Relé de Distancia - Thiana Tiller
Relé de Distancia - Thiana Tiller
Relé de Distancia - Thiana Tiller
RELÉ DE DISTANCIA
Thiana Tiller Reliquias Gomes – [email protected]
Instituto Federal do Tocantins
Resumo. A energia elétrica é um bem de consumo cuja relevância vem aumentando no decorrer das últimas décadas de
maneira acelerada. Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) o crescimento da demanda energética do Brasil
será de 3,6% ao ano até 2029. Assim, é primordial que as linhas de transmissão estejam protegidas, para que o
fornecimento de energia elétrica seja ininterrupto e confiável. Nesta perspectiva, é de suma importância que o sistema
opere de maneira correta de modo que as proteções mantenham a devida coordenação e seletividade.
O sistema elétrico de potência é muito instável e está sujeito a incessantes perturbações, conhecidas por faltas ou
curto-circuito, que são definidos como qualquer dano que intervém no fluxo normal da corrente em um Sistema
Elétrico de Potência (SEP) (GRAINGER;STEVENSON, 1994). Os curto-circuito estão associados com diferentes
causas, como: arborização, iluminação, falha de equipamentos e contato de animais e árvores com algum equipamento
elétrico. Essas perturbações não apenas colocam em risco a continuidade do fornecimento da energia elétrica, como
também representam perigos à sociedade. Neste cenário, surge o Relé de Distância, conhecido como Relé 21 pela
Tabela ANSI, que tem por finalidade garantir a integridade e funcionabilidade das linhas de transmissão, de tal forma
que a energia elétrica seja transmitida a diversas regiões com continuidade e segurança. Em resumo, o princípio
básico de operação do relé de distância é fundado na comparação da tensão (V) com a corrente (I) para a obtenção de
uma razão entre essas duas grandezas citadas. Os relés de distância são largamente utilizados para proteção de
distancias, principalmente em linhas de transmissão. Através de sinais de tensão e de corrente provenientes dos TPs e
TCs, respectivamente, esses relés estimam a impedância desde a sua posição até o ponto em falta. Como a impedância
de uma LT é relativamente constante, esses relés identificam a distância do ponto em curto-circuito, ou seja, a
impedância aparente até esse ponto.
1. INTRODUÇÃO
A energia elétrica é um bem de consumo cuja relevância vem aumentando no decorrer das últimas décadas de
maneira acelerada. Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) o crescimento da demanda energética do Brasil
será de 3,6% ao ano até 2029. Assim, é primordial que as linhas de transmissão estejam protegidas, para que o
fornecimento de energia elétrica seja ininterrupto e confiável. Nesta perspectiva, é de suma importância que o sistema
opere de maneira correta de modo que as proteções mantenham a devida coordenação e seletividade.
O sistema elétrico de potência é muito instável e está sujeito a incessantes perturbações, conhecidas por faltas ou
curto-circuito, que são definidos como qualquer falha que intervém no fluxo normal da corrente em um Sistema Elétrico
de Potência (SEP) (GRAINGER;STEVENSON, 1994). Os curto-circuito estão associados com diferentes causas, como:
arborização, iluminação, falha de equipamentos e contato de animais e árvores com algum equipamento elétrico. Essas
perturbações não apenas colocam em risco a continuidade do fornecimento da energia elétrica, como também
representam perigos à sociedade.
Diante do exposto, os projetos de um SEP são elaborados para que condições anormais que possam danificar uma
parte do sistema ou possam provocar um interrupções no fornecimento sejam detectadas e corrigidas. Desta forma, é de
grande importância que a proteção consiga localizar o ponto em que está ocorrendo o problema e em seguida isolar o
defeito.
As funções de proteção em um SEP geralmente são feitas a partir de relés. Conforme Caminha (2009), a
associação brasileira de normas técnicas (ABNT) estabelece um relé como um dispositivo por meio do qual um
equipamento elétrico é operado quando se produzem variações nas condições deste equipamento ou do circuito em que
ele está ligado, ou em outro equipamento ou circuito associado (Caminha, 2009). No contemporânea há uma vasta
diversidade de funções que um Relé pode apresentar, de acordo com a Tabela ANSI (Instituto Nacional Americano de
Padrões (American National Standards Institute) são em média 96 funções diferentes de Proteção o que permite uma
maior segurança ao sistema.
Neste cenário, surge o Relé de Distância, conhecido como Relé 21 pela Tabela ANSI, que tem por finalidade
garantir a integridade e funcionabilidade das linhas de transmissão, de tal forma que a energia elétrica seja transmitida a
diversas regiões com continuidade e segurança.
2. RELÉ DE DISTÂNCIA
Em resumo, o princípio básico de operação do relé de distância é fundado na comparação da tensão (V) com a
corrente (I) para a obtenção de uma razão entre essas duas grandezas citadas. Esta relação resulta a impedância Z=V/I
ou então admitância, que é inverso da impedância e a reatância (Im(Z)). Esses parâmetros medidos e calculados pelo
relé estão diretamente ligados a posição da falta na linha de transmissão. Em decorrência disto, esses relés são
Trabalho de Proteção – Palmas 22 de maio de 2022
chamados de relés de distância (Caminha, 2009). O relé de distância e conhecido como 21 pela ANSI, e pode ser
representado conforme mostra a figura 1. Assim, verifica-se que o relé utiliza um TC para fazer as medidas de corrente
e um TP para medir a tensão.
Os relés de distância são largamente utilizados para proteção de distancias, principalmente em linhas de
transmissão. Através de sinais de tensão e de corrente provenientes dos TPs e TCs, respectivamente, esses relés
estimam a impedância desde a sua posição até o ponto em falta. Como a impedância de uma LT é relativamente
constante, esses relés identificam a distância do ponto em curto-circuito, ou seja, a impedância aparente até esse ponto.
Além disso, também podem operar utilizando os parâmetros de reatância e admitância até o ponto em falta.
Em suma, relés não previnem danos ao equipamento; sua operação se dá após a ocorrência da falha. Deste modo
sua finalidade é mitigar, na medida do possível, ainda mais danos aos equipamentos, reduzir o perigo às pessoas,
minimizar a influência em outros aparelhos e, acima de tudo, remover o equipamento faltoso do sistema de potência
rápido, para que a integridade e estabilidade do restante do sistema seja mantida.
A definição da proteção de distância é determinar a impedância de falta a partir da medição da tensão de curto-
circuito e a corrente na barra no qual o relé está inserido. Caso a impedância medida estiver dentro da zona de proteção
do relé, uma falha é detectada e um comando de desligamento (trip) será emitido para o disjuntor.
Os relés de distância tradicionais fazem uma conferência entre a impedância aparente de sequência positiva
medidas de um terminal da linha, conhecido também como terminal local e a impedância característica de operação do
relé, com o intuito de decidir entre a abertura da linha, ou não. Esse método é executado após a detecção da ocorrência
de uma falta e é baseado na impedância da linha para a decisão se é detectada uma falta dentro da sua área de proteção,
a chamada zona primária.
A impedância aparente possui uma parte real (resistência aparente) e uma parte imaginária (reatância aparente),
sendo assim possível colocá-la em um plano complexo chamado de Diagrama R-X. é comum o uso do diagrama R-X
para analisar e visualizar a resposta do relé e do sistema, além de verificar a característica de operação do relé
sobreposta sobre o mesmo gráfico com qualquer característica do sistema, fazendo com que a resposta do relé seja
imediatamente aparente. Esta ferramenta pode ser utilizada tanto para visualização de valores estáticos como para a
análise da trajetória da impedância calculada, desde o ponto de carga em regime permanente, até o ponto de falta.
3. RELÉ DE IMPEDÂNCIA
De forma resumida, a proteção por distância atua com base em um valor de impedância limite, ou seja, o valor de
impedância calculada estabelece uma zona de proteção. Usualmente, para proteção das linhas de transmissão (LT).
De um modo geral, diagrama unifilar do relé de impedância pode ser simbolicamente representado na imagem a
seguir:
(1)
R2 + X2 = K2
Desta maneira, note que no diagrama fasorial jX x R, a equação, representa a equação de uma circunferência com
centro na origem e raio igual a K. Que consequentemente representa as impedâncias que demarca o lugar geométrico do
limiar de operação do relé de impedância. Isto é, para todas as impedâncias que estão posicionadas na circunferência, o
relé está no estado do limiar de sua operação. Assim, a circunferência define e delimita as zonas de atuação do relé de
impedância (21). conforme demostrado abaixo:
O relé de impedância é ligado ao secundário do TC e TP. Com isso, o valor da impedância vista pelo relé segue a
seguinte relação:
Zsecundario=Vsecundario/Isecundario (2)
• 1ªzona: regulagem com o valor de: Z1zona = 80% da LT a jusante do relé. A folga de 20%.
Temporização1 = Zero, atua o elemento instantâneo do relé
• 2ª zona: regulagem com: Z2zona 100% da LT + (50 60)% da LT seguinte.
Temporização2 = T2= Δt
• 3ª zona: regulagem com: Z3zona= 100% da LT + 100% da LT seguinte+ (20-30)% da próxima LT.
Temporização3 = T3 = T2 + Δt = 2 Δt
4. RELÉ DE ADMITÂNCIA
Em suma o Relé de admitância é basicamente um relé direcional que tem restrição de tensão, é utilizado em linhas
de transmissão longas para o seu nível de tensão.
O relé de admitância também conhecido como relé MHO, segue a mesma filosofia do relé de impedância, mas
com uma característica diferente, o relé atua no defeito cuja impedância esteja dentro do círculo e na frente do ponto de
instalação do relé.
Trabalho de Proteção – Palmas 22 de maio de 2022
O ajuste em impedância corresponde ao valor máximo do limiar de operação e tem o mesmo valor do diâmetro da
circunferência (Zajuste = diâmetro).
Pode-se notar pela própria característica da circunferência que o relé de admitância é direcional. Com isso tal
característica trás uma grande vantagem para a utilização deste rele.
A natureza direcional é de suma importante, pois faz com que seletividade do equipamento seja garantida, sem
utilizar-se de um relé direcional adicional. Desta forma o relé de admitância, pode ser utilizado na proteção do sistema
em anel. Esta direcionalidade é importante, já que o relé só atua para defeito cuja impedância esteja dentro do círculo e
na frente do ponto de instalação do relé
O relé de admitância em geral possui três zonas de atuação, e há necessidade de fazer três ajustes. O ajuste é
realizado utilizando as mesmas regras que no relé de impedância. Porém, o ajuste do relé deve ser corrigido, pois o
ângulo r do relé pode não coincidir com o ângulo da impedância da linha protegida
• 1ªzona: Regulagem com o valor de: Z1zona = 80% da LT a jusante do relé. A folga de 20%
Temporização1 = Zero, atua o elemento instantâneo do relé
• 2ª zona: Regulagem com: Z2zona = 100% da LT + (50- 60)% da LT seguinte;
Temporização2 = T2= Δt
• 3ª zona: regulagem com: Z3zona = 100% da LT + 100% da LT seguinte+ (20-30)% da próxima LT;
Temporização3 = T3 = T2 + Δt = 2 Δt
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• De forma análoga ao relé de impedância, a equação de torque do relé mho define uma região circular no
Diagrama R-X;
• Essa circunferência passa pela origem e seu diâmetro é igual à impedância de ajuste;
• A região de operação é definida pelo círculo;
• Também opera somente para impedâncias internas ao círculo;
• Possui direcionalidade, não há necessidade do acréscimo de uma unidade direcional;
• Por ser direcional possui garantia de seletividade;
• Possui alcance bem definido.
5. RELÉ DE REATÂNCIA
O relé de reatância tem a característica de operar com sensibilidade a reatância medida a partir das grandezas
obtidas pelos transformadores de potencial e de corrente.
O relé de reatância é útil para proteger o sistema da influência do deslocamento da impedância ocasionado por um
arco elétrico. No entanto, o relé de reatância é sensível com a parte imaginária da impedância, isso pode ocasionar erros
quando a carga estiver um fator de potência capacitivo.
Relé de reatância tem a característica de não ser afetado pelas resistências de arco voltaico é indicado para linhas
curtas, tendo em vista que as resistências de arco voltaico afeta consideravelmente a impedância total dessas linhas.
O relé de reatância apresenta vantagens para proteger um sistema da influência do efeito do deslocamento da
impedância devido ao arco elétrico. Contudo, como o nome já sugere o rele de Reatância só vê reatância, isto pode
causar atuação indevida quando a carga tiver elevado fator de potência ou qualquer fator de potência capacitivo. Por
este motivo o relé de reatância deve operar juntamente com um relé de admitância, para ter a cobertura para esses casos.
REFERÊNCIAS
ABNT. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT. Disponivel em: <https://www.abnt.org.br/>.
Acesso em: 22 maio 2022
CAMINHA, A. C. (2009). Introdução à proteção dos sistemas elétricos. São Paulo:Edgard Blücher.
CRUZ, Mauricio Engers. Análise do desempenho de relés de distância sob condição de saturação dos transformadores
de corrente.2013. Faculdade de Engenharia Elétrica, Fundação Universidade Federal do Pampa.
GRAINGER, J. J.; STEVENSON JUNIOR, W. D. Power System Analysis. New York: McGraw-Hill Inc, 1994
KINDERMANN, G. (1999). Proteção de Sistemas Elétricos. Florianópolis: Editora do autor.
SEL. Schweitzer Engineering Laboratories. Tabela ANSI. Disponivel em: <https://selinc.com/pt/products/tables/ansi/>.
Acesso em: 22 maio 2022.