Ficha de Filosofia 11ºano - 2ºperíodo
Ficha de Filosofia 11ºano - 2ºperíodo
Ficha de Filosofia 11ºano - 2ºperíodo
Karl Popper que concorda com o argumento de Hume em relação ao método indutivo, constrói uma
outra interpretação do método científico (hipotético-dedutivo) para justificar as teorias científicas e
dissolve o problema da indução, mostrando que os problemas da indução não invalidam a
credibilidade e racionalidade da ciência. Pois, segundo o seu ponto de vista, as teorias científicas não
são descobertas a partir do método indutivo, mas sim utilizando apenas o raciocínio dedutivo, visto
que é por dedução que se obtém as consequências preditivas das hipóteses que são experimentadas
e que, se forem corroboradas, se aceitam como teorias provisoriamente válidas.
A ciência evolui por tentativa e erro, isto é, uma conjetura deve ser sempre posta à prova por meio
da experiência tentando mostrar que é falsa e se ela for falsa elimina-se essa conjetura e parte-se
para outra; se esta resistir então, inicialmente, é corroborada. Mesmo assim, esta teoria
corroborada pode ser mais tarde refutada e substituída por outra.
Assim, nunca temos a certeza de termos encontrado uma teoria verdadeira, mas sim uma teoria
próxima da verdade que descobrimos por meio de eliminação das teorias falsas.
Pois as conjeturas não podem nunca serem verificadas, mas sim corroboradas e a
corroboração é provisória.
Segundo Popper, o problema da indução é insuperável. Assim, se as inferências indutivas não podem
ser justificadas, não podem ser usadas para justificar as teorias científicas.
«Abordei o problema da indução através de Hume. Hume, pareceu-me, estava perfeitamente certo
em fazer notar que não é possível justificar logicamente a indução. Em consequência, podemos dizer
que as teorias nunca podem ser inferidas de enunciados de observação, ou racionalmente
justificadas por ele.»
– O ponto de partida para a ciência, ao contrário do que pensavam os indutivistas não pode ser a
observação pura e imparcial dos factos, mas sim um problema levantado por uma observação que
entra em confronto com as teorias e expetativas de que já dispomos.
Por esta razão, o fato de o problema da indução ser insuperável não constitui uma dificuldade para a
justificação científica. Popper resolveu o problema da indução, no domínio da justificação científica,
afastando-o ou dissolvendo-o.
Popper é lembrado mais enfaticamente por sua defesa do falsificacionismo (capacidade de estar
equivocada) como um critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, ainda que, em um
segundo momento, por sua defesa da sociedade igualitária e livre de qualquer preconceito e
intolerância.
Como óbvia limitação do falsificacionismo pode-se apontar a questão de todos os fatos enunciados
observacionais serem falíveis, sendo que algumas vezes apenas o enunciado pontual está
equivocado, e não a teoria mais geral. A partir das proposições de Popper começou-se
fundamentalmente uma discussão do que a ciência representa, e, mais do que isso, o que a ciência
significa.
As teorias científicas mais avançadas e explicativa são falsificáveis num grau muito elevado e são
muito informativas.
Além de serem falsificáveis num grau muito elevado, as teorias científicas mais avançadas e
explicativas devem ser resistir às tentativas de falsificação, nomeadamente, aos testes empíricos
severos concebidos para as tentar falsificar.
proposições falsificáveis na prática- quando já conheço coisas que refutam uma tese
proposições falsificáveis em princípio- posso vir a conhecer / observar coisas que refutem uma
teoria
- Os testes experimentais não podem nunca demonstrar que uma teoria é verdadeira, apenas
podem provar, com alguma sorte, que é falsa.
7. Distinção entre:
a) teoria corroborada
Uma teoria que é corroborada, quando passa um teste ou contrastação, isto é, quando uma
observação cujo resultado poderia eventualmente refutar a teoria não se confirma, fortalece a
própria teoria sem, no entanto, a confirmar.
Uma teoria é científica somente se for empiricamente falsificável, isto é, se for possível conceber um
teste experimental que seja capaz de mostrar que a teoria é falsa.
Uma teoria que quando enfrenta um teste exprimental este a prova como falsa.
- Muito informativas
- Falsificáveis
- Resistentes à refutação
- Ousadas
Segundo Popper todas as pseudociências são fruto da aplicação de um método- método acrítico
10. O método científico de acordo com a versão de Popper (método das conjeturas e refutações
ou da discussão crítica)
O método proposto por Karl Popper ficou conhecido por Método das Conjeturas e Refutações, que
pode ser resumido em 3 etapas principais:
Problema:
– O ponto de partida para a ciência, ao contrário do que pensavam os indutivistas não pode ser a
observação pura e imparcial dos factos, mas sim um problema levantado por uma observação que
entra em confronto com as teorias e expetativas de que já dispomos.
Conjetura:
– Depois da formulação do problema compete ao cientista encontrar uma hipótese que seja uma
possível resposta a esse problema.
– Essa hipótese pode ser uma suposição arrojada, imaginativa, mas
devidamente fundamentada, concebida para tentar explicar os factos.
– Popper chama conjeturas a este tipo de hipóteses.
Refutação:
– Esta etapa corresponde à fase em que o cientista testa a hipótese.
– Testar a hipótese consiste em confrontá-la coma experiência.
– Basta encontrar na experiência um elemento que contrarie a hipótese para
que esta seja afastada (refutada pela experiência).
– Este teste refutador deve ser conclusivo
a) historicamente incorreto
Segundo Popper os génios da ciência são aqueles que admitem que possa haver falhas e tentam
modificar uma teoria. Tendo por isso uma visão ideal dos cientistas, mas sabemos historicamente
que isso não acontece.
Pois historicamente sabemos que os cientistas são conservadores e fiéis aos seus conceitos e têm
muita resistência para com aqueles que apresentam falhas.
crítica de Thomas Kuhn- o falsificacionismo é historicamente incorreto, quando Popper diz que os
cientistas têm uma mente aberta, que são acessíveis a modificar as suas teorias, isso é mentira,
porque a história diz-nos o contrário, pois sempre foi necessário muito tempo até se abandonar uma
teoria.
- Há muitos cientistas que não têm espírito crítico e são muito dogmáticos, conservadores. Resulta
desses mesmos cientistas terem sido educados assim.
segundo Popper, basta encontrar um erro numa teoria para esta ser falsa. Enquanto quem o critica
diz que sendo uma teoria composta por várias proposições e quando uma proposição é falsa e esta
não é central na teoria, então a falsificação é inconclusiva. E o facto de uma teoria ser pensada como
errada, mas, no entanto, não houve um erro com a teoria, mas sim com a experiência (com os
materias, erro humano), os cientistas não deviam ser influenciados apenas comum erro.
- a ciência vai avançando através de um processo de eliminação dos erros (as teorias más são
substituídas pelas melhores)
O continuísmo tem com objetivo final a VERDADE, meta inatingível, “ideal regulador” do método
científico.
- no ponto de vista de Popper nós temos um método objetivo para comparar teorias, podemos dizer
que uma teoria se aproxima mais à verdade que outra quando esta cumpre 3 requisitos:
- não é refutada
Internos (cientista):
- dogmatismo
- É falso que os cientistas são objetivos de acordo com os dados observados - é mais fácil não
aceitar as refutações das teorias, do que as alterar
- É falso que os cientistas são recetivos ou tenham espírito crítico face a novas teorias
- Quando surgem novos factos / novidades no plano teórico, o que é habitual é a comunidade
ter uma atitude resistente às novidades
O dogmatismo da ciência provém da educação (escolas, universidades, etc.), de acordo com Kuhn a
aprendizagem é feita em moldes dogmáticos, pois aprende-se pela reprodução e repetição e tudo o
que aprendemos tem por base paradigmas.
2. A noção de paradigma
paradigma – estrutura teórica que oferece uma visão do mundo, uma perspetiva, e uma forma
especifica de fazer ciência numa dada área. Centra-se numa teoria que proporciona problemas e
soluções exemplares a uma certa comunidade de investigadores da comunidade científica.
- Critério de demarcação
- Visão do mundo que inclui:
teorias
método
instrumentos científicos
a) pré-ciência
Durante o período de ciência normal, as leis e as teorias ou alguma regra metodológica podem ser
corrigidas ou tornadas mais precisas, mas não são substancialmente modificadas.
O paradigma é um modelo para a resolução dos enigmas da Natureza de acordo com o paradigma.
Por vezes contudo, os cientistas não conseguem resolver um problema ou obtêm resultados
inconsistentes com o paradigma vigente.
c) ciência extraordinária
Quando os cientistas não encontram solução para as anomalias no interior do paradigma, não põem
imediatamente o paradigma em causa: esperam que as anomalias acabem por ter solução com o
decurso da investigação.
-à medida que estas anomalias persistentes se acumulam, os cientistas começam a perder alguma
confiança no paradigma
anomalias persistentes- anomalia que persiste sem uma solução satisfatória, apesar do esforço dos
cientistas
- Parecido com o ideal de cientista de Popper, porque os cientistas são críticos, têm em mente
aberta, inventam novas teorias
ciência extraordinária - fase em que a discórdia e a divergência reinam, mas há um paradigma que
resiste à mudança e que só será substituído se houver boas razões para o fazer – o novo paradigma
ou modelo explicativo só tem possibilidades de ser adotado se conseguir explicar factos que o
modelo anterior não explicava.
d) revolução científica
- mudança radical na direção de uma disciplina científica, caracterizada pela alteração das suas leis e
teorias fundamentais, das regras da investigação e até do significado e do campo de aplicação dos
conceitos usados (muda-se aforma de pensar)
processo não cumulativo – os paradigmas não se acumulam, um substituí o outro, ou seja, à corte
de uma paradigma e defesa de um novo paradigma.
1- exatidão empírica
Se a teoria A dá resposta a problemas que a teoria B não consegue. A é objetivamente melhor que B,
ou seja, A resolve problemas que B resolve e resolve problemas que B não resolve.
3- consistência
Consistência interior da teoria e compatibilidade da teoria com outras teorias em vigor aplicadas a
fenómenos naturais relacionados com o fenómeno que a teoria pretende explicar.
4- simplicidade
5- alcance ou abrangência
Nenhum cientista poem em causa a impossibilidade destes critérios, quando se escolhe uma teoria,
apesar da objetividade dos critérios, aquando da aplicação dos critérios, haverá sempre ASPETOS
SUBJETIVOS.
existe uma apreciação subjetiva, este raciocínio é válido para todos os critérios
Quando há conflito entre critérios de escolhas as teorias a solução desse conflito envolvendo
sempre aspetos subjetivos.
ex:
- menos simplicidade
Certo grupo de cientistas considera melhor, pois dão mais importância à exatidão
- mais simplicidade
Outro grupo de cientistas considera esta teoria melhor, pois dão mais importância à simplicidade
Quando se escolhe uma teoria não é possível dizer quem escolheu melhor porque a escolha
foi subjetiva, é uma questão de gosto
6. Fatores exteriores à ciência que interferem na aplicação dos critérios de escolha entre
teorias
fatores subjetivos:
Não é possível dizer que um paradigma é melhor que o outro, para que fosse possível
tinham que haver critérios objetivos fora dos paradigmas
Não há um critério comum partilhado por paradigmas diferentes que compare
objetivamente os dois paradigmas e que permite definir qual deles é melhor
Kuhn defende que as mudanças de paradigma não podem ser interpretadas como progresso
científico objetivo.
- A única explicação plausível para o sucesso das numerosas aplicações tecnológicas bem-sucedidas
decorrentes das teorias científicas mais recentes é a maior correção das teorias científicas em que se
baseiam, relativamente às teorias precedentes, menos poderosas do ponto de vista do sucesso
tecnológico.
Kuhn defende que a avaliação das teorias acaba por depender do paradigma dominante e de
fatores subjetivos dos cientistas.
embora alguns critérios possam ser ambíguos, outros critérios – como é o caso da exatidão empírica
– são claros e podem ser descritos com precisão.
quando, ao aplicarem os critérios, os cientistas discordam uns dos outros, podem justificar as suas
perspetivas, ou seja, podem explicar – e discutir – o modo como interpretam um critério ou a
importância que lhe atribuem em cada caso concreto:
Quando a avaliação das teorias é determinada por fatores subjetivos e irracionais, a intervenção
destes fatores pode ser corrigida ao longo do tempo, através da crítica:
o método científico consiste num conjunto de procedimentos que visam a eliminação do erro
através de testes.