Exames
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1.Imagine que um estudo feito a uma amostra representativa da população portuguesa indica que a
percentagem das pessoas que exercem o direito de voto aumenta à medida que o rendimento das pessoas
também aumenta.
Incorreríamos numa falácia da petição de princípio se justificássemos os resultados do estudo com a ideia
(C) têm mais confiança no sistema político que lhes permite serem bem-sucedidas.
(D) exercem mais o direito de voto do que as pessoas com menos rendimentos.
2. Considere que, para se opor à perspetiva de Kant, alguém argumenta do modo seguinte.
Kant erra ao atribuir uma excessiva importância ao dever. E esse erro acontece porque Kant
vive fechado num mundo pequeno e provinciano, que o impede de compreender a complexidade
da natureza humana. Além disso, limitado pela frieza germânica, Kant não reconhece que a boa
O argumento apresentado é
(A) fraco, pois baseia-se numa descrição da vida e do carácter de Kant, irrelevante para a avaliação da
sua perspetiva.
(B) forte, pois é proposta uma tese alternativa acerca da moralidade da ação, e não apenas uma análise
(C) fraco, pois as circunstâncias da vida e o contexto social de um filósofo não são relevantes para a
(D) forte, pois o facto de o valor moral das ações também poder depender dos sentimentos do agente
Em quase toda a filosofia, a dúvida tem sido o estímulo e a certeza tem sido a meta. Tem
existido dúvida sobre os sentidos, dúvida sobre a ciência e dúvida sobre os fundamentos da
religião. Uma destas dúvidas tem sido mais notória nuns filósofos, e outra noutros.
Na Coluna I do quadro seguinte, são apresentadas as dúvidas referidas no texto, que podem ser associadas
a) problema da objetividade
b) argumento do sonho
c) argumento do génio maligno
d) problema do mal
f) problema da indução
4. Selecione a afirmação que é incompatível com a perspetiva relativista acerca dos juízos morais.
(A) Culturas diferentes têm padrões morais diferentes, havendo culturas com padrões morais errados.
(B) Diferentes grupos culturais, por vezes, têm os mesmos valores morais.
(C) Agir bem é agir de acordo com os padrões culturais do grupo a que se pertence.
(D) Há indivíduos que não se ajustam aos padrões morais da sociedade em que foram educados.
5. Mill considera que a avaliação moral das ações deve ser feita
7. Que teoria permite classificar como arte qualquer objeto que seja intencionalmente produzido por alguém,
As pessoas sentimentais [...] consideram uma heresia que alguém não participe nas
revoluções e tumultos do coração, que elas encontram em toda e qualquer peça musical e de
que sinceramente participam. Caso não se participe, passa-se então por ser manifestamente
«frio», «insensível», «de natureza intelectual». [...] O leigo e o sentimental costumam perguntar
de bom grado se uma música é alegre ou triste [...]. Mas, a partir do momento em que se utiliza
a música apenas como meio para fomentar em nós uma certa disposição de ânimo [...], a música
9. Popper considera que, quanto maior for o grau de falsificabilidade de uma afirmação, mais cientificamente
interessante ela é.
12. Prove que o argumento seguinte é inválido, construindo e interpretando a tabela de verdade adequada.
Logo, se Antígona não é uma tragédia, então a heroína de Antígona não morre.
Dicionário
13. A experiência interior de fazermos escolhas leva-nos a acreditar que temos livre-arbítrio.
Podemos ver-nos como eus independentes, [...] no sentido em que a nossa identidade
Penso que não. [...] As pessoas particulares que somos são inseparáveis de uma certa
família, comunidade, nação ou povo, de uma história e de uma república de que são cidadãs.
Lealdades como estas são mais do que valores que me acontece ter. [...] Lealdades como
estas permitem que eu tenha mais deveres para com algumas pessoas do que a justiça requer
[...], não pela razão de ter feito acordos, mas em virtude dos [...] afetos e compromissos mais
ou menos duradouros que, tomados em conjunto, definem parcialmente a pessoa que sou.
Na sua resposta,
Estabelecemos [...] que todos os corpos [...] são compostos de uma mesma matéria,
[...]; além disso, estabelecemos [...] que continua a haver a mesma quantidade de movimentos
no mundo. No entanto, não podemos determinar apenas pela razão o tamanho dos pedaços
de matéria, ou a que velocidade se movem [...]. Uma vez que há inumeráveis configurações
diferentes de matéria, [...] apenas a experiência pode ensinar-nos que configurações realmente
existem.
16.1. Identifique os factos referidos no texto que, de acordo com Descartes, são determinados a priori e
16.2. Colocando-se na perspetiva de Hume, como avaliaria a distinção exposta no texto por Descartes?
17. Será que uma ação só é moralmente boa se for motivada pelo dever?
de alta velocidade? As viagens de comboio elétrico têm uma menor pegada carbónica do
que as viagens de avião. Mas as viagens de comboio só atraem passageiros se forem muito
rápidas. Ora, a rapidez destas viagens consegue-se com estações ferroviárias centrais e
Selecione a opção que apresenta a principal tese defendida por quem profere o discurso anterior.
(A) P: Aristóteles viveu em Atenas; Q: Aristóteles trabalhou em Atenas; R: Aristóteles nasceu em Estagira.
(B) P: Aristóteles viveu em Atenas; Q: Aristóteles trabalhou em Atenas; R: Ter nascido em Estagira.
(D) P: Aristóteles viveu em Atenas e trabalhou em Atenas; Q: Apesar de ter nascido em Estagira.
4. Identifique a afirmação que, caso fosse a premissa de um argumento contra o serviço militar obrigatório,
(A) Ou se apoia o recurso à guerra ou se considera que o serviço militar não deve ser obrigatório.
(B) Defender o serviço militar obrigatório é defender a obrigação de fazer parte de um exército.
(C) O serviço militar obrigatório acabaria por conduzir a uma sociedade agressiva.
1. Num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos
catetos.
(A) Uma instalação feita de lixo é uma obra de arte apenas por ser exposta numa galeria ou num museu?
8. Se um dado objeto não for considerado uma obra de arte com o argumento de ser impessoal e não
(A) formalista.
(B) expressivista.
(C) institucional.
(D) histórica.
9. Uma das premissas do argumento teleológico, ou do desígnio, a favor da existência de Deus é a de que
Texto 1
Temos a obrigação de ajudar alguém que seja pobre; mas, como o favor que fazemos implica
que o seu bem-estar depende da nossa generosidade, e isso humilha a pessoa, é nosso
dever comportarmo-nos como se a nossa ajuda fosse [...] meramente o que lhe é devido [...],
permitindo-lhe manter o seu respeito por si própria [...], de modo a não diminuir o valor dessa
11. É possível inferir do Texto 1 que há atos de caridade que podem ser moralmente censuráveis.
Concorda que há atos de caridade que podem ser moralmente censuráveis? Justifique a sua
perspetiva.
12. No Texto 1, Kant começa por afirmar que «temos a obrigação de ajudar alguém que seja pobre». Essa
Num país, metade das pessoas tem um rendimento mensal de 6000 €, que lhes permite
adquirir bens que elas próprias consideram dispensáveis, e a outra metade tem um
rendimento mensal de 600 €, que dificilmente chega para satisfazer as suas necessidades
o rendimento disponível seja redistribuído, transferindo 200 € das pessoas que têm um
Texto 2
científico acumulado, e esta descrição contribuiu para que a descoberta surgisse como uma
medida significativa de progresso. Todavia, sugiro que [tal descrição] só é totalmente adequada
para as descobertas que, como os elementos que preencheram lugares que faltavam na tabela
tão profundos que desempenharam um papel integral e essencial [...] na perturbação gigantesca
da teoria e da prática químicas que, desde então, passou a ser conhecida como a Revolução
química.
14. Kuhn distingue duas formas de fazer ciência. De acordo com o Texto 2, em qual dessas formas de fazer
15. No Texto 2, a «Revolução química» é descrita como «perturbação gigantesca da teoria e da prática
químicas».
Mostre que a expressão «perturbação gigantesca da teoria e da prática» é adequada à descrição das
Na sua opinião, a condicional anterior é verdadeira ou é falsa? Explicite a posição acerca do problema do
17. Descartes afirma ter começado por rejeitar todas as crenças que foi acumulando desde a infância.
1. As pessoas que não ponderam as consequências dos seus atos não merecem ter liberdade.
2. Nas democracias, os cidadãos têm mais liberdades do que nos outros regimes políticos.
(B) não tem qualquer conexão com uma suposta vontade livre.
3. Imagine que o Luís precisa urgentemente de medicamentos e que a única maneira de os conseguir é
pedir dinheiro emprestado a um amigo rico, sem ter a intenção de lho pagar. Neste caso, o Luís decidiu
adotar a máxima «faz promessas enganadoras quando não há outra forma de resolver os teus problemas
pessoais».
Esta máxima pode ser usada para fazer uma crítica à ética kantiana, dado ser razoável argumentar que
a máxima
(A) não é imoral, ainda que não seja racional querer universalizá-la.
(B) é imoral, ainda que venha a ter aprovação dos agentes envolvidos.
(C) devemos renunciar aos prazeres inferiores para não nos rebaixarmos à condição animal.
(D) são superiores os prazeres preferidos por quem tem competência para os apreciar.
5. Popper defende que, quanto mais falsificável for uma dada afirmação, mais interessante ela é para a
ciência. Qual das afirmações seguintes é, de acordo com Popper, mais interessante?
6. Popper afirma que a ciência começou com a invenção do método crítico e considera que os cientistas
8. Imagine que submetia as suas opiniões ao teste da dúvida proposto por Descartes. Qual das opiniões
O termo «filósofo»
10. Suponha que tem de avaliar três silogismos nos seguintes modos: AEE; IAI; OEI.
2. Escrever rimas e quadras é condição suficiente para Adília Lopes ser poetisa.
P Q R P Q0 Q R0 ` 0 P R
VVVVVV
VVFVVV
VFVVVV
VFFVFV
FVVVVV
FVFVVF
FFVFVV
FFFFFF
Atendendo aos valores de verdade apresentados na tabela, um argumento com essa forma seria
(A) inválido, pois existe a possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
(B) inválido, pois existe a possibilidade de tanto as premissas como a conclusão serem falsas.
(C) válido, pois existe a possibilidade de tanto as premissas como a conclusão serem verdadeiras.
(D) válido, pois não existe a possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
GRUPO II
1. O Carlos encontrou a Diana numa esplanada sobre o rio Guadiana. A Diana disse-lhe:
O Carlos acrescentou:
‒ Nesse caso, gostas de alguns lagos suíços, pois na Suíça há lagos rodeados de montanhas.
Qual dos dois tipos de argumentos – dedutivo ou não dedutivo – usou o Carlos para concluir que a Diana
Ao longo dos tempos, muitos filósofos se têm interrogado sobre o que de mais valioso
existe. Será a beleza? Será o amor? Será a justiça? Será o prazer? Ora, após muita reflexão,
convenci-me de que a beleza é a coisa mais importante que há, pois tudo o resto é indubitavelmente
inferior a ela.
GRUPO III
2. Suponha que a sociedade dispõe de uma quantia destinada a financiar a preparação de dois atletas para
os jogos olímpicos. Os dois atletas têm o mesmo nível de talento e de capacidades e a mesma motivação
para as usar. De acordo com a teoria da justiça de Rawls, estes atletas devem ter a mesma expectativa
de sucesso, independentemente da classe social de origem. Por isso, a quantia destinada a financiar a
preparação de ambos para os jogos olímpicos deve ser dividida pelos dois em partes iguais.
Identifique o princípio de justiça, proposto por Rawls, em nome do qual a solução apresentada é a correta.
3. No texto seguinte, Rawls argumenta que o utilitarismo, ao dar prioridade à maximização do bem, em vez
de dar prioridade à justiça como equidade, não garante os direitos e as liberdades individuais.
Admitamos que a maior parte da sociedade detesta certas práticas religiosas ou sexuais,
encarando-as como uma abominação. Este sentimento é tão intenso que não basta que tais
práticas sejam ocultadas do público; a simples ideia de que elas ocorrem é suficiente para suscitar
na maioria sentimentos de cólera e ódio. [...] Para defender a liberdade individual neste caso, o
ponto de vista dos benefícios, a longo prazo, é a manutenção da liberdade; mas este argumento
Na teoria da justiça como equidade, no entanto, este problema nunca se coloca. Desde logo,
apoio nos princípios da justiça anteriormente estabelecidos, não têm qualquer peso. A satisfação
destes sentimentos não tem qualquer valor que possa ser contraposto às exigências da igual
GRUPO IV
1. O facto de termos justificação para uma crença faz dela conhecimento? Porquê?
Há uma questão que, na evolução do pensamento filosófico ao longo dos séculos, sempre
desempenhou um papel importante: Que conhecimento pode ser alcançado pelo pensamento
puro, independente da perceção sensorial? Existirá um tal conhecimento? [...] A estas perguntas
[...] os filósofos tentaram dar uma resposta, suscitando um quase interminável confronto de
opiniões filosóficas. É patente, no entanto, neste processo [...], uma tendência [...] que podemos
definir como uma crescente desconfiança a respeito da possibilidade de, através do pensamento
Será que tanto Descartes como Hume contribuíram para a «crescente desconfiança» referida no texto?
GRUPO V
Considere o caso seguinte.
A Maria sempre gostou muito de crianças e chegou a pensar em trabalhar como voluntária numa
associação de apoio a crianças doentes, mas acabou por concluir que seria muito difícil conciliar esse
Entretanto, ela soube que o voluntariado era muito valorizado nas entrevistas de emprego. Por essa
razão, decidiu contactar uma conhecida associação de apoio a crianças doentes e conseguiu ser admitida,
passando a conciliar o trabalho de voluntariado com os estudos. Pela sua dedicação e pela sua simpatia,
a Maria destacou-se desde o primeiro momento como uma das voluntárias favoritas das crianças e das
famílias.
O apoio dado pela Maria às crianças doentes e às suas famílias tem valor moral?
2019- 2ºfase:As frases «António Costa era primeiro-ministro de Portugal em 2018» e «Em 2018, Portugal tinha como
(A) as sociedades que tiverem valores diferentes dos nossos devem corrigir tais valores.
(D) as pessoas que tiverem valores diferentes dos nossos pensam e agem erradamente.
Laura – Quem não se interessa por matemática nem física não deveria ter acesso a tecnologias
Laura – Porque quem não reconhece o valor da matemática e da física não merece beneficiar
João – Esse teu argumento parece-me fraco. Se aceitássemos a razão que deste para retirar
computadores e telemóveis a quem não se interessa por matemática nem física, também
teríamos de retirar o acesso a tratamentos médicos a quem não se interessa por biologia
ou química.
O João apresenta
(A) um argumento por analogia para defender que não temos razões para retirar computadores e
(C) um argumento por analogia para defender que não temos razões para retirar o acesso a tratamentos
(D) uma previsão de acordo com a qual não temos razões para retirar o acesso a tratamentos médicos a
4. «Não me venha dizer que a sua opinião sobre os direitos dos animais é a palavra final sobre a questão
que estamos a debater. E, por favor, não invoque sondagens de opinião, uma doutrina religiosa ou um
partido político para encerrar o debate. Já o filósofo Robert Nozick afirmou que nenhuma opinião pode ter
Quem se opusesse deste modo à apresentação de uma opinião definitiva sobre os direitos dos animais
recorreria a
5. «Sem praxe, os novos alunos não se sentiriam integrados e ficariam à margem das atividades académicas;
assim sendo, ou existe praxe e os novos alunos participam na vida académica e sentem-se integrados,
ou a praxe acaba e os novos alunos não se sentem integrados e ficam excluídos da vida académica. Por
conseguinte, e dada a importância para os novos alunos da integração na vida académica, a praxe deve
existir.»
(D) Ad hominem.
1. A relva é verde.
7. Suponha que uma pessoa rica tem de participar na escolha de princípios de justiça que regulem a estrutura
básica da sociedade em que vive. De acordo com Rawls, para que a escolha seja razoável, essa pessoa
terá de atender às restrições da posição original. Por conseguinte, ela deve escolher princípios de justiça
(A) tendo em conta o rendimento dos mais desfavorecidos.
8. Na teoria da justiça de Rawls, o princípio da liberdade igual tem prioridade sobre o princípio da diferença.
(A) as liberdades não podem ser negadas mesmo que impeçam a criação de riqueza que beneficiaria
os menos favorecidos.
(B) os incentivos ao crescimento da riqueza envolvem sempre o risco de serem negadas liberdades aos
menos favorecidos.
(C) as liberdades são indispensáveis à melhoria crescente do rendimento dos menos favorecidos.
(D) os incentivos ao crescimento da riqueza apenas limitam as liberdades dos menos favorecidos.
E se [...] algumas pessoas preferissem apostar? E se vissem a vida como uma lotaria
e quisessem certificar-se de que haveria algumas posições muito atrativas para ocupar na
sociedade? Em princípio, os jogadores estão dispostos a correr o risco de ficarem pobres se,
em contrapartida, tiverem a hipótese de serem extremamente ricos. [...] Rawls acreditava que
as pessoas sensatas não desejariam apostar as suas vidas desta maneira. Talvez estivesse
GRUPO II
Será possível, a partir das premissas dadas, inferir validamente uma conclusão? Justifique.
1. Identifique a conclusão do argumento seguinte e a regra de inferência utilizada para chegar à conclusão.
Caronte não é um satélite natural de Plutão, pois é falso que Caronte orbite em torno de Plutão, e
Será possível, a partir das premissas dadas, inferir validamente que a Maria é ecologista? Justifique.
GRUPO III
O José é um bom aluno, mas sente-se inseguro quando tem de utilizar fórmulas memorizadas. Ao ser
informado de que o enunciado do teste final de Física não iria incluir uma lista com as fórmulas, decidiu
levar uma pequena cábula com as fórmulas mais complexas, para o caso de se esquecer de alguma.
Ainda assim, o José acabou por não usar a cábula, errando algumas fórmulas, pois teve receio de ser
apanhado a copiar.
Será que, de acordo com Kant, a decisão do José tem valor moral? Justifique a sua resposta.
Na sua resposta,
GRUPO IV
1. Depois de ter superado o teste da dúvida, Descartes restabelece a confiança nos sentidos. No texto
No que se refere ao bem do corpo, os sentidos indicam muito mais frequentemente a verdade
do que a falsidade. E posso quase sempre utilizar mais do que um sentido para examinar a
mesma coisa; e, além disso, posso utilizar tanto a minha memória, que associa as experiências
presentes às passadas, como o meu intelecto, que já examinou todas as causas de erro. Por
isso, não devo continuar a temer que seja falso o que os sentidos me dizem habitualmente; pelo
contrário, as dúvidas exageradas dos últimos dias devem ser abandonadas como risíveis. [...] E
não devo ter sequer a menor dúvida da sua verdade se, depois de apelar a todos os sentidos,
assim como à minha memória e ao meu intelecto, para examinar as indicações que receber de
Explique, recorrendo ao texto, em que circunstâncias a informação proveniente dos sentidos não deve ser
aceite.
2. De acordo com Hume, a suposição de que a natureza é uniforme está implicitamente contida nas inferências
indutivas. Porquê?
Claro que o cientista individual pode desejar estabelecer a sua teoria, em vez de a refutar.
Mas, do ponto de vista do progresso na ciência, esse desejo pode induzi-lo seriamente em erro.
Mais ainda, se não examinar a sua teoria preferida de modo crítico, outros o farão por ele. [...]
Para que uma nova teoria constitua uma descoberta ou um passo em frente, deve entrar em
confronto com a que a antecedeu [...]. Neste sentido, o progresso na ciência – ou, pelo menos, o
Sir Karl [Popper] acentua os testes realizados para explorar as limitações da teoria aceite
ou para submeter à tensão máxima uma teoria vulgar. Entre os seus exemplos favoritos [...]
solar de 1919 [...]. Claro que estes são testes clássicos, mas, ao usá-los para caracterizar a
atividade científica, Sir Karl omite algo de muito importante a seu respeito. Episódios como
estes são muito raros no desenvolvimento da ciência. [...] São aspetos ou exemplos do que
algures chamei «investigação extraordinária» [...]. Sugiro, portanto, que Sir Karl caracterizou
revolucionárias.
Nos textos anteriores, são apresentadas duas perspetivas diferentes acerca do desenvolvimento da
ciência.
GRUPO V
Alguns filósofos defendem que a sensação interior de liberdade se opõe à conceção determinista do
universo.
Será que essa sensação é uma razão forte para aceitarmos que o livre-arbítrio existe?
Na sua resposta,
(A) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse
ano.
(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha
(C) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu
nesse ano.
(D) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.
2. Imagine que um agente poderoso fazia recuar o tempo até um qualquer ponto do passado, para que, a
(A) a felicidade.
(B) o dever.
(D) a justiça.
centenas de pessoas. Fez ainda um refém inocente, que mantém no tanque, usando-o como escudo
humano. Destruir o tanque, matando o agressor e o refém, é a única alternativa capaz de evitar a morte
de centenas de pessoas.
Em 1900, num notável momento de arrogância, o célebre físico britânico Lord Kelvin declarou:
«Já não há nada de novo para se descobrir na física. Restam apenas medições cada vez mais
precisas.»
B. Dupré, 50 Ideias de Filosofia que precisa mesmo de saber, Alfragide, Publicações D. Quixote, 2011, p. 138.
De acordo com a perspetiva de Kuhn acerca da ciência, a declaração de Lord Kelvin exemplifica a maneira
Uma coisa requerida para uma nova teoria ser um avanço claro em relação a uma teoria
prevalecente até então é que a nova teoria tenha mais conteúdo testável do que a teoria
anterior. Mas Kuhn [...] nega que uma revolução científica resulte alguma vez nesta espécie de
superioridade nítida. A ideia subjacente é que numa revolução científica há ganhos mas também
(C) Nenhum cientista admite que alguma teoria empírica seja preferível a outra.
(D) O conteúdo testável de uma teoria não é relevante para a sua avaliação.
Um indivíduo sofre de graves deficiências mentais, e um outro tem um grande talento matemático.
Estando satisfeitas as necessidades materiais de ambos, a sociedade dispõe de recursos adicionais que
permitem ajudar apenas um deles. Desse modo, ou o indivíduo com graves deficiências mentais terá um
apoio educativo suplementar, que não irá melhorar significativamente a sua vida, ou será proporcionada
uma educação superior ao indivíduo com talento matemático, que dela retirará a grande satisfação de
Quem, contra Rawls, defender a opção de ajudar o indivíduo com talento matemático estará a pôr em
causa
8. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção,
Dizem que o povo dinamarquês é o mais feliz do mundo. Mas é um abuso fazer tal afirmação sem
provas. Na minha opinião, o povo dinamarquês não é o mais feliz do mundo, uma vez que não me
10. Imagine que um candidato a um cargo político se dirige às pessoas nos seguintes termos.
Aqueles que me conhecem sabem que me podem confiar o seu voto, pois nunca usei em benefício
próprio os cargos que exerci, e sempre dei, com todo o empenho e seriedade, o máximo de mim em prol
do bem comum.
(C) o ethos, pois o orador destaca aspetos da sua vida que o tornam confiável.
(D) o pathos, pois o orador visa mostrar que merece a confiança dos eleitores.
GRUPO II
Neste grupo, para os itens 1., 2. e 3., são apresentados dois percursos:
2. Considere que as proposições seguintes são uma das premissas e a conclusão de um silogismo.
Na sua resposta, indique se a premissa que escreveu é a premissa maior ou a premissa menor.
Os ecologistas não usam carro. Parece-me, aliás, que os ecologistas também não usam
outros veículos motorizados; vejo-os muitas vezes a andarem de bicicleta, e noto que não o
fazem apenas por uma questão de prazer. Além disso, há ecologistas que têm aversão ao ruído
dos motores. Portanto, entre as pessoas que têm aversão ao ruído dos motores, algumas não
usam carro.
2. Considere que a proposição seguinte é a conclusão de uma inferência com uma única premissa.
Escreva a premissa que, mediante a aplicação de uma das formas de inferência válida estudadas, permite
3. No texto seguinte, encontra-se um argumento que tem uma das formas lógicas válidas estudadas.
Tomé da Fonseca, um velho general reformado, revive com frequência a atividade militar. À
sua maneira, foi desde a infância uma pessoa sociável e enérgica, e o universo militar sempre
lhe deu muito prazer. Ora, o velho general não revive com frequência a atividade militar se não
jogar muitas vezes jogos de estratégia. Portanto, Tomé da Fonseca joga muitas vezes jogos de
estratégia.
GRUPO III
Uma pessoa, por uma série de desgraças, chegou ao desespero [...]. A sua máxima [...] é a
seguinte: Por amor de mim mesmo, admito como princípio que, se a vida, prolongando-se, me
ameaça mais com desgraças do que me promete alegrias, devo encurtá-la. [...] Vê-se então [...]
que uma natureza cuja lei fosse destruir a vida em virtude do mesmo sentimento cujo objetivo é
1.1. Explique como Kant, recorrendo à fórmula da lei universal do imperativo categórico, condena o
suicídio.
1.2. Segundo Kant, uma pessoa que, nas circunstâncias descritas no texto, optasse pelo suicídio agiria de
O objetivo da posição original é excluir aqueles princípios que seria racional tentar fazer
aprovar [...] em função do conhecimento de certos dados que são irrelevantes do ponto de vista
da justiça.
Explique a afirmação de Rawls. Na sua resposta, dê pelo menos um exemplo de dados irrelevantes na
GRUPO IV
Quantas vezes me acontece que, durante o repouso noturno, me deixo persuadir de coisas
tão habituais como que estou aqui, com o roupão vestido, sentado à lareira, quando, todavia,
estou estendido na cama e despido! Mas, agora, observo este papel seguramente com os olhos
abertos, esta cabeça que movo não está a dormir, voluntária e conscientemente estendo esta
mão e sinto-a: o que acontece quando se dorme não parece tão distinto. Como se não me
de todas as partes e grandezas que podem participar em qualquer espécie de máquina, mas
apesar disso a descoberta das próprias leis continua a dever-se simplesmente à experiência
[...]. Quando raciocinamos a priori, considerando um objeto ou causa apenas tal como aparece
qualquer objeto distinto, tal como o seu efeito, e muito menos mostrar-nos a conexão inseparável
As coisas corpóreas podem não existir de um modo que corresponda exatamente ao que
delas percebo pelos sentidos, porque, em muitos casos, a perceção dos sentidos é muito
obscura e confusa; mas, pelo menos, existem nelas todas as propriedades que entendo clara
e distintamente, isto é, todas aquelas que, vistas em termos gerais, estão compreendidas no
3. Que razões levaram Popper a opor-se à perspetiva segundo a qual a ciência começa com a observação?
GRUPO V
habitualmente uma atenção especial. Os subjetivistas são sensíveis à tolerância em relação às preferências
individuais; os relativistas, por sua vez, preocupam-se antes com a tolerância em relação a culturas
diferentes; e os objetivistas defendem que a tolerância deve ter sempre em conta direitos fundamentais e
Que perspetiva acerca dos valores nos oferece as melhores razões contra a intolerância?
2018 2 fase:
2. A frase «na manhã do dia 15 de janeiro de 1770, o Marquês de Pombal, em vez de tratar de assuntos
(A) não exprime uma proposição, porque não sabemos se é verdadeira ou falsa.
(B) exprime uma proposição, ainda que não seja verdadeira nem falsa.
(C) exprime uma proposição, ainda que ignoremos qual é o seu valor de verdade.
(D) não exprime uma proposição, porque não é verdadeira nem é falsa.
De um lado, temos aqueles que se limitam à leitura de informação instantânea na Internet e que têm
dos acontecimentos uma visão perigosamente superficial. Do outro, temos aqueles que leem os clássicos
Os enormes custos ecológicos do transporte aéreo deveriam ser integrados nos bilhetes de avião, pois
(A) não incorre numa falácia, porque todos os custos de um serviço devem ser pagos por quem o usa.
(B) incorre numa falácia, porque dá como provado o que pretende provar.
(D) não incorre numa falácia, porque dá razões, em vez de procurar explorar as emoções do auditório.
O direito à vida implica o direito a prolongar a vida através do acesso aos melhores cuidados médicos
disponíveis. Assim, numa sociedade justa, se todos têm igual direito à vida, então todos têm igual direito a
prolongar a vida através do acesso aos melhores cuidados médicos disponíveis. Por conseguinte, numa
sociedade justa, não é aceitável que o acesso aos melhores cuidados médicos disponíveis dependa do
poder económico dos indivíduos ou das suas famílias. Em contrapartida, numa sociedade injusta, impera
(A) o acesso aos melhores cuidados médicos disponíveis não deve depender do poder económico dos
(B) numa sociedade injusta, apenas se salva quem pode pagar o acesso aos melhores cuidados médicos
disponíveis.
(C) todos temos igual direito a prolongar a vida através do acesso aos melhores cuidados médicos
disponíveis.
(D) não ter direito a prolongar a vida através do acesso aos melhores cuidados médicos disponíveis é o
Suponha que alguém prometeu fazer algo, não se apercebendo de que isso implicava violar um contrato.
(A) O primeiro princípio deverá ser desrespeitado, pois tem menos força do que o segundo.
(B) O segundo princípio deverá ser desrespeitado, pois tem menos força do que o primeiro.
(C) Os dois princípios deixam de ter importância moral, pois mostram não ser universalizáveis.
7. A dúvida cartesiana também se aplica às crenças a priori. O argumento que permite pôr em causa as
(B) do sonho.
8. Imagine que Descartes era forçado a concluir que, afinal, Deus pode ser enganador; nesse caso, para ser
9. Qual das afirmações seguintes exprime adequadamente a perspetiva religiosa sobre o sentido da vida?
GRUPO II
Apresente uma frase que, inequivocamente, descreva uma ação e outra que, inequivocamente, descreva
um mero acontecimento.
Na sua resposta, para cada frase apresentada, assinale se é descrita uma ação ou se é descrito um mero
acontecimento.
O João e o Carlos estão a jogar à bola em equipas contrárias. Numa das jogadas, o João
correu para a bola. Atrás dele, vinha o Carlos, também decidido a disputar o lance. O Carlos
acabou por conseguir chegar primeiro à bola, mas o João tocou-lhe com a chuteira no tornozelo.
O Carlos caiu imediatamente no relvado. O Manuel, que estava a arbitrar o jogo, expulsou o
João. Mas o João disse que era injusto ser penalizado pelo sucedido.
2.2. Caso o Carlos tenha caído ao chão de propósito, de modo a prejudicar a equipa contrária, será que
o determinista radical lhe atribui responsabilidade moral pelo seu comportamento? Justifique a sua
resposta.
GRUPO III
Aquele que diz uma mentira, por muito bem-intencionado que possa ser, tem de ser responsável
pelas suas consequências [...], ainda que estas possam ter sido imprevisíveis; pois a veracidade
é um dever que tem de ser entendido como a base de todos os deveres decorrentes de um
contrato, cuja lei se torna incerta e inútil caso se admita a menor exceção.
da razão [...].
I. Kant, «Sobre um Suposto Direito de Mentir por Amor à Humanidade», in A Paz Perpétua e Outros Opúsculos,
Todos os moralistas reconhecem que mesmo a regra de dizer a verdade, sagrada como é,
exemplo, ocultar informação a um malfeitor ou más notícias a uma pessoa muito doente) iria
salvar uma pessoa (especialmente uma pessoa que não nós próprios) de um mal maior e
Confronte as posições de Kant e de Mill, expressas nos textos anteriores, acerca da regra de dizer a
verdade.
O valor da liberdade não é o mesmo para todos. Alguns gozam de maior poder e riqueza e
dispõem, portanto, de maiores meios para alcançar os seus fins. [...] Considerando os princípios
da justiça em conjunto, a estrutura básica deve ser disposta de modo a maximizar para os menos
beneficiados o valor do sistema completo de liberdades iguais que é partilhado por todos. É esta
2.1. Por que razão, de acordo com Rawls, é preciso maximizar o valor da liberdade para os menos
beneficiados?
Na sua resposta, mostre como se faria essa maximização aplicando os princípios da justiça propostos
por Rawls.
2.2. Considere, a título de hipótese, que temos a liberdade de viver a vida que queremos e que temos a
liberdade de usar como entendermos os recursos que adquirimos em resultado do exercício legítimo
das nossas capacidades. Suponha, ainda, que estas liberdades são direitos morais absolutos.
Teríamos, neste caso, a obrigação de contribuir para a realização da justiça social defendida por
Rawls? Porquê?
GRUPO IV
Da primeira vez que um homem viu a comunicação de movimento por impulso, ou pelo choque
de duas bolas de bilhar, ele não poderia afirmar que um evento estava conectado, mas apenas
que estava conjugado com o outro. Depois de ter observado vários casos desta natureza, passa
Como é que Hume explica que tenhamos a ideia de conexão necessária entre acontecimentos?
a) Se há instabilidade política no Reino Unido, os preços das ações na bolsa de Londres caem.
alteram-se.
Qual das proposições seria mais interessante para um cientista que usasse o método proposto por Popper?
3. Será que a avaliação das teorias científicas é determinada por critérios objetivos?
GRUPO V