Ficha Da Aula 6, 7 e 8.
Ficha Da Aula 6, 7 e 8.
Ficha Da Aula 6, 7 e 8.
INVENTÁRIO E BALANÇO
V.1. O INVENTÁRIO
Qualquer património contém, como se disse atrás, elementos patrimoniais e os mesmos
encontram-se valorizados, permitindo conhecer o total do activo e o total do passivo e por via
desses a situação líquida ou capital próprio. Ora, quando se faz uma relação, lista ou rol desses
elementos patrimoniais activos e passivos com a indicação do seu valor, estamos perante um
inventário. Se preferirmos, podemos dizer que o inventário é o quadro ou mapa que nos mostra a
composição do património num determinado momento.
A elaboração dum inventário, consubstancia então a análise dos elementos patrimoniais duma
empresa visando por um lado a descriminação dos mesmos e por outro a sua valorização.
CLASSIFICAÇÃO DO INVENTÁRIO
Os inventários podem ser classificados de vários critérios, nomeadamente:
1. Quanto ao momento da sua elaboração
Inventário Simples:
ACTIVO
Depósitos bancários 230.000,00
Edifício comercial 1.000.000,00
Mercadorias 500.000,00
Dinheiro em cofre 20.000,00
Viatura Toyota 800.000,00
Saque nº 3 sobre MGB, SA 50.000,00
Mobiliário diverso 100.000,00
Dívida de José 75.000,00
Total do Activo 2.775.000,00
PASSIVO
Aceite sobre Valente, Lda 105.000,00
Empréstimo bancário no Bim 420.000,00
Dividas a pagar a MMA 350.000,00
Emprestimo bancário no BCI 1.000.000,00
Total do passivo 1.875.000,00
Inventário Classificado
ACTIVO
Meios financeiros
Dinheiro em cofre 20.000,00
Depósitos bancários 230.000,00
Inventários e Activos Biológicos
Mercadorias 500.000,00
Investimentos de Capital
Activos Tangíveis
Edifício comercial 1.000.000,00
Mobiliário diverso 100.000,00
Viatura Toyota 800.000,00
Contas a Receber
Clientes
Dívida de José 75.000,00
Saque nº 3 sobre MGB, SA 50.000,00
Total do Activo 2.775.000,00
PASSIVO
Contas a Pagar
Fornecedores
Dividas a pagar a MMA 350.000,00
Aceite sobre Valente, Lda 105.000,00
Emprestimos Obtidos
Empréstimo bancário no Bim 420.000,00
Emprestimo bancário no BCI 1.000.000,00
Total do passivo 1.875.000,00
4. Quanto a extensão
Exemplo:
ACTIVO
Dinheiro em cofre 20.000,00
Depósitos bancários 230.000,00
Mercadorias 500.000,00
Edifício comercial 1.000.000,00
Mobiliário diverso 100.000,00
Viatura Toyota 800.000,00
Dívida de José 75.000,00
Saque nº 3 sobre MGB, SA 50.000,00
Total do Activo 2.775.000,00
PASSIVO
Dividas a pagar a MMA 350.000,00
Aceite sobre Valente, Lda 105.000,00
Empréstimo bancário no Bim 420.000,00
Emprestimo bancário no BCI 1.000.000,00
Total do passivo 1.875.000,00
Parciais, quando a listagem abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais que constituem
um dado património. Aqui, são listados determinados elementos, podem ser apenas do activo, ou
mesmo do passivo, ou ainda alguma classe de contas.
Exemplo:
ACTIVO
Meios financeiros
Dinheiro em cofre 20.000,00
Depósitos bancários 230.000,00
Total 250.000,00
4 Contas a Receber
4.1 Clientes
125.000,00
Verticais, quando a listagem dos elementos patrimoniais de um dado património for disposta
verticalmente. Aqui os elementos do activo aparecem em primeiro plano, seguidos
imediatamente dos elementos do passivo.
Exemplo: Inventário de SSRJ, Lda em 01/01/2011
ACTIVO
1 Meios financeiros
1.1 Dinheiro em cofre 20.000,00
1.2 Depósitos bancários 230.000,00 250.000,00
2 Inventários e Activos Biológicos
2.2 Mercadorias 500.000,00 500.000,00
3 Investimentos de Capital
3.2 Activos Tangíveis 1.900.000,00
4 Contas a Receber
4.1 Clientes 125.000,00
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Em 10/01/2011 a SamSimon, Lda, uma empresa de comércio geral iniciou a sua actividade
dispondo no seu património dos seguintes elementos:
1. Dinheiro em cofre ……………..100.000,00
2. Depósito no BIM ……………….12.000,00
3. Depósito no BCI ………………150.000,00
4. estabelecimento comercial …..7.300.000,00
5. Automóvel Toyota …………….800.000,00
6. Dívidas de João.............. ………150.000,00
7. Carinha Mazda ……………….3000.000,00
8. Dívida à Bibimpo Lda,……… 1.200.000,00
9. 3 Computadores ……………...130.000,00
10. Mobiliário diverso ………….1.500.000,00
11. Empréstimo no BCI ………..3.800.000,00
12. Letra a pagar ……………….2.100.000,00
13. Aceite de Rajip, SA…………. 950.000,00
14. Mercadorias em armazém ….5.500.000,00
Pretende-se:
1. Classificação do inventário
2. Elaboração de um inventário selectivo e horizontal.
V.2. O BALANÇO
Uma vez estabelecida a composição do património pelo inventário torna-se necessário comparar
o activo com o passivo para determinar e conhecer o valor e natureza da situação líquida. Esse
quadro comparativo, constitui o balanço. O balanço constitui então o mapa demonstrativo da
situação patrimonial da empresa num determinado momento. Pode-se dizer também que o
balanço é o documento em que se expressa a comparação entre o activo e o passivo, mostrando-
se desse modo a composição e o valor do património.
Significa isso que basta acrescentarmos a situação líquida ao quadro do inventário, temos o
balanço.
Assim, enquanto que o inventário constitui apenas uma listagem dos elementos patrimoniais
activos e passivos, o balanço, constitui por sua vez a comparação ou balanceamento entre
aquelas classes de valores evidenciando a situação liquida.
Da comparação entre o activo e o passivo para se obter, como se disse, o valor e a natureza da
situação líquida ou capital próprio, resulta a seguinte equação:
ou
A – P = SL A = SL + P
O activo constitui o 1º membro do balanço e o situação líquida ou capital próprio mais o passivo
constitui o seu segundo membro.
4 Contas a Receber
4.1 Clientes
125.000,00
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
1. Considere o exercício anterior sobre o inventário de SamSimon, Lda, e elabore o balanço.
GÉNEROS DE BALANÇO
CASO SITUAÇÃO LÍQUIDA BALANÇO
Designação Símbolo Valor Expressão Género
A>P Activa SLa SL > 0 A = P + SLa 1º Género
A=P Nula SLo SL = 0 A=P 2º Género
A<P Passiva SLp SL < 0 A = P – SLp 3º Género
2.775.000,00
2.775.000,00
Total do Activo ----------------- Total do Capital Próprio + passivo
-------------------
4. Quanto a ordenação
REQUISITOS DO BALANÇO
O balanço como uma fonte de informação contabilística fundamental para diversas entidades,
principalmente os gestores da empresa, deve na sua elaboração seguir determinados requisitos,
designadamente:
Clareza: o balanço deve ser apresentado de um modo que facilita a sua interpretação, ou seja, de
forma clara. Para isso é preciso que haja clareza das contas utilizadas, dos títulos, bem como a
seriação.
Exactidão: as contas devem apresentar valores que correspondam ao valor real dos elementos
patrimoniais contidos na respectiva conta, devendo ser determinados tendo em conta critérios
valorimétricos objectivos.
Integridade: o balanço deve incluir todos os valores patrimoniais activos, passivos e de capital,
respeitando o princípio de não compensação, isto é, as contas mistas não devem apresentar um
único saldo. Devem figurar nos dois membros do balanço com os respectivos saldos devedor e
credor.
Sinceridade: os elementos patrimoniais devem ser avaliados correctamente com base em factos
objectivos, devendo minimizar-se a subjectividade de determinadas rubricas, como é o caso de
provisões, amortizações e existências.
Antes de ensaiarmos algumas técnicas de registo de operações nas contas, partindo de um dado
balanço inicial e de um dado conjunto de factos patrimoniais, voltemos por alguns instantes a
questão das regras básicas de registo das operações para acrescentarmos o seguinte:
1. As contas do primeiro membro do balanço (A+SLp) debitam-se pela extensão inicial e
pelos aumentos e creditam-se pelas diminuições;
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Balanço inicial de Mendes&Gany, Lda em 01/01/2011
ACTIVO PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO
1.Meios Financeiros 4. Contas a Pagar
1.1 Caixa 20.000,00 4.2 Fornecedores
130.000,00
1.2 Bancos 165.000,00 185.000,00
2. Inventários e Actvos Biológicos
2.2 Mercadorias 145.000,00 5.Capital Próprio 370.000,00
3. Investimentos de Capital 5.1 Capital
3.2Activos tangíveis 170.000,00
Total do Activo 500.000,00
500.000,00
--------------- Total do capital próprio + passivo
----------------
No final do mês de Dezembro a empresa Mendes&Gany, Lda pretende conhecer a sua situação
patrimonial. Como satisfazer essa pretensão?
Passos a seguir:
1. Uma vez que existem valores iniciais indicados no balanço, a primeira coisa a fazer é
abrir contas e inscrever nelas todos os valores do balanço, aplicando as regras de registo
das operações;
2. Abertas as contas, segue-se o registo dos factos patrimoniais ocorridos durante o
exercício.
3. O terceiro passo consiste em somar os valores de cada uma das contas, determinar os
saldos e inscreve-los no balanço final.
É importante notar que acontece com frequência que ao longo das operações do exercício
económico vão aparecendo outras contas não existentes no balanço inicial. Nesses casos deve-se
abrir tantas contas quanto necessário.
EXERCICIOS PROPOSTOS
1. Em 01/01/10 a Biby,Lda tinha os seguintes elemento patrimoniais
Pretende-se
a) Balanço inicial de Biby,Lda
b) Abertura de contas e lançamento das operações
c) Balanço final de Biby, Lda e encerramento das contas.
Pretende-se
1
Os livros de escrituração comercial podem ser obrigatórios, quando determinado por lei que o comerciante deve escriturá-los, ou
facultativos quando a sua escrituração é do livre critério do comerciante. Geralmente, consideram-se livros obrigatórios os
seguintes: Diário; Razão; Inventário; Balanço e Livro de acta para as sociedades.
1 2 3 4 5 6
Legenda:
1. Nº de ordem de lançamento;
2. Preposição “a” (antes da conta creditada);
3. Cabeçalho, Contas movimentadas e descrição de lançamento;
4. Nº de fólio do razão geral;
5. Coluna auxiliar das importâncias;
6. Coluna principal das importâncias.
Legenda:
1 – Ano e mês da operação;
2 – Dia da operação;
3 – Preposição “a” do lado esquerdo e “de” do lado direito ;
4 - Contrapartida
5 – Nº de lançamento no diário;
6 – Coluna auxiliar de importância
7 – Coluna principal de Importância.
Classificação dos lançamentos
Os lançamentos podem ser classificados de várias formas, designadamente:
No razão
Deve 2.1 Compras Haver
Julho
De 2011
25 A Caixa 1 500,00
Lançamento da 2ª fórmula
Um lançamento diz se da segunda fórmula quando a operação origina o débito de uma contra e o
crédito de mais de uma conta. Como não é possível indicar as contas a creditar na mesma linha,
as mesmas são substituídas pela expressão “Diversos”.
Exemplo: Dia 26/07/2011 - Compra de mercadorias no valor de 500,00. Pagou se metade em
numerário.
No diário
Tete, aos 26/07/2011
2 2.1 Compras 1
a Diversos
P/ compra de mercadorias, pago
a ½ 2 250,00
a 1.1 Caixa 3 250,00 500,00
4.2 Fornecedores
No razão
Deve 2.1 Compras Haver
Julho
De 2011
26 a Caixa 2 250,00
a Fornecedores 2 250,00 500,00
Lançamento da 3ª fórmula
Um lançamento se considera da terceira fórmula quando a operação origina o débito de mais de
uma conta e o crédito de apenas uma conta.
No diário
Tete, aos 27/07/2011
3 Diversos
a 2.2 Mercadorias 4
P/ venda de mercadorias, pago ½
1.2 Caixa 2 250,00
4.1 Clientes 5 250,00 500,00
No razão
Deve 1.1 Caixa Haver
Julho
De 2011
25 a Mercadorias 3 250,00
Lançamento da 4ª fórmula
Um lançamento diz-se da quarta fórmula quando a operação origina a movimentação de várias
contas a débito e várias a crédito, isto é, quando se debita e credita mais de uma conta.
Nota: Não foram consideradas as contas de custos e proveitos e nem o IVA nas operações
de compra e venda, que serão vistas oportunamente.
Exercícios de aplicação
1.- O comerciante Langa, Lda iniciou a sua actividade comercial em 01/01/2010 com os
seguintes valores patrimoniais:
1. Numerário – 20.000,00
2. Mobiliário – 40.000,00
3. Bancos – 20.000,00
4. Mercadorias – 20.000,00
5. Fornecedores – 20.000,00
Pretende-se
1. Lançamentos de abertura no diário e razão
2. Lançamentos correntes no diário e razão
3. Balanço mensal.
2.- Jingle, SA, que se dedica a venda de computadores, iniciou a sua actividade comercial em
2008 com os seguintes valores patrimoniais:
1. Caixa – 100.000,00
2. Bancos – 2.000.000,00
3. Construções – 300.000,00
4. Empréstimos bancários – 2.000.000,00
Durante o exercício económico ocorreram os seguintes factos patrimoniais:
02/01 – Compra de 50 computadores HP a 30.000,00 cada. Pagou-se através de cheque nº 1.
08/01 – Compra a prazo de 1 viatura TalFice a 500.000,00.
10/01 – Venda de 20 computadores. A margem de lucro foi de 20% sobre o custo de aquisição.
10/01 – Depósito de todo valor em caixa.
15/01 – Venda de 20 computadores. O cliente pagou 75% e o resto aceitou uma letra de 30 dias.
20/01 – Compra a 60 dias de 10 computadores DEL a 250.000,00
25/01 – Venda de 5 computadores DEL e 8 HP.
28/01- Pagamento de 50% do valor aos nossos fornecedores correntes.
30/01 – Pagamento da operação do dia 08/01.
Pretende-se
1. Lançamentos de abertura no diário e razão
2. Lançamentos correntes no diário e razão
3. Balancete Mensal
4. Balanço mensal.
Nota:
Para a resolução dos exercícios devem ser consideradas e movimentadas as contas de compras,
custos e proveitos, isto é, as contas das classes 6 e 7.
Só por recapitulação:
As contas do activo debitam-se pela extensão inicial e pelos aumentos; creditam-
se pelas diminuições.
Esquematicamente temos:
D Contas das classes 1, 2, 3 e Uma parte de 4 C
Extensão/valor Diminuições
inicial
Aumentos
As contas do passivo e da situação líquida debitam-se pelas diminuições;
creditam-se pela extensão inicial e pelos aumentos.
Esquematicamente temos:
D Contas das classes 4 (Uma parte) e 5 C
Diminuições Extensão/valor
inicial
Aumentos
Esquematicamente temos:
D Contas das classes 6 C
Extensão/valor Diminuições
inicial
Aumentos
Esquematicamente temos:
D Contas da classe 7 C
Diminuições Extensão/valor
inicial
Aumentos