Op 045st 22 Sme SP Prof Historia

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CÓD: OP-045ST-22

7908403527304

SME-SP
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA PREFEITURA
DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Professor de Ensino Fundamental II e Médio: História


EDITAL Nº 01/2022
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Concepção de linguagem verbal em seu processo de interlocução e sua relação com todas as áreas de conhecimento, 5
quanto ao domínio das capacidades de leitura e de escrita para os diferentes gêneros e práticas sociais............................
2. Uso da variedade culta da língua escrita para a produção de texto......................................................................................... 13
3. Leitura e compreensão de texto................................................................................................................................................ 15

Conhecimentos Específicos
Professor de Ensino Fundamental II e Médio - História

1. Noções e conceitos de tempo e espaço...................................................................................................................................... 47


2. Noções de espaço e suas representações.................................................................................................................................... 47
3. Compreensão e respeito à diversidade individual, dos povos e das culturas no passado e no presente.................................... 47
4. Coleta, tratamento e análise de informações de fontes documentais diversas.......................................................................... 48
5. Leitura, interpretação e construção de textos históricos escolares............................................................................................. 48
6. Águas, Cidades, Migrações, Histórias e Culturas: temas históricos, a partir de uma perspectiva interdisciplinar..................... 49
7. História das relações das sociedades com as águas e os rios....................................................................................................... 49
8. O modo de vida urbano no presente e no passado (Diferentes histórias de cidades com características distintas; características 49
da vida urbana; transformações urbanas ao longo do tempo)....................................................................................................
9. Migrações humanas: deslocamentos humanos e a constituição das sociedades (Migrantes e imigrantes na Cidade de São 50
Paulo no século XXI, as migrações humanas em diferentes épocas da história da humanidade, as migrações dos grupos
humanos em diferentes continentes, o nomadismo e a sedentarização na Antiguidade e as mudanças na dieta alimentar e
na produção de alimentos, a vida urbana em diferentes culturas, as trocas, conflitos, assimilações e apropriações culturais e
religiosas, a constituição das organizações política).....................................................................................................................
10. Cultura, Poder e Trabalho na Constituição da Sociedade Contemporânea................................................................................. 50
11. Comunicação e trabalho: Isolamento, comunicação e relações de trabalho em diferentes sociedades entre entre os séculos 51
VI e XVIII.......................................................................................................................................................................................
12. Direitos sociais e políticos no contexto do desenvolvimento capitalista: contradições e desigualdades sociais........................ 51
13. Capitalismo no século XX: Constituição de um sistema hegemônico, transformação e desmobilização da sociedade (a 52
expansão capitalista no mundo; os grandes conflitos entre as classes sociais e as nações no mundo do século XX)................
14. Questões didáticas e metodológicas no ensino de História (o conceito de sequência didática no ensino de História, diferentes 53
fontes de Informação nas Aulas de História, metodologia de uso de documento histórico no ensino, interdisciplinaridade e
ensino de História)......................................................................................................................................................................

Conhecimentos Pedagógicos - Currículos e Orientações Didáticas


1. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Ensino Fundamental: 57
componente curricular: História. – 2.ed. – São Paulo: SME / COPED, 2019.................................................................................
2. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Educação de Jovens e 59
Adultos: História. – São Paulo: SME / COPED, 2019......................................................................................................................
3. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Ensino Médio: Área de 59
conhecimento: Ciências Humanas e Sociais aplicadas. – São Paulo: SME / COPED, 2021...........................................................
4. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Orientações didáticas do currículo da cidade: 61
História. – 2.ed. – São Paulo: SME / COPED, 2019.......................................................................................................................
ÍNDICE

Referência bibliográfica - Conhecimentos Específicos


1. BITTENCOURT, Circe.Ensino de História: fundamentos e métodos. SP: Cortez, 2004. ................................................................ 63
2. BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998................................................................... 64
3. PEREIRA, Amilcar Araújo e MONTEIRO, Ana Maria (org.) - Ensino de história e cultura afro-brasileiras e indígenas. RJ: Pallas,
2013............................................................................................................................................................................................ 65
4. MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e
caminhos. São Paulo: Global, 2004. ............................................................................................................................................ 66
5. TERRA, Antonia. História das cidades brasileiras. São Paulo: Melhoramentos, 2012. (Coleção Como eu ensino). ...................... 68
6. WALSH, Catherine. - Interculturalidade e decolonialidade do poder um pensamento e posicionamento “outro” a partir da
diferença colonial. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). V. 05, N. 1, Jan.-
Jul., 2019..................................................................................................................................................................................... 68
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM VERBAL EM SEU A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
PROCESSO DE INTERLOCUÇÃO E SUA RELAÇÃO COM dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
TODAS AS ÁREAS DE CONHECIMENTO, QUANTO apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
AO DOMÍNIO DAS CAPACIDADES DE LEITURA E DE específico para se fazer a enunciação.
ESCRITA PARA OS DIFERENTES GÊNEROS E PRÁTICAS Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
SOCIAIS cas:

Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje-


Apresenta um enredo, com ações e
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é
relações entre personagens, que ocorre
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o
em determinados espaço e tempo. É
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
completo.
da seguinte maneira: apresentação >
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e
desenvolvimento > clímax > desfecho
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci-
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua Tem o objetivo de defender determinado
interpretação. TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- desenvolvimento > conclusão.
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- Procura expor ideias, sem a necessidade
tório do leitor. de defender algum ponto de vista. Para
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, isso, usa-se comparações, informações,
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido estrutura segue a do texto dissertativo-
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar argumentativo.
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
de modo que sua finalidade é descrever,
Dicas práticas
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
em verbos de ligação.
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. Oferece instruções, com o objetivo de
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- são os verbos no modo imperativo.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
te de referências e datas. Gêneros textuais
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
opiniões. cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor Alguns exemplos de gêneros textuais:
quando afirma que... • Artigo
• Bilhete
Tipologia Textual • Bula
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- • Carta
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Conto
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Crônica
classificações. • E-mail
• Lista
• Manual

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Notícia Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Poema que C é igual a A.
• Propaganda
• Receita culinária Outro exemplo:
• Resenha Todo ruminante é um mamífero.
• Seminário A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, também será verdadeira.
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
dade e à função social de cada texto analisado. a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
ARGUMENTAÇÃO plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
texto diz e faça o que ele propõe. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de entender bem como eles funcionam.
vista defendidos. Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
de linguagem. com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
escolher entre duas ou mais coisas”. valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos Tipos de Argumento
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. argumento. Exemplo:
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua Argumento de Autoridade
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
enunciador está propondo. texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende e verdadeira.
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das Exemplo:
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: conhecimento. Nunca o inverso.
A é igual a B. Alex José Periscinoto.
A é igual a C. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
Então: C é igual a B.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais Argumento do Atributo
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
acreditar que é verdade. que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
Argumento de Quantidade celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento da celebridade.
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
largo uso do argumento de quantidade. competência linguística. A utilização da variante culta e formal
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
Argumento do Consenso socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de médico:
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as por bem determinar o internamento do governador pelo período
frases carentes de qualquer base científica. de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
Argumento de Existência alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar hospital por três dias.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o Como dissemos antes, todo texto tem uma função
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
mão do que dois voando”. para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
navios, etc., ganhava credibilidade. episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
não outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa trocavam abraços afetuosos.”
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
provável. amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais meio ambiente, injustiça, corrupção).
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
indevidas. um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por totalmente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
oposta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, sociedade.
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é dedução.
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
pensamento e seu comportamento. regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia da verdade:
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo - evidência;
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - divisão ou análise;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - ordem ou dedução;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - enumeração.
inflexão de voz, a mímica e até o choro.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos A forma de argumentação mais empregada na redação
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade alguns não caracteriza a universalidade.
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo
vista. é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e para o efeito.
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Exemplo:
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em Fulano é homem (premissa menor = particular)
desenvolver as seguintes habilidades: Logo, Fulano é mortal (conclusão)

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LÍNGUA PORTUGUESA
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
O calor dilata o ferro (particular) seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
O calor dilata o bronze (particular) relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
O ferro, o bronze, o cobre são metais por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos ser assim relacionadas:
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um dos elementos que farão parte do texto.
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Lógico, concordo. é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
- Claro que não! em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
fenômeno.
Exemplos de sofismas: A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Dedução partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Todo professor tem um diploma (geral, universal) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Fulano tem um diploma (particular) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Indução classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
(particular) são empregados de modo mais ou menos convencional. A
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
– conclusão falsa) variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
artificial.
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A sabiá, torradeira.
“simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
sentimentos não ditados pela razão. Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, Os elementos desta lista foram classificados por ordem
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
sistematizar a pesquisa. do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto

9
LÍNGUA PORTUGUESA
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as palavra e seus significados.
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
os pontos de vista sobre ele. e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento fundamentação coerente e adequada.
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
- o termo a ser definido; se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
- o gênero ou espécie; se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
- a diferença específica. adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
O que distingue o termo definido de outros elementos da indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
mesma espécie. Exemplo: o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
Elemento especiediferença nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
a ser definidoespecífica maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
ou instalação”; entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito assim, desse ponto de vista.
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
expandida;d interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
diferenças). uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
menos que, melhor que, pior que.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a para a elaboração de um Plano de Redação.
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos tecnológica
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. resposta, justificar, criando um argumento básico;
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
Nesse caso, incluem-se (rever tipos de argumentação);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
mortal, aspira à imortalidade); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
postulados e axiomas); consequência);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria argumento básico;
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
que parece absurdo). em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
argumento básico;
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
concretos, estatísticos ou documentais. às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação menos a seguinte:
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. Introdução
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - função social da ciência e da tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões - definições de ciência e tecnologia;
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Desenvolvimento
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - apresentação de aspectos positivos e negativos do
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- desenvolvimento tecnológico;
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
argumentação: condições de vida no mundo atual;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade
demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o países subdesenvolvidos;
cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga passado; apontar semelhanças e diferenças;
verdadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento urbanos;
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
universalidade da afirmação; mais a sociedade.
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: Conclusão
consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; consequências maléficas;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador apresentados.
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o redação: é um dos possíveis.
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já

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LÍNGUA PORTUGUESA
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
que ela é inserida. consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro. A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos termo “citação” (citare) significa convocar.
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. a recriação de um texto.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que comum ao produtor e ao receptor de textos.
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
ou lido. daquela citação ou alusão em questão.

Tipos de Intertextualidade Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita


A intertextualidade acontece quando há uma referência A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
intertextualidade. A intertextualidade explícita:
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – é facilmente identificada pelos leitores;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, A intertextualidade implícita:
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer – não é facilmente identificada pelos leitores;
com outras palavras o que já foi dito. – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso parte dos leitores;
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original a compreensão do conteúdo.
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com PONTO DE VISTA
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
narrador-observador e o narrador-personagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Primeira pessoa - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto sintética de acordo com os objetivos do autor.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma dade na discussão.
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
só descobrimos ao decorrer da história.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
Segunda pessoa desenvolvimento e conclusão):
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
sinta quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa caos. ”
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
acompanhando a leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRA-
FOS
São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar USO DA VARIEDADE CULTA DA LÍNGUA ESCRITA PARA
cada uma de forma isolada a seguir: A PRODUÇÃO DE TEXTO

Introdução Variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram


É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial. Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diver-
sos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos.
Desenvolvimento No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas,
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O por exemplo, na linguagem regional. Todas as pessoas que falam
desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas,
conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio- de funcionamento podem sofrer variações devido à influência de
namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina- inúmeros fatores.
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap- seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão. que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes-
mo significado dentro de um mesmo contexto.
São três principais erros que podem ser cometidos na elabora- As variações que distinguem uma variante de outra se mani-
ção do desenvolvimento: festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico,
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial. sintático e lexical.
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las, Variações Fônicas
dificultando a linha de compreensão do leitor. Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pa-
lavra. Os exemplos de variação fônica são abundantes e, ao lado do
Conclusão vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen- nitidez a diferença entre uma variante e outra.
volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
tos levantados pelo autor. Variações Morfológicas
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”. domínio, as diferenças entre as variantes não são tão numerosas
quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis.
Parágrafo
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem Variações Sintáticas
esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No
conter introdução, desenvolvimento e conclusão. domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as dife-
renças entre uma variante e outra.

13
LÍNGUA PORTUGUESA
Variações Léxicas A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa-
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança
do léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e carac- imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis
terizam com nitidez uma variante em confronto com outra. combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com ou-
Tipos de Variação tras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as varian- e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma.
tes linguísticas um sistema de classificação que seja simples e, ao Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras
mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que ca- cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo
racterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as
linguística. O principal problema é que os critérios adotados, muitas variedades linguísticas.
vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente. Certas palavras e construções que empregamos acabam de-
As variações mais importantes, para o interesse do concurso nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do
público, são os seguintes: país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e,
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas es- às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies.
tão: O uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vos- insegurança.
mecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrôni- A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas,
co, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te-
PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia. levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem:
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou
ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, to- profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade
mamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou
tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum. em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do-
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados
àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educa- para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que
ção formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”. a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes-
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana.
de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais per- Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre-
tencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que
coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que participamos.
é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a Norma culta, norma padrão e norma popular
uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, Norma Culta: é uma expressão empregada pelos linguistas
profissionais da informática, dentre outros. brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas efeti-
Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual vamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos, sendo as-
está inserido, por exemplo, as situações formais e informais. sim classificando os cidadãos nascidos e criados em zonas urbanas
e com grau de instrução superior completo. É a variante de maior
Preconceito Linguístico prestígio social na comunidade, sendo realizada com certa unifor-
Está intimamente relacionado com as variações linguísticas, midade pelos membros do grupo social de padrão cultural mais
uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas di- elevado
tas “superiores”. De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua língua e
nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas as regi- ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico, um repertório
ões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem diversos que, se não for erudito, também não será vulgar.
aspectos históricos e culturais. Norma Padrão: está vinculada a uma língua modelo. Segue
A maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul prescrições representadas na gramática, mas é marcada pela língua
do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falantes da produzida em certo momento da história e em uma determinada
língua vão determinando expressões, sotaques e entonações de sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
acordo com as necessidades linguísticas. formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
O preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
É importante ressaltar que todas variações são aceitas e ne- Norma Popular:teria menos prestígio opondo-se à Norma Cul-
nhuma delas é superior, ou considerada a mais correta. ta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas ante-
riores. A Norma Popular é aquela linguagem que não é formal, ou
NORMA CULTA seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no
A norma culta é um conjunto de padrões que definem quando cotidiano.
um idioma está sendo empregado corretamente pelos seus falan- O nível popular está associado à simplicidade da utilização lin-
tes. Trata-se de uma expressão empregada pelos linguistas brasilei- guística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. É uti-
ros para designar o conjunto de variedades linguísticas produzidas lizado em contextos informais.
pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e criados em
zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma
culta define o uso correto da Língua Portuguesa com base no que
está escrito nos livros de gramática.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Dúvidas mais comuns da norma culta
EXERCÍCIOS
- Obrigada ou Obrigado?
O indivíduo do sexo masculino, ao agradecer por algo, deve di- 1. (FMPA – MG)
zer obrigado; Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
O indivíduo do sexo feminino, ao agradecer por algo, deve dizer te aplicada:
obrigada. (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
- Encima ou em cima? (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
A palavra em questão pode ser utilizada em ambos os for- (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
matos, porém, “encima”, escrita de modo junto, é um formato de (E) A cessão de terras compete ao Estado.
verbo unicamente utilizado na linguagem formal, na 3ª pessoa do
singular do indicativo ou na segunda pessoa do imperativo, com o 2. (UEPB – 2010)
significado de coroar ou colocar alguma coisa no alto. Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
Exemplo: “Uma coroa amarela encima ao cabelo daquele ho- maiores nomes da educação mundial na atualidade.
mem”.
Carlos Alberto Torres
Já a palavra ‘em cima’, em seu formato separado, é muito mais 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
comum – tanto na linguagem coloquial como formal. O objetivo tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
dela é dizer que algo está em uma posição mais alta e/ou elevada 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
do que outra. de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
Exemplo: “Coloquei suas chaves de casa em cima da escriva- se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
ninha”. de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
- Mau ou mal? fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
“Mau” é um adjetivo que significa algo contrário ao que é bom. se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
Sendo assim, ele é comumente utilizado em frases que indicam constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
uma pessoa com atitudes ruins ou como um sinônimo de palavras sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
como: difícil, indelicado, indecente, incapaz. porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
Exemplo: “Eu acho ele um mau aluno”. de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
A palavra ‘mal’ é caracterizada como um advérbio utilizado […]
como um antônimo do que é de bem. Sendo assim, ele indica algo
sendo feito errônea ou incorretamente. Rosa Maria Torres
Exemplo: “Ele mal sabe como lidar com essa situação”. 15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
Além disso, a palavra ‘mal’ também pode ser utilizada – neste lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
caso, como substantivo – para significar uma angústia, doença ou pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
desgosto, retratando algo que aparentemente é nocivo ou perigo- reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
so. Neste sentido. escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
Exemplo: “Você precisa colocar o seu sono em dia, pois está tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
dormindo muito mal”. indesejadas.
[…]
- Mas ou mais Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
‘Mas’ é uma palavra que pode ser utilizada como sinônimo de lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
todavia ou porém, transmitindo a ideia de oposto.
Exemplo: “Queria comprar roupas, mas não tenho dinheiro”. Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
A palavra ‘mais’ é um advérbio que tem como principal objeti- I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
vo o de transmitir noções de acréscimo ou intensidade, sendo tam- semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
bém um oposto a palavra ‘menos’. mo, em relação à “diversidade”.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
Exemplo: Ela é a mais chata do curso. dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
no paradigma argumentativo do enunciado.
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO. loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
dade e identidade”.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
abordado em tópicos anteriores. ção(ões) verdadeira(s).
(A) I, apenas
(B) II e III
(C) III, apenas
(D) II, apenas
(E) I e II

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LÍNGUA PORTUGUESA
3. (UNIFOR CE – 2006) Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu-
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o la, lá vinham as palavras mágicas.
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada terror.
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- – E ele faz o quê?
de. – Atrapalha a gente na hora de escrever.
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa usar trema nem se lembrava da regrinha.
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con-
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras.
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis- Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi-
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos rão ao menos para determinar minha idade.
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […] – Esse aí é do tempo do trema.”
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
p.68) Assinale a alternativa correta.
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons-
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se (B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a
o contexto, é norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substi-
(A) ceticismo. tuída por “nós”.
(B) desdém. (C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito
(C) apatia. correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
(D) desinteresse. acordo com a norma culta da língua portuguesa.
(E) negligência. (D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças. (E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz. texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil 6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem:
para os carros e os pedestres. “E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero
na salada – o meu jeito de querer bem.”
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho- Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática
mônimos e parônimos. de:
(A) I e III. (A) objeto indireto e aposto
(B) II e III. (B) objeto indireto e predicativo do sujeito
(C) II apenas. (C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo
(D) Todas incorretas. (D) complemento nominal e aposto
(E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo
5. (UFMS – 2009)
Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de 7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em pressa esqueci o Quincas Borba”.
30/09/08. Em seguida, responda. (A) objeto direto
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con- (B) sujeito
tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu (C) agente da passiva
cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em (D) adjunto adverbial
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima- (E) aposto
mente do jeito correto.
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, 8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá-
a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”.
esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que (A) Sujeito
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é (B) Objeto direto
pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig- (C) Predicativo do sujeito
mática na cabeça. (D) Adjunto adverbial
(E) Adjunto adnominal

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LÍNGUA PORTUGUESA
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela (C) relativa, pronome reflexivo
manhã de segunda-feira”. (D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(A) Predicativo (E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito
(B) Complemento nominal
(C) Objeto indireto 15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
(D) Adjunto adverbial Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece
(E) Adjunto adnominal ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du-
10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen- vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina
te”. O termo destacado funciona como: que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava
(A) Objeto indireto lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e
(B) Objeto direto Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena
(C) Adjunto adnominal dos dois, a mãe ficava furiosa.)
(D) Vocativo A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora,
(E) Sujeito porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
11. (UFRJ) Esparadrapo até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es- meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se-
cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, riam rompidas mais uma vez.
que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incuná- Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes-
bulo*”. sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente,
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem
Janeiro, Globo. 1987. p. 83. que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro impres- açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan-
so até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem. te.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.)
A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração,
texto. Sua função resume-se em: eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos.
(A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo
coisa. me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com
(B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen- oitenta ainda está ativo e presente.
te. Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí-
(C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun- cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.”
to. LUFT, 2014, p.104-105
(D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
(E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta- Leia atentamente a oração destacada no período a seguir:
dos. “(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que
queria correr nas lajes do pátio (...)”
12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças:
É preciso que ela se encante por mim! Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo. apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima.
(A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti- hora (...)”
vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas: (B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos,
(A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta. mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca-
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal netas, borracha (...)”
(C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta. (C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)”
(D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal. (D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)”

13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem 16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós
a orações subordinadas substantivas, exceto: ____________________.”
(A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais. Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
(B) Desejo que ela volte. mente a frase acima. Assinale-a.
(C) Gostaria de que todos me apoiassem. (A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(D) Tenho medo de que esses assessores me traiam. (B) desista da ação contra aquele salafrário.
(E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on- (C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
tem. (D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
(E) tentamos aquele emprego novamente.
14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
No texto acima temos uma oração destacada que é ________e
um “se” que é . ________.
(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito

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LÍNGUA PORTUGUESA
17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente 22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamen-
as lacunas do texto a seguir: te as lacunas correspondentes.
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas A arma ___ se feriu desapareceu.
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as Estas são as pessoas ___ lhe falei.
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra- Aqui está a foto ___ me referi.
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên- Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
arte.”
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a (A) que, de que, à que, cujo, que.
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em (B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
(C) bastante - por - meias - ao - a - à (C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
(D) meias - para - muito - pelo - em - por (D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na (E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.

18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo 23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
com a gramática: (A) Avisaram-no que chegaríamos logo.
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores. (B) Informei-lhe a nota obtida.
II - Muito obrigadas! – disseram as moças. (C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada. sinais de trânsito.
IV - A pobre senhora ficou meio confusa. (D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso. (E) Muita gordura não implica saúde.

(A) em I e II 24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem


(B) apenas em IV ser seguidos pela mesma preposição:
(C) apenas em III (A) ávido / bom / inconsequente
(D) em II, III e IV (B) indigno / odioso / perito
(E) apenas em II (C) leal / limpo / oneroso
(D) orgulhoso / rico / sedento
19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. (E) oposto / pálido / sábio
Hoje, só ___ ervas daninhas.
(A) fazem, havia, existe 25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri-
(B) fazem, havia, existe tas nos itens a seguir:
(C) fazem, haviam, existem I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini-
(D) faz, havia, existem migos de hipócritas;
(E) faz, havia, existe II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
desprezo por tudo;
20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor- III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O
dância verbal, de acordo com a norma culta: funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
(A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
(B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha. A frase reescrita está com a regência correta em:
(C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui. (A) I apenas
(D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou. (B) II apenas
(E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. (C) III apenas
(D) I e III apenas
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio (E) I, II e III
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma
culta é: 26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal em que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam (A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
líderes pefelistas. (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa- (D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
íses passou despercebida. (E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação 27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
social. RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
morador não muito consciente com a limpeza da cidade. padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui- erroneamente, exceto em:
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
a aventura à repetição. (B) É um privilégio estar aqui hoje.
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
(D) A criança estava com desinteria.
(E) O bebedoro da escola estava estragado.

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LÍNGUA PORTUGUESA
28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo (B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em
com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a L.
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de (C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L.
classificação. (D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético –
“____________ o céu é azul?” eu.
“Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân- (E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L.
sito pelo caminho.”
“Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado 34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras,
ao nosso encontro.” assinale a afirmação verdadeira.
“A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun- (A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente,
diais. ____________?” como “também” e “porém”.
(A) Porque – porquê – por que – Por quê (B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela
(B) Porque – porquê – por que – Por quê mesma razão.
(C) Por que – porque – porquê – Por quê (C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela
(D) Porquê – porque – por quê – Por que mesma razão que a palavra “país”.
(E) Por que – porque – por quê – Porquê (D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí-
rem monossílabos tônicos fechados.
29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô- (E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por-
nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que que todas as paroxítonas são acentuadas.
se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio- 35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala-
nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada. vra é acentuada graficamente:
Assinale-a. (A) lapis, canoa, abacaxi, jovens
(A) A descoberta do plano de conquista era eminente. (B) ruim, sozinho, aquele, traiu
(B) O infrator foi preso em flagrante. (C) saudade, onix, grau, orquídea
(C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas. (D) voo, legua, assim, tênis
(D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura. (E) flores, açucar, album, virus
(E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
36. (IFAL - 2011)
30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.
grafadas corretamente.
(A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor-
(B) alteza, empreza, francesa, miudeza tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da
(D) incenso, abcesso, obsessão, luxação infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices
(E) chineza, marquês, garrucha, meretriz vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e
tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi-
31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas nião, 12.10.2010)
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontua-
de acentuação da língua padrão. do na alternativa:
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- (A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so-
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. frimento da infância mais pobre.”
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- (B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
seguia se recompôr e viver tranquilo. importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
Remígio resolveu pedí-la em casamento. sofrimento da infância mais pobre.”
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, (C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen-
sofrimento da infância mais pobre.”
tuadas devido à mesma regra:
(D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(A) saí – dói
importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
(B) relógio – própria
sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
(C) só – sóis
sofrimento, da infância mais pobre.”
(D) dá – custará
(E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
(E) até – pé
importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. sofrimento da infância mais pobre.”
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni-
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi-
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas.

19
LÍNGUA PORTUGUESA
37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pontuação:
(A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns se atrasaram.
(B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se atrasaram, porém.
(C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
(D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(E) N.D.A

38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.


(A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirmaram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas articulações.”.
(B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por parte dos pacientes são baixas.
(C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diagnosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o doente confie
em seu médico).
(E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local da inflamação é bastante intensa!

39. (ENEM – 2018)

Física com a boca


Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da
voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz
que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato
de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem
para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

40. (FUNDATEC – 2016)

20
LÍNGUA PORTUGUESA
Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas (D) quietação, sabonete, nadador
áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara: (E) religião, irmão, solidão
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas
relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a 45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras
natureza física e fisiológica das distinções observadas. não é formada por prefixação:
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvi- (A) readquirir, predestinado, propor
do registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empre- (B) irregular, amoral, demover
gado para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua. (C) remeter, conter, antegozar
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores (D) irrestrito, antípoda, prever
da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes (E) dever, deter, antever
da língua portuguesa.
46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
Quais estão INCORRETAS? Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
(A) Apenas I. Uma organização não governamental holandesa está propondo
(B) Apenas II. um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
(C) Apenas III. sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
(D) Apenas I e II grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
(E) Apenas II e III. O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa: ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
a) tatuar um contador na rede social.
b) quando Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
c) doutor dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
d) ainda Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
e) além em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sono- ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
ras? (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
(A) rosa, deve, navegador;
(B) barcos, grande, colado; Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
(C) luta, após, triste; rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
(D) ringue, tão, pinga; pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
(E) que, ser, tão. usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex- (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi- preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
se de uma língua: o fonético e o gramatical. ticamente.
Verifique a que nível se referem as características do português (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme- possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). raria o sentido do texto.
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
formas com gerúndio, como estou fazendo. informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em informação nova.
palavras como académico e antónimo, (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
como em contacto e facto. (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- qual são introduzidas de forma mais generalizada
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria
de ir até lá. 47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito corres-
pondem a um adjetivo, exceto em:
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
cima para baixo, é: (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
(A) 2 – 1 – 1 – 2. (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(B) 2 – 1 – 2 – 1. (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(C) 1 – 2 – 1 – 2. sem fim.
(D) 1 – 1 – 2 – 2. (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
(E) 1 – 2 – 2 – 1.
48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
guintes palavras: respectivamente:
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (A) adjetivo, adjetivo
(B) descompõem, desempregados, desejava (B) advérbio, advérbio
(C) estendendo, escritório, espírito (C) advérbio, adjetivo

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LÍNGUA PORTUGUESA
(D) numeral, adjetivo
26 A
(E) numeral, advérbio
27 B
49. (ITA-SP) 28 C
Beber é mal, mas é muito bom.
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.) 29 B
30 A
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:
31 E
(A) adjetivo
(B) substantivo 32 B
(C) pronome 33 E
(D) advérbio
(E) preposição 34 B
35 B
50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova!
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o 36 E
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem 37 A
pela ordem, a:
38 A
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome 39 B
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio 40 C
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome 41 B
42 D
43 A
GABARITO
44 D
45 E
1 C 46 D
2 B 47 B
3 D 48 B
4 C 49 B
5 C 50 E
6 A
7 D
8 C
9 B
10 E
11 C
12 B
13 E
14 B
15 A
16 C
17 A
18 C
19 D
20 C
21 E
22 C
23 A
24 D
25 E

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Existem outros indícios fortes que apontam para essa irregu-
QUESTÕES COMENTADAS laridade, pois não há nos autos qualquer folha de ponto ou docu-
mento comprobatório da efetiva prestação dos serviços por parte
1-) (TCE-RN – CARGO 1 - CESPE/2015 - adaptada) dos consultores.
Internet: <www.jornaldehoje.com.br> (com adaptações).
Exercer a cidadania é muito mais que um direito, é um dever,
uma obrigação.
Você como cidadão é parte legítima para, de acordo com a lei, O termo “com a realidade” e a oração ‘que tais volumes de ho-
informar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte ras trabalhadas jamais existiram’ desempenham a função de com-
(TCE/RN) os atos ilegítimos, ilegais e antieconômicos eventualmen- plemento dos adjetivos “incompatível” e ‘óbvio’, respectivamente.
te praticados pelos agentes públicos. ( ) CERTO
A garantia desse preceito advém da própria Constituição do ( ) ERRADO
estado do Rio Grande do Norte, em seu artigo 55, § 3.º, que estabe-
lece que qualquer cidadão, partido político ou entidade organizada Voltemos ao texto: regime de trabalho incompatível com a rea-
da sociedade pode apresentar ao TCE/RN denúncia sobre irregula- lidade = complemento nominal de “incompatível” (afirmação do
ridades ou ilegalidades praticadas no âmbito das administrações enunciado correta); É óbvio que tais volumes de horas trabalhadas
estadual e municipal. jamais existiram = podemos substituir a oração destacada por “Isso
Exercício da cidadania. Internet: <www.tce.rn.gov.br> (com é óbvio”, o que nos indica que se trata de uma oração com função
adaptações). substantiva - no caso, oração subordinada substantiva subjetiva –
função de sujeito da oração principal (É óbvio), ou seja, afirmação
Mantém-se a correção gramatical do texto se o trecho “infor- do enunciado incorreta.
mar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/ RESPOSTA: ERRADO.
RN) os atos ilegítimos” for reescrito da seguinte forma: informar
ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) 4-) (TCE-RN – CARGO 1 - CESPE/2015 - adaptada) O uso dos
sobre os atos ilegítimos. advérbios “alegadamente” e “supostamente” concorre para a argu-
( ) CERTO mentação apresentada no texto de que houve irregularidades em
( ) ERRADO um dos contratos, especificamente no que se refere à descrição do
volume de horas trabalhadas pelos consultores.
Quem informa, informa algo (os atos ilegítimos) a alguém (ao ( ) CERTO
Tribunal de Contas), portanto não há presença de preposição antes ( ) ERRADO
do objeto direto (os atos).
RESPOSTA: ERRADO. Sete dos 11 contratados alegadamente trabalharam 77,2 horas
por dia no período entre 16 de setembro e sete de outubro de 2010.
2-) (TCE-RN – CARGO 1 - CESPE/2015 - adaptada) A substitui- Os outros quatro supostamente trabalharam 38,6 horas por dia.
ção da última vírgula do primeiro parágrafo do texto pela conjunção Sete funcionários alegaram ter trabalhado horas a mais e há a
e não acarreta erro gramatical ao texto nem traz prejuízo à sua in- suposição de que quatro também ultrapassaram o limite estabele-
terpretação original. cido.
( ) CERTO RESPOSTA: CERTO.
( ) ERRADO
5-) (CESPE – TCE-RN – CARGO 1/2015 - adaptada) A oração
Analisemos o trecho sugerido: Exercer a cidadania é muito “que os consultores apresentaram regime de trabalho incompatí-
mais que um direito, é um dever, uma obrigação. Se acrescentarmos vel com a realidade” funciona como complemento da forma verbal
a conjunção “e” teremos “é um dever e uma obrigação” = haveria “constatou-se”.
mudança no sentido, pois da maneira como foi escrito entende-se ( ) CERTO
que o termo “obrigação” foi enfatizado, por isso não se conectou ao ( ) ERRADO
termo anterior.
RESPOSTA: ERRADO. - constatou-se que os consultores apresentaram regime de tra-
balho incompatível com a realidade
3-) (TCE-RN – CARGO 1 - CESPE/2015 - adaptada) A oração destacada pode ser substituída pelo termo “isso” (Isso
A Comissão de Acompanhamento e Fiscalização da Copa 2014 foi constatado), o que nos indica ser uma oração substantiva = ela
(CAFCOPA) constatou indícios de superfaturamento em contratos funciona como sujeito da oração principal, portanto não a comple-
relativos a consultorias técnicas para modelagem do projeto de menta. Temos uma oração subordinada substantiva subjetiva.
parceria público-privada usada para construir uma das arenas da RESPOSTA: ERRADO.
Copa 2014.
Após análise das faturas de um dos contratos, constatou-se que 6-) (CESPE – TCE-RN – CARGO 1/2015 - adaptada) As formas
os consultores apresentaram regime de trabalho incompatível com verbais “apresentaram”, “trabalharam” e “Existem” aparecem fle-
a realidade. Sete dos 11 contratados alegadamente trabalharam xionadas no plural pelo mesmo motivo: concordância com sujeito
77,2 horas por dia no período entre 16 de setembro e sete de ou- composto plural.
tubro de 2010. Os outros quatro supostamente trabalharam 38,6 ( ) CERTO
horas por dia. Tendo em vista que um dia só tem 24 horas, identifi- ( ) ERRADO
cou-se a ocorrência de superfaturamento no valor de R$ 2.383.248.
“É óbvio que tais volumes de horas trabalhadas jamais existiram. - os consultores apresentaram = verbo concorda com o sujeito
Diante de tal situação, sabendo-se que o dia possui somente 24 ho- simples
ras, resta inconteste o superfaturamento praticado nesta primeira - Sete dos 11 contratados alegadamente trabalharam = verbo
fatura de serviços”, aponta o relatório da CAFCOPA. concorda com o sujeito simples

23
LÍNGUA PORTUGUESA
- Existem outros indícios fortes = verbo concorda com o sujeito Os modelos 190 e 195 ocupou = os modelos ocuparam
simples RESPOSTA: D
Trata-se de sujeito simples, não composto (não há dois elemen-
tos em sua composição) 9-) (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO- ESAF/2015) Assinale
RESPOSTA: ERRADO. a opção correta quanto à justificativa em relação ao emprego de
vírgulas.
7-) (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO - ESAF/2015 - adap- O mercado de jatos executivos está em alta há alguns anos, e
tada) Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a op- os maiores mercados são Estados Unidos, Brasil, França, Canadá,
ção correta. Alemanha, Inglaterra, Japão e México. Também nesse segmento a
Embraer é destaque, apesar de disputar ferozmente esse mercado
Não vamos discorrer sobre a pré-história da aviação, sonho dos com outras indústrias poderosas, principalmente a canadense Bom-
antigos egípcios e gregos, que representavam alguns de seus deu- bardier. A Embraer S.A. está desenvolvendo também uma aerona-
ses por figuras aladas, nem sobre o vulto de estudiosos do proble- ve militar, batizada de KC-390, que substituirá os antigos Hércules
ma, como Leonardo da Vinci, que no século XV construiu um modelo C-130, da Força Aérea Brasileira. Para essa aeronave a Embraer S.A.
de avião em forma de pássaro. Pode-se localizar o início da aviação já soma algumas centenas de pedidos e reservas.
nas experiências de alguns pioneiros que, desde os últimos anos do <http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm> Acesso em:
século XIX, tentaram o voo de aparelhos então denominados mais 13/12/2015 (com adaptações).
pesados do que o ar, para diferenciá-los dos balões, cheios de gases,
mais leves do que o ar. As vírgulas no trecho “...os maiores mercados são Estados Uni-
Ao contrário dos balões, que se sustentavam na atmosfera por dos, Brasil, França, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Japão e México.”
causa da menor densidade do gás em seu interior, os aviões preci- separam
savam de um meio mecânico de sustentação para que se elevassem A) aposto explicativo que complementa oração principal.
por seus próprios recursos. O brasileiro Santos Dumont foi o primei- B) palavras de natureza retificativa e explicativa.
ro aeronauta que demonstrou a viabilidade do voo do mais pesado C) oração subordinada adjetiva explicativa.
do que o ar. O seu voo no “14-Bis” em Paris, em 23 de outubro de D) complemento verbal composto por objeto direto.
1906, na presença de inúmeras testemunhas, constituiu um marco E) termos de mesma função sintática em uma enumeração.
na história da aviação, embora a primazia do voo em avião seja
disputada por vários países. RESPOSTA: E
<http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. Acesso em:
13/12/2015 (com adaptações). 10-) (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO - ESAF/2015) Assi-
nale a opção que apresenta substituição correta para a forma verbal
A) O emprego de vírgula após “Vinci” justifica-se para isolar contribuiu.
oração subordinada de natureza restritiva. No início da década de 60, trinta anos depois de sua funda-
B) Em “Pode-se” o pronome “se” indica a noção de condição. ção, a Panair já era totalmente nacional. Era uma época de crise
C) A substituição de “então” por “naquela época” prejudica as na aviação comercial brasileira, pois todas as companhias apresen-
informações originais do texto. tavam problemas operacionais e crescentes dívidas para a moder-
D) Em “se sustentavam” e “se elevassem” o pronome “se” in- nização geral do serviço que prestavam. Uma novidade contribuiu
dica voz reflexiva. para apertar ainda mais a situação financeira dessas empresas - a
E) O núcleo do sujeito de “constituiu” é 14-Bis. inflação. Apesar disso, não foram esses problemas, comuns às con-
correntes, que causaram a extinção da Panair.
A = incorreta (oração de natureza explicativa) <http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/58Panair.htm>.
B = incorreta (pronome apassivador) Acesso em: 13/12/2015 (com adaptações).
C = incorreta
E = incorreta (voo) A) contribuísse
RESPOSTA: D B) contribua
C) contribuíra
8-) (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO - ESAF/2015) Assina- D) contribuindo
le a opção correspondente a erro gramatical inserido no texto. E) contribuído
A Embraer S. A. atualmente é destaque (1) internacional e
passou a produzir aeronaves para rotas regionais e comerciais de A substituição pode ser feita utilizando-se um verbo que in-
pequena e média densidades (2), bastante (3) utilizadas no Brasil, dique uma ação que acontecera há muito tempo (década de 60!),
Europa e Estados Unidos. Os modelos 190 e 195 ocupou (4) o espa- portanto no pretérito mais-que-perfeito do Indicativo (contribuíra).
ço que era do Boeing 737.300, 737.500, DC-9, MD-80/81/82/83 e RESPOSTA: C
Fokker 100. A companhia brasileira é hoje a terceira maior indústria
aeronáutica do mundo, com filiais em vários países, inclusive na (5) (ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL -
China. ESAF/2015 - adaptada) Leia o depoimento a seguir para responder
<http://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. Acesso em: às questões
13/12/2015. (com adaptações).
Há quase dois anos fui empossado técnico administrativo na
A) é destaque ANAC de São Paulo e estou muito satisfeito de trabalhar lá. Nesse
B) densidades tempo já fui nomeado para outros dois cargos na administração
C) bastante pública, porém preferi ficar onde estou por diversos motivos, pro-
D) ocupou fissionais e pessoais. Sinceramente, sou partidário do “não se mexe
E) inclusive na em time que está ganhando”.

24
LÍNGUA PORTUGUESA
Trabalho na área administrativa junto com outros técnicos e 13-) Assinale a opção em que o primeiro período do texto foi
analistas, além de ser gestor substituto do setor de transportes da reescrito com correção gramatical.
ANAC/SP. Tenho de analisar documentação, preparar processos A) Na hipótese de você for um passageiro frequente, já tinha
solicitando pagamentos mensais para empresas por serviços pres- passado por uma turbulência, com certeza.
tados, verificar se os termos do contrato estão sendo cumpridos, B) Certamente, já deverá ter passado por uma turbulência, se
resolver alguns “pepinos” que sempre aparecem ao longo do mês, você fosse um passageiro frequente.
além, é claro, de efetuar trabalhos eventuais que surgem conforme C) Na certa, acaso você seja um passageiro frequente, já acon-
a demanda. teceu de passar por uma turbulência.
<http://wordpress.concurseirosolitario.com.br/o-cotidianode-um-ser- D) Com certeza, se você foi um passageiro frequente, já tivesse
vidor-publico/> Acesso em: 17/12/2015> (comadaptações). passado por uma turbulência.
E) Caso você seja um passageiro frequente, já deve, com certe-
11-) Assinale a substituição proposta que causa erro de morfos- za, ter passado por uma turbulência.
sintaxe no texto. substituir:por:
A) HáA Correções:
B) Nesse tempoDurante esse tempo A) Na hipótese de você for (SER) um passageiro frequente, já
C) junto juntamente tinha passado (PASSOU) por uma turbulência, com certeza.
D) Tenho deTenho que B) Certamente, já deverá (DEVE) ter passado por uma turbulên-
E) ao longo do mês no decorrer do mês cia, se você fosse (FOR) um passageiro frequente.
C) Na certa, acaso você seja um passageiro frequente, já acon-
A única substituição que causaria erro é a de “há” por “a”, já teceu de passar (PASSOU) por uma turbulência.
que, quando empregado com o sentido de tempo passado, deve ser D) Com certeza, se você foi (É) um passageiro frequente, já ti-
escrito com “h” (há). vesse passado (PASSOU) por uma turbulência.
RESPOSTA: A E) Caso você seja um passageiro frequente, já deve, com certe-
za, ter passado por uma turbulência.
12-) (ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO RESPOSTA: E
CIVIL - ESAF/2015 - adaptada) Assinale a opção em que a pontua-
ção permanece correta, apesar de ter sido modificada. 14-) (ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO
A) Há quase dois anos, fui empossado técnico administrativo CIVIL - ESAF/2015) A expressão sublinhada em “Já que estou escre-
(...) vendo esse artigo, sobrevivi” tem sentido de
B) (...) na ANAC, de São Paulo e estou muito satisfeito de tra- A) conformidade.
balhar lá. B) conclusão.
C) (...) na administração pública, porém; preferi, ficar onde es- C) causa.
tou (…) D) dedução.
D) Sinceramente sou partidário, do “não se mexe, em time que E) condição.
está ganhando”.
E) Trabalho na área administrativa, junto com outros técnicos e Subordinadas Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
analistas, além de ser, gestor substituto (…) exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a
circunstância que expressam, classificam-se em:
Fiz as correções: - Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da
B) na ANAC de São Paulo e estou muito satisfeito de trabalhar oração principal. As conjunções são: porque, que, como (= porque,
lá. no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já
que, desde que, etc.
C) na administração pública, porém preferi ficar onde estou (…)
RESPOSTA: C
D) Sinceramente, sou partidário do “não se mexe em time que
está ganhando”.
15-) (ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO
E) Trabalho na área administrativa junto com outros técnicos e
CIVIL - ESAF/2015 - adaptada) Sobre as vírgulas e as aspas empre-
analistas, além de ser gestor substituto (…)
gadas no texto é correto afirmar que
RESPOSTA: A
A) a primeira vírgula separa duas orações coordenadas.
B) a vírgula antes do “e” ocorre porque o verbo da oração “e
(ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL durou uma boa hora” é diferente do verbo da oração anterior.
- ESAF/2015 - adaptada) Leia o texto a seguir para responder às C) a vírgula antes de “sobrevivi” marca a diferença entre os
questões tempos verbais de “estou escrevendo” e “sobrevivi”.
D) a vírgula que ocorre depois do “que” e a que ocorre depois
Se você é um passageiro frequente, certamente já passou por de “violento” estão isolando oração intercalada.
uma turbulência. A pior da minha vida foi no meio do nada, sobre- E) as aspas nas palavras “violento” e “arremesse” se justificam
voando o Atlântico, e durou uma boa hora. Já que estou aqui escre- porque tais palavras pertencem ao vocabulário técnico da aviação.
vendo esse artigo, sobrevivi.
A turbulência significa que o avião vai cair? Ok, sabemos que A = Se você é um passageiro frequente, certamente já passou
não. Apesar de também sabermos que o avião é a forma mais se- por uma turbulência – incorreta (subordinada adverbial condicio-
gura de viagem, não é tão fácil lembrar disso em meio a uma tur- nal)
bulência. Então, não custa lembrar que, mesmo quando o ar está B = incorreta (vem depois de uma oração explicativa)
“violento”, é impossível que ele «arremesse» o avião para o chão. C = incorreta (separando oração principal da causal)
<http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2015/07/tur- E = incorreta (empregadas em sentido figurado, facilitando a
bulencia-dos-avioes-e-perigosa.html> Acesso em:15/12/2015(com compreensão da descrição)
adaptações). RESPOSTA: D

25
LÍNGUA PORTUGUESA
16-) (ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO D) Ocorre acento grave em “à busca pessoal” em razão do em-
CIVIL - ESAF/2015) A frase sublinhada em “Apesar de também sa- prego de locução com substantivo no feminino = o acento grave se
bermos que o avião é a forma mais segura de viagem, não é tão deve à regência do verbo “submeter” que pede preposição (sub-
fácil lembrar disso em meio a uma turbulência” mantém tanto seu meter-se a)
sentido original quanto sua correção gramatical na opção: E) O acento agudo em “grávidas” se deve por se tratar de pala-
A) Embora também sabemos … vra paroxítona terminada em ditongo = acentua-se por ser propa-
B) Dado também saibamos … roxítona
C) Pelo motivo o qual também sabemos … RESPOSTA: C
D) Em virtude de também sabermos …
E) Conquanto saibamos … 18-) (SABESP/SP – AGENTE DE SANEAMENTO AMBIENTAL
01 – FCC/2014 - adaptada)
Correções: ... a navegação rio abaixo entre os séculos XVIII e XIX, começava
A) Embora também sabemos= saibamos em Araritaguaba...
B) Dado também saibamos = sabermos O verbo conjugado nos mesmos tempo e modo em que se en-
C) Pelo motivo o qual também sabemos = essa deixa o período contra o grifado acima está em:
confuso... (A) ... o Tietê é um regato.
D) Em virtude de também sabermos= sentido diferente do ori- (B) ... ou perto delas moram 30 milhões de pessoas...
ginal… (C) O desenvolvimento econômico e demográfico custou caro
E) Conquanto saibamos = conjunção que mantém o sentido ao rio.
original (concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia (D) O rio Tietê nasce acima dos mil metros de altitude...
contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. (E) ... e traziam ouro.
São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo
que, por mais que, posto que, conquanto, etc.) “Começava” = pretérito imperfeito do Indicativo
RESPOSTA: E (A) ... o Tietê é um regato. = presente do Indicativo
(B) ... ou perto delas moram 30 milhões de pessoas... = presen-
17-) (ANAC – TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO te do Indicativo
CIVIL - ESAF/2015 - adaptada) Em relação às regras de acentuação, (C) O desenvolvimento econômico e demográfico custou caro
assinale a opção correta. ao rio.= pretérito perfeito do Indicativo
(D) O rio Tietê nasce acima dos mil metros de altitude... = pre-
Por que é preciso passar pelo equipamento de raios X? sente do Indicativo
São normas internacionais de segurança. É proibido portar ob- (E) ... e traziam ouro. = pretérito imperfeito do Indicativo
jetos cortantes ou perfurantes. Se você se esqueceu de despachá- RESPOSTA: “E”
-los, esses itens terão de ser descartados no momento da inspeção.
Como devo proceder na hora de passar pelo equipamento de- 19-) (TÉCNICO EM REGULAMENTAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL -
tector de metais? ESAF/2015) Assinale o trecho sem problemas de ortografia.
A inspeção dos passageiros por detector de metais é obriga- A) No caso de sentir-se prejudicado ou de ter seus direitos des-
tória. O passageiro que, por motivo justificado, não puder ser ins- respeitados, o passageiro de avião deve dirijir-se primeiro à empre-
pecionado por meio de equipamento detector de metal deverá sub- sa aérea contratada, para reinvindicar seus direitos como consumi-
meter-se à busca pessoal. As mulheres grávidas podem solicitar a dor.
inspeção por meio de detector manual de metais ou por meio de B) É possível, também, registrar reclamação contra a empresa
busca pessoal. aérea na ANAC, que analizará o fato.
<http://www.infraero.gov.br/images/stories/guia/2014/ C) Se a ANAC constatar descomprimento de normas da aviação
guiapassageiro2014_portugues.pdf> Acesso em: 4/1/2016 (com civil, poderá aplicar sanção administrativa à empresa.
adaptações). D) No entanto, a ANAC não é parte na relação de consumo fir-
mada entre o passageiro e a empresa aérea, razão pela qual não é
A) Acentua-se o verbo “é”, quando átono, para diferenciá-lo da possível buscar indenização na Agência.
conjunção “e”. E) Para exijir indenização por danos morais e/ou materiais, con-
B) “Você” é palavra acentuada por ser paroxítona terminada na sulte os órgãos de defesa do consumidor, e averigúe antecipada-
vogal “e” fechada. mente se está de posse dos comprovantes necessários.
C) “Despachá-los” se acentua pelo mesmo motivo de “deverá”.
D) Ocorre acento grave em “à busca pessoal” em razão do em- Trechos adaptados de <http://www.infraero.gov.br/images/
prego de locução com substantivo no feminino. stories/guia/2014/guiapassageiro2014_portugues.pdf> Acesso
E) O acento agudo em “grávidas” se deve por se tratar de pala- em:17/12/2015.
vra paroxítona terminada em ditongo. Por itens:
A) No caso de sentir-se prejudicado ou de ter seus direitos des-
Comentários: respeitados, o passageiro de avião deve dirijir-se (DIRIGIR-SE) pri-
A) Acentua-se o verbo “é”, quando átono, para diferenciá-lo da meiro à empresa aérea contratada, para reinvindicar (REIVINDICAR)
conjunção “e” = não é acento diferencial seus direitos como consumidor.
B) “Você” é palavra acentuada por ser paroxítona terminada na B) É possível, também, registrar reclamação contra a empresa
vogal “e” fechada = acentua-se por ser oxítona terminada em “e” aérea na ANAC, que analizará (ANALISARÁ) o fato.
C) “Despachá-los” se acentua pelo mesmo motivo de “deve- C) Se a ANAC constatar descomprimento (DESCUMPRIMENTO)
rá” = correta (oxítona terminada em “a”). Lembre-se de que, em de normas da aviação civil, poderá aplicar sanção administrativa à
verbos com pronome oblíquo, este é desconsiderado ao analisar a empresa.
acentuação

26
LÍNGUA PORTUGUESA
D) No entanto, a ANAC não é parte na relação de consumo fir- O tema central do texto a essência da infância refere-se:
mada entre o passageiro e a empresa aérea, razão pela qual não é (A) Às tecnologias disponíveis.
possível buscar indenização na Agência. (B) À importância do convívio familiar.
E) Para exijir (EXIGIR) indenização por danos morais e/ou ma- (C) Às preocupações do pediatra Daniel Becker.
teriais, consulte os órgãos de defesa do consumidor, e averigúe (D) À importância de impor limites.
(AVERIGUE) antecipadamente se está de posse dos comprovantes (E) Ao exagerado consumo.
necessários.
RESPOSTA: D Fica clara a intenção do autor: mostrar a importância do con-
vívio familiar (E que desenvolver intimidade com as crianças, além
20-) (PREFEITURA DE NOVA FRIBURGO-RJ – SECRETÁRIO ES- de um tempo reservado ao lazer com elas, faz a diferença. Para o
COLAR - EXATUS/2015 ) Assinale a alternativa em que a palavra é bem-estar delas e para toda a família).
acentuada pela mesma razão que “cerimônia”: RESPOSTA: B
A) tendência – crônica.
B) descartáveis – uísque. 23-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) No excerto:
C) búzios – vestuário. “... esses têm sido verdadeiros pecados cometidos à infância...”. O
D) ótimo – cipó. pronome em destaque refere-se a:
(A) Celular e tablet.
Cerimônia = paroxítona terminada em ditongo (B) Agenda.
A) tendência = paroxítona terminada em ditongo / crônica = (C) Aulas depois da escola.
proparoxítona (D) Visitas ao shopping Center.
B) descartáveis = paroxítona terminada em ditongo / uísque = (E) Conjunto de hábitos.
regra do hiato
C) búzios = paroxítona terminada em ditongo / vestuário = pa- Voltemos ao texto: “Quais as implicações desse conjunto de há-
roxítona terminada em ditongo bitos e comportamentos para nossos filhos? Para o pediatra Daniel
D) ótimo = proparoxítona / cipó = oxítona terminada em “o” Becker, esses têm sido (..)”
RESPOSTA: C RESPOSTA: E

21-) (PREFEITURA DE NOVA FRIBURGO-RJ – SECRETÁRIO ES- 24-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) No frag-
COLAR - EXATUS/2015 ) Os termos destacados abaixo estão corre- mento: “... além de um tempo reservado ao lazer com elas...”. A pa-
tamente analisados quanto à função sintática em: lavra destacada expressa ideia de:
I - “O cidadão é livre” – predicativo do sujeito. (A) Ressalva.
II - “A gente tem um ressaca” – objeto direto. (B) Conclusão.
III - O Boldo resolve – predicado verbal. (C) Adição.
(D) Advertência.
A) Apenas I e II. (E) Explicação.
B) Apenas I e III.
Dá-nos a ideia de adição.
C) Apenas II e III.
RESPOSTA: C
D) I, II e III.
25-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) No período:
I - “O cidadão é livre” – predicativo do sujeito = correta
“Para o pediatra Daniel Becker, esses têm sido verdadeiros pecados
II - “A gente tem um ressaca” – objeto direto = correta
cometidos à infância, que prejudicarão as crianças até a vida adul-
III - O Boldo resolve – predicado verbal = correta
ta”. O verbo destacado está respectivamente no modo e tempo do:
RESPOSTA: D (A) Indicativo – presente.
(B) Subjuntivo – pretérito.
22-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) (C) Subjuntivo – futuro.
(D) Indicativo – futuro.
A essência da infância (E) Indicativo – pretérito.
Como a convivência íntima com os filhos é capaz de transfor-
mar a relação das crianças consigo mesmas e com o mundo Quando o verbo termina em “ão”: indica uma ação que aconte-
Crianças permanentemente distraídas com o celular ou o ta- cerá – futuro do presente do Indicativo.
blet. Agenda cheia de tarefas e aulas depois da escola. Pais que não RESPOSTA: D
conseguem impor limites e falar “não”. Os momentos de lazer que
ficaram restritos ao shopping Center, em vez de descobertas ao ar 26-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) Na frase: Se
livre. Quais as implicações desse conjunto de hábitos e comporta- não chover hoje à tarde faremos um belíssimo passeio. Há indicação
mentos para nossos filhos? Para o pediatra Daniel Becker, esses têm de:
sido verdadeiros pecados cometidos à infância, que prejudicarão as (A) Comparação.
crianças até a vida adulta. Pioneiro da Pediatria Integral, prática (B) Condição.
que amplia o olhar e o cuidado para promover o desenvolvimento (C) Tempo.
pleno e o bem-estar da criança e da família, Daniel defende que (D) Concessão.
devemos estar próximos dos pequenos – esse, sim, é o melhor pre- (E) Finalidade.
sente a ser oferecido. E que desenvolver intimidade com as crianças,
além de um tempo reservado ao lazer com elas, faz a diferença. O trecho apresenta uma condição para que façamos um belís-
Para o bem-estar delas e para toda a família. simo passeio: não chover.
(Revista Vida Simples. Dezembro de 2015). RESPOSTA: B

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LÍNGUA PORTUGUESA
27-) (SABESP/SP – AGENTE DE SANEAMENTO AMBIENTAL 01 (B) ia − tinha sido − encheria
– FCC/2014) Até o século passado, as margens e várzeas do Tietê (C) viria − iria ser − encheria
...... pela população, ...... das enchentes e do risco de doenças que (D) iria − teria sido − encheria
...... depois delas. (E) viria − teria sido − teria enchido
Os espaços da frase acima estarão corretamente preenchidos,
na ordem dada, por: O modo verbal que trabalha com hipótese é o Subjuntivo. Fa-
(A) eram evitadas − temerosa − apareciam çamos as transformações: Mas não iria pegá--lo − o poema já teria
(B) era evitadas − temerosa − aparecia sido reescrito várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto
(C) era evitado − temerosas − apareciam ainda me encheria de luz, transformado em minha própria estrela.
(D) era evitada − temeroso − aparecia RESPOSTA: D
(E) eram evitadas − temeroso – aparecia
32-) (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS CIVIL –
Destaquei os termos que se relacionam: FCC/2014 - adaptada)
Até o século passado, as margens e várzeas do Tietê eram evi- ...’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas no
tadas pela população, temerosa das enchentes e do risco de DOEN- interior do país...
ÇAS que APARECIAM depois delas. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
Eram evitadas/temerosa/apareciam. resultante será:
RESPOSTA: A (A) vinham indicadas.
(B) era indicado.
28-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) Na frase: (C) eram indicadas.
“O livro que estou lendo é muito interessante”. A palavra destacada (D) tinha indicado.
é um: (E) foi indicada.
(A) Artigo.
(B) Substantivo. ‘sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas no
(C) Adjetivo. interior do país.
(D) Verbo. As músicas produzidas no país eram indicadas pelo sertanejo,
(E) Pronome. indistintamente.
RESPOSTA: C
Quando conseguimos substituir o “que” por “o qual” temos um
caso de pronome relativo – como na questão. 33-) (DPE-RR – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2015) As
RESPOSTA: E normas de concordância estão respeitadas em:
(A) Deflagrada em 1789 com a queda da Bastilha – prisão pari-
29-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016 - adaptada) siense onde se confinava criminosos e dissidentes políticos − a Re-
No período: “ANS reforça campanha contra o mosquito transmissor volução Francesa levou milhares de condenados à guilhotina.
da dengue e zika”. O verbo em destaque apresenta-se: (B) A maré das inovações democráticas na Europa e nos Esta-
(A) Na voz passiva. dos Unidos chegariam com algum atraso ao Brasil, mas com efeito
(B) Na voz ativa. igualmente devastador.
(C) Na voz reflexiva. (C) As ideias revolucionárias do século 18, apesar do isolamen-
(D) Na voz passiva analítica. to do país, viajava na bagagem da pequena elite brasileira que tive-
(E) Na voz passiva sintética. ra oportunidade de estudar em Portugal.
(D) No final do século 18, haviam mudanças profundas na tec-
Temos sujeito (ANS) praticando a ação (reforça), portanto voz nologia, com a invenção das máquinas a vapor protagonizadas pe-
ativa. los ingleses.
RESPOSTA: B (E) Em 1776, ano da Independência dos Estados Unidos, havia
nove universidades no país, incluindo a prestigiada Harvard, e che-
30-) (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR - FAU/2016) Na frase: gava a três milhões de exemplares por ano a circulação de jornais.
Ao terminar a prova, todos os candidatos deverão aguardar a verifi-
cação dos aplicadores. A oração destacada faz referência a Correções:
(A) Condição. (A) Deflagrada em 1789 com a queda da Bastilha – prisão pari-
(B) Finalidade. siense onde se confinava (CONFINAVAM) criminosos e dissidentes
(C) Tempo. políticos − a Revolução Francesa levou milhares de condenados à
(D) Comparação. guilhotina.
(E) Conformidade. (B) A maré das inovações democráticas na Europa e nos Esta-
dos Unidos chegariam (CHEGARIA) com algum atraso ao Brasil, mas
A frase nos dá a ideia do momento (tempo) em que deveremos com efeito igualmente devastador.
aguardar a verificação por parte dos aplicadores. (C) As ideias revolucionárias do século 18, apesar do isolamen-
RESPOSTA: C to do país, viajava (VIAJAVMA) na bagagem da pequena elite brasi-
leira que tivera oportunidade de estudar em Portugal.
31-) (DPE-RR – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2015) (D) No final do século 18, haviam (HAVIA) mudanças profundas
Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em na tecnologia, com a invenção das máquinas a vapor protagoniza-
outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, trans- das pelos ingleses.
formado em minha própria estrela. (E) Em 1776, ano da Independência dos Estados Unidos, havia
Atribuindo-se caráter hipotético ao trecho acima, os verbos nove universidades no país, incluindo a prestigiada Harvard, e che-
sublinhados devem assumir a seguinte forma: gava a três milhões de exemplares por ano a circulação de jornais.
(A) iria − iria ser − teria enchido RESPOSTA: E

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LÍNGUA PORTUGUESA
34-) (DPE-RR – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2015 - Vejamos:
adaptada) Considere o texto abaixo para responder à questão. (A) A ideia de cidade inteligente sempre aparece, relacionada
O pesquisador e médico sanitarista Luiz Hildebrando Pereira da à abertura de bases de dados por parte dos órgãos públicos. = in-
Silva tornou-se professor titular de parasitologia em 1997, assumin- correta
do a direção dos programas de pesquisa em Rondônia − numa das (B) Há experiências importantes em cidades brasileiras,tam-
frentes avançadas da USP na Amazônia −, que reduziram o percen- bém. = correta
tual de registros de malária em Rondônia de 40% para 7% do total (C) ... uma parte,prioriza a transparência como meio de pres-
de casos da doença na região amazônica em uma década. tação de contas e responsabilidade política frente à sociedade civil,
(Adaptado de: revistapesquisa.fapesp.br/2014/10/09/o-cientista- das- como a ideia de governo aberto... = incorreta
-doencas-tropicais) (D) ...outra parte prioriza a participação popular através da in-
teratividade, bem como a cooperação técnica para o reuso de da-
... que reduziram o percentual de registros de malária em Ron- dos, abertos por entidades e empresas. = incorreta
dônia... (E) Contudo, existem estudos, que apontam que bastariam me-
O elemento que justifica a flexão do verbo acima é: ros quatro pontos de dados para identificar os movimentos de uma
(A) casos da doença. pessoa na cidade. = incorreta
(B) frentes avançadas da USP na Amazônia. RESPOSTA: B
(C) registros de malária.
(D) programas de pesquisa em Rondônia. 37-) (TRF 3ªREGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - EDIFICAÇÕES -
(E) investigações sobre a malária em Rondônia. FCC/2016) A alternativa em que a expressão sublinhada pode ser
substituída pelo que se apresenta entre colchetes, respeitando-se a
Recorramos ao texto: “assumindo a direção dos programas de concordância, e sem quaisquer outras alterações no enunciado, é:
pesquisa em Rondônia − numa das frentes avançadas da USP na (A) A maioria das tecnologias necessárias para as cidades inte-
Amazônia −, que reduziram o percentual”. O termo entre “traços” ligentes já são viáveis economicamente em todo o mundo... [viável]
é um aposto, uma informação a mais. O verbo se relaciona com o (B) A ideia de cidade inteligente sempre aparece relacionada
termo anteriormente citado (programas). à abertura de bases de dados por parte dos órgãos públicos. [rela-
RESPOSTA: D
cionado]
(C) Em nome da eficiência administrativa, podem-se armaze-
35-) (DPE-RR – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2015 -
nar, por exemplo, enormes massas de dados de mobilidade urba-
adaptada) Considere o texto abaixo para responder à questão.
na... [são possíveis]
(D) ...desde bases de dados de saúde e educação públicas, por
Sobre a vinda ao Brasil, Luiz Hildebrando Pereira da Silva afir-
mou: “Quando me aposentei na França, considerando-me ainda vá- exemplo, até os dados pessoais... [pública]
lido, hesitei antes de tomar a decisão de me reintegrar às atividades (E) Contudo, existem estudos que apontam que bastariam me-
de pesquisa na Amazônia. Acabei decidindo. (...) Eu me ...... um ve- ros quatro pontos de dados... [bastaria]
lho ranzinza se ....... ficado na França plantando rosas”.
(Adaptado de: cremesp.org.br) Analisando:
(A) A maioria das tecnologias necessárias para as cidades inteli-
Considerado o contexto, preenchem corretamente as lacunas gentes já são viáveis economicamente em todo o mundo... [viável]=
da frase acima, na ordem dada: já é viável
(A) tornarei − tinha (B) A ideia de cidade inteligente sempre aparece relacionada à
(B) tornara − tivesse abertura de bases de dados por parte dos órgãos públicos. [relacio-
(C) tornarei − tiver nado] = teríamos que alterar a palavra “ideia” por um substantivo
(D) tornaria − tivesse masculino
(E) tornasse – tivera (C) Em nome da eficiência administrativa, podem-se armaze-
nar, por exemplo, enormes massas de dados de mobilidade urba-
Pelo contexto, é possível identificar que se trata de uma hipó- na... [são possíveis] = são possíveis armazenamentos (inclusão des-
tese (se tivesse ficado na França, ele se tornaria um velho ranzinza). se termo)
RESPOSTA: D (D) ...desde bases de dados de saúde e educação públicas, por
exemplo, até os dados pessoais... [pública]= ok
36-) (TRF 3ªREGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - EDIFICAÇÕES - (E) Contudo, existem estudos que apontam que bastariam me-
FCC/2016 - adaptada) O acréscimo de uma vírgula após o termo ros quatro pontos de dados... [bastaria] = bastaria um ponto
sublinhado não altera o sentido nem a correção do trecho: RESPOSTA: D
(A) A ideia de cidade inteligente sempre aparece relacionada à
abertura de bases de dados por parte dos órgãos públicos. 38-) (TRF 3ªREGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - EDIFICAÇÕES -
(B) Há experiências importantes em cidades brasileiras tam- FCC/2016) A frase cuja redação está inteiramente correta é:
bém. (A) Obtido pela identificação por radiofrequência, os dados das
(C) ... uma parte prioriza a transparência como meio de pres- placas de veículos são passíveis em oferecer informações valiosas
tação de contas e responsabilidade política frente à sociedade civil, acerca dos motoristas.
como a ideia de governo aberto... (B) Na cidade inteligente, a automatização da gestão de setores
(D) ...outra parte prioriza a participação popular através da in- urbanos são facilitadores de serviços imprecindíveis, como saúde,
teratividade, bem como a cooperação técnica para o reuso de da- educação e segurança.
dos abertos por entidades e empresas. (C) Londres e Barcelona estão entre as cidades que mais des-
(E) Contudo, existem estudos que apontam que bastariam me- taca-se em termos de inteligência, com avançados centros de ope-
ros quatro pontos de dados para identificar os movimentos de uma ração de dados.
pessoa na cidade.

29
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) São necessários viabilizar projetos de cidades inteligentes, (E) Acho importante esclarecer que não sou afeito à (A) essa
amparados em políticas públicas que salvaguardam os dados aber- tradição de se abraçar árvore. = antes de pronome demonstrativo
tos dos cidadãos. RESPOSTA: B
(E) O aprimoramento de técnicas de informatização de dados
permitiu que surgisse um novo conceito de cidade, concebido como 41-) (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO – TÉCNICO AD-
espaço de fluxos. MINISTRATIVO – FCC/2014)
... muita gente se surpreenderia ao descobrir que Adoniran era
Analisando: também cantor-compositor.
(A) Obtido (OBTIDOS) pela identificação por radiofrequência, O verbo que possui o mesmo tipo de complemento que o des-
os dados das placas de veículos são passíveis em (DE) oferecer in- tacado acima está empregado em:
formações valiosas acerca dos motoristas. (A) E Adoniran estava tão estabelecido como ator...
(B) Na cidade inteligente, a automatização da gestão de setores (B) Primeiro surgiu o cantor-compositor...
urbanos são facilitadores (É FACILITADORA) de serviços imprescin- (C) Sim, hoje em dia esse título parece pleonástico...
díveis (IMPRESCINDÍVEIS), como saúde, educação e segurança. (D) Adoniran Barbosa era tão talentoso e versátil...
(C) Londres e Barcelona estão entre as cidades que mais des- (E) ... a Revista do Rádio noticiava uma grande revolução...
taca-se (SE DESTACAM) em termos de inteligência, com avançados
centros de operação de dados. Descobrir = exige objeto direto
(D) São necessários (É NECESSÁRIO) viabilizar projetos de ci- (A) E Adoniran estava = verbo de ligação
dades inteligentes, amparados em políticas públicas que salvaguar- (B) Primeiro surgiu o cantor-compositor. = intransitivo
dam os dados abertos dos cidadãos. (C) Sim, hoje em dia esse título parece pleonástico = verbo de
(E) O aprimoramento de técnicas de informatização de dados ligação
permitiu que surgisse um novo conceito de cidade, concebido como (D) Adoniran Barbosa era tão talentoso e versátil = verbo de
espaço de fluxos. ligação
RESPOSTA: E (E) ... a Revista do Rádio noticiava = exige objeto direto
RESPOSTA: E
39-) (TRF 3ªREGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - EDIFICAÇÕES
- FCC/2016) Foram dois segundos de desespero durante os quais 42-) (TRT 23ª REGIÃO-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JU-
contemplei o distrato do livro, a infâmia pública, o alcoolismo e a DICIÁRIA - FCC/2016 - adaptada)
mendicância... Atribuindo-se sentido hipotético para o segmento E é curioso
Transpondo-se para a voz passiva o verbo sublinhado, a forma que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham..., os verbos
resultante será: devem assumir as seguintes formas:
(A) contemplavam-se. (A) teria sido − soubesse − viriam
(B) foram contemplados. (B) será − saiba − virão
(C) contemplam-se. (C) era − tivesse sabido − viriam
(D) eram contemplados. (D) fora − tivera sabido − vieram
(E) tinham sido contemplados. (E) seria − tivesse sabido – viriam

O distrato do livro, a infâmia pública, o alcoolismo e a mendi- Hipótese é com o modo subjuntivo: E seria curioso que nunca
cância foram contemplados por mim. tivesse sabido ao certo de onde eles viriam...
RESPOSTA: B RESPOSTA: E

40-) (TRF 3ªREGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - EDIFICAÇÕES - 43-) (TRT 23ª REGIÃO-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JU-
FCC/2016) O sinal indicativo de crase está empregado corretamen- DICIÁRIA - FCC/2016 - adaptada)
te em: Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mu-
(A) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à uma lungus...
brisa de contentamento. Na frase acima, alterando-se de voz passiva sintética para ana-
(B) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de lítica, a forma verbal resultante é:
abraçar uma árvore gigante. (A) tinha sido medida
(C) Antes do fim da manhã, dediquei-me à escrever tudo o que (B) tinham sido medidos
me propusera para o dia. (C) era medida
(D) A paineira sobreviverá a todas às 18 milhões de pessoas (D) eram medidas
que hoje vivem em São Paulo. (E) seria medida
(E) Acho importante esclarecer que não sou afeito à essa tradi-
ção de se abraçar árvore. A grandeza da manhã era medida pela quantidade de mulun-
gus (na analítica basta retirar o pronome apassivador e fazer as al-
Por item: terações adequadas).
(A) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à (A) RESPOSTA: C
uma brisa de contentamento. = antes de artigo indefinido
(B) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de 44-) (PREFEITURA DE CUIABÁ-MT – VIGILANTE - FGV/2015)
abraçar uma árvore gigante. “15 segundos de novela bastam para me matar de tédio.” A expres-
(C) Antes do fim da manhã, dediquei-me à (A) escrever tudo o são “me matar de tédio” expressa
que me propusera para o dia. = antes de verbo no infinitivo (A) uma comparação.
(D) A paineira sobreviverá a todas às (AS) 18 milhões de pes- (B) uma ironia.
soas que hoje vivem em São Paulo. = função de artigo (C) um exagero.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(D) uma brincadeira. Correções:
(E) uma ameaça. (A) sê tu a mudança no trânsito - OK
(B) sejamos nós a mudança no trânsito - OK
Hipérbole = exagero (C) sejam vocês a mudança no trânsito - OK
RESPOSTA: C (D) seja ele a mudança no trânsito - OK
(E) sejai vós a mudança no trânsito – SEDE VÓS
45-) (PREFEITURA DE CUIABÁ-MT – VIGILANTE - FGV/2015) RESPOSTA: E
Dizer que “a vida é um mar de rosas” é uma comparação que é
denominada, em termos de linguagem figurada, de 49-) (TJ-PI – ANALISTA JUDICIAL – ESCRIVÃO - FGV/2015 -
(A) metáfora. adaptada)
(B) pleonasmo. “Vivemos numa sociedade que tem o hábito de responsabilizar
(C) metonímia. o Estado, autoridades e governos pelas mazelas do país. Em muitos
(D) hipérbole. casos são críticas absolutamente procedentes, mas, quando o tema
(E) eufemismo. é segurança no trânsito, não nos podemos esquecer que quem faz o
trânsito são seres humanos, ou seja, somos nós”.
Metáfora - consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão O desvio de norma culta presente nesse segmento é:
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude (A) “Vivemos numa sociedade que tem o hábito”: deveria inse-
da circunstância de que o nosso espírito as associa e percebe entre rir a preposição “em” antes do “que”;
elas certas semelhanças. É o emprego da palavra fora de seu sen- (B) “críticas absolutamente procedentes”: o adjetivo “proce-
tido normal. dentes” deveria ser substituído por “precedentes”;
RESPOSTA: A (C) “Vivemos numa sociedade”: a forma verbal “Vivemos” de-
veria ser substituída por “vive-se”;
46-) (PREFEITURA DE CUIABÁ-MT – VIGILANTE - FGV/2015) (D) “não nos podemos esquecer que quem faz o trânsito”: de-
“Bobagem imaginar que a vida é um mar de rosas só por causa de veria inserir-se a preposição “de” antes do “que”;
um enredo açucarado.” (E) “quem faz o trânsito são seres humanos, ou seja, somos
Um “enredo açucarado” significa um enredo nós”: a forma verbal correta seria “fazemos” e não “faz”.
(A) engraçado.
(B) crítico. Por item:
(C) psicológico. (A) “Vivemos numa sociedade que tem o hábito”: deveria inse-
(D) aventureiro. rir a preposição “em” antes do “que” = incorreta
(E) sentimental. (B) “críticas absolutamente procedentes”: o adjetivo “proce-
dentes” deveria ser substituído por “precedentes” = mudaria o sen-
Questão de interpretação dentro de um contexto. Açucarado tido do período
geralmente se refere a um texto doce, sentimental. (C) “Vivemos numa sociedade”: a forma verbal “Vivemos” de-
RESPOSTA: E veria ser substituída por “vive-se” = incorreta
(D) “não nos podemos esquecer que quem faz o trânsito”: de-
47-) (PREFEITURA DE CUIABÁ-MT – VIGILANTE - FGV/2015) veria inserir-se a preposição “de” antes do “que” = nos esquecer
Assinale a opção cujo par não é formado por substantivo + adjetivo. de que
(A) Enredo açucarado. (E) “quem faz o trânsito são seres humanos, ou seja, somos
(B) Dias atuais. nós”: a forma verbal correta seria “fazemos” e não “faz” = incorreta
(C) Produto cultural. RESPOSTA: D
(D) Tremendo preconceito.
(E) Telenovela brasileira. 50-) (TJ-PI – ANALISTA JUDICIAL – ESCRIVÃO - FGV/2015 -
adaptada)
Analisemos: “Deveríamos aproveitar a importância desta semana para re-
(A) Enredo açucarado. = substantivo + adjetivo fletir sobre nosso comportamento como pedestres, passageiros,
(B) Dias atuais. = substantivo + adjetivo motoristas, motociclistas, ciclistas, pais, enfim, como cidadãos cujas
(C) Produto cultural. = substantivo + adjetivo ações tem reflexo na nossa segurança, assim como dos demais”.
(D) Tremendo preconceito. Adjetivo + substantivo (no contex- O comentário correto sobre os componentes desse segmento
to, “tremendo” tem sentido de adjetivo – grande; pode-se classifi- é:
car como verbo + substantivo, mas o enunciado cita “par”, portanto (A) a forma verbal “deveríamos” tem como sujeito todos os
a classificação deve considerar tal formação) motoristas;
(E) Telenovela brasileira. = substantivo + adjetivo (B) a forma verbal “tem” deveria ter acento circunflexo, pois
RESPOSTA: D seu sujeito está no plural;
(C) a forma “sobre” deveria ser substituída pela forma “sob”;
48-) (TJ-PI – ANALISTA JUDICIAL – ESCRIVÃO - FGV/2015) “Seja (D) a forma “enfim” deveria ser grafada em duas palavras “em
você a mudança no trânsito”; a forma de reescrever-se essa mesma fim”;
frase que mostra uma incorreção da forma verbal no imperativo é: (E) a forma “dos demais” deveria ser substituída por “das de-
(A) sê tu a mudança no trânsito; mais”, por referir-se ao feminino “ações”.
(B) sejamos nós a mudança no trânsito;
(C) sejam vocês a mudança no trânsito; Análise:
(D) seja ele a mudança no trânsito; (A) a forma verbal “deveríamos” tem como sujeito todos os
(E) sejai vós a mudança no trânsito. motoristas = incorreta (sujeito elíptico = nós)

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LÍNGUA PORTUGUESA
(B) a forma verbal “tem” deveria ter acento circunflexo, pois 53-) (IBGE – ANALISTA GEOPROCESSAMENTO - FGV/2016) Em
seu sujeito está no plural = exatamente todas as frases abaixo o verbo ter foi empregado no lugar de outros
(C) a forma “sobre” deveria ser substituída pela forma “sob” = com significado mais específico. A frase em que a substituição por
de maneira alguma esses verbos mais específicos foi feita de forma adequada é:
(D) a forma “enfim” deveria ser grafada em duas palavras “em (A) “Nunca é tarde para ter uma infância feliz”. (Tom Robbins)
fim” = incorreta / desfrutar de;
(E) a forma “dos demais” deveria ser substituída por “das de- (B) “Você pode aprender muito com crianças. Quanta paciência
mais”, por referir-se ao feminino “ações” = dos demais (cidadãos) você tem, por exemplo”. (Franklin P. Jones) / você oferece;
RESPOSTA: B (C) “O maior recurso natural que qualquer país pode ter são
suas crianças”. (Danny Kaye) / usar;
51-) (IBGE – ANALISTA GEOPROCESSAMENTO - FGV/2016) O (D) “Acreditar que basta ter filhos para ser pai é tão absurdo
termo em função adjetiva sublinhado que está substituído por um quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser um músico”.
adjetivo inadequado é: (Mansour Challita) / originar;
(A) “A arte da previsão consiste em antecipar o que irá acon- (E) “A família é como a varíola: a gente tem quando criança e
tecer e depois explicar por que não aconteceu”. (anônimo) / divi- fica marcado para o resto da vida”. (Sartre) / sofre.
natória;
(B) “Por mais numerosos que sejam os meandros do rio, ele Façamos as alterações propostas para facilitar a análise:
termina por desembocar no mar”. (Provérbio hindu) / pluviais; (A) “Nunca é tarde para desfrutar de uma infância feliz”. (Tom
(C) “A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas”. Robbins) / desfrutar de;
(Leo Buscaglia) / universal; (B) “Você pode aprender muito com crianças. Quanta paciência
(D) “Eu não tenho problemas com igrejas, desde que elas não você oferece, por exemplo”. (Franklin P. Jones) / oferece;
interfiram no trabalho de Deus”. (Brooks Atkinson) / divino; (C) “O maior recurso natural que qualquer país pode usar são
(E) “Uma escola de domingo é uma prisão onde as crianças suas crianças”. (Danny Kaye) / usar;
pagam penitência pela consciência pecadora de seus pais”. (H. L. (D) “Acreditar que basta originar filhos para ser pai é tão absur-
Mencken) / dominical. do quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser um músi-
co”. (Mansour Challita) / originar;
Vejamos: (E) “A família é como a varíola: a gente sofre quando criança e
(A) “A arte da previsão consiste em antecipar o que irá aconte- fica marcado para o resto da vida”. (Sartre) / sofre.
cer e depois explicar por que não aconteceu”. (anônimo) / divina- RESPOSTA: A
tória = ok
(B) “Por mais numerosos que sejam os meandros do rio, ele 54-) (EMSERH – FONOAUDIÓLOGO - FUNCAB/2016) Sobre os
termina por desembocar no mar”. (Provérbio hindu) / pluviais = flu- elementos destacados do fragmento “Em verdade, seu astro não
viais (pluvial é da chuva) era o Sol. Nem seu país não era a vida.”, leia as afirmativas.
(C) “A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas”. I. A expressão EM VERDADE pode ser substituída, sem altera-
(Leo Buscaglia) / universal = ok ção de sentido por COM EFEITO.
(D) “Eu não tenho problemas com igrejas, desde que elas não II. ERA O SOL formam o predicado verbal da primeira oração.
interfiram no trabalho de Deus”. (Brooks Atkinson) / divino = ok III. NEM, no contexto, é uma conjunção coordenativa.
(E) “Uma escola de domingo é uma prisão onde as crianças
pagam penitência pela consciência pecadora de seus pais”. (H. L. Está correto apenas o que se afirma em:
Mencken) / dominical = ok A) I.
RESPOSTA: B B) II e III.
C) I e II.
52-) (IBGE – ANALISTA GEOPROCESSAMENTO - FGV/2016) A D) III.
frase em que o vocábulo mas tem valor aditivo é: E) I e III.
(A) “Perseverança não é só bater em porta certa, mas bater até
abrir”. (Guy Falks); Na alternativa II – “era o Sol” formam o predicado nominal.
(B) “Nossa maior glória não é nunca cair, mas sim levantar toda RESPOSTA: E
vez que caímos”. (Oliver Goldsmith);
(C) “Eu caminho devagar, mas nunca caminho para trás”. 55-) (EMSERH – FONOAUDIÓLOGO - FUNCAB/2016) Do ponto
(Abraham Lincoln); de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada
(D) “Não podemos fazer tudo imediatamente, mas podemos que feriu a regra de colocação foi:
fazer alguma coisa já”. (Calvin Coolidge); A) “Chamavam-lhe o passarinheiro.” = Lhe chamavam o passa-
(E) “Ele estudava todos os dias do ano, mas isso contribuía para rinheiro.
seu progresso”. (Nouailles). B) “O mundo inteiro se fabulava.” = O mundo inteiro fabulava-
-se.
A alternativa que apresenta adição de ideias é: “ele estudava e C) “Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles
isso contribuía para seu progresso”. igualam-se aos bichos silvestres, concluíam.
RESPOSTA: E D) “Os brancos se inquietavam com aquela desobediência” =
Os brancos inquietavam-se com aquela desobediência.
E) “O remédio, enfim, se haveria de pensar.” = O remédio, en-
fim, haver-se-ia de pensar.

Não se inicia um período com pronome oblíquo.


RESPOSTA: A

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LÍNGUA PORTUGUESA
56-) (METRÔ/SP – TÉCNICO SEGURANÇA DO TRABALHO – 58-) (CÂMARA MUNICIPAL DE VASSOURAS-RJ – MOTORISTA -
FCC/2014) Substituindo-se o segmento grifado pelo que está entre IBFC/2015) Em “Minha geladeira, afortunadamente, está cheia”, o
parênteses, o verbo que se mantém corretamente no singular, sem termo em destaque classifica-se, morfologicamente, como:
que nenhuma outra alteração seja feita na frase, está em: A) adjetivo
(A) ...cada toada representa uma saudade... (todas as toadas) B) advérbio
(B) Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira... (os an- C) substantivo
tropólogos)... D) verbo
(C) A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. (As E) conjunção
canções populares)
(D) Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz Palavras terminadas em “-mente”, geralmente (!), são advér-
grave... (quase todos os homens) bios de modo.
(E) ...’sertanejo’ passou a significar o caipira do Centro-Sul... (os RESPOSTA: B
caipiras do Centro-Sul)
59-) (CÂMARA MUNICIPAL DE VASSOURAS-RJ – MOTORISTA -
(A) representa uma saudade... (todas as toadas) = representam IBFC/2015) Considerando a estrutura do período “Quero engordar
(B) Acrescenta (os antropólogos)... = acrescentam no lugar certo.”, pode-se afirmar, sobre o verbo em destaque que:
(C) conserva profunda nostalgia da roça. (As canções popula- A) não apresenta complemento
res) = conservam B) está flexionado no futuro do presente
(D) só cantava em tom maior e voz grave... (quase todos os ho- C) seu sujeito é inexistente
mens) = cantavam D) constitui uma oração
(E) passou a significar o caipira do Centro-Sul... (os caipiras do E) expressa a ideia de possibilidade
Centro-Sul) = passou (o termo ficará entre aspas, significando um
apelido) A - Quero é verbo transitivo direto – precisa de complemento
RESPOSTA: E (objeto) – representado aqui por uma oração (engordar no lugar
certo).
57-) (EMSERH – FONOAUDIÓLOGO - FUNCAB/2016) Considere B – está flexionado no presente
as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguística: C – sujeito elíptico (eu)
I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no E – queria indicaria possibilidade
pronome AQUELA, em todas as ocorrências no segmento “Aquela RESPOSTA: D
música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro
não pertencia àquela terra.”, deveria ser acentuado. 60-) (PREFEITURA DE NATAL-RN – ADMINISTRADOR - IDE-
II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar.” / “des- CAN/2016 - adaptada) A palavra “se” possui inúmeras classificações
dobrando-se em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as palavras destaca- e funções. Acerca das ocorrências do termo “se” em “Exatamente
das são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação. por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonis-
III. Na frase “– ESSES são pássaros muito excelentes, desses tas de suas fotos, muitas vezes Messinis deixa a câmera de lado e
com as asas todas de fora.”, o elemento destacado exerce função põe-se a ajudá-los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os
anafórica, exprimindo relação coesiva referencial. bebês que chegam nos botes.” pode-se afirmar que
A) possuem o mesmo referente.
Está correto apenas o que se afirma em: B) ligam orações sintaticamente dependentes.
A) I. C) apenas o primeiro “se” é pronome apassivador.
B) II. D) apenas o último “se” é uma conjunção integrante.
C) III.
D) I e III. Possuem o mesmo referente (o fotojornalista).
E) II e III. RESPOSTA: A

Analisemos: 61-) (PREFEITURA DE NATAL-RN – ADMINISTRADOR - IDE-


I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no CAN/2016 - adaptada) Ao substituir “perigos da travessia” por “tra-
pronome AQUELA, em todas as ocorrências no segmento “Aquela vessia”, mantendo-se a norma padrão da língua, em “Obviamente,
música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro são os mais vulneráveis aos perigos da travessia.” ocorreria:
não pertencia àquela terra.”, deveria ser acentuado = errado (o úni- A) Facultativamente, o emprego do acento grave, indicador de
co que deve receber acento grave é “aquela”, neste caso) crase.
II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar.” / “des- B) A substituição de “aos” por “a”, pois o termo regido teria
dobrando-se em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as palavras destaca- sido modificado.
das são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação. C) Obrigatoriamente, o emprego do acento grave, indicador de
Remédio – paroxítona terminada em ditongo/existência - paro- crase, substituindo-se “aos” por “à”.
xítona terminada em ditongo D) A substituição de “aos” por “a”, já que o termo regente pas-
III. Na frase “– ESSES são pássaros muito excelentes, desses com saria a não exigir o emprego da preposição.
as asas todas de fora.”, o elemento destacado exerce função anafó-
rica, exprimindo relação coesiva referencial. = função anafórica é a Teríamos: Obviamente, são os mais vulneráveis à travessia –
relação de um termo com outro que será citado (esses pássaros) “vulnerável” exige preposição.
RESPOSTA: E RESPOSTA: C

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LÍNGUA PORTUGUESA
62-) (UFPB-PB – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO - IDE- B) Todos os países devem lembrar que a responsabilidade do
CAN/2016 - adaptada) De acordo com a classe de palavras, assinale equilíbrio ambiental é coletiva - ok
a alternativa em que o termo destacado está associado INCORRE- C) Todos os países não devem esquecer-se de que a responsa-
TAMENTE. bilidade do equilíbrio ambiental é coletiva - ok
A) “E não só isso.” – pronome. D) Todos os países não devem esquecer de que (esquecer que)
B) “Todas as épocas têm os seus ídolos juvenis.” – substantivo. a responsabilidade do equilíbrio ambiental é coletiva.
C) “Até porque quem de nós nunca teve seu ídolo?” – conjun- RESPOSTA: D
ção.
D) “O preparo para a vida adulta envolve uma espécie de liber- 66-) (CONFERE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITU-
tação das opiniões familiares.” – verbo. TO-CIDADES/2016) Marque a opção em que as duas palavras são
acentuadas por obedecerem a regras distintas:
“Nunca” é advérbio (de negação). A) Catástrofes – climáticas.
RESPOSTA: C B) Combustíveis – fósseis.
C) Está – país.
63-) (CONFERE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO- D) Difícil – nível.
-CIDADES/2016) Marque a opção em que há total observância às
regras de concordância verbal: Por item:
A) “Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aqueci- A) Catástrofes = proparoxítona / climáticas = proparoxítona
mento global está ocorrendo em função” B) Combustíveis = paroxítona terminada em ditongo / fósseis =
B) “Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devasta- paroxítona terminada em ditongo
dores” C) Está = oxítona terminada em “a” / país = regra do hiato
C) “O desmatamento e a queimada de florestas e matas tam- D) Difícil = paroxítona terminada em “l” / nível = paroxítona
bém colabora para este processo” terminada em “l”
D) “Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite po- RESPOSTA: C
luentes no mundo, não aceitou o acordo”
67-) (CONFERE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO-
Analisemos -CIDADES/2016) Assim como “redução” e “emissão”, grafam-se,
A) “Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aqueci- correta e respectivamente, com Ç e SS, as palavras:
mento global está ocorrendo em função” A) Aparição e omissão.
B) Retenção e excessão.
B) “Nunca se viu (viram) mudanças tão rápidas e com efeitos
C) Opreção e permissão.
devastadores”
D) Pretenção e impressão.
C) “O desmatamento e a queimada de florestas e matas tam-
bém colabora (colaboram) para este processo”
A) Aparição = OK / omissão = OK
D) “Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite po- B) Retenção = OK / excessão = EXCEÇÃO
luentes no mundo, não aceitou (aceitaram) o acordo” C) Opreção = OPRESSÃO / permissão = OK
RESPOSTA: A D) Pretensão = PRETENSÃO / impressão= OK
RESPOSTA: a
64-) (CONFERE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO-
-CIDADES/2016) A voz verbal ativa correspondente à voz passiva 68-) (SEAP-GO -AUXILIAR DE SAÚDE - SEGPLAN/2016) Leia o
destacada em “A Europa tem sido castigada por ondas de calor” é: texto publicitário abaixo.
A) Castigaram.
B) Têm castigado.
C) Castigam.
D) Tinha castigado.

As ondas de calor têm castigado a Europa.


RESPOSTA: B

65-) (CONFERE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO-


-CIDADES/2016) Marque a opção em que a regência verbal foi DE-
SOBEDECIDA:
A) Todos os países devem se lembrar de que a responsabilidade
do equilíbrio ambiental é coletiva.
B) Todos os países devem lembrar que a responsabilidade do
equilíbrio ambiental é coletiva.
C) Todos os países não devem esquecer-se de que a responsa- Pasta. São Paulo, n. 10, p.86 set-out. 2007
* Com a doação de órgãos, a vida continua.
bilidade do equilíbrio ambiental é coletiva.
D) Todos os países não devem esquecer de que a responsabili-
A finalidade desse anúncio é
dade do equilíbrio ambiental é coletiva.
A) Simbolizar o fim da vida.
B) Proibir a doação de órgãos.
Vejamos: C) Estimular a doação de órgãos.
A) Todos os países devem se lembrar de que a responsabilidade D) Questionar a doação de órgãos.
do equilíbrio ambiental é coletiva - ok E) Demonstrar os sinais de pontuação

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LÍNGUA PORTUGUESA
Campanha a favor da doação de órgãos, já que com tal atitude correta – pelo caminho mais longo. O caminho mais curto é trans-
a vida continua. formar a voz passiva analítica (a do enunciado) em sintética: Inicia-
RESPOSTA: C ram-se as obras.
*Dica: a passiva sintética tem o “se” (pronome apassivador).
69-) (MPE-SP – OFICIAL DE PROMOTORIA - VUNESP/2016) As- Sintética = Se (memorize!)
sinale a alternativa correta quanto à concordância verbal. RESPOSTA: C
(A) A mudança de direção da economia fazem com que se alte-
re o tamanho das jornadas de trabalho, porexemplo. 72-) (MPE-SP – OFICIAL DE PROMOTORIA - VUNESP/2016)
(B) Existe indivíduos que, sem carteira de trabalho assinada, O SBT fará uma homenagem digna da história de seu proprietá-
enfrentam grande dificuldade para obter novos recursos. rio e principal apresentador: no próximo dia 12 [12.12.2015] coloca-
(C) Os investimentos realizados e os custos trabalhistas fizeram rá no ar um especial com 2h30 de duração em homenagem a Silvio
com que muitas empresas optassem por manter seus funcionários. Santos. É o dia de seu aniversário de 85 anos.
(D) São as dívidas que faz com que grande número dos consu- (http://tvefamosos.uol.com.br/noticias)
midores não estejam em dia com suas obrigações.
(E) Dados recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédi- As informações textuais permitem afirmar que, em 12.12.2015,
to mostra que 59 milhões de consumidores não pode obter novos Sílvio Santos completou seu
créditos. (A) octogenário quinquagésimo aniversário.
(B) octogésimo quinto aniversário.
Correções: (C) octingentésimo quinto aniversário.
(A) A mudança de direção da economia fazem (FAZ) com que se (D) otogésimo quinto aniversário.
altere o tamanho das jornadas de trabalho, por exemplo. (E) oitavo quinto aniversário.
(B) Existe (EXISTEM) indivíduos que, sem carteira de trabalho
assinada, enfrentam grande dificuldade para obter novos recursos. RESPOSTA: B
(C) Os investimentos realizados e os custos trabalhistas fizeram
com que muitas empresas optassem por manter seus funcionários. 73-) (MPE-SP – OFICIAL DE PROMOTORIA - VUNESP/2016 -
(D) São as dívidas que faz (FAZEM) com que grande número dos adaptada) Assinale a alternativa correta quanto à norma-padrão e
consumidores não estejam (ESTEJA) em dia com suas obrigações. aos sentidos do texto.
(E) Dados recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédi- (A) As parcerias nipo-brasileiras pautam-se em cooperação
to mostra (MOSTRAM) que 59 milhões de consumidores não pode para contornar as tragédias.
(PODEM) obter novos créditos. (B) Tanto o Brasil quanto o Japão estão certos que as parcerias
RESPOSTA: C nipo-brasileiras renderão bons frutos.
(C) A experiência do Japão mostra que não há como discordar
70-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO RESERVA com as parcerias nipo-brasileira.
PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IADES/2014 - adaptada) (D) A catástrofe vivida em Mariana revela de que são importan-
Se, no lugar dos verbos destacados no verso “Escolho os filmes que tes as parcerias nipos-brasileiras.
eu não vejo no elevador”, fossem empregados, respectivamente, (E) Não se pode esquecer a irrelevância dos momentos de tra-
Esquecer e gostar, a nova redação, de acordo com as regras sobre gédia e das parcerias nipo-brasileira.
regência verbal e concordância nominal prescritas pela norma--pa-
drão, deveria ser Acertos:
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. (A) As parcerias nipo-brasileiras pautam-se em cooperação
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. para contornar as tragédias.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador. (B) Tanto o Brasil quanto o Japão estão certos (DE) que as par-
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador. cerias nipo-brasileiras renderão bons frutos.
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador. (C) A experiência do Japão mostra que não há como discordar
com as parcerias nipo-brasileira (BRASILEIRAS).
O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, indireto (com (D) A catástrofe vivida em Mariana revela de que (REVELA QUE)
preposição): Esqueço os filmes dos quais não gosto. são importantes as parcerias nipos(NIPO)-brasileiras.
RESPOSTA: “E”. (E) Não se pode esquecer a irrelevância dos momentos de tra-
gédia e das parcerias nipo-brasileira(BRASILEIRAS).
71-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO RE- RESPOSTA: A
SERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IADES/2014
- adaptada) Conforme a norma-padrão, a oração “As obras foram 74-) (MPE-SP – OFICIAL DE PROMOTORIA - VUNESP/2016) Ob-
iniciadas em janeiro de 1992” poderia ser reescrita da seguinte ma- serve:
neira: Acostumados___________ tragédias naturais, os japoneses
(A) Iniciou-se as obras em janeiro de 1992. geralmente se reerguem em tempo recorde depois de catástrofes.
(B) Se iniciou as obras em janeiro de 1992. Menos de um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já
(C) Iniciaram-se as obras em janeiro de 1992. voltava________ viver a sua rotina.
(D) Teve início as obras em janeiro de 1992. Um tsunami chegou ______costa nordeste do Japão em 2011,
(E) Deu-se início as obras em janeiro de 1992. deixando milhares de mortos e desaparecidos.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas das frases devem
Podemos ir por eliminação: em “A”, o correto seria “iniciaram- ser preenchidas, respectivamente, com:
-se”; em “B”, não podemos iniciar um período com pronome (ini- (A) a … à … à
ciou-se, ou melhor, iniciaram-se – como em “A”); em “D”: tiveram (B) à … a … a
início; “E”: deu-se início às obras. Portanto, chegamos à resposta (C) às … a … à

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LÍNGUA PORTUGUESA
(D) as … a … à Correções à frente:
(E) às … à … a A) Houveram eleições em outros países este ano = houve
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado
Acostumados ÀS tragédias naturais, os japoneses geralmente D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos
se reerguem em tempo recorde depois de catástrofes. E) Esse homem possue muitos bens = possui
Menos de um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já RESPOSTA: “B”.
voltava A viver a sua rotina.
Um tsunami chegou À costa nordeste do Japão em 2011, dei- 78-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO/2014) Assinale a as-
xando milhares de mortos e desaparecidos. sertiva cuja regência verbal está correta:
RESPOSTA: C A) Ela queria namorar com ele.
B) Já assisti a esse filme.
75-) (MPE-SP – OFICIAL DE PROMOTORIA - VUNESP/2016) As- C) O caminhoneiro dormiu no volante.
sinale a alternativa correta quanto ao emprego do verbo, em con- D) Quando eles chegam em Campo Grande?
formidade com a norma-padrão. E) A moça que ele gosta é aquela ali.
(A) Caso Minas Gerais usa a experiência do Japão, pode superar
Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. Correções:
(B) Se Minas Gerais se propuser a usar a experiência do Japão, A) Ela queria namorar com ele = namorar “ele” (ou namorá-lo).
poderá superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. B) Já assisti a esse filme = correta
(C) Se o Japão se dispor a auxiliar Minas Gerais, Mariana é su- C) O caminhoneiro dormiu no volante = dormiu ao volante
perada e os danos ambientais e sociais recuperados. (“no” dá a entender “sobre” o volante!)
(D) Se o Japão manter seu auxílio a Minas Gerais, Mariana po- D) Quando eles chegam em Campo Grande? = chegaram a
derá ser superada e os danos ambientais e sociais recuperados. Campo Grande
(E) Caso Minas Gerais faz uso da experiência do Japão, poderá E) A moça que ele gosta é aquela ali = a moça de quem ele
superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. gosta
RESPOSTA: “B”.
Analisemos:
(A) Caso Minas Gerais usa (USE) a experiência do Japão, pode 79-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A
(PODERÁ) superar Mariana e recuperar (RECUPARERÁ) os danos acentuação correta está na alternativa:
ambientais e sociais. A) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
(B) Se Minas Gerais se propuser a usar a experiência do Japão, B) platéia – tuiuiu – instrui-los.
poderá superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. C) ponei – geléia – heroico.
(C) Se o Japão se dispor (DISPUSER) a auxiliar Minas Gerais, D) eles têm – ele intervém – ele constrói.
Mariana é (SERÁ) superada e os danos ambientais e sociais recu- E) lingüiça – feiúra – idéia.
perados.
(D) Se o Japão manter (MANTIVER) seu auxílio a Minas Gerais, Palavras corrigidas:
Mariana poderá ser superada e os danos ambientais e sociais recu- A) eu abençoo – eles creem – ele argui.
perados. B) plateia – tuiuiú – instruí-los.
(E) Caso Minas Gerais faz (FAÇA) uso da experiência do Japão, C) pônei – geleia – heroico.
poderá superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. D) eles têm – ele intervém – ele constrói = corretas
RESPOSTA: B E) linguiça – feiura – ideia.
RESPOSTA: D
76-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO EM SAÚDE
– LABORATÓRIO – VUNESP/2014) 80-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
Reescrevendo-se o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a A Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que o sanea-
enfrentar o desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento mento básico precário consiste _______grave ameaça ____ saúde
indicativo da crase, tem-se: humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento
(A) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do desconforto básico ainda é muito associada _______ uma população de baixa
(B) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do desconforto, renda, mais vulnerável devido _______condições de subnutrição e,
(C) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do desconforto, muitas vezes, de higiene inadequada.
(D) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do desconforto, (http://www.tratabrasil.org.br Adaptado)
(E) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do desconforto,
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamen-
incitá-los a reagir e a enfrentar o desconforto = incitá-los À rea- te, as lacunas do texto, segundo a norma--padrão da língua portu-
ção e AO enfrentamento. guesa.
RESPOSTA: A A) em ... A ... À ... A.
B) em ... À ... A ... A.
77-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A C) de ... À ... A ... As.
assertiva correta quanto à conjugação verbal é: D) em ... À ... À ... Às.
A) Houveram eleições em outros países este ano. E) de ... A ... A ... Às.
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos.
D) Fazem três anos que não tiro férias.
E) Esse homem possue muitos bens.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que o saneamento básico precário consiste EM grave ameaça À saúde humana. Apesar
de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada A uma população de baixa renda, mais vulnerável devido
A condições de subnutrição e, muitas vezes, de higiene inadequada. Temos: em, à, a, a.
RESPOSTA: B

81-) (CONAB - CONTABILIDADE - IADES - 2014)

De acordo com o que prescreve a norma-padrão acerca do emprego das classes de palavra e da concordância verbal, assinale a alter-
nativa que apresenta outra redação possível para o período “A economia brasileira já faz isso há séculos.”
A) A economia brasileira já faz isso tem séculos.
B) A economia brasileira já faz isso têm séculos.
C) A economia brasileira já faz isso existe séculos.
D) A economia brasileira já faz isso faz séculos.
E) A economia brasileira já faz isso fazem séculos.

O “há” foi empregado no sentido de tempo passado, portanto pode ser substituído por “faz”, no singular: “faz séculos”.
RESPOSTA: “D”.

82-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) Feitas as adequações necessárias, a reescrita do trecho – O Marco Civil garante
a inviolabilidade e o sigilo das comunicações. – permanece correta, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
A inviolabilidade e o sigilo das comunicações...
A) ... Mantêm-se garantidos pelo marco civil.
B) ... Mantém-se garantidos pelo marco civil.
C) ... Mantêm-se garantido pelo marco civil.
D) ... Mantém-se garantidas pelo marco civil.
E) ... Mantêm-se garantidas pelo marco civil.

O Marco Civil garante a inviolabilidade e o sigilo das comunicações = O verbo “manter” será empregado no plural, concordando com
“inviolabilidade” e “sigilo”, portanto teremos: mantêm-se. Descartamos os itens B e D. Como temos dois substantivos de gêneros diferen-
tes, podemos usar o verbo no masculino ou concordar com o gênero do mais próximo, no caso, “sigilo”. Teremos, então: garantidos (plural,
pois temos dois núcleos – inviolabilidade e sigilo). Assim, chegamos à resposta: mantêm-se / garantidos.
RESPOSTA: A

83-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual de Redação da Presi-
dência da República, no qual expressões foram substituídas por lacunas.

Senhor Deputado
Em complemento às informações transmitidas pelo telegrama n.º 154, de 24 de abril último, informo ______de que as medidas men-
cionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de
demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado)

A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e
atendendo às orientações oficiais a respeito do uso de formas de tratamento em correspondências públicas, é:
A) Vossa Senhoria … tua.
B) Vossa Magnificência … sua.
C) Vossa Eminência … vossa.

37
LÍNGUA PORTUGUESA
D) Vossa Excelência … sua. 86-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
E) Sua Senhoria … vossa. FE/2014) Na frase “Meu amigo fora lá fora buscar alguma coisa, e
eu ficara ali, sozinho, naquela janela, presenciando a ascensão da
Podemos começar pelo pronome demonstrativo. Mesmo utili- lua cheia”, as palavras destacadas correspondem, morfologicamen-
zando pronomes de tratamento “Vossa” (muitas vezes confundido te, pela ordem, a:
com “vós” e seu respectivo “vosso”), os pronomes que os acom- A-) advérbio, advérbio, adjetivo pronominal, advérbio, substan-
panham deverão ficar sempre na terceira pessoa (do plural ou do tivo.
singular, de acordo com o número do pronome de tratamento). En- B-) verbo, pronome adverbial, pronome adjetivo, adjetivo, ver-
tão, em quaisquer dos pronomes de tratamento apresentados nas bo.
alternativas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, C-) verbo, advérbio, pronome adjetivo, adjetivo, substantivo.
então, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome adequado a D-) advérbio, substantivo, adjetivo, substantivo, adjetivo.
ser utilizado para deputados. Segundo o Manual de Redação Oficial, E-) advérbio, pronome adverbial, pronome relativo, advérbio,
temos: verbo.
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e Membros “Meu amigo fora (verbo) lá fora (advérbio) buscar alguma
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (...). (pronome) coisa, e eu ficara ali, sozinho, (adjetivo) naquela janela,
RESPOSTA: D presenciando a ascensão (substantivo) da lua cheia”. Temos, então:
verbo, advérbio, pronome adjetivo, adjetivo e substantivo.
84-) (PREFEITURA DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA – RESPOSTA: C
UPENET/2014) Sobre ACENTUAÇÃO, assinale a alternativa cuja to-
nicidade de ambos os termos sublinhados recai na antepenúltima 87-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
sílaba. FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e modos in-
A) “Ele pode acontecer por influência de fatores diversos...” - dicados entre parênteses, fazendo a devida concordância.
“infalível de aprovação para o candidato...” • O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque sur-
B) “...que podem ser considerados a fórmula infalível...” – “que giram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pretérito perfeito
pretende enfrentar uma seleção pública.” do indicativo)
C) “...quando o conteúdo não é lembrado justamente...» - «Ele • Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos pos-
pode acontecer por influência de fatores diversos...” tados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do indicativo)
D) “Esforço, preparo, dedicação e estudo intenso...” - “preten- • Representantes do PCRT somente serão aceitos na composi-
de enfrentar uma seleção pública.» ção da chapa quando se _________ de criticara atual diretoria do
E) “...quando o conteúdo não é lembrado...” – “pode acontecer clube, (abster-se - futuro do subjuntivo)
por influência de fatores diversos...”
A sequência correta, de cima para baixo, é:
O exercício quer que localizemos palavras proparoxítonas A-) interveio - entretinham - abstiverem
A) influência = paroxítona terminada em ditongo / infalível = B-) interviu - entretiveram - absterem
paroxítona terminada em L C-) intervém - entreteram - abstêm
B) fórmula = proparoxítona / pública = proparoxítona D-) interviera - entretêm - abstiverem
C) conteúdo = regra do hiato / influência = paroxítona termina- E-) intervirá - entretenham - abstiveram
da em ditongo
D) dedicação = oxítona / seleção = oxítona O verbo “intervir” deve ser conjugado como o verbo “vir”. Este,
E) é = monossílaba / influência = paroxítona terminada em di- no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, portanto, “interveio”
tongo (não existe “interviu”, já que ele não deriva do verbo “ver”). Des-
RESPOSTA: B cartemos a alternativa B. Como não há outro item com a mesma
opção, chegamos à resposta rapidamente!
85-) (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AM- RESPOSTA: A
BULÂNCIA – FGV/2014) “existe um protocolo para identificar os
focos”. Se colocássemos o termo “um protocolo” no plural, uma 88-) (PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE DE
forma verbal adequada para a substituição da forma verbal “existe” ADMINISTRAÇÃO – VUNESP/2014) A forma verbal em destaque
seria: está no tempo futuro, indicando uma ação hipotética, em:
A) hão. (A) Lia o jornal enquanto aguardava meu voo para São Paulo...
B) haviam. (B) Meus voos todos saíram na hora.
C) há. (C) Era um berimbau, meu Deus.
D) houveram. (D) Concluí que viajariam muito com o novo instrumento mu-
E) houve. sical.
(E) Solicitara a ajuda de uma comissária de bordo brasileira,
O verbo “haver”, quando utilizado no sentido de “existir” – bonita...
como proposto no enunciado – não sofre flexão, não vai para o plu-
ral. Teríamos “existem protocolos”, mas “há protocolos”. Tal questão pode ser resolvida somente pela leitura das alter-
RESPOSTA: C nativas, sem a necessidade de classificar todos os verbos grifados.
Farei a classificação por questão pedagógica!
(A) Lia o jornal enquanto aguardava = pretérito imperfeito do
Indicativo
(B) Meus voos todos saíram na hora. = pretérito mais-que-per-
feito do Indicativo

38
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Era um berimbau, meu Deus. = pretérito imperfeito do In- 91-) (ANTAQ –ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS
dicativo DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014 - adaptada) Es-
(D) Concluí que viajariam muito com o novo instrumento musi- taria mantida a correção gramatical do trecho “a Internet tem po-
cal. = futuro do pretérito do Indicativo (hipótese) tencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada” caso se
(E) Solicitara a ajuda de uma comissária de bordo brasileira, empregasse o artigo a antes do substantivo “dimensão”.
bonita...= pretérito mais-que-perfeito do Indicativo ( ) CERTO
RESPOSTA: D ( ) ERRADO

89-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Após o pronome relativo “cujo” não deve existir artigo.
FUNDATEC/2014 - adaptada) RESPOSTA: ERRADO
Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação gráfica.
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja reti- 92-) (PREFEITURA DE OSASCO – FARMACÊUTICO –
rado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa. FGV/2014) “Esses produtos podem ser encontrados nos supermer-
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’ e ‘país’ cados com rótulos como ‘sênior’ e com características adaptadas às
não é a mesma. dificuldades para mastigar e para engolir dos mais velhos, e prepa-
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente. rados para se encaixar em seus hábitos de consumo”. O segmento
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação “para se encaixar” pode ter sua forma verbal reduzida adequada-
de uso, quanto à flexão de número. mente desenvolvida em
(A) para se encaixarem.
Quais estão corretas? (B) para seu encaixotamento.
A) Apenas I e III. (C) para que se encaixassem.
B) Apenas II e IV. (D) para que se encaixem.
C) Apenas I, II e IV. (E) para que se encaixariam.
D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV. As orações subordinadas reduzidas são aquelas que não apre-
sentam conjunção. Para torná-las desenvolvidas, basta acrescentar-
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja reti- mos a conjunção: “para que se encaixem”.
rado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa = tere- RESPOSTA: D
mos “transito” e “especifico” – serão verbos (correta)
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’ e ‘país’ 93-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁRIO
não é a mesma = vários é paroxítona terminada em ditongo; país é – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo instituto En-
a regra do hiato (correta) deavor” equivale, na voz ativa, a:
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um hiato, (A) que o instituto Endeavor traz;
por isso a acentuação (da-í) = incorreta. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação (C) trazida pelo instituto Endeavor;
de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utilizado para a tercei-
(D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
ra pessoa do plural (correta)
(E) que traz o instituto Endeavor.
RESPOSTA: C
Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa teremos um: “que
90-) (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊNCIAS CON-
o instituto Endeavor trouxe” (manter o tempo verbal no pretérito –
TÁBEIS – CEGRANRIO/2014) A frase em que a flexão do verbo au-
assim como na passiva).
xiliar destacado obedece aos princípios da norma-padrão é
RESPOSTA: B
(A) Alguns estudiosos consideram que podem haver robôs tão
inteligentes quanto o homem.
(B) Devem existir formas de garantir a exploração de outras ta- 94-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO –
refas destinadas aos robôs. VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
(C) No futuro, devem haver outras formas de investimentos Já __________ alguns anos que estudos a respeito da utilização
para garantir a evolução da robótica. abusiva dos smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especia-
(D) Pode existir obstáculos que os robôs sejam capazes de su- listas acreditam _________ motivos para associar alguns compor-
perar, como a locomoção e o diálogo. tamentos dos adolescentes ao uso prolongado desses aparelhos,
(E) Pode surgir novas tecnologias para aperfeiçoar a conquista e _________ alertado os pais para que avaliem a necessidade de
espacial. estabelecer limites aos seus filhos.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Os verbos auxiliares devem obedecer à regra do verbo prin- cunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
cipal que acompanham. Se este sofre flexão de número, aqueles com:
também sofrerão. Exemplo: o verbo “haver”, no sentido de “existir”, (A) faz … haver … têm
é invariável. Então, na frase: “Podem haver mais fatos” temos um (B) fazem … haver … tem
erro. O correto é “Pode haver”. Vamos às análises: (C) faz … haverem … têm
(A) Alguns estudiosos consideram que podem haver robôs = (D) fazem … haverem … têm
pode haver (E) faz … haverem … tem
(B) Devem existir formas = o “existir” sofre flexão (correta)
(C) No futuro, devem haver = deve haver Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns anos que
(D) Pode existir obstáculos = podem existir estudos a respeito da utilização abusiva dos smartphones estão
(E) Pode surgir novas tecnologias = podem surgir sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam HAVER (sentido
RESPOSTA: B de existir: não varia) motivos para associar alguns comportamen-

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LÍNGUA PORTUGUESA
tos dos adolescentes ao uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (C) Toda espécie de engenhoca eram (era) construída por bons
(concorda com o termo “os especialistas”) alertado os pais para que mecânicos, os quais sabiam lidar com máquinas.
avaliem a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos. (D) Toda espécie de engenhoca era construídas (construída)
Temos: faz, haver, têm. por bons mecânicos, os quais sabia (sabiam) lidar com máquinas.
RESPOSTA: A (E) Toda espécie de engenhoca era construída por bons mecâ-
nicos, os quais sabiam lidar com máquinas.
95-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014 - adaptada) RESPOSTA: E
... e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Cen-
tral até o mar Cáspio e além. 98-) (SABESP/SP – AGENTE DE SANEAMENTO AMBIENTAL
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado 01 – FCC/2014 - adaptada) O segmento grifado está corretamente
acima está em: substituído pelo pronome correspondente em:
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia... (A) Sem precisar atravessar a cidade = atravessar-lhe
(B) ... era a capital da China. (B) Eles serviriam para receber a enorme quantidade de lixo =
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... recebê-lo
(D) ... dispararam na última década. (C) Um grupo de pesquisadores da USP tem um projeto = tem-
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas... -los
(D) O primeiro envolve a construção de uma série de portos =
Percorriam =Pretérito Imperfeito do Indicativo envolve-lhe
A = contornam – presente do Indicativo (E) O Hidroanel Metropolitano pretende resolver o problema
B = era = pretérito imperfeito do Indicativo em São Paulo = resolvê-lo
C = foi = pretérito perfeito do Indicativo
D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do Indicativo (A) atravessar a cidade = atravessar-lhe (atravessá-la)
E = acompanham = presente do Indicativo (B) receber a enorme quantidade de lixo = recebê-lo (recebê-la)
RESPOSTA: B (C) tem um projeto = tem-los (tem-no)
(D) envolve a construção de uma série de portos = envolve-lhe
96-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substituição do ele- (envolve-a)
mento grifado pelo pronome correspondente foi realizada de modo (E) O Hidroanel Metropolitano pretende resolver o problema
INCORRETO em: em São Paulo = resolvê-lo
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu RESPOSTA: E
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la 99-) (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS CI-
(D) que desviava a água = que lhe desviava VIL – FCC/2014)
(E) supriam a necessidade = supriam-na ... ele conciliava as noites de boemia com a rotina de professor,
pesquisador e zoólogo famoso.
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = correta O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta acima se encontra em:
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta (A) Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho No-
(D) que desviava a água = que lhe desviava = que a desviava gueira.
(E) supriam a necessidade = supriam-na = correta (B) As músicas eram todas de Vanzolini.
RESPOSTA: D (C) Por mais incrível que possa parecer...
(D) ... os fortes laços que unem campo e cidade.
97-) (POLÍCIA CIVIL/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU- (E) ... porque não espalha...
NESP/2014) Assinale a alternativa em que a reescrita da frase – Os
bons mecânicos sabiam lidar com máquinas e construir toda espé- Conciliava = pretérito imperfeito do Indicativo
cie de engenhoca. – está correta quanto à concordância, de acordo (A) Tem músicas = presente do Indicativo
com a norma-padrão da língua. (B) As músicas eram todas de Vanzolini. = pretérito imperfeito
(A) Toda espécie de engenhoca eram construídas por bons me- do Indicativo
cânicos, os quais sabia lidar com máquinas. (C) Por mais incrível que possa parecer... = presente do Sub-
(B) Toda espécie de engenhoca era construída por bons mecâ- juntivo
nicos, os quais sabia lidar com máquinas. (D) ... os fortes laços que unem campo e cidade. = presente do
(C) Toda espécie de engenhoca eram construída por bons me- Indicativo
cânicos, os quais sabiam lidar com máquinas. (E) ... porque não espalha... = presente do Indicativo
(D) Toda espécie de engenhoca era construídas por bons mecâ- RESPOSTA: B
nicos, os quais sabia lidar com máquinas.
(E) Toda espécie de engenhoca era construída por bons mecâ- 100-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E
nicos, os quais sabiam lidar com máquinas. COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os
Fiz as correções entre parênteses: resultados das negociações”, o adjetivo estará corretamente em-
(A) Toda espécie de engenhoca eram (era) construídas (cons- pregado se dirigido a ministro de Estado do sexo masculino, pois
truída) por bons mecânicos, os quais sabia (sabiam) lidar com má- o termo “satisfeita” deve concordar com a locução pronominal de
quinas. tratamento “Vossa Excelência”.
(B) Toda espécie de engenhoca era construída por bons mecâ- ( ) CERTO
nicos, os quais sabia (sabiam) lidar com máquinas. ( ) ERRADO

40
LÍNGUA PORTUGUESA
Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo feminino (ministra), C) a - as - à - a
o adjetivo está correto; mas, se for do sexo masculino, o adjetivo D) à - às - a - à
sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O pronome de tratamento é E) a - às - a - a
apenas a maneira de como tratar a autoridade, não concordando
com o gênero (o pronome de tratamento, apenas). Sentava-se mais ou menos À distância de cinco metros (palavra
RESPOSTA: ERRADO “distância” especificada) do professor, sem grande interesse. Estu-
dava de manhã, e AS tardes (artigo + substantivo; lemos “e durante
101-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABA- as tardes”) passava perambulando de uma praça A outra, lendo al-
LHO – CESPE/2014) O emprego do acento gráfico em “incluíram” gum livro, percebendo, vez ou outra, o comportamento dos outros,
e “número” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. entregue somente À (regência verbal de “entregue”: entregue algo
( ) CERTO a alguém) discrição de si mesmo.
( ) ERRADO Temos: à/as/a/à.
RESPOSTA: B
Incluíram = regra do hiato / número = proparoxítona
RESPOSTA: ERRADO 105-) (RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL – ESAF/2014)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de
102-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ palavra inserido na transcrição do texto.
UFAL/2014 - adaptada) Dado o trecho abaixo,
“Passai, passai, desfeitas em tormentos, No desenho constitucional, os tributos são fonte importantís-
Em lágrimas, em prantos, em lamentos” sima dos recursos financeiros de cada ente político, recursos esses
SOUZA, Cruz e. Broqueis. São Paulo: L&PM Pochet, 2002. indispensáveis para que façam frente ao (1) seu dever social. Con-
sequentemente, o princípio federativo é indissociável das compe-
O verbo do primeiro verso, se utilizado na 2ª pessoa do singu- tências tributárias constitucionalmente estabelecidas. Isso porque
lar, resulta na seguinte forma: tal princípio prevê (2) a autonomia dos diversos entes integrantes
A) Passe, passe, desfeitas em tormentos. da federação (União, Estados, DF e Municípios). A exigência da au-
B) Passem, passem, desfeitas em tormentos. tonomia econômico financeira determina que seja outorgado (3)
C) Passa, passa, desfeitas em tormentos. a cada ente político vários tributos de sua específica competência,
D) Passas, passas, desfeitas em tormentos. para, por si próprios, instituírem (4) o tributo e, assim, terem (5) sua
E) Passam, passam, desfeitas em tormentos. própria receita tributária.
(Adaptado de: <http://www.ambito-juridico.com.br/site>. Acesso em:
“Passai, passai, desfeitas em tormentos.” Os verbos estão no 17mar. 2014.)
Modo Imperativo Afirmativo, segunda pessoa do plural (vós). Para
descobrirmos como ficarão na segunda do singular (tu), conjugue- A) (1)
mos o verbo “passar” no Presente do Indicativo (que é de onde co- B) (2)
piamos o Afirmativo, sem o “s” final): Eu passo, tu passas, ele passa, C) (3)
nós passamos, vós passais, eles passam. Percebeu como o “passai” D) (4)
pertence a “vós”? Bastou retirar o “s” = passai (como no verso). E) (5)
Agora, retiremos o “s” do verbo conjugado com o “tu”: “passa”. Te-
remos, então, a construção: “Passa, passa...”. No item 3, a forma correta do trecho é: “A exigência da autono-
RESPOSTA: C mia econômico financeira determina que sejam outorgados a cada
ente político vários tributos de sua específica competência”.
103-) (EBSERH/HUCAM-UFES - ADVOGADO - AOCP/2014) Em RESPOSTA: C
“Todos sabem como termina a história, tragicamente.”, a expressão
destacada indica 106-) (TCE-RS - AUDITOR PÚBLICO EXTERNO - ENGENHARIA
A) meio CIVIL - CONHECIMENTOS BÁSICOS – FCC/2014) Transpondo-se
B) tempo. para a voz passiva o segmento sublinhado em É possível que os
C) fim. tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do
D) modo. jeitinho, a forma obtida deverá ser:
E) condição. A) tenha começado a ser desfavorecida.
B) comecem a desfavorecer.
Geralmente, os advérbios terminados em “-mente” indicam C) terá começado a ser desfavorecida.
“modo”. No caso, de maneira trágica, tragicamente. D) comecem a ser desfavorecidos.
RESPOSTA: D E) estão começando a se desfavorecer.

104-) (TRT 19ª - ANALISTA JUDICIÁRIO – ESTATÍSTICA – “É possível que os tempos modernos tenham começado a des-
FCC/2014) Sentava-se mais ou menos ...... distância de cinco metros favorecer a solução do jeitinho” – se na voz ativa temos três verbos,
do professor, sem grande interesse. Estudava de manhã, e ...... tar- na passiva teremos quatro (lembrando que o verbo “ter” é auxiliar):
des passava perambulando de uma praça ...... outra, lendo algum “É possível que a solução do jeitinho tenha começado a ser desfavo-
livro, percebendo, vez ou outra, o comportamento dos outros, en- recida pelos tempos modernos”.
tregue somente ...... discrição de si mesmo. RESPOSTA: A
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
dada:
A) a - às - à - a
B) à - as - a - à

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LÍNGUA PORTUGUESA
107-) (MINISTÉRIO PÚBLICO/SP – AUXILIAR DE PROMOTO- 110-) (ESTRADA DE FERRO CAMPOS DO JORDÃO/SP - ANALIS-
RIA – VUNESP/2014) Assinale a alternativa correta quanto à colo- TA FERROVIÁRIO - OFICINAS – ELÉTRICA – IDERH/2014) Nas al-
cação pronominal. ternativas abaixo, apenas UM vocábulo DEVE, NECESSARIAMENTE,
(A) Certamente delineou-se um cenário infernal com assassi- ser acentuado. Assim, assinale a opção CORRETA.
natos brutais. A) Intimo.
(B) A frente que se opôs aos hutus foi liderada por Paul Kagame. B) Ate.
(C) Se completam, em 2014, 20 anos do genocídio em Ruanda. C) Miseria.
(D) Kagame reconhece que as pessoas não livraram-se do vírus D) Policia.
do ódio. E) Amem.
(E) Com Kagame como presidente, têm feito-se mudanças em
Ruanda. A) Intimo – eu a intimo a comparecer... (verbo) / amigo íntimo
(adjetivo)
Correções: B) Ate – quer que eu ate o nó? (verbo) / Ele veio até mim (pre-
(A) Certamente delineou-se = certamente se delineou (advér- posição)
bio) C) Miseria.– deve ser acentuada (miséria – substantivo)
(B) A frente que se opôs aos hutus foi liderada por Paul Kagame D) Policia – ela não se policia (verbo – igual “vigiar”, “contro-
= correta. lar”) / Quero trabalhar na polícia! (substantivo)
(C) Se completam = completam-se (início de período) E) Amem – (verbo) / amém (interjeição)
(D) Kagame reconhece que as pessoas não livraram-se = não se Que Deus o abençoe! Amém! Que vocês se amem! Amém!
livraram (advérbio de negação) RESPOSTA: C
(E) Com Kagame como presidente, têm feito-se = têm-se feito
RESPOSTA: B 111-) (CGE-MA - AUDITOR - CONHECIMENTOS BÁSICOS -
FGV/2014) “...Marx e Engels e outros pensadores previram um futu-
108-) (POLÍCIA CIVIL/SP - OFICIAL ADMINISTRATIVO - VU- ro redentor...”. Nesse segmento o verbo irregular prever é conjuga-
NESP/2014) Considerando as regras de concordância verbal, o ter- do de forma correta no pretérito perfeito do indicativo.
mo em destaque na frase – Segundo alguns historiadores, houve Assinale a frase em que a forma desse mesmo verbo está con-
dois sacolejões maiores na história da humanidade. – pode ser cor- jugada de forma errada.
retamente substituído por: A) Quando ele prever o resultado, todos se espantarão.
A) ocorreram. B) Elas preveem coisas impossíveis
B) sucedeu-se. C) Espero que elas prevejam boas coisas.
C) existiu. D) Ela já previra o resultado, antes de a partida terminar.
D) houveram. E) Se todos previssem a vida, ela seria diferente.
E) aconteceu
Cuidado com a pegadinha! O enunciado quer a alternativa In-
Podemos resolver por eliminação: dos verbos apresentados correta. Teremos 4 corretas!
nas alternativas, o único que não sofre flexão é o “haver”, deven- A) Quando ele prever o resultado, todos se espantarão. = quan-
do, portanto, permanecer no singular. Eliminemos a D. Os demais, do ele previr
que deveriam estar flexionados (sucederam-se, existiram, aconte- B) Elas preveem coisas impossíveis = correta
ceram), não estão. Restou-nos a alternativa com a opção coreta: C) Espero que elas prevejam boas coisas= correta
ocorreram. D) Ela já previra o resultado, antes de a partida terminar= cor-
RESPOSTA: A reta
E) Se todos previssem a vida, ela seria diferente= correta
109-) (ESTRADA DE FERRO CAMPOS DO JORDÃO/SP - ANALIS- RESPOSTA: A
TA FERROVIÁRIO - OFICINAS – ELÉTRICA – IDERH/2014) Consi-
dere os numerais sublinhados a seguir: 112-) (MINISTÉRIO PÚBLICO/SP – AUXILIAR DE PROMOTO-
I (...) Copa do Mundo de 2014 (...) RIA – VUNESP/2014) Assinale a alternativa correta quanto ao uso
II (...) primeiro jogo (...) do acento indicativo da crase.
III (...) três unidades (...) (A) Os meninos querem que a chuva comece à cair.
IV (...) mais de 10 anos. (B) E os meninos ficam à espera de chuva intensa.
(C) As borboletas vão de um jardim à outro.
Tais numerais são classificados, CORRETA e respectivamente, (D) Mas a chuva não chega à ninguém.
de cima para baixo, como: (E) As borboletas ainda não perceberam à leve chuva.
A) Cardinal, ordinal, cardinal e cardinal.
B) Cardinal, cardinal, ordinal e cardinal. (A) Os meninos querem que a chuva comece à cair = a cair
C) Cardinal, cardinal, ordinal e multiplicativo. (verbo no infinitivo)
D) Cardinal, fracionário, ordinal e cardinal. (B) E os meninos ficam à espera de chuva intensa = correta
E) Cardinal, fracionário, multiplicativo e cardinal. (dica: dá para substituir por “esperando”)
(C) As borboletas vão de um jardim à outro = a outro (palavra
Podemos responder por eliminação, o que nos ajudaria a che- masculina)
gar à resposta correta rapidamente. Veja: ORdinal lembra ORdem = (D) Mas a chuva não chega à ninguém = a ninguém (pronome
a alternativa que representa um numeral ordinal é a II – o que nos indefinido)
leva a procurar o item que tenha “ordinal” como segundo elemento (E) As borboletas ainda não perceberam à leve chuva = a leva
da classificação. Chegamos à letra A – única resposta correta! (objeto direto, sem preposição)
RESPOSTA: A RESPOSTA: B

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LÍNGUA PORTUGUESA
113-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINISTRA- (A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = paroxítona
ÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reconhecem a in- (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxítona
formalidade”, ao substituir o termo destacado por um pronome, de (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona
acordo com a norma-padrão da língua, o trecho assume a formula- (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra do hiato
ção apresentada em: (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparoxítona
A) Há políticas que a reconhecem. RESPOSTA: B
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na. 117-) (SUSAM/AM- ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
D) Há políticas que reconhecem ela. FGV/2014 - adaptada) “Ainda assim, por força da longa estiagem
E) Há políticas que lhe reconhecem. que afetou o Sudeste e o Centro‐Oeste, o Operador Nacional do Sis-
tema Elétrico (NOS)trabalha com uma estimativa de que no atual
Primeiramente identifiquemos se temos objeto direto ou indi- período úmido ovolumedechuvasnãoultrapasse67%damédiahistó-
reto. Reconhece o quê? Resposta: a informalidade. Pergunta e res- ricanasáreas que abrigam os principais reservatórios das hidrelétri-
posta sem preposição, então: objeto direto. Não utilizaremos “lhe” cas”.Nesse segmento, é correto colocar uma vírgula
– que é para objeto indireto. Como temos a presença do “que” – in- (A)apósaformaverbal“abrigam”.
dependente de sua função no período (pronome relativo, no caso!) (B) apósosubstantivo“áreas”.
– a regra pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a (C) apósosubstantivo“estimativa”.
reconhecem. (D)após“deque”eantesde“ovolume”.
RESPOSTA: A (E) após“chuvas”eantesde“nasáreas”.

114-) (UNESP - CAMPUS DE ARARAQUARA/FCL - ASSISTEN- “Ainda assim, por força da longa estiagem que afetou o Sudeste
TE OPERACIONAL II – JARDINAGEM – VUNESP/2014)As discus- e o Centro‐Oeste, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS)
sões na internet _____ o consumidor ______ buscar preços mais trabalha com uma estimativa de que no atual período úmido ovolu-
______. medechuvasnãoultrapasse67%damédiahistóricanasáreas que abri-
(A) leva ... à ... vantajoso. gam os principais reservatórios das hidrelétricas”.
(B) levam ... à ... vantajosos. (A)apósaformaverbal“abrigam” – incorreta (não posso separar
(C) leva ... a ... vantajoso. o verbo de seu complemento - objeto).
(D) leva ... à ... vantajosos. (B) apósosubstantivo“áreas” – incorreta (mudaríamos o senti-
(E) levam ... a ... vantajosos. do do período, já que passaríamos uma oração adjetiva restritiva
para uma explicativa – fato que generalizaria o termo “áreas”, dan-
As discussões na internet levam o consumidor a buscar (verbo do a entender que todas abrigam reservatórios).
no infinitivo = sem acento grave) preços mais vantajosos. (C) apósosubstantivo“estimativa” – incorreta (separaria subs-
RESPOSTA: E tantivo de seu complemento).
(D)após“deque”eantesde“ovolume” – correta (não haveria mu-
115-) (PETROBRAS – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA dança no período, dando ao termo uma função de aposto explica-
TODOS OS CARGOS – NÍVEL SUPERIOR – CESGRANRIO/2014 tivo, por exemplo).
- adaptada) No trecho “Um mundo habitado por seres com habi- (E) após“chuvas”eantesde“nasáreas” – incorreta – separaria
lidades sobre-humanas parece ficção científica”, a palavra destaca- sujeito de predicado
da apresenta hífen porque a natureza das partes que a compõem RESPOSTA: D
assim o exige. O grupo em que todas as palavras estão grafadas de
acordo com a ortografia oficial é 118-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - adap-
(A) erva-doce, mal-entendido, sobrenatural tada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por muitos o maior
(B) girassol, bem-humorado, batepapo maratonista de todos os tempos” para a voz ativa, encontramos a
(C) hiper-glicemia, vice-presidente, pontapé seguinte forma verbal:
(D) pan-americano, inter-estadual, vagalume A) consideravam.
(E) subchefe, pós-graduação, inter-municipal B) consideram.
C) considerem.
(A) erva-doce, mal-entendido, sobrenatural = corretas D) considerarão.
(B) girassol, bem-humorado, batepapo (bate-papo) E) considerariam.
(C) hiper-glicemia – (hiperglicemia), vice-presidente, pontapé
(D) pan-americano, inter-estadual (interestadual) , vagalume É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista de todos os
(E) subchefe, pós-graduação, inter-municipal (intermunicipal) tempos = dois verbos na voz passiva, então na ativa teremos UM:
RESPOSTA: A muitos o consideram o maior maratonista de todos os tempos.
RESPOSTA: B
116-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL
TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assinale a 119-) (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TEC-
alternativa que contém duas palavras acentuadas conforme a mes- NOLOGIA/SP – ADMINISTRADOR – FUNDEP/2014) Leia:
ma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”. ____ um mês, uma turma de operários se posta ___ entrada da
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”. fábrica pela manhã e só sai ___ uma hora da tarde. Espera-se que a
(C) “Índice” e “dólares”. greve termine daqui ___ uma semana.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
(E) “Atribuídos” e “índice”. Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE as lacu-
nas da frase acima, na respectivamente ordem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Há – à – a – a. • Quando elas dirigem, ficam meio nervosas.
(B) Há – à – à – a. • As crianças estavam sós no carro.
(C) A – a – a – há. • Ela mesma se dirigiu ao DETRAN.
(D) Há – a – à – há. • Os carros custam caro.

HÁ (tempo passado) um mês, uma turma de operários se pos- Acerca das regras de concordância que justificam o emprego
ta À (“na”) entrada da fábrica pela manhã e só sai À uma hora da dos termos anteriores, analise.
tarde. Espera-se que a greve termine daqui A (tempo futuro) uma I. A palavra “meio” é um advérbio, razão pela qual não se fle-
semana. xionou = correta.
Ficou: há / à / à / a. II. A palavra “sós” é um adjetivo, por isso concorda com o su-
RESPOSTA: B jeito = correta.
III. A palavra “mesma” sempre concorda com o substantivo e o
120-) (ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO – TÉCNICO EM CON- pronome a que se refere = correta.
TABILIDADE – IDECAN/2014) Os vocábulos “cinquentenário” e (Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso – Quite: Estas pa-
“império” são acentuados devido à mesma justificativa. O mesmo lavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo
ocorre com o par de palavras apresentado em ou pronome a que se referem)
A) prêmio e órbita. IV. A palavra “caro” é um advérbio, razão pela qual não se fle-
B) rápida e tráfego xionou. = correta
C) satélite e ministério. RESPOSTA: A
D) pública e experiência.
E) sexagenário e próximo. 122-) (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/PI – ESCRI-
VÃO DE POLÍCIA CIVIL – UESPI/2014) A linguagem por meio da
Cinquentenário e império = ambas são paroxítonas. Cuidado! O qual interagimos no nosso dia a dia pode revestir-se de nuances as
exercício quer que encontremos o par que tem a mesma justificati- mais diversas: pode apresentar-se em sentido literal, figurado, me-
va de acentuação entre as palavras que o compõem, não necessa- tafórico. A opção em cujo trecho utilizou-se linguagem metafórica é
riamente igual às do enunciado. a) O equilíbrio ou desequilíbrio depende do ambiente familiar.
A) prêmio = paroxítona / órbita = proparoxítona b) Temos medo de sair às ruas.
B) rápida = proparoxítona / tráfego = proparoxítona c) Nestes dias começamos a ter medo também dentro dos sho-
C) satélite = proparoxítona / ministério = paroxítona ppings.
D) pública = proparoxítona / experiência = paroxítona d) Somos esse novelo de dons.
E) sexagenário = paroxítona / próximo = proparoxítona e) As notícias da imprensa nos dão medo em geral.

Cuidado! O exercício quer que encontremos o par que tem a A alternativa que apresenta uma linguagem metafórica (figura-
mesma justificativa de acentuação entre as palavras que o com- da) é a que emprega o termo “novelo” fora de seu contexto habitual
põem, não necessariamente igual às do enunciado. (novelo de lã, por exemplo), representando, aqui, um emaranhado,
RESPOSTA: B um monte, vários dons.
RESPOSTA: D
121-) (DETRAN/RO – ANALISTA EM TRÂNSITO - ADMINIS-
TRADOR – IADES/2014) Observe o emprego das palavras destaca- 123-) (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/PI – ESCRI-
das nas frases a seguir. VÃO DE POLÍCIA CIVIL – UESPI/2014 - adaptada) Identificamos as
• Quando elas dirigem, ficam meio nervosas. seguintes palavras formadas pelo processo de derivação regressiva:
• As crianças estavam sós no carro. A) arma e formação.
• Ela mesma se dirigiu ao DETRAN. B) combate e guerreiros.
• Os carros custam caro. C) combate e ataque.
D) lanças e armas.
Acerca das regras de concordância que justificam o emprego E) ataque e situação.
dos termos anteriores, analise.
I. A palavra “meio” é um advérbio, razão pela qual não se fle- Palavra formada pela derivação regressiva é aquela que resulta
xionou. de um verbo transformado em substantivo, geralmente. Por exem-
II. A palavra “sós” é um adjetivo, por isso concorda com o su- plo: caça deriva de caçar; pesca, de pescar. Dentre as apresenta-
jeito. das nas alternativas, as que derivam de tal processo são: combate
III. A palavra “mesma” sempre concorda com o substantivo e o (combater) e ataque (atacar).
pronome a que se refere. RESPOSTA: C
IV. A palavra “caro” é um advérbio, razão pela qual não se fle-
xionou. 124-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA
SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é formada pelo
Estão corretas as afirmativas seguinte processo:
A) I, II, III e IV. A) sufixação
B) I, II e IV, apenas. B) prefixação
C) I, II e III, apenas. C) parassíntese
D) I, III e IV, apenas. D) justaposição
E) II, III e IV, apenas. E) aglutinação

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LÍNGUA PORTUGUESA
Temos apenas a junção do prefixo “infra” ao radical “estrutura”,
portanto: prefixação.
ANOTAÇÕES
RESPOSTA: B
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125-) (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – ICMBIO – CES-
PE/2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos vocá- ______________________________________________________
bulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
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Brasília = paroxítona terminada em ditongo / cenário = paro-
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xítona terminada em ditongo / próprio = paroxítona terminada em
ditongo ______________________________________________________
RESPOSTA: CERTO
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Ensino Fundamental II e Médio - História

NOÇÕES E CONCEITOS DE TEMPO E ESPAÇO NOÇÕES DE ESPAÇO E SUAS REPRESENTAÇÕES

O tempo e o espaço são conceitos fundamentais na História, As noções de espaço são importantes para que o ser humano
visto que essa a ciência que se dedica ao estudo do Homem a partir possa compreender melhor a porção da superfície terrestre na qual
dos atos e das mudanças humanas que se discorrem ou constituem está inserido, e, com isso, simplificar suas vivências no dado lugar,
em um específico período de tempo (mais curto ou mais longo) e além de uma visão mais abrangente acerca desse espaço.  
em um determinado espaço, seja ele político, geográfico ou mesmo - Espaço geográfico: é composto pela relação entre os ambien-
social.   tes naturais os modificados pela ação humana. Assim, podemos
afirmar que o espaço geográfico é constituído pelos elementos que
Definição de Tempo: de acordo com o dicionário de conceitos formam a paisagem natural (como as matas e os rios) e a paisagem
históricos, tempo é o estudo das práticas e dos feitos humanos, isto humana (as plantações e as cidades).  
é, das produções culturais cultura, no decorrer do tempo. Dessa
forma, na definição de História em si encontra-se agregada à ideia Existem diversas formas de se representar o espaço. São elas: 
de tempo — o que revela a importância deste. De fato, o termo • Desenho: é a representação artística bidimensional, com-
tempo pode expressar, na língua portuguesa, o clima, o tempo his- posta de linhas, formas e pontos. 
tórico, ou mesmo o tempo cultural. No sentido de criação humana, • Fotografia: é a representação de um recorte da realidade
o tempo é um recurso da História, explícito em artefatos como o em um determinado espaço. 
calendário e a cronologia. Cronologia é o modo de retratar as ocor- • Mapa: é a representação gráfica e métrica de uma parte
rências históricas no passar do tempo, e isso requer o conhecimen- ou total de um território. Os mapas são instrumentos de represen-
to de contagem do tempo e um calendário.  tação da realidade, e isso quer dizer que eles fazem a reprodução de
- Tempo Cronológico X Tempo Histórico: o tempo cronológico uma determinada área do espaço. 
refere-se à noção onde se desenvolvem as ações do ser humano: • Maquete: é a representação em miniatura de um
nascer, crescer, frequentar a escola, etc. O tempo histórico é cons- determinado espaço, que pode ser confeccionada com objetos e
tituído pelos acontecimentos cuja importância constituem marcos materiais. 
de um povo, de uma nação, ou mesmo da humanidade. 
- A contagem do tempo: essa noção sofre variações conforme
a época e o povo. Os primeiros calendários foram criados com base
COMPREENSÃO E RESPEITO À DIVERSIDADE
nos ciclos da natureza e nas crenças e costumes dos povos que os
INDIVIDUAL, DOS POVOS E DAS CULTURAS NO
produziram. Em razão disso, nem todos as regiões do mundo utili-
PASSADO E NO PRESENTE
zam o mesmo anuário. No Ocidente, por exemplo, onde a religião
cristã se tornou predominante, a História foi transmitida como uma
disciplina que tem um começo (o nascimento de Cristo), um meio Definindo o termo: a palavra diversidade refere-se ao atributo
(os acontecimentos seguintes) e um fim (o momento da volta de daquilo que é variado, diverso, diferente. Ao remeter à noção de
Cristo à Terra). Assim, as linhas do tempo se disseminaram no lado pluralidade, a expressão diversidade reúne as concepções das ca-
Ocidental do planeta. racterísticas múltiplas e que manifestam aparente distinção entre
  si, descrevendo as diferenças existentes entre as pessoas que fazem
Definição de Espaço: é um conceito histórico que fornece uma parte em um determinado grupo. 
representação de onde os fatos ocorreram. Podemos definir espaço A Diversidade humana: esse conceito compreende as diferen-
também como a fração do planeta onde se sucedem as ações do ser ças raciais, étnicas, culturais, religiosas, ideológicas, entre outras,
humano no seu dia a dia, ou seja, o conceito de espaço compreende existentes entre os seres humanos. A diversidade é uma caracte-
as relações humanas e suas produções culturais e materiais, como rística básica da sociedade humana, que proporciona condições
as cidades, os edificações e as zonas de exploração agrícola. Intro- para um mundo mais dinâmico, permitindo que um grupo seleto
duzido no conjunto das suas práticas no decorrer de uma parcela de pessoas pense de forma independente. Fato é que a diversidade
de tempo maior ou menor, o espaço adquire proporção histórica, representa a união de todas as formas de pluralidade convivendo
não somente de modo isolado, assim como em relação a outras em harmonia, com respeito ao que é diferente e, acima de tudo,
áreas. De acordo Fernand Braudel, o preconizador da noção de es- com vistas a uma sociedade mais justa. 
paço no contexto historiográfico, a História é definida pela relação Categorias da diversidade humana: dada a sua dimensão, a
entre os vários espaços e pelas suas características, que diversifi- diversidade humana pode ser dividida em duas categorias distintas:  
cam em consonância com os seres humanos que os constituem e - diversidades visíveis, que se referem à cor, sexo, raça, algum
neles vivem. tipo de deficiência pode ser enxergada em uma pessoa; geralmen-
te, essas características não podem ser alteradas.
- diversidades invisíveis, relacionadas à personalidade, à pro-
fissão, à cultura, ao nível de escolaridade, o legado pessoal, e até
mesmo ao estilo de vida. 

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
Com base no conceito de diversidade, podemos fazer as se- pesquisa, tabelas estatísticas, entre outros. Em outras palavras, a
guintes afirmações: pesquisa documental faz uso dados primários, que são aqueles da-
• As diferenças, sejam elas relacionadas a crenças, valores, dos na sua fonte original. 
heranças culturais e religiões, devem ser respeitadas para que se
mantenha a paz na vida em sociedade. Tratamento das informações: podemos dividir essa etapa em
• O respeito à diversidade é também uma forma de favo- duas, sendo a pré-análise e a organização.
recer inclusão das pessoas em um dado grupo social, posto que o • pré-análise: nesta etapa, o pesquisador se dedicará à de-
respeito é crucial para aceitação do outro.  finição dos objetivos da pesquisa documental, isto é, quais pergun-
• O Brasil, com sua extensão territorial e sua multiplicidade tas pretende responder com base na análise do material coletado.
de etnias, raças, culturas e religiões poderia ser o modelo de diver- A elaboração das hipóteses que serão submetidas à confirmação
sidade humana no mundo, porém, em vez disso, essa diversidade ou ao descarte no decorrer da pesquisa também deve ser realizada
constitui um dos maiores impasses da convivência em sociedade, nesta fase.  
revelando a falta de respeito e de tolerância com as diferenças.  • organização:  o objetivo é simplificar a interpretação das
• As desigualdades sociais têm sua origem na falta de res- informações, especialmente, se o volume de dados for elevado.
peito à diversidade.  Nessa fase, é importante definir categorias que sejam apropriadas
• A valorização da singularidade aniquila os preconceitos, as às finalidades do trabalho e, se necessário, criar fichas documentais
iniquidades sociais e a discriminação. para registro das observações de cada item analisado. 
• Os relacionamentos e as relações entre os indivíduos de
uma sociedade exigem de cada pessoa o respeito, a honra e a com- Análise das informações: é a última fase da pesquisa docu-
preensão da diversidade.  mental, ao momento que as fontes já se encontram organizadas e
• Para que se construa uma sociedade tolerante, aberta e classificadas. Compreende, basicamente, a interpretação dos dados
livre, algumas noções são indispensáveis, como a identificação dos que servirão para corroborar ou para refutar as hipóteses iniciais,
preconceitos mais enraizados, a problematização dos valores éticos além de contribuir para a solução para o problema da pesquisa. A
e das apreciações estéticas, a revisão dos que se considera de nor- despeito de sua grande importância, o tratamento documental por
mal e patológico, assim como diferente e deficitário, e até mesmo si só pode fornecer apenas dados aproximados ou insuficientes. Em
de certo e errado.   razão disso, e também para garantir que os resultados auferidos
• Somente com a identificação dos preconceitos manifesta- com base na análise dos documentos sejam equivalentes aos feitos
dos em uma sociedade é que se pode chegar ao reconhecimento do similares já pesquisados por outros estudiosos. 
valor da diversidade na construção de um mundo verdadeiramente
baseado na coparticipação, uma realidade em que a multiplicidade
diversas possam ser possa ser compreendidas como a manifestação LEITURA, INTERPRETAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE TEXTOS
da riqueza da experiência humana.  HISTÓRICOS ESCOLARES

A abordagem de textos históricos na educação deve ocorrer,


COLETA, TRATAMENTO E ANÁLISE DE INFORMAÇÕES conforme muitos especialistas, em concomitância entre literatura
DE FONTES DOCUMENTAIS DIVERSAS e história. O texto histórico e o texto literário apresentam muitas
semelhanças e trazem à tona vários temas e questões relacionadas
aos estudiosos das mais diversas teorias e correntes de pesquisas
COLETA DE INFORMAÇÕES
que compreendem o exercício da leitura e construção dos mais va-
Em uma pesquisa historiográfica, o pesquisador tem à sua di-
riados gêneros textuais. 
sposição dois principais métodos de coleta de dados: a observação
A leitura e a interpretação dos textos constroem novas narrati-
de documentos e a informação gerada pelas pessoas, seja de forma vas e este domínio está diretamente vinculado à participação social
oral, por meio de entrevista, ou de forma escrita por meio de ques- e política na sociedade. Embora História e Literatura sejam discipli-
tionário.  nas que tratam de atividades com finalidades distintas, é importan-
te suscitar a reflexão dos trabalhos dos historiadores e dos autores
Modalidades de coleta: de ficção, porque compreende-se que as relações entre suas pes-
• Pesquisa bibliográfica: resultante das contribuições de quisas se assemelham por meio da leitura. 
diversos autores e fundamental para qualquer pesquisa científica, O escritor literário é aquele que faz de sua obra um objeto com-
esta modalidade proverá os conhecimentos teórico-empíricos nor- posto por uma história que, apesar de imaginada e falsa, pode es-
teadores do trabalho desenvolvido. Esse tipo de pesquisa entrecru- tar diretamente relacionada a acontecimentos reais, pertencentes
za as ideias defendidas pelo pesquisador com as teorias inerentes à História. Os contos fantásticos ou mesmo os de ficção científica,
a diversos autores. Além disso, nessa modalidade é possível (e re- inclusive, são pautados verossimilhança, e esse elemento atribui ao
comendável) que se amplie a pesquisa, fazendo uso não somente texto uma aproximação da realidade, servindo como fundamento
de livros técnico-científicos, mas de outras fontes. Assim, pode-se de interpretação histórica e filosófica.  Contudo, o escritor de fic-
afirmar que a pesquisa bibliográfica pode se basear em fontes dife- ção não tem o compromisso de registrar fatos, ao contrário dos
rentes, como impressos diversos, documentos eletrônicos e publi- historiadores, cuja missão é interpretar e registrar os fatos com a
cações periódicas.  maior verossimilhança possível. Esses profissionais são capacitados
• Coleta documental: advém de informações dos documen- para compreender um contexto ou uma manifestação de determi-
tos que ainda não foram tratados, tais como gravações, fotografias, nada época, e partir daí, reunir documentos e dados, situar os fatos,
reportagens, cartas, documentos oficiais, filmes, contratos, diários. reconstruir, interpretar e analisar o passado de indivíduos, grupos
Esses materiais são considerados de primeira mão, mas a modali- e movimentos sociais, instituições, regiões, cultura, arte, ideias e
dade documental também pode abranger aqueles materiais tidos costumes. 
como de segunda mão, como relatórios corporativos, relatórios de

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
Assim, a produção de um texto, mesmo que sua ficcional, asso-
cia de modo direto ou indireto, as noções da sociedade e da época HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DAS SOCIEDADES COM AS
de sua produção, não deixa de ser uma expressão da realidade ÁGUAS E OS RIOS
experimentada por seu autor. Um bom exemplo é a obra de Ma-
chado de Assis, repleta de aportes para o entendimento do que foi Os rios e a água além de essenciais pra que exista vida e cres-
a escravidão no Brasil. cimento, sempre tiveram um papel indiscutível no âmbito social,
habitacional, econômico, sustentável e jurídico de um sistema orga-
nizado e amontoado de indivíduos. Desde o princípio a humanidade
ÁGUAS, CIDADES, MIGRAÇÕES, HISTÓRIAS E se desenvolve às beiras dos rios, a relação do homem com a água
CULTURAS: TEMAS HISTÓRICOS, A PARTIR DE UMA basicamente sempre foi baseada na necessidade e isso gerou con-
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR sequências positivas e negativas para as sociedades do mundo. Por
um longo período da história o homem vagava por territórios sem
estabelecer um lugar fixo, quando um estilo de vida mais seden-
A SECA COMO AGENTE DE MIGRAÇÕES ENTRE CIDADES E tário passou a ser adotado, o homem percebeu-se obrigado a se
PAÍSES realocar para lugares com fácil acesso à água; ou seja, margens de
De acordo a Organização das Nações Unidas para a Alimenta- rios e lagos, mares e locais onde havia possibilidade de abrir poços;
ção e Agricultura (FAO), as frequentes falta de água provocam diver- isso devido à necessidade de garantir a sobrevivência e saúde de
sos ciclos migratórios ao redor mundo. O esgotamento hídrico leva suas famílias. Como o ser humano tem a capacidade de reinven-
à diminuição da atividade agrícola, e juntos, esses fatores provocam tar o mundo caracterizando aquilo que toca com as mãos, a água
deslocamentos populacionais em vários países, dado que, diante contribuiu para o crescimento do trabalho agrícola, da cerâmica e
desse cenário, os habitantes se veem obrigados a partir na busca das grandes construções; o que fez o homem crescer no “poder ca-
por melhores condições de sobrevivência.  pital” e assim cidades e centros foram se formando na passagem
Migrações na Somália: segundo a EFE, organização espanhola, do tempo.
a escassez de água tem gerado diversos conflitos nas comunidades Através da água o homem se locomove em grandes percursos
dos pequenos produtores agrícolas, levando milhões de pessoas a de longas distâncias, os rios geram fontes de renda para pescadores
deixarem sua terra natal.   até os dias de hoje. A água gera energia hidráulica dando vida às
A seca no Norte da África: a falta de água foi tema do 8º Fórum usinas hidrelétricas e desse modo produzem energia elétrica para o
Mundial da Água, realizado em Brasília e que contou com autorida- benefício do homem. Um contraponto nessa história é que mesmo
des de diversos países, como Nigéria, Marrocos, Espanha e Portu- a água sendo o recurso natural mais importante para a vida na ter-
gal. No encontro, foram abordadas as consequências da seca nas ra, o ser humano também tem a capacidade de degradar e segregar
intensas migrações ocorridas nos territórios representados, sendo àquilo que lhe apraz em troca de seu próprio bem estar; o que era
que, especialmente nos países norte africanos, a maior razão para pra ser de fácil acesso todos está em escassez para a população,
os fluxos migratórios (considerados um “fenômeno social”) é a pro- os rios que antes banhavam o solo das cidades hoje precisam de
cura pela água.   tratamentos e medidas contra a poluição e substâncias químicas
De Refugiados do clima a recrutados terroristas: assim são derramadas dos encanamentos das grandes indústrias. O que antes
chamados os grupos de pessoas exiladas na Nigéria, que acabam, era uma relação harmoniosa hoje precisa de “reconciliação”, o que
por conta da escassez de água, padecendo com uma série de con- privilegiava o homem em sua abundância hoje precisa de medidas
flitos entre agricultores e caçadores, com a migração para regiões corretivas e planos de ação.
vizinhas das matas e estando vulneráveis ao alistamento de seus jo-
vens para o Boko Haram, grupo terrorista que predomina na região. 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030: os intensos
fluxos migratórios colocam em risco as metas estabelecidas para a O MODO DE VIDA URBANO NO PRESENTE E NO
terceira década deste século, em especial, a tentativa de garantir PASSADO (DIFERENTES HISTÓRIAS DE CIDADES COM
alimentação para toda população mundial. Como consequência de CARACTERÍSTICAS DISTINTAS; CARACTERÍSTICAS DA
uma concorrência crescente, os recursos naturais, principalmente a VIDA URBANA; TRANSFORMAÇÕES URBANAS AO
água, estão sendo esgotados.  LONGO DO TEMPO)

AS CIDADES BRASILEIRAS  Desde os tempos antigos, quando o avanço das técnicas de tra-
A escassez hídrica também é responsável por migrações no balho e aumento da população nas demarcações geográficas for-
Brasil, e o país tem um histórico de deslocamento de pessoas de çaram a divisão de urbano e rural, o modo de vida urbano tomou
regiões mais secas, em especial do Nordeste, para obterem acesso proporções gigantescas em relação à vida no passado e em com-
à água em outras regiões do território.  paração ao início desse processo. A evolução da civilização revela
Realidade histórica e cultural: a ocorrência das migrações importância social desse modo de vida para aqueles que no passa-
entre regiões a partir da escassez hídrica em algumas localida- do arriscaram tudo apostando na demanda de produção e trabalho
des do país já faz parte da cultura e da história do Brasil. Embo- da vida urbana, proporcionando assim condições favoráveis para o
ra o país detenha 11% da água doce do planeta, essa divisão não desenvolvimento de suas condições sociais.
viabiliza democratização desse bem natural, fazendo com que seus Nos dias de hoje o modo de vida urbano implica em lidar com
habitantes precisem conviver diariamente com a migração.   diferentes dilemas nos grandes polos da urbanização. Ao mesmo
Transposição do Rio São Francisco: a estratégia mais importan- tempo que favorece o crescimento da empregabilidade, atividades
te da história do Brasil, no sentido de conter o fluxo migratório no culturais e lazer; sofre com a superlotação, escassez de recursos,
país, visto que seu propósito é viabilizar o acesso à água a popula- aumento de moradias precárias e muitas vezes consideradas inabi-
ções das várias cidades nordestinas.  táveis. Outra característica forte da vida urbana atualmente é a for-
ma que a população tenta se prevenir da violência urbana através
de comportamentos e padrões de segurança, como por exemplo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
casas protegidas por paredes de condomínio e guaritas; os vidros • diária ou pendular: é o tipo de deslocamento mais fre-
escuros de insufilm dos veículos para proteção contra roubo e fur- quente no cotidiano atual, pois se caracteriza sempre que um indi-
to; até as diversas rondas diárias feitas pelos órgãos de segurança víduo se movimenta de um lugar para outro para trabalhar, estudar
pública para segurar a demanda de denúncias. Porém isso apenas ou realizar qualquer atividade, retornado para o local de origem no
reflete as consequências do crescimento do território urbano devi- mesmo dia. 
do ao aumento populacional, hoje mais da metade da população • sazonal: é um deslocamento temporário, que compreen-
mundial habita em áreas urbanas; isso inclusive como reflexo da de outras causas além do trabalho, como longas temporadas de
modernização do campo ao longo do tempo. seca e outras circunstâncias relacionadas às estações do ano. Após
Falando da vida urbana no passado, precisamos viajar até o encerrado o período inoportuno, o migrante retorna ao local de ori-
período neolítico onde ocorreu a mudança da vida nômade para a gem. 
vida em comunidade e na necessidade de exercer o trabalho coleti- • transumância: é um tipo de migração sazonal, mas que
vo. Nisso se instauraram outras atividades além da produção agríco- abrange apenas questões relacionadas ao trabalho, como é o caso
la, dando origem ao comércio, escambo e poder de compra e ven- das pessoas que vão trabalhar como mão de obra em lavouras tem-
da; e desse modo os ambientes habitados pela população em seu porárias em atividades sazonais, como a pesca e a extração de ca-
novo modo de vida precisavam de organização. A industrialização na-de-açúcar, mas acabam retornando ao seu local de origem ao
de matérias primas e o desenvolvimento tecnológico mobilizou um término do período.  
expressivo número de pessoas na procura de empregos e moradias; • migração de retorno: pode ser definida como uma segun-
sendo esse o objetivo principal da vida urbana nos tempos remotos, da migração, pois acontece sempre que um indivíduo que havia se
podemos considerar que a busca por uma qualidade de vida melhor transferido para uma outra, cidade, região ou país faz o processo
é um fator atemporal no modo de vida urbano. inverso, retornando à sua residência de origem. 
• diáspora: trata-se da dispersão não de uma pessoa ou de
um grupo de pessoas, mas de uma população inteira, que parte de
uma região em direção a outras, seja de forma forçada ou volunta-
MIGRAÇÕES HUMANAS: DESLOCAMENTOS HUMANOS riamente. 
E A CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES (MIGRANTES E
• nomadismo: praticado por povos que não fixam suas mo-
IMIGRANTES NA CIDADE DE SÃO PAULO NO SÉCULO radias em um local determinado e, por isso, vivem em constante
XXI, AS MIGRAÇÕES HUMANAS EM DIFERENTES
deslocamento. 
ÉPOCAS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, AS
MIGRAÇÕES DOS GRUPOS HUMANOS EM DIFERENTES
CONTINENTES, O NOMADISMO E A SEDENTARIZAÇÃO
NA ANTIGUIDADE E AS MUDANÇAS NA DIETA CULTURA, PODER E TRABALHO NA CONSTITUIÇÃO DA
ALIMENTAR E NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, A VIDA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
URBANA EM DIFERENTES CULTURAS, AS TROCAS,
CONFLITOS, ASSIMILAÇÕES E APROPRIAÇÕES
CULTURAIS E RELIGIOSAS, A CONSTITUIÇÃO DAS CULTURA 
ORGANIZAÇÕES POLÍTICA) A sociedade contemporânea é marcada por avanços tecnológi-
cos que promoveram uma nova dinâmica nas informações, tanto na
sua proliferação como na sua velocidade de produção. Ao mesmo
Migração humana é o deslocamento de pessoas ou grupo de tempo, a sociedade atual é marcada por diferenças econômicas e
pessoas do local região vivem para um local diferente. Em termos sociais que têm provocado o surgimento de um novo tipo de desi-
genéricos, trata-se de uma transferência de moradia.   gualdade: a que trata as diferentes culturas com hierarquização e
restringe o acesso aos itens culturais. Esse último fator, a propósi-
Tipos de migração:  to, merece destaque, pois, de acordo com os dados do Ministério
• interna: é a migração que ocorre no interior dos limites da Cultura, o acesso da maior parte população brasileira aos bens
territoriais de um país.  culturais é bastante reduzido, e isso evidencia uma falta de conhe-
• externa ou internacional: é o fluxo de um país para outro.  cimento sobre a atual produção artística no país, apesar de o con-
• inter-regional: é o deslocamento que ocorre entre dife- texto de grande fluxo da informação ser evidente.  
rentes regiões dentro de um mesmo país.  A questão cultural da sociedade atual também é impac-
• intrarregional: ocorre entre dois lugares dentro de uma tada pela realidade preenchida por conflitos de diversas ordens,
mesma região.  como política, econômica, religiosos e étnicos, que se constituem
• intraurbana: é o tipo de migração que ocorre quando a embates culturais geradores e reprodutores das intolerâncias, le-
pessoa se movimenta dentro das divisas de uma mesma área urba- vando ao isolamento e à marginalização de muitos grupos, além da
na ou município.  violência e da guetificação.  
• voluntária ou espontânea: é o deslocamento que ocorre Diante desses dois cenários da cultura na sociedade con-
em razão do desejo do indivíduo.  temporânea, os profissionais da educação têm buscado condições
• forçada: esse tipo de migração é provocado por agentes para proporcionar circunstâncias de aprendizagem que envolvam
externos ao indivíduo e se dá em contradição à sua vontade, poden- o patrimônio cultural, gerado oportunidades de contato com mo-
do estar associada a desastres climáticos e naturais ou à situação dos diferenciados de se relacionar com o mundo, beneficiando-se
política, social e econômica.  a valorização da diversidade cultural e ampliando-se o acesso às
• êxodo urbano: ocorre quando os habitantes das zonas ur- manifestações e práticas culturais, aprendizagens cuja construção
banas partem de seu espaço em direção às áreas rurais.  aponta para o combate das desigualdades de acesso aos bens cul-
• êxodo rural: é o processo inverso ao êxodo urbano, carac- turais, como também de suas hierarquizações. 
terizado pela partida das populações rurais para as cidades. 

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
PODER 
Na sociedade contemporânea, o poder é compreendido e clas- COMUNICAÇÃO E TRABALHO: ISOLAMENTO,
sificado em virtude da forma como ele é exercido e o meio em que COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES DE TRABALHO EM
ele se realiza. O filósofo italiano Norberto Bobbio dividiu o poder DIFERENTES SOCIEDADES ENTRE OS SÉCULOS VI E
em três principais formas, que são:   XVIII
- Poder econômico: é exercido por quem possui a propriedade
privada.  Fim do isolamento: entre os séculos VI e XVIII, período com-
- Poder ideológico: é exercido por aqueles que podem criar e preendido como a primeira fase da globalização, teve início um con-
influenciar as massas com suas criações, tanto por meio da mídia texto no qual predominava o isolamento das sociedades em econo-
como por meio da religião.  mias relativamente autônomas e pouco ou nada integradas entre si. 
- Poder político: é exercido pelos órgãos oficiais, com ligação ao Comunicação: assim, entre as décadas finais do século XV e
Estado. Esse poder pode ser considerado legítimo, quando voltado iniciais do século XVI, o crescimento das navegações em países
para a vida política, mas também pode ser ilegítimo, quando ocorre europeus provocou um colapso no sistema mundial corrente na
usurpação para criar um contexto de dominação simples de deter- época, dado que os meios de comunicação e transporte tiveram
minadas classes.  os seus grandes avanços iniciais no sentido da completa integração
dos mercados globais. De fato, a procura por novos negócios e, em
Relações de poder: uma relação de poder se constitui no mo- especial, por metais preciosos, especiarias, entre outras matérias-
mento em que uma pessoa temo desejo sobre algo que depende -primas, impulsionou os navegadores da Europa a empreenderem
do desejo de outro. Esse desejo cria uma relação de dependência busca por novas terras e novas rotas para os mais diversos merca-
de indivíduos classes de pessoas em relação a outros. Quanto maior dos. Por exemplo, com a tomada de Constantinopla pelos turcos-o-
for a dependência de um grupo em relação a outro, maior será tomanos, os portugueses empreenderam a busca por novas rotas
o poder que este grupo exercerá sobre aquele.  para as Índias. Resumidamente, o aspecto principal desse período
foi a formação das colônias europeias na América e, posteriormen-
O filósofo Michel Foucault destaca a evolução dos modelos de te, na África e na Ásia. Com isso, a Europa, conhecida como “velho
Poder presentes na sociedade contemporânea: continente”, se tornou o grande articulador precursor da globaliza-
Poder Disciplinar: essa nova forma de controlar o poder é com- ção e da internacionalização do sistema econômico capitalista.  
posta por quatro aspectos simultâneos para que possa existir: o Trabalho escravo: quanto às relações de trabalho, ficou
tempo, o espaço, a vigilância e o saber. Esse Poder atua na constru- consolidada, nesse período, a  Divisão Internacional do Trabalho
ção do indivíduo com o auxílio de instituições como escola e família, (DIT), que consistia no fornecimento de mercadorias pelos países
através da formação de conduta e educação da sociedade desde o europeus, enquanto as outras regiões, em especial a África, eram as
nascimento do homem.   provedoras das matérias-primas e do trabalho escravo. 
Bipoder: segundo Foucault, é a forma mais evoluída de Poder,
e se concentra na preservação da vida, sob o lema “fazer viver, dei-
xar morrer”. No bipoder, ao mesmo tempo em que se verifica um
crescimento da qualidade de vida da população, em contrapartida, DIREITOS SOCIAIS E POLÍTICOS NO CONTEXTO DO
o Estado passa a ter o poder de manipular e hierarquizar as pessoas DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA: CONTRADIÇÕES E
ao excluir parte da sociedade para fortalecer a vida de outra. DESIGUALDADES SOCIAIS

TRABALHO  Os direitos sociais devem ser entendidos pela sua relação dire-
Na sociedade contemporânea, controlada pelo modo de pro- ta com o capitalismo, pois é nessa relação que se estabelecem os
dução capitalista, o trabalho surge como primaz sobre as outras vínculos necessários. Sob o capitalismo, a natureza do trabalho é a
instâncias da vida. Para que a pessoa assuma suas relações familia- mesma natureza do direito do trabalho. Isto é, se a natureza do tra-
res, seus cuidados com a saúde, enfim, para sobreviver, ela precisa balho assalariado é a exploração, esta é então, implacavelmente, a
receber uma remuneração para ser capaz de consumir. Essa condi- mesma natureza dos direitos sociais. Os direitos sociais funcionam
ção revela que a nossa sociedade é movida pela lógica do capital, como aparato que mantém as divergências no capitalismo, ou seja,
e conforme afirmou Karl Marx, “o apogeu dessa escravização é ele que o  capitalista  continue com seu capital e o trabalhador como
só poder manter-se como sujeito físico na medida em que é um vendedor de sua força de trabalho. Em face disso, alguns estudos
trabalhador” têm apontado que a desigualdade social surgiu com o capitalismo,
Nessa realidade, não somente ao trabalho, mas também às visto que esse sistema econômico se fundamente nos conceitos
pessoas são atribuídos sentidos conforme o que elas possuem ou de acumulação de capital e de propriedade privada. O capitali-
são capazes de obter, em desvantagem daquilo que fazem ou das smo também é responsável pelo princípio da competição, por ni-
atitudes tomadas em suas vidas. Além disso, o dinheiro se apresen- velar as pessoas com base no seu capital e, consequentemente, no
ta como o sentido do trabalho”, isto é, o trabalho como mercadoria, seu poder consumo. 
como um emprego que proporciona remuneração é o significado A forma como as desigualdades se estruturam nas sociedades
valorizado pelo indivíduo. Conforme o potencial de consumo do in- capitalistas é expressada por meio das classes sociais. Segundo Karl
divíduo, a avaliação de sua qualidade de vida pode ser melhor ou Marx, dependendo de cada situação histórica, é possível encontrar,
pior. no interior das sociedades capitalistas, muitas classes sociais. Ape-
Na sociedade contemporânea, ordinariamente, as crianças não sar disso, em razão de serem capitalistas, isto é, por serem regula-
conseguem vislumbrar uma realidade sem trabalho, indicando prio- das por relações em que o trabalho assalariado e o capital são pre-
ritariamente que se não houvesse mais trabalho, não existiria possi- dominantes, e em que a propriedade é o fundamento o principal
bilidade de consumo. Em outras palavras, o trabalho é visto como o bem a ser preservado, é possível definir duas classes essenciais na
responsável pela manutenção da vida em sociedade: sem trabalho, sociedade capitalista:  
não há dinheiro nem comida, mas há fome, tristezas e doenças.  • Burguesia: é a classe dos representantes do capital, dos
proprietários dos meios de produção em uma sociedade.  

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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• Proletariado: é a classe daqueles que vendem seu traba- mãos de obra infantil e das mulheres foi outro aspecto importante
lho em troca de remuneração, dos detentores da força de trabalho na sociedade, que, até então, não contava com esses trabalhadores
geradora do lucro da burguesia.  em suas fábricas. 
Como vimos anteriormente, o Capitalismo se expandiu para vá-
As desigualdades sociais no sistema capitalista atual ocorrem rios países do mundo a partir do fim da Guerra Fria, ocasião em que
em razão de: as nações que estiveram aliadas à União Soviética aderiram a esse
• falta de oportunidades de trabalho novo sistema econômico.  
• falta de investimento nas áreas sociais, na educação, na
saúde, na cultura e nas assistência a populações mais carentes, em Os grandes conflitos entre as classes sociais:  as classes sociais
geral que compõem as sociedades capitalista (burguesia e proletariado)
• má administração de recursos (especialmente na área pú- tem se enfrentado no sentido da defesa de seus interesses ao lon-
blica) go dos anos. A noção de “mais valia”, criada por Karl Marx, é um
• concentração de poder conceito importante para o estudo sobre a luta de classes. Segundo
• má distribuição de renda essa teoria, a relação de trabalho entre as classes burguesa e pro-
• lógica de mercado do sistema capitalista, que consiste letária, em que o valor do trabalho realizado não é proporcional ao
crescer cada vez mais o lucro para as empresas e de seus donos lucro. Marx sempre colocou em questão a relação antagônica entre
burguesia e proletariado, e sua teoria instigaram o surgimento das
primeiras greves e manifestações trabalhistas.  
CAPITALISMO NO SÉCULO XX: CONSTITUIÇÃO DE Em razão disso, no decorrer dos anos surgiram então as me-
UM SISTEMA HEGEMÔNICO, TRANSFORMAÇÃO E diações feitas pelo Estado, as leis, e os sindicatos constituídos pelas
DESMOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE (A EXPANSÃO classes trabalhadoras. Para Marx, a luta de classes somente teria
CAPITALISTA NO MUNDO; OS GRANDES CONFLITOS fim com a queda do capitalismo, pois, segundo ele, o sistema fun-
ENTRE AS CLASSES SOCIAIS E AS NAÇÕES NO MUNDO damentado em compra e venda de força de trabalho tem como re-
DO SÉCULO XX) sultado a alienação, condição que, por sua vez, impossibilita que o
indivíduo volte seu olhar para si próprio, para suas necessidades e
Constituição de um sistema hegemônico: o Capitalismo con- lute por seus interesses. 
quistou sua hegemonia com o término da Guerra Fria, ocasião em Na sociedade contemporânea, o pensamento em torno da luta
que a maioria das nações que estiveram ao lado da antiga União So- de classes está relacionado também aos problemas raciais. Histo-
viética aderiram à implementação desse sistema econômico. Além ricamente, o capitalismo contribuiu para os problemas raciais na
do mencionado conflito que se deu entre Estados Unidos e União sociedade e, embora a população negra tenha alcançado cada vez
Soviética, outros fatores contribuíram para essa hegemonia, entre mais posições estratégicas no mercado, ainda é há uma grande dife-
os principais:   rença se comparamos esse crescimento ao número de posições de
- a desintegração da União Soviética e a consequente falên- destaque ocupadas pelos brancos na sociedade. Muitos estudiosos
cia do modelo de socialista  defendem que não será impossível construir uma sociedade livre
- a queda do Muro de Berlim (1989)  de opressão e sem conflitos de um grupo sobre o outro, enquanto
- os grandes avanços nas indústrias e nas tecnologias  o racismo existir.
- a formação de blocos econômicos regionais finalmente a 
- o neoliberalismo, que nada mais é do que a própria reor- Os grandes conflitos entre as nações no século XX 
ganização do capitalismo em sua nova forma atual  • Primeira Guerra Mundial: considerada o real início do sé-
culo XX, foi a partir dela que os Estados Unidos alcançaram a condi-
ção de grande potência.  
No capitalismo, os projetos hegemônicos são regidos pela clas-
se burguesa, e esta, em contrapartida, apresenta concorrências e • Segunda Guerra: da qual saiu vencedora a aliança
dos Países Aliados que contava com França, Reino Unido, Estados
divisões internas; portanto, apesar de estabelecer acordos incapa-
Unidos e União Soviética. 
zes de serem contestados, não é hegemônica. 
• Do dia “D” às bombas atômicas: a articulação dos aliados
Transformação e desmobilização da sociedade (a expansão
teve o seu apogeu no chamado Dia D, que consistiu em uma co-
capitalista no mundo; os grandes conflitos entre as classes sociais lossal operação militar realizada em 06 de junho de 1944, com o
e as nações no mundo do século XX)  objetivo de libertação da Europa a partir do litoral francês.
Tendo surgido na Europa Ocidental, que conjecturou, a partir
• Guerra Fria: com o fim da Segunda Guerra Mundial, sur-
da queda do sistema feudal, a ascensão de indústrias e comércios, giram divergências entre as potências vencedoras em razão das di-
além do desenvolvimento das cidades, o Capitalismo tem suas raí- ferentes visões de mundo e dos diferentes projetos políticos. Esse
zes na A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra nas primeiras conflito, de ordem político-ideológico, foi travado entre Estados
décadas do século XVIII. Os primeiros períodos dessa revolução fo- Unidos e União Soviética (URSS), e durou de 1947 e 1991. O prin-
ram marcados pelas melhorias dos processos de produção indus- cipal impacto foi a polarização do mundo em dois grandes blocos,
trial, contribuindo para a substituição das ferramentas pelas máqui- um alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo. Esse
nas. Com isso, a grande produção mecânica passou a predominar e conflito também envolveu as corridas armamentista e espacial. 
ocorreu a separação do capital e do trabalho. Os meios de produção
concentraram-se nas mãos de poucos e o trabalho assalariado, base
do capitalismo, passou a ser predominante. 
A consolidação do capitalismo transformou intensamente a
vida de grande das pessoas. Uma considerável parcela população
rural partiu de suas terras em direção às cidades, para trabalhar nas
indústrias; esse movimento migratório levou ao crescimento abun-
dante das zonas urbanas e, consequentemente, da população. As

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
ses documentos seja feita de maneira que possibilite despertar o
QUESTÕES DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS NO interesse no aluno e não o contrário, por isso é importante que o
ENSINO DE HISTÓRIA (O CONCEITO DE SEQUÊNCIA documento tenha uma linguagem clara, não seja muito extenso e
DIDÁTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA, DIFERENTES não seja de uma temática demasiada complexa para ser explorada.
FONTES DE INFORMAÇÃO NAS AULAS DE HISTÓRIA, Quanto à maneira de explorar o documento, é essencial que o
METODOLOGIA DE USO DE DOCUMENTO HISTÓRICO professor saiba direcionar os seus alunos a um ponto de vista crítico
NO ENSINO, INTERDISCIPLINARIDADE E ENSINO DE do que eles estão observando, às vezes mais, outras vezes menos,
HISTÓRIA)
dependendo do tipo de documentação que for trabalhada. 

Sequência didática no ensino de História: trata-se de uma Interdisciplinaridade e ensino de História: em termos gerais,
forma de organizar, metodologicamente, de forma sequencial, a a interdisciplinaridade busca, fundamentalmente, a relação entre
execução das atividades em sala de aula. Elas ajudam a melhorar a as disciplinas no momento de enfrentar temas de estudo. A aplica-
educação e a interação do professor e aluno, e deste com os demais ção dos métodos que aplicam a interdisciplinaridade para o ensino
colegas, em relação aos assuntos propostos pela BNCC e com seu da História é uma necessidade que visa à facilitação do trabalho do
entorno. Uma sequência didática no ensino de História tem, basi- professor e à melhoraria o desempenho do aluno. A utilização de
camente, o objetivo de auxiliar o aluno perceber-se como sujeito materiais diversificados no ensino da História propicia uma maior
histórico, valorizar e conhecer a história local, buscando no estudo exploração e visualização do conteúdo com enfoques diferentes,
das sociedades, que influenciaram a formação das sociedades do que vai de acordo com o objetivo desejado pelo professor. O livro
mundo e em especial a sociedade brasileira, abrangendo o campo didático não deve ser o único instrumento de ensino em uma sala
político, social e econômico.  de aula, pois isso limita a criatividade do professor e contribui com
As diferentes fontes de Informação nas Aulas de História:  a a defasagem do ensino. Essa prática possibilitaria a interação entre
utilização de materiais diversificados no ensino da História propicia alunos e professores, além de um debate mais participativo voltado
uma maior exploração e visualização do conteúdo com enfoques para a resolução de questões próprias e cotidianas.
diferentes, que vai de acordo com o objetivo desejado pelo pro-
fessor. O livro didático não deve ser o único instrumento de ensino
em uma sala de aula, pois isso limita a criatividade do professor EXERCÍCIOS
e contribui com a defasagem do ensino. Dentre os materiais mais
acessíveis estão:
• livro didático: os livros atuais passaram a deixar a estru- 1. (SEAP - DF — PROFESSOR DE HISTÓRIA — IBFC — 2018)
tura apenas textual para adotarem gravuras e mapas; tendência Tempo e temporalidade são consideradas categorias centrais para o
dominante e que se intensifica aceleradamente. Constituem ainda conhecimento histórico, segundo as Orientações Curriculares para
depositário de informações, pois difunde o saber de diversos pes- o Ensino Médio (2006):
quisadores. No livro didático estão grande parte das técnicas de I. É fundamental levar o aluno a perceber as diversas
aprendizagem, como sugestões de trabalho e exercícios.  temporalidades no decorrer da História e sua importância nas for-
• imagens: a pintura tem grande serventia no ensino de mas de organizações sociais e de conflitos;
História, pois ela compõe um discurso sobre o seu tempo; a obra II. Tempo e temporalidade representam um conjunto complexo
dialoga com questões, temas, critica-os, apresenta-os, satiriza-os, de vivências humanas, produto cultural forjado pelas necessidades
denuncia-os.  concretas das sociedades historicamente situadas;
• mídias: esses meios de comunicação, especialmente a III. Importante ressaltar as periodizações dos calendários e das
mídia televisiva, não destrói de todo as representações e as ex- contagens dos tempos como foram sendo historicamente construí-
pressões das sociedades sobre si e sobre o mundo, e, apesar de dos para que o aluno elabore, de forma problematizada, seus pró-
apresentar-nos como resultado do processo de globalização, não prios pontos de referência como marcos para as explicações de sua
devemos assimilar as informações e definições da televisão como própria história de vida, assim como da história dos homens em
verdades definitivas.  geral.
• museu: visitas a esses locais têm o objetivo de propor-
cionar aos alunos o contato com preciosidades do nosso patri- É correto o que se afirma em:
mônio histórico. É a concepção do objeto material como objeto (A) I, II e III.
testemunho.  (B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
Metodologia de uso de documento histórico no ensino: o uso (D) Apenas III.
de documentos históricos no ensino de história é uma alternativa
positiva para despertar no aluno o interesse real de como se traba-
lha a história, desconstruindo a ideia de uma disciplina meramente
acumuladora de fatos e memorização dos mesmos. Os documen-
tos históricos já são utilizados como meio didático para auxiliar
na educação básica. É importante destacar que, em posse desses
documentos, os estudantes passarão a participar de forma ativa
na aula, deixando de serem sujeitos passivos que apenas serviam
como receptores das informações passadas pelo professor, tornan-
do-se sujeitos ativos do saber. 
O documento pode ser trabalhado pelo professor de diversas
maneiras, seja para ilustrar acontecimentos, para dar introdução a
uma determinada problemática, ou para servir de instrumento de
reforço de uma ideia expressada. É importante que a seleção des-

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
2. (PREF. DE FORTALEZA - CE — PROFESSOR DE HISTÓRIA — Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as
PREF. DE FORTALEZA - CE — 2022) O problema da ocupação e do transformações ocorridas na produção historiográfica do século XIX
uso do espaço pelos homens, que tão bem caracterizou o mundo ao presente, julgue os próximos itens.
ocidental nos tempos finais da Idade Média e que será utilizado “O ofício do historiador requer, prioritariamente, ao se proce-
para iniciar este livro, assumiu dimensões planetárias quando os der à pesquisa documental, a preocupação de contextualizar o do-
europeus, barrados nas rotas tradicionais do Mediterrâneo fecha- cumento, isto é, de entender o texto no contexto de sua época, o que
das pelos turcos, avançaram pelos espaços atlânticos. Esse largo pressupõe, entre outras exigências, compreender o significado das
movimento representa um dos principais sentidos do Renascimen- palavras e das expressões”.
to, pois foi por meios de viagens da expansão e da conquista que o ( ) CERTO
velho continente saltou de suas fronteiras para promover o nasci- ( ) ERRADO
mento da “Europa fora da Europa” - na feliz imagem do historiador
Jean Delumeau. 5. (PREF. DE SÃO LUÍS - MA — PROFESSOR DE HISTÓRIA —
(MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo, Contexto, 2013, p. 11.) CESPE — 2017) Há cerca de quatro milhões de anos, um ramo dos
A citação acima fala do considerado início da Idade Moderna primatas que viviam em árvores começou a experimentar um novo
em que as transformações socioculturais e científicas marcam toda meio de vida, aventurando-se em extensas pradarias, onde alguns
a Europa e os demais continentes. Nesse sentido, Miceli está se re- passaram, então, a dominar a arte de caminhar sobre duas patas.
ferindo ao (à/às): Seus cérebros se avolumaram com a experiência de usar as mãos,
(A) Rotas para a Índia. agora livres para produzir ferramentas que os ajudassem a sobre-
(B) Grandes Navegações. viver nas condições mais hostis causadas pela mudança climática.
(C) Descoberta das Américas. Chimpanzés de duas patas evoluíram rapidamente em criaturas
(D) Renascimento comercial. como você e eu ― primatas que aprenderam a conversar, cantar,
acender fogueiras e até a desenhar.
3. (PREF. DE CHAPECÓ - SC — PROFESSOR DE HISTÓRIA — FE- Christopher, L. O que aconteceu na história? RJ: Intrínseca, 2011.
PESE — 2018) Analise as afirmativas abaixo.
1. As populações indígenas brasileiras são de origem histórica Com relação ao processo de humanização e à dinâmica da for-
diversa e, da perspectiva linguística, étnica e cultural, se constituí- mação das sociedades pré-históricas, assinale a opção correta.
ram como sociedades distintas. (A) Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento
2. As melhores definições de índios são aquelas que os expli- da agricultura e da criação de animais foi a mudança climática,
cam por suas coletividades, como povos, nações, sociedades, et- ocorrida há cerca de catorze mil anos, que elevou a temperatu-
nias, tribos. ra média do planeta.
3. Quando da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, eles (B) A compreensão de eventos, estruturas e processos que
encontraram populações indígenas numerosas e perceberam que constituíram as sociedades humanas pré-históricas prescindiu
se encontravam em estágio evolutivo igual ao das populações da de teorias, análises e informações advindas do campo da his-
pré-história europeia. tória natural.
4. As populações indígenas brasileiras contemporâneas des- (C) O chimpanzé comum é o ancestral direto da espécie homo
cendem de uma única leva imigratória humana que chegou à Amé- sapiens, isto é, do ser humano tal como o conhecemos.
rica há aproximadamente 90 mil anos. (D) No processo de difusão da espécie humana pelo território
5. Pré-História do Brasil compreende a existência de uma cres- planetário, a migração de populações da África para o conti-
cente variedade linguística, cultural e étnica, que acompanhou o nente americano foi facilitada em razão da contiguidade terri-
crescimento demográfico das primeiras levas constituídas por pou- torial existente antes da chamada deriva continental.
cas pessoas. (E) As migrações da espécie humana foram determinantes para
o desaparecimento gradual da maioria das espécies de dinos-
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. sauros.
São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
(A) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5. 6. (PREF. DE SÃO LUÍS - MA — PROFESSOR DE HISTÓRIA —
(B) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. CESPE — 2017) Relativamente a aspectos conceituais que envolvem
(C) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5. os arquivos, inclusive quanto ao papel que eles representam na pre-
(D) São corretas apenas as afirmativas 3, 4 e 5. servação da memória e do patrimônio cultural, julgue os itens que
se seguem.
4. (CORREIOS — ANALISTA — CESPE/CEBRASPE — 2017) A Consagrada constitucionalmente, a garantia de pleno exercício
relação entre os historiadores e as fontes documentais, mais espe- dos direitos culturais e de acesso às fontes da cultura nacional é
cificamente as que se encontram em arquivos, não foi sempre a obrigação do poder público, ao qual incumbe, ainda, apoiar e in-
mesma, como nos mostram importantes e divulgados trabalhos de centivar a valorização e a disseminação das manifestações culturais.
historiografia. Dos que viam nos documentos fontes de verdade, ( ) CERTO
testemunhos neutros do passado, aos que analisam seus discursos, ( ) ERRADO
reconhecem seus vieses, desconstroem seu conteúdo, contextuali-
zam suas visões, muito se passou. 7. (PREF. DE JOAQUIM GOMES - AL — PROFESSOR DE HISTÓ-
Carlos Bacellar, Uso e mau uso dos arquivos. In: Carla Bassanezi Pinsky RIA — ADM&TEC — 2019) Leia as afirmativas a seguir: 
(Org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005, p.25 (com adapta- I. O trabalho escravo é uma característica do sistema de planta-
ções) tion utilizada nas Américas. 
II. O emprego da mão de obra escrava fez parte das decisões do
Governo Geral durante o Brasil Colônia. 

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
Marque a alternativa CORRETA: (A) A adoção desse referencial torna possível analisar textos
(A) As duas afirmativas são verdadeiras. como documentos de época, cujos autores pertencem a um
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. determinado período histórico e são portadores de referências
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. que podem auxiliar a compreensão do tempo e do contexto
(D) As duas afirmativas são falsas. vivido e estudado.
(B) Os estudos literários teriam como principal objetivo desen-
8. (PREF. DE SÃO LUÍS - MA — PROFESSOR DE HISTÓRIA — volver o apreço pela leitura e forneceriam, dessa forma, ele-
CESPE — 2017)  A pobreza é parte de nossa experiência diária. Os mentos para uma análise mais profunda e uma melhor com-
impactos destrutivos das transformações em andamento no capita- preensão das relações entre conteúdo e forma.
lismo contemporâneo vão deixando suas marcas sobre a população (C) Atualmente a Literatura tem sido de uso exclusivo da Língua
empobrecida: o aviltamento do trabalho, o desemprego, os Portuguesa, porém, pode-se romper com essa exclusividade e
empregados de modo precário e intermitente, os que se tornaram promover atividades que estejam mais integradas com os tex-
não empregáveis e supérfluos, a debilidade da saúde, o desconfor- tos literários para os alunos do Ensino Médio.
to da moradia precária e insalubre, a alimentação insuficiente, a (D) O uso de textos literários em estudos de História deve ser
fome, a fadiga, a ignorância, a resignação, a revolta, a tensão e o feito sempre em conexão com a disciplina Língua Portuguesa,
medo são sinais que muitas vezes anunciam os limites da condição favorecendo, dessa forma, o trabalho disciplinar.
de vida dos excluídos e subalternizados na sociedade.
Yazbek, Carmelita. Classes subalternas e assistência social. SP: Cortez,
2009. GABARITO
Tendo o texto anterior como referência inicial e considerando
as diferentes expressões da questão social e suas formas de enfren- 1 A
tamento pelo serviço social, bem como o conceito de cidadania,
julgue o item subsecutivo.  2 B
No sistema capitalista, a socialização da riqueza, ainda que par- 3 B
cial, resolve a desigualdade.
( ) CERTO 4 CERTO
( ) ERRADO 5 A
6 CERTO
9. (INSTITUTO RIO BRANCO — ANALISTA — CESPE/CEBRASPE
— 2018) Em contraste com sistemas econômicos tradicionais, o ca- 7 A
pitalismo institucionaliza uma organização da atividade econômica 8 CERTO
na qual os atores são forçados a se orientar na direção de um futuro
aberto e imprevisível. Tal futuro representa duas coisas: promessas 9 CERTO
de possibilidades ilimitadas para os atores, bem como uma ameaça 10 A
permanente aos seus status econômicos.
Jens Beckert. Reimaginando a dinâmica capitalista. In: Tempo Social.
Revista de Sociologia da USP.
ANOTAÇÕES
A articulação entre ciência e indústria foi uma das marcas dos
anos dourados do capitalismo, no pós-Segunda Guerra, quando os
investimentos em pesquisa tornaram-se parte significativa dos cus- ______________________________________________________
tos de produção e aumentaram o distanciamento entre países ricos
e países pobres.  ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________
10. (PREF. DE JOAQUIM GOMES - AL — PROFESSOR DE HIS-
TÓRIA — ADM&TEC — 2019) No tocante aos usos didáticos de ______________________________________________________
documentos, Circe Bittencourt trabalha e analisa o uso da Litera-
tura como documento interdisciplinar nas práticas de ensino de ______________________________________________________
História. Para a autora, “Romances, poemas, contos são textos que
contribuem, pela sua própria natureza, para trabalhos interdiscipli- ______________________________________________________
nares. O uso de textos literários por outras disciplinas faz parte de
uma longa ‘tradição escolar’ que remonta ao período em que domi- ______________________________________________________
nava o currículo humanístico”.
BITTENCOURT, Maria. Ensino de História: fundamentos e métodos. SP: ______________________________________________________
Cortez.
______________________________________________________
Sobre a temática da Literatura em conexão com a História, Cir- ______________________________________________________
ce Bittencourt identifica uma relação de inúmeros benefícios. A res-
peito desses benefícios, é correto afirmar: ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO - HISTÓRIA
ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
CURRÍCULOS E ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Para ocorrerem situações de ensino e de aprendizagem esco-


SÃO PAULO (SP). SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCA- lares é inerente aos currículos definições de conteúdos. Especifica-
ÇÃO. COORDENADORIA PEDAGÓGICA. CURRÍCULO mente no ensino de História, é importante reconhecer que a sele-
DA CIDADE: ENSINO FUNDAMENTAL: COMPONENTE ção e a escolha de conteúdos devem estar “em consonância com
CURRICULAR: HISTÓRIA. – 2.ED. – SÃO PAULO: SME / as problemáticas sociais marcantes em cada momento histórico”
COPED, 2019 (BEZERRA, 2003, p. 39). Assim, o diagnóstico das questões atuais
orientou o reconhecimento de que, a partir do final do século XX,
Introdução e concepções do componente curricular passou a existir uma predominância de um modo de viver cotidiano
O documento curricular reconhece que os conteúdos ensinados e capitalista que, na perspectiva de uma formação histórica, precisa
em História na escola mantêm relações com as finalidades educati- ser estudado, analisado e questionado. Considerando que as socie-
vas e culturais direcionadas para a educação escolar pela sociedade dades são complexas, para melhor entender essa predominância
em que está inserida. Os autores André Chervel e Marie-Madeleine é importante também estudar os embates históricos com outros
Compère (1999) discutem que uma das preocupações da educação, modelos de sociedade que se impuseram e resistiram a esse modo
a partir das últimas décadas do século XX, tem sido a de explicitar de vida no presente e no passado, assim como as classes sociais e
as finalidades das disciplinas escolares e suas contribuições dentro grupos que discordaram, confrontaram e projetaram outras alter-
dos currículos. Nessa perspectiva, por exemplo, o documento de nativas econômicas, políticas, sociais e culturais.
História dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1997) e das Para serem estudadas historicamente, as grandes problemáti-
Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendi- cas contemporâneas dependem de conceitos e de seus desdobra-
zagem para o Ensino Fundamental ciclo II: História, da Secretaria mentos em categorias de análise. Desse modo, importantes con-
Municipal de Educação - SME (2008), já apresentavam históricos ceitos são didaticamente enfatizados na escola, com o intuito de
das diferentes finalidades do ensino ao longo dos currículos bra- possibilitar aos estudantes um entendimento e reflexões históricas.
sileiros e, também, como naqueles contextos específicos traçavam Antes de especificar quais são os importantes conceitos histó-
grandes preocupações que poderiam ser orientadoras das escolhas ricos na escola, é importante distinguir noções, conceitos e catego-
internas ao currículo da disciplina. rias. As noções são ideias parciais ou particulares de algo. As noções
Assim, é importante identificar como o ensino de História pode de tempo, por exemplo, contribuem para nossa percepção especí-
contribuir para a formação de crianças, jovens e adultos que moram fica de ciclos da natureza ou passagem do tempo. Já os conceitos
na Cidade de São Paulo e que pertencem a uma sociedade comple- generalizam ideias que abarcam o todo de algo que está sendo pen-
xa com sua diversidade cultural e histórica e imersa em um con- sado. Eles incluem um esforço de abranger o todo, ou tudo o que
texto histórico nacional e mundial, com demandas que valorizam a não pode deixar de ter ou ser.
interatividade e equidade entre os povos, as culturas, os gêneros, São, portanto, abstratos e não fazem recorrência a determina-
as etnias e os variados grupos sociais, envolvendo abertura para da qualidade, característica ou manifestação. O conceito de tempo,
debates, intercâmbios e assimetria de poder. por exemplo, é muito complexo, porque, para ser concebido, de-
O documento também considera que os conteúdos estudados manda uma síntese abstrata do que ele potencialmente pode ser.
e os trabalhos produzidos em História na escola decorrem de um Por suas características, os conceitos são sempre abertos, pois po-
múltiplo diálogo entre a história da disciplina, as práticas e escolhas dem ser reorganizados a partir de novas sínteses e novas ideias. Já
dos professores, da área de conhecimento de referência, das soli- as categorias são conceitos que assumem a potencialidade de pro-
citações de estudantes e de suas famílias, dos materiais didáticos vocar relações entre fatos e ideias. No caso do conceito de mudan-
disponíveis e das questões históricas contemporâneas que solici- ça, por exemplo, pode ser empregado como categoria de relações
tam entendimento, além do princípio de que os estudos históricos temporais, possibilitando a comparação de um mesmo fato em dois
consolidam vínculos de identidade com instituições, grupos sociais, momentos no tempo, com a indicação se houve ou não transforma-
memórias e localidades. Reconhece, ainda, a importância de definir ções. (BEZERRA, 2003).
objetivos e conteúdos que favoreçam uma formação comprometida Entre os conceitos históricos escolares estão aqueles que são
com a análise, posicionamento e participação diante da complexi- intrínsecos ao conhecimento histórico, como os que incluem a iden-
dade da realidade vivida. A partir das premissas apresentadas, pro- tificação e seleção dos eventos a serem estudados (fato histórico),
põe a ideia de que os estudos históricos escolares devem contribuir as pessoas, grupos ou instituições neles envolvidos (sujeito histó-
para: rico), o contexto em que ocorreram (tempo histórico) e como eles
a) identificar problemas enfrentados pela sociedade na atuali- puderam ser conhecidos e estudados (fonte histórica). Esses con-
dade e aqueles enfrentados no passado; ceitos estruturam o modo de pensar historicamente, mas também
b) investigar quais entendimentos são necessários para dimen- são construções históricas, possuem historicidade, e estão vincula-
sionar as questões contemporâneas em perspectivas históricas; dos a diferentes linhas teóricas que os fundamentam.
c) conhecer, analisar, questionar e intervir na organização da Assim, não há uma única definição para cada um deles. Os
sociedade em que se vive, na perspectiva de sua diversidade. conceitos históricos têm passado por transformações. No sécu-
lo XIX, fato histórico era entendido como uma realidade dada, já
pronta, que cabia ao historiador identificar e organizar para compor

57
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
CURRÍCULOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
a História. Ao longo do século XX, por meio de inúmeros embates posicionamentos na disputa por seu lugar no imaginário social das
e questionamentos, os fatos para serem históricos passaram a ser sociedades, dos grupos sociais e de povos. A cultura, que confere
referendados em documentos, que, por sua vez, devem ser critica- identidade aos grupos sociais, não pode ser considerada produ-
mente analisados quanto à sua veracidade e seus discursos. Já fonte to puro ou estável. As culturas são híbridas e resultam de trocas
histórica, que esteve vinculada à ideia de testemunho e unicamen- e de relações entre os grupos humanos. Dessa forma, podem im-
te às produções escritas, passou a ser mais amplamente entendida por padrões uns sobre os outros, ou também receber influências,
como obras de sujeitos e de contextos, que necessitam ser mais constituindo processos de apropriações de significados e práticas
profundamente analisadas e diversificadas, incluindo os mais diver- que contêm elementos de acomodação-resistência. Daí a impor-
sos vestígios produzidos pelas sociedades – material, oral, escrito, tância dos estudos dos grupos e culturas que compõem a História
iconográfico, cartográficos etc. O conceito de fonte histórica provo- do Brasil, no âmbito das relações interétnicas. O estudo da África e
ca questionamentos e interpretações das representações internas das culturas afro-brasileiras, assim como o olhar atento às culturas
às diferentes linguagens e meios de comunicação, expressão e arte indígenas, darão consistência à compreensão da diversidade e da
(PROST, 2008). unidade que fazem da História do Brasil o complexo cultural que lhe
Por sua vez, o sujeito histórico, que antes era identificado como dá vida e sentido. (BRASIL, 2006, p. 77).
governantes e heróis, incorporou ao longo do século XX as pessoas
comuns na sua diversidade de etnia, gênero, idade, grupos e classes O conceito de história e de cultura promovem análises e con-
sociais (PROST, 2008). Desse conceito, na sociedade atual, derivou frontações entre modos de vida no tempo e entre povos, fazendo
o de protagonismo histórico, com estudos que evidenciam e valori- uso de categorias de diferenças e semelhanças.
zam as ações, mesmo que de resistência e mesmo que restritas ao O conceito de interculturalidade incorpora a ideia de que no
cotidiano de indivíduos e grupos sociais pouco visibilizados e pou- interior de uma sociedade existem diferentes grupos sociais e cul-
co estudados historicamente, como os indígenas, as mulheres e os turais e que existe uma ação deliberada de inter-relações entre eles.
afrodescendentes (DIAS, 1983). Nesse sentido, é um conceito que evidencia esses convívios e as
Como os demais conceitos, o tempo histórico também foi ob- transformações desencadeadas por eles, constituindo processos
jeto de estudo de muitos historiadores, que romperam com a única históricos e dinâmicos de elaborações e reelaborações culturais.
ideia de um tempo medido e organizado por uma cronologia line- Agrega-se a esse conceito, o de culturas híbridas, que resultam das
ar. Outras percepções incorporaram o conceito de duração e de relações de trocas e de apropriações culturais entre os grupos hu-
ritmos de tempo (percebidos subjetiva e socialmente como mais manos, mobilizando a construção de identidades abertas e em re-
ou menos acelerados, como tempo de natureza, tempo de fábrica construção permanente (CANDAU, 2012).
etc.). No caso da duração, os historiadores passaram a estudar os Ainda cabe explicitar um conceito próprio da esfera do ensino,
acontecimentos a partir de avaliações de suas extensões de tempo, que é valioso para essa proposta: o de interdisciplinaridade. Ele é
podendo qualificá-los como de longa duração (estrutura), de média aqui entendido como vínculos temáticos entre as disciplinas para a
duração (conjuntura) e de curta duração (breve). Os conceitos his- criação de uma abordagem comum em torno de um mesmo objeto
tóricos de tempo e de duração instigam a construção de relações de conhecimento. Nesse caso, a abordagem requer estudos históri-
temporais entre cos mais aprofundados, para identificar como especificamente po-
acontecimentos a partir de categorias de mudança/transfor- dem contribuir, junto com os estudos de outras disciplinas, para a
mação, permanência, sucessão, continuidade, simultaneidade, des- compreensão da complexidade de determinado objeto de estudo.
continuidade e ruptura. Já o conceito de história, de modo amplo, Por exemplo, as relações da sociedade com a natureza passaram a
pode ser entendido como realidade social e também como conhe- ser objeto de estudo da história, constituindo o que se denomina
cimento científico que estuda a realidade social, os acontecimentos hoje de história ambiental, que gradativamente tem fundamentado
humanos de uma sociedade, na perspectiva do tempo (LE GOFF, também propostas escolares (BITTENCOURT, 2004).
1990). E, como outros conceitos, a história como ciência também A proposta de ensino de história aqui apresentada, consideran-
tem sido circunscrita a partir de concepções diferenciadas, como do as problemáticas contemporâneas e os conceitos já delineados,
decorrências dos embates historiográficos. A história tradicional do apresenta a ideia de que as situações de ensino e de aprendizagem
século XIX sustentava-se na ideia de continuidade e de um passado devem possibilitar, no Ensino Fundamental, que os estudantes:
verdadeiro. Porém, as reflexões desencadearam outros entendi- • adquiram uma formação integral, que não fique restrita ape-
mentos: a consciência da distância entre o presente e o passado; a nas à aquisição de informações e conceitos, mas que também pos-
interferência da mediação do sujeito histórico que investiga, narra e sibilite o aprendizado de procedimentos e atitudes, que ampliem
faz escolhas teóricas; os obstáculos do acesso às fontes para aproxi- domínios práticos e intelectuais e reforcem valores e princípios éti-
mações com o passado; a fragmentação documental; a reavaliação cos valiosos à sua sociedade (ZABALA, 1996);
dos protagonistas históricos e do papel da memória na sua relação • aprendam a agir pessoal e coletivamente com criticidade, au-
com a história etc. (PROST, 2008). tonomia, responsabilidade, flexibilidade e determinação, tomando
Entre os conceitos de referência das Ciências Humanas, é im- decisões com base nos conhecimentos construídos por eles na es-
portante salientar o de cultura e seus desdobramentos nos de inter- cola segundo princípios éticos e democráticos (BRASIL, 2017);
culturalidade e hibridismo cultural. Esses são conceitos que estão • percebam-se como sujeitos históricos que interagem e res-
presentes em atuais propostas curriculares das Ciências Humanas. peitam outros sujeitos da sociedade em que vivem, na sua diver-
O conceito de cultura é assim apresentado nas Orientações Curricu- sidade (gênero, etnia, social, política, econômica, classe, crenças,
lares de Ensino Médio: entre outras), e pertencentes a diferentes sociedades de tempos e
espaços historicamente constituídos;
A cultura não é apenas o conjunto das manifestações artísticas • identifiquem, analisem e reflitam sobre os fatos históricos
e materiais. É também constituída pelas formas de organização do eleitos para explicar a história do presente e do passado, questio-
trabalho, da casa, da família, do cotidiano das pessoas, dos ritos, nando, confrontando e relacionando-os entre si e com os sujeitos
das religiões, das festas. As diversidades étnicas, sexuais, religiosas, históricos que os protagonizaram, a partir de referências temporais
de gerações e de classes constroem representações que constituem e espaciais;
as culturas e que se expressam em conflitos de interpretações e de

58
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
CURRÍCULOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
• compreendam e analisem diferentes referências temporais
para os estudos históricos, como os tempos de vivências sociais e SÃO PAULO (SP). SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCA-
durações de tempo como permanências, mudanças e padrões de ÇÃO. COORDENADORIA PEDAGÓGICA. CURRÍCULO DA
medidas temporais; CIDADE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: HISTÓ-
• distingam e analisem como diferentes sociedades constituem RIA. – SÃO PAULO: SME / COPED, 2019
seus territórios e como historicamente as sociedades constroem
noções e representações de diferentes espaços, vividos e imagina- Currículo da Cidade – EJA1
dos; A Secretaria Municipal de Educação (SME), com objetivo de po-
• identifiquem e compreendam as atuações de protagonismo tencializar o ensino e a aprendizagem dos estudantes da Educação
histórico de diversos grupos e sociedades na luta por legitimidade e de Jovens e Adultos (EJA) no Município de São Paulo, apresenta o
reconhecimento de seus projetos específicos em diferentes tempos Currículo da Cidade: Educação de Jovens e Adultos que constitui-se
e espaços sociais; como o resultado de um trabalho coletivo e dialógico que contou
• reconheçam a interculturalidade nas práticas sociais, iden- com a participação de professores das diversas formas de atendi-
tificando as representações construídas em relação ao outro, res- mento da EJA (Regular, Modular, Centros Integrados de Educação
peitando e acolhendo os indivíduos, os grupos e as culturas, consi- de Jovens e Adultos – CIEJAs e Movimento de Alfabetização de São
derando-os como imersos em processos contínuos de elaboração, Paulo – MOVA), representantes das Diretorias Regionais de Educa-
construção e reconstrução de seus vínculos e identidades, e valori- ção (DREs), técnicos da Coordenadoria Pedagógica (COPED) e pes-
zando suas diferenças e historicidades; quisadores da área.
• reconheçam e analisem as culturas híbridas e como elas esta-
belecem novas raízes, a partir de encontros, conflitos e negociações → História – EJA
históricas; A aprendizagem de História se inscreve numa concepção de
• estabeleçam relações entre diversas áreas de conhecimento, educação emancipadora e permanente e, para tal, necessita reali-
considerando a complexidade dos objetos de estudo; zar um diálogo com os conhecimentos prévios, com as noções tra-
• apropriem-se da leitura e da escrita e desenvolvam o gosto zidas pelos estudantes sobre o conhecimento histórico a partir de
e o prazer de conhecer e de se aproximar de diferentes escritores, suas vivências sociais e culturais. O estudante jovem e adulto traz
perspectivas, bem como realidades fictícias e históricas; consigo uma série de saberes estruturados, modelos de mundo,
• saibam lidar criticamente com a informação histórica disponí- compreensão de fatos e valores consolidados.
vel, atuando com discernimento e responsabilidade nos contextos É, pois, por meio de uma ação continuada que o processo edu-
das culturas digitais (BRASIL, 2017). cativo se realiza, em um constante dialogar com os conhecimentos
prévios, para que se possa ampliar a capacidade de interpretação
É importante ressaltar o compromisso das políticas públicas da realidade por meio de procedimentos como a leitura, o estudo, a
com a qualidade da educação, que inclui fundamentalmente a valo- reflexão, a pesquisa e a intervenção no meio e na sociedade.
rização docente. O professor é o principal mediador do processo de A História deve contribuir para que a cidadã e o cidadão que
ensino e de aprendizagem, sensível aos saberes das crianças, jovens enfrentam um cotidiano desafiador, complexo e intrincado possam
e adultos e às expectativas de formação projetadas pelas famílias e atribuir sentidos à sua existência e compreender que o acontecer
pela sociedade em geral, além de ser o construtor das diferentes humano se faz no tempo e no espaço, questionando-se permanen-
didáticas desenvolvidas em sala de aula. É necessário reconhecer, temente suas vivências pessoais, sociais e cotidianas. Fundamental
assim, sua atuação como pesquisador na perspectiva da educação para se compreender o momento presente e ter condições de inter-
integral, considerando as especificidades dos estudantes do século pretar o mundo de forma autônoma.
XXI (TARDIF, 2001).
O presente documento, em sua integralidade, encontra-se dis-
Direitos de aprendizagem de história posto no seguinte endereço eletrônico:
O ensino de História na Educação Básica tem por finalidade https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/
possibilitar ao estudante reconhecer-se sujeito histórico, adqui- uploads/2020/03/CC-EJA-Historia.pdf
rir consciência de si e preparar-se para o exercício da cidadania
tal como é estabelecido na Lei nº 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, à qual foram incorporadas alterações
com a aprovação da Lei nº 10.639, de 2003, que incluiu no currículo SÃO PAULO (SP). SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCA-
oficial das redes de ensino a obrigatoriedade da temática História ÇÃO. COORDENADORIA PEDAGÓGICA. CURRÍCULO DA
e Cultura Afro-brasileira e da Lei nº 11.645, de 2008, que tornou CIDADE: ENSINO MÉDIO: ÁREA DE CONHECIMENTO:
obrigatório no Ensino Fundamental e Médio, nas escolas brasileiras CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS. – SÃO
públicas e particulares, o estudo da História e Cultura Afrobrasileira PAULO: SME / COPED, 2021
e Indígena.
Para o ensino de História, há que se considerar os princípios da O estudo das Ciências Humanas na escola de Ensino Médio é
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar saberes com constituído pelos componentes de Filosofia, Geografia, História e
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, garantindo o res- Sociologia. Tem como propósito dar continuidade aos estudos re-
peito à liberdade, o apreço à tolerância, bem como a valorização da alizados no Ensino Fundamental, considerando com maior profun-
experiência extraescolar, das práticas sociais, da diversidade étnico- didade os saberes organizados ao longo da história até a contem-
-racial e da qualidade social da educação. poraneidade, para compreensão, reflexão, interpretação crítica e
posicionamentos diante da multiplicidade de relações humanas, no
Prezado(a), para estudar todo o documento, acesse: ht- tempo e no espaço, e nas diferentes relações com a natureza.
tps://acervodigital.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uplo-
ads/2021/08/CC-Historia.pdf
1 https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/educacao-de-jovens-e-adultos-e-
ja/publicacoes-eja/curriculo-da-cidade-eja/

59
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
CURRÍCULOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
O que o estudante vivencia na escola resulta da integração de de uma multiplicidade de tempos, temporalidades, espaços, paisa-
uma diversidade de conteúdos provenientes de diferentes fontes gens, vivências sociais e concepções históricas, geográficas, filosó-
de saberes, que incluem: aqueles que são cotidianos na sociedade; ficas e sociológicas.
o imaginário de estudantes e de suas famílias; os conhecimentos Além das referências e problemáticas comuns e complemen-
científicos e suas histórias; as condições sociais, econômicas e po- tares das Ciências Humanas, há a sugestão de evidenciar no Ensino
líticas de cada período histórico e suas implicações éticas, filosó- Médio as peculiaridades dos recortes de estudo, das questões e das
ficas e artísticas; as proposições das correntes educacionais que análises particulares dos componentes curriculares, como campos
orientam como se aprende; as histórias das tradições escolares; as disciplinares específicos, com seus temas, conceitos, categorias,
histórias profissionais e de vida dos professores e professoras; e as procedimentos e abordagens teóricas distintas.
condições dadas pela realidade local, espacial, social, cultural, po- O componente curricular Sociologia, por exemplo, tem uma
lítica e educacional. Assim, tudo o que se estuda na escola possui historicidade bastante diversa de outros componentes do currículo,
historicidade e é produto das relações entre indivíduos, grupos e pois é muito recente e, também, representa um campo de estudo,
sociedades, resultando em experiências únicas. o das Ciências Sociais, que inclui Sociologia, Antropologia e Ciência
Um documento de referência, organizando determinadas pro- Política. O histórico escolar desse campo de conhecimento projeta
posições de saberes científicos e educacionais, não se concretiza alternativas possíveis do que e como abordar, sugerindo práticas
em si mesmo no universo escolar. Cada escola tem uma realidade e temas que podem ser contemplados em eixos estruturantes –
e um trabalho coletivo de construção do que o estudante estuda e desigualdade, diferença e democracia – que estabelecem relações
aprende. E, tendo essa realidade como referência, é que aqui apre- entre si, que podem ser desdobrados e que preservam a filiação
sentamos propostas que possam contribuir para uma formação às três Ciências Sociais: Sociologia/desigualdade, Antropologia/di-
consistente em Ciências Humanas. ferença e Ciência Política/democracia.
O documento foi escrito por um grupo constituído por profes- A especificidade do ensino de História no Ensino Médio man-
sores que lecionam na área de Ciências Humanas no Ensino Médio tém seu compromisso com os estudos que estabeleçam relações
nas Unidades Educacionais que possuem esta etapa de ensino, téc- entre as problemáticas contemporâneas e suas imersões em tem-
nicos da Secretaria Municipal de Educação – SME e especialistas poralidades históricas, procurando atender ao compromisso de
acadêmicos. Trata-se, portanto, de uma produção coletiva. formar estudantes com valores humanos essenciais, que incluem a
As diferentes propostas foram debatidas, revistas, organizadas alteridade, a interatividade e equidade entre povos, culturas, gêne-
e aqui consolidadas. Essa equipe chegou a alguns consensos, que ros, etnias e variados grupos sociais, com abertura para debates, in-
incluem preocupações específicas com uma formação humanística, tercâmbios e equivalência de poder. Nessa proposição, seguindo a
a partir de conhecimentos, reflexões e posicionamentos diante dos história da disciplina, orienta para a organização dos conteúdos por
Direitos Humanos, da valorização da democracia, da cidadania, da meio de eixos problematizadores, que contemplam relações entre
liberdade, dos saberes científicos, do multiculturalismo, da diversi- estudos das vivências cotidianas e grandes eixos históricos, como
dade étnica e de gêneros, de princípios éticos e dos estudos cultu- História das relações sociais e do trabalho; História de encontros e
rais, que favoreçam dimensionar e conviver com a heterogeneidade conflitos entre povos, classes sociais e nações; e História das lutas
para garantias de direitos.
de experiências da Cidade de São Paulo, e sua imersão histórica e
O componente Filosofia parte da concepção da busca do saber
geográfica no Brasil e no mundo.
rigoroso, que se dá pela reflexão crítica e historicamente situada
As preocupações com a formação dos estudantes de Ensino
sobre problemas da realidade. Tal concepção permite ao professor
Médio são muitas. Ao considerar que eles vivem em uma sociedade uma maior liberdade para (re)organizar os Objetos de Conhecimen-
letrada, que faz uso de uma diversidade de meios e linguagens de to e, ao mesmo tempo, relacioná-los mais diretamente com o uni-
comunicação, mediada por recursos tecnológicos, com mensagens verso cultural e com os interesses dos estudantes.
cada vez mais permeadas por valores e informações cujas motiva- A abordagem filosófica desses objetos requer estimular nos es-
ções são pouco explícitas, o documento salienta a importância da tudantes uma atitude de admiração, de problematização e de refle-
área de Ciências Humanas na formação de leitores críticos, sendo xão em relação aos Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimen-
necessário o acesso a informações e o domínio de conceitos e pro- to, fundamentada no estudo rigoroso do pensamento de filósofos
cedimentos de análise dos diferentes produtos culturais, mediado- e filósofas, de todos os continentes, que já se ocuparam desses
res da comunicação e do diálogo entre indivíduos e entre eles e as objetos, ao longo da história da Filosofia. Mas a Filosofia também
realidades vivenciadas. pode ser concebida mais amplamente como concepção do mundo
Outra preocupação é sensibilizar estudantes e professores para e, nesse sentido, pode-se dizer que todas as pessoas são filósofas,
a construção de propostas de estudo que assegurem o pluralismo incluindo, naturalmente, os estudantes. Cabe, portanto, partir do
de concepções, reflexões fundamentadas, para o fomento do diá- saber que eles já possuem sobre os Objetivos de Aprendizagem e
logo entre os indivíduos e os saberes, para ampliar o pensamento Desenvolvimento selecionados para, pela mediação dos autores
crítico e superar análises parciais, pensamentos dogmáticos, atitu- estudados, ajudá-los a avançar na conquista de um filosofar mais
des autoritárias, intolerantes, preconceitos e discriminações. Nessa sistemático e crítico.
perspectiva, as Ciências Humanas podem contribuir para a compre- Os temas e problemas elencados abarcam as diferentes subá-
ensão da complexidade do mundo contemporâneo, das suas dife- reas da Filosofia, tais como: Teoria do Conhecimento, Antropologia
renças e desigualdades, e dos embates entre autores, perspectivas Filosófica, Filosofia Política, Ética, Filosofia da Ciência, entre outras.
teóricas e políticas, saberes, grupos, classes sociais, povos e socie- Além disso, um currículo comprometido em acolher a diversidade
dades. característica da rede de ensino da Cidade de São Paulo não pode
Para dar concretude à proposta, há a sugestão de que os con- deixar de considerar estudos filosóficos mais recentes que apontam
teúdos incluam, nos diferentes componentes, situações-problema, para:
temas, conceitos, teorias e estratégias para aprofundamento dos 1) a questão do apagamento das mulheres da história da Filo-
sofia;
estudos e construções autorais pelos estudantes, com enfoques
2) o caráter eurocêntrico da Filosofia tradicionalmente pratica-
plurais de análise, possibilitando explicitar as abordagens orienta-
da e ensinada no Brasil, o que exclui a contribuição de pensadores
doras das indagações diante das realidades. E propõe a inclusão
e pensadoras de outros continentes, particularmente da África e

60
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
CURRÍCULOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
da América Latina; o racismo e o machismo presentes na própria ssim, estas Orientações constituem o primeiro de outros movi-
Filosofia e difundidos por alguns autores clássicos, comumente es- mentos que serão fomentados pela Secretaria Municipal de Educa-
tudados nas escolas. Desse modo, o ensino de Filosofia também ção de São Paulo, com o propósito de apoiar e inspirar os Coordena-
contribuirá para o combate a toda forma de preconceito e discrimi- dores Pedagógicos diante dos múltiplos desafios de sua profissão.
nação e para a formação de cidadãos comprometidos com a justiça,
a solidariedade, a liberdade, a democracia, a cultura da paz e o res- Temas abordados:
peito à diversidade e à dignidade de todas as pessoas. • Gestão Escolar: articulação e parceria na construção do pro-
A Geografia no Ensino Médio buscará desenvolver nos jovens o jeto da escola;
raciocínio geográfico, ou seja, um modo específico de pensar a res- • O Coordenador Pedagógico e a Gestão Pedagógica;
peito das inter-relações entre as subjetivações e a realidade concre- • O Coordenador Pedagógico na Implementação Curricular;
ta dos sujeitos, a partir do lugar de vivência e das relações que este • O Coordenador Pedagógico no acompanhamento e Avaliação
lugar estabelece com outras escalas mais longínquas, possibilitan- das Aprendizagens;
do uma nova compreensão acerca da espacialidade dos fenômenos • Avaliação das Aprendizagens: avaliação formativa e platafor-
contemporâneos, que se manifestam historicamente por meio de mas de avaliação como potencializadoras da ação pedagógica;
problemas socioeconômicos, socioambientais e, sobretudo, socio- • Atuação do Coordenador Pedagógico: a Educação de Jovens e
espaciais. Adultos e o Ensino Médio.
Pensar geograficamente demanda operar conceitos, categorias
e procedimentos geográficos, em que os fenômenos e os eventos Prezado(a), para estudar todo o documento, acesse: ht-
são analisados de forma multiescalar e em interação uns com os tps://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uplo-
outros. Nesse sentido, os eixos temáticos estruturantes do currícu- ads/2019/05/50729.pdf
lo continuam os mesmos dos apresentados no currículo do Ensino
Fundamental. São eles: sujeito e seu lugar no mundo; organização
e formação territorial no tempo e no espaço; formas de represen-
tação e pensamento espacial; natureza, ambientes e qualidade de
ANOTAÇÕES
vida e trabalho e formação socioespacial. Esses objetos e objetivos
costuraram a proposta de aprendizagem de forma indissociável, ______________________________________________________
garantindo que o espaço geográfico faça parte do horizonte da to-
talidade. ______________________________________________________
Leia o material completo em https://educacao.sme.prefeitu-
ra.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Cie%CC%82ncias-Hu- ______________________________________________________
manas-e-Socias-Aplicadas.pdf
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______________________________________________________

SÃO PAULO (SP). SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCA- ______________________________________________________


ÇÃO. COORDENADORIA PEDAGÓGICA. ORIENTAÇÕES
______________________________________________________
DIDÁTICAS DO CURRÍCULO DA CIDADE: HISTÓRIA. –
2.ED. – SÃO PAULO: SME / COPED, 2019 ______________________________________________________

______________________________________________________
O processo de implementação curricular envolve intensamente
os docentes. Desses profissionais, espera-se que eles conheçam os ______________________________________________________
Materiais Curriculares da Rede Municipal de Ensino e que estabele-
çam diálogos entre o Currículo da Cidade e o que já se desenvolve ______________________________________________________
nas diferentes Unidades Escolares. Nesse processo, revisitam-se os
projetos de cada escola e novos caminhos pedagógicos, que são de- ______________________________________________________
lineados para mais um ano letivo. Nesse sentido, o que se espera é
um árduo trabalho de estudo e reorientação de rotas de trabalho, ______________________________________________________
o qual não pode ser feito pelo professor de forma solitária, pois ______________________________________________________
requer parceria de outros docentes e – principalmente – do Coor-
denador Pedagógico. ______________________________________________________
O Coordenador Pedagógico tem a possibilidade de desenvol-
ver percursos de formação continuada que apoiem os professores ______________________________________________________
nesse processo de implementação curricular. Para isso, é necessário
que - além de conhecer o Currículo da Cidade - também se aproprie ______________________________________________________
do papel de formador e articulador dos processos educativos que
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acontecem na escola.
Este documento foi escrito a muitas mãos, contando com rela- ______________________________________________________
tos de Coordenadores Pedagógicos, Diretores, Supervisores Esco-
lares, Professores e Assessores que, em suas vivências, reiteram o ______________________________________________________
papel fundamental do Coordenador Pedagógico no cotidiano esco-
lar e na formação dos professores, com vistas à garantia da aprendi- ______________________________________________________
zagem de todos os estudantes.

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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
CURRÍCULOS E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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62
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No início da segunda parte, há conservação de posição forte-


BITTENCOURT, CIRCE.ENSINO DE HISTÓRIA: mente contestada nos estudos que mapeiam e delimitam a pesqui-
FUNDAMENTOS E MÉTODOS. SP: CORTEZ, 2004 sa sobre ensino de História como domínio acadêmico. A autora afir-
ma que “Ponto básico para o estabelecimento de um critério para a
seleção de conteúdo é a concepção de história” (p.125). Pensamos
O livro faz sucesso desde a primeira edição. No site Resenha ser necessário acrescentar (antes ou depois do tópico) a seguinte
Crítica, a avaliação da obra é o post mais consultado neste ano de contextualização: “sob a perspectiva de formados em história que
2021, entre os, aproximadamente, 6.000 disponíveis (resenhas e nunca experimentaram a educação básica”, a concepção de histó-
apresentações de dossiês de artigo). São, em média, 50 acessos ria é o ponto básico. Pensamos (inclusive com o apoio de um dos
semanais (Bueno; Urban, 2019). No Google Acadêmico, a quinta principais aportes empregados pela própria autora – André Cher-
edição já ultrapassou a marca das 2000 citações. É uma pena que vel) que o “ponto básico” são as finalidades do ensino de História.
depois de tantos ganhos empresariais, políticos e acadêmicos, essa Quem as prescreve: o professor, o Estado, o Mercado ou a família? E
versão, publicada em 2018, venha a público com as mesmas imper- quando os fins já pressupõem uma filosofia especulativa da história
feições detectadas há mais de uma década. e uma epistemologia da História, que deve fazer o professor com
Para a nossa sorte, Bittencourt revelou as partes mais frágeis essas prescrições?
da obra, em entrevista recente a Diogo Roiz: a insuficiente discus-
Coerente com a sua perspectiva, a autora expõe “algumas das
são sobre a experiência do ensino de História nos anos iniciais do
tendências historiográficas” relacionadas à “produção escolar”
ensino fundamental, a ênfase na defesa da história temática como
(narrativa, econômica, social, cultural e do tempo presente). Ela de-
alternativa e, consequentemente, o abandono das outras variáveis
clara que a “história narrativa” está associada a Ranke, que “passou
de conteúdo substantivo (Bittencourt, 2020, p.20-22).
Bittencourt também explicitou o contexto de produção. Tratava- a ser denominada de historicismo”, gerando uma “metodologia co-
-se, em 2004, de uma demanda editorial da Editora Cortez, interes- nhecida como positivista”, cujos praticantes “dedicaram-se ao estu-
sada no alinhamento das publicações do gênero com a nova Lei de do da individualidade irreproduzível e única, destacando figuras das
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). “A obra teve como elites e suas biografias” etc. Assim, um mesmo personagem e uma
eixo o Programa do curso de Metodologia de Ensino de História na rubrica condensam todos os supostos males presentes no ensino
FEUSP, acrescido de questões relativas ao ensino de História para as de História, no passado e no presente, nos estados alemães e nos
séries iniciais” (Bittencourt, 2020, p.21). rincões do Brasil, sem distinção: ênfase no político, individualismo,
As insuficiências confessadas, porém, não foram comunicadas elitismo, neutralidade e na objetividade. Essa posição (embora não
na segunda, terceira, quarta e quinta edições. O ideal seria apor tenha sido inventada por Bittencourt) é ruim para a formação do
uma apresentação a cada edição lançada, informando sobre even- professor. Ela não dá a conhecer criticamente a história da historio-
tuais mudanças de rotas nos domínios do Ensino de História nesse grafia e fornece um (falso) caminho para os que querem identificar
país. o princípio do mal ensino sem nenhum esforço cognitivo e ético.
São poucos e pontuais reparos. Na parte 1 (capítulo 2), o texto A eleição do “ponto básico” provoca imprecisão no capítulo se-
merece algumas linhas que informem sobre o avanço da pesquisa guinte. Se o princípio orientador “é a concepção de história”, por
no tema. Desde 2009, o número de teses e dissertações, artigos, que os historiadores de ofício não contribuem com ideias sobre
comunicações e de livros do tipo coletânea já deve ter ultrapassado aprendizagem histórica? Estaria a autora a sugerir que os historia-
a casa das centenas. Algumas dessas peças já destronaram, direta dores entram com o conteúdo substantivo, e os psicólogos, com a
ou indiretamente, as teses da invenção do domínio supostamente teoria da aprendizagem?
ocorrida nos anos 80 do século passado e a predominância da expe- No capítulo terceiro, o problema é de definição. A autora não
riência de Rio de Janeiro e de São Paulo como conteúdo substantivo informa o seu entendimento sobre “método”, embora empregue,
para uma história do ensino de História no Brasil. de modo categórico, as expressões “métodos tradicionais” e “mé-
O capítulo três demonstra e comprova esse equívoco. Tratan- todos conservadores”. Pensamos que todo “tradicional” é cunhado
do de história nas “atuais propostas curriculares”, a autora reviu as dentro de uma dada situação comunicativa. Ele é definido em meio
referências aos anos 1980, inseriu qualificativos e blocos de texto, à formação inicial do professor, à demanda imediata da escola, ao
acrescentando alguns parágrafos sobre os debates em torno da
recurso material no interior da sala de aula e, principalmente, aos
Base Nacional Comum Curricular – BNCC e do projeto “Escola sem
fins prescritos ou implícitos do componente curricular história em
Partido” e os desdobramentos da BNCC no Ensino Médio. A auto-
determinado contexto. Esse princípio torna sem efeito a caracteri-
ra também redigiu um tópico inteiramente dedicado à inclusão da
zação do tradicional como o autoritário, o expositivo, o narrativo
temática “diversidade social e cultural” nos currículos. Qual a razão
do tratamento diferenciado? Haveria interesse político-acadêmico e o político. Quantos de nós sobrariam em sala de aula, caso tal
em manter a tese-fundamento e interesse comercial em alterar a classificação fosse transformada em lei? Deveríamos, então, con-
informação curricular? cluir que – considerando do contexto majoritário de trabalho dos
docentes da educação básica – elementos desse tradicional são, ao
fim e ao cabo, em determinadas situações, virtudes do profissional
contemporâneo?

63
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Esse problema conceitual se repete na parte três, quando a au-
tora trata do livro didático como “um objeto cultural complexo”. O BITTENCOURT, CIRCE. O SABER HISTÓRICO NA SALA
problema aqui é a recusa em definir. Livro didático (qualquer outro DE AULA. SÃO PAULO: CONTEXTO, 1998
objeto) não é coisa de “difícil definição”. Basta eleger os critérios – é
o que a autora faz em seguida, implicitamente, ao citar a “familiari- A formação de História engloba ainda áreas de Ciências Huma-
dade do uso”. Logo depois, infelizmente, volta à carga da dificulda- nas, como Filosofia, Ciências Sociais, etc. em geral, começa e ter-
de, apresentando diferentes formas pelas quais o artefato pode ser mina no curso de graduação. Formado, envolve-se com encargos
abordado em sala de aula e fora dela: “produto cultural”, “suporte familiares, não dispõe de tempo e nem de dinheiro par investir em
de conhecimentos”, “suporte de métodos pedagógicos”, “veículo de sua qualificação profissional.
um sistema de valores” etc. (p.301-302). Sua imagem é marcada pela ambiguidade, ora sacerdote, ora
No capítulo segundo, da parte três, apresentamos uma diver- profissional da ciência, parteiro da nação e da revolução. Sua iden-
gência de princípio. A autora reproduz a frase do senso comum de tidade oscila entre a do professor difusor e transmissor de conhe-
que o professor não pode usar os documentos em sala de aula para cimento e a do produtor de saberes e fazeres. Espera-se que ele
formar um “pequeno historiador”. Justifica a tese com a diferen- seja o promotor da união entre a competência acadêmica (domínio
ciação de fins de uso (para o aluno da educação básica e para o de saberes) e a competência pedagógica (domínio da transmissão
professor). Isso é um equívoco. Os fins de uso, refletidos com base do saber), aliando competência, convicções e experiências de vida,
em princípios, são idênticos. Ao empregar procedimentos de crítica estabelecendo uma comunicação com o aluno levando a ter intimi-
documental, um historiador e um aluno dos anos iniciais do Ensino dade com o passado ou presente, que receptam informações, con-
Fundamental estão mobilizando/desenvolvendo/conservando/am- teúdos, currículo, livros e materiais didáticos, muitas vezes desinte-
pliando habilidades mentais reunidas na expressão que atravessa ressantes. Estes, os alunos manifestam insegurança e temor ante os
diferentes concepções de aprendizagem histórica: “pensar histori- instrumentos de poder que são submetidos: exames, julgamentos
camente”. Para a sorte da boa formação, a autora se contradiz na dos colegas e professores.
página seguinte ao sugerir os procedimentos empregados por Adal- O professor de História preocupa-se em exteriorizar o que sabe,
berto Marson (p.301-302). explicitando o seu pensamento e a sua emoção. Ao mesmo tempo,
No último capítulo do livro, a ausência de princípio historiador vive a insegurança em relação a juventude e a defasagem de sua
também é a ponta solta. Defendemos que professores de história formação e o aceleramento de novos estudos e pesquisas de co-
não devem copiar acriticamente os procedimentos dos especialis- nhecimento histórico.
tas, por exemplo, da cultura material e da cultura do audiovisual. As aulas, espetáculos cheios de vidas, a relação pedagógica é
Nós progredimos pouco no ensino de História quando importamos diferente das puramente afetivas, comporta uma dose igual de ape-
procedimentos sem convicção de princípios da ciência histórica go, admiração e desprendimento, com algo de estrito que pode ir
adequados à formação de pessoas. O fazer do museólogo e do cine- até a frieza. Por outro lado, a relação não é, não deve resvalar para
asta, por exemplo, para representar o passado de nada vale se não o duelo, ela é a essência, onde professor fornece a matéria para o
estiver enquadrado em um princípio básico (também, por exemplo) raciocínio, ensina raciocinar, mas acima de tudo ensina que é pos-
do século XIX: deve-se afirmar sobre o passado apenas a partir de sível raciocinar.
fontes criticadas por meios abonados em uma comunidade histo- O professor de história pode ensinar a saber-fazer, lançar ger-
riadora. Com isso, queremos reiterar que o ensino de História não mes do histórico, captar e valorizar diversidade, levantar proble-
pode ser uma coleção de metodologias de Educação Patrimonial, mas e reintegrá-los num conjunto de outros problemas procurando
da Análise de Filmes ou das práticas de Musealização, alienada, por transformar temas em problemáticas, dando condições para que o
exemplo, do princípio de que a declaração historiadora deve ser aluno possa participar do processo do fazer, do construir a História.
apoiada em evidências refutáveis. O conhecimento do professor pode oferecer a seu aluno a apro-
Uma apreciação da obra, tal qual fizemos aqui, não é um convite priação de conhecimentos, através de um esforço e de atividades
a excluí-la das bibliografias especializadas. Trata-se de uma iniciati- que edificou esse conhecimento.
va de redução de danos, efetuada por pessoas que leem e conhe- A sala de aula é um espaço onde se transmite informações e
cem e (o mais importante) manifestam publicamente o seu amor onde interlocutores constroem sentidos impregnando tensões, re-
ao saber de referência e de atuação. Estamos convictos de que as lação teoria e pratica, ensino e pesquisa, evidencia dilaceramentos
escolhas dos alunos são mediadas por sentimentos vários. Se são da profissão de professor e embates da relação pedagógica.
apaixonados por Fundamentos e Métodos, como somos apaixo-
nados pela Ideologia alemã, de Karl Marx, por exemplo, se fazem O fazer histórico e o fazer pedagógico
todo o esforço para citá-lo até onde não há necessidade ou onde A transposição didática designa processo de transformação
poderiam empregar bibliografia mais substantiva e atualizada, de- cientifica, didáticas sociais, que afeta os objetos de conhecimento
vemos contribuir para que essa ferramenta seja aperfeiçoada. Essa até a tradução ao campo escolar transformando o saber cientifico
é a nossa intenção. em saber de ensinar, um processo de criação, implica, ainda, apon-
Se os editores quiserem também manifestar o seu amor ao sa- tar uma certa ordem de questões, como diferenciar esta pratica de
ber, sem diminuir um centavo nos lucros auferidos com as vendas, outras. Para isto requer conhecer os conceitos de ações das ativida-
certamente providenciarão um prefácio ou um posfácio para imi- des didáticas.
nente sexta edição, fornecendo bibliografia atualizada em forma de Método na didática significa meios colocados em pratica, são
apêndices, alertando aos leitores antigos e novos sobre as passa- eles por repetição, por descobrimento, etnográficos, descritivos, de
gens datadas e as passagens modificadas dessa obra monumental e resolução de problemas, estudos de caso, de investigação, entre ou-
anexando a autocrítica da autora, publicada recentemente. tros. É muito mais amplo do que técnica. Técnica é instrumento ou
ferramenta útil para o processo, um recurso didático, como o uso
de filme no videocassete. Recursos são materiais didáticos; estraté-
gicas são formas de se organizar, o saber didático através de meios
como o trabalho em grupo, aulas expositivas, etc. todos eles são
ações necessárias as atividades didáticas.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em relação a transposição didática, o objetivo é articular o co-
nhecimento histórico ensinado de forma que dê ao aluno condições PEREIRA, AMILCAR ARAÚJO E MONTEIRO, ANA
de participar do processo do fazer, do construir a História, possibi- MARIA (ORG.) - ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA
litando uma desnaturalização de uma visão crítica do passado que AFRO-BRASILEIRAS E INDÍGENAS. RJ: PALLAS, 2013
está presente em nossas vidas. Pressupõe que se trabalhe a com-
preensão e a explicação histórica, destacando-se a problematiza-
ção, o ensino e a construção de conceitos, analise causal, contexto Em seu consistente livro sobre as relações raciais e a presença
temporal e o privilegio da exploração do documento histórico. do movimento negro no Brasil (O mundo negro. Relações Raciais
A problematização histórica trás possibilidades e questiona- e a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil),
mentos acerca de um objeto de estudo. Isso traz aos educandos Amílcar Araújo Pereira nos brinda com um amplo panorama desses
uma atitude ativa na condução do saber e na resolução dos proble- temas, não sem antes fazer considerações gerais -tanto de caráter
mas de aprendizagem. histórico quanto de natureza social -acerca do negro, sobretudo em
A analise causal possibilita aos alunos compreensão de que os situação diaspórica. O autor começa lembrando que o movimento
acontecimentos históricos envolvem relações de pessoas e carac- negro brasileiro percorreu um longo percurso, desde o século XIX,
terísticas diferentes, quando inferem em sua realização. É preciso para que conquistasse projeção nacional e conseguisse fazer com
buscar explicação na multiplicidade, pluralidade e no encadeamen- que o racismo fosse reconhecido como um aspecto estruturante da
to de causas, sem a preocupação com a determinação finalista de
sociedade brasileira, sobretudo por meio do combate ao mito da
causa-acontecimento-consequência, levando o educando a com-
democracia racial na década de 1970.
preender mudanças e permanências, continuidades e descontinui-
O autor se propõe, nesse sentido, analisar aspectos da história
dades, bem como complexas inter-relações que interferem na com-
do movimento negro no Brasil contemporâneo (desde a década de
preensão dos processos de mudança social.
O procedimento histórico comporta a preocupação com a cons- 1970). Esse movimento -que, segundo ele, é um movimento social
trução, a historicidade dos conceitos e a contextualização temporal. com particular atuação na questão racial -tem formação complexa
O passado está incorporado aos nossos conceitos e nos dá um con- e engloba uma série de entidades, organizações e indivíduos que
teúdo concreto, e só pode ser reconstruído em função das questões “lutam contra o racismo e por melhores condições de vida para a
colocadas no presente, manipulando características essenciais do população negra” (p. 41), tornando tanto a diversidade quanto a
tempo: sucessão, duração simultaneidade. Todo conteúdo é criado, pluralidade duas de suas características.
datado, e tem sua história. Nesse sentido, Amílcar Araújo Pereira começa por tratar da
Tradicionalmente, o uso de fontes e documentos tem destaca- ideia moderna de raça, criação do pensamento científico europeu
do, exemplificado, descrito e tomado inteligível o que o professor e norte-americano que surge em meados do século XVIII e se con-
fala. A partir das renovações teórico-metodológicas, o uso escolar solida na segunda metade do XIX, sendo combatida, contudo, já
do documento passou a estimular a observação do aluno, ajudan- a partir do início do século XX. Assim, autores americanos (como
do o a refletir, passando a analisá-lo, observá-lo e descrevendo-o, W.E.B. Du Bois e Franz Boas) ou europeus (como Max Weber) pre-
introduzindo assim o método histórico, desenvolvendo o espírito feriam enfatizar mais aspectos sociais e culturais do que raciais na
crítico, reduzindo a intervenção do professor, diminuindo a distân- constituição da sociedade, teorias fortalecidas, mais recentemente,
cia entre história que se ensina e a história que se escreve. Ainda pela ideia de que as fronteiras entre grupos são formalizadas não
diferenciando fontes ou documentos com a finalidade de transmitir por meio de raças distintas, mas por meio de construções sociais
conteúdo do saber disciplinar como textos e filmes, de documentos (Frederik Barth, Stuart Hall). Foi justamente no rastro desse ideário
com finalidades didáticas como suportes informativos, descritivos, combativo que surgiram, em diversas partes do mundo, os movi-
analíticos ou sintéticos, com a intenção de comunicar elementos do mentos negros.
saber disciplinar. Esse processo, contudo, não se fez sem muita luta: até o início
A sociedade contemporânea produziu um aumento substancial do século XX predominavam as teorias raciais, que entendiam que
de informações e de tecnologias que ocorre paralelamente um au- as diferenças em geral eram resultado das desigualdades entre se-
mento entre os que sabem e os que não sabem articulá-las pen- res superiores e inferiores, sendo a cor da pele um elemento fun-
sá-las e refleti-las. Professores tem tido acesso a um conjunto de damental nessa distinção (na antiguidade, por exemplo, o entendi-
meios diversificados. A relação da escola com estas novas tecno-
mento era diferente: para a matriz grega, a diferenciação se daria
logias têm sido contraditórias. Por um lado, quanto acolhida por
pela cultura, instituindo a oposição entre civilizados e bárbaros;
educadores as inovações tecnológicas tem sido usadas como téc-
na matriz hebraica, a diferenciação se daria pela questão religio-
nicas de ensino, estratégias para preencher ausência do professor
sa, instituindo a oposição entre povo escolhido e não escolhido). A
ou como recursos para tornar a aula menos enfadonha. Trata-se de
adequações superficiais, já que a inovação não é um produto, e sim diferenciação pela cor da pele passa a ganhar maior expressão nos
um processo, atitude, uma maneira de ser e estar na educação. trabalhos dos cientistas a partir de meados do século XVIII, como
A tecnologia interfere no mundo da arte, das ciências, da comu- ocorre em Carlos Lineu (para quem o afer nigerera preguiçoso, as-
nicação e do ensino, deve-se então refletir e retomar a sua intera- tuto, negligente etc.); em Georges Cuvier, continuador das teses de
ção com os currículos e com a pratica pedagógica em sua totalidade, Lineu; Arthur de Gobineau, o grande idealizador e divulgador do
levar transformações nos programas de formação de professores e racismo biológico, defendendo a hierarquia racial, a degenerescên-
produzir efeitos no processo de aprendizagem dos alunos. cia resultante da mestiçagem etc.; Herbert Spencer, divulgador do
O desafio na pratica de sala de aula é que a educação históri- darwinismo social e da superioridade da raça branca; entre outros.
ca, hoje deve levar os educando a adquirir capacidade de analisar, No Brasil, onde a questão racial torna-se central no debate sobre a
inferir e interpretar acerca da sociedade atual, olhar pra si e ao re- constituição nacional, essas ideias (sobretudo aquelas em torno do
dor com olhos históricos, resgatando o conjunto de lutas, anseios, darwinismo e da eugenia) predominaram, interferindo, inclusive,
frustrações, sonhos e a vida cotidiana de cada um, no presente e em políticas públicas adotadas pelo governo republicano (como é
no passado. o caso da imigração) e instaurando, entre outras coisas, a ideia do
branqueamento, que colocava, de um lado, os “otimistas” (aqueles

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
que achavam que o país se tornaria branco com o passar do tempo): Seja como uma visão panorâmica do movimento negro no Brasil
João Batista Lacerda, Sílvio Romero, Oliveira Viana; de outro lado, contemporâneo, seja como uma crítica abalizada às práticas discri-
os “pessimistas” (que, inspirando-se em Gobineau, achavam que minatórias ainda presentes em nossa sociedade, vale à pena ler e
o país se degeneraria): Nina Rodrigues. Alguns autores, contudo, discutir o livro de Amílcar Araújo Pereira, destacando-o como uma
combatiam abertamente a ideia de constituição/desenvolvimento singular contribuição à reflexão e à pesquisa acerca das questões
do país no rastro da questão racial, afirmando-se como precurso- étnico-raciais no contexto brasileiro.
res do pensamento antirracista no Brasil: Alberto Torres, Manoel
Bonfim. Um nome importante em todo esse debate, e que vem tra-
zer um elemento novo para a discussão, surge na década de 1930,
respondendo às novas demandas de interpretação do país que se MUNANGA, KABENGELE; GOMES, NILMA LINO. PARA
modernizava rapidamente e que não se adequava mais às obsoletas ENTENDER O NEGRO NO BRASIL DE HOJE: HISTÓRIA,
teorias raciais do século anterior: Gilberto Freire. REALIDADES, PROBLEMAS E CAMINHOS. SÃO PAULO:
Dando, assim, uma roupagem científica à antiga utopia do para- GLOBAL, 2004
íso racial, Gilberto Freire retoma a temática racial como base para a
discussão da nacionalidade brasileira e da identidade nacional, mas O presente artigo apresenta parte dos resultados da pesquisa
agora inspirado por Franz Boas, deslocando a discussão do conceito sobre a trajetória do livro Para entender o negro no Brasil de hoje:
de raça para o de cultura. Contudo, embora valorizasse a mestiça- história, realidades, problemas e caminhos – escrito por Nilma Lino
gem como elemento positivo para a sociedade brasileira, sua teoria Gomes e Kabengele Munanga –, volume didático da coleção Viver,
acabava, em consequência, reforçando a teoria do branqueamento, Aprender produzida pela ONG Ação Educativa em parceria com a
que, como padrão nacional, teria sido “premiado” com as contribui- Global Editora. Nesse percurso, dentro da perspectiva mais ampla
ções de outras matrizes raciais não brancas e europeias. Além disso, da atuação do movimento negro – que culminou em mudanças le-
sua célebre tese da democracia racial dificultaria a percepção das
gislativas na primeira década do século XXI com a Lei 10.639/2003
desigualdades raciais presentes em nossa sociedade, desigualdades
–, buscou-se uma análise do texto desses dois autores militantes
que seriam sistematicamente denunciadas, a partir da década de
sob a ótica dos conceitos de Alteridade e Identidade.
1950, pelo trabalho de Florestan Fernandes. Tratando do movimen-
A chegada dos europeus na América marca o que alguns histo-
to negro e da identidade racial no Brasil contemporâneo, Amílcar
riadores chamam de modernidade. Apesar das implicações dessas
Araújo Pereira lembra que o combate à discriminação racial e a de-
nomenclaturas e suas demarcações, é interessante a reflexão sobre
núncia do mito da democracia racial não apenas se situam no con-
o momento em que o Eu – europeu, homem, branco, civilizado –
texto da busca de uma identidade negra positivada, mas também
encontra o Outro – não-europeu, negro, incivilizado. A construção
são características no movimento negro brasileiro contemporâneo.
da identidade desse Eu começa a ser forjada a partir da estereotipa-
Essa configuração do movimento negro já vinha sendo construída
desde o ano de 1931 quando a Frente Negra Brasileira (FNB) é cria- ção do Outro, indicados por adjetivos que ainda hoje encontram-se
da e torna-se a maior organização política dos negros brasileiros (o no imaginário da dita sociedade ocidental: selvagem, analfabeto,
termo movimento negro, por exemplo, surge em 1934 nas páginas atrasado, primitivo, irracional. A construção dessa identidade gera
do jornal A voz da raça, órgão da FNB). Contemporaneamente, o um discurso de poder que, se por um lado define o Outro, por ou-
ano de 1978 é considerado um marco na história desse movimento, tro, também delineia o parâmetro do normal, do educado, do racio-
com a formação do Movimento Negro Unificado (MNU). Estudan- nal, do civilizado, do bom.
do, portanto, o movimento negro brasileiro no século XX, o autor O fetiche ou estereótipo dá acesso a uma “identidade” baseada
destaca a importância da imprensa negra, dos clubes e das associa- tanto na dominação e no prazer quanto na ansiedade e na defesa,
ções, da educação como estratégia de valorização do negro, a tra- pois é uma forma de crença múltipla e contraditória em seu reco-
jetória de algumas personalidades (como Abdias do Nascimento), nhecimento da diferença e recusa da mesma. Este conflito entre
de algumas entidades de destaque (como o Teatro Experimental do prazer/desprazer, dominação/defesa, conhecimento/recusa, au-
Negro -TEN) etc. De qualquer modo, é a partir da década de 1970, sência/presença, tem uma significação fundamental para o discurso
com a criação do MNU que o movimento negro no Brasil adquire al- colonial (BHABHA, 1998, p. 116).
gumas características singulares, que permanecem até hoje, como Sobre o racismo brasileiro, Nilma Lino Gomes observa:Eu acho
a crítica a um discurso nacional hegemônico, a negação de qualquer que, cada vez mais, depois que eu passei pelo governo e voltando
tipo de assimilação, combatendo a ideologia da democracia racial, a agora para as pesquisas, cada vez mais eu sei que a gente tem que
reavaliação do papel do negro na história do Brasil e outras. voltar nessa definição básica, digamos assim, do racismo, do que
Finalizando seu trabalho, o autor estuda, ainda, as relações en- é a lógica do racismo, pra você entender a complexidade de como
tre o movimento negro no Brasil contemporâneo e as influências ele opera hoje, porque senão você vai se distanciando disso, que é
externas, especialmente as norte-americanas (compara longamen- a base do racismo, que é a ideia de superioridade e inferioridade
te, por exemplo, a imprensa negra norte-americana e a brasileira) racial, e você vai fazendo leituras mais complexas das relações com
(p. 149-167), mas também a de personalidades diversas como Franz as questões de classe social, as questões políticas, de gênero, etc,
Fanon, Amílcar Cabral e outros. Muitas dessas influências são reti- - que têm que ser feitas -, mas se você se distancia de saber: qual
radas de entrevistas com personalidades do movimento negro con- é a base de um pensamento racista?, qual é a base do fenômeno
temporâneo, numa autêntica prática de história oral (p. 168-216). O do racismo?, é lá que você tem que ir, porque assim é possível, na
autor, finalmente, expõe longamente considerações sobre as princi- minha opinião, compreender por que em um conjunto de pessoas
pais organizações do movimento negro contemporâneo no Brasil (p que estão representando o Estado brasileiro tem uma ministra ne-
217-323). Conclui afirmando que “conhecer a história do movimen- gra e quando se chega em um outro lugar, um outro país, cheios de
to negro brasileiro é conhecer aspectos da história do Brasil pou- autoridades e essas autoridades ainda não conhecem essa ministra,
co conhecidos pelos brasileiros, o que, a meu ver, são importantes elas se dirigem para a mulher branca que está acompanhando a
para informar a construção de um Brasil democrático, onde todos e ministra na sua equipe achando que ela é a ministra e não a mulher
todas tenham iguais oportunidades” (p. 327). negra que é a ministra.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Compreendemos que essas atitudes que parecem cotidianas, do negro (...). Foi um ensaio que nós fizemos, porque depois nós
simples, naturais elas não têm nada de naturais, são construções temos hoje várias publicações que trabalham um pouco nesse cam-
políticas, culturais, econômicas, sociais e que a base está ali na- po com personalidades negras. E hoje, eu colocaria outras pessoas
quele pensamento racista, a ideia de quem é autoridade, quem é também. Mas à época foi o possível, que eu acho que foi coisa ino-
superior, quem pode ser uma referência. Na nossa cabeça de brasi- vadora para aquele momento. Porque para o professor e a profes-
leiros e brasileiras, não são as pessoas negras, de imediato não são, sora, para o estudante, muitas vezes, (...) no próprio contexto das
isso para negros e brancos, não estou falando que são só para os relações raciais no Brasil, no contexto do racismo brasileiro, sempre
brancos em relação aos negros, os negros em relação aos próprios alguns de nós viram as grandes referências, referências de sucesso.
negros, são situações cotidianas que, “ai, os negros discriminam a Tudo bem que isso acontece também com outros grupos, mas nós
si mesmo”, que a gente sempre escuta falar. O imaginário racista estamos falando especificamente de negros e negras no contexto
está para todo mundo, e aí entra o papel da educação, a educação do racismo. Então, tem hora que alguns de nós somos eleitos como
tem um papel muito importante de desvelar essas coisas, com os as grandes referências, e sempre muito ligada àquela ideia da meri-
estudantes, e não precisa ser uma forma de desvelar que seja quase tocracia, do esforço individual, e tudo o que nós não acreditamos e
que uma, digamos assim, uma inculcação ideológica nos estudan- não queríamos passar no livro é de que as questões de uma pessoa
tes. Você pode fazer isso de uma forma pedagógica, como tem que negra no Brasil que consegue certa visibilidade, que isso é porque
ser feito. E uma forma de fazer isso é ter bons materiais pedagógi- ela é especial de alguma forma. Claro que as pessoas podem ser
cos, aparar os estudantes para que eles possam ter acesso a uma especiais em termos dos seus esforços, da sua luta, etc, mas o que
série de outras informações sobre o tema. Se pensarmos, é a mes- nós queríamos mostrar é que especiais são muitas e muitas pesso-
ma coisa que nós fazemos para outros temas quando trabalhamos as, não só algumas, e que essa ideia da grande referência única, “ah,
como professores e professoras, não é isso? Colocam-se vários tex- fulano nas artes, fulano na literatura, fulano na pintura, fulano na
tos, vários suportes, que os estudantes possam transitar entre eles, televisão”, pensando na população negra brasileira, na realidade,
conhecê-los, que sejam bons suportes, bons textos, bons materiais, se você fizer uma leitura crítica, é a própria expressão do racismo,
no sentido de uma qualidade, uma leitura crítica, isso a gente pre- da desigualdade racial, da falta de oportunidade que negros e ne-
cisa fazer e isso é atender a lei 10.639 que alterou a LDB (GOMES, gras têm, porque não faz sentido você ser 53% de uma população e
2016).
ser tão sub representado principalmente em determinados lugares
Ao falar que raça é estrutural e estruturante no Brasil, Gomes
como o de poder, de decisão, de visibilidade, e está mais do que su-
lança as bases da explicação de por que o racismo não é uma ques-
per-representado nos lugares do trabalho assalariado, nos lugares
tão subjacente à questão de classe, mas sim articulada a ela. A par-
da pobreza (GOMES, 2016).
tir daí, a autora compreende que “o negro é o ponto de referência
A proposta do texto Para entender o negro no Brasil de hoje
para a construção da alteridade em nossa sociedade (GOMES, 2003,
(2004) segue o rastro de um estudo negro, africanista, que constrói
p. 80)”. Essa discussão apontada acima coloca em evidência tanto o
a narrativa do combate ao racismo no Brasil a partir da perspecti-
racismo brasileiro engendrado pelo mito da democracia racial como
va histórica de resgate da ancestralidade, da corporeidade, da re-
a necessidade da configuração da identidade negra.
sistência, enfim, da construção e valorização de uma identidade e
. Sobre essa discussão no contexto do paradigma moderno capi-
talista, Boaventura Sousa Santos contribui para o entendimento da cultura negra que faça frente a uma forma de alteridade oriunda do
relação entre o universal e o particular nas políticas de Estado: Uma projeto colonizador engendrado no século XV e com seu auge no
política de igualdade que nega as diferenças não inferiorizadoras XIX, produzindo epistemologias pseudocientíficas e universalizan-
é, de facto, uma política racista. Como vimos, o racismo tanto se tes com base no pensamento europeu.
afirma pela absolutização das diferenças como pela negação abso- Este discurso, que também faz parte de um projeto colonial,
luta das diferenças. Sempre que estamos perante diferenças não produz estereótipos e fixa determinadas características daquilo que
inferiorizadoras, uma política de igualdade genuína é a que permite é diferente do Eu. A partir dessa fixação e consequente desvaloriza-
uma articulação horizontal entre identidades discrepantes e entre ção e inferiorização de tudo que é do Outro, o discurso colonial vai
as diferenças em que elas assentam.(...) A realização deste impe- alcançando todas as esferas da vida.
rativo tem de superar múltiplos e difíceis obstáculos. Em primeiro Essa narrativa também é desenvolvida no campo da educação
lugar, o peso da normalização antidiferencialista é tão grande na e das ciências humanas e na forma como os descendentes de afri-
modernidade capitalista que a afirmação da diferença redunda qua- canos se incorporaram na brasilidade forjada no pós-abolição, com
se sempre em reconhecimento de desigualdade e, nesta medida, a o agravante da ideologia da mestiçagem que, no Brasil, ganhou os
articulação horizontal entre as diferenças tende a deslizar para uma contornos do mito da democracia racial dificultando a identificação
articulação vertical. do racismo. Na medida em que o texto analisado tinha seu públi-
Este deslize está relacionado com um outro obstáculo modernis- co implícito no segmento de jovens e adultos excluídos do sistema
ta, de recorte epistemológico e que consiste em as diferenças serem regular de ensino, foi revelada a relação bem próxima da raça com
conhecidas por uma forma de conhecimento que as não reconhece. a EJA, o que permite a articulação dos conceitos identidade e alte-
Efetivamente, a ciência moderna é um paradigma epistemológico ridade nos eixos analisados no texto escrito por Nilma Lino Gomes
assente numa versão extrema de universalismo antidiferencialis- e Kabengele Munanga de uma forma ainda mais complexa. Estaría-
ta cuja hegemonia foi obtida à custa de sucessivos epistemicídios mos lidando com a construção de um novo campo do saber que é a
cometidos contra os conhecimentos rivais. E como estes conhe- interseccionalidade entre a questão racial e o segmento EJA.
cimentos foram sempre formas de racionalidade constitutivas de Para a constituição desse novo campo é necessário que os estu-
identidade e diferenças socialmente constituídas, os epistemicídios dos científicos, cada vez mais, perfaçam os caminhos da alteridade,
redundaram sempre em identicídios. (SANTOS, 2010, p. 313-314). tirando-lhe a fixidez e permitindo a identificação do Outro como
Nós também tentamos à época fazer uma parte de pequenas um sujeito múltiplo, com muitos saberes que, por vezes, podem ser
biografias de negros e negras que desempenham papéis na socieda- estranhos a essa universalidade forjada, mas que são parte de um
de, não só papéis considerados de importância social, como papéis outro grupo de significados e significantes e não devem ser tidos
na luta, na construção do Brasil, e não só na construção da história como uma parte disforme de um todo pré-estabelecido.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O modo como tem sido interpretado o que é ser brasileiro e Nossos problemas urbanos contemporâneos têm sido também
brasileira e a ideia de democracia incluem o modo como as me- mutáveis e em parte se assemelham, em parte se diferenciam dos
mórias, culturas e identidades estão em árdua negociação. A falta enfrentados pelas populações das cidades industriais do século XIX
de alteridade é um problema para toda a sociedade e afeta tanto a europeias, estudadas mais frequentemente na escola.
população que é atingida diretamente por ela, quanto àquela que Tal como as conhecemos atualmente, as cidades têm uma forte
se beneficia dos privilégios de uma falsa ideia de superioridade. relação com a industrialização. Mas foram construídas muito tempo
antes das fábricas, como lembra Henri Lefebvre. Sua predominância
atual tem sido intrínseca à modernidade industrial, mas as cidades
TERRA, ANTONIA. HISTÓRIA DAS CIDADES de agora não assumem as mesmas funções que as do mundo orien-
BRASILEIRAS. SÃO PAULO: MELHORAMENTOS, 2012. tal e africano antigo, as da América pré-colonial ou as da Antiguida-
(COLEÇÃO COMO EU ENSINO) de clássica mediterrânea.
Apesar das semelhanças em alguns aspectos, as cidades de ou-
tras épocas tinham outras funções, estavam envolvidas em outros
A coleção “Como Eu Ensino”, organizada por Maria José Nóbre- contextos históricos e mantinham seus modos específicos de vida,
ga e Ricardo Prado, busca aproximar do trabalho em sala de aula as de sociabilidade e de produção. E mesmo a realidade histórica de
pesquisas mais recentes sobre temas que interessam à educação uma cidade atual não pode ser um modelo fechado para análise
básica. Os autores, especialistas na área, apresentam sugestões de comparativa de outra, já que as mudanças que cada uma atravessa
como o assunto pode ser tratado, descrevendo as condições didáti- são variáveis de município para município e de região para região.
cas necessárias para uma aprendizagem significativa. Neste volume A cidade moderna, mesmo tendo perdido muitos traços das
da coleção, Antonia Terra mostra como o ensino de História pode cidades de épocas anteriores, herdou delas muitas de suas carac-
adotar um eixo temático – neste caso, o estudo das cidades brasilei- terísticas e modos de vida, como a escrita, os poderes políticos e
ras -, para realizar uma aprendizagem mais contextualizada e origi- religiosos, as intervenções racionais de planejadores, os espaços
nal, apresentando diversas formas de compreender a nossa história de convivências e de circulação de pensamentos e de mercadorias.
a partir dos espaços urbanos. Mas as relações sociais entrelaçadas nas ruas, em seus movimen-
A proposta é apresentar alguns fundamentos e sugestões didá- tos, tempos e materialidades converteram algumas cidades moder-
ticas para que professores de diferentes graus de ensino desenvol- nas, como analisa Henri Lefebvre, “em rede organizada pelo/para o
vam estudos com seus alunos sobre a história de cidades brasileiras. consumo”.
A principal intenção é recomendar o trabalho no ensino de História
com uma problemática simultaneamente histórica e contemporâ- O que é uma cidade?
nea, considerando que hoje essa é uma questão fundamental para Mesmo na perspectiva da diversificação, é válida a proposta
o entendimento do nosso modo de vida. O Brasil atual conta com clássica de questionar diretamente o conceito do objeto que esta-
mais de 80% de sua população vivendo em cidades, mas, ainda as- mos perseguindo, com a pergunta: o que é uma cidade? A resposta
sim, pouco se estuda na escola sobre como essa predominância da direta, porém, não é satisfatória em situações escolares.
vida urbana interfere no cotidiano e nas sociabilidades. O esforço de buscar um conceito definitivo pouco contribuiria
A proposição de estudo das cidades brasileiras considera o fato para avançarmos no entendimento do problema histórico das cida-
de que a vida nos centros urbanos é uma realidade herdada pe- des com os alunos, já que é quase impossível encontrar, no conhe-
las novas gerações, que não têm tido oportunidade de conhecê-la cimento já produzido, concordância em torno de um único conceito
melhor, tanto na sua perspectiva material como no seu papel nas que dê conta da diversidade histórica das realidades urbanas.
organizações políticas e nas suas estruturas formais de organização Diferentes autores, diante de realidades e vivências variadas, e
e de serviços. com base em correntes teóricas distintas, têm organizado concei-
É inegável que a cidade tem sido fortemente idealizada e uti- tos parciais e com premissas diferenciadas, que conseguem ape-
lizada como referência de modelos hierárquicos de etapas civili- nas aproximações, de enfoque histórico, geográfico, sociológico,
zatórias. E é igualmente inegável que na escola esses valores têm arquitetônico, urbanístico, antropológico, econômico, ecológico ou
sido difundidos, mas pouco discutidos. A finalidade, assim, é que as ambiental. Além disso, da perspectiva da aprendizagem dos estu-
dimensões históricas das cidades sejam reconhecidas, distinguidas dantes, é importante tanto o esforço de procura de um conceito
e repensadas, para não serem apenas, como afirma Leonardo Bene- mais generalizador, como
volo, “toleradas passivamente”. o estudo da diversidade de realidades.
O intento desta obra, portanto, é sugerir estudos mais aprofun-
dados sobre as cidades brasileiras nas aulas de História, colocando WALSH, CATHERINE. - INTERCULTURALIDADE E
em debate o fato de que as sociedades atuais são marcadas profun- DECOLONIALIDADE DO PODER UM PENSAMENTO E
damente pelo fenômeno da concentração em aglomerados. Estes, POSICIONAMENTO “OUTRO” A PARTIR DA DIFERENÇA
sejam gigantescos ou de menores proporções, concentram mora- COLONIAL. REVISTA ELETRÔNICA DA FACULDADE DE
dias, locais de trabalho, vivências culturais, sociais e de controle po- DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
lítico e econômico que se irradiam, influenciando outras povoações (UFPEL). V. 05, N. 1, JAN.-JUL., 2019
para além de suas fronteiras.

Algumas questões iniciais Na América Latina, e particularmente no Equador, o conceito de


As cidades existem há séculos e foram construídas por socieda- Interculturalidade assume significado relacionado a geopolíticas de
des de diferentes continentes. Mas há dois séculos o fenômeno da lugar e espaço, desde a histórica e atual resistência dos indígenas e
industrialização tem provocado mudanças rápidas no processo da dos negros, até suas construções de um projeto social, cultural, po-
concentração urbana, alterando fortemente as relações entre cam- lítico, ético e epistêmico orientado em direção à descolonialização
po e cidade e, largamente, o conjunto da vida social. Por sua vez, e à transformação. Mais que a simples ideia de inter-relação (ou
o modelo de cidade industrial é distinto das diferentes realidades comunicação, como geralmente se entende no Canadá, Europa e
urbanas possíveis de serem identificadas hoje e em outras épocas. Estados Unidos), a interculturalidade aponta e representa proces-

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
sos de construção de um conhecimento outro, de uma prática polí- O fato de que esse pensamento não transcenda simplesmente a
tica outra, de um poder social (e estatal) outro e de uma sociedade diferença colonial, mas que a visibilize e rearticule em novas políti-
outra; uma outra forma de pensamento relacionada com e contra a cas da subjetividade e de uma diferença lógica, torna-o crítico, pois
modernidade/colonialidade, e um paradigma outro, que é pensado modifica o presente da colonialidade do poder e do sistema-mundo
por meio da práxis política. moderno/colonial.
Em contraste com os constructos teóricos criados dentro da
academia para serem aplicados em certos objetos ou “casos” para ANOTAÇÕES
análise, a interculturalidade, tal como é apresentada e compreen-
dida aqui, é um conceito formulado e carregado de sentido princi-
palmente pelo movimento indígena equatoriano, conceito ao qual ______________________________________________________
este movimento se refere até 1990 como “um princípio ideológico”.
Como tal, essa configuração conceitual é, por si mesma, “outra”. ______________________________________________________
Em primeiro lugar, porque provém de um movimento étnico-social
______________________________________________________
mais do que de uma instituição acadêmica; depois, porque reflete
um pensamento que não se baseia nos legados coloniais eurocên- ______________________________________________________
tricos e nem nas perspectivas da modernidade; e, finalmente, por-
que não se origina nos centros geopolíticos de produção do conhe- ______________________________________________________
cimento acadêmico, ou seja, do norte global.
Este trabalho explora a significação da interculturalidade como ______________________________________________________
uma perspectiva e prática “outra”, que encontra sustentação e razão
de existência na colonialidade do poder. Não se pretende reificar o ______________________________________________________
conceito de interculturalidade ou de “pensamento indígena” com
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ela relacionado. Ao contrário, este trabalho busca chamar a atenção
para a relação entre a interculturalidade e a colonialidade do poder ______________________________________________________
com a diferença colonial. E busca fazê-lo tal e como são pensadas e
praticadas particularmente pelo pensamento alternativo produzido ______________________________________________________
pelo movimento indígena, que se volta à classificação étnico-racial,
à dominação estrutural e à descolonização, assim como à contesta- ______________________________________________________
ção e à distinção em relação a discussões relativistas que se efetu-
am a partir da diferença cultural e da multiculturalidade. ______________________________________________________
Enfatizando particularmente a noção de “interculturalidade
epistêmica” e posicionando-se como prática política, como contra ______________________________________________________
resposta à hegemonia geopolítica do conhecimento, este trabalho
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se organiza em torno à associação da interculturalidade com a po-
lítica cultural ou identitária, por meio de configurações conceituais ______________________________________________________
que denotam outras formas de conhecimento, partindo da neces-
sária diferença colonial rumo à construção de um mundo diferen- ______________________________________________________
te. Seu interesse consiste em, simultaneamente, esclarecer como
essas configurações são constitutivas do projeto do movimento in- ______________________________________________________
dígena equatoriano e considerar suas implicações e possibilidades
para o projeto participativo do pensamento crítico social, área que ______________________________________________________
conta com um crescente número de pesquisadores Inter vinculados
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na América Latina e nos Estados Unidos, que se reflete neste livro.
Partindo desse objetivo, espero atuar aqui como uma espécie ______________________________________________________
de mediadora, dialogando com o movimento indígena tanto quan-
to com alguns conceitos-chave que orientam o projeto do pensa- ______________________________________________________
mento crítico social - ao que Escobar se refere como “programa de
pesquisa sobre modernidade/colonialidade”. Em particular, e como ______________________________________________________
uma demonstração do que o projeto participativo encerra, apro-
ximo elementos para ampliar o diálogo que sustento com Walter ______________________________________________________
Mignolo sobre interculturalidade na sua relação com a diferença
colonial, movimentos indígenas e colonialidade do poder. _____________________________________________________
O que é importante destacar aqui não é somente o que o con-
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ceito de diferença colonial oferece para a interculturalidade, mas
o que a prática da interculturalidade acrescenta aos conceitos de ______________________________________________________
“diferença colonial” e “colonialidade do poder”. Em suma, a inter-
culturalidade é um paradigma “outro”, que questiona e modifica a ______________________________________________________
colonialidade do poder, enquanto, ao mesmo tempo, torna visível
a diferença colonial. Ao agregar uma dimensão epistemológica “ou- ______________________________________________________
tra” a esse conceito -uma dimensão concebida na relação com e
através de verdadeiras experiências de subordinação promulgadas ______________________________________________________
pela colonialidade - a interculturalidade oferece um caminho para
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se pensar a partir da diferença e através da descolonização e da
construção e constituição de uma sociedade radicalmente distinta. ______________________________________________________

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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