Resolução Dos Exercícios Complementares

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RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

TEMA I | EPISTEMOLOGIA

1. De acordo com a seguinte notação – C (conhecimento por contacto), SF (saber-


fazer) e P (conhecimento proposicional) –, faz corresponder cada afirmação a um tipo
de conhecimento.

1. O Sérgio conhece o grupo musical Gorillaz.


2. A Carlota sabe que os leões são animais selvagens.
3. O Miguel conhece o jogo de damas.
4. A Raquel sabe tocar piano.
5. O Samuel conhece os Países Baixos.
6. A Sara sabe jogar xadrez.

Cenário de resposta
1. C: 1; 3; 5; SF: 4; 6; P: 2.

7. A Isabel sabe andar de mota e move-se com facilidade no Porto, porque conhece
bem a cidade. Estamos perante:
(A) Conhecimento saber-fazer, no primeiro caso, e proposicional, no segundo.
(B) Conhecimento por contacto, no primeiro caso, e saber-fazer, no segundo.
(C) Conhecimento saber-fazer, no primeiro caso, e por contacto, no segundo.
(D) Conhecimento por contacto, no primeiro caso, e proposicional, no segundo.

8. Das seguintes afirmações, assinala as que correspondem ao conhecimento do tipo


saber-que ou proposicional.
A. O Fábio conhece a cidade da Guarda.
B. A Joana sabe digitar no computador.
C. A Rita sabe que o Hipólito é jogador de futebol.
D. A Maria conhece a 5.ª Sinfonia de Beethoven.
E. A Carolina sabe como fazer funcionar um berbequim.
F. O Miguel sabe que os leopardos são felinos.
G. O Fabiano já jogou paintball.
H. O Carlos sabe fazer bolos de chocolate.
I. A Micaela sabe que os italianos são simpáticos.
J. A Sara sabe que algumas pessoas são bondosas.
K. O Joaquim sabe tocar guitarra.
L. O Luís sabe que há pessoas que são poliglotas.
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M. O Eduardo reconhece a ópera Flauta Mágica de Mozart.


N. O Diogo sabe que os leões são carnívoros.
O. A Elsa sabe fazer trapézio.
P. A Mariana sabe que os coiotes são canídeos.
Q. O Antero conhece a cidade de Vila do Conde.
R. O Manuel sabe andar de patins em linha.
S. A Camila conhece três das nove ilhas dos Açores.
T. A Élia sabe trabalhar com a broca de dentista.

9. Dizer que O João acredita que sabe estrelar ovos descreve:


(A) Um saber-que.
(B) Um saber-fazer.
(C) Um saber por contacto.
(D) Um saber prático.

10. A frase O Tomé sabe que conhecer outras línguas é importante descreve:
(A) Um conhecimento por contacto.
(B) Um conhecimento proposicional.
(C) Um conhecimento prático.
(D) Um saber-fazer.

11. Considera as afirmações sobre os tipos de conhecimento e seleciona a alternativa


que as descreve corretamente.
1. Toda a gente sabe que Platão é um filósofo.
2. Miguel sabe escrever com ambas as mãos.
3. Os nadadores sabem controlar a respiração.
4. Ana conhece todas as ruas de Lisboa.
(A) Só 1 e 3 atribuem conhecimento proposicional a alguém.
(B) Só 1 atribui conhecimento proposicional a alguém.
(C) Só 4 atribui conhecimento proposicional a alguém.
(D) Só 2 e 4 atribuem conhecimento proposicional a alguém.

12. Considera os enunciados seguintes relativos aos tipos de conhecimento.


1. O Carlos conhece a Odisseia, de Homero.
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2. A Beatriz sabe jogar damas.


3. O Afonso sabe que Rafael Nadal é jogador de ténis.
4. A Ana conhece Paris perfeitamente.
Devemos dizer que:
(A) 4 é conhecimento por contacto; 2 e 3 são conhecimento proposicional; 1 é conhecimento
por saber-fazer.
(B) 1 e 3 são conhecimento por saber-fazer; 2 é conhecimento por contacto; 4 é
conhecimento proposicional.
(C) 1 e 4 são conhecimento por saber-fazer; 3 é conhecimento por contacto; 4 é
conhecimento proposicional.
(D) 1 e 4 são conhecimento por contacto; 2 é conhecimento por saber-fazer; 3 é
conhecimento proposicional.

13. Tem em atenção a afirmação seguinte.

Sócrates – Amigo, se a opinião verdadeira e o saber fossem o mesmo, nem sequer o juiz mais
competente poderia emitir uma opinião correta sem saber.
Platão (2005). Teeteto. FCG, p. 302.

13. Tendo por base a definição tradicional de conhecimento, explicita o sentido da afirmação de
Sócrates.

Cenário de resposta
A afirmação de Sócrates mostra que, para falarmos de conhecimento, não basta que exista uma opinião
verdadeira, são necessárias provas. Daí que nem mesmo o juiz mais competente possa emitir uma opinião
correta sem que ela esteja firmada em justificações. No fundo, o que se pretende dizer é que para haver
conhecimento têm de existir três condições: uma crença que seja verdadeira e justificada.

14. Considera os enunciados seguintes, sobre a teoria tradicional do conhecimento.


Seleciona a alternativa que a descreve corretamente.
1. Crença e verdade são condições necessárias para que se possa falar na existência de
conhecimento.
2. Crença e verdade são condições suficientes para que se possa falar na existência de
conhecimento.
3. Crença e justificação são condições suficientes para que se possa falar na existência de
conhecimento.
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4. Verdade e justificação são condições necessárias, mas não suficientes, para que se possa
falar na existência de conhecimento.

(A) 1 é verdadeiro; 2, 3 e 4 são falsos.


(B) 1 e 2 são verdadeiros; 3 e 4 são falsos.
(C) 1, 3 e 4 são verdadeiros; 2 é falso.
(D) 1 e 4 são verdadeiros; 2 e 3 são falsos.

15. A teoria tradicional do conhecimento mostra que:


(A) Em qualquer circunstância, uma crença verdadeira justificada é conhecimento.
(B) Nem sempre uma crença justificada é conhecimento.
(C) Em qualquer circunstância, uma verdade é uma crença sem justificação.
(D) Nem sempre o conhecimento tem justificação.

16. Considera os seguintes enunciados relativos à teoria tradicional do conhecimento.


1. Uma crença verdadeira não serve como critério para distinguir entre crença verdadeira e
conhecimento.
2. Uma crença verdadeira precisa de justificação para ser conhecimento.
3. A justificação é a única forma de avaliar a verdade de uma crença.
4. A justificação não permite avaliar a verdade de uma crença.
Devemos afirmar que:
(A) 1, 2 e 4 são verdadeiros; 3 é falso.
(B) 1 e 2 são verdadeiros; 3 e 4 são falsos.
(C) 2 e 4 são verdadeiros; 1 e 3 são falsos.
(D) 1, 2 e 3 são verdadeiros; 4 é falso.

17. De acordo com a análise tradicional do conceito de conhecimento proposicional, a


crença é:
(A) Uma condição necessária para a verdade.
(B) Uma condição necessária para o conhecimento.
(C) Uma condição suficiente para o conhecimento.
(D) Uma condição suficiente para a verdade.

18. Na definição tradicional de conhecimento, afirma-se que:


(A) Conhecer é crer justificadamente que uma proposição é verdadeira.
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(B) A crença associada à crença verdadeira é condição suficiente.


(C) Conhecer ou saber é equivalente a crer em algo.
(D) A justificação não basta para determinar se alguém conhece algo.

19. Se o João acredita que a Argélia é um país asiático:


(A) O João possui um conhecimento falso.
(B) O João não possui conhecimento.
(C) O João tem uma crença verdadeira.
(D) O João tem uma crença justificada.

20. A Joana acredita que existem outros planetas habitados. Esta crença não constitui
conhecimento porque:
(A) Apesar de estar justificada, a crença não é verdadeira.
(B) Apesar de poder ser verdadeira, a crença não está justificada.
(C) É uma crença defendida por um número reduzido de cientistas.
(D) É uma crença que sabemos, à partida, ser uma falsidade.

21. Amanhã a professora de filosofia entregará os testes. Entretanto, ainda não nos
disse absolutamente nada sobre a correção. Suponhamos que, em conversa, afirmo
que sei que os colegas A e B tirarão as melhores notas. Imaginemos ainda que, por
pura sorte, acerto não apenas nos nomes dos que obterão as melhores classificações
como também nos seus resultados. Poderei dizer que sabia antecipadamente (que
tinha conhecimento) dos resultados dos testes?
(A) Sim, porque a minha crença é verdadeira.
(B) Sim, porque a minha crença é justificada.
(C) Não, porque a minha crença não é verdadeira.
(D) Não, porque a minha crença não é justificada.

22. Lê, atentamente, o texto seguinte.


Os contraexemplos de Gettier são histórias fantásticas, mas coerentes, que versam sobre alguém
que adquire uma crença que é verdadeira e está bem sustentada. Mas em cada história há algo
estranho sobre a forma como essa crença é obtida. De facto, sucedem coisas tão estranhas que a
crença não consegue, segundo Gettier, converter-se em conhecimento.

Stephen Hetherington (2007). Filosofía! Una breve introducción a la metafísica


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y a la epistemologia. Alianza, pp. 222-223 (adaptado).

22. Tendo em vista os contraexemplos de Gettier, apresenta a razão pela qual eles põem em
causa a definição tradicional de conhecimento.
Cenários de resposta
22. A definição tradicional de conhecimento diz que este é crença verdadeira justificada. Gettier, com os seus
contraexemplos, sustentou que as três condições da definição tradicional podem não ser suficientes para
definir conhecimento. Os seus contraexemplos vêm mostrar que podemos ter crenças verdadeiras justificadas,
fundadas em boas razões, e, ainda assim, não termos conhecimento. Será, pois, necessária uma outra
condição, para além das três condições propostas por Platão. Todavia, Gettier limita-se a levantar o problema,
mas não identifica a solução. A definição de conhecimento, tida como resolvida desde Platão, converte-se,
com Gettier, num problema filosófico.

23. De acordo com o texto, os contraexemplos de Gettier correspondem:


(A) A histórias fantásticas e incoerentes, que versam sobre crenças.
(B) A uma crença bem sustentada que é, por isso, conhecimento.
(C) A histórias incoerentes e reais, que versam sobre pessoas e crenças.
(D) A histórias em que há crença, mas não há conhecimento.

24. Os contraexemplos de Gettier colocam em causa:


(A) A possibilidade do conhecimento humano.
(B) A suficiência da crença verdadeira.
(C) A possibilidade de formular certezas.
(D) A definição tradicional de conhecimento.

25. Os contraexemplos de Gettier mostram que:


(A) Se toda a justificação é infalível, nem toda a crença verdadeira justificada é conhecimento.
(B) Se toda a justificação é infalível, nem todo o conhecimento é crença verdadeira justificada.
(C) Se nem toda a justificação é infalível, nem todo o conhecimento é crença verdadeira
justificada.
(D) Se nem toda a justificação é infalível, nem toda a crença verdadeira justificada é
conhecimento.

26. Lê o texto com atenção.


Teeteto – Sócrates, fiquei agora a pensar numa coisa que tinha esquecido e que ouvi alguém
dizer: que o saber é opinião verdadeira acompanhada de explicação e que a opinião carente de
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explicação se encontra à margem do saber. E aquilo de que não há explicação não é suscetível de
se saber – é assim que se referia a isto –, sendo, pelo contrário, cognoscível aquilo de que há
explicação.
Platão (2005). Teeteto. FCG, p. 302.

26. Tendo em conta o texto, explicita as objeções feitas à teoria tripartida do conhecimento.

Cenário de resposta
26. As objeções colocadas à definição tripartida do conhecimento estão relacionadas com as condições exigidas
para que o conhecimento seja definido dessa forma. Aparentemente, parecem ser condições necessárias para
definir o conhecimento, pois o conhecimento terá de ser necessariamente uma crença verdadeira justificada.
O problema reside em saber se, em conjunto, estas condições são suficientes para o definir.

27. Lê o texto seguinte.


O conhecimento não é mera crença. (…) Acreditar tão só em algo, não importa quão ardentemente,
não faz disso uma verdade. Para que se saiba algo, não temos somente de acreditar nisso; isso
também tem de ser verdade. Mas será isto tudo o que é requerido? É o conhecimento mera crença
verdadeira?
Daniel Kolak e Raymond Martin (2004). Sabedoria sem respostas.
Uma breve introdução à filosofia. Temas e Debates, p. 51.

27. A partir do texto, analisa a teoria tradicional do conhecimento, referindo as implicações das
críticas que lhe são dirigidas.

Cenário de resposta
27. Segundo a teoria tradicional do conhecimento, este é crença verdadeira justificada, quer isto dizer que
para se saber algo não basta acreditar que se sabe, é preciso que, por um lado, isso seja verdade e que, por
outro, haja provas adequadas à justificação da nossa crença. Crença e verdade são condições necessárias para
que se fale em conhecimento, mas não são suficientes; é preciso que essa crença verdadeira tenha justificação.
Edmund Gettier levantou problemas à teoria tradicional do conhecimento. Apresentou contraexemplos e
declarou que as três condições necessárias da definição tradicional não são suficientes para definir o
conhecimento, já que é possível alguém ter uma crença verdadeira justificada e, mesmo assim, não existir
conhecimento.

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