Apostila Batismo - Pe. Delair Senha
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O Batismo é o nascimento. Como a criança que nasce depende dos pais para
viver, também nós dependemos da vida que Deus nos oferece. No Batismo, a Igreja
reunida celebra essa experiência de sermos dependentes, filhos de Deus e por esse
sacramento participamos da vida de Cristo, afinal Jesus Cristo é o grande sinal de
que Deus cuida de nós.
“O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no
Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos
libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de
Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: o Batismo é
o sacramento da regeneração pela água na Palavra.” (Catecismo da Igreja Católica
n° 1213)
O profeta João Batista, primo de Jesus, veio ao mundo para preparar os
caminhos para a vinda do Messias, por meio do Batismo (Cf. Mc 1, 2s). Ele sabia que
o seu Batismo era temporário, pois logo depois dele viria o seu primo Jesus que
batizaria no Espírito Santo, ou seja, o profeta batizava com água e Jesus batizava
com o Espírito Santo. A Bíblia sugere o Batismo de todos, o que inclui as crianças.
O Batismo é ordinariamente válido quando o ministro (padre, bispo,
presbítero, diácono) - ou, em caso de urgência, qualquer pessoa batizada - derrama
a água sobre o batizando, enquanto diz: "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo". Isso supõe a fé em Jesus Cristo, pois sem a fé o Batismo não passa
de uma encenação.
Mas não só o Batismo na Igreja Católica é válido. O Batismo de crianças ou de
adultos realizado em outras igrejas também é. Batizam validamente: as Igrejas
Orientais, a Igreja Vetero-Católica, a Igreja Episcopal (Anglicana) do Brasil, a Igreja
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Além da pessoa que está sendo batizada e do ministro que batiza, há também,
na cerimônia do Batismo, os padrinhos que seguram a criança. Normalmente
escolhe-se para padrinhos um homem e uma mulher, que devem ser bons católicos,
pois a função dos padrinhos é dar o exemplo, ajudar os afilhados a aprenderem o
Catecismo, a rezarem, a conhecerem e amarem a Deus. São os padrinhos que
respondem às perguntas que o ministro faz durante a cerimônia.
Faz-se importante destacar que existem três tipos de Batismo. Além do
Batismo da água, o normal, há ainda dois outros modos de recebermos o Batismo: o
Batismo de sangue e o Batismo de desejo.
O Batismo de sangue é recebido por uma pessoa que, sem nunca ter sido
batizada, seja morta por defender a Fé católica. Como aconteceu com muitos
mártires que morreram por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por sua vez, o Batismo de desejo é recebido por uma pessoa que, sem ter como
chegar até um Padre, morre sem poder receber o Batismo que desejava. Qualquer
um desses três modos de Batismo é o suficiente para nos dar a Fé e, assim, nos
permitir ir para o Céu.
Ritos do Batismo
Acolhimento
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O Sinal da Cruz
Cristo mudou o simbolismo da cruz. Após a sua morte violenta, a cruz passou
a ser o símbolo da vitória de Deus sobre o mal. Logo, a cruz passou a ser o sinal do
cristão e é com esse sinal que nós bradamos ao mundo que somos filhos de Deus e
onde uma cruz é vista, sabe-se que ali há Cristo.
O Sinal da Cruz é riquíssimo em significado, por ele expressamos três verdades
ou dogmas fundamentais da nossa fé: o Dogma da Santíssima Trindade, da
Encarnação e da Morte de Jesus Cristo. Quando se diz: "em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo", proclama-se o mistério da Santíssima Trindade. Quando a mão
direita é levada à testa dizendo: "Em nome do Pai", desce com a mão na vertical e
toca na altura do estômago continuando: "e do Filho", você está indica-se o mistério
da Encarnação: o Filho de Deus desceu ao seio da virgem Maria. Depois, levando a
mão direita para o ombro esquerdo completando a cruz tocando o ombro direito,
está indicando a morte de Jesus na Cruz.
O Batismo exprime o primeiro encontro da criança com a fé em Jesus Cristo e
na Salvação pela morte redentora do Senhor na Cruz. Porque foi pela morte dele
que nos reconciliamos com o Pai Eterno e fomos inseridos na amizade da Santíssima
Trindade. O Sinal da Cruz relembra essa verdade histórica. Dessa maneira,
convidam-se os Pais a realizarem o sinal da cruz, um gesto de que a salvação de
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Deus vem à criança por meio da fé dos pais, pois eles, pelo Sacramento do
Matrimônio, são constituídos mediadores entre Deus e o Filho, exercendo a função
sacerdotal. Os Pais receberam de Deus pela própria missão criadora e pela graça do
Sacramento do Matrimônio, o poder de abençoar os filhos. Por isso, eles são
convidados por Deus a adquirirem o costume de abençoarem os seus filhos
enquanto pequenos e quando crescidos.
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unge-se o peito da criança lembrando que o óleo penetra todo o coração. O espírito
de Cristo deve penetrar na vida do cristão e fortalecê-lo na luta contra as forças do
mal.
O sacerdote unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua
força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”. Esse rito pode ser
substituído por uma imposição das mãos do celebrante sobre a cabeça da criança,
dizendo as palavras: “O Cristo Salvador te dê Sua força”. É uma invocação ao Espírito
Santo para que o batizando renuncie ao mal e faça uma boa profissão de fé.
Liturgia Sacramental
Água
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pelas águas do Batismo, fecundada pelo Espírito Santo, dá à luz novos filhos e Jesus
fala sobre esse novo nascimento no diálogo com Nicodemos. (Cf. Jo 3, 1-13)
A imagem do Dilúvio e do Mar Vermelho confere outro significado à água do
Batismo: a água destrói, mata, mas ao mesmo tempo é meio de salvação. Como as
águas do Dilúvio submergiram um mundo pecador, e como as águas do Mar
Vermelho afogaram a cavalaria do Faraó que perseguia o povo que fugia da
escravidão, assim também as águas batismais destroem o pecado, afogam o inimigo,
exterminam e cancelam o mal.
A destruição, por sua vez, é via para a libertação. No Dilúvio foram poupados
os justos e das águas do Mar Vermelho saiu um povo livre e em festa. Da mesma
forma, das águas do Batismo sai uma pessoa purificada das culpas, libertada da
escravidão do pecado e do demônio (terá as tentações do maligno como todas as
criaturas, mas não será escravo de satanás).
Assim, a “água” é apenas um símbolo, ela não tem a força e nem o poder de
purificar o pecado. É o Espírito Santo que nela atua em todos os acontecimentos e
no momento do Batismo, Ele, com a força e o poder Divino destrói todo o mal que
existe e proporciona a alegria de uma nova vida. Se a água não for a mesma do
Sábado Santo deve ser abençoada no início da liturgia sacramental.
Na parte final do Batizado, é realizada a segunda unção, dessa vez com o óleo
da Crisma. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, os reis e os
profetas; Cristo também foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial.
Essa unção significa que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder
messiânico de Jesus e conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedro 2, 9-10)
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nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e
profetas (profetisas), porque somos participantes da salvação em Cristo, que
deveremos anunciar a humanidade por palavras e exemplos de vida. Mostrar que
Deus é Amor por meio do verdadeiro amor pessoal. Tornamo-nos sacerdotes, não
possuímos o sacerdócio ministerial com o poder de fazer a Consagração na Santa
Missa, porém nos tornamos participantes do sacerdócio de Jesus, porque
participamos do novo povo de Deus na Nova Aliança, sendo assim, parte de um
povo sacerdotal capaz de oferecer sacrifícios com Cristo. Isto porque, recebemos
nossa vida como precioso dom de Deus e assim, devemos oferecê-la em retribuição,
em ação de graças ao Criador. Todo cristão pode e deve, em sua vida, orientar todas
as coisas para Deus.
Por fim, pelo Batismo nos tornamos reis, possuidores do Reino de Deus. Com
Jesus vencemos a morte e o pecado e podemos participar da própria vida de Deus.
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Vela acesa
Rito do Éfeta
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atingindo o uso da razão poderão dizer: agora eu creio, porque eu mesmo conheço
o Senhor Jesus Cristo.
O sal
Na vida das famílias o Sal tem duas grandes finalidades: “dar sabor” e
“conservar” os alimentos. Como Símbolo religioso o sal significa: “ser o tempero, ser
o exemplo” que estimulará os irmãos a caminhar na estrada do direito, da justiça e
do amor fraterno, “dando sabor” ao apetite humano, para ter fome da Palavra de
Deus. Todavia, o novo Rito do Batismo de Crianças aboliu o Rito do Sal, por questão
de higiene.
Como derradeira notícia, no Catecismo da Igreja Católica está escrito: “Jesus
mesmo afirma que o Batismo é necessário para a salvação” (CIC nº 1257). Tanto é
verdade que Ele ordenou a seus Discípulos que anunciassem o Evangelho e
batizassem todas as nações conforme está escrito no Novo Testamento (Cf. Mt 28,
18-20, Mc 16, 15-16 e Lc 24, 46-47). A Igreja não conhece outro meio senão o
Batismo para garantir êxito aos que querem entrar na bem-aventurança eterna.
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