Parte C: Gabinete Do Secretário de Estado Da Saúde
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ª série PARTE C
SAÚDE
Sumário: Determina que o Estado dispensa a título gratuito, no Serviço Nacional de Saúde, os
medicamentos antipsicóticos simples, indicados no anexo ao presente despacho, per-
tencentes ao grupo 2 — sistema nervoso central.
A Lei n.º 75-B/2020, de 31 de dezembro, que aprova o Orçamento do Estado para 2021,
estabelece, no artigo 284.º, que «o Estado dispensa, a título gratuito, no SNS, os medicamentos
antipsicóticos simples pertencentes ao Grupo 2 — Sistema nervoso central».
Portugal apresenta hoje uma elevada prevalência de doenças mentais, sendo estas uma causa
importante de morbilidade com elevado impacto na sociedade.
Com efeito, para além das repercussões na qualidade de vida dos doentes, uma vez que são
doenças crónicas, de evolução variável e fortemente incapacitantes, estas patologias apresentam
também elevado impacto a nível socioeconómico.
Os doentes com perturbações psicóticas, nomeadamente, apresentam, com frequência, pro-
blemas de adesão à terapêutica, justificando a necessidade de um seguimento regular pelos ser-
viços de saúde, com vista a aumentar a adesão ao programa terapêutico, dada a sua importância
no acompanhamento da doença. Este processo deve obrigatoriamente englobar outros cuidados,
para além da terapêutica farmacológica, prestados por equipas multidisciplinares, que garantam a
continuidade de cuidados.
Neste contexto, e em linha com as orientações do Plano Nacional para a Saúde Mental, apro-
vado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2008, de 6 de março, impõe-se que sejam
tomadas medidas no sentido de garantir as condições necessárias ao eficaz acompanhamento
destes doentes, conjugando, simultaneamente, duas ações: por um lado, diminuir as dificuldades
de acesso à medicação por motivos financeiros e, por outro, assegurar que existe uma supervisão
do processo terapêutico por parte dos serviços de saúde mental.
Desta forma, a cedência gratuita destes medicamentos em contexto de acompanhamento
clínico, pelos estabelecimentos do SNS, sendo a sua administração acompanhada e da responsa-
bilidade dos respetivos serviços locais de saúde mental, é um passo importante nos processos de
adesão à terapêutica, tendo como consequência a redução das respetivas intercorrências.
Assim, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 169-B/2019, de 3 de
dezembro, na sua redação atual, determina-se o seguinte:
1 — A gratuitidade da cedência em ambulatório hospitalar dos medicamentos antipsicóticos
simples para administração oral e intramuscular, indicados no anexo ao presente despacho, que
dele faz parte integrante, concretiza-se no contexto do acompanhamento clínico dos doentes no
Serviço Nacional de Saúde (SNS), destinando-se ao acompanhamento de pessoas com doença
mental.
2 — Os medicamentos abrangidos pelo presente despacho são prescritos por médicos espe-
cialistas em psiquiatria, psiquiatria da infância e adolescência ou neurologia, nos estabelecimentos
hospitalares do SNS.
3 — A prescrição de medicamentos ao abrigo do presente despacho é efetuada por meios
eletrónicos, nos termos previstos no n.º 5 do artigo 19.º da Portaria n.º 210/2018, de 27 de março,
devendo a menção expressa ao presente despacho constar de linha de prescrição respetiva.
4 — A cedência dos medicamentos abrangidos pelo presente regime é realizada através dos
serviços dos estabelecimentos do SNS, sendo a sua administração acompanhada e da responsa-
bilidade dos serviços de saúde mental da entidade.
5 — Os estabelecimentos do SNS onde são prescritos os medicamentos abrangidos pelo
presente regime são financeiramente responsáveis pelos respetivos encargos.
Diário da República, 2.ª série PARTE C
1 de junho de 2021. — O Secretário de Estado da Saúde, Diogo Luís Batalha Soeiro Serras
Lopes.
ANEXO
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