potencial para resolver conflitos éticos aparentes.
4 O UTILITARISMO
Tanto os utilitaristas de regras quanto de ato argumentariam que não
existem dilemas éticos genuínos porque, em todas as circunstâncias envolvendo
conflito aparente entre princípios, a única consideração ética verdadeiramente
relevante é a de maximizar a utilidade (ou seja, o equilíbrio do prazer sobre a dor).
Se a aplicação de duas regras diferentes (utilitarista de regras) ou o engajamento
em dois atos diferentes (utilitarista de ato) produzirá quantidades iguais de prazer,
a decisão de qual regra a aplicar ou qual a ação a realizar não tem significado
moral, porque qualquer uma produzirá igualmente "boas" consequências.
197
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
honestidade. Este exemplo pode parecer simplista ou extremo, mas Kant (1997)
usa um exemplo semelhante em seu ensaio "Sobre um suposto Direito de Mentir
por amor à Humanidade". No entanto, a análise de Kant conclui que seria errado
mentir para o suposto assassino para salvar a vida da vítima em potencial porque
o acompanhante terapêutico estaria violando o princípio ético universal de
honestidade. "A veracidade nas declarações, que não se pode evitar, é o dever
formal do homem em relação seja a quem for, por maior que seja a desvantagem
que daí decorre para ele ou para outrem" (KANT, 1997, p. 4). Para Kant, as
consequências de um ato dentro de um conjunto específico de circunstâncias são
irrelevantes para a determinação do status ético do princípio ético geral expresso
no ato. Mentir é errado, de acordo com Kant, sem exceções.
NOTA
199
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
NTE
INTERESSA
200
TÓPICO 2 — MODELOS DE RACIOCÍNIO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ÉTICOS
uma religião. Em vez disso, as regras são consideradas como a vontade revelada
de Deus, que as pessoas são obrigadas a obedecer. As teorias teístas, portanto,
assumem a crença em Deus. Somente aqueles que compartilham as crenças de
uma religião particular se consideram obrigados a obedecer a suas leis morais.
Embora Fletcher não acreditasse que existam regras éticas que representem
a resposta moralmente correta a cada situação em todos os momentos, o
conhecimento de uma pessoa sobre regras e precedentes éticos é importante. "O
situacionista entra em todas as situações de tomada de decisão totalmente armado
com as máximas éticas de sua comunidade e sua herança, e as trata com respeito
como iluminadores de seus problemas" (FLETCHER, 1966, p. 26). No entanto, as
201
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
202
TÓPICO 2 — MODELOS DE RACIOCÍNIO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ÉTICOS
203
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
NTE
INTERESSA
204
TÓPICO 2 — MODELOS DE RACIOCÍNIO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ÉTICOS
205
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
206
TÓPICO 2 — MODELOS DE RACIOCÍNIO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ÉTICOS
207
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
nos pressupostos de que existem regras éticas invioláveis e que a sensibilidade
a fatores contextuais não é uma parte importante do raciocínio prático. Essas
posições foram consideradas insustentáveis na consideração da teoria formalista
de Kant no início deste tópico. Assim, não há uma objeção ética razoável neste
caso para usar o espaço da clínica-escola para fins de pesquisa durante as horas de
não atendimento, desde que haja medidas de proteção adequadas para garantir a
confidencialidade dos clientes.
O respeito pela autonomia de sua cliente sugere que ela tem o direito de
saber o que o registro de seu tratamento contém, incluindo a verdade sobre sua
família e seu próprio passado. Por outro lado, a preocupação do terapeuta pelo
bem-estar de sua cliente é que ela poderia ficar traumatizada por essa informação.
Ambas as considerações éticas concorrentes são claramente relevantes para
a situação. Wallace (1988) argumentou que para resolver tal dilema de forma
razoável, o terapeuta deve tentar interpretar o significado e o propósito dos
princípios envolvidos "de maneiras que são fiéis às próprias regras e às atividades
que as regras são projetadas para facilitar" (WALLACE, 1988, p. 10).
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TÓPICO 2 — MODELOS DE RACIOCÍNIO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ÉTICOS
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O relativismo ético afirma que os dilemas éticos não podem ser resolvidos de
forma racional.
• Em sua ética situacional, Fletcher argumenta que os dilemas não são possíveis
quando se age de acordo com o amor cristão, que é o único verdadeiro princípio
moral universal.
• No entanto, Wallace argumentou que o conflito ético pode ser resolvido e que
uma justificativa racional pode ser providenciada para a tomada de decisões
éticas.
• Ele afirmou que as pessoas são capazes de resolver conflitos éticos, aproveitando
uma sabedoria prática comunicada a eles por sua cultura e comunidade.
211
• Essas deliberações envolvem a reflexão sobre como cada consideração contribui
para os modos de vida das pessoas (ou seja, de que forma o valor ético é valioso
na vida humana), a fim de elaborar uma solução consistente com o propósito
de cada princípio ético envolvido na situação.
212
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
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TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
UM MODELO DO PROCESSO DE
TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
1 INTRODUÇÃO
2 O PROPÓSITO DO MODELO
O modelo a ser apresentado fornece um método que os profissionais po-
dem usar para organizar seu pensamento sobre considerações éticas que garan-
tam a abrangência de suas deliberações na tentativa de identificar e resolver dile-
mas éticos. Além disso, empregar o modelo servirá para aumentar sua consciência
da complexidade ética associada a sua atividade profissional. Estar consciente
do potencial de complicações éticas em uma situação permitirá aos profissionais
evitar o desenvolvimento de conflitos em muitos casos. Os dilemas éticos muitas
vezes têm uma maneira de "se esgueirar" para as pessoas quando não reconhe-
cem ou apreciam as implicações complexas de decisões e compromissos aparen-
temente menores (MACKAY; O'NEILL, 1992). Por exemplo, suponha que um
cliente de psicoterapia peça ao seu terapeuta sobre suas crenças religiosas. Qual
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UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
3 O MODELO
Vários outros interessados no treinamento de ética nas profissões de saúde
mental reconheceram o valor de fornecer aos alunos e profissionais um modelo
que descreva as etapas apropriadas para abordar questões éticas complexas e na
resolução de conflitos éticos, por exemplo, K. S. Kitchener (1984), Koocher e Keith-
Spiegel (2008), Francis (2004). O modelo apresentado aqui empresta extensivamente
dos estudos destes pesquisadores, mas acrescenta os insights importantes sobre a
teoria da ética contextualista de Wallace, apresentada no Tópico 2.
216
TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
FONTE: O autor
217
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
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TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
NOTA
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TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
Se o aparente conflito ético tiver sido abordado com base nas deliberações
sobre relevância, não deixando mais conflito, o profissional está em condições de
resolver a situação de maneira apropriada eticamente. Se for conflitante, ainda
existem considerações éticas relevantes, serão necessárias mais deliberações para
resolver racionalmente a situação, que agora é entendida como constituindo um
verdadeiro dilema ético.
221
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
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TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
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TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Introdução
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Preâmbulo
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TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
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Regras Éticas
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Sigilo Profissional
Art. 17 – Entende-se por sigilo profissional aquilo que não é ético ou lícito
revelar sem causa justa, com base nas relações clínicas ou de consulta sobre os
pacientes, suas famílias ou instituições.
Art. 18 – No caso de um trabalho profissional em equipe, sobretudo aos
membros desta, pesa a obrigação de sigilo profissional.
Art. 19 – O dever de sigilo profissional mantém-se mesmo após o fim da
relação com o cliente.
Art. 20 – Os acompanhantes terapêuticos não devem usar a seu favor
as confidencias recebidas no exercício da sua profissão, a menos que tenham o
consentimento expresso dos interessados.
Art. 21 – Os acompanhantes terapêuticos têm a obrigação fundamental de
respeitar os direitos de privacidade das pessoas com quem trabalham ou consultam.
Art. 22 – Os acompanhantes terapêuticos devem minimizar intrusões na
privacidade, especialmente quando se trabalha na casa dos pacientes.
Art. 23 – Limites do sigilo profissional:
a) A informação abrangida pelo sigilo profissional só poderá ser transmitida
para evitar um risco grave que possa expor a pessoa atendida ou terceiros.
Em todo caso, só se poderá entregar às pessoas qualificadas a informação
que, a julgamento do associado atuante, pareça estritamente necessária para
cumprir o referido objetivo.
b) Os relatórios escritos ou verbais sobre pessoas, instituições ou grupos
deverão excluir os registros amparados pelo sigilo profissional, e serão
fornecidos apenas em casos necessários, quando, de acordo com rigorosos
critérios do profissional interveniente, constituam elementos inevitáveis
para elaborar o relatório.
c) A informação dada aos pais e/ou outros, por exemplo, para instituições que
tenham requerido, deve ser feita de modo que não condicione o futuro do
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TÓPICO 3 — UM MODELO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
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UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS ÉTICOS DA PRÁTICA DE ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTIC>
Art. 35 – O acompanhante terapêutico não devera acatar instruções
emanadas de seus empregadores quando os obriguem a violar os princípios
ou regras da ética profissional. Em caso de conflito entre os procedimentos
institucionais e interesses das pessoas visadas pelo serviço, o acompanhante
terapêutico deve escolher por defender estes últimos.
Art. 36 – A menos que haja uma restrição legal, regulamentária ou
contratual, o acompanhante terapêutico poderá utilizar para trabalhos científicos
os dados recolhidos ou elaborados dentro da instituição em que trabalha,
protegendo a privacidade da informação.
Sanções Disciplinares
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Duas principais deficiências dos códigos éticos profissionais são: (a) que
os códigos não podem fornecer orientação específica sobre o curso de ação
eticamente apropriado em cada circunstância que um profissional possa
enfrentar e (b) que os códigos não fornecem um método para resolver situações
nas quais dois ou mais princípios éticos codificados parecem entrar em conflito.
• Se não houver conflito, ele deve tomar uma decisão sobre um curso de ação. Se
existe um conflito, ele deve passar por etapas adicionais envolvendo a coleta de
informações e a realização de deliberações metaéticas.
• Este processo permitirá que ele gere opções viáveis, estimar as consequências
prováveis de cada opção e chegar a uma decisão, que ele terá documentado
como sendo a alternativa mais racional disponível no caso.
233
CHAMADA
234
AUTOATIVIDADE
235
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
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REFERÊNCIAS
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Psychologist, v. 57, p. 1060-1073, 2002.
BODENHEIMER, T. The Oregon health plan: Lessons for the nation. New
England Journal of Medicine, v. 337, p. 720-723, 1997.
BUENO, A.; NETO, J. M. (Orgs.). Antigas leituras: visões da China Antiga. União
da Vitória: UNESPAR, 2014.
237
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP n° 010/2005. Código
de Ética Profissional do Psicólogo, XIII Plenário. Brasília, DF: CFP, 2005.
238
Lisboa: Edições 70, 2007.
KANT, I. Crítica da razão prática. Edição Bilíngue. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MACINTYRE, A. Tras la virtud. Trad. Amelia Valcárcel. Barcelona: Ed. Crítica, 1984.
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ROGERS, C. R.; KINGET, G. M. Psicoterapia e relações humanas: teoria e prática
da terapia não-diretiva. Carl R. Rogers & G. Marian Kinget. 2. ed. Belo Horizonte:
Interlivros, 1977.
THORNDIKE, E. L. Human nature and the social order. New York: Macmillan, 1940.
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