Cap 18 Separação Magnética NOVO
Cap 18 Separação Magnética NOVO
Cap 18 Separação Magnética NOVO
MAGNÉTICA E ELETROSTÁTICA
1. INTRODUÇÃO
Os estudos sobre separação magnética e eletrostática datam de pelo
menos 600 anos a.C. e chegaram ao conhecimento da humanidade por meio
da divulgação dos estudos e experimentos do filósofo grego, Thales de Mileto,
conhecedor de algumas propriedades magnéticas dos minerais. Ainda o
mesmo filósofo descobriu, ao esfregar âmbar em pele de animal, que a carga
eletrostática produzida por esta atrição poderia atrair fracamente partículas
minerais não condutoras (Venkatraman et al.,2006).
A aplicação da separação magnética ao processamento mineral depende
da susceptibilidade magnética dos minerais a serem processados, enquanto o
método eletrostático de beneficiamento de minérios considera a
condutividade elétrica dos minerais, como a propriedade básica de separação
(Sampaio e Luz, 2004).
O uso da separação magnética no beneficiamento de minérios consiste,
não só na remoção dos minerais de ferro considerados contaminantes, como
também na concentração de minérios, como exemplo, na concentração de
hematita contida em itabirito.
Os avanços obtidos na ciência dos materiais e na tecnologia de
fabricação dos novos equipamentos de separação magnética permitiram o
desenvolvimento de campos magnéticos de elevadas intensidades, inclusive
gradientes de campos mais elevados. Esses avanços permitiram o uso mais
diversificado da separação magnética na área de tratamento de minérios.
Desta feita, surgiram novos mercados com o emprego dos separadores de
imãs permanentes de terras-raras e os separadores com a tecnologia dos
supercondutores.
No entanto, a separação eletrostática ainda é o processo indicado no
beneficiamento de minérios, como: areia monazítica, minerais pesados,
ilmenita, rutilo, zircônio, além de granada, dentre outros. Ademais, o controle
ambiental, cada vez mais exigente, proporciona o emprego desse processo na
separação de metais e plásticos, na reciclagem de materiais.
2. SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
A separação magnética pode ser classificada em quatro categorias,
dependendo do meio utilizado e da intensidade de campo. Assim, tem-se a
separação magnética, a seco, de baixa e alta intensidade e, a úmido, de alta e
baixa intensidade.
A aplicação desse método de separação no processamento mineral
estende-se desde a remoção de sucatas metálicas, aos separadores criogênicos
ou supercondutores. O atual desenvolvimento da ciência dos materiais e da
tecnologia do magnetismo permitem a fabricação de separadores com
gradientes e campos muito mais elevados que os convencionais. Desse modo,
surgiram os separadores, com campos da ordem de 6 T (60.000 G), que
empregam a tecnologia dos supercondutores. Nesta linha incluem-se também
os separadores com ímãs permanentes, fabricados com base em elementos de
terras-raras. Registra-se aí um marco significativo nos avanços técnicos e
científicos relacionados à separação magnética aplicada à área de
beneficiamento de minérios.
A atração magnética de um mineral, quando submetido a um campo
magnético, varia com a sua composição química, isto é, com o seu índice de
impurezas, as quais dependem da sua forma de ocorrência nos jazimentos
minerais.
A propriedade de um material que determina a sua resposta a um
campo magnético é a susceptibilidade magnética. Com base nessa
propriedade, os minerais ou materiais são classificados em duas categorias:
aqueles que são atraídos pelo campo magnético e os que são repelidos por
esse campo. Os detalhes sobre cada tipo de material são discutidos a seguir.
Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais – CETEM/MCT 323
→
→
No vácuo, µ pode ser igual a µ o e, nestas condições, as grandezas B e
H diferem, somente, pelo fator de proporcionalidade (µ). Assim, elas podem
ser chamadas, indistintamente, de campo magnético.
Na prática, ao se colocar
→
uma partícula mineral fracamente magnética
em
→
determinado campo →H de uma dada região do espaço, o fluxo magnético
B é acrescido do valor Ψ , tal que:
→ → →
B = H+ Ψ [2]
onde:
→
Ψ indução magnética do material.
O seu valor no ar é muito pequeno e, dessa forma, pode-se igualar os
→ →
valores das grandezas B e H .
→
Na prática, é muito comum referir-se apenas a magnetização J de um
material, que é a ação de criar linhas de indução magnética ou um campo
magnético, em uma substância ou em uma região determinada do espaço. A
relação entre a indução magnética e a magnetização é dada por:
→ →
Ψ = 4π J [3]
Conclui-se que a Equação [2] pode ser escrita da forma:
→ → →
B = H + 4π J [4]
→ →
A taxa adimensional entre J (magnetização) e H (intensidade de
campo) é chamada de susceptibilidade magnética k, ou seja:
→ →
k= J/H [5]
Para materiais paramagnéticos, k é uma constante positiva e de baixo
-3
valor, não ultrapassando normalmente o valor de 10 . Para os materiais
diamagnéticos, k é uma constante negativa, usualmente menor (em módulo)
-5
que 10 . A susceptibilidade magnética de um material ferromagnético é
variável dependendo do campo de magnetização, da natureza e manuseio da
amostra.
→ →
µ = B/ H [6]
Das Equações [1], [2], [3] e [4] conclui-se que:
µ = 1 + 4 πk [7]
ITEM DISCRIMINAÇÃO
Proceder à limpeza de toda a área de trabalho, inclusive dos equipamentos a
1 serem utilizados nos testes. Ao final de cada teste, deixá-los todos limpos e em
perfeitas condições operacionais.
Verificar a disponibilidade da quantidade, da granulometria e da umidade da
2
amostra, para o caso de testes com amostras secas.
Preparar a amostra para o teste. No caso de amostra seca, procede-se à
3 secagem total, desagregação total e quarteamento da mesma em frações
adequadas a cada teste.
Conferir se todos os equipamentos a serem utilizados estão em bom estado de
4 conservação, inclusive aqueles com partes móveis, verificando se elas estão
devidamente lubrificadas.
Verificar se a correia está limpa, não danificada e esticada o suficiente para o
5 ensaio. O operador deve conferir se o esticador da correia está em condições
de uso.
Confirmar o estado de funcionamento do alimentador vibratório. O operador
6 deve ficar atento para a distribuição ajustável do material sobre a correia, o o
qual deve estar distribuído de forma homogênea sobre a correia. O
alimentador responde também pela eficiência da separação.
Providenciar um cronômetro para medida dos intervalos de tempo de
7
operação, amostragens e outros.
Disponibilizar recipientes devidamente limpos e adequados à coleta de
8
amostras e outros.
Averiguar se todos os dispositivos de controle do equipamento estão
9
funcionando adequadamente.
Verificar a posição das calhas coletoras para direcionar as frações magnéticas
10
aos seus próprios recipientes, ou seja, separadamente.
1,7 2
1,2 5
1,1 7
0,8 10
0,7 12
5. A SEPARAÇÃO ELETROSTÁTICA
O princípio da separação eletrostática baseia-se no fato de que os
minerais de um determinado minério podem receber cargas superficiais,
quando submetidos a um campo elétrico. Os minerais podem obter cargas
positivas ou negativas, dependendo das condições de eletrização dos mesmos.
Uma vez carregadas, as partículas minerais percorrem trajetórias distintas ao
atravessarem uma determinada região do espaço, na qual há um campo
elétrico. Este princípio é muito utilizado na separação de minerais.
Os equipamentos de separação são denominados, atualmente, de
separadores eletrodinâmicos, entretanto o termo eletrostático ainda é
comumente utilizado, pois os primeiros separadores eram de natureza
puramente estática (Dutra, 2006). Os equipamentos modernos utilizam a
energia elétrica em forma de fluxo iônico; por essas razões são denominados
de eletrodinâmicos (Sampaio e Luz, 2004).
Todo mineral possui um determinado grau de condutividade. Dessa
forma, um processo de separação eletrostática usará, como princípio, a
diferença entre a condutividade elétrica ou cargas superficiais existentes nas
diversas espécies mineralógicas a serem separadas (Venkatraman et al., 2006).
Para que a separação ocorra, há a necessidade da existência de dois
fatores elétricos:
(i) a existência de carga elétrica superficial ou polarização induzida,
para sofrer a influência do campo elétrico;
(ii) um campo elétrico com intensidade suficiente para desviar uma
partícula eletricamente carregada, quando se movimenta na região
do espaço, na qual há um campo elétrico.
Quando partículas minerais estão sob a ação de um campo elétrico, elas
podem acumular cargas elétricas Isso dependerá diretamente da sua
condutividade, densidade máxima de carga e área superficial (Venkatraman et
al., 2006). A partícula eletricamente carregada poderá ser separada, tanto por
atração diferencial, quanto por repulsão ao campo elétrico. Dessa forma, é
imprescindível que as mesmas sejam submetidas aos mecanismos de geração
de cargas eletrostáticas e superficiais.
340 Ensaios de Separação Magnética e Eletrostática
granulometria mais fina, na faixa de 0,07 a 1,0 mm, são melhor separados em
tambores de 254 mm (10”).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lawver, J. E.; Taylor, J.B. e Knoll, F.S. Laboratory testing for electrostatic
concentration circuit design. In: Mular, A. and Anderson, M. A. (Ed.).
Design and installation of concentration and dewatering circuits. SME,
1986, p.454-477.
Sampaio, J. A. e Luz, A. B. Separação magnética e eletrostática. In: Luz, A. B.;
Sampaio, J. A. e Almeida, S. L. M. (Ed.). Tratamento de Minérios. 4a ed. Rio
de Janeiro: CETEM/MCT, 2004, p. 303-335.
Venkatraman, P.; Knoll, F. S. e Lawver, J.E. Magnetic and electrostatic
separation. In: Principles of Mineral Processing, Eds. Fursteneau, SME
Editors, 2006, p. 221-244.
Almeida, S. L. M. e Luz, A. B. Concentração magnética do minério de ferro de
Lafaiete: ensaios em escala piloto. Relatório técnico do CTEM. Rio de
Janeiro, 1980.