Resumo de Direito Administrativo Ii

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Direito Administrativo II

CONTRATOSADMINISTRATIVOS

1. INTRODUÇÃO

Tambémprevistosna Lei nº 8.666/93.

Os temas recorrentes são cláusulas exorbitantes e formalidades do contrato.

Os mesmos conceitos do direito privado se aplicam aos contratos administrativos.

Todo contrato em que a Administração for parte recebe o nome de Contrato da Administração. Esse é o
gênero do qual existem duas espécies: Os contratos regidos pelo Direito Privado (Contratos privados da
Administração) ou pelo Direito Público (Contratos Administrativos).

Contratosprivadosdaadministração: empréstimo, locação (apesar de licitada), arrendamento


etc.

Contratosadministrativos: Concessão de serviço, permissão de serviço, consórcios públicos.

Sóestudaremososcontratosadministrativos (DireitoPúblico).

2. CONCEITO DE CONTRATOADMINISTRATIVO

Negócio jurídico bilateral, envolvendo entidade administrativa, com o objetivo de satisfação do interesse
público, sendo, por isso, regido pelo Direito Público (cláusulas exorbitantes).

3. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATOADMINISTRATIVO

Temos as seguintes características:

Presença da Administração;

Formal;

Consensual;

Comutativo;

Adesão;

Personalíssimo.

Vejamos:

3.1. PRESENÇA DAADMINISTRAÇÃO


Seja sujeito ativo ou passivo; e assim, privilégio, prerrogativa, cláusula exorbitante.

3.2. FORMAL

Lembrando que temos de licitar para fazer contrato, a priori.

3.3. CONSENSUAL

Fica pronto e acabado no momento em que se manifesta a vontade. É diferente do contato REAL, que
depende da entrega do bem (contrato de mútuo, depósito, comodato, por exemplo). No contrato consensual a
entrega do bem já faz parte da execução, o que é posterior à sua formação.

3.4. COMUTATIVO

Prestação e contraprestação equivalentes e pré-determinadas. Diferente do contrato aleatório, onde as


prestações são incertas, pode ser modificado.

3.5. ADESÃO

Cláusulas pré-determinadas, não se discute cláusula contratual. Cabe a outra parte aceitá-los ou
não.

3.6. PERSONALÍSSIMO

Intuitupersonae. Leva em consideração a qualidade do contratado. Por conta disso, em regra, não se
admite a subcontratação (não é vista com bons olhos, pode gerar fraudes na licitação, exemplo: administração
licita e celebra contrato com empresa X que subcontrata com a empresa Y, por que a Y não participou da licitação?
Viola o princípio da isonomia). Desrespeitaria o dever de licitar, o princípio da isonomia e a característica
personalíssima doscontratos.

Excepcionalmente a lei admite a subcontratação, desde que observadas algumas exigências: Deve estar

prevista no edital ou no contrato;

Precisa da anuência da Administração;

A empresa subcontratada precisa cumprir os requisitos da habilitação.

Não é possível subcontratar a totalidade do contrato, do contrário estaria sendo fraudada a licitação.

DICA: Ser bem rigoroso com os requisitos da subcontratação em prova.

4. FORMALIDADES DO CONTRATOADMINISTRATIVO

As formalidades estudadas são as seguintes:

a) Procedimentoadministrativo deLicitação;

b) Escritoemregra;

c) Publicação;

d) Instrumento docontrato;
4.1. INSTRUMENTO DOCONTRATO

Previsto no art. 62 do Estatuto. É o documento minucioso dos termos contratuais. É


obrigatórioquando se tratar de valor correspondente à concorrência e à tomada de preços, mesmo que a licitação
não aconteça (o que importa é o valor). Nos demais casos o instrumento é FACULTATIVO, desde que seja
possível realizá-lo de outra maneira (requisitos cumulativos), tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesas, autorização de compra ou ordem de serviço.

*E se há a dispensa e a inexigibilidade? Deve ter obrigatoriamente, da mesma forma, se o valor for


correspondente a concorrência/tomada de preços.

*Facultativo: se não estiver no valor correspondência à concorrência/tomada de preço (convite), sendo


possível realizá-lo de outra maneira, por exemplo, quando a relação for simples.

5. CLÁUSULAS DO CONTRATOADMINISTRATIVO

5.1. CLÁUSULAS NECESSÁRIAS (ART. 55)

5.1.1. Análise do art.55

Art. 55. São cláusulas NECESSÁRIASem todo contrato as que estabeleçam: I


- o objetoe seus elementos característicos;
II - o regime de execuçãoou a forma defornecimento;
III- o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade
do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivopagamento;
IV- os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática eda categoria econômica;
VI- as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;

Art. 56

§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta


complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de
parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia
previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para ATÉ DEZ POR CENTO
do valor docontrato.
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a
execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pelaAdministração,
dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantiadeverá ser
acrescido o valor desses bens

5.1.2. Quanto à cláusula necessária de prazo do contrato (art. 55,IV)

Duração do contrato (art. 55, inc. IV): Todo contrato deve ter prazo determinado (art. 57). O prazo deve ser
o do crédito orçamentário, ou seja, de no máximo 12 meses, que é o prazo da Lei Orçamentária Anual, que é o
prazo do exercício financeiro. Essa é aregra.

Exceções (eu vejo 03):

Objeto do contrato estiver previsto no Plano Plurianual, o contrato poderá ter prazo de atéquatro
anos(PPA);

Serviço de prestação contínua. Se houver vantagem quanto ao preço para a administração, o prazo poderá
ser de até 60 meses, excepcionalmente poderá chegar até 72 meses;

Programas e equipamentos de informática: poderá chegar a 48 meses. Vejamos

tais exceções no art. 57:

PPA- decide o que se fará nos 4 anos.

LDO – o que será feito da PPA para cada ano dos quatro. LOA-

define os recursos para cada uma das metas.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no
Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no atoconvocatório;

O prazo pode ser maior se o objeto do contrato estiver previsto no Plano Plurianual (ver isso na CR: art.
165 e ss, LDO, LOA e PPA), que são as metas e ações previstas ao longo dos quatro anos de mandato. Nesses
termos, o contrato pode ter prazo de até quatro anos(PPA). (não coincidentes com o mandato do presidente – os
seus 03 últimos e um ano do próximo administrador)

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão


ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à
obtenção de preços e condições mais vantajosaspara a administração,limitada a
sessenta meses;

Serviço de prestação contínua: Nesses casos pode ter duração de até 60 meses, desde que quanto maior o
prazo, melhor seja o preço.

OBS: A lei diz que nesses casos, em caso de excepcional interesse público, é possível uma prorrogação por
mais 12 meses. Exemplo: Coleta de lixo. A Regra é 60 meses, mas pode chegar até72meses. Vide§4º.

III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)


IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática,
podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) mesesapós o
início da vigência docontrato.

Aluguéis de programas e equipamentos de informática: Limite de 48 meses.

O §1º do artigo em comento refere às hipóteses de prorrogação de algumas etapas do contrato que não e
confundem com o prazo de duração do próprio contrato.

§ 1o Os prazos de início de etapasde execução, de conclusãoe de


entregaADMITEM PRORROGAÇÃO, mantidas as demais cláusulas do contrato
e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde
queocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das
partes, que altere fundamentalmente as condições de execução docontrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por
ordem e no interesse daAdministração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstasno contrato, nos limites
permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido
pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou
retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legaisaplicáveis
aosresponsáveis.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito epreviamente
autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3o É vedadoo contrato com prazo de vigência INDETERMINADO.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da
autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigopoderá
ser prorrogado por até doze meses(60+12 = 72).

OBS1: Quando se tratar de contrato de concessãoe permissãode serviço, quem vai definir o prazo é a lei
do serviço. Vai depender muito do investimento. Temos prazos de 10, 15, 20 anos.

OBS2: Se não há desembolso (pagamento) por parte da Administração não há necessidade de respeitar o limite de
12 meses, pois não há preocupação com o crédito orçamentário.

5.2. CLÁUSULAS EXORBITANTES (ART. 58)

5.2.1. Previsão legal econceito

Também chamadas de “cláusulas de privilégio”, são aquelas que extrapolam, exorbitam, ultrapassam os
limites aceitáveis no âmbito dos contratos de Direito Privado. Essas cláusulas garantem à Administração algumas
prerrogativas, dando a ela tratamento desigual.

As cláusulas estão explicitadas no art. 58 do diploma e são as seguintes:

a) Alteração unilateral do contrato (art. 58,I);

b) Rescisão unilateral do contrato (art. 58,II);

c) Fiscalização do contrato (art. 58,III);

d) Aplicação de sanções (art. 58,IV);

e) Ocupação provisória de bens (art. 58,V).

Fato do príncipe

É aquela atuação estatal GERAL e ABSTRATA que vai atingir o contrato de forma indireta ou
reflexa. Exemplo: Alteração da alíquota de um imposto. A Administração contrata com empresa de coleta de lixo
que paga o ISS. Passado um tempo, o Município altera a alíquota do ISS, o que, de forma reflexa, acaba por atingir
o contrato. Alteração da alíquota é feita por lei, logo é geral e abstrata.

Fato da Administração

É aquela atuação estatal ESPECÍFICA que vai atingir o contrato de forma direta. Ex: Contrato de construção de viaduto. No
entanto, era necessário que uma área fosse desapropriada. A negativa de desapropriação (atuação específica na situação concreta)
acaba por atingir diretamente a construção da obra, impossibilitando-a.
Interferências Imprevistas
Situações que já existem ao tempo da celebração do contrato, mas que só podem ser descobertas quando da
sua execução, tornando a execução dificultada ou excessivamente onerosa. Ex: Contrato de construção de edifício.
Quando a empresa começa a construir, percebe diversidades estruturais no solo (situação que já existia, mas não era
identificada), o que dificultaria sobremaneira a construção.

Caso fortuito/força maior

Eventos imprevisíveis e/ou inevitáveis que dificultam a execução ou a tornam excessivamente onerosa. Se
a revisão contratual não for suficiente para possibilitar sua execução, proceder-se-á à rescisão, cabendo aqui
indenização ao contratado pelos prejuízos sofridos se não agiu com dolo ou culpa.

EXTINÇÃO CONTRATUAL

Pode ser por:

a) Conclusão doobjeto;

b) Advento do termocontratual;

c) “Rescisão” (coloquei entre aspas por que não me parece muito técnico denominar tais possibilidades de
rescisão... só no direito administrativomesmo);

d) Anulação.

CONCLUSÃO DOOBJETO

É a via normal. Exemplo: Término da construção contratada.

ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL

Quando o prazo do contrato vence.

“RESCISÃO”

Cincohipóteses:

a) Rescisãoadministrativa;

b) Rescisãojudicial;

c) Rescisãoamigávelouconsensual;

d) Rescisão de plenodireito;

e) Rescisãoporarbitragem.

Vejamos:

Rescisãoadministrativa (unilateral)

Feita de forma unilateral pela Administração. Pode ser feita em razão de interesse públicoou por motivos
de força maiorque impossibilitem a execução do contrato, caso no qual deverá ser indenizado o contratado dos
eventuais prejuízos sofridos.

No contrato de CONCESSÃO, essa rescisão se chama “ENCAMPAÇÃO”.

Também é possível a rescisão unilateral pordescumprimento de cláusula contratual


pelo contratado. Nesse caso, cabe ao contratado pagar indenização.

No contrato de CONCESSÃO, essa extinção se chama “CADUCIDADE”.

Rescisãojudicial

Ocorre quando o CONTRATADO não mais quer o contrato, e como não pode rescindir de forma
unilateral, deve ir à via judicial. É comum quando a inexecução do contrato se baseia na teoria da imprevisão e
quando a Administração não realiza a rescisão amigável.

Rescisão amigável ouconsensual

Quando as partes decidem por, mediante acordo, termo ao contrato.

Rescisão de plenodireito

Aquela que decorre de circunstâncias estranhas à vontade das partes. Exemplo: morte, incapacidade civil
etc.

Rescisão porarbitragem

Leis modernas tem admitido a arbitragem para solução de conflitos. No que tange à 8.666, há quem admita,
se prevista no contrato (JSCF).

6.4.ANULAÇÃO

Ocorre quando existe ilegalidade no contrato ou mesmo no procedimento que o antecedeu (licitatório ou de
justificação). A anulação opera efeitos EX TUNC, devendo, no entanto, serem ressarcidos eventuais prejuízos do
contratado, desde que não tenha dado causa ao vício que inquinou o contrato.

OBS: Olhar os contratos administrativos em espécie no JSCF.

1. CLASSIFICAÇÃO DE BENS PÚBLICOS

1.1. QUANTO À TITULARIDADE

Decorar texto da CF. Quanto à titularidade os bens podem ser:

1) Bensfederais;
2) Bens estaduais/distritais;
3) Bensmunicipais.

2.1.1. Bensfederais

É um rol exemplificativo, ligado às questões de interesse nacional, levando em conta aspectos como a segurança
nacional, a proteção à economia do país, o interesse público nacional e a extensão do bem.
CF Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertenceme os que lhe vierem a seratribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas emlei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais
de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praiasfluviais;
IV asilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26,
II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômicaexclusiva;
VI - o marterritorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os dosubsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelosíndios.
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem
como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e
sua ocupação e utilização serão reguladas emlei.

Pegadinhas:
Inciso II: Terras devolutas ora são da União, ora são dos Estados.
Inciso III: Águas, que também podem ser de outros entes.
Inciso IV: Ilhas podem ser de qualquer ente.

No caso de bens IMÓVEIS da União, alguns aspectos são tratados pela Lei 9.636/98.

2.1.2. Bens estaduais/distritais

É um rol taxativo. A doutrina (José dos SantosCarvalho Filho) aponta ainda: a dívida ativa estadual, prédios
estaduais, valores depositados à Fazenda Estadual.

CF Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste


caso, na forma da lei, as decorrentes de obras daUnião;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios outerceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes àUnião;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

2.1.3. Bens municipais

Bens dos municípios - Critério residual. Exemplo: Praças, ruas. Os rols dos arts. 20 e 26 são exemplificativos
(numerusapertus).
OBS IMPORTANTE: no que diz respeito à competência LEGISLATIVA e ADMINISTRATIVA, a CF divide em
União/Municípios, ficando a competência dos Estados definida pelo critério residual. Aqui (titularidade dos bens),
como se pode perceber, o resíduo é para o Município.

2.2. QUANTO À DESTINAÇÃO

Aqui encontramos as seguintes classificações:

1) Bens de uso comum do povo (bens do domínio público);


2) Bens de uso especial (bens do patrimônio administrativo indisponível);
3) Bens dominicais ou dominiais (bens do patrimônio administrativo disponível).

A previsão está no art. 99 do CC:

CC Art. 99. São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas epraças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suasautarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessasentidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Vejamos cada um deles:

2.2.1. Bens de uso comum do povo (bens do domíniopúblico)

Aqueles que são destinados à utilização geral pelos indivíduos, que podem ser utilizados por todos em igualdade
de condições, independentemente de consentimento individualizado por parte do poder público. Exemplo: Rios, mares,
praçasetc.
Não pode haver nesses bens exclusividade de uso ou privilégios para determinadas pessoas.
Em regra, são colocados à disposição do povo gratuitamente. Entretanto, nada impede que a Administração
cobre uma espécie de contraprestação pelo seu uso, desde que o faça indiscriminadamente (sem subjetivismos ou
privilégios). Exemplo: Taxas de estacionamento rotativo em ruas movimentadas.

CF Art. 5º XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

De fato, o Estado não pode impedir a reunião, entretanto, a doutrina lembra que quando essa reunião
comprometer outros interesses públicos, o Estado pode impedir que ela aconteça desde que ele dê outras alternativas
(locais) para que ela possa acontecer.

Esses bens, apesar de destinados ao uso comum, submetem-se ao poder de polícia da Administração,
consubstanciado na regulamentação e fiscalização de seu uso, como forma de garantir sua conservação e também a
proteção do usuário.

CC Art. 103. O uso comum dos bens públicospode ser gratuito ou retribuído, conforme for
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.Estãoafetados.

2.2.2. Bens de uso especial (bens do patrimônio administrativo INDISPONÍVEL)

São aqueles utilizados como estabelecimento de um ente público OU aqueles que estão destinados à execução
de serviços públicos. Exemplo: Prédio da prefeitura.
Não podem ser usados pelo povo indiscriminadamente, devendo obedecer às regras e condições estabelecidas pelo
titular público.

As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens de uso especial, afetados à preservação das
comunidades indígenas.

Cemitério público é bem de uso especial? O cemitério em si (covas) é bem de uso especial. Já os jardins do
cemitério, por exemplo, são bens de uso comum do povo.

Os bens de uso comum do povo ou de uso especial são bens que estão afetados a uma finalidade pública.

2.2.3. Bens dominicais ou dominiais (bens do patrimônio administrativo DISPONÍVEL)

São os bens desafetados, ou seja, aqueles que não têm destinação pública definida. São públicos simplesmente
porque pertencem ao patrimônio público. Enfim, são todos os bens que não se enquadram entre os de uso comum e os
de uso especial. Exemplo: Terras devolutas; prédios públicos desativados; terrenos de marinha, dívida ativa etc.

Cretella Jr.: Bem DOMINIAL é sinônimo de bem público. Bem DOMINICAL é o bem desafetado.
É o único autor que faz essa diferenciação.

OBS: alguns autores dizem que bem público DOMINICAL é aquele que o estado conserva como se fosse um
particular, mas isso não quer dizer que ele siga o regime privado, simplesmente ele não tem destinação pública, por
isso a maior flexibilidade. Essa afirmação é perigosa, temos que ter em mente que ele não pode ser livremente alienado.

DECRETO Nº 9.412, DE 18 DE JUNHO DE 2018

Atualiza os valores das modalidades de licitação de que


trata o art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição,

e tendo em vista o disposto no art. 120 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,

DECRETA:

Art. 1º  Os valores  estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,

ficam atualizados nos seguintes termos:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);

b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

II - para compras e serviços não incluídos no inciso I:

a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais);

b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais); e

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais).
Art. 2º  Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

Brasília, 18 de junho de 2018; 197º da Independência e 130º da República.

MICHEL TEMER
Esteves Pedro Colnago Junior

LICITAÇÃO

Licitação é o procedimento administrativo, exigido por lei, para que o Poder Público possa comprar, vender ou locar
bens ou, ainda, realizar obras e adquirir serviços, segundo condições previamente estipuladas, visando selecionar a melhor
proposta ou o melhor candidato, conciliando os recursos orçamentários existentes à promoção do interesse público.

TIPOS DE LICITAÇÃO

Dá-se o nome de tipos de licitação para os diferentes critérios para julgamento das propostas. Importante ressaltar que os
critérios para julgamento das propostas deverão ser necessariamente algum entre os que serão abordados abaixo, sendo
proibida a utilização de qualquer outro, conforme previsão expressa da Lei n. 8.666/93 (art. 46, §3º).

O art. 45, §1º da Lei n. 8.666/93 prevê a existência de quatro tipos de licitação:

a) menor preço: será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e
ofertar o menorpreço;

b) melhor técnica: tipo de licitação utilizado exclusivamente para serviços de natureza


predominantemente intelectual.

Os procedimentos adotados para determinação da melhor proposta estão previstos no art. 46, § 1º da lei 8.666/93:

§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica"será adotado o seguinte procedimento


claramenteexplicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a
Administração se propõe a pagar:

I- serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes


previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo
com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e
objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do
proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes
técnicas a serem mobilizadas para a suaexecução;

II -uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de


preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento
convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada,
com base nosorçamentosdetalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como
referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram
a valorização mínima;

c) técnica e preço: utilizado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual. O procedimento desse
tipo de licitação está definido no art. 46, §2º da lei 8666/93.

d) maior lance ou oferta: critério utilizado exclusivamente para a modalidade leilão.


OBSERVAÇÕES: além dos quatros tipos já mencionados, a Lei ainda estabelece que:

-Para contratação de bens e serviços de informática, determina-se a utilização obrigatória do tipo de licitação técnica
e preço, permitindo o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo (art. 45, §4º).

- Na modalidade licitatória denominada concurso, o critério para julgamento das propostas é omelhor trabalhotécnico,
científico ou artístico(art. 22, § 4º, da Lei n.8.666/93).

- Quanto ao pregão, a definição da proposta vencedora é baseada no critério do menor lance ouoferta
(art. 4º, X, da Lei n. 10.520/2002).

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Modalidades licitatórias são os diferentes ritos previstos na legislação para o processamento da licitação.

O art. 22 da Lei n. 8.666/93 menciona cinco modalidades: concorrência, tomada de preços, convite,concurso e leilão.

A Lei n. 9.472/97 prevê a utilização da consulta exclusivamente para o âmbito da Agência Nacional de Telecomunicações –
Anatel (art. 55). E a Lei n. 10.520/2002 disciplina a modalidade pregão.

Atualmente, portanto, são sete as modalidadeslicitatórias:

a) concorrência(Lei n.8.666/93);
b) tomada de preços (Lei n.8.666/93);
c) convite(Lei n.8.666/93);
d) concurso(Lei n.8.666/93);
e) leilão(Lei n.8.666/93);
f) consulta(Lei n.9.472/97);
g) pregão(Lei n. 10.520/2002).

OBSERVAÇÕES GERAIS:

1) Proibição da criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das existentes (art. 22,
§8º lei nº 8.666/93);

2) As três primeiras modalidades mencionadas – concorrência, tomada de preços e convite – diferenciam-se basicamente

em função do valor do objeto, conforme preconiza o art.23, lei nº 8.666/93.


Veja a tabelasimplificada:

Serviço \ Modalidade Convite Tomada de preços Concorrência

Obras e serviços de engª até R$ 330.000,00* até R$ 3.300.000,00 Acima de R$ 3.300.000,00

Demaisobjetos até R$ 176.000,00* até R$ 1.430.000,00 acima de R$ 1.430.000,00

* LEMBRETE: licitações até 10% (em regra) desses valores poderão ser dispensadas.

OBS: Art. 23,§ 8º lei nº 8.666/93, no caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput
deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado pormaior número.

3) Tendo em vista o valor do objeto, é sempre possível utilizar modalidade mais rigorosa do que a prevista nos itens acima.
“Quem pode mais também pode menos”, MAS O INVERSO NÃO ÉPOSSÍVEL!
Exemplo: se o serviço de engenharia tiver o valor integral de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), caindo na faixa da
tomada de preços, é possível substituir esta modalidade pela concorrência, mas não pelo convite. Esse é o sentido do art. 23,
§ 4º, da Lei n. 8.666/93:

§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e,
em qualquercaso, a concorrência.

a) CONCORRÊNCIA

Concorrênciaé a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, § 1º, da Lei
nº 8.666/93).

Trata-se da modalidade formalmente mais rigorosa, pois, conforme já exposto, envolve objetos de elevado valor:

- obras e serviços de engenharia: acima de R$3.300.000,00;


- demais serviços: acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão e quatrocentos e trinta milreais)

Deve-se lembrar que a concorrência também poderá ser utilizada para licitações de valores inferiores, “Quem pode mais
também pode menos”.

Caracteriza-se pela garantia de ampla publicidade; o intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega de envelopes
será:

- 45 dias corridos: para os tiposmelhor técnica ou técnica epreço.

- 30 dias corridos: para o tipo menorpreço.

** Independentemente do valor da contratação, a concorrência é obrigatória nos seguintes casos (art. 23,§3º):

1) compras e alienações de imóveis;

2) concessões de direito real deuso;

3) licitaçõesinternacionais;

4) contratos de empreitadaintegral;

5) concessões de serviçopúblico;

6) registro depreços.

b) TOMADA DEPREÇOS

É a modalidade entre interessados devidamente cadastrados ou que atendam às condições do edital até três dias antes da
data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 2º, da Lei nº 8.666/93). Se o pedido de
cadastramento for indeferido, cabe recurso no prazo de cinco dias.

Fiscal do INSS/Cespe: “A tomada de preços é modalidade de licitação em que somente


poderão participar oferecendo propostas às pessoas cadastradas no órgão ou entidade
licitante antes da publicação do edital”.

Assertivaincorreta

Envolve objetos de valor intermediário:

- obras e serviços de engenharia: até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos milreais)


- demais serviços: até R$ 1.430.000,00 (um milhão e quatrocentos e trinta mil reais)

Ointervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega de envelopesserá:

- 30 dias corridos: para os tipos melhor técnica ou técnica epreço.

- 15 dias corridos: para o tipo menorpreço.

c) CONVITE

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados
em número mínimo de trêspela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 horas daapresentação das propostas (art. 22, § 3º, da Lei nº 8.666/93).

Envolve objetos de pequeno valor:

- obras e serviços de engenharia: até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta milreais)

- demais serviços: até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis milreais).

Ao contrário da concorrência e tomada de preços, no convite não existe edital e sim a chamada carta -convite.

O intervalo mínimo entre a expedição da carta-convite e a entrega de envelopes é de 05 (cinco) diasúteis.

OBS:atentar que no convite o prazo é contado em DIAS ÚTEIS (na concorrência e tomada de preços são diascorridos)

d) CONCURSO

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios (como uma viagem) ou remuneração (em dinheiro) aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital (art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93).

Pode-se citar como exemplos: concurso de projetos arquitetônicos de revitalização de uma praça; concurso de redações entre
alunos da rede pública de ensino, etc.

O intervalo mínimo entre a expedição do instrumento convocatório e a entrega de envelopes é de 45dias corridos.

Uma característica EXCLUSIVA do concurso é a de que seu julgamento poderá ser feito por pessoas que NÃO são
servidores públicos, conforme art. 51, § 5º, da Lei nº 8.666/93:

Art. 51, §5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada
por pessoas dereputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores
públicos ou não.

ATENÇÃO:não confundir essa modalidade de licitação com o concurso para provimento de cargos, que também é um
procedimento administrativo seletivo, mas sem natureza licitatória.

e) LEILÃO

Nos termos do art. 22, § 5º, da Lei nº 8.666/93, leilão é a modalidade de licitação entre quaisquerinteressados, que possui
como critério de julgamento das propostas o de maior lance ou oferta(nomínimoigual ou superior ao valor da avaliação)
para a venda de bens:

1) Móveisinservíveis;
2) produtos legalmente apreendidos ou penhorados;

3) imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou dação, (nesse caso, a Administração poderá optar pelaconcorrência).

O intervalo mínimo entre o instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de 15 dias corridos.

f)PREGÃO

O pregão poderá ser presencial (Lei nº 10.520/2002) ou eletrônico (regulamentado pelo Decreto nº 5.450/2005). Trata-se de
modalidade de licitação válida para todas as esferas federativas e utilizada para contratação de bens e serviços comuns
(independentemente do valor), a saber: aqueles cujos padrõesde desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificaçõesusuais no mercado. (conforme art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 10.520/2002).

Embora o uso do pregão seja opcional (pois a Administração poderá optar por outra modalidade licitatória em função do
valor do objeto), no âmbito federal sua utilização é OBRIGATÓRIA (art. 4º do Decreto), devendo ser adotada
preferencialmente a modalidade eletrônica. Desta forma, o pregãopresencial na esfera federal somente será permitido
mediante justificativa expressa da autoridade competente.

No pregão, o intervalo mínimo entre a publicação do instrumento convocatório e o envio de propostas é de 08 dias ÚTEIS.

Possui como principal característica a inversão nas fases naturais da licitação (que serão abordadas em momento oportuno
neste trabalho). No pregão o julgamento das propostas antecede a habilitação dos licitantes. Desta forma, após a fase dos
lances verbais decrescentes, é analisada a documentação somente de quem ofertou o menor lance, devolvendo-se fechados os
envelopes com documentos de habilitação dos demais licitantes.

OBS: Importante frisar que a referida inversão de fases agora também é permitida nas concorrências que
antecedem a concessão de serviços públicos e nas que precedem parcerias público-privadas.

Outra característica a ser observada é a de que, ao contrário das demais modalidades, no pregão a homologação é realizada
após a adjudicação.

Portanto, as etapas do pregão são:

a) instrumento convocatório;

b) julgamento (classificação);

c)habilitação;

d) adjudicação;

e) homologação.

g)CONSULTA

Consulta é uma modalidade de licitação exclusiva da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel e será realizada
mediante procedimentos próprios determinados por atos normativos expedidos pela agência, vedada sua utilização para
contratação de obras e serviços de engenharia(arts. 54 e 55 da Lei nº 9.472/97).

PROCEDIMENTOS

Cada modalidade licitatória possui um procedimento próprio. No entanto, a sequência de fases observa sempre o padrão
empregado no procedimento da concorrência. Assim, o estudo das fases da concorrência permite compreender as linhas
gerais de todos os procedimentos licitatórios.
A concorrência é dividida em duas grandes etapas: fase interna e fase externa.

1) Fase interna: compreende todos os atos anteriores à publicação do edital, podendo inicialmente ser realizada audiência
pública anterior ao início da abertura do processo, nos casos de objeto a ser contratado for de valor superior a cem vezes o
limite mínimo da concorrência, isto é, acima de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) para obras e serviços de
engenharia, (art. 39,caput da Lei nº 8.666/93).

Vide texto legal sobre o início do procedimento licitatório:

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a
indicação suscinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa [...]

Destaca-se também a nomeação da comissão de licitação e a preparação do instrumento convocatório (edital ou carta-
convite), que encerra a fase interna.

2) Fase externa: inicia-se com a publicação do edital e inclui basicamente cinco etapas: a) instrumento convocatório; b)
habilitação; c) classificação; d) homologação; e)adjudicação.

2.a) Instrumentoconvocatório;

No edital, estão fixadas todas as regras do procedimento e os requisitos exigidos para participação no certame. A sua
natureza vinculante e obrigatória faz do edital a lei da licitação.

Os dados que deverão constar no edital estão previstas expressamente no art. 40, Lei nº 8.666/93.
Preparado o edital nos termos do artigo supracitado, deverão ser publicados um resumo de seu conteúdo em avisos no Diário
Oficial (da União ou do Estado/DF) e em jornal estadual/municipal com circulação local.
Por fim, cabe mencionar que qualquer cidadão (e não qualquer PESSOA) é parte legítima para impugnaro editalem razão de
ilegalidade, devendo protocolar o pedido até cinco dias úteis antes da data fixadapara a abertura dos envelopes de
habilitação, devendo a Administração julgar e responder àimpugnação em até três diasúteis.

No caso de licitante, este deverá impugnar o edital no tocante a falhas ou irregularidades que o viciariam até o
segundo dia útil que anteceder o evento licitatório inicial, sob pena de decadência desse direito (previsão no art.
41, §2º da Lei nº 8.666/93).
2.b) habilitação

É a fase licitatória de recebimento e abertura dos envelopes com a documentação exigida para participar do certame. Nas
modalidades convite, leilão e concursonãoexiste a habilitação.

Os documentos exigidos são relativos àhabilitação jurídica, regularidades fiscal e trabalhista,qualificações técnica e
econômico-financeira, conforme artigo 27, da Lei nº 8.666/93 e seguintes.

2.c) classificação /julgamento

Nestafase, em local e diadesignados, serãoabertosos envelopes dos proponenteshabilitados com suaspropostas.


Para fins de julgamento, a comissãolevaráemconsideraçãooscritériosobjetivosdefinidos no editalouconvite,
osquaisnãodevemcontrariar as normas e princípiosestabelecidospelalei.
As propostasremanescentessãocolocadasemordemclassificatória de acordo com o critérioobjetivo
dejulgamento, conforme o tipo delicitação.

Após a divulgação do resultado, abre–se prazo de cincodiasúteisparainterposição de recursos comefeitosuspensivo.

Havendoempate, seráclassificadaemprimeirolugaraempresa de capital nacional e, persistindo, ocorrerásorteio.


2.d) homologação;

Após a classificação, os autos sobemparaaautoridade superior parahomologação (aprovação).


Encontradoalgumvício, o administradorpoderáanular o certameou, preferencialmente,
somenteosatosprejudicadospelodefeito, preservandoosdemais.

É possívelaindarevogar a licitaçãonahipótese da ocorrência de causasupervenientequetorne


alicitaçãocontráriaaointeressepúblico, nostermos do art. 49 da Lei nº 8.666/93.

Contra decisõesrelativas à homologaçãocaberecursono prazo de cincodiasúteis, semefeitosuspensivo.(art. 109, §2º).

IMPORTANTE: A anulação da licitaçãonãoproduzdireito a indenização; narevogação, a indenização édevida.


Se jáhouvervencedor, somenteeleseráindenizado.

2.e) adjudicação.

Trata-se da últimafase e consiste no atoadministrativodeclaratório e vinculado de atribuiçãojurídica doobjeto da


licitaçãoaovencedor do certame.

Aadjudicaçãoproduzdoisefeitosprincipais:

a) atribui o direitoaovencedor de nãoserpreteridonacelebração do contrato (sob pena de nulidade – art.50);

b) provoca a liberação dos licitantesvencidos (quepodemretirarosdocumentosapresentados).

Importantedestacarque o adjudicatárionão tem direitoadquirido à celebração do contrato, masmeraexpectativa de


direito. Issoporque, mesmoapósaadjudicação, a Administraçãonão é obrigada acelebrar o contrato, cabendo-
lheavaliar a conveniência e oportunidade da contratação. Porém, casoresolvapelacontratação, é
obrigadaaescolher o vencedor da licitação.

CONTRATAÇÃO DIRETA (DISPENSAS E INEXIGIBILIDADES DELICITAÇÃO)

INTRODUÇÃO

A contratação direta libera a licitação, mas isso não significa que o ato não precisa ser precedido de um
processo administrativo. Esse processo recebe o nome de PROCESSODEJUSTIFICAÇÃO(art. 26 da Lei
8.666/93).

Vale lembrar que a contratação direta, devidamente justificada, deve ser comunicada à autoridade
superior no prazo de três dias, a fim de que esta o ratifique e o publique na imprensa oficial num prazo de cinco
dias, como requisito de eficácia do ato.

O TCU e demais tribunais de contas fiscalizam com muito mais rigor esse processo de justificação, em
comparação com o processo de licitação, que é a regra. É na contratação direta onde existe mais risco de fraudes,
favorecimentos e discriminações.

DICA: Se parecer é sobre contratação direta, atentar para a existência de processo de justificação.

Possibilidades de contratação direta: Dispensa e inexigibilidadedelicitação.

DISPENSA
Conceito eespécies

Aqui a competição é faticamente possível, é viável. No entanto, ela não acontece por vontade do legislador.
Legisladorlibera da licitação.

A dispensa se subdivide em:

1) LicitaçãodispenSADA

A licitação é faticamente possível, mas não é admitida. O Administrador não tem vontade de escolher se
licita ou não. Quem decide é o LEGISLADOR. As hipóteses de licitação dispensada estão previstas no art. 17 da
Lei 8.666, que trata das alienações de bens públicos.

Esse artigo trata de alienação de bens públicos. O que vem acontecendo nesse artigo é que sempre que o
poder público quer alienar um bem ele inclui nesse artigo a hipótese. Esseartigonãocaimuitoemconcurso.

2) LicitaçãodispenSÁVEL

A licitação é faticamente possível, mas não é necessária. No entanto o administrador tem


discricionariedade para licitar, se assim quiser. Quem decide é o ADMINISTRADOR. Prevista no art. 24 da Lei
8.666/93.

Tanto o rol do art. 17, da Lei nº 8.666/93, quanto o rol do art. 24, da Lei nº 8.666/93são taxativos, pois são
previsões expressas do legislador.

3) Valor do objeto da licitação

Art. 24
I - para OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA de valor até 10% (dezpor cento)
do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se
refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços
da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta
econcomitantemente;
II - para OUTROS SERVIÇOS E COMPRAS de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos
casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo
serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só
vez;

Obras e serviços de engenharia: 10% do limite pra convite =R$33.000,00.

Compras e outros serviços: 10% do limite para convite = R$17.600,00.

Empresas estatais, consórcios públicos e agências executivas = limite de dispensa dobrado.

Art.24§1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo SERÃO


20% (VINTE POR CENTO) para compras, obras e serviçoscontratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista,empresa pública e por
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,como Agências
Executivas.

*Licitação “DESERTA”
É aquela onde não existem licitantes.
Duas alternativas surgem: Licitar de novo ou contratar diretamente. A regra é licitar de novo, mas quando
isso causar prejuízos à Administração admite-se a contratação direta (mantidas as condições preestabelecidas no
edital).

*Licitação “FRACASSADA”

É o caso de desclassificação geral.

A licitação tem duas fases: Habilitação e classificação/julgamento.

Se na fase de habilitação a empresa não cumpre os requisitos será inabilitada.

Se todas as empresas forem inabilitadas (inabilitação geral), deve haver nova licitação, salvo se isso causar
prejuízo à Administração (mesma solução da ‘deserta’).

Se a empresa é habilitada e passar à fase seguinte, analisa-se a proposta. Se a proposta não cumprir a forma
prevista no edital ou o preço não for compatível com o de mercado (disparidade da proposta), será desclassificada.

Agora, se todos os licitantes forem desclassificados (desclassificação geral), a lei permite a contratação
direta (após aberto um maior prazo para novas propostas). Essa última seria a fracassada para parte da doutrina
(maioria).

Art. 48
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oitodias
úteis para a apresentação de nova documentação ou de outraspropostas
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a
redução deste prazo para três diasúteis.

INEXIGIBILIDADE

Conceito e previsãolegal

Refere-se à competição inviável, conforme previsão do art. 25, da Lei nº 8.666/93.

O rol do art. 25, da Lei nº 8.666/93 é exemplificativo. Traz apenas exemplos nos quais a competição seria
inviável e consequentementeinexigível.

Quais são então as hipóteses de competição inviável, fora as do art. 25? R: Veremos então as condições de
viabilidade da competição. Três requisitos cumulativos. Faltando qualquer um deles a competição torna-se
inviável: pressuposto lógico, jurídico e fático.

Pressupostos cumulativos de viabilidade da competição

1) Pressupostológico

Pluralidade de objetos e de ofertantes.

Nesse sentido, a inviabilidade da competição por falta de pressuposto lógico pode ocorrer de duas formas:

a) Singularidade do objeto (bens ouserviços).


b) Singularidade do ofertante (produtor ou fornecedorexclusivo).

 Bem singular. O objeto pode ser singular em três aspectos:

- Em caráter absoluto: Só existe um nomercado.

- Evento externo: Quando o objeto participa de evento externo e se torna singular. Exemplo: Capacete
doSenna.

- Caráter pessoal: Obras de arte, porexemplo.

 Serviço singular. Não significa a singularidade de quem presta o serviço, que sempre existe (ninguém presta um
serviço de maneira exatamente igual ao outro); a singularidade deve estar relacionada à complexidade do serviço, o qual
precisará de alguém com notória especialização ecapacidade para a realização do serviço. Caso exista mais de um
prestador com notória especialização reconhecida pelo mercado, pode o administrador escolher conforme seu juízo de
valor.

Ofertante singular. Ocorre quando existir objeto singular, caso no qual seu produtor/conhecedor será o
ofertante exclusivo, ou quando existir pluralidade de objetos, mas todos sob a propriedade do mesmoofertante.

OBS: procurador de município deve ocupar cargo público, não deve ser contratado diretamente.

2) Pressupostojurídico

Pressuposto jurídico é o interesse público, ou seja, a competição só é viável se apta a satisfazer o interesse
público. Nesse sentido, vale mencionar lição de Celso Antônio Bandeira de Mello:

“Sempre que se possa detectar uma induvidosa e objetiva contradição entre o atendimento a uma finalidade
jurídica que incumba à Administração perseguir para bom cumprimento de seus misteres e a realização de certame
licitatório, porque este frustraria o correto alcance do bem jurídico sob sua cura, ter-se-á de concluir que está
ausente o pressuposto jurídico da licitação e, se esta não fordispensável com base em um dos incisos do art. 24, da
Lei nº 8.666/93 deverá ser havida como excluída com supedâneono art. 25,caput da Lei nº 8.666/93”.

Art. 25. É INEXIGÍVELa licitação quando houver inviabilidade de competição,


em especial:

Pressuposto jurídico da licitação é a proteção do interesse público. Se na situação concreta a licitação


prejudicar o interesse público, é caso de inviabilidade, pela falta de pressuposto jurídico.

Exemplo de situação onde a licitação é prejudicial ao interesse público: Licitação Nas empresas estatais
(exploradoras de atividade econômica) para contratação de bens ou serviços indispensáveis à sua atividade fim,
onde o procedimento vai tumultuar e prejudicar a finalidade da empresa, prejudicando-a em relação às empresas
privadas. Nesse caso, a licitação prejudica o interesse público, que a própria licitação deveria proteger, por isso é
inviável.

Concluindo: Esse prejuízo da licitação nas estatais é muito mais comum nas exploradoras de atividade
econômica, que primam pela agilidade.

3) Pressupostofático

Relaciona-se ao interesse de mercado, ou seja, é inviável a competição quando não existireminteressados em


licitar.
Exemplo: Administração decide contratar médico especialista em cirurgias cardíacas. No contrato diz que o médico
ganhará 500 reais por mês. Por esse salário ninguém vai querer contratar, faltará pressuposto fático. Será inexigível a
licitação, desde que, é claro o administrador comprove fundamentadamente a falta de interesse demercado.
Ou seja, antes de licitar deve-se fazer um estudo para ver se o mercado tem interesse no objeto da licitação. Não se
confunde com licitação deserta, que não ocorre, não por falta de interesse do mercado, mas por outras razões.

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