03.5 - Dare Me
03.5 - Dare Me
03.5 - Dare Me
DE
COURTNEY COLE
***
Ela não é.
Mas eu lembro.
forte. Ela é esbelta e etérea, seu cabelo vermelho escuro cai ao redor de
Ela olha para cima e me vê olhando para ela. Ela sorri timidamente
Ela saberá, claro. Ela vai se lembrar, porque ela sempre lembra,
logo que todas as peças se encaixarem. Mas, por enquanto, ela está no
escuro. E enquanto deveria ser difícil para mim, quase impossível, não
assustada, um cervo diante dos faróis. Mas ela sorri e acena para a
dela. Quero lembrar-lhe para parar, mas não posso. Ainda não. Eu não
de Dare.
Por que você está aqui no hospital? Certamente não é pelo café. — ela
dando um gole no copo de isopor. Eles não permitem vidro aqui. Eu não
quero mentir para ela, é claro, mas não posso lhe dizer a verdade
questiona. — Estou tão cansada de falar sobre mim mesma aqui que eu
poderia morrer.
sobrancelha.
Coisas escuras.
Estou falando sério, mas ela ri, porque falo como se fosse piada. Eu
não estou brincando, mas não tem jeito de ela saber isso.
sorrindo casualmente.
— Que horas é o almoço neste lugar? — eu pergunto, tentando
mudar de assunto. Calla olha para o relógio na parede estéril. Ela não
pertence a esse lugar, mas ela não está irritada por causa disso.
ruim ou o pior. — seus dentes puxam o lábio e os olhos piscam para mim.
paciente.
Eu aceno muito sério. — Sim. Acho que você poderia dizer isso.
disfarçado?
já? Não seria melhor você apenas descobrir isso por conta própria? Seria
mais divertido.
reservado.
Eu sorrio. — Segredos. Todo mundo tem, Calla. Até você.
Parece que eu já ouvi isso antes. — diz ela, e seu olhar fica perturbado.
estendo a mão e aperto a mão dela na minha. Seus dedos finos estão frios,
cabeça.
de ombros.
para trás.
Para mim.
Ela escapa, porém, fora da vista. Quando ela se vai eu sinto o vazio
Frio.
DOIS
verdade, sendo feridos, mas porque alguns pensam que estão, e alguns
de ficar sozinho. O medo é uma arma poderosa, e tende a ter poder sobre
nós.
Ela está lá agora, em seu quarto, com a porta entreaberta. Ela nunca
gosta da porta fechada. Faz com que ela se sinta fechada. Ela sempre foi
assim.
esqueceu.
segura. Eu suponho que ela precisava estar aqui. Ela sabe que não
Ela ri.
espaço vazio na cama ao lado dela. — Você já está aqui. Pode muito bem
se sentar.
mão. Sou muito cuidadoso agora para ficar a uma distância respeitável
dela, certificando-me de que minha coxa não toque na dela, mesmo que
se entrelaçaram antes.
Por um momento, penso em Whitley, a propriedade onde nos
inexplicavelmente amarrados.
um cotovelo.
forte. Você rói as unhas. Você não dorme bem. Você confia em estranhos,
mesmo que você não deva. Você odeia a porta fechada. Você não gosta de
meias.
verdade.
Ela balança a cabeça agora e o gesto é triste. — As coisas nem
— Por que você fala em enigmas? — ela exige. — Você faz sentido
Começo a rir.
Ela suspira. — Eu sabia que você era bom demais para ser
carnudos e ela corre a língua ao longo deles. — Muito bom para ser
verdade?
Ela hesita.
como eu me lembro.
faça.
vasos de plantas.
trás com os dedos. Sua bochecha tinge de rosa e ela se lembra do nosso
beijo.
você sabe.
balança a cabeça.
— Sim. Eu tenho. Nós somos gêmeos. Quero dizer, nós éramos. Ele
já morreu.
ressalta.
no colo dela.
Eu sorrio. — Tudo.
para saber?
— Se você acha que me espanta, está errada.
seu diagnóstico?
— Por quê?
— Porque ele não pode suportar me ver aqui. — diz ela, e seu rosto
Eu penso sobre isso. Ela sabe tudo sobre mim. Ela só não se
isso.
— Sobre o quê?
— Palavras. Lê-se VIVA LIVRE. É nas minhas costas.
— Mostre-me.
Sua pele é quente contra a minha, seus dedos curiosos. Ela toca
seu toque, é uma corrente que flui debaixo da minha pele, conectando-
isso.
de volta.
Ela não responde. Em vez disso, ela diz: — Eu odeio essa sensação.
Seus lábios são macios e moldam nos meus, e as suas mãos... elas
no sol da manhã.
Ela é levada por enfermeiros, e olha por cima do ombro para mim e
desafiando a fazer alguma coisa. — diz Calla , e suas palavras são tão
— Talvez eu esteja.
conheço. Eu sinto que deveria confiar em você, mas também sinto que
Agarro sua mão na minha agora, e eu amo tudo sobre ela. Eu amo o
calor dela, a sua forma, a força dos seus dedos. Eu conheço estes dedos,
como os meus.
crepitante. É tudo.
Minha mão vaga pelo seu braço, ao longo dos seus dedos, da sua
coxa. Ela empurra-se para mim, seus quadris pressionando os meus, e ela
nunca…
Eu olho em seus olhos azuis. Eles estão tão escuros agora que
Ela fez amor. Comigo. Mas como todo o resto, ela não se
Ela concorda e sua cabeça cai para meu peito. Ela ouve o meu
Eu rio, porque ela está. Enfio uma mecha do seu cabelo atrás da
— Eu sei.
Ela não está brincando. Ela está fazendo uma pergunta sincera.
calça de hospital. O material é fino, e sua mão está quente, e Senhor Deus.
Porque mesmo que esta não seja a nossa primeira vez, ela pensa
morde o lábio.
nenhum. É só... vamos esperar. Eu quero que seja mais especial do que...
isso.
minha virilha e eu tenho que cerrar os dentes para não virá-la e levá-la
aqui e agora.
pendurada.
respirar.
pessoal, porque não quero que eles nos chequem mais do que o
Eu aperto forte.
— As flores estão desabrochando. — ela aponta quando
caminhamos até a lagoa. É mais uma poça, mas tem patos e Calla gosta
— Às vezes.
— Sim. — eu concordo. — É.
séria, pensativa.
ri.
— Eu aposto.
— Sério, eu sou.
— Lambendo você?
baixo.
Eu só nunca fiz.
digo.
assunto. — Eles vão nos levar a uma pequena feira de artesanato. Você
vai?
— Agora vou. — digo a ela.
Ela sorri.
SEIS
— Você me ama? — ela pergunta e ela sorri, porque ela sabe a resposta.
Ela fica feliz com isso, e porque o sol está se pondo, ela tira o chapéu e
Claro que sim. Fui eu que contei para ela. Mas eu animo-a, e deixo que ela
me diga.
Andrômeda insultou Poseidon, então ela foi condenada à morte por um monstro
marinho.
depois ele se casou com ela. Eles vivem nas constelações no céu agora, o amor
deles é imortal.
meu. Sempre.
Acabo de deslizar para dentro dela, seu calor me engolindo, quando olho
para cima e uma onda gigante está caindo sobre nós. Não temos tempo para
reagir.
mim.
— Dare. — ela grita e sua mão está estendida, e não consigo alcançá-la. —
Dare!
rápida e áspera.
despistá-la. Tenho uma sensação fria de vazio quando Calla não está
comigo.
Eu tento raciocinar comigo mesmo, tento usar a lógica, mas
isso.
Ela se foi.
SETE
aqui.
— Dare?
— Calla.
No quarto dela.
— Você sentiu?
— Sempre.
meu ombro.
— Talvez.
bastante.
— Verdade.
Sua mão está na minha coxa. Seus dedos se contorcem e ela quer
— Faça. — sugiro.
— Fazer o que?
— Nem um músculo?
Ela faz uma pausa, mas então decide confiar em mim. Sua mão
meu peito. Arrepios surgem onde ela toca, e seus dedos pausam na
minha virilha.
Ela traça meu eixo através das minhas calças de pijama, e suga uma
— Eu também.
Seus lábios se curvam para cima, e Deus, como eu queria que ela
— Sim.
— Bom.
Eu a quero.
Ela estende-se na ponta dos pés e beija minha boca. Quero puxá-la
para perto de mim, mas eu sou fiel à minha palavra. Minhas mãos ficam
sentindo, buscando.
Ela geme.
Eu pratico contenção.
Eu não hesito.
deslizo minha mão em sua calcinha, buscando seu centro quente. Seus
olhos vibram logo que chego lá, quando eu deslizo um, então dois dedos
dentro dela.
Ela choraminga.
Eu sofro de desejo.
eles novamente.
Ela grita.
Eu continuo.
Eu a conheço.
— De nada.
OITO
tempo.
Ela hesita. — Você tem certeza? Eles dizem que eu sou louca.
por mencionar. — Vai ficar tudo ok. — acrescento. — Tudo vai ficar bem.
Calla olha para bandeja. — São novos. — ela aponta, olhando para
as pílulas coloridas.
— Ordens do médico.
Eu sorrio. — Legal.
— Boa menina.
medicação.
Nós comemos e saímos, vamos às sessões de grupo.
disse à Calla, que não ficaremos aqui por muito tempo. Nós não
pertencemos aqui, porque não somos loucos. Carma não mantém presos
— Ela?
Eu rio e Calla para de repente. Ela olha para mim, seus grandes
— O que é?
— Eu te amo.
— Não.
NOVE
adormeceu, ou ela esqueceu. Mas isso não está certo. Ela nunca
conversando entre si e não prestam atenção, por isso é fácil deslizar pelo
Calla está na cama, por isso os meus medos se dissipam, mas não
está segura.
Eu não respondo.
lado dela. Ela se agarra a mim, como se eu fosse uma jangada e ela
estivesse se afogando.
meu rosto. — Eu sonho com coisas escuras. Eu sonho com bebês, e meu
pai, e alguém continua sussurrando, você deve pagar pelos pecados dos seus
pais. Meu pai nunca fez nada de errado na vida. Eu sou louca, Dare.
Você está usando um casaco escuro e um anel, e seus olhos são tão
Eu puxo minha cabeça para trás para que ela possa olhar mais de
completamente.
assunto.
Eu balanço a cabeça. — Só um pouco.
serva bo te.
— Eu não sei.
Ela suspira e olha para fora da janela, a mão pálida brincando com
os meus dedos.
vez disso.
Ela avança mais perto de mim, como se ela quisesse tentar rastejar
minha palavra.
próprio sexo, mas observo Calla a viagem inteira. Ela olha para mim às
da janela.
riscado se acomoda lá, brilhando na luz. — Você estava usando isso nos
meus sonhos.
Eu o pego.
Mas ela balança a cabeça. — Não, era este. Eu sinto isso, Dare.
Calla está satisfeita, e ela brinca com ele no meu dedo enquanto
Conheço-a melhor.
próxima rua, a que leva ao oceano. Pegamos a trilha para a praia, e uma
Eu sei.
Dare. Eu quero você, aqui e agora... onde eles não podem nos ver.
Eles, ou seja, os enfermeiros, presumo.
longe.
chão. Ela imediatamente me puxa para baixo para ela, e suas mãos estão
— Sou seu.
Eu a puxo para mim, e ela é tão macia. Suas mãos são fortes
Ela acha que esta é a nossa primeira vez, e então eu trato-a como
tal. Eu a excito até ela estar comigo... meus dedos deslizando dentro dela,
deixando-a molhada, flexível. Ela arqueia as costas, e seus seios macios
apenas sinta.
Seus músculos relaxam e sua cabeça cai para trás, e posso ver seus
não é até que ela está arqueando, arqueando, tremendo... que eu deslizo
no meu ouvido. — Meu Deus. Não pare. Por favor. Por favor.
clímax.
nome.
está sorrindo.
direção. Eles são severos e estamos com problemas, mas nenhum de nós
se importa.
importa.
Eles nos observam com tanto cuidado que não podemos fugir à
noite, e eu não posso ver por mim mesmo que Calla está ok. Eu tenho que
acreditar que ela está, e que ela está esperando por mim do outro lado do
corredor.
Meu coração acelera quando pego uma bandeja e sigo para fora, tão
DuBray.
— O quê?
respirar.
daqui.
A enfermeira concorda.
de pessoas insanas.
Eu só estava aqui por ela. Se ela se foi...
No dia anterior?
— Você é Dare?
— Sim, eu sou.
breve.
minha camisa.
Os dias passam.
medalhão.
Ela prometeu.
DOZE
Quando eu durmo, eu sonho com ela. Os sonhos são tão vivos que
posso sentir seu cheiro e o gosto. Posso ouvir a voz dela. Quando eu
Eleanor Savage não toleraria isso. Eleanor pode me odiar, mas ela
possa fazer.
nervosa, mas sua mão ainda está dentro das minhas calças, me acariciando, me
tocando. Calla não pode ser domada. Isso é uma coisa que eu amo sobre ela.
Ela balança a cabeça e me puxa para ela, e suas mãos estão por toda
por uma luz bonita. Reflete no cabelo de Calla, fazendo-a parecer etérea.
Tiro sua camisa e sua pele é pálida e luminosa e ela é uma criatura das da
noite escura, tão linda que é quase irreal. Ela toca meus mamilos levemente, em
Mas ela sorri e desliza a cabeça para baixo, e talvez... talvez... ela saiba.
— Não, não esta noite. Nós vamos fazer isso outro dia.
— Eu quero que você me prove. Mas esta noite, eu tenho que te sentir,
Ela engole e acena com a cabeça e me agarra, e eu deslizo para dentro dela.
Há apenas uma ligeira resistência dentro dela, uma ligeira barreira que eu
rompo. Ela estremece, então seu rosto relaxa, e eu deslizo para dentro e para fora
Eu engulo em seco, porque Deus, ela é. Eu quero que isso dure para
sempre.
Ficamos na enseada durante horas. Dentro dela, fora dela, inteiro ao redor
dela. Estamos interligados, eu nem sei de quem são os membros neste momento.
Nós ficamos assim até de manhã, quando o sol nasce sobre o oceano.
A noite está escura. Há gritos vindos dos corredores, mas não é fora
do comum.
Enfermeiros passam pelo meu quarto, mas eles não param à minha
está lá fora. Ela está vestida com jeans e uma camiseta preta, e seu cabelo
sair.
Sul. Eu sei que no segundo que eu abri-la, os alarmes soarão. E eles soam.
de nós.
Nós relaxamos.
Coloco o colar de Finn pela cabeça de Calla, onde ele pertence. Ele
— Nada importa agora que estamos juntos. — diz ela com firmeza.
— Sim, eu concordo.
— Eu te amo.