4 o Batismo No Espírito Santo
4 o Batismo No Espírito Santo
4 o Batismo No Espírito Santo
DEFINIÇÃO DA DOUTRINA
A Bíblia aponta em Hebreus 6.2 o fato de que a igreja primitiva reconhecia, não obstante haver
um só batismo (Ef. 4.5), uma doutrina de batismos, ou seja, diferentes expressões ou modalidades
de experiências espirituais com Deus, relacionadas à nova vida em Cristo. Através das Escrituras,
pode-se reconhecer 05 diferentes tipos de batismo:
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A palavra batismo significa “imersão” ou “mergulho”. Observe como estes batismos são
diferentes em seus aspectos. São também níveis de aprofundamento na experiência cristã. Todos eles
podem ser apropriadamente chamados de batismo, pois se tratam de “imersões” na vontade de Deus
para o crente.
EXPRESSÕES EQUIVALENTES
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A partir dos dois primeiros capítulos de Atos, que preparam e narram a experiência, podemos
reconhecer outros termos bíblicos pelos quais o Batismo no Espírito Santo poderá ser reconhecido
nas Escrituras. São eles:
1. Crentes sendo“batizados com o Espírito Santo” (At 1.5; Lc 3.16, Jo 1.33; At 11.16);
2. O Espírito “vindo” ou “caindo sobre” o crente (At 1.8; 2.17,18; 8.16; 10.44; 11.15);
3. Crentes sendo “cheios do Espírito Santo (At 2.4; 4.31; 9.17; Lc 3.22; 4.1;14,18);
4. “Recebendo o dom do Espírito Santo” (At. 2.38; 8.17-20; 10.45,47; 11.16,17);
5. e, o derramamento da “Promessa do Pai” (At. 14; 2.33,39; Lc 24.49).
SUA PROMESSA
O Batismo no Espírito Santo foi anunciado como “a Promessa do Pai” (At 1.4,5).
Quatrocentos anos antes do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, o profeta Joel já falava
deste evento (Jl 2.28,29; At 2.16). Setecentos anos antes, Isaías profetizou a respeito (Is 28.10-12; I
Co 14.21).
Trata-se da gloriosa promessa de um Deus que não pode mentir. É a promessa de uma dádiva
inigualável! É impressionante como Lucas, o médico amado, faz questão de frisar no Evangelho do
Filho do Homem a necessidade de caminhar em uma vida plena no Espírito:
E eis que sobre vós envio A PROMESSA DO MEU PAI; ficai, porém, na
cidade de Jerusalém, ATÉ QUE do alto sejais revestidos de poder.
Lucas 24:49
Esta promessa ainda hoje está disponível, pois é “para todos quantos o Senhor chamar”:
Dizer que foi apenas para a igreja primitiva, para a sua expansão e conservação, é minimizar a
responsabilidade da igreja atual, em face da urgente salvação dos perdidos num mundo em trevas de
mais de 6 bilhões de almas. Ser cheio do Espírito trata-se de um mandamento (Ef 5.18)
LEMBRE-SE:
O Espírito Santo mora em todo o crente (Rm 8.9);
Contudo, está disponível para todos e deve ser experimentada (At 2.39).
SEU PROPÓSITO
Trata-se de RECEBER para SER! Receber o quê? Virtude ou Poder. Esta palavra grega –
dunamis – de onde se originou a palavra “dinamite” e “dinâmico”, dá-nos a idéia de poder em
movimento. Virtude é pois a capacitação sobrenatural dada por Deus para a continuidade da
propagação do Evangelho. Não recebemos a virtude do Altíssimo para uma outra razão que não seja
a glorificação do Senhorio de Jesus Cristo (João 16.14). É poder para testemunho.
Apolo era alguém eloqüente e poderoso nas Escrituras, isto é, tinha a capacidade natural de
expressar-se com desenvoltura e sabia convencer na base de argumento. Ele era também ousado,
“fervoroso de espírito” e “ensinava diligentemente as coisas do Senhor”. No entanto, a Bíblia
destaca que ele conhecia apenas o batismo de João (At 18.24,25), de modo que foi necessário que
Priscila e Áquila lhe declarassem mais pontualmente o caminho de Deus.
Há quem considere que sua capacidade intelectual ou seu conhecimento bíblico sejam
suficientes para enfrentar todas as batalhas espirituais. Não foi o caso de Apolo. Os desafios do
presente século, com o aumento das forças do mal requererão uma vida plena no Espírito e a
manifestação do poder de Deus na vida de um discípulo que testemunha.
SUA EVIDÊNCIA
Há alguns comentaristas que afirmam que o Livro de Atos é uma narrativa e que Lucas não
tinha a intenção de escrever um tratado doutrinário, por isso não serve de apoio doutrinário. No
entanto, o apóstolo Paulo discorda desta interpretação ao afirmar que “toda Escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, e que
“tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito” (2 Tm 3.16; Rm 15.4), razão pela qual
preferimos continuar entendendo que a Bíblia inteira serve como um sólido fundamento para a
doutrina.
Por evidência entende-se “aquilo que pode ser visto ou verificável pela observação”. Na
filosofia, é a “constatação de uma verdade que não suscita qualquer dúvida, em decorrência do grau
de clareza ou distinção que se apresenta ao espírito”. Uma vez que o Espírito Santo é quem nos
ensina e convence, aquele que tem sede deve despojar-se de seus pré-conceitos e submeter-se
humildemente ao que dizem as Escrituras. Analisemos as evidências.
Línguas Estranhas.
Houve referência às línguas como evidência física, pessoal, e ao vento e ao fogo como sinais
naturais e externos. O único sinal do derramamento de Atos 2 que foi repetível nas demais narrativas
foi o falar em línguas. Além disto, este é um sinal exclusivo desta dispensação da graça. Dos dons,
este é o único sem precedente na História. Deus confundiu as línguas em Babel e unificou-as em
Pentecostes. Constitui-se num sinal sobrenatural para os infiéis de que Deus está entre nós (I Co
14.25).
Das faculdades humanas, a língua é a que mais perverte o homem, não sendo dominada por
ninguém (Tg 3.8). Não seria, por isso, que Deus resolve iniciar seu domínio no homem que deseja
ser usado por Ele a começar da língua?
Está escrito na lei: Por gente doutras línguas e por outros lábios,
falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. DE
SORTE QUE AS LÍNGUAS SÃO UM SINAL, não para os fiéis, mas para
os infiéis…
1 Coríntios 14:21,22
É, portanto, controlando a língua que o Espírito Santo recebe o domínio de todo o nosso ser,
delegando aos nossos lábios autoridade e graça para anunciarmos o Evangelho, rompendo com a
timidez e acrescentando ousadia.
O falar extático e sobrenatural, inspirado pelo Espírito Santo, quer seja de uma língua
conhecida pelos homens ou pelos anjos, é a principal evidência de que alguém recebeu a Plenitude
do Espírito.
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Examinemos:
1. No dia de Pentecoste
2. Na casa de Cornélio
4. Entre os samaritanos
Saulo em Damasco
Em todos os casos, o falar em línguas aparece como um sinal distintivo e visível de que foram
cheios do Espírito Santo. Não se tratou apenas de uma alegria efusiva ou de uma grande comoção,
mas de uma manifestação sobrenatural caracterizada por línguas estranhas. Foi algo fisicamente
notório, a um tal ponto de quem observava supor que estivessem embriagados (At 2.7) ou mesmo
loucos (1 Co 14.23).
SUA DISTINÇÃO
O Espírito Santo somente poderia fazer morada no crente após a glorificação de Cristo (Jo
7.39). Após a ressurreição, o Senhor Jesus soprou sobre eles para que recebessem o Espírito Santo
para novo nascimento (Jo 20.22). Depois de cerca de 40 dias, os mesmos discípulos com os demais
foram batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 1.13,14; 2.4). Foram duas
experiências distintas e subseqüentes.
Da mesma maneira, os crentes de Samaria (At 8.14-17) já haviam recebido a Palavra de Deus
e os doze discípulos de Éfeso já haviam sido batizados em nome de Jesus (At 19.6). Já eram,
portanto, crentes batizados, mas sem a experiência do enchimento do Espírito.
O Senhor Jesus foi gerado do Espírito (Lc 1.35), mas somente aos 30 anos foi revestido e
capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.1; 17-20).
“Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma FONTE A
JORRAR PARA A VIDA ETERNA” - Jo 4. 14; e,
O fruto do Espírito (Gl 5.22,23) é para a santidade, mas o Batismo no Espírito Santo é para o
poder. O primeiro é conseqüência de uma vida renascida que desenvolve e deixa crescer seus frutos
mediante o conhecimento da palavra, ao passo que o segundo é uma experiência obtida por graça
para acrescentar ousadia no testemunho. Santificação é operação do Espírito através da Palavra de
Deus (Jo 15.3; 17.17), mas a Plenitude do Espírito é unção para a realização da obra.
É comum, embora seja uma aberração, encontrarmos crentes com carisma, mas sem caráter,
da mesma forma que encontramos irmãos com caráter, mas sem carisma. É por isto que, para
corrigir estas distorções no crescimento, o apóstolo convoca ao equilíbrio:
Talvez você tenha se alegrado na presença de Deus e, por isso, pensou que foi batizado com
o Espírito Santo. Quem sabe tenha sido tomado por um sentimento de profunda reverência diante do
Senhor. Tudo isto é bom, mas não é a evidência bíblica do batismo. A evidência inicial e física pela
Palavra, como temos visto, é o falar em línguas estranhas.
Não devemos também confundir reações humanas com manifestações espirituais. Coisas
como êxtase, arrebatamento, saltar, cair no chão, chorar e gritar são reações emocionais e, portanto,
variam de indivíduo para indivíduo. Não estão necessariamente vinculadas ao Batismo com o
Espírito Santo. Um e outro são prejudiciais, pois é sempre perigoso andar nos extremos. Lembremos
que o Espírito Santo é um cavalheiro e, tudo quanto fizer, dignificará o Evangelho de Cristo. Por
que, então, são freqüentes tais cenas? Por causa da fragilidade humana. Não é o Espírito Santo, mas
o homem que recebe a presença de Deus, o agente das extravagâncias. Dr. T. Rees assim explica: ‘O
impacto direto do Espírito Santo é de tal forma comovente, que bem podemos desculpar a frágil
natureza humana por não se comportar como se fosse sob uma influência mais gentil...Certamente é
tão injusto criticar as extravagâncias dum novo convertido como criticar as quedas e tropeços da
criancinha que aprende a andar”.
A maneira como um eletricista e uma criança reagem a um choque elétrico simples não é a
mesma. Igualmente não se pode esperar que bebês espirituais reajam da mesma forma que irmãos
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mais maduros. O que não é desejável é que em nome da reverência ou da glória de Deus
justifiquemos a frieza ou o sensacionalismo.
“O Batismo no Espírito Santo não é o clímax de uma vida cheia do Espírito, mas a entrada
para andar no Espírito”, alerta Raymond Carlson.
Os automóveis movimentam-se através do princípio de armazenamento. Se o tanque esvazia-
se, precisa ser reabastecido. Igualmente, muitos crentes pentecostais vivem debaixo do mesmo
princípio. Dependem de ambientes especiais (cultos de poder) para serem cheios. Entretanto, como
os bondes antigos moviam-se pelo contacto elétrico, sem se desprenderem dos cabos, necessitamos
constantemente estar cheios do Espírito, sempre ligados à fonte de energia. Lembremos que o
Batismo é apenas o início de uma intimidade com o Espírito Santo e o princípio para
compreendermos a manifestação dos dons espirituais.
“Enchei-vos do Espírito” é um imperativo contínuo, que exprime a idéia de “ser enchido
repetidas vezes”.
“Novos enchimentos com o Espírito Santo fazem parte da vontade e provisão de Deus para
todos os que receberam o Batismo no Espírito Santo. Devemos esperá-los e buscá-los” (Donald
Stamps, na Bíblia Pentecostal).
SUA RECEPÇÃO
Antes de mais nada, é preciso dizer que o Batismo com o Espírito Santo, como toda benção
de Deus, não acarreta perigo. Há os que receiam a busca da experiência por estarem
conformados com o que já receberam, outros amedrontados com a idéia de caírem ao chão,
perderem os sentidos, ou até mesmo receberem um outro espírito que não seja o Espírito de
Deus. Lembremos a Palavra que diz:
“E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará
uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma
serpente? Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um
escorpião? Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo
àqueles que lho pedirem?” - (Lc 11.11-13)
Portanto, é impossível que um crente, habitação do Espírito Santo, pedindo ao Pai a dádiva
da plenitude do Espírito, recebe algo diferente. Além disto, nada virá “de fora”, por assim dizer.
Jesus explicou que “do seu INTERIOR fluirão rios de águas vivas”. Ele, o doce Espírito Santo,
já está dentro de nós e transbordará à medida que Lhe dermos espaço para atuar.
Outra barreira reside no fato da falta de compreensão de quem seja o agente a falar em
línguas. Pensam que de alguma forma o Espírito Santo falará por eles. Em Atos 2.4 está
registrado que ELES (não o Espírito) “começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito
Santo LHES CONCEDIA que [ELES] falassem”. O Espírito por certo inspirará e capacitará o
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Estes passos não são obrigatórios, tampouco cronológicos, estando submetidos ao critério de
Jesus, o Batizador, que batiza quando e como quer. No caso dos 120, estavam todos assentados e
ninguém lhes impôs as mãos quando foram batizados. Na casa de Cornélio, estavam ouvindo a
palavra quando receberam o poder do alto. Já entre os discípulos samaritanos houve a necesidade
da imposição de mãos. O importante é que estejamos suscetíveis à direção do Espírito de Deus e,
sobretudo, desejosos de receber a promessa do Pai.
ILUSTRAÇÃO:
homens sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais
permanente” (Deeper Experiencies of Famous Christians, p. 243).
QUESTIONÁRIO