Exercício CPL 1

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5

Exercício

Abaixo você vai encontrar um modelo cognitivo para preenchimento. Pense


em alguma situação recente que te causou alguma reação de incômodo.
Pense nessa semana se em algum momento ficou triste, preocupado, ansioso,
com raiva, estressado, etc. Se questione então o que você estava fazendo ou
o que aconteceu (Situação), o que você pensou ou poderia ter passado na sua
cabeça, a respeito daquela situação (Pensamento Automático) e quais reações
teve a respeito daquela situação (Emoção, Comportamento e Resposta
Fisiológica).
Explicação sobre o modelo cognitivo

Quando buscamos a Definição da Terapia Cognitivo-Comportamental,


encontramos que ela é uma terapia baseada no modelo cognitivo. O
Modelo Cognitivo é então a base da terapia cognitiva e é onde focamos
nossa atuação para a melhora dos sintomas e, consequentemente, dos
transtornos, problemas e dificuldades dos pacientes. Ele nos mostra que a
maneira que as pessoas percebem, interpretam as situações e eventos da
vida está mais relacionada com suas reações emocionais e
comportamentais do que a situação em si.

Como a própria Judith Beck (2022) nos diz: “[...] o modelo cognitivo
propõe que o pensamento disfuncional (que influencia o humor e o
comportamento do paciente) é comum a todos os transtornos
psicológicos.”

Então, as cognições do indivíduo influenciam em suas respostas, e


dependendo dessas respostas, elas podem gerar ou manter seu problema
ou transtorno. Consequentemente, depois do transtorno ou problema
existir na vida do indivíduo, suas cognições e respostas podem piorá-los.

O Modelo Cognitivo é representado por: Situação -> Pensamentos


Automáticos -> Reações (Emoção, Comportamento, Resposta Fisiológica)

Esse diagrama nos mostra que quando estamos com uma emoção negativa
muito forte, como a tristeza, ansiedade ou raiva exagerada, ou ainda
quando temos um comportamento disfuncional como uma reação
agressiva, um isolamento ou evitação de certas situações, essas reações
não são causadas pela situação ou evento que estamos vivenciando.

Apesar de termos o costume de dizer que ficamos de um modo X ou Y por


conta da situação Z ou N, na realidade, o modelo cognitivo nos mostra que
o que causa nossas reações são as nossas interpretações das situações
e eventos.

Então, dependendo de como eu ver, de como eu interpretar, por exemplo,


ser ignorado por um amigo na rua, posso ter uma reação bem diferente da
sua e às vezes uma reação bem mais disfuncional, mesmo se você também
tenha sido ignorado na rua por um amigo. Essas interpretações são
chamadas de Pensamentos Automáticos.

Automáticos por que? porque eles simplesmente aparecem em nossa


cabeça, nós não paramos para pensar neles, eles simplesmente aparecem.
Esses pensamentos podem vir em um formato verbal ou de imagem.
Usando o exemplo do amigo não me cumprimentar na rua, posso
verbalmente pensar que “eu fiz alguma coisa para ele… e ele deve estar
bravo”, que “ele não gosta mais de mim… ou nunca gostou de mim”, etc.
Nas imagens, posso imaginar ele fofocando pelas minhas costas que me
acha um trouxa ou coisas assim.

Quando esses pensamentos automáticos aparecem, nós reagimos e essas


reações são as Emoções, Comportamentos e Respostas Fisiológicas.
Portanto, podemos ficar felizes, tristes, ansiosos, com medo, com raiva.

Depois, podemos ter um comportamento normalmente relacionado com


nossa emoção. Na raiva, por exemplo, podemos ser agressivos
verbalmente ou fisicamente, na ansiedade podemos evitar situações
futuras ou sair de onde estamos, na tristeza podemos nos isolar ou ir
escutar músicas tristes.

As respostas fisiológicas acontecem normalmente também relacionadas à


emoção. O coração pode começar a bater mais forte, podemos começar a
suar mais, ter falta de ar ou dor de barriga. É Importante falar que
algumas pessoas, pelas respostas fisiológicas delas não serem muito
relevantes, podem não perceber que há alguma alteração em seu corpo.

Tudo isso que o modelo cognitivo nos mostra está presente em todas as
pessoas e em todas as situações da nossa vida, mesmo situações que não
são consideradas negativas. Mas na terapia, vamos trabalhar mais com os
modelos negativos.

Em nosso dia a dia, nós e nossos pacientes não temos a tendência de


identificar nossos pensamentos automáticos disfuncionais, mas é bem
provável que você e seu paciente consiga, assim como eu, identificar
quando se sente mais triste, mais ansioso, irritado, se vê mais agitado, com
a respiração superficial, suando mais, além de perceber muitos outros
sinais emocionais, comportamentais e fisiológicos.

A partir disso, nós treinamos a identificação dos pensamentos automáticos


com uma simples pergunta: O que está passando na minha cabeça neste
momento? Ou o que poderia ter passado na minha cabeça quando TAL
situação aconteceu?

Quando treinamos isso, os pacientes começam então a notar como seus


pensamentos influenciam suas reações. Principalmente suas reações
negativas.

A partir disso, depois que conseguimos identificar esses elementos e


formar um modelo cognitivo do problema do paciente, vamos então
trabalhar com os itens que mais poderão ajudar o paciente a enxergar as
situações mais claramente ou de forma mais funcional.

Ajudamos então na identificação, nomeação, avaliação e no


desenvolvimento de uma resposta mais funcional aos seus pensamentos
automáticos disfuncionais, no desenvolvimento de comportamentos mais
saudáveis e de uma melhor regulação emocional e fisiológica.

Quando conseguimos ensinar os pacientes a avaliarem seus pensamentos


de forma mais realista e adaptativa, eles experimentam uma diminuição
em sua resposta emocional, na sua emoção negativa e no uso de seus
comportamentos disfuncionais, que costumam prejudicá-los ainda mais.

Podemos falar então que o Modelo Cognitivo serve para nos explicar o
funcionamento do paciente e também para nos guiar no tratamento
semanal dos casos clínicos.

Entender o Modelo Cognitivo é fundamental para que a gente consiga


ajudar o paciente a identificar o seu funcionamento frente às mais variadas
situações e eventos. Quando conseguimos que ele entenda o Modelo
Cognitivo, ele conseguirá ver que apesar de não termos controle sobre o
que acontece no mundo externo e até mesmo conosco, em alguns
momentos, ainda temos controle de nossas interpretações e atenção. Isso
nos tira o sentimento de impotência e nos traz para o protagonismo de
nossas reações.

Ele pode até não ter controle sobre uma situação, mas pode controlar
como reage à ela. Melhorando suas interpretações.

Portanto, o primeiro passo para tudo isso, é entender que nossos


pensamentos são idéias, não fatos. Eles não possuem todo poder que
podemos pensar que eles possuem e não são verdades absolutas. Muitas
vezes, na verdade, eles podem ser mentiras absurdas.

Você também pode gostar