Projecto Marcelina

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i

Marcelina Castro

Impacto Ambiental no Tratamento de Águas Residuais e Gestão de Lamas Fecais no


Município de Nampula
2020-2021

Universidade Rovuma
Nampula
2020

Marcelina Castro
ii

Impacto Ambiental no Tratamento de Águas Residuais e Gestão de Lamas Fecais no


Município de Nampula
2020-2021

Projecto de pesquisa a ser apresentada no Universidade


Rovuma, como um requisito para candidatura ao curso
de Mestrado em Gestão Ambiental

Universidade Rovuma
Nampula
2020

Índice
iii

Apresentação...............................................................................................................................4

1. Introdução...............................................................................................................................5

2. Problematização......................................................................................................................6

3. Objectivo Geral.......................................................................................................................6

3.1. Objectivos Específicos.........................................................................................................6

4. Justificativa.............................................................................................................................7

5. Hipóteses.................................................................................................................................7

6. Delimitação do estudo.............................................................................................................7

7. Metodologia............................................................................................................................8

7.1. Tipo de Pesquisa..................................................................................................................8

7.2. Técnicas de colecta de dados...............................................................................................8

7.2.1. Observação........................................................................................................................8

7.2.2. A entrevista.......................................................................................................................9

7.2.3. Revisão bibliográfica........................................................................................................9

8. População................................................................................................................................9

8.1. Amostra................................................................................................................................9

9. Revisão da Literatura............................................................................................................10

9.1. Contextualização................................................................................................................10

9.2. Evolução do saneamento em Moçambique........................................................................11

9.3. Enquadramento institucional.............................................................................................12

9.4. Tratamento de águas residuais no Municipio de Nampula................................................13

9.5. Gestão de lamas fecais em moçambique...........................................................................13

9.6. Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados......................................................14

10. Cronograma.........................................................................................................................14

11. Orçamento...........................................................................................................................15

Bibliográficas............................................................................................................................17
iv
4

Apresentação

Com a Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, 1972, dispõe que “O homem tem
o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas,
em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-
estar e é portador solene de obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as
gerações presentes e futuras.”
O ambiente abandonou o papel secundário que, até àquela data, desempenhara no cenário
internacional, para se transformar no protagonista das preocupações mundiais. Em 2004,
reforça-se esta previsão com a aprovação do novo texto da Constituição da República de
Moçambique, que estipula, logo, como objectivo fundamental do Estado Moçambicano a
“qualidade de vida dos cidadãos” e, em contrapartida, como dever fundamental dos
indivíduos “defender e conservar o ambiente”. Para além disso, prevê expressamente no art.º
90.º, com a epígrafe “Direito ao Ambiente” que “Todo o cidadão tem o direito de viver num
ambiente equilibrado e o dever de o defender. O Estado e as autarquias locais com a
colaboração das associações na defesa do ambiente, adoptam políticas de defesa do ambiente
e velam pela utilização racional de todos os recursos naturais”. E, no art.º 117.º, com a
epígrafe “Ambiente e qualidade de vida” que “O Estado promove iniciativas para garantir o
equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente visando a melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos. Com o fim de garantir o direito ao ambiente no quadro de um
desenvolvimento sustentável, o Estado adopta políticas visando: a) prevenir e controlar a
poluição e a erosão; b) integrar os objectivos ambientais nas políticas sectoriais”.
5

1. Introdução

O presente projecto é subordinado ao tema Impacto Ambiental no Tratamento de Águas


Resíduais e Gestão de Lamas Fecais no Município de Nampula 2020-2021. De referir que a
necessidade do saneamento é muito relevante a nível mundial, para a saúde e o bem-estar da
humanidade. A explosão demográfica, assim como o êxodo rural e a procura de mais
oportunidades para os jovens, que se tem observado ao longo das últimas décadas a nível todo
país, faz com que o acréscimo da procura dos sistemas de saneamento melhorados potencie a
necessidade de desenvolver novas infra-estruturas.

É desejável que sejam instalados novos sistemas de tratamento de águas residuais, bem como
promover uma gestão adequada das lamas fecais no caso do saneamento a seco, no sentido de
promover um melhoramento do sistema de saneamento, tendo em atenção os sistemas
sanitários já existentes.
Em geral, o país utiliza o saneamento local, o que torna indispensável a gestão das lamas
fecais, contribuindo e prevenindo o risco das doenças e a protecção do meio ambiente.
No caso de Moçambique, em particular o município de Nampula a falta de saneamento é um
dos problemas graves que tem marcado o dia a dia. Nas cidades em franco crescimento e
pressionadas pela construção e ocupação desordenada de espaços, esta situação tem
contribuído para a disseminação de várias doenças relacionadas com a sua insuficiência ou a
não observância das regras básicas de gestão dos resíduos. A disponibilidade da água também
é fundamental para que haja uma boa gestão dos serviços de saneamento.
Os grandes desafios que se têm colocado em termos de gestão dos recursos hídricos resultam
da falta de educação das comunidades sobre a importância dos sistemas de saneamento e da
ausência do ordenamento territorial que salvaguarde as comunidades mais vulneráveis das
regiões peri. A ausência de gestão dos resíduos sólidos e saneamento estão relacionados, por
um lado, com falta da disponibilidade financeira do Estado e por outro com a falta de recursos
no caso das famílias mais carenciadas.
O aumento crescente do consumo da energia, da água, dos recursos não renováveis e outros
recursos naturais, conduz a desafios adicionais tendo em atenção a limitada capacidade em
termos de recursos humanos qualificados e a disponibilidade financeira do país.
6

2. Problematização

A expansão da cidade e a falta de investimento em infra-estruturas adequadas para o


tratamento de águas residuais, o acesso a água potável o saneamento adequado, os serviços de
recolha de resíduos sólidos nas zonas residenciais, continua a ser um dos maiores desafios a
serem ultrapassado, e tem gerado uma problemática no âmbito das consequências resultantes
da falta de saneamento sustentável. A ausência destes serviços, leva a graves problemas de
saúde pública devido à proliferação de doenças e também a impactos negativos no meio
ambiente. Infelizmente o nosso pais ainda é considerado como um país que apresenta
condições deploráveis no que diz respeito à limpeza e à defecação a céu aberto, o que
prevalece até os dias de hoje.
Entretanto tem-se observado “águas negras” um pouco pela toda cidade e nas periferias, onde
se criam mosquitos e causa mau cheiro, o que é prejudicial a saúde da população. Estas águas
passam por residências, onde na maioria das vezes tem crianças a brincar. Ao redor dessas
águas com as quais sempre mantém um contacto, o que lhes pode causar doenças como
malária, diarreia e da cólera, pois cerca de 90% das mortes registadas por malária, diarreia e
cólera estão relacionadas com a falta de saneamento adequado. Por outro lado as autarquias
locais são responsáveis pela prestação de serviços públicos e a realização de obras públicas,
podendo adjudicar a particulares, mediante um concurso público.
Dada a situação descrita, e com vista a mitigar estes constrangimentos alçados é pertinente
questionar: “De que forma deverá ser tratada e gerida as águas residuais e as lamas fecais
no Município de Nampula?”

3. Objectivo Geral

 Analisar o impacto do tratamento de águas residuais e gestão de lamas fecais na


redução do grau de risco de doenças.

3.1. Objectivos Específicos

 Reduzir o nível de poluição no meio ambiental;


 Compreender os processos usados na gestão e tratamento das águas residuais e lamas
fecais;
 Promover uma educação ambiental junto aos munícipes;
 Prover mecanismos de reutilização das águas residuais e lamas fecais para outros fins;
7

 Avançar algumas soluções referente ao melhoramento da gestão e tratamento das


águas residuais e as lamas fecais

4. Justificativa

Nos últimos anos, Moçambique continuou a registar um valor muito elevado de mortalidade
infantil pelas mesmas razões. Esta situação resulta não só do constrangimento da falta de
financiamento para o saneamento do meio, mas ainda da falta de clareza na coordenação das
políticas e das instituições envolvidas. O município da Cidade de Nampula é resultado do
processo da descentralização democrática, tem-se a preocupação de saber como é que os
serviços estão sendo prestados.
Portanto elegeu-se o tema por duas razões: primeiro o interesse da autora em compreender
como é que os municípios gerem e tratam as águas residuais e lamas fecais, visto que são
entidades locais que foram criadas para responder as demandas das necessidades dos cidadãos
locais e pelas indagações que a autora tem constatada no quotidiano, no que diz respeito a
prestação de serviços concretamente saneamento do meio deseja-se ver o problema
solucionado e de certa forma encontrar uma maneira de ultrapassarmos esta situação, ainda o
Município da Cidade de Nampula por ser o local onde a autora mora.
Segundo pelo facto de ser preconizado pela Organização das Nações Unidades que assegura
que até 2030 todos tenham acesso ao abastecimento de águas e saneamento melhorado. Ainda
espera-se com este trabalho que os municípios estejam na melhor posição para decidirem
sobre as prioridades e os mecanismos de oferta de certos bens e serviços públicos tendo em
conta os interesses e as necessidades das respectivas populações.

5. Hipóteses

Diante da problemática levantada, foram avançadas as seguintes hipóteses:

H1˸ Quanto maior for o nível de tratamento, gestão das águas residuais e lamas fecais , menor
será o nível de risco das doenças nos munícipes;

H2˸ A fraca promoção sistematizada da educação ambiental para os munícipes pode ocasionar
maiores risco as doenças

6. Delimitação do estudo

O presente estudo será efectuado cidade de Nampula que é a terceira cidade maior do país,
envolvendo os munícipes desta autarquia no período de 2020 e 2021. Administrativamente, a
8

Cidade de Nampula é um município, tendo um governo local eleito. O Município de


Nampula, Possui Posto Administrativo Central com uma área de 3,2 km² e com um total de
17.986 habitantes, de acordo com o último Censo de 2007. Ainda possui seis (6) bairros
residenciais: nomeadamente: Muatala, Muhala, Namicopo, Napipine, Natikirie com igual
número de Direcções Sociais, com um total de 63 Quarteirões. E de referir que o tipo de
saneamento utilizado na cidade, são as fossas sépticas e as latrinas.

7. Metodologia

Em relação a metodologia, descrevemos os procedimentos metodológicos a serem utilizados


estudo para atingir os objectivos propostos. Para MARCONI e LAKATOS, (2007)
metodologia é o processo utilizado para o desenvolvimento da pesquisa sobre um
determinado tema, que permite alcançar determinado objectivo. De acordo com BEZZON,
(2004), projecto de pesquisa é a exposição de forma organizada e sistemática de um plano a
ser realizado. E é fundamental para remeter credibilidade ao tema pesquisado.

7.1. Tipo de Pesquisa

O presente estudo será uma pesquisa descritiva para alcance dos objectivos da pesquisa. E na
óptica de CERVO,(1983).“Pesquisa Descritiva busca conhecer as diversas situações e
relações que ocorrem na social (…) e demais aspectos do comportamento humano, tanto do
indivíduo tomado isoladamente como de grupo e comunidades mais complexas”. Entretanto
irá descreve a realidade e permitir o desenvolvimento de um nível de análise em que é
possível identificar as diferentes formas dos fenómenos, sua ordenação e classificação,
permite ainda, a explicação das relações de causa e efeito dos fenómenos.
Em termos de abordagem este estudo pode ser classificada como qualitativo pois vai buscar
medir a opinião dos munícipes em relação às acções avançadas pela autarquia no sentido de
preservar o meio ambiente. A opção da abordagem qualitativa, deve-se ainda pelo carácter
sócio-cultural da população-alvo da pesquisa. Salientar ainda que, faremos o uso deste
método qualitativo porque permitirá termos e captar uma dimensão mais essencial da
realidade, que tem a ver com os costumes e valores que norteiam as acções e praticas sociais.
Quando aos objectivos revelou-se exploratória pela busca de conhecimentos a fim de
responder as questões apresentadas e obter os resultados necessários.

7.2. Técnicas de colecta de dados


9

As técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma
ciência, ou seja, corresponde à parte prática da colecta de dados LAKATOS & MARCONI,
(2001). O estudo privilegia a observação da realidade, durante a investigação, as entrevistas,
que a toma de fotografias, análise de documentos e anotações de campo para obter os dados.

7.2.1. Observação

A observação visa examinar o ambiente através de um esquema geral para nos orientar e que
o produto dessa observação é registado em notas de campo. E esta pode ser classificada em
função do grau de envolvimento do observador ou segundo o grau de sistematização. Para
SANTOS, (1994) quanto ao grau de envolvimento do observador, a observação pode ser
participante e não participante.
Para o presente estudo recoreu-se a observação participante pois é aquela cujo observador
participa da vida do grupo que está a estudar; o observador desempenha um papel bem
definido na organização social que observa e os dados recolhidos pelos investigadores estão
dependentes da forma como participam enquanto observadores, com efeito.

7.2.2. A entrevista

Neste estudo, opta-se pelas entrevistas semiestruturadas pois parecem mais adequadas neste
contexto e por permitirem maior segurança ao investigador. Como também pelas vantagens
defendidas por autores como QUIVY e CAMPENHOUDT,(1992), ao considerar facilitadora
da relação dialéctica, permitindo a riqueza objectiva da interacção humana, da liberdade de
expressão do narrador, restituindo profundidade aos elementos de informação. Para além
disso, possibilita ao investigador assumir-se como um facilitador do processo de
comunicação, obtendo informações importantes e compreendendo as perspectivas e
experiências dos entrevistados.

7.2.3. Revisão bibliográfica

Consistirá na análise de literaturas e outras fontes escritas (documentos oficiais, não editados)
consideradas essenciais. Esta fase, permitira-nos trazer uma definição do argumento teórico
do conteúdo e, por um lado, para que revista de cientificidade.

8. População

Considerando que a população é o conjunto de indivíduos ou objectos que apresentam pelo


menos uma característica comum, casos ou observações onde se quer estudar um fenómeno.
10

Sendo N o número total de elementos do universo ou população. LAKATOS e MARCONI,


(2001). Nestes termos a população deste estudo compreende a totalidade dos munícipes
residentes na cidade de Nampula.

8.1. Amostra

Em base a adesão voluntária dos munícipes, irá se levantar informações com o intuito de
compreender e avaliar os aspectos relativos ao meio ambiente, buscando assim, mecanismos
que auxiliem no tratamento e gestão de águas residuais e lamas fecais. Entretanto a mostra
será aleatória, obedecendo o critério de acessibilidade. Portanto o critério de acessibilidade
circunscreve-se na escolha dos munícipes que demonstrarem disponibilidade de responder os
questões no acto de recolha de dados que esses possam, de alguma forma, representar o
universo sem no entanto a descriminação de sexo, idade nem pela categoria profissional.

9. Revisão da Literatura

9.1. Contextualização

Ao longo da sua existência, a humanidade, pela sua natureza, mas suas relações sociais e
actividades sobre o meio, está exposta a riscos de tipo biológico que em certas circunstâncias
afectam a sua saúde. O ser humano também está exposto a riscos sociais que em certas
circunstâncias serviram de comportamento típico, noutras circunstâncias como reguladores de
acção na vida social.
Há necessidade de explicitar conceitos tais como: Ambiente é o meio em que o Homem e
outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio, e inclui: o ar, a luz, a terra, a
água, os ecossistemas, a biodiversidade e as relações ecológicas, toda a matéria orgânica e
inorgânica e todas as condições socioculturais e económicas que afectam a vida das
comunidades. Para além disso, o art.º 4, al. d) da Lei do Ambiente, dispõe, relativamente ao
princípio da visão global e integral do ambiente, que este deve ser encarado como um
conjunto de ecossistemas interdependentes naturais e construídos. Do exposto, pode-se dizer
que o conceito de Ambiente adoptado pela Lei Moçambicana é um conceito amplo,
abrangendo não só os elementos naturais, ou também designados componentes ambientais,
mas também os artificiais (como a paisagem, a cultura, o saber das comunidades locais, entre
outros).
Outro conceito tem a ver com protecção ambiental. A protecção ao meio ambiente é assunto
que ganhou grande espaço ao final do século XX, e recentemente vem aparecendo quase que
11

com estardalhaço na mídia e nas produções académicas, especialmente devido à urgente e


talvez tardia preocupação com o efeito estufa. Tal protecção, contudo, reveste-se de um
carácter especial, visto que é um direito cujo titular não é necessariamente determinado. De
facto, o destinatário deste direito é toda a humanidade, incluindo aqueles que ainda não estão
aqui preceito consagrado com o princípio da responsabilidade entre gerações, pois aqueles
que aqui estão hoje não podem utilizar o meio ambiente de forma a provocar a sua escassez
para as gerações vindouras.
No entanto, embora venha sendo tratado de forma mais intensa nos últimos anos, o tema da
protecção ao meio ambiente remonta a tempos antigos. Segundo DIOGO, (1999). Desde a
Bíblia já havia orientações quanto à protecção ao meio ambiente, tanto no Géneses quanto no
Deuteronómio.
Segundo DIOGO, (1999), antes de apresentar os argumentos doutrinários acerca do tema,
convida a todos para uma breve viagem de reflexão acerca de um termo falado quando se quer
debruçar sobre o meio ambiente, o termo “ecologia”. “Ecologia” é palavra formada pelo
termo “oikos”, que significa “casa”, e por “logos” (lógia), que significa ciência, estudo.
Assim, de forma bem simples, ecologia significa a ciência que estuda a nossa casa, o planeta
Terra.
E não se trata de mera coincidência: “oikos”, que significa “casa” é complementado por
“nomia”, que significa gerenciamento, organização. Portanto, Ecologia e Economia são
ciências relacionadas ao mesmo objecto de estudo, tendo tão-somente focos distintos. Essa
conexão, embora pareça óbvia pela abordagem dos vocábulos, não é tão facilmente aceita.
Em questões de poluição, nos termos do art.º 9.º da Lei moçambicana do Ambiente, optou-se
por se impor uma proibição de poluir, prevendo, expressamente, que “não é permitida, no
território nacional, a produção, o depósito no solo e no subsolo, o lançamento para a água
ou para a atmosfera, de quaisquer substâncias tóxicas e poluidoras, assim como a prática de
actividades que acelerem a erosão, a desertificação, o deflorestamento, ou qualquer outra
forma de degradação do ambiente, fora dos limites legalmente estabelecidos”. Antes de mais,
por “ofensa ecológica” entende-se “todo o acto ou facto humano, culposo ou não, que tenha
como efeito a produção de um dano nos valores ambientais protegidos por lei.
Tanto assim é que o referido dispositivo legal prevê que estão também proibidas “qualquer
outra forma de degradação do ambiente”, que não somente aquelas especificamente
consagradas na Lei. Adopta assim, uma cláusula geral de proibição de poluir, não obstante
enunciar alguns casos específicos de poluição
12

9.2. Evolução do saneamento em Moçambique

Moçambique é um país em vias de desenvolvimento, com mais de 50% da sua população a


viver em pobreza absoluta. Esta situação agravou-se nas zonas que foram devastadas pela
guerra civil, a qual durou cerca de 16 anos (1975 até 1992), destruindo a maior parte das
infraestruturas sociais e económicas. COLIN, (2002).
Em 1979, com o apoio de ajuda externa o governo desenvolveu pesquisas sobre latrinas no
sentido de encontrar algum tipo que fosse tecnicamente resistente. Seria então possível alargar
por todo país o seu uso e tornar-se-ia acessível para a maior parte das famílias suburbanas. A
melhor alternativa escolhida foi a latrina de fossa com cobertura de laje. Assim surgiu o
programa de saneamento designado por Programa Nacional de Saneamento a Baixo Custo.
Com o surgimento das novas políticas (ambientais e Direção Nacional de Águas, nos finais
dos anos 90 as agências, responsáveis pela assistência começaram a preocupar-se mais com a
sustentabilidade do projeto. Assim, começaram a ser criadas estratégias para o
desenvolvimento do programa nas zonas suburbanas e rurais. COLIN, (2002).
No que diz respeito ao tratamento de águas residuais, assim como ao tipo de saneamento
utilizado, Moçambique aplica maioritariamente tecnologias de tratamento descentralizado ou
seja, de baixo custo. Nas zonas urbanas algumas das infraestruturas têm acesso à ligação da
rede do esgoto, mas a maior parte da população destas zonas usa fossas sépticas; porém,
devido aos elevados custos envolvidos na ligação dos sistemas de sanemanto à rede pública
de colectores de águas residuais, os residentes acabam usando metodologaias mais acessíveis:
esvaziamento. Na região suburbana, alguns usam fossas e a maioria usam latrinas melhoradas.
Nas zonas rurais usam-se latrinas a seco ou não têm acesso a nenhuma latrina (defecação a
céu aberto).
No que refere ao abastecimento de água potável, o país está numa posição privilegiada, mas já
não se pode dizer o mesmo em relação à limpeza, ao asseio e ao sistema de canalização e
esgotos.

9.3. Enquadramento institucional

O enquadramento institucional na gestão dos recursos hídricos em Moçambique encontra-se


estruturado em dois níveis de governação, nomeadamente, o do governo central e o do
governo local. O governo local é constituído pelas autarquias locais e o central é constituído
pelo Ministério das Obras Publicas e Habitação, através da Direção Nacional de Água que é a
instituição responsável pela gestão estratégica do sector de águas no país, que inclui
13

nomeadamente, o abastecimento de água, o saneamento e gestão dos recursos hídricos


ENGRH, (2007)
Á nível provincial, a responsabilidade de coordenação do sector cabe à Direção Provincial das
Obras Públicas e Habitação, através do Departamento de Águas e Saneamento. A nível
distrital a responsabilidade do sector cabe ao Serviço Distrital de Planeamento e
Infraestruturas. Os municípios, como entidades autónomas têm a responsabilidade de garantir
a abastecimento de água e saneamento na sua área de jurisdição.
O enquadramento institucional, na gestão de lamas fecais, muita das vezes provém de
regulamentação utilizada em tratamentos de águas residuais, que não têm em conta a
problemática de lamas fecais. Geralmente num país como Moçambique, caracterizada por
baixa economia, para evitar o pagamento da taxa relativa à descarga de lamas (para cobrir os
encargos de funcionamento da estação de tratamento), as lamas são descarregadas muita das
vezes indevidamente, causando problemas de saúde pública e um grande risco para o meio
ambiente. Mesmo existindo locais adequados para tratamento das lamas, apenas uma pequena
percentagem é que é formalmente recolhida, transportada e direcionada para locais do
tratamento ou disposição. ENGRH, (2007)

9.4. Tratamento de águas residuais no Municipio de Nampula

O tipo de saneamento utilizado na cidade, são as fossas sépticas e as latrinas. Os dois projetos
desenhados pela edilidade cobriram o sistema de águas residuais e o sistema de drenagem.
Este último, é que beneficiou de um financiamento do Millennium Challenge Account, cujas
obras já terminaram. O projeto consistiu na construção de uma rede de drenagem com cerca
de 10 km de tubagens, com sarjetas, 4500 metros de canais de betão, 4000 metros de canais
de gabiões (gabião é um tipo de estrutura armada, drenante e de grande durabilidade e
resistência). CODESRIA, (2008).
Segundo o relatório de pesquisa do consórcio de consultores HYDROCONSEIL e SCDS,
(2013), financiado pelo Millennium Challenge Account, na cidade, até 2013 existiam cerca de
22,5 km de canais abertas, 7,1 km galerias e 5400 fossas que precisavam de ser esvaziadas
periodicamente. O Conselho Municipal para fortalecer a qualidade, abrangência e eficácia dos
serviços de saneamento criou uma empresa municipal de saneamento EMUSANA com
autonomia financeira, patrimonial e administrativa (Saneamento da Cidade de Nampula).
Actualmente, não é realizado nenhum tratamento das águas residuais da Cidade de Nampula.
Após o esvaziamento das fossas, as lamas fecais são transportados por camiões-tanque,
pertencentes a uma pequena empresa local que tem operado este tipo de serviço, que os
14

coloca em aterros sanitários. A falta de financiamento dos projectos de tratamento de águas


residuais tem deixado as autoridades municipais das cidades, indignadas devido aos
problemas de saúde pública (diarreia,cólera, maus odores, falta de limpeza) que daí resultam.

9.5. Gestão de lamas fecais em moçambique

A gestão de lamas fecais tem sido preterida em relação às tecnologias de saneamento local.
Porém, os recursos financeiros são muita das vezes escassos para a sua completa
implementação (STRANDE, et al., 2014).
A Organização das Nações Unidas tem desempenhado um papel fundamental, com o objetivo
de reverter os problemas da degradação dos recursos naturais a nível mundial, como
consequência da explosão demográfica relacionado com o baixo nível de vida (miséria) e da
pobreza.
Os sistemas de saneamento convencionais, nem sempre eram adequados aos meios urbanos
dos países em desenvolvimento, devido aos elevados custos e necessidades de
manutenção, criando-se assim dificuldades acrescidas resultantes do baixo nível de riqueza
para sua possível implementação. HAZEL, (2015).
O “Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas”, propôs em 1989 a “ Abordagem de
Saneamento Estratégico” visando reforçar a necessidade de ser considerado todo o ciclo de
saneamento, incluindo os sistemas, o método de coleta, transporte e tratamento de lamas,
valorizando os serviços, a influência das comunidades e do governo, no sentido de encontrar
as soluções tecnológicas adequadas.

9.6. Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados

Os resultados colectados no contexto deste estudo serão discutidas abertamente de acordo


com a tendência das respostas dos respondentes, métodos que percebemos que são capazes de
analisar e interpretar os resultados com a facilidade requerida para a compreensão do
conteúdo em análise.

Para a tabulação dos dados, foi na base do recurso a Microsoft Excel na sua versão 2010 e os
resultados expressos em forma de tabelas e gráficos circulares. Mas antes porém será
realizando um curto discurso sobre os objectivos da pesquisa e a importância da colaboração
dos participantes e possíveis esclarecimentos.

10. Cronograma
15

A elaboração do Cronograma responde a pergunta quando? A pesquisa deve ser dividida em


partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra Gil, (2007).
Nesta parte indica-se o tempo necessário para o desenvolvimento de cada uma das etapas da
pesquisa. Esta pesquisa está prevista num prazo de dois (2) anos:

Actividades 2020-2021

Abr.
Fev.
Ago

Nov

Mar
Dev

Mai
Jan.
Out

Jun
Set

.
Apresentação do pré-projecto ao supervisor
Alinhamento do Projecto (final)
Elaboração de instrumentos de recolha de
dados (guião de entrevista) e grelha de
observação
Pré-testagem
Análise dos resultados da testagem
Realinhamento de instrumentos (guião de
entrevista e grelhas de observação)
Testagem (Aplicação dos instrumentos)
Levantamento da literatura
Tratamento de dados (Transcrição de
entrevistas)
Tratamento de dados (análise de dados)
Actividades 2020-2021
Ago

Nov

Mar

Mai
Dez

Abr
Fev
Out

Jan
Set
Jul

Transposição de dados das grelhas de


observação
Interpretação de dados

Compilação da dissertação (partes)

Revisão linguística da dissertação

Entrega da versão final da dissertação

Defesa

11. Orçamento
16

O custo de um projecto ou orçamento consiste numa resposta a questão quanto? O orçamento


distribui os gastos por vários, itens, que devem necessariamente ser separados”. MARCONI e
LAKATOS, (2001)

N. Ord Designação Quant. P. Unit. Total Obs.

1 Resma 3 120,00 360,00

2 Esferográficas 4 5,00 10,00

3 Lápis de carvão 2 3,00 6,00

4 Régua (30cm) 1 5,00 5,00

5 Marcador 3 10,00 10,00

6 Arquivo com separador 1 75,00 75,00

7 Trabalhos de Impressão – 1.500,00 1.500,00

8 Trabalho de correcção e rectificação da dissertação – 500,00 500,00

9 Entrevista e Questionário – 400,00 400,00

10 Fotocópias – 2.000,00 2.000,00

11 Encadernação 3.000,00 3.000,00

50
12 Publicação da dissertação 50.000 50.000,00
exem.

Total 57866
17

Bibliográficas

BEZZON, Lara Crivelaro. (2004). Guia Prático de Monografias, Dissertações e Teses:


Elaboração e Apresentação. Campinas.

CERVO, Amado Luís & BERVIAN, Pedro Alcino , Metodologia científica, 3ª ed, McGraw-
Hill do Brasil, São Paulo, 1983.

CODESRIA, (2008). Reflexões Sobre o Espaço Urbano: “Cidade de Nampula Moçambique”.

COLIN J., (2002). Programa Nacional de Saneamento em Moçambique: Pioneiros no


Saneamento Suburbano. Soluções Africanos para água, saneamento e higiene.

CONCELHO MUNICIPAL. Departamento do saneamento nos municípios de Nampula -


Moçambique

DIOGO Freitas do Amaral, Lei de Bases do Ambiente e Lei das Associações de Defesa do
Ambiente, in Direito do Ambiente, INA 1994, p. 369

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