(APLs) Como Estratégia de Desenvolvimento
(APLs) Como Estratégia de Desenvolvimento
(APLs) Como Estratégia de Desenvolvimento
Resumo1
Esta pesquisa busca analisar a importância das aglomerações territoriais, com ênfase no Arranjo
Produtivo Local (APL), para o desenvolvimento das regiões brasileiras. Para tanto, utilizou-se, além
da revisão bibliográfica, a análise de um questionário aplicado aos dirigentes de uma das principais
políticas públicas com vistas ao desenvolvimento territorial brasileiro: a Política Nacional de Desen-
volvimento Regional (PNDR) do Ministério da Integração Nacional (MI). Os resultados mostraram
que, na efetivação da política estudada neste trabalho, os arranjos produtivos locais influenciam
positivamente o alcance dos seus objetivos e se constituem em uma forte ferramenta de apoio, tendo
uma importância de destaque entre os fatores que impulsionam o desenvolvimento.
Palavras-chave: Desenvolvimento. Aglomerações territoriais. Arranjos produtivos locais. Ministério
da Integração Nacional.
Abstract
This research inquity to analyze the importance of territorial agglomerations, with emphasis on Local
Productive Arrangement, for developing regions. Therefore, we used this research, besides the literature
review, analysis of a questionnaire administered to leaders of one of the major public policies aiming
at territorial development in Brazil, the National Policy for Regional Development from the Ministry of
National Integration (MI). The results showed that in the implementation of policies by this research,
the Locals Productives Arrangements influences positively the reach of its objectives and is an strong
tool support, having an outstanding importance among the factors that stimulate development.
Keywords: Development. Territorial agglomerations. Local production arrangements. Ministry of
National Integration.
1
Professor e coordenador do curso superior de Administração na Faculdade Projeção – Unidade Ceilândia/
DF; analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Bacharel em Administração; mestre
em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio
Vargas (FGV/Ebape); e doutorando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração
da Universidade de Brasília (UnB/PPGA). [email protected]; [email protected]
DESENVOLVIMENTO EM QUESTÃO
Editora Unijuí • ano 9 • n. 17 • jan./jun. • 2011 p. 93-122
Cleidson Nogueira Dias
Quanto aos fins, a pesquisa foi exploratória, uma vez que é realizada
em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.
Aglomerações Territoriais
Nos últimos anos, a dimensão espacial voltou a despertar interesse
com a tentativa de se entender as razões que levaram ao surgimento de
aglomerações1 de micro e pequenas empresas eficientes e competitivas em
certas localidades. Assim, segundo Castanhar (2006, p. 338-339):
1
O termo aglomeração – produtiva, científica, tecnológica e/ou inovativa – tem como aspecto central a
proximidade territorial de agentes econômicos, políticos e sociais (empresas e outras instituições e orga-
nizações públicas e privadas).
Desenvolvimento em Questão 95
Cleidson Nogueira Dias
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Disponível em: <http//:www.redesist.ie.ufrj.br>.
Desenvolvimento em Questão 97
Cleidson Nogueira Dias
Desenvolvimento em Questão 99
Cleidson Nogueira Dias
Estratégia, Estrutura e
Rivalidade das
Empresas
Setores Correlatos e
de Apoio
Ainda, para este autor, sem correr o risco de redundância, cabe destacar
que o termo se refere à concentração de quaisquer atividades similares ou
interdependentes no espaço, não importando o tamanho das empresas, nem
a natureza da atividade econômica desenvolvida, podendo esta pertencer ao
setor primário, secundário ou até mesmo terciário, variando desde estruturas
artesanais com pequeno dinamismo, até arranjos que comportem grande
divisão do trabalho entre as empresas e produtos com elevado conteúdo
tecnológico.
3
Conhecimento tácito: a palavra tácito vem do latim tacitus, que significa “não expresso por palavras”. Então,
conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, que está na cabeça das pessoas.
Geralmente é difícil de ser formalizado, codificado ou explicado a outra pessoa, pois é subjetivo e ine-
rente às habilidades de uma pessoa. É como andar de bicicleta: você aprende tentando, mas dificilmente
consegue explicar (“codificar”) para outra pessoa como fazê-lo.
Para tanto, foi feito o pré-teste com as seguintes pessoas: (I) Alam
Gualberto Teixeira – bacharel e licenciado em Ciências Sociais e especialista
em administração pública – Consultor do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS); (II) Marina Godoi de Lima – graduada em
Ciências Políticas e especialista em gestão pública – é servidora do Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA) na carreira de gestão governamental,
no cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental; e
(III) Rosana do Carmo Guiducci – doutora em Economia Aplicada – pes-
quisadora da Embrapa (Sede).
Discordo
0
Totalmente
Discordo 1
Concordo 8
Concordo
3
Totalmente
0 2 4 6 8 10
Capacitação profissional;
14
12 12 12
11 11
10
9
8
4
3
2
1
0 0 0 0
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO
0
a) Conhecimento b) Redes
Redes de c) Capacitação d)
d)Fomento
Fomentodos APLs
o APLs
das Cooperação
Cooperação Profissional
particularidades
Particularidades
território
Teritório
fato da rede ser global e local, una e múltipla, estável e dinâmica, faz
com que a sua realidade, vista num movimento de conjunto, revele a
superposição de vários sistemas lógicos. Além disso, a mistura de várias
racionalidades cujo ajustamento é presidido pelo mercado e pelo poder
público, e, sobretudo pela própria estrutura socioespacial que também é
revelada nesse contexto (Santos, 2006, p. 278, grifo nosso).
Considerações Finais
Nos últimos anos os Arranjos Produtivos Locais (APLs) vêm se
constituindo como um importante instrumento de política econômica e
desenvolvimento local/regional. Aglomerações de pequenas e médias em-
presas estão no centro do debate contemporâneo do planejamento regional
e da ação pública.
Referências
AMARAL FILHO, Jair do et al. Núcleos e arranjos produtivos locais: casos do Ceará. Rio
de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://www.ipeu.ce.gov.br/publicacoes/artigos/>.
Acesso em: 15 set. 2010.
LASTRES, Helena Maria M.; CASSIOLATO, José Eduardo. Políticas para arranjos
produtivos locais no Brasil. In: OLIVEIRA, Fátima Bayma (Org.). Política de gestão
pública integrada. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São
Paulo: Edusp, 2006.
SOUZA, Nali Jesus de. Desenvolvimento regional. São Paulo: Atlas, 2009.
ZACCARELLI, Sergio Baptista et al. Clusters e Redes de Negócios: uma nova visão
para a gestão dos negócios. São Paulo: Atlas, 2008.