Enfermagem Usp

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Caro aluno,

Ter se formado em uma faculdade reconhecida e possuir boas


experiências em diferentes estágios não é mais garantia para
uma carreira de sucesso. Hoje, o mercado está muito concorrido
em várias áreas da saúde. Isso acontece pela grande disponibili-
dade de profissionais com diplomas, porém com pouca experiên-
cia prática.
As residências tem sido uma excelente alternativa para capaci-
tação profissional e inserção no mercado de trabalho, disponibili-
zando uma remuneração mensal, maior que a média do mercado
além de possibilitar um intenso domínio da prática clínica.
Neste material, vamos detalhar como é o processo de seleção
para se tornar um residente, quais as atividades e como é o dia
a dia deste profissional, além de quais são os reconhecimentos
e diferenciais de ter tido a experiência de uma residência. Abor-
3
daremos também sobre as áreas de atuação e suas respectivas
concorrências, e como alcançar os melhores resultados na prova
e se tornar um residente de sucesso!

PRONTO PARA COMEÇAR?

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O que é residência multiprofissional?

Vamos começar pelo conceito básico. A residência multiprofis-


sional é um programa de cooperação intersetorial, oferecida nor-
malmente por Hospitais Universitários (apesar de não se restrin-
gir à essa área), com o objetivo de capacitar estudantes da área de
saúde através de atividades práticas, prestando serviços para um
órgão de saúde, priorizando o Sistema Único de Saúde (SUS).
Ela foi criada em 2005 através da promulgação da Lei nº 11.129,
orientada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saú-
de (SUS), a partir das necessidades e realidades locais e regionais.
Elas abrangem, dentro da saúde, as áreas de Psicologia, Enferma-
gem, Nutrição, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Odontologia,
Medicina, Farmácia, Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação
Física, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
A Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saú-
4
de – CNRMS, coordenada pelo Ministério da Saúde e Ministério
da Educação, é o órgão responsável por gerir as principais ações
e atribuições das residências. Isso inclui avaliar e creditar os pro-
gramas de Residência Multiprofissional de acordo com as neces-
sidades socioepidemiológicas da população brasileira, credenciar
os programas e registrar certificados dos programas. Essas me-
didas garantem que todas as instituições que oferecem vagas se-
guirão um mesmo padrão educacional e qualitativo, apesar das
diferentes áreas oferecidas em cada tipo de residência.

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Por que fazer residência?

A decisão de fazer ou não uma residência está diretamente li-


gada aos seus objetivos profissionais. Alguns dos seus colegas de
profissão vão optar por fazer cursos de especialização em parale-
lo a trabalhos em Enfermagem. Outros vão preferir seguir a car-
reira acadêmica, dedicando-se ao Mestrado e Doutorado.

Fazer residência não é melhor nem pior que as demais op-


ções. São apenas caminhos diferentes que, consequentemente,
proporcionam desafios e aprendizados distintos em cada uma
das escolhas.

A escolha pela residência, além de exigir dedicação exclusiva,


é composta por treinamentos em serviço que, através da vivên-
cia prática associada a atividades teóricas, te proporciona grande
5
aprendizado profissional. Uma vez que o currículo de Enferma-
gem é formado, quase que em sua totalidade, por aulas teóricas, é
representativa a carência de experiência prática dos profissionais
antes de assumir seus primeiros empregos.
Você é supervisionado por profissionais habilitados durante
todo o seu processo de residente. Isso faz você trabalhar de for-
ma adequada ao lidar com os desafios e dificuldades diárias. Essa
experiência promove não apenas o contato entre o mundo do
trabalho e o mundo da formação, mas também um processo de
educação permanente em Enfermagem. Logo você percebe seu
amadurecimento profissional e os inúmeros conhecimentos prá-
ticos que te tornam um enfermeiro mais maduro, qualificado e
reconhecido no mercado de trabalho.

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Você recebe o título de especialista da área, reconhecido pelo
MEC, que pode ser utilizado em concursos públicos como pon-
tuação para a prova de título!

Ao final da residência, você recebe o título de pós-graduado e


especialista da área em que quer atuar. Só que a grande diferença
das convencionais pós-graduações é que a residência é caracteri-
zada pelo treinamento direto no campo de trabalho, além de ser
regida pelas diretrizes e os princípios do Sistema Único de Saú-
de. Outra diferença importante é a carga horária. As residências
têm uma carga horária bastante superior à uma pós-graduação
comum, podendo chegar a 16 vezes mais. Em compensação, além
de ser remunerado, você não precisa pagar pelo programa.

6 A rotina do residente

Por seguirem padrões definidos pelo MEC, os programas de re-


sidências em Enfermagem possuem carga horária e remunera-
ção fixas e invariáveis, independente de qual seja a instituição e
especialização que você vá realizar na residência.
As residências têm duração de 2 anos, com carga horária de
5.760 horas (60 horas semanais), distribuídas em atividades teó-
ricas e práticas, das quais 1152 horas (20%) são destinadas às ati-
vidades teóricas e 4608 horas (80%) às atividades práticas. Das 60
horas semanais, o residente cumpre 48 horas de atividades práti-
cas e 12 horas de atividades teóricas, independente de feriados ou
recessos.

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Seu trabalho teórico é desenvolvido através de aulas, apresen-
tações de trabalhos, discussões de casos clínicos e participações
em eventos durante a semana. Você deve cumprir uma carga ho-
rária mínima de 75% desses trabalhos, independente de atestado
médico, pois este apenas justifica a ausência. Já a parte prática
refere-se ao trabalho em campo, incluindo plantões, quando ne-
cessário (conforme escala pré-estabelecida).
O residente será aprovado se obtiver nota igual ou superior a 70
dos 100 pontos distribuídos anualmente, em todas as atividades
do curso. O processo de avaliação é realizado pelos preceptores
com participação dos tutores (mais adiante você saberá quem são
eles). Essa avaliação ocorre todo mês ou ao final das atividades de
cada campo de prática. Em caso de reprovação o residente será
desligado do programa.
Você tem direito todos os dias a 1 hora de almoço, e não pode
fazer “banco de horas”. Caso você, enquanto residente, fique al-
7 gumas horas a mais do que o acordado (60 horas semanais), é in-
dicado tirar para descanso a quantidade de horas excedidas, de
preferência, no mesmo mês. Em situações como essas, é preciso
que o coordenador do programa e o preceptor estejam de acordo
com o ocorrido.
Além de folgar uma vez na semana, você pode tirar 30 dias de
férias remuneradas por ano, nas quais podem ser consecutivas
ou fracionadas em dois períodos de 15 dias. Normalmente é libe-
rado um cronograma especificando o período de férias de cada
um, para que residentes da mesma especialização não fiquem
ausentes no mesmo período. Após a liberação do calendário de
férias e recessos, você pode solicitar alterações, que poderão ser
admitidas ou não pelo coordenador do programa.

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Remuneração

Os residentes do Programa de Residência Multiprofissional em


Saúde recebem uma bolsa auxílio de R$ 3.330,43 no primeiro dia
útil de cada mês, segundo cronograma do MEC - bolsa esta que
era de R$ 2.976,26 e sofreu aumento em 2016.

Bolsa de R$3.330,43!!

Esse valor é padrão para qualquer que seja a profissão do resi-


dente.
Ao optar por cursar a residência, você precisa estar ciente da
impossibilidade de assumir qualquer outro vínculo profissional
remunerado no período vigente da bolsa (2 anos). Apesar disso,
8 por possibilitar a vivência com diversos profissionais – inclusive
de diferentes profissões -, e por realizar intercâmbios em diversas
equipes interdisciplinares, seu leque de contatos estará enorme
no final da residência, aumentando suas oportunidades de em-
prego.

Como ingressar em uma residência em


enfermagem?

Para ingressar em uma Residência em Enfermagem, você pre-


cisa ser aprovado no processo de seleção realizado por institui-
ções de ensino superior que oferecem essa modalidade de espe-
cialização.

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A estrutura de cada um desses processos irá variar de acordo
com os editais apresentados pelas instituições. Mas, independen-
temente disso, o processo seletivo começa a partir do momento
de inscrição que, além de exigir seu diploma ou comprovante de
graduação em Enfermagem, caso você não consiga a isenção, te
cobra uma taxa entre R$ 100,00 a R$ 400,00. Os processos seleti-
vos podem conter:

PROVA OBJETIVA E DISCURSIVA


AVALIAÇÃO E ANÁLISE CURRICULAR
ENTREVISTA

As provas possuem, em média, de 20 a 50 questões objetivas e


cerca de 02 a 05 questões discursivas. No edital divulgado especi-
fica o número de questões e quais serão os assuntos cobrados nos
9
exames. Vale ressaltar, que nem sempre todos os assuntos citados
no edital serão realmente contemplados na prova. No entanto,
você, como candidato precavido, está preparado para absoluta-
mente todos os conteúdos contemplados no edital.
Após você ser aprovado na prova, a banca examinadora irá
avaliar as suas experiências profissionais e acadêmicas. Neste
momento você percebe quão valiosas são as atividades extras
realizadas durante e após a sua graduação. Mas, para pontuar na
avaliação do currículo, é necessário que todas essas experiências
estejam devidamente certificadas. Além de mestrado e doutora-
do, iniciação científica, monitoria, publicação de trabalho e pro-
jetos de extensão são as atividades que mais pontuam. Por isso,
você que almeja ingressar em uma residência em Enfermagem, e
ainda tem oportunidade de realizar atividades extracurriculares,
não perca tempo e vá enriquecer o seu currículo!

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No momento da entrevista, o seu currículo ainda serve de pau-
ta para as perguntas. Então, sempre vale a pena revisá-lo e relem-
brar os seus acertos e erros, o que você já realizou, já aprendeu e
as grandes lições que obteve em vivências passadas. Isso é bom
para que você possa narrar suas experiências da melhor maneira
possível.
Eles te questionam sobre aptidões e práticas na área, expecta-
tivas sobre a vaga que está sendo pleiteada, bem como sobre am-
bições pessoais e perspectivas de trabalhos futuros. Vão querer
saber também como é o seu comportamento lidando em equipe e
com pessoas desconhecidas. Saber como você reage em ambien-
tes de pressão ou nunca conhecido antes, também será do inte-
resse deles.
Caso você, anteriormente, não tenha tido muitas ou nenhuma
experiência profissional, não se preocupe! Você pode utilizar de
aprendizados e desafios, vivenciados na sua vida pessoal, que te
10 agregam e enriquecem como profissional. Motivação e interesse
são pontos bastante observados durante a entrevista. Então, essa
é a hora de você externalizar, sem exagero, o quão a vaga de resi-
dente é importante para você e como isso irá te realizar quanto
enfermeiro. Falar com o coração e brilho nos olhos sempre será a
sua melhor opção!
O cenário atual brasileiro é composto por programas de Resi-
dência Multiprofissional em todas as regiões, dando oportunida-
de para todos aqueles que querem um aperfeiçoamento profissio-
nal e a garantia de uma melhor inserção no mercado de trabalho.
O gráfico abaixo representa a distribuição das residências pelo
Brasil em relação ao número de vagas para enfermagem por re-
gião.

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Gráfico 1: Cenário de Residências Multiprofissionais do Brasil com vagas para en-
fermeiros, Sanar, 2019.

Além disso, podemos analisar quais são as principais áreas de


atuação que mais oferecem vagas para Residência em Enferma-
11 gem, para isso, temos o gráfico abaixo:

Gráfico 2: Áreas de concentração de Residências que mais ofertam vagas para


enfermeiros, Sanar, 2019

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Uma das principais residências com vaga para área de Enfer-
magem encontra-se na Universidade de São Paulo (USP) e é sobre
ela que falaremos agora!

Residência USP para enfermeiros

O Programa de Residência Multiprofissional da Universidade


de São Paulo (USP) dispõe de vagas para as áreas de Farmácia,
Fisioterapia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Física
Médica, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odon-
tologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Desde
2018, o processo seletivo tem sido realizado pela Fundação Uni-
versitária para o Vestibular (FUVEST).
Esse processo seletivo consta de duas fases: a primeira fase,
presencial, constituída por uma prova com questões objetivas
12 e dissertativas, e a segunda, não presencial, é a etapa de análise
curricular, a partir do Currículo Laes do candidato e seus res-
pectivos documentos comprobatórios, que devem ser anexados
no site da FUVEST. Importante estudar o Barema de avaliação
curricular contido no edital, no qual há a apresentação de quais
as atividades avaliadas e suas respectivas pontuações.
Para você começar a se programar para as próximas seleções,
montamos um quadro com as principais datas de cada uma das
etapas dos processos seletivos de 2017 a 2020.

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Quadro 1: Datas importantes dos editais de seleção USP de 2017 a 2020.

ço Ano de Data Data Prova Prova Análise


Questões Prova
ço
ingresso Edital Inscrição 1ª Fase 2ª Fase Curricular
Total: 30 questões
Sus: 15
2017 01/08/2016 15/08 a 29/08 11/09 25/09 26 a 28/09
Específico: 15
Dissertativa: 5
Total: 30 questões
Sus: 15
2018 04/07/2017 20/07 a 17/08 03/09 08/10 09 a 11/10
Específica: 15
Dissertativa: 5
Total: 50 questões
Análise do-
Interpretação de texto: 10
2019 14/07/2018 23/07 a 17/08 02/09 30/09 cumentos
SUS: 10
online
Específica: 30
Total: 40 questões
Junto Análise do-
Interpretação de texto: 07
2020 12/07/2019 22/07 a 07/08 01/09 com cumentos
Sus: 08
objetiva online
Específica: 25

Ok, agora que você já tem noção do calendário que a USP cos-
tuma adotar, que tal analisarmos as estatísticas dos processos
seletivos anteriores em relação ao programa de residência para
13 enfermeiros?

Quadro 2: Quantidade de vagas e inscritos nos Programas de Residência Multi-


profissional USP com vagas para enfermeiros, no período de 2017 à 2019.

ANO PROGRAMA VAGAS INSCRITOS CONCORRÊNCIA


Programa de Residência Multiprofis-
2017 sional: Saúde Mental com ênfase em 02 17 8,5
Dependência Química (FMUSP))
Programa de Residência Multipro-
2017 fissional em Álcool e Outras Drogas 02 16 8
(EEUSP)
Programa de Residência Multiprofis-
2017 03 48 16
sional: Saúde Mental (EEUSP)
Programa de Residência em Área Pro-
fissional da Saúde: Enfermagem em
2017 08 60 7,5
Saúde Mental e Psiquiátrica (FMUSP/
IPQ)
Programa de Residência em Área Pro-
2017 fissional da Saúde em Enfermagem 06 198 33
Obstétrica

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ANO PROGRAMA VAGAS INSCRITOS CONCORRÊNCIA
Programa de Residência em Área Pro-
fissional da Saúde em Enfermagem em
2017 10 216 21,6
Cardiopneumologia de Alta Complexi-
dade
Programa de Residência em Enferma-
2017 gem na Saúde da Criança e do Adoles- 04 137 34,2
cente
Programa de Residência em Enferma-
2017 06 177 29,5
gem na Saúde do Adulto e do Idoso
Programa de Residência Multiprofis-
2017 sional: Saúde do Idoso em Cuidados 04 79 19,7
Paliativos (FMUSP)
Programa de Residência Multiprofis-
2017 sional em Saúde Coletiva e Atenção 04 81 20,2
Primária (FMUSP)
Programa de Residência em Síndromes
2017 e Anomalias Craniofaciais (FOBUSP/ 04 15 3,7
HRAC)
Programa de Residência Multiprofis-
2017 sional: Prevenção e Terapêutica Cardio- 04 22 5,5
vascular (FMUSP/InCor)
Programa de Residência Multiprofis-
2017 sional: Assistência Cardiorrespiratória 01 23 23
(FMUSP)
Programa de Residência Multiprofis-
14 2018 sional: Saúde Mental com ênfase em 02 85 42,5
Dependência Química (FMUSP)
Programa de Residência em Área Pro-
2018 fissional da Saúde em Enfermagem 06 276 46
Obstétrica
Programa de Residência em Enferma-
2018 gem na Saúde da Criança e do Adoles- 04 202 50,5
cente
Programa de Residência em Enferma-
2018 06 189 31,5
gem na Saúde do Adulto e do Idoso
Programa de Residência Multiprofis-
sional em Reabilitação de Pessoas
2018 01 20 20
com Deficiência Física Incapacitante
(IMREA/FMUSP)
Programa de Residência Multiprofis-
2018 sional: Saúde do Idoso em Cuidados 04 19 4,7
Paliativos (FMUSP)
Programa de Residência Multiprofis-
2018 sional em Saúde Coletiva e Atenção 04 64 16
Primária (FMUSP)
Programa de Residência em Síndromes
2018 e Anomalias Craniofaciais (FOBUSP/ 04 20 5
HRAC)

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ANO PROGRAMA VAGAS INSCRITOS CONCORRÊNCIA
Programa de Residência Multiprofis-
2018 sional: Prevenção e Terapêutica Cardio- 02 64 32
vascular (FMUSP/InCor)
Programa de Residência Multiprofis-
2018 sional: Assistência Cardiorrespiratória 01 64 64
(FMUSP)
Assistência Cardiorrespiratória: Multi-
2019 01 67 67
profissional
Enfermagem em Saúde Mental e Psi-
2019 08 105 13,1
quiátrica
Prevenção e Terapêutica Cardiovascu-
2019 02 63 31,5
lar
Saúde Coletiva e Atenção Primária:
2019 04 163 40,7
Multiprofissional
Saúde do Idoso em Cuidados Paliativos:
2019 04 111 2,7
Multiprofissional
Saúde Mental com Ênfase em Depen-
2019 02 24 12
dência Química: Multiprofissional
Enfermagem em Saúde do Adulto e do
2019 06 241 40,1
Idoso: Área Profissional da Saúde
Enfermagem na Saúde da Criança e do
2019 06 165 27,5
Adolescente
2019 Enfermagem Obstétrica (PRONAENF) 06 233 38,3
15 2019
Síndromes e Anomalias Craniofaciais:
04 32 8
Multiprofissional

A Residência Multiprofissional da USP é uma das mais concor-


ridas do Brasil. O edital desse programa de Residências é lançado
anualmente, geralmente entre os meses de junho e agosto, como
vimos anteriormente no quadro 1. Isso significa que é um dos pri-
meiros do Brasil a ser divulgado.

Então vamos analisar como ficou o edital de 2020?

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EDITAL ESQUEMATIZADO - SELEÇÃO USP 2020 -
ENFERMAGEM

BANCA: FUVEST
CARGA HORÁRIA: 60 Hrs/Semanais
DURAÇÃO: 2 anos
ATUAÇÃO: teóricas, teórico-práticas e práticas
CRITÉRIO DE PARTICIPAÇÃO: concluir o curso de bacharelado
em Enfermagem.
BOLSA: R$ 3.330,43
TAXA DE INSCRIÇÃO: R$290,00
LOCAL DE PROVA: Bauru, Pirassununga, Ribeirão Preto e São
Paulo
Observação: Não é permitido desenvolver outras atividades pro-
16 fissionais no período de realização da residência.
O edital de 2020 foram 42 vagas para Enfermeiros, divididas da
seguinte forma:

PROGRAMA Nº DE VAGAS
Programa de Residência em Área Profissional da Saúde: Enfermagem na Saú-
06
de da Criança e do Adolescente
Programa de Residência em Área Profissional da Saúde: Enfermagem em Saú-
06
de do Adulto e do Idoso
Programa de Residência em Área Profissional da Saúde: Enfermagem Obsté-
06
trica
Programa de Residência Multiprofissional: Assistência Cardiorrespiratória /
01
InCor
Programa de Residência Multiprofissional: Saúde Coletiva e Atenção Primária
02
/ Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa e UBS’s
Programa de Residência Multiprofissional: Saúde do Idoso em Cuidados Palia-
04
tivos / Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (Pinheiros)
Programa de Residência Multiprofissional: Saúde Mental com Ênfase em De-
pendência Química / IPq (USP); CAPS AD Brasilândia; CAPS AD Pirituba e UBS 02
Centro

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Programa de Residência em Área Profissional da Saúde: Enfermagem em Saú-
de Mental e Psiquiátrica / IPq (USP); HCFMUSP; UBS’s na zona Oeste; CAPS 08
AD da Sé; CAPS Infantil da Aclimação
Programa de Residência Multiprofissional: Prevenção e Terapêutica Cardio-
02
vascular / InCor
Programa de Residência Multiprofissional: Reabilitação de Pessoas com De-
ficiência Física Incapacitante / Instituto de Reabilitação em Medicina Física e 01
Reabilitação - IMREA
Programa de Residência Multiprofissional: Síndromes e Anomalias Craniofa-
04
ciais

ETAPAS:

1ª ETAPA
1. Prova Objetiva – Eliminatório e Classificatório
2. Prova Dissertativa - Classificatório

2ª ETAPA
- Análise curricular – classificatória

17 COMPOSIÇÃO DA PROVA:

• PROVA 1 (Prova Objetiva) – 40 QUESTÕES


CONHECIMENTOS GERAIS – 8 QUESTÕES

Conteúdo Programático:
• Sistema Único de Saúde
• Política Nacional de Humanização
• Política Nacional de Atenção Básica
• Redes de Atenção à Saúde
• Trabalho Interprofissional
• Bioética
• Segurança do Paciente.
• Políticas e Sistemas de Saúde

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – 7 QUESTÕES
• Relacionadas à área de saúde.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – 25 QUESTÕES


Conteúdo Programático:
• Ética Profissional;
• Trabalho no Território e Clínica Ampliada;
• Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade;
• Fundamentos da Enfermagem e Semiologia técnica;
• Projeto Terapêutico Singular;
• Apoio Matricial em Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde;
• Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso;
• Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente;
• Enfermagem nas Urgências e Emergências
18 • Enfermagem Obstétrica;
• Assistência de Enfermagem Cardiorrespiratória;
• Enfermagem em Cuidados Paliativos.

PROVA 2 (Prova Dissertativa)


Situação problema e/ou estudo de caso relativa aos progra-
mas oferecidos.
Nessa etapa, três pontos serão analisados:
• Compreensão dos enunciados
• Adequação conceitual
• Coerência discursiva

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2ª ETAPA – ANÁLISE CURRICULAR

A Análise Curricular (AC) requer obrigatoriamente a inserção


de documentos no site da FUVEST (www.fuvest.br), na “Área do
candidato”, que comprovem as atividades desenvolvidas. O perío-
do de inserção foi de 12h de 09 de outubro às 12h de 21 de outubro.
A ausência da inserção da documentação no período e no canal
estipulados leva a não pontuação do candidato nesta fase do pro-
cesso seletivo.

ATIVIDADES PONT MÁX


1 - Estágio extracurricular na área de interesse do programa: apresentar decla-
ração emitida pela instituição formadora ou empresas, em papel timbrado. (0,75
ponto por estágio com, no mínimo, 30 horas). Obs.: quando na declaração não
1,5
estiver definido se é estágio curricular ou extracurricular, o mesmo será consi-
derado extracurricular, não obrigatório, aceitando-se declaração de empresas,
farmácias, etc.
2 - Estágio extracurricular na área de formação: apresentar declaração emitida
pela instituição formadora ou empresas, em papel timbrado. (0,75 ponto por es- 1,5
tágio com, no mínimo, 30 horas)
19 3 - Iniciação Científica Concluída*: apresentar documentação comprobatória
de conclusão (declaração da instituição formadora ou do orientador). (0,5 pon-
to por cada projeto de Iniciação Científica) *Iniciação Científica em andamento
1,0
não será considerada. Obs.: Será aceita apenas declaração da instituição forma-
dora ou do orientador. Não serão aceitos contratos/termo de compromisso da
FAPESP, CNPQ, etc.
4 - Participação em ligas acadêmicas, projetos de extensão universitária, moni-
torias e representação discente junto aos colegiados e comissões institucionais.
(0,25 ponto por atividade) Obs.: monitoria (só vale a acadêmica em disciplinas da
graduação ou projeto de pesquisa. Representação discente será aceita de em- 1,0
presa júnior, bateria. Não serão aceitas de Centro Acadêmico, uma vez que não
são comissões institucionais que conte com representação discente, pois são
entidades representativas dos estudantes de determinado curso.
5 - Apresentação oral ou de painel em congressos, seminários, encontros e ou-
tros eventos científicos, todos da área de formação, com certificado emitido
2,0
pela instituição promotora do evento. (0,5 ponto por atividade) Obs.: Não serão
contabilizados relatos de aula e publicações.
6 - Participação em cursos e eventos na área de interesse do programa: apresen-
tar certificado emitido pela instituição promotora do evento, em papel timbra- 1,5
do. (0,5 ponto por cada evento)
7 - Participação em cursos e eventos na área de formação: apresentar certifica-
do emitido pela instituição promotora do evento, em papel timbrado. (0,5 ponto 1,5
por cada evento)
TOTAL 10

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ELIMINAÇÃO
• Nota inferior a 30% do valor da P1.
• Nota zero na P2

CLASSIFICAÇÃO
• Atingir nota superior ou igual a 30% do valor da P1
• Corresponder a pelo menos 4 vezes no número de vagas na área
de concentração escolhida.
• Obter nota final igual ou superior a 5 (cinco)

Critérios de desempate:
• Maior nota na Prova Dissertativa;
• Maior nota na Prova Objetiva;
• Menor tempo de formado;
20
• Maior idade.

Agora que você já sabe tudo sobre a Residência da USP em En-


fermagem, vamos praticar através das questões?

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LÍNGUA PORTUGUESA

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 03

A proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada como es-


tratégia para enfrentar o intenso processo de especialização na
área da saúde. Esse processo tende a aprofundar verticalmente o
conhecimento e a intervenção em aspectos individualizados das
necessidades de saúde, sem contemplar simultaneamente a arti-
culação das ações e dos saberes.
Na literatura consultada sobre equipe de saúde, observou-se que
são relativamente raras as definições de equipe. O levantamento
bibliográfico (bases de dados Medline e Lilacs) mostrou predomi-
nância da abordagem estritamente técnica, em que o trabalho de
cada área profissional é apreendido como conjunto de atribuições,
22 tarefas ou atividades. Nesse enfoque, a noção de equipe multipro-
fissional é tomada como uma realidade dada, uma vez que existem
profissionais de diferentes áreas atuando conjuntamente, e a arti-
culação dos trabalhos especializados não é problematizada.
Fortuna & Mishima apud Fortuna (1999) identificam três con-
cepções distintas sobre trabalho em equipe, cada uma delas des-
tacando os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Nos
estudos que ressaltam os resultados, a equipe é concebida como
recurso para aumento da produtividade e da racionalização dos
serviços. Os estudos que destacam as relações tomam como refe-
rência conceitos da psicologia, analisando as equipes principal-
mente com base nas relações interpessoais e nos processos psí-
quicos. Na vertente da interdisciplinaridade estão os trabalhos
que trazem para discussão a articulação dos saberes e a divisão
do trabalho, ou seja, a especialização do trabalho em saúde. Nes-

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sa linha encontram-se, entre outros, os estudos de Campos, que
vêm produzindo reflexão acerca das equipes de saúde como base
principal de organização dos serviços de saúde.
[...] Peduzzi M. “Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia”.

Revista Saúde Pública. 2001. 35 (1): 103-109. ISSN 0034-8910.

1. (FUVEST – USP – 2020) De acordo com o texto, o intenso processo de


especialização na área da saúde tem como tendência a:

Generalização do conhecimento de uma área e a possibilidade de


atuação em conjunto com outras áreas na saúde.
Individualização da ação dos profissionais e a discussão sobre a arti-
culação entre ações e saberes de diversas áreas da equipe.
Diferenciação das ações entre as áreas de conhecimento e o detalha-
mento das possibilidades de elo entre os profissionais.
Particularização de atividades na área da saúde e a consolidação de
conhecimentos individualizados no trabalho.
Discriminação de aspectos individualizados de profissionais da saúde
e a relação de conhecimentos de diferentes áreas envolvidas na equipe.
23
GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL.

Dica do autor: Em questões de interpretação de texto, o candidato deve


buscar, na leitura, as relações de sentido entre as sentenças. Elemen-
tos de coesão são uma pista para identificar as ideias defendidas pelo
articulista. Fique atento, principalmente, aos elementos que retomam
ideias e/ou expressões.
Alternativa A: INCORRETA. Ao contrário do que propõe a alternativa, se-
gundo o texto, o trabalho em equipe é uma tendência contra a especiali-
zação, ou seja, a especialização não facilita o trabalho em equipe.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque a espe-
cialização, segundo o texto – 1º parágrafo – não contempla a articulação
de ações e de saberes, portanto não há discussão sobre a articulação
entre ações e saberes.
Alternativa C: INCORRETA. Outra vez, a alternativa é falsa por colocar
“possibilidades de elo entre os profissionais”. Basta reler o primeiro pa-
rágrafo, principalmente o final dele, para que haja a percepção de que
não há interação entre saberes e ações.

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Alternativa D: CORRETA. Segundo o texto, o processo de especializa-
ção tende a “aprofundar verticalmente o conhecimento e a intervenção
em aspectos individualizados das necessidades de saúde”. Desse modo,
fica clara a assertiva, pois há particularização de atividades e consolida-
ção de conhecimentos individualizados.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não have-
rá, com a especialização, relação de conhecimentos de diferentes áreas,
já que o referido processo tende a particularizar tanto atividades quan-
to o próprio conhecimento.

2. (FUVEST – USP – 2020) O levantamento bibliográfico, sobre equipe


de saúde, referido no texto:

Aborda a equipe multiprofissional e as relações entre as especialida-


des, observando a articulação entre os trabalhos especializados e suas
tarefas e atividades dos profissionais.
Evidencia uma abordagem que não problematiza a articulação entre
as especialidades, privilegiando a concepção tecnicista de aglomerado
de atribuições, tarefas ou atividades.
24 Expõe uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional,
problematizando a atuação dos profissionais de diferentes áreas que
atuam conjuntamente.
Expressa os achados de um conjunto numeroso de definições de
equipe, em que prevalecem concepções dialógicas sobre a atuação dos
profissionais especializados.
Manifesta a predominância de uma abordagem que discute a articu-
lação entre as áreas profissionais, observando suas atuações para além
da coexistência dessas áreas na equipe.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO.

Dica do autor: Algumas questões de interpretação de texto fazem alu-


são a determinado parágrafo ou determinado trecho. Isso facilita a fei-
tura da questão, pois o candidato não precisa focar no todo, e sim na
parte do todo.
Alternativa A: INCORRETA. No segundo parágrafo, fica evidente que a ar-
ticulação entre os trabalhos especializados não é problematizada. Per-
cebe-se, portanto, que não há observação da referida articulação e nem
das relações entre as especialidades. Isso torna a alternativa incorreta.

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Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, segundo o 2º
parágrafo, as definições de equipe de saúde trazem uma abordagem es-
tritamente técnica, resumindo trabalho em equipe a existência de pro-
fissionais de diferentes áreas, atuando conjuntamente. No final do pará-
grafo, há a referência à falta de problematização acerca da articulação
dos trabalhos especializados.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto
não traz uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional;
ele traz a noção que existe, de certa forma, criticando-a.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa é incorreta, haja vista que o
texto diz que “são relativamente raras as definições de equipe”. Não há,
portanto, “um conjunto numeroso de definições”.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto co-
loca exatamente o oposto do que está colocado. Segundo o texto, não
há problematização da articulação entre as áreas.

3. (FUVEST – USP – 2020) Sobre as concepções de trabalho em equipe


citadas no texto, é correto afirmar que:

25 As concepções sobre o trabalho em equipe exploram os resultados,


as relações e a interdisciplinaridade de forma conjunta.
As visões sobre o trabalho em equipe possuem focos diferentes,
distinguindo-se pela observação dos resultados, das relações e da in-
terdisciplinaridade.
A noção de trabalho em equipe como base da organização dos serviços
de saúde tem como foco conceitos da psicologia e análises interpessoais.
O conceito de equipe como recurso para a produtividade e racionali-
zação apoia-se na discussão sobre a articulação de saberes e divisão do
trabalho.
A abordagem interdisciplinar de equipe traz para a discussão o apro-
fundamento vertical do conhecimento e a especialização das áreas de
saúde.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO.

Dica do autor: Fique atento ao enunciado: ele traz pistas importantes


para a busca da alternativa VERDADEIRA. Observe que esta questão faz

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referência às “concepções de trabalho em equipe citadas no texto”. Cui-
dado com as alternativas que extrapolam ou limitam o texto.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque, segundo
o 3º parágrafo, as concepções sobre o trabalho em equipe destacam os
resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Há equívoco no empre-
go do termo “exploram” e na expressão “de forma conjunta”.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois o 3º parágrafo
traz três concepções distintas de trabalho em equipe, ou seja, focos di-
ferentes, focando em resultados, relações e interdisciplinaridade.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque faz uma
restrição. Segundo o texto, o trabalho em equipe destaca resultados,
relações e interdisciplinaridade. Os conceitos de psicologia e análises
interpessoais estão atrelados ao item “relações”, mas não se relacionam
com resultados e interdisciplinaridade.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque não está
pautada nas ideias do texto. Observe que a discussão sobre a articula-
ção dos saberes e divisão do trabalho está atrelada à vertente da inter-
disciplinaridade, e não ao conceito de equipe como recurso para a pro-
dutividade.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é falsa porque o texto não faz
26 conexão entre a abordagem interdisciplinar e a discussão do aprofunda-
mento vertical do conhecimento e a especialização das áreas de saúde,
quando faz referência às três concepções distintas sobre trabalho em
equipe.

4. (FUVEST – USP – 2020) A prestação de serviços especializados no


SUS é problemática, pois a oferta é limitada e o setor privado contratado
muitas vezes dá preferência aos portadores de planos de saúde privados.
A atenção secundária é pouco regulamentada e os procedimentos de
média complexidade frequentemente são preteridos, em favor dos pro-
cedimentos de alto custo. O SUS é altamente dependente de contratos
com o setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio diagnóstico
e terapêutico; apenas 24,1% dos tomógrafos e 13,4% dos aparelhos de
ressonância magnética são públicos e o acesso é desigual.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”.
The Lancet [online], 09/05/2011.

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Ao tratar da prestação de serviços especializados no SUS, o texto enfo-
ca, de modo mais evidente:

O acesso.
A qualidade.
O custo.
A técnica.
A precarização.

GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL.

Dica do autor: Algumas questões trazem alternativas que confundem


o candidato, por serem muito próximas das colocações feitas no texto.
Uma leitura criteriosa e a descoberta da intenção de quem escreve o
texto podem ajudar bastante.
Alternativa A: CORRETA. A alternativa está correta, pois os diferentes
aspectos trazidos no texto direcionam para o último ponto: dificuldade
de acesso. Observe que há uma enumeração de questões: oferta limi-
tada, setor privado muitas vezes dá preferência aos planos de saúde,
atenção secundária pouco regulamentada, procedimentos de média
27 complexidade preteridos, dependência de contratos com o setor priva-
do, poucos aparelhos de ressonância são públicos, acesso desigual. Não
há enfoque a um único ponto.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não há ênfa-
se à questão da qualidade, e sim do acesso. Perceba que o texto não fala
sobre a qualidade dos procedimentos do SUS.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a ênfase
dada não está nos custos. Fala-se, por exemplo, em limitação de oferta
e em pouca disponibilidade para o público.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois há uma aná-
lise da questão técnica. Vale ressaltar, inclusive, que o texto traz uma
abordagem mais geral.
Alternativa E: INCORRETA. Apesar de gerar dúvidas, a alternativa é incor-
reta, pois o texto não enfoca na precarização, já que o centro da questão
não é a ineficiência, a insegurança ou a falta de qualidade. Caso o candi-
dato optasse por essa alternativa, indiretamente estaria dizendo que a
letra “B” também estaria correta.

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5. (FUVEST – USP – 2020) Na PNAD realizada em 1981, antes da criação
do SUS, 8% da população (9,2 milhões de pessoas) afirmavam ter usado
serviço de saúde nos últimos trinta dias, enquanto em 2008 14,2% da
população (26,9 milhões de pessoas) relatavam uso de serviços de saúde
nos últimos quinze dias, o que representa um aumento de 174% no uso
de serviços de saúde. O número de pessoas que busca a atenção básica
aumentou cerca de 450%, entre 1981 e 2008. Esse aumento pode ser
atribuído a um crescimento vultoso no tamanho da força de trabalho do
setor da saúde e do número de unidades de atenção básica. Em 1998, 55%
da população consultou um médico, e esse número cresceu para 68% em
2008. Porém, esse número ainda é baixo, quando comparado ao dos países
mais desenvolvidos, que varia de 68% nos EUA a mais de 80% em países
como Alemanha, França e Canadá. Em 2008, 76% das pessoas no grupo
de renda mais alta afirmaram ter consultado um médico, em comparação
com 59% das pessoas no grupo de renda mais baixa, o que mostra a exis-
tência de desigualdade socioeconômica no acesso à assistência médica.
A desigualdade não existe, todavia, entre pessoas que autoclassificam
seu estado de saúde como ruim, o que indica que indivíduos com transtor-
nos de saúde graves conseguem buscar o cuidado e receber tratamento,
independentemente de sua situação socioeconômica.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”. The Lancet [online],
28 09/05/2011. Adaptado.

Com base no texto, assinale a alternativa correta:

As informações demonstram que a desigualdade socioeconômica no


acesso à assistência médica está presente mesmo nos casos de trans-
tornos graves de saúde.
Os dados apresentados no texto indicam que o acesso aos serviços
de saúde no Brasil melhorou de forma considerável após a criação do
Sistema Único de Saúde.
Observa-se aumento de 174% no uso de serviços de saúde, com a
criação do SUS, superando países mais desenvolvidos, que apresentam
taxas de 68% (EUA) e de 80% (Alemanha, França e Canadá).
Em 2008, 59% das pessoas de renda mais alta e 76% das pessoas
de renda mais baixa afirmaram ter consultado um médico, o que mostra
favorecimento aos usuários do SUS.
A desigualdade socioeconômica não existe no acesso à assistência
médica, já que o SUS proporcionou um aumento de 174% no uso de ser-
viços de saúde.

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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL.

Dica do autor: Textos de linguagem denotativa (objetiva) e com dados


estatísticos são mais acessíveis no que diz respeito à interpretação de
texto, pois são menos opinativos.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, no final do
texto, fica claro que “indivíduos com transtornos de saúde graves con-
seguem buscar o cuidado e receber tratamento, independentemente de
sua situação socioeconômica”.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, já no primeiro
período do texto, coloca-se que “antes da criação do SUS, 8% da popu-
lação” haviam usado serviço de saúde nos últimos 30 dias, enquanto em
2008 esse percentual sobe para 14,2%.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, segundo
o texto, o percentual da população brasileira que consultou um médico,
em 1998, é de 55%. O número aumentou, mas ainda é baixo, quando se
compara ao dos países mais desenvolvidos, que varia de 68% (EUA) a
80% (Alemanha, França e Canadá).
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque os per-
centuais estão invertidos: 59% se referem às pessoas de renda mais
baixa e 76% se referem às pessoas de renda mais alta. Além disso, o
29
texto não relaciona esses percentuais ao SUS, e sim à questão socioe-
conômica.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto co-
loca a desigualdade socioeconômica como um fato que interfere na saú-
de e no acesso a ela.

6. (FUVEST – USP – 2020) O início da Bioética se deu no começo da


década de 1970, com a publicação de duas obras muito importantes de
um pesquisador e professor norte-americano da área de oncologia, Van
Rensselaer Potter.
Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciên-
cia, principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. As-
sim, propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a
pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços
da ciência sobre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os
seres vivos). Ele sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas
culturas, a científica e a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem
tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável”.

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Um dos conceitos que definem a Bioética (“ética da vida”) é que esta é
a ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da
intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referên-
cia racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplica-
ções”. (Leone; Privitera; Cunha, 2001)
Junqueira CR. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. Especialização em Saúde da Famí-
lia. Unasus, Universidade Federal de São Paulo. Pró-Reitoria de Extensão, 2010.

A proposição de Van Potter anunciada no texto tem como base:

A possibilidade de potencializar o desenvolvimento tecnológico.


O monitoramento do uso de material biológico em pesquisas científicas.
A discussão da relação entre o desenvolvimento científico e a vida.
O controle do desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade.
A proibição de procedimentos invasivos em pesquisas com seres
humanos.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL.

Dica do autor: Algumas questões cobram apenas a leitura atenta do


texto e a coleta de informações contidas nele. Esta questão se torna fá-
30 cil na medida em que propõe o seu entendimento do que foi dito/escrito.
Alternativa A: INCORRETA. Van Potter não defende a potencialização do
desenvolvimento tecnológico, portanto não é a base do texto.
Alternativa B: INCORRETA. Não há, no texto, correlação entre “Nem tudo
que é cientificamente possível é eticamente aceitável” (proposição de
Van Potter) e monitoramento do uso de material biológico em pesquisas
científicas.
Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta e é autoexplicativa.
Há uma conexão direta, no texto, entre a proposição “Nem tudo que é
cientificamente possível é eticamente aceitável” e a discussão da rela-
ção entre desenvolvimento científico e a vida. Esta é a defesa de todo o
texto.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque o texto
não traz a ideia de Van Potter atrelada a “controle”, e sim a ajudar as pes-
soas a pensarem nas possíveis implicações dos avanços da ciência so-
bre a vida.

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Alternativa E: INCORRETA. A alternativa se constitui em uma extrapola-
ção, haja vista não haver qualquer alusão ao termo “proibição”; propõe-
-se uma reflexão.

7. (FUVEST – USP – 2020) De modo geral, quando se pensa em clínica,


imagina-se um médico prescrevendo um remédio ou solicitando um exa-
me para comprovar ou não a hipótese de o usuário ter uma determinada
doença. No entanto, a clínica precisa ser muito mais do que isso, pois todos
sabemos que as pessoas não se limitam às expressões das doenças de
que são portadoras. Alguns problemas como a baixa adesão a tratamen-
tos, os pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos
usuários dos serviços de saúde, entre outros, evidenciam a complexidade
dos sujeitos que utilizam serviços de saúde e os limites da prática clínica
centrada na doença. É certo que o diagnóstico de uma doença sempre
parte de um princípio universalizante, generalizável para todos, ou seja,
ele supõe alguma regularidade e produz uma igualdade que é apenas
parcialmente verdadeira, por exemplo: um alcoolista é um alcoolista e
um hipertenso é um hipertenso.
Brasil. Ministério da Saúde. “Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singu-
lar”. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de
31 Humanização. 2. Ed. Série B - Textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2007.

Deduz-se corretamente do texto que a clínica deve:

Possuir diagnósticos e intervenções com base em informações ge-


neralizáveis.
Centrar-se na saúde para o alcance do tratamento dos pacientes.
Considerar a multiplicidade de características dos usuários para a
resolubilidade de seus casos.
Observar os sujeitos tendo como referência as expressões das doen-
ças de que são portadores.
Interferir na baixa adesão a tratamentos e na dependência dos pa-
cientes dos serviços de saúde.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO.

Dica do autor: Em algumas leituras, o candidato pode perder a ideia de-


fendida no texto por conta de suas opiniões em relação ao tema tratado.

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Vale ficar ligado para diferenciar o que o texto defende e o que o leitor
pensa a respeito do assunto.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto co-
loca que a clínica precisa ser mais do que prescrever, solicitar exame
ou comprovar hipótese. Afirma ainda que o diagnóstico de uma doença
sempre parte de um princípio universalizante. Há, entretanto, a demons-
tração de que é preciso observar “os limites da prática clínica centrada
na doença”.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto re-
mete a um cuidado com o paciente em sua diversidade e complexidade.
Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta, pois o texto foca
exatamente nesse aspecto: considerar a multiplicidade de característi-
cas de que usa os serviços de saúde como facilitador da resolubilidade
de casos.
Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto
propõe a observação das características do usuário/paciente em suas
vastas dimensões (não apenas as expressões das doenças) para, então,
construir as hipóteses e os diagnósticos.
Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a baixa ade-
são a tratamentos e a dependência dos pacientes dos serviços de saúde
32 são colocados no texto para caracterização de alguns tipos de usuários.
Não há, entretanto, a ideia de que a clínica deve interferir nisso. Associa-
-se isso ao modo como o clínico pode/deve atuar.

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CONHECIMENTOS GERAIS

8. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Na organização do Sistema Único


de Saúde (SUS), a Região de Saúde é um espaço geográfico contínuo,
constituído por grupos de municípios limítrofes, delimitado a partir de
identidades culturais, econômicas e sociais, com redes de comunicação
e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de in-
tegrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de
saúde. Para ser instituída, uma Região de Saúde deve conter, no mínimo,
as seguintes ações e serviços:

Atenção primária; urgência e emergência; atenção ambulatorial espe-


cializada; atenção hospitalar; vigilância epidemiológica; vigilância sanitária.
Atenção primária; atenção ambulatorial especializada; atenção hospi-
talar; programa de imunização; atenção psicossocial; unidade coronariana.
Atenção primária; vigilância em saúde; atenção psicossocial; atenção
ambulatorial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar.
Urgência e emergência; atenção primária; vigilância em saúde; atenção
psicossocial; sistema de informação em saúde; atenção hospitalar.
33 Prevenção e promoção da saúde; atenção primária; atenção ambula-
torial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar; central
de regulação de vagas.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.


Alternativa A: INCORRETA. A região deve ter ações e serviços de vigilân-
cia em saúde, a qual engloba: vigilância epidemiológica, ambiental, sani-
tária e saúde do trabalhador.
Alternativa B: INCORRETA. O Programa de imunização é vinculado à aten-
ção primária em saúde; assim como as unidades coronarianas estão re-
lacionadas à atenção hospitalar.
Alternativa C: CORRETA. A alternativa apresenta os incisos I a V, do art.
5º, do decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.
Alternativa D: INCORRETA. Os sistemas de informação em saúde são
instrumentos (da vigilância em saúde), que tem como objetivo o forne-
cimento de informações para análise e melhor compreensão de impor-

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tantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de de-
cisões nos níveis municipal, estadual e federal.
Alternativa E: INCORRETA. As ações de prevenção e promoção da saúde
estão relacionadas à atenção primária, e central de regulação de vagas
objetiva gerenciar o acesso às áreas hospitalar e ambulatorial, de forma
a ajudar a oferta às necessidades imediatas da população.
RESPOSTA: C

9. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Antônio tem um plano de saúde privado,


benefício fornecido pela empresa na qual trabalha. A caminho do traba-
lho, Antônio é atropelado, sofrendo um grave acidente. Ele é resgatado
pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e atendido no
pronto-socorro de um hospital público mais próximo. Este atendimento é
respaldado por qual princípio constitucional do Sistema Único de Saúde
(SUS)?

Equidade.
Integralidade.
Reciprocidade.
34
Universalidade.
Ressarcimento.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Lei 8.080/90


Alternativa A: INCORRETA. A equidade é um princípio que visa diminuir as
desigualdades, considerando as necessidades do cidadão aplicáveis em
cada caso, investindo onde há mais necessidade.
Alternativa B: INCORRETA. O princípio da integralidade, considera que as
pessoas devem ser tratadas como um todo indivisível e como tal, devem
ser atendidas em suas necessidades, de modo que este princípio está
relacionado a um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços de
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, para que seja assegu-
rada a atuação em diferentes áreas e níveis de complexidade.
Alternativa C: INCORRETA. Não se refere a um princípio do SUS.

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Alternativa D: CORRETA. O acesso aos serviços de saúde é universal a
todo cidadão em todos os níveis de assistência.
Alternativa E: INCORRETA. Não é princípio do SUS.
RESPOSTA: D

10. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Atualizada em 2017, a Política Nacional


de Atenção Básica (PNAB), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
estabelece parâmetros mínimos de alcance, infraestrutura e funciona-
mento dos serviços. Acerca da PNAB, é correto afirmar:

A Equipe de Saúde da Família é composta, no mínimo, por enfermeiro,


auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnera-
bilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população, com
número máximo de 750 pessoas por agente comunitário de saúde.
As Unidades Básicas de Saúde devem funcionar com carga horária
mínima de 30 horas semanais, no mínimo cinco dias da semana.
A população adscrita por equipe de Atenção Básica/Saúde da Família
35 deve ser de 3.000 a 4.500 pessoas.
Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-
AB) são serviços com unidades físicas independentes e especiais, de livre
acesso para atendimento individual ou coletivo.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Dica do Autor: Ver PNAB (2017)


Alternativa A: INCORRETA. A ESF deve ser composta no mínimo por mé-
dico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comuni-
dade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família;
auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde
(ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de combate às endemias
(ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencial-
mente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde
bucal.
Alternativa B: CORRETA. O número de ACS por equipe deverá ser defini-
do de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemio-
lógicos e socioeconômicos, de acordo com definição local.

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Alternativa C: INCORRETA. Há a obrigatoriedade de carga horária de 40
(quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde mem-
bros da ESF.
Alternativa D: INCORRETA. A população adscrita por equipe de Atenção
Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) deve ser de 2.000 a 3.500 pes-
soas.
Alternativa E: INCORRETA. O Nasf-AB configuram-se como equipes mul-
tiprofissionais que atuam de forma integrada com aos demais serviços
da rede. Esta atuação integrada permite realizar discussões de casos
clínicos; o atendimento compartilhado entre profissionais, tanto na
Unidade de Saúde como nas visitas domiciliares e possibilita a constru-
ção conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e qualificar
as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas
ações de saúde também podem ser intersetoriais, com foco prioritário
nas ações de prevenção e promoção da saúde.
RESPOSTA: B

11. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Bioética (“ética da vida”) é um cam-


po do conhecimento que aborda as possíveis implicações, positivas ou
36 negativas, dos avanços da ciência, assim como trata dos limites e das
finalidades da intervenção do homem sobre a vida. Qual das alternativas
a seguir NÃO apresenta um fundamento ou um princípio da Bioética?

Beneficência.
Justiça.
Confidencialidade.
Autonomia.
Respeito pela pessoa humana

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. O Princípio da Beneficência é o que estabelece


que o bem deve sempre ser realizado.
Alternativa B: CORRETA. O princípio da justiça requer o agir com equida-
de, isto é, com o reconhecimento das diferenças, das necessidades e do
direito de cada um. Normalmente, este princípio é interpretado através
da visão da justiça distributiva para o nivelamento das diferenças.

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Alternativa C: INCORRETA. A confidencialidade é um ramo da Bioética. É
um dos pilares fundamentais para a sustentação de uma relação profis-
sional de saúde-paciente/cliente produtiva e de confiança. A garantia da
preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal
contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional
é um dever profissional e também das instituições.
Alternativa D: CORRETA. O princípio da autonomia refere-se ao respei-
to à vontade do paciente. Segundo este princípio, ao paciente deve ser
dado o poder de tomar as decisões relacionadas ao seu tratamento.
Alternativa E: CORRETA. O Princípio do Respeito à Pessoa é composto
por algumas características, tais como a privacidade, a veracidade e a
autonomia.
RESPOSTA: C

12. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Sobre o financiamento do sistema


de saúde brasileiro, é correto afirmar:

Dentre os principais itens que compõem os gastos em saúde, a maior


despesa pública federal com saúde refere-se à assistência farmacêutica.
37 Do total de gastos do sistema de saúde brasileiro, a soma de gastos
púbicos, considerando as três esferas do Sistema Único de Saúde - SUS
(municípios, Estados e União), é menor que a soma de gastos privados
(gastos com planos de saúde, compra de medicamentos e desembolso
direto).
O financiamento do SUS melhorou significativamente a partir de 1997,
quando foi criado um tributo especificamente para financiar a saúde (a
Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF), com
destinação total para a expansão dos serviços públicos de saúde.
Os indivíduos e famílias são os maiores financiadores do mercado de
planos e seguros de saúde privados no Brasil.
Por lei, para a Saúde, os municípios devem disponibilizar, obrigato-
riamente, 12% de suas receitas (arrecadação de impostos), os Estados
devem aplicar, no mínimo, 15% de suas receitas, e a União deve destinar,
no mínimo, 10% de sua Receita Corrente Bruta.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

EBOOK ENFERMAGEM USP ○ SANAR


Alternativa A: INCORRETA. O principal gasto do governo com saúde ainda
é com a assistência ambulatorial e hospitalar.
Alternativa B: CORRETA. O Brasil, apesar de ter por mandato constitu-
cional um sistema público de saúde de acesso universal, apresenta o
gasto privado em saúde superior ao gasto público.
Alternativa C: INCORRETA. A CMPF foi criada pela Lei nº 9.311/1996, com
vigência entre 1997 e 2007, quando sua prorrogação foi vetada pelo
Congresso Nacional. Inicialmente destinava-se integralmente à Saúde,
mas, posteriormente foi compartilhada com a Previdência e com outros
programas sociais.
Alternativa D: INCORRETA. Além dos indivíduos e famílias, empresas
também financiam o mercado de planos e seguros de saúde. Mas, são
os incentivos financeiros do Estado que mais chamam a atenção neste
contexto.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com a Lei complementar nº 141, de
13 de janeiro de 2012, municípios e Distrito Federal devem aplicar anual-
mente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e ser-
viços públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da União,
o montante aplicado deve corresponder ao valor empenhado no exer-
cício financeiro anterior, acrescido do percentual relativo à variação do
Produto Interno Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei orçamentária
38
anual.
RESPOSTA: B

13. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No Brasil, as mudanças nas taxas


de mortalidade e morbidade estão relacionadas, entre outros fatores,
a transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais. Quais são,
atualmente, as principais causas de morte no Brasil, considerando taxas
nacionais de mortalidade?

Doenças do aparelho circulatório, câncer e causas externas.


Câncer, doenças do aparelho circulatório e doenças infecciosas.
Doenças do aparelho circulatório, doenças infecciosas e homicídios.
Diabetes, hipertensão e câncer.
Doenças crônicas não transmissíveis, homicídios e Alzheimer e outras
demências.

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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. No Brasil, as principais causas de morte, já são as


doenças não transmissíveis, com destaque para as doenças do aparelho
cardiovascular, os diversos tipos de câncer e as causas externas, entre as
quais, as mais significativas são a violência e os acidentes de trânsito.
Alternativa B: INCORRETA. Embora as doenças infecciosas sejam ainda
importantes, há no Brasil, um crescimento significativo e preocupante
em relação às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
Alternativa C: INCORRETA. Apesar das altas taxas de mortalidade pelas
doenças citadas, não se pode esquecer da mortalidade por causas ex-
ternas, que apresentam um número impressionante.
Alternativa D: INCORRETA. O Brasil é considerado um país de renda mé-
dia-alta, e apenas os países de baixa renda ainda têm um percentual
maior de mortes por doenças infecciosas.
Alternativa E: INCORRETA. Apesar do crescente aumento dos casos de
Alzheimer e outras demências no Brasil, estes ainda não configuram as
principais causas de morte no país, mas chamam a atenção pelo impacto
que causam ao sistema de saúde.
RESPOSTA: A
39

14. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Atenção Primária em Saúde (APS)


pressupõe:
1) o acompanhamento e a continuidade da relação de cuidado, com cons-
trução de vínculo entre profissionais e usuários ao longo do tempo, de
modo permanente e consistente;
2) o acompanhamento e a organização do fluxo dos usuários, entre os
diversos serviços, estruturas e pontos da rede de saúde, de forma con-
tínua e integrada.
Assinale as diretrizes/atributos da APS correspondentes às descrições
nos itens 1 e 2, respectivamente:

Horizontalidade (1) e Territorialização (2).


Resolutividade (1) e Ordenação da Rede (2).
Equidade (1) e Descentralização (2).
Longitudinalidade (1) e Coordenação do Cuidado (2).
Continuidade (1) e Integralidade (2).

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GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. Horizontalidade consiste na articulação ou


fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especia-
lidade, é utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cober-
tura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde
através de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em re-
lação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da uni-
dade).O processo de territorialização significa organizar os serviços de
acordo com o território, ou seja, conhecer o território e a partir das suas
necessidades organizar os serviços. Envolve a compreensão sobre os
papéis das configurações territoriais na produção de vulnerabilidades
sociais que prejudicam ou potencializam a saúde e as condições de vida
sociais e individuais.
Alternativa B: INCORRETA. Resolutividade é a capacidade de dar uma so-
lução aos problemas do usuário do serviço de saúde de forma adequada,
no local mais próximo de sua residência ou encaminhando-o aonde suas
necessidades possam ser atendidas conforme o nível de complexida-
de. Em relação à ordenação das Redes de Atenção à Saúde pela APS,
pressupõe-se que o planejamento do uso dos recursos financeiros, da
necessidade de formação profissional e das ações e serviços que con-
formam as RAS seja programado, estruturado, disposto, organizado,
40 estabelecido, portanto, ordenado, a partir das necessidades de saúde
da população.
Alternativa C: INCORRETA. Por Equidade, entende-se o princípio da jus-
tiça social, que busca diminuir desigualdades. Por Descentralização
entende-se que, a partir do conceito constitucional do comando único,
cada esfera do governo é autônoma e soberana em suas decisões e ati-
vidades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Neste sentido, a autoridade sanitária do SUS é exercida nos 3 níveis de
governo: na União, pelo ministro da saúde; nos estados, pelos secretá-
rios estaduais de saúde; e, nos municípios, pelos secretários municipais
de saúde.
Alternativa D: CORRETA. A longitudinalidade trata do acompanhamento
do paciente ao longo do tempo por profissionais da equipe de APS, e é
considerada característica central deste nível assistencial. A coorde-
nação do cuidado significa estabelecer conexões de modo a alcançar o
objetivo maior de prover/atender às necessidades e preferências dos
usuários na oferta de cuidados em saúde, com elevado valor, qualidade
e continuidade.

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Alternativa E: INCORRETA. O termo continuidade é muitas vezes utiliza-
do com significado semelhante ao de longitudinalidade. Já por Integra-
lidade têm-se a garantia do fornecimento de um conjunto articulado e
contínuo de ações e serviços (preventivos, curativos e coletivos), exigi-
dos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência.
RESPOSTA: D

15. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No início do século XX, a Saúde Pú-


blica no Brasil foi marcada pelo combate a doenças e epidemias, com
campanhas coercitivas que geravam descontentamento da população.
Isso levou à Revolta da Vacina, em 1904, episódio de resistência a uma
campanha de vacinação obrigatória liderada pelo sanitarista Oswaldo
Cruz, então Diretor Geral de Saúde Pública. Essa campanha contestada
era destinada a combater qual doença da época?

Peste bubônica.
Sarampo.
Varíola.
Rubéola.
41
Febre amarela.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. A peste bubônica se deu no século XIV, e dizi-


mou um terço da população europeia.
Alternativa B: INCORRETA. A vacina contra o sarampo foi introduzida no
Brasil na década de 1960.
Alternativa C: CORRETA. A Revolta da vacina, foi uma rebelião popular,
ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em novembro de 1904. A população
contestava contra a vacina anti-varíola.
Alternativa D: INCORRETA. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e
rubéola) foi implantada gradativamente no Brasil entre os anos de 1992
até o ano 2000.
Alternativa E: INCORRETA. A vacina da febre amarela é produzida no
Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-
-Manguinhos.
RESPOSTA: C

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CONHECIMENTOS ESPECÍFCOS

16. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Idoso, de 75 anos, foi diagnosticado


há 2 anos com Doença de Mal de Alzheimer. Ele apresenta-se confuso,
emagrecido e dispneico. Está acompanhado pela filha, que é a principal
cuidadora. Após avaliação médica, há a indicação de passagem de sonda
entérica para alimentação. O enfermeiro executa o procedimento sem
a presença e autorização do cuidador principal e este, quando retorna,
exige a retirada da sonda. De acordo com o Código de Ética Profissional,
houve infração por parte do enfermeiro que executou o procedimento?

Sim, pois o enfermeiro executou o procedimento sem o consentimento


formal da pessoa ou responsável legal.
Não, pois o enfermeiro executou o procedimento que salvaria a vida
do idoso.
Sim, pois o enfermeiro deveria ter solicitado autorização ao médico
para executar o procedimento.
Não, pois não é necessário solicitar o consentimento formal para o
paciente ou acompanhante, visto que o idoso estava emagrecido.
42 Sim, pois o enfermeiro executou o procedimento antes de estabilizar
hemodinamicamente o idoso.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ler Resolução Cofen nº 564/2017, que aprova o Novo Có-
digo de ética dos Profissionais de Enfermagem
Alternativa A: CORRETA. Houve infração, pois, o Código de ética, afirma
no art. 50, que é dever dos profissionais de enfermagem assegurar a
prática profissional mediante consentimento prévio do paciente, repre-
sentante ou responsável legal, ou decisão judicial.
Alternativa B: INCORRETA. Houve infração, pois, conforme Art. 77 do Có-
digo de Ética, é proibido executar procedimentos ou participar da assis-
tência à saúde sem o consentimento formal da pessoa ou de seu repre-
sentante ou responsável legal, exceto em iminente risco de morte.
Alternativa C: INCORRETA. Houve infração, pois o enfermeiro deveria ter
solicitado o consentimento do paciente, representante ou responsável
legal.

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Alternativa D: INCORRETA. Houve infração e o caso não se trata de um
paciente com iminente risco de morte, ou seja, não representa uma ex-
ceção a regra, que é a de solicitar o consentimento formal do paciente
ou de seu representante ou responsável legal.
Alternativa E: INCORRETA. Houve a infração, mas a justificativa não con-
diz com a apresentação do caso.
RESPOSTA: A

17. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Ao executar o Processo de Enfer-


magem, o enfermeiro é responsável por fazer o levantamento de dados,
diagnósticos de enfermagem, prescrever cuidados e acompanhar a evo-
lução do paciente. Devido à dinâmica intensa do plantão noturno, o enfer-
meiro não documentou formalmente, por meio da anotação e evolução
de enfermagem, as intercorrências de dois pacientes que apresentaram
mudanças significativas de seu estado geral. Nesta situação, o enfermeiro

não infringiu os seus deveres, pois houve intercorrências no plantão,


justificando a falta de registro.
deixou de cumprir um de seus deveres, que é documentar formalmente
43 as etapas do processo de enfermagem.
não infringiu os seus deveres, pois o enfermeiro do plantão da manhã
poderá fazer o registro da evolução.
deixou de cumprir um de seus deveres, que é informar verbalmente a
mudança do estado geral do paciente.
não infringiu os seus deveres, pois ele, durante a passagem de plantão,
comunicou as alterações fisiológicas ocorridas nos pacientes.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ler Resolução Cofen nº 564/2017, que aprova o Novo Có-
digo de ética dos Profissionais de Enfermagem
Alternativa A: INCORRETA. Infringiu os seus deveres, pois o art. 38 apon-
ta como dever do profissional prestar informações escritas e/ou ver-
bais, completas e fidedignas, necessárias à continuidade da assistência
e segurança do paciente.
Alternativa B: CORRETA. O art. 37, do Código de Ética, aponta que é um
dever do profissional, documentar formalmente as etapas do processo
de Enfermagem, em consonância com sua competência legal.

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Alternativa C: INCORRETA. Pois, de acordo com o art. 88, é proibido ao
profissional de enfermagem registrar e assinar as ações de Enferma-
gem que não executou, bem como permitir que suas ações sejam assi-
nadas por outro profissional.
Alternativa D: INCORRETA. O profissional deixou de cumprir seus deve-
res, visto que não observou os art. 36 e 37 do Código de ética.
Alternativa E: INCORRETA. O profissional infringiu os seus deveres, pois
o artigo 36, do Código de ética, afirma que cabe ao profissional registrar
no prontuário e em outros documentos as informações inerentes e in-
dispensáveis ao processo de cuidar de forma clara, objetiva, cronológi-
ca, legível, completa e sem rasuras.
RESPOSTA: B

TEXTO PARA AS QUESTÕES 18 E 19


C.M.F., 25 anos apresenta atraso menstrual de 30 dias, aumen-
to do volume das mamas, salivação excessiva e suspeita de que
pode estar grávida. A data da última menstruação de C.M.F. foi
44 10/02/2019.

17. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Essa paciente pode ter certeza da


gravidez pela

mudança no apetite.
saída de colostro pelo mamilo.
constatação de saco gestacional na ultrassonografia.
parede vaginal aumentada.
sonolência excessiva.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Caderno de Atenção básica – assistência ao pré-na-


tal de baixo risco
Alternativa A: INCORRETA. A mudança de apetite, assim como a presen-
ça de náuseas, vômito, tonturas e sialorréia são exemplos de sinais de
presunção de gravidez.

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Alternativa B: INCORRETA. A saída de colostro pelo mamilo é sinal de
presunção de gravidez.
Alternativa C: CORRETA. Assim como a constatação de saco gestacional
na ultrassonografia, são sinais de certeza de gravidez, a presença de ba-
timentos cardíacos fetais e a percepção de movimentos fetais.
Alternativa D: INCORRETA. Parede vaginal aumentada é sinal de probabi-
lidade de gravidez
Alternativa E: INCORRETA. Sonolência excessiva é sinal de presunção de
gravidez.
RESPOSTA: C

19. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Segundo os Cadernos de Atenção


Básica, uma das formas de calcular a data provável do parto é seguir a
Regra de Näegele. Com base no caso relatado, qual será a data provável
do parto de C.M.F.?

21/11/2019.
10/12/2019.
45 20/11/2019.
17/11/2019.
16/12/2019.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Caderno de Atenção básica – assistência ao pré-natal


de baixo risco: Regra de Näegele.
RESOLUÇÃO:
Regra de Näegele.
DUM: 10/02/2019
Somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação (07+ 10 =17)
Subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação ou
adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março
(02 + 09=11).
DPP: 17/11/2019
RESPOSTA: D

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20. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No puerpério, habitualmente as
mulheres apresentam fissuras quando

a criança não consegue retirar leite suficiente da mama, acarretando


agitação e choro do bebê.
as mamas ficam doloridas, edemaciadas, com a pele brilhante e, às
vezes, avermelhada.
há um processo inflamatório ou infeccioso, habitualmente a partir da
segunda semana após o parto.
as mamas ficam flácidas e doloridas após as mamadas.
a amamentação é praticada com o bebê posicionado de forma errada
ou quando a pega está incorreta.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Dica do Autor: Ver Cadernos de Atenção Básica – Atenção ao Pré-natal


de baixo risco
Alternativa A: INCORRETA. É a pega incorreta do mamilo, que faz com
que a criança não consiga retirar leite suficiente. A pega errada, só no
mamilo, provoca dor e fissuras, o que faz a mãe ficar tensa, ansiosa e
46 perder a autoconfiança, pois começa a acreditar que o seu leite seja in-
suficiente e/ou fraco.
Alternativa B: INCORRETA. A descrição desta alternativa, refere-se às
mamas ingurtitadas, que acontecem, habitualmente, na maioria das mu-
lheres, do terceiro ao quinto dia após o parto. Nestas situações, a mulher
também pode apresentar febre. Para evitar ingurgitamento, a pega e a
posição para a amamentação devem estar adequadas e, quando houver
produção de leite superior à demanda, as mamas devem ser ordenhadas
manualmente.
Alternativa C: INCORRETA. A descrição nesta alternativa, se refere a
mastite.
Alternativa D: INCORRETA. A flacidez mamária ocorre à medida que as
mamas diminuem de tamanho após a gravidez. E a dor, geralmente está
associada às dificuldades com o aleitamento no período puerperal.
Alternativa E: CORRETA. Habitualmente, as fissuras ocorrem quando a
amamentação é praticada com o bebê posicionado errado ou quando a
pega está incorreta. Os hábitos de manter as mamas secas, não usar sa-
bonetes, cremes ou pomadas também ajudam na prevenção. Recomen-

EBOOK ENFERMAGEM USP ○ SANAR


da-se tratar as fissuras com o leite materno do fim das mamadas, com o
banho de sol e a correção da posição e da pega.
RESPOSTA: E

21. (FUVEST-COREMU-USP-2020) M.F., 18 anos, foi internado na enfer-


maria, pois apresenta celulite em membro inferior esquerdo. Possui, como
antecedentes, Lupus e trombose de membro inferior em tratamento com
heparina subcutânea. A enfermeira, ao examinar o membro acometido,
percebe circunferência de coxa esquerda 2 cm maior que da coxa direi-
ta, hematomas, calor e dor à palpação na região acometida; perfusão
periférica inferior a 2 segundos. M.F. permanece internado por 7 dias,
fazendo uso de antibiótico e analgésicos. No oitavo dia de internação, a
enfermeira registra, em seu prontuário, “Integridade da pele prejudicada”
como resolvida, e o paciente recebe alta hospitalar. As frases destacadas
no texto (sublinhadas) referem-se, respectivamente, a quais etapas do
processo de enfermagem?

1 – Histórico; 2 – Evolução e Prescrição.


1 – Prescrição; 2 – Diagnóstico e Evolução.
47 1 – Histórico; 2 – Diagnóstico e Evolução.
1 – Diagnóstico; 2 – Histórico e Prescrição.
1 – Evolução; 2 – Prescrição e Diagnóstico.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O segundo texto sublinhado refere-se ao


diagnóstico de enfermagem e evolução.
Alternativa B: INCORRETA. O primeiro texto sublinhado refere-se ao his-
tórico de enfermagem, que compreende: a coleta de dados – por meio
da anamnese/entrevista e realização do exame físico.
Alternativa C: CORRETA. O primeiro texto sublinhado aponta uma des-
crição do exame físico do paciente, portanto, refere-se ao histórico de
enfermagem. E o segundo trecho sublinhado, apresenta um Diagnóstico
de Enfermagem, que é um julgamento clínico sobre as respostas do indi-
víduo aos seus problemas da saúde e em seguida a evolução/avaliação
do caso, entendida como a análise da resposta do paciente, frente às in-
tervenções de enfermagem.

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Alternativa D: INCORRETA. O trecho 2 refere-se à diagnóstico e não con-
templa a prescrição de enfermagem, que é entendida como um conjunto
de medidas que direciona a assistência de enfermagem, os cuidados de
enfermagem.
Alternativa E: INCORRETA. O trecho 1 mostra claramente a primeira fase
do processo de enfermagem (histórico) e o segundo trecho, o Diagnósti-
co de Enfermagem e Evolução do caso.
RESPOSTA: C

22. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Considerando os 10 passos para a


segurança do paciente, em relação ao passo 2 (Cuidado limpo e cuidado
seguro), pode-se afirmar que a higienização das mãos deve ser realizada:

após o contato com o paciente.


antes e após a realização de procedimentos assépticos.
antes e após contato com material biológico.
antes e após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao
paciente.
48 por familiares e visitantes, após contato com o familiar internado.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Cartilha 10 passos para a segurança do paciente


Alternativa A: INCORRETA. A higienização das mãos deve ser realizada,
obrigatoriamente, antes e após o contato com o paciente.
Alternativa B: CORRETA. Além do exposto na alternativa, para a higieni-
zação pode-se utilizar água e sabão ou álcool gel (quando não há sujida-
de visível nas mãos).
Alternativa C: INCORRETA. A higienização das mãos deve ocorrer após
contato com material biológico.
Alternativa D: INCORRETA. A higienização das mãos deve ocorrer após
contato com o mobiliário e equipamentos próximo ao paciente.
Alternativa E: INCORRETA. As recomendações referidas devem ser reali-
zadas pelos profissionais de saúde, para qualificar o cuidado em saúde.
RESPOSTA: B

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23. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Durante a avaliação de dor torácica
apresentada por um paciente, pode-se afirmar que a dor é provocada pela
Angina de peito quando essa dor

é subesternal ou retroesternal, alastrando-se através do tórax, com


duração entre 5 e 15 minutos.
é intensa e aguda ou localizada à esquerda do esterno, com duração
intermitente.
é subesternal ou sobre o precórdio, podendo disseminar-se ampla-
mente pelo tórax, com duração superior a 15 minutos.
surge da porção superior do abdome e o paciente consegue localizá-la,
com duração superior a 30 minutos.
é subesternal, com duração entre 5 a 60 minutos.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Dica do Autor: Ver Avaliação da dor Torácia em Brunner & Suddarth, Tra-
tado de Enfermagem Médico-cirúrgica
Alternativa A: CORRETA. A dor anginosa é caracterizada como um des-
conforto, aperto ou plenitude na região subesternal, que pode irradiar-
49 -se pelo tórax e, com duração que varia de 5 a 15 minutos.
Alternativa B: INCORRETA. A dor descrita nesta alternativa é a relaciona-
da à pericardite, que cursa com dor epigástrica ou subesternal intensa
e aguda, que pode irradiar-se para o pescoço, braços e costas. Os outros
sintomas associados incluem febre, mal-estar, dispneia, tosse, náuseas,
tonturas e palpitações. E, com duração intermitente
Alternativa C: INCORRETA. A dor descrita refere-se à síndrome coronária
aguda (angina instável, infarto agudo do miocárdio).
Alternativa D: INCORRETA. A dor epigástrica referida está relacionada
aos distúrbios pulmonares.
Alternativa E: INCORRETA. A dor subesternal, com duração entre 5 a 60
minutos, que muitas vezes simula a angina, é a provocada por distúrbios
esofágicos.
RESPOSTA: A

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24. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Certos distúrbios ou comportamen-
tos estão associados a maior incidência de doença arterial coronariana.
Assim, o enfermeiro, durante a avaliação cardiovascular, deve investigar
fatores de risco que podem ser modificados pela alteração do estilo de
vida ou mudança comportamental. O fator de risco que NÃO pode ser
modificado é:

Colesterol sanguíneo elevado.


Tabagismo.
Obesidade.
Histórico familiar positivo para problemas cardiovasculares.
(E) Estresse.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. Os valores de colesterol podem ser equilibra-


dos com modificações na dieta.
Alternativa B: INCORRETA. Entre as principais recomendações não me-
dicamentosas para a prevenção de doença arterial coronariana é o com-
bate ao tabagismo. Logo, o tabagismo é um fator de risco modificável, e
50 a cessação do tabagismo é uma importante estratégia neste contexto.
Alternativa C: INCORRETA. A obesidade pode ser modificada através de
um tratamento dietoterápico, medicamentoso ou cirúrgico. A prática da
atividade física deve ser incentivada, bem como as ações de educação
em saúde. Além de ser importante também considerar os distúrbios ali-
mentares que possam estar relacionados a esta condição.
Alternativa D: CORRETA. Assim como o histórico familiar, outros fatores
não podem ser modificáveis, por exemplo: o envelhecimento.
Alternativa E: INCORRETA. Controlar o estresse é um desafio na atuali-
dade, mas é possível por exemplo, incorporando medidas como: ativida-
de física e/ou meditação e outras práticas alternativas no cotidiano.
RESPOSTA: D

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25. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Paciente de 25 anos está sendo aten-
dido no pronto-socorro, pois sofreu traumatismo craniano após acidente
de moto e necessitará de intervenção cirúrgica. Segundo as categorias de
cirurgia baseadas na urgência, esse paciente necessitará de uma cirurgia

opcional.
eletiva.
requerida.
de urgência.
de emergência.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. São exemplos de cirurgias opcionais, as cirur-


gias plásticas quando relacionadas à estética.
Alternativa B: INCORRETA. A cirurgia requerida pode aguardar por sema-
nas ou meses, o que não é o caso do paciente que precisa de intervenção
imediata.
Alternativa C: INCORRETA. A cirurgia eletiva pode ser programada com
antecedência e aguardar a ocasião mais propícia para sua realização.
51
Alternativa D: INCORRETA. A cirurgia de urgência requer atenção e pode
ser realizada no prazo de 24 a 48 horas, é o caso de cirurgia de apendi-
cectomia, por exemplo.
Alternativa E: CORRETA. A cirurgia de emergência se dar em decorrên-
cia de situação crítica que requer atenção imediata.
RESPOSTA: E

26. (FUVEST-COREMU-USP-2020) J.K.M., 65 anos, está passando em


consulta com a enfermeira na Unidade Básica de Saúde pela segunda
vez no mês, pois, na consulta anterior, verificou-se pressão arterial de
135 x 89 mmHg. Nessa segunda consulta, a enfermeira verificou pressão
arterial de 127 x 84 mmHg. Assim, pode-se afirmar que J.K.M.

está hipertenso grau 1 e necessita de retorno em 1 ano.


está hipertenso grau 2 e necessita de retorno em 1 mês.
está hipertenso grau 1 e necessita de retorno em 1 mês.

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está pré-hipertenso e necessita de retorno em 1 ano.
não está hipertenso e necessita de retorno em 2 anos.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2016)


Alternativa A: INCORRETA. A Hipertensão grau 1, considera quando o in-
divíduo apresenta PAS (mmHg) > 140-159 e PAD (mmHg) >90-99.
Alternativa B: INCORRETA. A Hipertensão grau 2, considera quando o in-
divíduo apresenta PAS (mmHg) > 160-179 e PAD (mmHg) >100-109.
Alternativa C: INCORRETA. Indivíduos com risco cardiovascular baixo, a
reavaliação deve ser em um ano.
Alternativa D: CORRETA. É considerado pré-hipertensão, quando de
acordo com a medição casual ou no consultório o indivíduo apresenta
PAS (mmHg) > 121-139 e PAD (mmHg) >81-89.
Alternativa E: INCORRETA. A pressão arterial é considerada normal quan-
do o indivíduo apresenta PAS (mmHg) ≤ 120 e PAD (mmHg) ≤80.
RESPOSTA: D

52
27. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A ocorrência de demência vem cres-
cendo na população idosa, principalmente pela alta incidência dos aciden-
tes vasculares cerebrais. Durante a avaliação psicossocial, é fundamental
que o enfermeiro avalie sinais de comprometimento

cognitivo, da comunicação, da memória e comportamental.


da movimentação, cognitivo, da fala e de humor.
da memória, da movimentação e da fala.
do raciocínio lógico, da visão e da comunicação.
do humor, da movimentação e comportamental.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Orientações Técnicas para a Implementação de Linha


de Cuidado para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no Sistema
Único de Saúde – SUS.

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Alternativa A: CORRETA. Esses sinais podem ser indicativos da presença
de demências e aliados a uma avaliação aprofundada poderão confir-
mar o diagnóstico.
Alternativa B: INCORRETA. No idoso, os principais transtornos de humor
que trazem importantes impactos para a saúde e para a capacidade fun-
cional são a depressão e a ansiedade, inclusive por serem importantes
fatores de risco para o suicídio.
Alternativa C: INCORRETA. Na avaliação psicossocial se avalia sinais de
comprometimento da comunicação, não somente da fala. E sinais de
comprometimento da movimentação são avaliados em outras dimen-
sões (clínica e funcional).
Alternativa D: INCORRETA. O comprometimento da visão pode interferir
na capacidade funcional do idoso.
Alternativa E: INCORRETA. Os sinais de comprometimento da movimen-
tação devem ser avaliados na dimensão clínica e funcional, visto que,
a dimensão clinica considera o histórico de saúde-doença por meio de
uma anamnese ampliada e centrada no idoso, e o exame físico tradicio-
nal enquanto que a dimensão funcional considera de forma objetiva a
capacidade ou não da pessoa de realizar atividades da vida diária.
RESPOSTA: A
53

28. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Sabendo-se que o Projeto Terapêutico


Singular (PTS) é definido como uma estratégia de cuidado que articula
um conjunto de ações resultantes do diálogo e da construção coletiva de
uma equipe multidisciplinar, verifique quais afirmações são verdadeiras:

I. O PTS considera as necessidades, as expectativas, as crenças e o


contexto social da pessoa;
II. Com o PTS, não é possível programar intervenções preventivas,
pois seu objetivo é intervir em pessoas com agravos à saúde.
III. O PTS prevê intervenções no campo clínico, psicossocial e funcional.
Assinale a alternativa correta:

Apenas I e II são verdadeiras.


Apenas I e III são verdadeiras.
Apenas II e III são verdadeiras.
I, II e III são verdadeiras.
Apenas II é verdadeira.

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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Documento base para gestores e trabalhadores do


SUS.
Assertiva I: CORRETA. O PTS é um instrumento que considera a historici-
dade e as necessidades individuais do usuário que se encontra inserido
num contexto.
Assertiva II: INCORRETA. O PTS envolve também ações preventivas, por
exemplo, para evitar o agravamento de doenças e condições do pacien-
te/ciente e/ou aparecimento de novas complicações.
Assertiva III: CORRETA. O PTS constitui-se uma importante estratégia
de intervenção, pois contempla uma abordagem integral aos indivíduos
de determinada família, com o planejamento de ações interdisciplinares
e sistematizadas, através da clínica ampliada. É construído a partir dos
debates entre a família e a equipe multiprofissional de saúde e analisa
de forma holística as situações de doença, de vulnerabilidade e os as-
pectos biopsicossociais, propondo terapêuticas, intervenções e reava-
liações.
Desse modo a alternativa correta deve contemplar as assertivas I e III.
RESPOSTA: B
54

29. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Segundo Wright e Leahey (2012), “o


genograma e o ecomapa são instrumentos particularmente úteis para
delinear as estruturas internas e externas da família”. Ainda segundo as
autoras, esses instrumentos podem ser assim descritos:

O genograma é um diagrama do grupo familiar, que pode oferecer


dados sobre saúde, ocupação, religião, etnia e migrações dos membros
da família; o ecomapa é um diagrama do contato da família com outros
indivíduos, representando os vínculos importantes entre a família e o
mundo.
O genograma é um diagrama do grupo familiar nuclear, representado
pela pessoa índice, seus pais e seus filhos, e traz dados importantes como
sexo, idade, saúde e ocupação dos membros da família; o ecomapa é um
diagrama do contato entre os membros da família, representando os
vínculos entre eles.

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O genograma é um diagrama dos vínculos entre os membros de uma
família, representado por linhas entre cada indivíduo; o ecomapa é um
diagrama representado pela pessoa índice e pelos demais membros da
família e oferece dados sobre saúde, ocupação, religião e etnia.
O genograma e o ecomapa são construídos de forma conjunta, sempre
associados um ao outro. São uma representação gráfica do grupo familiar
que inclui dados como idade, sexo, ocupação, religião e etnia de cada um
dos membros da família, e seus vínculos entre si.
O genograma é um diagrama do grupo familiar, que oferece dados sobre
sexo, idade, saúde, ocupação, religião, etnia e migrações dos membros
da família; o ecomapa é um diagrama do contato entre os membros da
família, representando os vínculos importantes entre si.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. O genograma é um diagrama representativo do


grupo familiar, ou seja, é uma árvore familiar que representa a estrutura
interna. Tem como objetivo principal auxiliar na avaliação, planejamen-
to e intervenção familiar e permite ainda, observar de forma clara quais
membros constituem a família, além da identificação das principais en-
fermidades, facilitando o plano terapêutico. Por sua vez, o ecomapa é um
55 complemento do genograma e consiste em uma representação gráfica
dos contatos dos membros da família com a comunidade, permitindo
avaliar as redes e apoios sociais disponíveis e sua utilização pela família.
Este é um instrumento dinâmico, pois mostra a ausência ou presença de
recursos sociais, culturais e econômicos de um determinado momento
do ciclo vital da família.
Alternativa B: INCORRETA. O genograma demostra a representação grá-
fica de dados sobre a família e durante a sua construção há a visualização
da dinâmica familiar e as relações entre seus membros. Para sua cons-
trução é necessário eleger um usuário índice, para ser utilizado como
referência. No ecomapa o diagrama envolve as relações extrafamiliares.
Alternativa C: INCORRETA. No genograma é preciso definir uma pessoa
de origem, a qual é denominada pessoa índice, para ser tomada como
ponto de referência para as relações interpessoais, familiares e gera-
cionais de ascendência e descendência. No ecomapa as linhas indicam
o tipo de conexão entre os membros da família e a rede social da famí-
lia. Linhas contínuas representam ligações fortes, pontilhadas ligações
frágeis, linhas tortuosas demonstram aspectos estressantes e as setas
significam energia e fluxo de recursos.

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Alternativa D: INCORRETA. O ecomapa considera mais do que a família
e os vínculos entre os membros da família, este diagrama considera as
relações entre os indivíduos, a família e a rede social ou a comunidade,
mostra as relações extrafamiliares e fornecendo informações sobre os
problemas nestas relações.
Alternativa E: INCORRETA. O ecomapa representa os recursos disponí-
veis e acessados pela família, ou seja, mostra as experiências da família
em suas relações extrafamiliares.
RESPOSTA: A

30. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A coleta e o levantamento de dados


são fundamentais para o processo de enfermagem. Ao realizar o exame
físico de Matheus, 4 meses, o enfermeiro elegeu o diagnóstico de enfer-
magem “desobstrução ineficaz de vias aéreas”. Quais sinais e sintomas
encontrados justificam essa escolha?

Bradipneia, bradicardia, tosse produtiva, dor torácica e febre.


Taquipneia, dispneia, sibilos difusos na ausculta pulmonar, tosse ine-
ficaz e expectoração.
56 Taquipneia, tosse ausente, pele corpórea rendilhada, febre e recusa
alimentar.
Dispneia, expectoração, tosse ausente, olhos arregalados e sinais de
desidratação.
Agitação, obstrução nasal, dispneia, edema nos pés e vômitos.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Diagnóstico de Enfermagem de Nanda-I


Alternativa A: INCORRETA. Bradicardia, Dor torácica e febre não dão su-
porte à precisão do diagnóstico de enfermagem de desobstrução inefi-
caz de vias aéreas (DIVA).
Alternativa B: CORRETA. Os sinais e sintomas apresentados relacionam-
-se ao diagnóstico de DIVA, que refere-se à incapacidade de eliminar
secreções ou obstruções do trato respiratório para manter a via aérea
desobstruída.
Alternativa C: INCORRETA. Pele corpórea rendilhada, febre e recusa ali-
mentar não são características definidoras do diagnóstico de DIVA.

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Alternativa D: INCORRETA. Sinais de desidratação não se enquadra no
quadro esperado de DIVA.
Alternativa E: INCORRETA. Edema nos pés e vômitos não estão relacio-
nados ao quadro de DIVA.
RESPOSTA: B

31. (FUVEST-COREMU-USP-2020) O cuidado centrado na família e na


criança é fundamental para minimizar os fatores estressores durante a
doença e a hospitalização. A principal tensão, dos 6 meses de vida até
a idade pré-escolar, é a ansiedade de separação. Acerca desse tema, é
possível assegurar que:

os três estágios da ansiedade da separação são o protesto, o deses-


pero e o conformismo.
as manifestações de ansiedade de separação podem incluir choros,
gritos, procura pelos pais, rejeição ao contato com estranhos, agressões
verbais e físicas, além de tristeza, perda de interesse pelo ambiente, re-
gressão para comportamentos anteriores e recusa em comer ou beber.
Os cuidados de enfermagem às crianças no hospital visam manter
57 a separação para aumento do controle sobre a criança, usar atividades
lúdicas ou expressivas para reduzir o estresse e fazer a adaptação do
paciente à situação de hospitalização.
A admissão em um cenário de pacientes externos, em um setor de
emergência, em quarto de isolamento ou em UTI facilita a adaptação da
criança à internação, pois a família dela poderá permanecer em determi-
nados momentos.
Se uma criança está chorando alto devido à separação dos pais, recusa
a atenção de qualquer outra pessoa e está inconsolável em seu sofrimento,
o enfermeiro deve manter-se afastado dela, sem contato visual ou toque,
a fim de facilitar sua adaptação ao distanciamento.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. A ansiedade da separação tem apresentação


clínica heterogênea, porém, existem 3 características chaves: medos
excessivos e persistentes ou preocupações antes e no momento da se-
paração; sintomas comportamentais e somáticos (antes, durante e de-

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pois da separação) e evitação persistente ou tentativas de escapar da
situação de separação.
Alternativa B: CORRETA. Em momentos que a separação entre a criança
e a família são imprescindíveis (por exemplo, em virtude de procedimen-
tos cirúrgicos), as crianças precisam ser preparadas, isso ajuda a reduzir
a ansiedade e medo, além de impactos traumáticos.
Alternativa C: INCORRETA. A assistência à criança hospitalizada utiliza
como estratégia central o incentivo aos pais ou responsáveis, para que
permaneçam com as crianças durante as internações, diminuindo o es-
tresse e as dificuldades de adaptação.
Alternativa D: INCORRETA. Setores fechados dificultam a adaptação
da criança, pois a família não pode permanecer continuamente ao lado
dela, o que amplia o sofrimento.
Alternativa E: INCORRETA. Diante da situação o enfermeiro deve esti-
mular a participação dos pais no cuidado, para minimizar o sofrimento,
medo e ansiedade da criança; estabelecer vínculo de confiança com a
criança; explicar os procedimentos e equipamentos para a criança; ofe-
recer medidas de conforto para a criança (embalar, músicas, brinque-
dos); propiciar atividades de recreação, entre outros.
RESPOSTA: B
58

32. (FUVEST-COREMU-USP-2020) O médico prescreveu, para um pa-


ciente internado na clínica cirúrgica, metronidazol 375 mg EV a cada 8
horas. Na instituição, há disponível metronidazol 0,5% com 100 mL da
solução injetável. Para execução da prescrição, quantos mL do fármaco
serão necessários?

25 mL.
37,5 mL.
50 mL.
75 mL.
112,5 mL.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

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RESOLUÇÃO:
Prescrição -375mg EV
Disponível - 0,5% com 100ml (ou seja, 0,5g de metronidazol ou 500mg a
cada 100ml de solução)
Logo,
500mg – 100mL
375mg – X
X = 37500/500
X = 75mL
RESPOSTA: D

33. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Um paciente está de alta hospitalar,


porém a enfermeira recebe a orientação médica de que ele somente po-
derá sair de alta após o término do soro de manutenção que está sendo
administrado. A enfermeira, ao verificar que ainda há 210 mL de soro e
que o gotejamento está a 10 gotas/minuto, calcula que o paciente terá
alta após
59
2 horas.
3 horas e 30 minutos.
4 horas.
6 horas e 21 minutos.
7 horas.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

RESOLUÇÃO
G (nº gotas/min)= V(volume total em ml) / T (tempo em horas) x 3
10=210/3T
30T = 210
T = 210/30
T = 7 horas
RESPOSTA: E

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34. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Segundo a definição da Organização
Mundial de Saúde - OMS, revista em 2002, “cuidado paliativo é uma abor-
dagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares,
que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da
prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação
e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e
espiritual”. Portanto, é fundamental, para a melhor atuação do enfermeiro
em cuidados paliativos, que ele domine:

avaliação e manejo da dor, técnicas de hipodermóclise, técnicas de


comunicação terapêutica, medidas de conforto e higiene, trabalho junto
às famílias e equipe multidisciplinar.
avaliação e manejo da dor, técnicas de punção venosa e passagem
de cateter central de inserção periférica, medidas de conforto e higiene,
comunicação verbal e não verbal, trabalho em equipe.
controle da dor, técnicas de passagem de sondas nasogástrica e
nasoenteral, cuidados com cateter venoso central, curativos, cuidados
espirituais, trabalho junto às famílias e equipe multidisciplinar.
comunicação terapêutica, técnicas de ressuscitação cardiopulmonar,
cuidados espirituais, medidas de conforto e higiene, curativos.
60 controle e manejo da dor, técnicas de hipodermóclise, medidas de
conforto e higiene, técnicas não verbais de comunicação, cuidados com
ostomias, técnica de coleta diária de sangue para exames.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Manual de Cuidados Paliativos ANCP


Alternativa A: CORRETA. As atividades listadas são consideradas requi-
sitos fundamentais para a melhor atuação do enfermeiro em cuidados
paliativos.
Alternativa B: INCORRETA. Em pacientes em cuidados paliativos os aces-
sos venosos periféricos tornam-se difíceis e as repetidas tentativas de
punção podem ser bastante dolorosas. Acessos venosos centrais não
devem ser instalados nesta fase pelo alto risco que representam e por
não encontrar justificativa diante do quadro clínico instalado. É de gran-
de valor nesta fase o manejo adequado da hipodermóclise, ou acesso
subcutâneo.

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Alternativa C: INCORRETA. Acessos venosos centrais não são indicados
nesta fase e a sondagem nasogástrica de alívio somente se distenção
abdominal e sintoma muito intenso. E, a retirada da sonda deve ser ime-
diata após melhora identificável.
Alternativa D: INCORRETA. As técnicas de ressuscitação cardiopulmonar,
em situações onde as expectativas de vida não são mais viáveis, prolon-
gam, de forma muitas vezes dolorosa o processo de morrer. E, quando o
objetivo do tratamento é o conforto, podem ser entendidas como medi-
das fúteis.
Alternativa E: INCORRETA. O uso de recursos terapêuticos de forma fú-
til ou obstinada (repetição de exames, uso de respiradores, infusão de
medicamentos vasoativos e outros procedimentos essenciais à manu-
tenção de funções vitais e que não se prestem exclusivamente à melhor
compreensão e manejo dos sintomas) deve ser evitado, pois seus efei-
tos são nocivos e os benefícios são menores.
RESPOSTA: A

35. (FUVEST-COREMU-USP-2020) O paciente portador de ostomia


permite que a enfermagem exerça o cuidado desde o pré-operatório, na
61 escolha do melhor local para um estoma; no pós-operatório imediato,
quando paciente e/ou cuidadores precisam aprender a cuidar desse es-
toma, até o pós-operatório tardio, que demanda acompanhamento para
prevenir ou tratar as possíveis complicações. Podem ser consideradas
ações do enfermeiro na assistência ao paciente portador de colostomia:

Orientar e elucidar as dúvidas do paciente e cuidadores acerca das


técnicas sobre proteção da pele ao redor do estoma, como trocar a bolsa
de ostomia, fazer a higiene do estoma, se alimentar e evitar a formação
de gases.
Ensinar sobre a higiene do estoma e da pele periostoma, que deve ser
realizada com água morna e solução alcoólica, se possível embaixo do
chuveiro. Caso seja impossível, usar pedaços de tecidos limpos e macios.
Observar a pele periostoma, que deve estar íntegra. No caso de ver-
melhidão, coceira ou ferida, aplicar pomada vaginal.
Medir, com medidor de bolsa, a dimensão do estoma e recortar apenas
0,1 mm maior que o tamanho. Não deve restar pele ao redor da bolsa para
que o efluente não cause lesões locais.

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Remover o sistema coletor utilizando álcool, éter ou benzina, a fim de
facilitar seu descolamento. Com movimentos delicados, segurar com a
mão o abdome e retirar o adesivo começando pela lingueta lateral.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ver Manual de Cuidados Paliativos ANCP


Alternativa A: CORRETA. O paciente deve ser orientado e encorajado a
assumir o autocuidado. Cabe lembrar, que os cuidados com uma esto-
mia representam mudanças significativas na vida do paciente, assim, é
importante apoiar emocionalmente paciente, família e cuidadores nes-
te processo de adaptação e enfrentamento.
Alternativa B: INCORRETA. Higiene deve ser feita com água morna e sa-
bonete, se possível embaixo do chuveiro. Caso seja impossível, usar pe-
daços de tecidos macios de algodão limpos. A limpeza da pele perios-
toma deve ser feita delicadamente com água morna e uma compressa,
sem esfregar a pele.
Alternativa C: INCORRETA. No caso de vermelhidão, coceira, ou ferida,
serviço de saúde deverá ser procurado.
Alternativa D: INCORRETA. Deve-se medir com medidor de bolsa o tama-
62 nho do estoma até estabilizar o tamanho, e recortar apenas 3mm maior
que o tamanho.
Alternativa E: INCORRETA. O sistema coletor deve ser retirado delica-
damente, segurar com a mão o abdômen e retirar o adesivo começando
pela lingueta lateral; se possível retirar no chuveiro ou usar água. Porém,
nunca deve-se utilizar álcool, éter ou benzina.
RESPOSTA: A

36. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Segundo o Código de Ética dos Pro-


fissionais de Enfermagem, no capítulo II, artigo 51, é dever do profissional
de enfermagem “responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independentemente de ter sido praticada individual ou em
equipe, por imperícia, imprudência ou negligência, desde que tenha parti-
cipação e/ou conhecimento prévio do fato”. Consta ainda, em parágrafo
único do documento, que, quando a falta for praticada em equipe,

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a responsabilidade será atribuída igualmente a todos os envolvidos.
a responsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s) praticado(s)
individualmente.
todos os envolvidos serão igualmente punidos com advertência verbal.
todos os envolvidos serão punidos igualmente com suspensão do
exercício profissional.
a responsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s) praticado(s)
por categoria profissional.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do Autor: Ler Resolução Cofen nº 564/2017, que aprova o Novo Có-
digo de ética dos Profissionais de Enfermagem
Alternativa A: INCORRETA. A responsabilidade será atribuída na medida
do(s) ato(s) praticado(s) individualmente.
Alternativa B: CORRETA. A informação descrita, está literalmente como
o descrito no parágrafo único, do art. 51, do Código de ética dos profis-
sionais de enfermagem.
Alternativa C: INCORRETA. Os envolvidos poderão ser punidos com ad-
vertência verbal, multa ou suspensão, na medida do(s) ato(s) pratica-
63
do(s) individualmente.
Alternativa D: INCORRETA. Os envolvidos também poderão ser punidos
com multa ou suspensão, na medida do(s) ato(s) praticado(s) individual-
mente.
Alternativa E: INCORRETA. A responsabilidade será atribuída na medida
do(s) ato(s) praticado(s) individualmente.
RESPOSTA: B

37. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A transfusão de sangue e hemocom-


ponentes é um suporte essencial a muitos tratamentos e pode salvar
vidas, porém pode apresentar risco de eventos adversos, como erros,
reações transfusionais e transmissão de infecções. Como estratégias
para a segurança do paciente, recomenda-se:

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Verificar a integridade da bolsa e a cor/aspecto do hemocomponente
em dois momentos: ao receber a bolsa e antes de instalá-la no paciente.
Devem-se observar sinais de hemólise e a presença de coágulos. Um va-
zamento ou alteração de cor pode indicar que o sangue está contaminado,
havendo risco de causar uma reação grave ou fatal, se for administrado
ao paciente.
Orientar o paciente a informar qualquer reação, como tremores, rubor,
dor ou dificuldade para respirar e ansiedade, se ocorrerem nos primeiros
15 minutos de infusão.
Permanecer com o paciente nos primeiros 30 minutos da transfusão
para identificar prontamente sinais de possíveis reações. Os sinais e sinto-
mas de uma reação hemolítica grave podem se desenvolver rapidamente,
após a infusão de volumes entre 50 mL e 100 mL de sangue.
Conhecer os sinais e sintomas das reações mais comuns: febre, com
ou sem calafrios (elevação de 3°C na temperatura corpórea), associada à
transfusão; calafrios, com ou sem febre; dor no local da infusão, torácica
ou abdominal; alterações súbitas na pressão arterial (hipotensão); altera-
ções respiratórias, como dispneia, taquipneia, hipóxia, sibilos; alterações
cutâneas, como prurido, urticária, edema localizado ou generalizado,
petéquias; náusea, com ou sem vômitos; confusão mental.
64 Observar que o período máximo de infusão do conteúdo de uma bolsa,
independentemente do produto, é de seis horas, após o qual a transfusão
deve ser suspensa e a bolsa, descartada, de acordo com as normas da
instituição para descarte.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIA

Alternativa A: CORRETA. A presença de bolhas de ar, coágulos ou desco-


loração na bolsa podem indicar contaminação bacteriana ou anticoagu-
lação inadequada e são contraindicações para a transfusão. A adesão
rigorosa aos procedimentos de verificação antes da administração dos
hemoderivados diminui o risco de transfusão errada. Infelizmente, a
maioria das reações hemolíticas da transfusão é provocada por erros
administrativos.
Alternativa B: INCORRETA. O paciente deve ser orientado a comunicar
imediatamente quaisquer sinais ou sintomas que venham a ocorrer
durante ou após a transfusão. Pois, em caso de reação transfusional, a
equipe de profissionais deve implementar o tratamento imediatamen-
te.

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Alternativa C: INCORRETA. Permanecer ao lado do paciente nos primei-
ros 5 a 15 minutos da transfusão, pois a maioria das reações transfusio-
nais ocorre neste período.
Alternativa D: INCORRETA. Os sinais e sintomas incluem: Febre com ou
sem calafrios (definida como elevação de 1° C na temperatura corpó-
rea), associada à transfusão; Calafrios com ou sem febre; Dor no local da
infusão, torácica ou abdominal; Alterações agudas na pressão arterial,
tanto hipertensão como hipotensão; Alterações respiratórias como:
dispnéia, taquipnéia, hipóxia, sibilos; Alterações cutâneas como: pru-
rido, urticária, edema localizado ou generalizado; Náusea, com ou sem
vômitos.
Alternativa E: INCORRETA. O período máximo de infusão de uma bolsa,
depende de seu conteúdo. Por exemplo, na transfusão de plasma, o tem-
po máximo de infusão deve ser de 1 hora; enquanto que, os Concentra-
dos de Granulócitos devem ser transfundidos assim que possível após a
coleta, e, se for inevitável, seu armazenamento deve ser em temperatu-
ra entre 20°C e 24°C, em repouso e por, no máximo, 24 horas.
RESPOSTA: A

65 38. (FUVEST-COREMU-USP-2020) O Modelo Calgary de avaliação da


família é uma estrutura multidimensional, integrada, baseada nos funda-
mentos teóricos de sistemas e influenciada pelo pós-modernismo e pela
biologia da cognição (Wright, Leahey, 2012). Esse modelo consiste em 3
categorias principais, que podem ser definidas como:

Avaliação estrutural, na qual o enfermeiro examina a estrutura fa-


miliar; avaliação do desenvolvimento, na qual o enfermeiro entende o
desenvolvimento do ciclo vital de cada família; avaliação funcional, que
diz respeito aos detalhes sobre como os indivíduos realmente se com-
portam uns com os outros.
Avaliação da estrutura interna, que abrange a composição da família;
avaliação da estrutura externa, que inclui a família extensa e sistemas
mais amplos; avaliação do ciclo vital da família, que avalia os padrões de
relacionamento entre seus membros.
Funcionamento estrutural, que avalia a estrutura familiar; funciona-
mento instrumental, que se refere às atividades rotineiras da vida diária;
funcionamento expressivo, como solução de problemas, formas de co-
municação, papéis, influência e poder;

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Categoria estrutural, na qual a estrutura familiar é avaliada; categoria
emocional, quando detalhes das relações entre os membros daquela famí-
lia são avaliados; categoria funcional, que abrange o real funcionamento
dessas relações e seus resultados.
Avaliação estrutural, na qual o enfermeiro examina a estrutura familiar;
avaliação do domínio cognitivo, que abrange ideias, opiniões, crenças e
riscos de saúde; avaliação do domínio afetivo, que busca conhecer emo-
ções e solucionar problemas.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: CORRETA. De acordo com o modelo de Calgary, a avaliação


da família pode considerar 3 categorias: estrutural, de desenvolvimento
e funcional, e cada uma destas poderão ter outras subcategorias, se re-
levantes e apropriadas para exploração e avaliação da família.
Alternativa B: INCORRETA. A avaliação da estrutura pode considerar: a
avaliação interna (composição familiar), a avaliação externa (família ex-
tensa e sistemas mais amplos) e a avaliação do contexto (com informa-
ções básicas e relevantes a um fato ou personalidade).
Alternativa C: INCORRETA. A avaliação funcional, diz respeito aos deta-
lhes sobre como os indivíduos realmente se comportam uns com os ou-
66 tros e engloba o funcionamento instrumental (refere-se às atividades
rotineiras da vida diária) e o funcionamento expressivo (refere-se às di-
versas formas de comunicação, solução de problemas, papéis, influên-
cias e poder, crenças e alianças e união).
Alternativa D: INCORRETA. No modelo de Calgary não há menção à ca-
tegoria emocional. As categorias são: estrutural, de desenvolvimento e
funcional.
Alternativa E: INCORRETA. As crenças, ideias, opiniões bem como a solu-
ção de problemas são avaliadas na categoria funcional.
RESPOSTA: A

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39. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Os opioides são fármacos amplamen-
te utilizados no tratamento da dor moderada a intensa, especialmente
em cuidados paliativos. Porém, também possuem complicações e efeitos
adversos bastante conhecidos, como:

Náuseas, vômitos, constipação, prurido, dependência física e tolerância.


Cefaleia intensa, náuseas, vômitos, vertigem, hipotensão e vício.
Hipertensão, hipóxia, vertigem, constipação, prurido, sangramentos.
Sonolência, náuseas, hipotensão, cefaleia, dependência química.
Rubor facial e corporal, hipertermia, vasculites, náuseas e vômitos.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: CORRETA. Sedação, náuseas, vômitos, constipação, ton-


tura, depressão respiratória, dependência física e tolerância são efeitos
adversos comuns dos opióides.
Alternativa B: INCORRETA. O vício não é um efeito adverso do opióide. O
vício é uma doença neurobiológica crônica, e os fatores genéticos, psi-
cossociais e ambientais influenciam seu desenvolvimento e manifesta-
ção. É composto de quatro elementos principais: uso compulsivo, inabi-
67 lidade para controlar a quantidade do uso, busca pelo efeito psicológico
da substância e manutenção do uso mesmo quando apresenta efeitos
adversos.
Alternativa C: INCORRETA. Os sangramentos no paciente em cuidado pa-
liativo podem ter várias causas. Contudo, no que diz respeito aos fárma-
cos, é preciso estar atenta ao uso de anticoagulantes, antiagregantes
plaquetários e antitrombóticos que devem ser suspensos após a rea-
valiação do quadro prioritário no conforto do paciente, dentro do con-
texto de Cuidados Paliativos. Da mesma maneira devem ser reavaliadas
medicações de uso paliativo como anti-inflamatórios hormonais e não
hormonais, que são causas de sangramento digestivo (não obrigatoria-
mente relacionados à fase final de vida imediata).
Alternativa D: INCORRETA. É um efeito adverso do uso dos opióides a de-
pendência física. A dependência física é um fenômeno neurofarmacoló-
gico em que a suspensão do opioide ou o uso de antagonistas provoca
efeitos de síndrome de abstinência com a retirada súbita da medicação,
com hiperatividade somática e autonômica (taquicardia, diaforese, náu-
sea, vômito, dores pelo corpo, etc.). A dependência física não é sinônimo
de vício.

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Alternativa E: INCORRETA. O Eritema cutânero e a vasculite são um efei-
tos adversos associado ao uso de analgésicos anti-inflamatórios não
hormonais (AINHs).
RESPOSTA: A

40. (FUVEST-COREMU-USP-2020) São exemplos de cuidados de en-


fermagem ao paciente que apresenta fatores de risco para ocorrência
de quedas:

Manter as grades do leito abaixadas para facilitar a saída do paciente.


Manter identificação de risco de quedas, com pulseira e placa de alerta.
Orientar paciente e acompanhante a solicitar, ao profissional, auxílio
para a saída do leito ou poltrona somente durante a madrugada.
Orientar o paciente a avisar a equipe sempre que for se ausentar do quarto.
Utilizar contenção mecânica em caso de agitação ou confusão do paciente.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O ideal é manter as grades elevadas, para evi-


68 tar quedas.
Alternativa B: CORRETA. Uma vez identificado o risco de queda, é preci-
so planejar ações de caráter preventivo para estes pacientes, que envol-
ve desde informações, aos próprios pacientes, familiares e toda equipe
multidisciplinar de cuidado, como também a sinalização do risco através
de pulseira, placa de identificação no leito, alertas em prontuário, pres-
crição de enfermagem e/ou formulário de passagem de plantão.
Alternativa C: INCORRETA. O paciente e acompanhante devem ser orien-
tados para solicitar auxílio profissional, sempre que for sair do leito ou
poltrona.
Alternativa D: INCORRETA. Orientar o paciente e acompanhante a solici-
tar ajuda dos profissionais de enfermagem sempre que for sair do leito
e/ou poltrona.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com a Resolução Cofen nº 426/2012,
que normatiza os procedimentos de enfermagem no emprego de con-
tenção mecânica de pacientes, em seu art. 2º, a contenção mecânica de
paciente será empregada quando for o único meio disponível para pre-
venir dano imediato ou iminente ao paciente ou aos demais.
RESPOSTA: B

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REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta


a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento
da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa,
e dá outras providências. Diário Oficial da União. [Acesso em
18 mar 2020]. Disponível em: hps://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7508.htm
2. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolu-
ção COFEN 564/2017 Novo Código de Ética dos Profissionais
da Enfermagem. Disponível em: hps://portal.corensp.gov.br/
codigo-de-etica-dos-profissionais-de-enfermagem
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo
risco. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Aten-
ção Básica. Cadernos de Atenção Básica. n. 32. Brasília: Editora
69
do Ministério da Saúde, 2012. Capítulos 1 e 9. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_aten-
cao_basica_32_prenatal.pdf.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Orien-
tações técnicas para a implementação de Linha de Cuidado
para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no Sistema
Único de Saúde – SUS [recurso eletrônico] / Ministério da Saú-
de, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde,
2018. 91 p. Disponível em: hp://portalarquivos2.saude.gov.br/
images/pdf/2019/abril/05/Orienta----esimplanta----o-Linha-
-de-Cuidado-vers--o-final--ssima-30out2018.pdf.

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5. CARVALHO, R. T.; PARSONS, H. A. (orgs.). Manual de Cuidados
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Sulina, 2012. 592 p. Parte 1 – Introdução. Disponível em: hp://
biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/Manual-
-de-cuidados-paliativosANCP.pdf.
6. COREN-SP. Conselho Regional de Enfermagem do Estado de
São Paulo – COREN-SP Rede Brasileira de Enfermagem e Se-
gurança do Paciente – REBRAENSP – Polo São Paulo. 10 passos
para a segurança do paciente. São Paulo: Conselho Regional
de Enfermagem do Estado de São Paulo, 2010. Disponível em:
hps://portal.corensp.gov.br/sites/default/files/10_passos_se-
guranca_paciente_0.pdf
7. POTTER, P. A.; PERRY, A. G.; HALL, M. (ed.); STOCKERT, P. A.
(ed.). Fundamentos de enfermagem. Tradução de Maiza Ri-
tomy Ide [et al]. 8 ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1568 p. Ca-
pítulos: 16, 17, 29, 30.
70 8. SMELTZER, Suzanne C; BARE, Brenda G et al. Brunner & Sud-
darth, Manual de Enfermagem Médico - Cirúrgica. 13ª ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Capítulos 6, 12, 19 e 26. 19.
9. URBANETTO, J. S.; GERHARDT, L. M. Estratégias para a segu-
rança do paciente: manual para profissionais da saúde. Rede
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-paraseguran%C3%A7a-do-paciente-manual-para-profissio-
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10. WRIGHT, L. M.; LEAHEY, M. Enfermeiras e famílias: um guia
para avaliação e intervenção na família. 5ª ed. São Paulo: Roca,
2012. 392 p. Capítulo 3 (Modelo Calgary de Avaliação da Família)

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