Cetem - Classificação e Peneiramento
Cetem - Classificação e Peneiramento
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Classificação e Peneiramento
Rio de Janeiro
Agosto/2010
CLASSIFICAÇÃO E PENEIRAMENTO
INTRODUÇÃO
Os métodos de tratamento de minérios que envolvem classificação e
peneiramento apresentam como objetivo em comum, a separação de um certo
material em duas ou mais frações, com partículas de tamanhos distintos.
No caso específico do peneiramento, existe uma separação, levando-se em conta
o tamanho geométrico das partículas, enquanto que para o método de classificação, a
separação é realizada tomando-se como base o conceito da velocidade em que os grãos
atravessam um certo meio fluido. No processamento mineral, o meio fluido mais
utilizado é a água. A classificação a úmido é aplicada, normalmente, para partículas com
granulometria muito fina, onde o perneiramento não funciona de uma forma eficiente.
FUNDAMENTOS DA CLASSIFICAÇÃO
Quando se tem uma partícula em queda livre no vácuo, ela está sujeita a uma
aceleração constante e sua velocidade aumenta indefinidamente, qualquer que seja seu
tamanho ou densidade. Se, contudo, a partícula cai em um outro meio que não o vácuo,
este oferece uma resistência ao seu movimento, a qual aumenta em razão direta com a
velocidade, até atingir um certo valor constante. Quando as duas forças que atuam na
partícula (gravitacional e de resistência do fluido) se tornam iguais, a partícula atinge
uma velocidade denominada terminal e passa a ter uma queda com velocidade
constante.
A natureza da resistência do fluido depende da velocidade de queda. Para baixas
velocidades o movimento é suave, pois a camada de fluido em contato com a partícula
move-se com ela, enquanto o fluido como um todo permanece estático. Para altas
velocidades a principal resistência é atribuída à perturbação do fluido, como um todo,
pela partícula, caracterizando um regime denominado de turbulento.
Independentemente do regime que predomine, a aceleração da partícula tende a
decrescer rapidamente com o tempo, sob a ação das forças atuantes, e a velocidade
terminal é sempre atingida.
Sedimentação em Queda Livre
A sedimentação em queda livre refere-se ao movimento da partícula imersa em
um fluido e que tende, sob a ação da gravidade, a percorrer uma distância teoricamente
infinita. Ela é verificada quando a percentagem de sólidos for menor que 15% em peso.
No cálculo da velocidade terminal, ou seja, a velocidade constante que uma
partícula adquire ao sedimentar em um meio fluido, obtém-se uma equação na qual a
soma de todas as forças que atuam sobre ela seja zero.
258 Classificação e Peneiramento CETEM
4r 2 g
VT = (ds −d f ) [7]
18µ
Para o caso de partículas grossas (> 5 mm), o regime passa a ser turbulento, e a
lei de Newton substitui a de Stokes.
Deste modo a força de resistência é dada pela expressão:
R = Q (π/2) d f r 2 v 2 [8]
onde:
Q = coeficiente de resistência.
Substituindo-se [8] em [2] tem-se a seguinte expressão para velocidade terminal.
8gr ds − df
VT = [9]
3Q df
As leis de Stokes e de Newton, para um fluido em particular, podem ser
simplificadas, respectivamente, para:
VT = k 1 r 2 (d s − d f ) e [10]
onde:
k 1 ek 2 = constantes;
d s − d f = densidade efetiva de uma partícula de densidade ds em um fluido de
densidade df.
260 Classificação e Peneiramento CETEM
4r 2 g
VT = (ds − d f )
18µ
onde:
k = constante;
D = diâmetro da partícula (m);
ds = densidade de partícula;
dp = densidade de polpa.
onde:
D a e Db = diâmetros das partículas a e b respectivamente;
da e db = densidades das partículas a e b respectivamente;
condição : (db > da )
Essa razão de sedimentação é sempre maior do que a em queda livre, e quanto
mais densa a polpa, maior será a razão do diâmetro de partículas com velocidades
terminais de sedimentação idênticas.
Aplicações de Sedimentação em Queda Livre e Queda Impedida na Classificação
(1)
A comparação entre as quedas livre e impedida pode ser feita de maneira mais
clara . Supondo-se que se tenha cinco pares de partículas esféricas de quartzo
(dQ = 2,65) e galena (dG = 7,5) de 10, 20, 30, 40 e 50 mm de diâmetro e outros cinco
pares das mesmas espécies de 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 mm de diâmetro em queda livre
262 Classificação e Peneiramento CETEM
TIPOS DE CLASSIFICADORES
Os classificadores podem ser divididos em vários grupos dependendo do
mecanismo, do fluido utilizado, etc, conforme é apresentado na Quadro 1.
Quadro 1 – Tipos de classificadores em função do mecanismo e do fluido utilizado.
Autor Tipos de Classificação
Mecânico
-Úmido
Não mecânico
Trajano (1)
Gravidade
-Ar Centrífugo
Mecânico
-Mecânico
Perry (2) -Não Mecânico
-Hidráulico
-Horizontais
Wills (3)*
-Verticais
Os classificadores consistem essencialmente de uma coluna de separação, na qual
o fluido, seja líquido ou gasoso, está ascendendo a uma velocidade uniforme (Figura 2).
As partículas introduzidas na coluna de separação sobem ou descem dependendo das
suas velocidades terminais. Assim, são obtidos dois produtos: um overflow consistindo
de partículas com velocidade terminal menor que a velocidade do fluido e um
underflow de partículas com velocidade terminal maior do que a velocidade do fluido.
Classificadores Horizontais
Os classificadores horizontais são essencialmente do tipo sedimentação em
"queda livre" e têm acentuada utilização quando se pretende uma separação apenas
por tamanho. Estes classificadores são divididos em: cones de sedimentação,
classificadores mecânicos e classificadores espirais.
Cone de Sedimentação
Este tipo de classificador é o mais simples, sendo utilizado praticamente na
separação de sólidos e líquidos, ou seja, como unidades desaguadoras em operações de
pequena escala. É usado também na deslamagem de minérios.
Geralmente são construídos em concreto ou aço, tendo um coletor de produtos
grossos no fundo e um lavador no topo para que as partículas ultrafinas não sejam
arrastadas. O tipo mais comum é o de cone duplo (Figura 3), que consiste de um cone
externo fixo e um cone interno concêntrico e regulável. Entre os dois cones existe um
espaço por onde a água sobe sob pressão, transbordando pelas canaletas laterais
colocadas na periferia do cone externo.
Classificadores Mecânicos
Os classificadores mecânicos têm seu uso difundido em operações de circuito
fechado de moagem e na classificação de produtos de usinas de lavagem de minérios.
CETEM Tratamento de Minérios – 5ª Edição 265
Hidrociclones
Os hidrociclones, como os classificadores mecânicos, têm a sua maior aplicação
em circuitos fechados de moagem, diferindo desses últimos pela maior capacidade.
O princípio básico de separação empregado nos hodrociclones é a sedimentação
centrífuga. O desempenho desses é influenciado por suas dimensões, pelas variáveis
operacionais e pelas propriedades físicas dos sólidos e da polpa alimentada.
Na Figura 8 é apresentado um hidrociclone convencional, o qual consiste de uma
câmara cilíndrico-cônica com entrada tangencial e duas saídas. A polpa é injetada sob
pressão no aparelho, através de um duto situado na parte superior da câmara cilíndrica
e, como resultado de sua entrada tangencial, é criado no seu interior um redemoinho.
As partículas mais grossas e mais densas são arremessadas às paredes e descarregadas
na abertura inferior, o apex, constituindo o underflow. Já as partículas mais finas, menos
densas e grande parte da fase líquida são dirigidas para o centro do hidrociclone e saem
por um cilindro na parte superior do aparelho, denominado vortex finder, constituindo
o overflow.
Diâmetro do Ápex
Dependendo do tipo de descarga do ápex, pode-se avaliar as condições de
operação do hidrociclone. Na Figura 9 são mostrados três tipos de descarga.
descarga em cordão: o diâmetro do ápex é insuficiente. Com isso, partículas grossas
dirigem-se para o overflow. Pode ser usado intencionalmente quando se deseja adensar
e não classificar;
descarga em cone: operação normal;
descarga em pulverizador (spray): o diâmetro do ápex é maior que o recomendável.
As partículas finas dirigem-se para o underflow.
Pressão
Aumentando a pressão, diminui o diâmetro de corte.
Percentagem de Sólidos
Aumentando a percentagem de sólidos na polpa, o diâmetro de corte aumenta
até um determinado limite e depois, diminui.
Na avaliação da eficiência de separação dos classificadores, entre eles o
hidrociclone, é empregada a curva de partição. Se um material possui uma densidade
uniforme, então a separação se baseia inteiramente nos tamanhos das partículas. Uma
curva de classificação ou partição típica é mostrada na Figura 10.
onde:
i = classes de granulometria;
Wu ,Wf = fração em peso de cada classe de granulometria no underflow e na
alimentação, respectivamente;
Mu ,Mf = vazão em peso do material seco no underflow e na alimentação,
respectivamente.
O cálculo dos pontos corrigidos é dado por:
Y(i) R f
Y(i)c = .100 [17]
100 R f
sendo,
S φ
− Rs
1+S 100
Rf = [18]
φ
1−
100
onde:
S = razão entre as vazões volumétricas de polpa do underflow e do overflow;
vol. sólido
φ =percentagem de sólidos em volume ( ),
vol. sólido + vol. água
Mu
Rs =
Mf
Outro tipo de curva (9)
de partição é a denominada curva padrão de partição
proposta por Lynch e Rao , que por meio de inúmeras investigações mostraram que
esta curva para um dado material, independe do tamanho do hidrociclone, do vortex
finder, do apex e das condições operacionais. Com isto, é possível determinar uma
curva padrão de partição de um material em um hidrociclone de pequenas dimensões
(laboratório) e prever resultados em escala industrial.
Quanto maior o valor de (α), mais eficiente é a separação. O valor mais comum
para (α) é em torno de 4 (6).
Na Figura 12 é mostrada uma classificação ideal, onde todas as partículas com
tamanhos superiores e inferiores a (d 50c ) dirigem-se, respectivamente, para o
underflow e o overflow, entretanto isso não ocorre na prática. Devido à imperfeição no
processo de classificação do hidrociclone, a curva fica inclinada, formando áreas
denominadas material deslocado, constituídas por partículas finas que se dirigem ao
underflow e partículas grossas ao overflow. Essa imperfeição é medida com auxílio da
seguinte relação:
d 75 − d25
I= [20]
2d 50c
274 Classificação e Peneiramento CETEM
onde:
m = fator que indica a eficiência de classificação.
(11)
Plitt verificou que o valor de m está relacionado com o parâmetro ( α ) de Lynch
(9)
e Rao por meio da equação:
α + 0,45
m=( ) [22]
1,45
Plitt desenvolveu também diversas equações relacionando variáveis operacionais
e dimensões do hidrociclone:
a) Determinação do d50c
onde:
Dc = diâmetro do hidrociclone (m);
Di = diâmetro ou diâmetro equivalente do duto de entrada (m);
Do = diâmetro de vortex finder (m);
Du = diâmetro do apex (m);
φ = percentagem de sólidos (volume) na alimentação;
h = altura livre; distância interna entre o vortex finder e o apex (m);
Q = vazão volumétrica da polpa na alimentação (l/seg);
3
ρs , ρl = peso específico dos sólidos e da água (kg/m );
kg
m = viscosidade do fluido ;
m.s
k = 0,5 para condições de regime laminar e 1,0 para condições de regime
turbulento.
b) Determinação de m
0 ,15
S (Dc )2 h
m = 1,94 exp (-1,58 ) [24]
1 + S Q
onde:
onde:
P = pressão (KPa).
Essas equações são largamente empregadas em modelos de simulação para
operação e dimensionamento de hidrociclones.
276 Classificação e Peneiramento CETEM
PENEIRAMENTO
Entende-se por peneiramento, a separação de um material em duas ou mais
classes, estando estas limitadas uma superior e outra inferiormente.
No peneiramento a úmido adiciona-se água ao material a ser peneirado com o
propósito de facilitar a passagem dos finos através da tela de peneiramento.
O material retido na tela da peneira é denominado oversize e o passante,
undersize.
Os peneiramentos industriais a seco são realizados, normalmente, em frações
granulométricas de até 6 mm. Entretanto, é possível peneirar a seco com eficiência
razoável em frações de até 1,7 mm(12).
A úmido, o peneiramento industrial é normalmente aplicado para até 0,4 mm,
mas recentemente tem sido possível peneirar partículas mais finas, da ordem de
(12)
50 µm .
Escalas Granulométricas
A determinação das faixas de tamanho das partículas é feita por meio de uma
série de aberturas de peneiras que mantém entre si uma relação constante.
A primeira escala granulométrica foi proposta por Rittinger, Alemanha, e
obedeceu à seguinte equação:
an = a o r n [26]
onde:
an = abertura de ordem n;
( )
r = razão de escala r = 2 = 1,414 .
Posteriormente, a U.S. Tyler Company alterou a escala de Rittinger, tomando
como abertura de referência ( ao ) 74 µm. Esta escala tornou-se de uso geral em todo o
mundo.
Uma segunda escala foi sugerida por Richards, Estados Unidos, que seguiu a
mesma equação de Rittinger, sendo que adotou como razão de escala r = 4 2 = 1,19 .
Esta escala foi tomada como padrão pelo Governo Americano.
CETEM Tratamento de Minérios – 5ª Edição 277
Tipos de Equipamentos
Os equipamentos utilizados no peneiramento podem ser divididos em três tipos:
grelhas - constituídas por barras metálicas dispostas paralelamente, mantendo um
espaçamento regular entre si;
crivos - formados por chapas metálicas planas ou curvas, perfuradas por um sistema de
furos de várias formas e dimensão determinada;
telas - constituídas por fios metálicos trançados geralmente em duas direções
ortogonais, de forma a deixarem entre si "malhas" ou "aberturas" de dimensões
determinadas, podendo estas serem quadradas ou retangulares.
Esses equipamentos podem ser classificados de acordo com o seu movimento,
em duas categorias:
b) fixas - a única força atuante é a força de gravidade e por isso esses equipamentos
possuem superfície inclinada. Como exemplo temos grelhas fixas e peneiras DSM.
grelhas fixas - estas consistem de um conjunto de barras paralelas espaçadas por um
o (12)
valor pré-determinado, e inclinadas na direção do fluxo da ordem de 35° a 45
(Figura 13). São empregadas basicamente em circuitos de britagem para separação de
blocos de 7,5 a 0,2 cm, em geral, sendo utilizados invariavelmente a seco. Sua eficiência
é normalmente baixa (60%), porque não havendo movimento da superfície não ocorre a
estratificação, que facilita a separação.
Um valor aproximado para a capacidade das grades é de 100 a 150 t(t) de material por
pé quadrado de área em 24 h, quando as barras estão distantes entre si de 2,54 cm.
peneiras fixas - as peneiras fixas DSM (Figura 14) introduzidas pela Dutch State Mines,
são utilizadas para desaguamento de suspensões e para uma separação precisa de
suspensões de partículas finas. Recentemente, vêm sendo empregadas em circuito
fechado de moagem quando a granulometria do produto é grossa e no peneiramento a
úmido de materiais finos até 50 µm. Esta compreende uma base curva formada por fios
paralelos entre si, formando um ângulo de 90° com a alimentação. A alimentação é
feita por bombeamento na parte superior da peneira sendo distribuída ao longo de toda
a extensão da peneira. Partículas com tamanho de aproximadamente a metade da
distância do espaço entre fios passam pela superfície da peneira. O diâmetro de corte
depende da percentagem de sólido da polpa, o que faz com que esse parâmetro tenha
que ser bem controlado para que se possa obter um rendimento adequado da peneira.
O peneiramento tende a concentrar nos finos os minerais mais densos, ao contrário do
que ocorre com outros classificadores.
Possuem uma elevada capacidade de produção, podendo-se utilizar como um valor
médio para pré-dimensionamento, 100 m(3)/h por metro de largura de leito para
abertura de 1,0 a 1,5 mm.
A seleção das peneiras deve ser feita em função das características do material e
do tipo de serviço a que ela irá se prestar.
Dimensionar os equipamentos significa calcular as dimensões das suas superfícies
em função da capacidade requerida, ou seja, da quantidade de material com
características e condições determinadas que deve passar pelo equipamento por um
tempo determinado (hora). No caso das peneiras, duas condições independentes
devem ser atendidas; área da tela e espessura do leito.
Um dos métodos aceitos para selecionar a peneira a ser utilizada é baseado na
quantidade de material
(16)
que passa através da malha 0,0929 m2 de uma peneira com
abertura específica , e que será aqui apresentado. Destaca-se porém, que este é
apenas um dentre os muitos métodos existentes e que cada um deles pode levar a
resultados diferentes.
Área Total
A área total "A" pode ser definida por:
S
A= [28]
C d FM
onde:
S = quantidade de material passante na alimentação que atravessa a peneira por
hora (t/h);
C = capacidade básica de peneiramento (t/h x 0,0929m(2));
peso específico aparente do material alimentado
d= ;
1602
FM = fatores modificadores.
b) Fatores modificadores
Existem muitas variáveis e inter-relações entre essas variáveis que afetam o
peneiramento de um dado material, mas aqui só serão avaliadas aquelas que afetam de
(15)
maneira significativa o cálculo do tamanho de peneiras para minérios .
P
E= x100 [29]
aA
286 Classificação e Peneiramento CETEM
onde:
E = eficiência; P = passante (t/h); A = alimentação (t/h);
a = percentagem de material na alimentação menor que a abertura considerada.
A eficiência de separação é expressa como uma razão entre a quantidade de
material que passa por uma abertura e a quantidade na alimentação que deveria
passar.
Um peneiramento é considerado comercialmente perfeito, quando a eficiência é
de 95%. Assim, para este valor, o fator de eficiência é considerado igual a 1,00.
Na Tabela 2 são apresentados outros fatores de eficiência.
Tabela 2 – Fatores de finos e de eficiência de peneiramento.
Eficiência de Peneiramento Fator
(%) Finos (F) Eficiência (E)
0 0,44 -
10 0,55 -
20 0,70 -
30 0,80 -
40 1,00 -
50 1,20 -
60 1,40 -
70 1,80 2,25
80 2,20 1,75
85 2,50 1,50
90 3,00 1,25
95 3,75 1,00
Exemplos
Para ilustrar o procedimento de determinação destes fatores de
dimensionamento de peneiras, são apresentados os seguintes exemplos(16).
a) Circuito aberto (Figura 20)
Dados de alimentação:
vazão: 300t/h de minério de ferro; densidade aparente: 2082kg/m3; midade: 8%;
Solução:
195
A=
C.d.F.E.D.B
onde:
(2)
C = 1,7 t/h x 0,9 m (Figura 19);
2082
d= = 1,30 ;
1602
F = 0,86 (33%);
E = 1,00 (95%);
D = 1,00;
B = 1,2.
195
A= = 85,5ft 2 =7,95m2
1,7 x 1,3 x 0,86 x 1,00 x 1,00 x 1,2
(2)
O valor calculado de 7,95 m representa a área efetiva da peneira. Deve-se
acrescentar a este valor, um fator de 10% a fim de compensar a perda de área devido
aos suportes que sustentam a tela à peneira.
Neste caso, 7,95 + 0,79 = 8,74 m(2).
(2)
O próximo passo será selecionar uma peneira padrão com uma área de 8,74 m ,
mantendo-se uma razão comprimento/largura de 2:1 para que haja um peneiramento
eficaz. Assim, por tentativa tem-se uma peneira de 1,83 m x 4,87 m com uma área total
de 8,91 m(2).
Um outro ponto importante é a espessura do leito de material que passa no
deque. Este deve ser controlado para se ter certeza de que está dentro dos limites
aceitáveis. A recomendação para um peneiramento efetivo é a de que o leito no final do
deque não seja mais do que 4 vezes o tamanho da abertura no deque. Isto significa que
para uma abertura de 12,7 mm, a espessura do leito não deve ser superior a 50,8 mm.
Para determinar a espessura do leito, utiliza-se a Figura 21 que fornece a vazão de
minério para cada centímetro de altura do leito em função da largura da peneira e do
peso específico do minério para um ângulo de inclinação de 18°.
No caso do exemplo, tem-se que para uma largura de peneira de 1,83 m, a
quantidade de material para cada centímetro de altura do leito é de 46 t/h. Para uma
290 Classificação e Peneiramento CETEM
105
vazão de 105 t/h que atravessa o deque, a espessura do leito é de 22,8 mm ,
46
valor esse que está abaixo do máximo recomendado que é de 50,8 mm.
Para outros ângulos de inclinação da peneira, a vazão de minério (kg/s) para cada
centímetro de altura de leito é obtida com a multiplicação do valor encontrado para a
inclinação de 18° (Figura 21) pelo fator mostrado na Tabela 6.
Tabela 6 – Fatores multiplicativos em função do ângulo de inclinação da peneira.
Ângulo Fator
18° 1,00
20° 1,33
22° 1,67
25° 2,00
Assim, a carga circulante (c.c.) de 107,3 t/h mais a alimentação inicial de 200 t/h
fornece a alimentação total que é então de 307,3 t/h.
Calculada a carga circulante, o próximo passo será selecionar a área da peneira a
ser usada através do método mencionado anteriormente,tomando como base
307,3 t/h de material alimentado e uma análise granulométrica obtida pela
combinação proporcional da alimentação inicial e da análise da descarga do
britador.
Novos Equipamentos
Existem atualmente no mercado alguns novos equipamentos que são utilizados
para separação por classificação, apresentaremos alguns exemplos, a seguir.
Hydro Clean
O Hydro-clean (Figura 23) é um sistema de limpeza e de separacao que utiliza alta
pressão, para partículas que variam de tamanho entre 0 a 70 mm, esse equipamento é
adequado especialmente, para ser utilizado na indústria de areia e cascalho, indústria
de pedras naturais e de reciclagem, que tenham capacidade de produção entre 50 e 160
toneladas/hora de material de saída.
A taxa de alimentação de material neste equipamento é ajustável de acordo com
o nível de contaminação do material a ser classificado. Um consumo de 0,12 a 0,2 m3
de água se faz necessário para que possa haver uma “limpeza” de uma tonelada de
terra ou argila contaminada no processo, com um gasto de de energia entre 03 a 0,5
kWh.
O design do equipamento é modular o que possibilita uma adaptação flexível às
configurações encontradas em uma planta de beneficiamento, e consequentemente
uma rápida instalação. O sistema pode ser acoplado a uma linha de beneficiamento já
existente, funciona apenas com uma única unidade ou pode ser produzido como um
sistema completo que inclua equipamentos de peneiramento, peneiras de
desaguamento e um circuito hidráulico, a serem posicionados subsequentemente.
A folga variável entre o rotor de lavagem e o leito do material permite o perfeito
ajuste ao estado de entrada do material.
A água, com os resíduos retirados, sai da área de lavagem pelas partes inferiores,
ajustáveis às peneiras, que são anexadas à camisa externa do vaso de lavagem.
Os sensores localizados na área de entrada do material fornecem dados exatos à
unidade de controle de modo que o fluxo de material da unidade seja controlado,
assegurando assim a constância na qualidade do produto. Quaisquer contaminantes
que permaneçam no material, após passarem no processo, podem ser desaguados por
uma unidade subsequente de lavagem.
CETEM Tratamento de Minérios – 5ª Edição 293
Pelo fato da ferramenta “jato de água” operar sem desgaste, praticamente não
há o desgaste verificado nos sistemas convencionais. A configuração de fácil
manutenção do Hydro-clean permite a rápida substituição das peças padrão sujeitas a
um eventual desgaste.
Drum Scrubber
O equipamento Drum Scrubber (Figura 27) é construído em aço inoxidável com
estrutura de aço fabricados a partir de tambor rotativo com placas IS 2062. Geralmente
são utilizados no beneficiamento de minério de ferro para remoção de impurezas tais
como alumina e sílica a partir da superfície do minério.
CETEM Tratamento de Minérios – 5ª Edição 295
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Min. Metall. Cong., 8 Austrália, N.Z., Proceedings. 1965. vol.6.
10) PLITT, L.R. A mathematical model of the hydrocyclone classifier, CIM Bulletin, 1976,
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17) http://www.haverbrasil.com.br/pt/equipamentos/index.php?sec=hydro
18) http://www.durgametals.com/log-washer.html