C Progressao de Regime S5 Penal

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Ao Juízo da Vara de Execuções Penais da Comarca de Contagem/MG.

Processo nº

Nome completo do requerente, já qualificado nos autos do processo em


epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, requerer LIVRAMENTO CONDICIONAL C/C
PROGRESSÃO DE REGIME, com fulcro nos artigos 83 e seguintes do CP, c.c.
os artigos 112 e seguintes da LEP, pelas razões de fato e fundamentos a seguir
expostas:

1. Dos Fatos

O Requerente foi condenado a uma pena de X anos de reclusão pela


prática do crime de XX, sendo certo que já cumpriu o período de X anos de
reclusão, ou seja, 1/3 de sua pena. Além disso, conforme consta na sua Folha
de Antecedentes, o Requerente é réu primário e não cometeu nenhuma falta
carcerária, conforme declaração anexa.

2. Dos Fundamentos Jurídicos

2.1. Do livramento Condicional

Art. 83 – O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a


pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, desde que:
I – Cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;

II – (…)

III -Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da


pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover
à própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV – (…)

V – (…)

Parágrafo único. – Para o condenado por crime doloso, cometido com


violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinquir.

A Lei de Execução Penal, em seu artigo 131 assim prescreve:

“O livramento condicional poderá ser concedido pelo juiz da execução,


presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único do Código Penal,
ouvidos o Ministério Público e o Conselho Penitenciário.

Consoante nossa melhor doutrina, consiste o livramento condicional a


última etapa do sistema penitenciário progressivo, através da qual possibilita-se
a reinserção do sentenciado ao convívio social, desde que apresente sinais de
estar em condições de se reintegrar à sociedade, ficando sujeito ao
cumprimento de determinadas condições, que desatendidas poderão acarretar
a revogação do benefício.
Conforme, documentação acostada ao presente substantivo penal, o
Requerente preenche todos requisitos legais, objetivos e subjetivos, do artigo
83 do Código Penal.
Finalmente, Excelência, que durante toda a execução da pena, o
Requerente, sempre procurou obedecer as determinações contidas na sentença
condenatória à risca, nunca tendo se furtado aos pernoites e recolhimentos,
como também exerceu sua atividade laboral superando as dificuldades que os
reflexos colaterais da condenação lhe impuseram, lutando, neste interregno,
contra a desagregação de sua família e, acima de tudo, jamais se deixou
contaminar pelo convívio pernicioso dos demais delinquentes se mantendo
firme e resoluto dentro dos ditames da lei e do direito.

No presente caso, o condenado já cumpriu X anos de reclusão, ou seja,


1/3 de sua pena, sendo primário, etc...

Consoante comprova a certidão de comportamento carcerário anexa,


tem o Requerente excelente comportamento no cumprimento da pena, não
sofrendo qualquer penalidade decorrente de falta grave.

Logo, presentes os requisitos para a concessão do presente pedido.

Nesse sentido, citar doutrina e jurisprudência.

2.2. Da progressão de regime

Caso V. Exa. entenda não ser cabível a concessão do benefício do


livramento condicional, requer que seja concedida a Progressão de Regime,
com base nos argumentos fáticos e jurídicos a seguir esboçados:
O apenado já cumpriu X anos, X meses e X dias, isto é, mais de 1/6.
Ademais tem apresentado bom comportamento carcerário, conforme se
constata pela certidão carcerária anexa.
Assim, diante do suporte fático apresentado, urge invocar, ao caso, o
art. 112 da Lei de Execuções Penais, que dispõe o seguinte: “a pena privativa
de liberdade será executada de forma progressiva, com a transferência para
regime menos rigoroso, a ser determinado pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e seu mérito indicar a
progressão”.
No mesmo sentido, o art. 33, § 2º, do CP, pontifica os mesmos critérios
ora vergastados como suficientes para se efetivar o sistema de progressão de
regime.
Para que se processe a progressão de regime de cumprimento de pena
privativa de liberdade, é necessário o preenchimento de dois requisitos
materiais, um objetivo e outro subjetivo. O primeiro diz respeito ao requisito
temporal e o outro se refere ao mérito do condenado.
No caso vertente, o condenado preenche todos os requisitos legais
exigidos, vez que, além de já ter cumprido mais de um sexto da pena unificada
no regime fechado, é, também, detentor de um bom comportamento
carcerário, fazendo, pois, jus à concessão do objetivo ora almejado.
Há de se ter em mente, Excelência, a verdadeira finalidade da pena, que
visa a integração ou a reinserção social, exigindo-se que o processo de
execução penal revista-se de um caráter dinâmico, sujeito a mutações ditadas
pela resposta do condenado ao tratamento penitenciário que a si é dispensado,
e assim o faz a Lei de Execuções Penais quando dirige a execução da pena para
a forma progressiva, levando em consideração não só pressupostos de ordem
temporal, como também elementos subjetivos ditados pelo comportamento do
detento.
Sobre o tema, convém ressaltar a lição do mestre JULIO FABBRINI
MIRABETE, em sua obra Execução Penal, 10ª Edição, ed. Atlas, “não havendo
condições de promover-se o fim da pena no ambiente agressivo do cárcere em
regime fechado e sendo necessária a gradual integração social do condenado,
possibilita-se que ele conquiste a progressão quando dê sinais de modificação
de comportamento depois ter recebido orientação adequada, instrução e
ensinamentos com vistas a sua profissionalização ou aperfeiçoamento”.
Insta apontar alguns entendimentos jurisprudenciais sobre a matéria em
roga para fundamentar a progressão de regime:
“O direito à progressão ao regime menos rigoroso, em atendimento às
exigências do art. 112, da Lei 7.210/84, insere-se como direito subjetivo público
do sentenciado, integrando-se ao rol dos direitos matérias penais” (TJSP – Ag.
– Rel. Oliveira Ribeiro – RT 724/627).
(TAPR – RA – Rel. Moacir Guimarães – RT 682/365).
“A progressão, quando preenchido os requisitos legais, é um direito do
sentenciado, ao qual a Constituição assegura respeito em plenitude à sua
integridade moral – inciso XLIX do art. 5o da Carta Federal – Não é compatível
com o preceito fundamental procrastinar-se ao exercício de regime ao qual o
preso foi removido, comprovada a observância das exigências legais à
ultrapassagem do estágio” (TJSP – HC 90.368-3 – Rel. Renato Nalini).
“Impossível exigir ideal saúde física e psíquica do detento, em face da
precariedade do sistema penitenciário. Assim deve ter seu pedido de
progressão de regime prisional deferido se tem atestado sua boa conduta
carcerária ao longo do período em que cumpriu a pena corporal em regime
fechado por tempo superior ao legalmente exigido” (TACRIM-SP – RA – Rel. Jo
Tatsumi – RT 663/315).
"HABEAS CORPUS – PROGRESSÃO DE REGIME DE CUMPRIMENTO DE
PENA – OPINIÃO FAVORÁVEL DA COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO –
PREENCHIDOS OS REQUISITOS OBJETIVO E SUBJETIVO – ORDEM DEFERIDA
– O parecer da Comissão Técnica de Classificação não vincula o juiz. Mas ao
rejeitar um parecer elaborado sobre bases amplas e minuciosas, o magistrado
há de ser minimamente convincente a propósito da razão que o faz. Despacho
não justificativo da recusa do benefício aliado ao preenchimento do requisito
objetivo: pena a cumprir. Ordem deferida para conceder ao paciente a
progressão do regime fechado para o semi-aberto de cumprimento da pena. 5
(STF – HC 72873 – 2ª T. – Rel. Min. Francisco Rezek – DJU 16.02.2001 – p.
00090)"
Obtemperasse M.M Juiz que todos os pedidos aqui solicitados se tratam
de direito subjetivo do reeducado, devendo deste modo serem avaliados,
conforme consta no atestado de pena feito no dia 22 de fevereiro de 2018, que
dispõe sobre o tempo para alcance de cada um desses benefícios ao
reeducado.

3.Dos Pedidos

Ante o exposto, requer:


a) A concessão do benefício do Livramento Condicional, tendo em vista
o preenchimento dos requisitos do art. 82 do CP; expedindo-se o competente
alvará de soltura, como medida de inteira justiça;
b) Caso V. Exa. não entenda cabível a concessão do Livramento
Condicional, roga-se, subsidiariamente, pela concessão da medida de
progressão de regime, notadamente para o semi-aberto, com a emissão do
expediente necessário para viabilizar tal desiderato, visto que o Suplicante
atende todos os requisitos objetivos e subjetivos necessários a consecução do
benefício pleiteado, gizado nos arts. 33, § 2º, do CP e 112, da Lei 7.210/84;
c) A intimação do douto Membro Ministerial, que atua junto a esta Vara,
para se manifestar sobre o pedido, exarando parecer ou providências que
entender devidas.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Local, dia de mês de ano.

Nome do Advogado
OAB/UF n° número da inscrição na OAB

Você também pode gostar