Legislação Empresarial
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LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL
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INTRODUÇÃO
A importância de estar estudando esta disciplina, destaca-se no fato de que, os profissionais da área
de administração devem praticar uma conduta ética e profissional se desejam proteger-se de ações
na justiça questionando os direitos dos colaboradores, clientes e fornecedores. O conhecimento da
legislação, tributos, formulários, alíquotas, métodos de cálculo e órgãos vinculados são
imprescindíveis para o seu entendimento.
Busca-se nesta apostila trazer um manual de orientação, com enfoque prático nas relações jurídicas
que são vivenciadas nas empresas nos dias atuais, bem como as definições básicas de legislação no
contexto empresarial das pequenas empresas no Brasil.
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Direito
Etimologicamente, a palavra Direito tem origem no latim directum, que significam, basicamente, “reto”
e “em linha reta”. (SILVA, DE PLÁCIDO, 1999, p.268).
Nesse sentido, imagine o ser humano lá nos primórdios onde não havia a noção de organização
social, ou seja, não havia regras e cada um fazia o que bem entendia.
O exemplo mais fácil para compreender essa ideia do Direito, em ser um guia social é a passagem
bíblica dos dez mandamentos.
Repara que na passagem bíblica, os Hebreu após deixarem o Egito se viram sem rumo, sem
direção, quando Moises por intermédio divino traz consigo os dez mandamentos, com a finalidade de
trazer um guia uma direção para os Hebreus.
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Em Roma, a justiça foi representada por uma estátua de uma mulher, com olhos vendados, que
significa que "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos
têm iguais direitos". (MASCARO, 2018, p.82) A justiça deve buscar a igualdade entre todos. Símbolo
que até os dias de hoje é adotado pelo Poder Judiciário.
Segundo o filósofo grego Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e
igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei, justiça em sentido estrito, quanto aquele que
realiza a igualdade, justiça em sentido universal. (MASCARO, 2018, p.78)
Direito Positivo.
Direito positivo consiste no conjunto de todas as regras e leis que regem a vida social e as
instituições de determinado local e durante certo período de tempo. Para os positivistas, a lei é um
produto do Direito que age como um mecanismo de organização social, firmada a partir de um
"Contrato Social". O direito positivo é aquele estabelecedor de ações que, antes de serem reguladas,
podem ser cumpridas indiferentemente de um modo ou outro, mas, uma vez reguladas pela lei,
importa que sejam desempenhadas do modo prescrito por ela. (BOBBIO, 2001, p.43)
O direito positivo também conhecido como direito objetivo, ou seja, quando se faz referência ao
conjunto de normas jurídicas que regem o comportamento humano num determinado tempo e
espaço está se falando em direito positivo e objetivo.
Direito Natural.
O direito natural é a ideia universal de justiça. É o conjunto de normas e direitos que já nascem
incorporados ao homem, como o direito à vida. Pode ser entendido como os princípios do Direito e é
também chamado de jusnaturalismo. Diferente do que se entende pelo nome, não são apenas as leis
da natureza que fazem parte do conjunto das normas jurídicas naturais. O Direito Natural tem seus
valores estabelecidos por ordem divina, assim como pela razão. (MASCARO, 2018, p.57)
Norma.
Quando o ser humano decidiu se organizar em grupos sociais, a transmissão dos costumes, as
tradições e os valores para as próximas gerações, isso se deu por meio de regras ou leis, que
permitem às pessoas estabelecerem os parâmetros que vão guiar os seus julgamentos, suas
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Normas são padrões, regras e diretrizes usadas para dirigir o comportamento humano. Norma é um
conjunto de padrões, regras e diretrizes colocadas de forma simples, que contém orientações
comportamentais ou especificações técnicas ou outros critérios que devem ser seguidos ou
respeitados. (BETINHO, 2012, p. 33) A norma busca reconhecer e padronizar determinadas
condutas ou atividades em meio a sociedade.
O Código Civil e o Código Penal são exemplos de normas formais que guiam o comportamento dos
cidadãos brasileiros em diversas situações, definindo aquilo que é ou o que não é permitido ser
praticado em meio a sociedade.
Princípios de Direito.
Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de
certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem
evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema
particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários. (REALE, 1986, p. 60)
O Saudoso Jurista e estudioso do Direito, professor Miguel Reale, informou que o princípio é
o fundamento de uma norma jurídica, são os alicerces do direito que não se encontra em nenhum
diploma legal. É possível verificar que o princípio traz aspiração para a criação da norma, ou seja,
tem a função de instruir o legislador quando da criação da norma.
Por exemplo, o que motivou a Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 205 prescrever que o
Estado será responsável por promover educação gratuita a todo cidadão? Resposta, a busca de uma
sociedade democrática onde todos os cidadãos teriam mesmas condições de evolução intelectual,
esse é o princípio.
Segurança Jurídica.
Segurança jurídica trata-se de um princípio constitucional pelo qual o Estado deve buscar ser o
garantidor dos direitos fundamentais dos cidadãos. Isso significa que o Estado, por meio de um
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ordenamento jurídico sólido, garante a previsibilidade e estabilidade das relações entre os cidadãos.
(BARCELLOS, 2018, p. 433) A segurança jurídica busca que a legislação de um país seja estável, e
que mesmo mudanças repentinas na lei não possam prejudicar decisões anteriores. Essa concepção
acerca da segurança jurídica tem um efeito prático bastante evidente na sociedade, vez que as
legislações ditam as atividades das pessoas em meio a sociedade.
Imaginemos a seguinte situação: um sujeito ingressa com uma demanda judicial de acordo com a lei
X, seu caso é julgado. Anos depois essa lei X vem ser substituída pela lei Y, nesse caso de acordo
com a segurança jurídica, uma nova regulamentação jurídica não pode prejudicar o direito adquirido.
Isto é, não pode ir de encontro a uma situação já julgada. Isso afeta diretamente, por exemplo, as
relações empresariais, econômicas e societárias objeto de nosso estudo.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu Art. 5º, inciso XXXVI, estabelece ferramentas
legais para materialização estabilização da segurança jurídica em nosso país:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
São três, portanto, os mecanismos legais para se garantir a eficiência da segurança jurídica: direito
adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
– Direito adquirido
Segundo o que rege a segurança jurídica, uma vez que uma pessoa física ou jurídica adquire um
direito por meio da lei, ainda que esta lei se modifique ou seja substituída por nova legislação, a
pessoa não poderá ser prejudicada. Isto é, não poderá perder o direito já adquirido.
Aqui, importa destacar que o direito adquirido não se refere necessariamente a uma vantagem legal
de que o favorecido já goza. Pelo contrário, pode se tratar de uma expectativa sobre uma vantagem
legal, que a lei tratava de garantir.
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Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Vale destacar que o direito adquirido pode se aplicar a uma série de áreas, como o direito
previdenciário, empresarial, imobiliário, trabalhista e assim por diante.
Para melhor compreensão, imagine a seguinte situação: uma pessoa física estabelece um contrato
de trabalho com uma empresa. No contrato, fica pactuado que o pagamento das horas in itinere
(horas de deslocamento entre a casa e o local de trabalho), serão consideradas como tempo
trabalhado.
Algum tempo depois, ocorre uma alteração na legislação trabalhista e as horas in itinere deixam de
ser consideradas como período de trabalho. Nesse exemplo, o funcionário deixará de receber
pagamento por essas horas?
De acordo com o princípio da segurança jurídica, a resposta é não. Como se tratava de um direito
anteriormente adquirido, ainda que a legislação se altere, prevalece o gozo do direito.
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– Coisa julgada
Por fim, nos termos do parágrafo 3º do artigo 6º do Decreto-lei nº 4.657/1942, a coisa julgada diz
respeito a todo conflito, demanda ou ação que já tenha recebido uma decisão judicial a qual não
cabe mais recurso.
Trata-se de um caso que foi submetido a julgamento perante o poder judiciário e não há mais como
modificar a sentença, a decisão, valendo o que foi determinado ali, independentemente de mudanças
na lei.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não
caiba recurso.
Em outras palavras, não se pode reapreciar uma decisão a cada
alteração da lei, caso contrário estaríamos diante verdadeira
instabilidade jurídica, pois é extremamente normal que as leis sejam
alteradas no decorrer do tempo acompanhando a evolução e
comportamento humano que se modifica ao longo do tempo.
DESAFIO
Faça um quadro comparativo, entre o Direito Natural e o Direito Positivo, aponte exemplos do
cotidiano.
Faça um quadro comparativo, entre o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, aponte exemplos de
acordo com uma pesquisa na internet.
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Para iniciar a conversa, é importante definir o que é o Estado Brasileiro. O Estado brasileiro é
definido segundo o Código Civil Brasileiro, em seu art. 41, inciso I, como “a pessoa jurídica de direito
público interno, visando regular os interesses estatais e sociais”. (BRASIL, 2002)
Assim, a lei define como elementos do Estado brasileiro: o povo, o território nacional e Governo
soberano. Ela não faz distinção entre o “Estado” e o “país”. Contudo, na prática, o Estado brasileiro
se refere ao Governo soberano, ou seja, ao Estado em si a pessoa jurídica de direito público. Assim,
o país, que inclui Estado, povo e território, é mais amplo do que apenas o Estado. (BASTOS, 1998,
p. 158) No que diz respeito à hierarquia dentro de cada um dos poderes, esses obedecem a uma
ordem decrescente de autoridade que são: Poderes públicos, Órgãos Independentes, Órgãos
Autônomos, Órgãos Superiores e Órgãos Subalternos, como você verá abaixo: (BASTOS, 1994,
p.69)
Órgãos independentes
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• Poder Legislativo: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados do Brasil, Senado Federal,
assembleias legislativas estaduais e câmaras municipais (ou câmaras de vereadores);
• Poder Judiciário: Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Regional
Federal, Tribunal de Justiça e de Alçada dos Estados-Membros, Tribunais do Júri, Vara da Justiça
Comum e Vara da Justiça Especial.
Órgãos autônomos
São os órgãos da cúpula administrativa, abaixo dos órgãos independentes e subordinados aos seus
chefes diretamente. Têm autonomia técnica, financeira e administrativa. São todos os órgãos
subordinados diretamente aos chefes dos poderes, a saber:
• Ministérios
• Secretarias estaduais
• Secretaria municipais
• Advocacia-Geral da União
• Defensoria Pública da União
Órgãos superiores
São órgãos que detém o comando dos assuntos sob sua alçada, mas estão sempre sujeitos à
subordinação a uma chefia mais alta, pois não detêm autonomia financeira nem administrativa. São
eles: os gabinetes, as secretarias-gerais, as inspetorias-gerais, as procuradorias administrativas e
judiciais, as coordenadorias, os departamentos (como o Departamento de Polícia Federal e as
divisões administrativas).
Órgãos subalternos
Classificação
Os órgãos do Estado podem ser classificados de acordo com os seguintes critérios:
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Quanto à atomicidade
Entende-se por Constituição o mínimo de preceitos jurídicos referentes à estrutura que os Estados
adotaram com relação ao poder. Um Conjunto de normas que regem a nação, devendo ser
entendida como a lei fundamental de um Estado. (BASTOS, 1992, p. 37)
Ser “República” significa ser a nação governada por pessoas escolhidas no seio do próprio povo,
sem vocação hereditária, o que ocorria na monarquia.
Pela etimologia, a palavra “res” significa pública, ou seja, as coisas todas pertencem ao povo, e, por
isso, devem ser geridas pelo povo constituindo assim um Estado Democrático de Direito que sintetiza
a submissão do Brasil à vontade soberana do povo, segundo leis editadas pelo próprio povo, no
exercício desta soberania. A conquista do poder governante só se poderá fazer, democraticamente,
pelas vias legais. Em 1964 o Brasil estava sob o regime da ditadura militar, e no ano de 1967,
particularmente subjugado às alterações decorrentes dos Atos Institucionais sob uma Constituição
imposta pelo governo. O regime de exceção, em que as garantias individuais e sociais eram
diminuídas ou até mesmo ignoradas, tinha a finalidade de garantir os interesses da ditadura
internalizado conceitos como segurança nacional, restrição das garantias fundamentais, etc. e
fazendo crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por dotar o Brasil de uma nova
Constituição, defensora dos valores democráticos. Anseio este que se tornou necessidade após o fim
da ditadura militar e a redemocratização do Brasil, a partir de 1985. (BASTOS, 1992, p. 48)
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 foi elaborada com o objetivo de instituir um
Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional e com a solução pacífica das controvérsias.
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–– a soberania;
–– a cidadania;
–– a dignidade da pessoa humana;
–– os valores sociais do trabalho e livre
iniciativa;
–– o pluralismo político.
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Um ponto importante na Constituição Federal para nossa matéria diz respeito ao tratamento
constitucional acerca da ordem econômica.
Vale ressaltar para o aluno, conforme exposto anteriormente à Constituição Federal é o diploma legal
superior em nosso país, ou seja, todas as outras normas devem seguir as diretrizes determinas na
Constituição.
Para tratarmos da ordem econômica constitucional devemos antes mencionar algumas noções sobre
“ordem econômica” e “Constituição econômica”.
A ordem econômica é uma ordem jurídica da economia, a define como sendo “a expressão de um
certo arranjo econômico, dentro de um específico sistema econômico, preordenado juridicamente. É
a sua estrutura ordenadora, composta por um conjunto de elementos que confronta um sistema
econômico.”(TAVARES, 2006, p. 81).
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Necessário evidenciar que esses fundamentos da valorização do trabalho humano e da livre iniciativa
têm por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
Ainda, necessário ressaltar acerca da Dignidade de Pessoa Humana que se trata de um valor
supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem, desde o direito à vida.
“Concebido como referência constitucional unificadora de todos os direitos fundamentais, o conceito
de dignidade da pessoa humana obriga a uma atenção valorativa que tenha em conta o seu amplo
sentido normativo-constitucional e não uma qualquer ideia simplificada, não podendo reduzir-se o
sentido de dignidade humana à defesa dos direitos pessoais tradicionais, esquecendo-a nos casos
de direitos sociais, ou invoca-la para construir ‘teoria do núcleo da personalidade’ individual,
ignorando-a quando se trate de garantir as bases da existência humana. Daí decorre que a ordem
econômica há de ter por fim assegurar a todos existência digna (art. 170), a ordem social visará a
realização da justiça social (art. 193), a educação o desenvolvimento da pessoa e o seu preparo para
o exercício da cidadania (art. 205) etc., não como meros enunciados formais, mas como indicadores
do conteúdo normativo eficaz da dignidade da pessoa humana”. (SILVA, 2001, p. 109)
A Constituição Federal inscreveu também a propriedade privada e a sua função social como
princípios da ordem econômica (170, incs. II e III). Não obstante, no art. 5º, incs. XXII e XXIII, da
CF/88 existem normas idênticas, além de vários outros dispositivos constitucionais a respeito onde a
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propriedade é tratada como direito individual. Assim, deve-se ter em mente que “a propriedade
privada vertida sob a ótica de princípio da ordem econômica, é aquela que se insere no processo
produtivo, envolvendo basicamente a propriedade – dita dinâmica – dos bens de consumo e dos
bens de produção” (ARAUJO; SERRANO JUNIOR, 2006, p. 467).
Quanto aos bens de consumo (aqueles que são consumidos no mercado a satisfazem as
necessidades humanas), são imprescindíveis à própria existência digna das pessoas, e não
constituem nunca instrumentos de opressão, pois satisfazem necessidades diretamente (SILVA,
2001, p. 790 e 791.). Já quanto os bens de produção (aqueles que irão gerar outros bens ou
rendas), para Eros Roberto Grau, é sobre eles incidindo “que se realiza a função social da
propriedade. Por isso se expressa, em regra, já que os bens de produção são postos em dinamismo,
no capitalismo, em regime de empresa, como função social da empresa” (GRAU, 2004, p. 216.).
Em linhas gerais, significa dizer que garante-se a propriedade privada dos bens de produção, até
porque estamos diante de um sistema capitalista, contudo seu uso está condicionado à um fim, qual
seja “assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social” (art.170 da CF/88).
Estão ainda inseridos como princípios a defesa do consumidor (inc. V), a defesa do meio ambiente
(inc. VI), a redução das desigualdades regionais e sociais (inc. VII) e a busca do pleno emprego (inc.
VIII). Eles são denominados como “princípios de integração, porque todos estão dirigidos a resolver
os problemas da marginalização regional ou social” (SILVA, p. 774.).
DESAFIO
Quais são os órgãos que representam os poderes do Estado? Desafio você elaborar em grupo um
representante de cada Poder de acordo com as características exemplificando os Poderes de acordo
com a Constituição Federal.
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Na Grécia.
A base da economia grega era a agricultura, os produtos artesanais e o comércio. Os gregos
produziam itens com materiais como metal, couro e tecidos. Eram produtos que davam muito
trabalho para serem feitos, uma vez que todas as etapas de produção, da fiação ao tingimento, eram
bastante demoradas. (FANTAGUSSI, 2018, p. 6) Já os cultivos estavam dedicados a oliveiras,
vinhas e trigo. Também havia a criação de animais de pequeno porte. O comércio era realizado entre
as cidades gregas às margens do Mediterrâneo e impactava toda a sociedade grega. A moeda
usada para as trocas comerciais era a “dracma”. (FANTAGUSSI, 2018, p. 7)
O pequeno e o grande comerciante realizavam suas atividades. O primeiro levava a sua colheita ao
mercado local e o segundo era aquele que tinha barcos para fazer toda a rota do Mediterrâneo.
Persas.
A leste da Mesopotâmia, nas terras elevadas do Planalto iraniano, viviam medos e persas, povos de
origem indo-europeia que desenvolveram uma intensa atividade pastoril, devido à inexistência de
grandes rios. No início, houve a preponderância dos medos sobre os persas, quando Ciáxares
construiu um poderoso reino. Com o declínio da hegemonia medá, Ciro, rei dos persas, uniu os dois
povos e fundou o Império Persa, o maior até então organizado na Ásia Ocidental. Esse império
desapareceu quando da expansão macedônica, comandada por Alexandre Magno.(SO HIST0RIA,
2009) Em 522, Dario I subiu ao poder; com ele, o Império Persa atingiu o apogeu. Seus domínios
estendiam-se desde a Trácia, na Europa, até a Ásia Central. Dano consolidou o despotismo real,
dando à sua pessoa um caráter semi-divino. (SO HIST0RIA, 2009)
O ambiente econômico do Império teve seu período de apogeu sob o reinado de Dario I, que
procurou estimular o comércio e a agricultura. Com a introdução de um padrão monetário que ficou
conhecido com o nome de dárico, cunhado em ouro ou prata, de peso fixo e com a efígie do rei
(inovação trazida da Lídia), o comércio interno foi incrementado de maneira espetacular. (SO
HIST0RIA, 2009) A construção de estradas, bem como um eficiente policiamento efetuado por tropas
reais, permitiram um tráfego maior de caravanas que demandavam a Mesopotâmia, provenientes
dos confins da Ásia. Os correios reais facilitavam as comunicações e dizia-se que “na capital podia-
se comer o peixe pescado no mar no mesmo dia”.
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O Império Persa nasceu do conflito entre as tribos pastoras e agricultoras. Quando o persa Ciro se
impôs pela força, a nobreza agrária e guerreira também se sobrepôs. O povo, constituído de
artesãos, agricultores e pastores, que podiam ser recrutados para a guerra, ocupava uma posição
superior aos escravos.
Entre os persas, o poder da camada sacerdotal era menor do que na maioria das civilizações da
Antiguidade Oriental.
Em Roma.
A economia romana foi marcada por duas atividades principais: a agricultura e o comércio. No
Império Romano havia uma certa estabilidade econômica, e, portanto, conseguiam manter uma única
moeda corrente, as tarifas alfandegárias eram baixas e as estradas e os portos eram protegidos.
Mas, para conquistar essa estabilidade econômica os romanos passaram por processos de
conquista e expansão, especialmente ao longo do período republicano.
Uma das principais marcas da república romana foram as Guerras Púnicas, conflitos com Cartago,
ao norte da África, em que as duas potências do mundo antigo disputaram a hegemonia econômica
da região, ou seja, disputaram os domínios sobre o Mar Mediterrâneo, até então dominada por
Cartago. Estes foram derrotados pelos romanos que passaram a explorar o comércio marítimo da
região, conseguindo, inclusive, expandir seu território. A conquista do poder sobre o mediterrâneo e
sobre a Península Itálica foi fundamental para o desenvolvimento da economia romana a partir do
comércio marítimo, por onde circulavam mercadorias destinadas não apenas para a subsistência
como também de artigos de luxo. Na época Roma importava insumos de diversas partes do mundo
antigo. Consumiam cereais da Sicília e do norte africano, azeites do Egito e da região onde hoje se
localiza a Espanha e o mármore para as suas construções vinha da Ásia e do norte da África. Outra
importante conquista das guerras, como as Guerras Púnicas, foram os escravos, que acabavam
destinados ao trabalho na agricultura e nas confecções. Os artesãos não produziam em larga escala,
confeccionando produtos diretamente para os usuários. (SO HIST0RIA, 2009)
Durante muitos séculos a agricultura foi a principal atividade econômica romana. Foi durante a
República, após a vitória nas Guerras contra Cartago, que Roma passou a ser um importante centro
comercial da região. Isso levou os romanos a controlarem o Mediterrâneo e, portanto, o fluxo de
metais que transitavam pelo mar. Assim, a circulação comercial entre Roma e suas províncias
passou a ser intenso. As províncias enviavam trigo, madeira, cobre, estanho, prata, peles, objetos de
luxo, queijos e especiarias a baixo custo, e ainda pagavam impostos aos romanos.
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Outro fenômeno evidente à época foi a ascensão e enriquecimento de alguns plebeus, que
conquistaram terras e poderes políticos. Assim, o tamanho das propriedades de terras foram
aumentando, transformando-se em grandes propriedades de plebeus enriquecidos, promovendo a
saída do campo de plebeus que continuavam pobres e que não conseguiram prosperar sem as
terras. (SO HIST0RIA, 2009)
A saída do campo e o empobrecimento de uma parcela significativa dos plebeus gerou uma crise
social no território romano. Para isso foi preciso criar uma política por parte do estado para subsidiar
a sobrevivência desta população. Foi então criada a política de pão e circo, que ofertava alimentos a
baixo custo e espetáculos sem custo para entretenimento.
Idade Média.
Para maior compreensão do tema, se faz necessário um breve relato das origens da atividade
comercial para maior compreensão do seu desenvolvimento e importância nos dias atuais. É óbivio
que a atividade empresarial já existia antes da idade médica, porém é na idade média,
principalmente com relação a regulamentação, que a atividade empresarial ganha relevância.
A Idade Média é o período da história que tem inicio no século V, logo após a queda do Império
Romano do Ocidente e termina no século XV, com a conquista de Constantinopla pelo Império
Turco-Otomano. Foi um período marcado pela síntese da herança romana com a cultura dos povos
bárbaros que invadiram o Império Romano. (FANTAGUSSI, 2018, p. 24)
A Igreja Católica tornou-se uma instituição poderosa e influente não apenas na religião, mas também
na sociedade medieval. A invasão bárbara provocou a fuga da cidade em direção ao campo. A
Europa ocidental ruralizava-se, e a riqueza era a terra. A agricultura tornou-se a principal atividade
econômica, e a produção dos feudos era para o próprio sustento. (FANTAGUSSI, 2018, p. 26)
A partir do século XIII, por conta dos renascimentos comercial e urbano, o mundo medieval começou
a entrar em crise. A centralização do poder nas mãos dos reis derrotou os senhores feudais,
pacificou as revoltas servis e abriu as portas da Europa para a Idade Moderna.
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A sociedade feudal estava dividida em três estamentos. Estamentos são camadas sociais. Eram
definidas por relações de parentesco e pelo conceito de honra. O primeiro estamento da sociedade
feudal era o clero, o segundo a nobreza, e o terceiro o campesinato, do qual faziam parte os servos e
vilões (moradores de vilas). A estratificação social estava fundamentada no privilégio de nascimento,
impedindo a mobilidade social. (FANTAGUSSI, 2018, p. 27)
Destaca-se que entre o século XI ao XIII um conjunto de progressos na economia rural constituiu
uma verdadeira Revolução Agrícola. A difusão dos moinhos a água e a vento, a elevação do
rendimento do trabalho dos animais de tração, os progressos da rotação trienal dos solos, o
aparecimento de novas culturas, são seus principais aspectos.
Todas essas novidades concorrem para o vasto movimento de ocupação de novas terras que
aumenta consideravelmente a superfície das terras cultivadas da cristandade.
A fase final do sistema feudal foi caracterizada por um longo período – início do século XIV–XV até o
XVIII, quando surge o iluminismo e a derrubada da monarquia, muito impulsionada pelos burgueses,
que foram comerciantes que enriqueceram e buscavam um novo modelo de sociedade que
proporcionasse maior liberdade para a atividade comercial. (FANTAGUSSI, 2018, p. 28)
Vale destacar que todo um conjunto de fatores foi o que favoreceu a crise feudal, não sendo somente
um fator isolado. Vejamos abaixo alguns deles:
- A fome: o problema da alimentação, jamais resolvido, era um problema crônico dentro das camadas
mais pobres da sociedade euro- peia. A Grande Fome foi registrada no período de 1315–1317, no
momento em que nem as Províncias mais férteis da Europa escaparam do acontecimento.
(FANTAGUSSI, 2018, p. 29)
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- Guerras: como, por exemplo, a Guerra dos Cem Anos, que foi caracterizada pelo conflito entre a
Inglaterra e a França. Os conflitos nunca desapareceram, porém, durante o século XIV, o duelo entre
franceses e ingleses, entre turcos e o Império Bizantino, a luta entre os cavaleiros teutônicos e
lituanos, adquiriu uma ferocidade jamais vista naquela época, e favoreceu o fortalecimento do
sentimento nacionalista em determinadas regiões, o que facilitou mais tarde o processo de formação
do Estado nacional moderno.
Superada a Idade Média, por conta do Iluminismo promovida em especial pela Revolução Francesa,
surge os conhecidos fisiocratas, os economistas iluministas que defendiam a liberdade econômica,
ou seja, que a economia pudesse se movimentar de acordo com suas próprias leis o que influenciou
muito os modelos empresariais atuais. (FANTAGUSSI, 2018, p. 29)
Com a Revolução Francesa de 1789, com os ideais de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, chegou a
fase dos Atos de Comércio. O sistema das corporações de ofício não era um sistema igualitário para
todos os comerciantes e ia de encontro com os novos ideias de igualdade, assim, com o Código
Napoleônico, passaram a ser considerados comerciantes aqueles que praticassem os atos de
comércio, atividade comercial listada no Código Comercial Francês. Esse trazia literalmente uma lista
dos atos considerados de comércio, sendo essa teoria fundada no objetivismo dos atos de comércio.
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Nos primórdios, o registro dos comerciantes nas chamadas corporações, também era entendido
como uma forma de privilégio e, portanto, de indução aos oligopólios e monopólios, ante o caráter
consuetudinário e corporativista da própria legislação empresarial à época (BERTOLDI; RIBEIRO,
2015, p. 29). No século XIII já havia notícias do registro das procurações outorgadas pelos dirigentes
das sociedades mercantis aos seus empregados de categoria e também de suas marcas de
comércio características (SILVA, 2002, p. 5).
Remete-se às corporações italianas a precedência no registro do comércio nos idos do século XV,
com a promulgação da Lei de 30/11/1408 na cidade de Florença, quando se tornou obrigatório levar
ao registro da corporação de mercadores o contrato de sociedade em comandita simples (REQUIÃO,
2010, p. 140). O registro estabelecido pela lei italiana visava a coibir a fraude contra credores, em
virtude da sagacidade dos sócios comanditários que se mantinham ocultos e, quando o negócio
fracassava e a sociedade em comandita simples ia à falência, não havendo nenhum registro da
sociedade, o então sócio oculto apresentava-se como credor, simples prestador de capitais, sem
vinculação societária, reclamando o seu crédito.
Nesse sentido, o Código Comercial da Itália, datado de 1882, não criou o instituto do registro do
comércio, porém verifica-se que o legislador optou pela omissão do instituto muito por conta de
inconvenientes que poderia trazer aos casos em que a pessoa nele inscrita não exercitasse de fato o
comércio ou em que a pessoa, de fato comerciante, não se inscrevesse. Trata-se possivelmente de
uma resposta ao impacto do sistema de privilégios estabelecido pelo registro nas corporações.
(SILVA, 2002, p. 5)
21
Legislação Empresarial
Vale registrar que o Código Napoleônico, de 1807, destaca-se por ser o primeiro grande Código de
Direito Comercial e verdadeiro marco para o Direito Mercantil – que influenciou as legislações
comerciais de outros países, como a espanhola (1829), a portuguesa (1833) e a brasileira (1850), e
instituiu a teoria dos atos de comércio, onde reservou seção legal para o registro comercial, não
obstante a exigência da autenticação dos livros mercantis, prevista no art. 11 do Código de
Napoleão.(Bertoldi e Ribeiro, 2015, p. 30).
Destaca-se que o Código espanhol de 1829, que foi influenciado pelo Código Napoleônico,
efetivamente prescreveu o registro comercial, sendo o primeiro Código a apresentar regras
específicas sobre “el registro público del comercio” em seus arts. 22 a 31. (SILVA, 2002, p. 8).
É interessante notar, todavia, que o registro do comércio na Espanha não surgiu com a promulgação
do Código de 1829, mas o antecede, sendo instituto já materializado no ideário espanhol e apenas
positivado com a promulgação do aludido Código Comercial. (SILVA, 2002, p. 8)
Influênciado pelos Códigos francês, espanhol e português, em 26/6/1850 promulgou-se a Lei nº 556,
instituindo-se o Código Comercial do Império do Brasil, que estabeleceu, a exemplo da legislação
espanhola e portuguesa, e de acordo com o Alvará de 23/8/1808, o registro de comércio e levando
aos Tribunais do Comércio a responsabilidade no julgamento de matéria comercial e também as
funções administrativas relativas ao registro de comerciantes e sociedades comerciais (SILVA, 2002,
p. 11).
Destaca-se que em outubro de 1890, o governo da República promulgou o Decreto nº 916, criando o
registro das firmas ou razões comerciais, a cargo da secretaria das Juntas Comerciais das
22
Legislação Empresarial
inspetorias comerciais. Trouxe ainda diretrizes para estabelecer a forma de constituição do nome
comercial dos comerciantes individuais, das sociedades de pessoas e das sociedades de capitais, os
direitos decorrentes do nome comercial e as formalidades do registro (NEGRÃO, 2011, p. 199).
DESAFIO
Trabalho de Pesquisa: Como é feito o registro de uma Empresa no Brasil? Quais os órgãos
responsáveis pela regulamentação empresarial?
23
Legislação Empresarial
Pessoa Jurídica
Antes de explorar o conceito legal de empresa se faz necessário compreender o conceito de pessoa
jurídica, vez que empresa é uma espécie de pessoa jurídica.
A pessoa jurídica é um agrupamento de pessoas humanas (a soma de esforços humanos) ou a
destinação de um patrimônio (ex.: Fundações) com uma finalidade específica lícita e constituída na
forma da lei.
Simplificando, a pessoa jurídica pode ser o conjunto de pessoas ou de bens, sendo uma criação da
lei uma ficção jurídica, vez que a pessoa jurídica possui responsabilidades se distinguindo da pessoa
física.
Para facilitar a compreensão imaginemos a seguinte situação: Fulano e Sicrano são os sócios
proprietários da Loja X, que é uma empresa espécie de pessoa jurídica. Uma determinada pessoa
compra um produto na Loja X e esse produto apresenta um grave problema. O cliente poderá
acionar na justiça a Loja X, pois está enquanto pessoa jurídica possui responsabilidades.
Em que pese a pessoa jurídica não ser um ser vivo a lei cria, e por isso ficção, capacidade de a
pessoa jurídica ser responsabilizada e responder por seus atos, porém, é obvio que o exercício de
seus atos e responsabilidades se dá por meio de seus responsáveis.
Nesse sentido, a pessoa jurídica não se confunde com seus membros, sócios e administradores,
conforme acima exposto.
Para que uma pessoa jurídica se caracterize são necessários três elementos em harmonia:
• Soma de esforços ou destinação patrimonial;
• Finalidade específica lícita, ou seja, de acordo com as leis;
• Constituição na forma da lei.
O registro é o ato que vai conferir personalidade jurídica, ou seja, é que vai reconhecer a existência
da pessoa jurídica.
Assim a pessoa jurídica ganha existência a partir do momento do registro, o “nascimento” da pessoa
jurídica.
Em nosso país o registro ocorre com retroatividade de 30 dias para acobertar os atos desenvolvidos
pela “Empresa” durante o seu processo de constituição. (BRASIL, 2002)
24
Legislação Empresarial
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
A pessoa jurídica não tem direitos da personalidade como possui o ser humano, mas tem a proteção
que deles decorre, no que couber.
Exemplo: o ser humano possui direito à reparação de dano moral por sofrer algum abalo psicológico,
o que não ocorre com a pessoa jurídica, pois essa última não possui consciência. Mas a pessoa
jurídica tem direito de ser reparada a título de dano moral caso sua imagem sofra algum dano.
Assim a pessoa jurídica pode sofrer dano moral, conforme a súmula 227 do Superior Tribuna de
Justiça que diz o seguinte:
SÚMULA N. 227 A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Vale enaltecer que se trata de uma obrigação prevista em lei que impões a todo e qualquer
empresário o ato de se inscrever na Junta Comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de
começar a exercer a empresa irregularmente.
Referida obrigação se encontra prevista no art. 967 do Código Civil, (BRASIL, 2002) o qual dispõe o
seguinte:
Art. 927. obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Saliente-se, porém, que o registro na Junta Comercial, embora seja uma formalidade legal imposta
pela lei a todo e qualquer empresário individual ou sociedade empresária, com exceção daqueles
que exercem atividade econômica rural (artigos 971 e 984 Código Civil), não é requisito para a
caracterização do empresário e sua consequente submissão ao regime jurídico empresarial.
Dessa forma, verifica-se que o registro não tem natureza constitutiva, exceto para o empresário rural,
ou seja, o registro não é essencial para exercício da atividade empresarial.
Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular, sofrendo, com isso, algumas
restrições impostas pela lei.
Ex. O empresário irregular não pode pedir a falência de terceiros, embora possa pedir a sua própria
falência (autofalência).
Para fazer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, realizado pela Junta Comercial, o
empresário individual terá de obedecer às formalidades legais previstas no art. 968 do Código Civil
(BRASIL, 2002), ou seja, fazer requerimento que contenha:
25
Legislação Empresarial
Tratando-se, por outro lado, de sociedade empresária, deve-se levar a registro o ato constitutivo, o
contrato social ou estatuto social, que conterá todas as informações necessárias.
26
Legislação Empresarial
Por sua vez, algumas atividades que, por sua natureza, não serão consideradas atividades
empresariais, tais como atividades intelectuais, de origem científica, literária ou artística, conforme
determina o art. 966, parágrafo único do Código Civil Brasileiro.
Trata-se de uma exceção legal prevista em lei para determinadas atividades, que a princípio, não
serão caracterizadas como atividades empresárias.
Assim, por exemplo, médicos dentistas e advogados não são considerados empresários.
Atenção ! O próprio texto da lei propõe uma ressalva: quando o elemento de empresa se tornar mais
forte do que a própria atividade exercida, nesse caso, embora a atividade esteja no rol das exceções,
ela irá se encaixar como atividade empresária.
Quando o exercício da atividade profissional estiver dentro do rol das atividades excluídas há de se
verificar o elemento da empresa, ou seja, o nível de organização dos meios e produção; se for mais
relevante que a própria atividade incidirá as normas de direito empresarial.
Como por exemplo um médico que exerce sua atividade num prédio de 8 andares com auxílio de 100
colaboradores e 200 aparelhos cirúrgicos, bem como dez linhas de atendimento aos pacientes.
Vale destacar que determinadas profissões como médicos, advogados, engenheiros, químicos,
arquitetos, músicos dentre muitas outras possuem órgãos que estipulam diretrizes específicas para o
registro e desenvolvimento da atividade.
Teoria da Empresa.
27
Legislação Empresarial
circulação de bens e serviços para o mercado. Veja caro aluno, que empresa é a “atividade” e não
conjunto de bens. Nesse sentido, uma empresa não necessariamente necessita ter uma sede
física ou um aparato de bens, como por exemplo uma loja de roupas. Podemos muito bem ter uma
empresa que não possui uma sede física, não possui um conjunto de bens, por exemplo várias
empresas no ramo do e-commerce.
Assim, o termo empresa é concebido na acepção de “exercício de atividade”. Atividade nada mais
é que o complexo de atos que compõem a vida empresarial. Por fim, vale destacar que a
empresa pode ser exercida pelo empresário individual (pessoa natural) ou pela sociedade
empresária (pessoa jurídica).
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Legislação Empresarial
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Legislação Empresarial
Dessa forma, em regra as pessoa acima elencadas não podem exercer atividade empresarial, com
exceção no caso de atividade empresarial por incapaz, mediante autorização judicial, conforme
previsto no artigo 974 do Código Civil de 2002 que diz o seguinte:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por
seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em
continua-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais,
tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já
possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao
acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a
autorização.
Ainda, as pessoas abaixo listadas igualmente não poderão exercer
atividade empresarial, são eles:
- Os condenados a determinados crimes (Art. 1011, §1º do Código Civil);
- Os servidores públicos federais (Art. 117, X da Lei nº 8.112/90);
- Os magistrados (Art. 36, I da Lei Complementar nº 35/79);
- Os membros do Ministério Público (Art. 44, III da Lei nº 8.625/93);
- Os militares (Art. 29 da Lei nº 6.880/80)
Vale informar para o fato de que a proibição é para o exercício de empresa, não sendo limitado, pois,
que alguns impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que, nesse caso, quem
exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica, e não seus sócios.
Simplificando, os impedimentos acima elencados se dirigem aos empresários individuais, e não aos
sócios de sociedades empresárias.
Nesse sentido, pode-se afirmar então que os impedidos não podem se registrar na Junta Comercial
como empresários individuais (pessoas físicas que exercem atividade empresarial), não significando,
que eles não possam participar de uma sociedade empresária como quotistas ou acionistas, por
exemplo.
No entanto, a possibilidade de os impedidos participarem de sociedades empresárias não é absoluta,
somente podendo ocorrer se forem sócios de responsabilidade limitada e, ainda assim, se não
exercerem funções de gerência ou administração.
Por fim, vale destacar a situação do empresário casado, e aqui vale informar que para alguns atos da
vida a pessoa casada precisa de autorização, outorga do seu cônjuge, o que não ocorre no caso da
atividade empresarial por isso o destaque conforme artigo 978 do Código Civil:
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal,
qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o
patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
30
Legislação Empresarial
DESAFIO
Procure em seu bairro ou cidade se existem alguma das modalidades de Pessoa Jurídica:
Associações, Sociedades, Fundações, Organizações Religiosas e Partidos Políticos e de forma elas
atuam.
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Legislação Empresarial
O Código Civil também disciplinou o registro do nome empresarial, junto ao Registro Público de
Empresas Mercantis e no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, dependendo do tipo de empresa a
ser constituída.
Conforme aponta o artigo 1.150 do Código Civil que tanto o empresário quanto a sociedade
empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis, de acordo com as Juntas
Comerciais. Já, as sociedades simples, as associações e as fundações, deverão ser registradas no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, obedecidas as formas para o registro.
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a
sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples
adotar um dos tipos de sociedade empresária.
Destaca-se a importância do nome empresarial, vez que enquanto elemento de empresa também é
objeto de proteção constitucional e de outras leis, decretos e atos normativos.
Segundo o Art. 5º, XXIX da Constituição Federal de 1988:
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como, proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresa e a outros signos distintivos,
32
Legislação Empresarial
Nota-se ainda, que o art. 1.158 do Código Civil faculta, ou seja, dá a opção de à sociedade limitada a
adoção de firma ou denominação, desde que acompanhada da palavra “limitada” ou sua abreviação
“Ltda.”.
Denominação
Conforme já dito, trata-se da outra espécie do gênero, nome empresarial, cuja composição ou
formação ocorre sem que haja a necessidade da representação do nome dos sócios que integram a
33
Legislação Empresarial
sociedade, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, trata-se a empresa de grande, médio ou pequeno
porte.
Complementando, denominação significa a designação que deve ser formada pelo objeto social da
sociedade.
Desse modo, a denominação é utilizada pelas sociedades empresárias e deve expressar o objeto da
sociedade em seu nome empresarial conforme determina artigo 1.158, § 2º do Código Civil:
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação,
integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
Simplificando, o objeto social deve fazer parte da denominação, como por exemplo “Pampas
Indústria de Calçados Ltda.”
Destaca-se que a denominação pode ser formada com o nome de um ou mais sócios ou pode ter um
elemento ou expressão fantasia, por exemplo, formado pela sigla composta das letras iniciais dos
nomes dos sócios.
No caso da Sociedade limitada deve ter a palavra “Limitada” ou “Ltda.”, sob pena de
responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores de acordo com o determinado no artigo
1.158, § 3º do Código Civil:
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação,
integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
Quando se trata de sociedade cooperativa deve ter na sua denominação a palavra “Cooperativa” de
acordo com o artigo 1.159 do Código Civil:
Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo
vocábulo "cooperativa".
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Legislação Empresarial
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Legislação Empresarial
Insígnia
Outro elemento importante de identificação na atividade empresarial é a Insígnia.
A Insígnia refere-se a um símbolo ou um emblema que tem como função a identificação do
estabelecimento empresarial.
Trata-se de um sinal distintivo; um detalhe para diferenciar um estabelecimento de outro. Esse sinal
pode também corresponder a uma expressão gráfica, uma letra ou uma palavra.
A empresa pode ter em conjunto título de estabelecimento e insígnia, sendo que não
necessariamente terão elementos comuns e, ainda que possam ter algum elemento do nome
empresarial, com ele não se confundem.
Um bom exemplo é o título do estabelecimento “McDonald’s”, sendo a sua insígnia a letra “M”,
maiúscula e amarela, estilizada de forma grande e arredondada; ou o título de estabelecimento “Pão
de Açúcar”, cuja insígnia são os dois morros em verde. Igualmente são insígnias os peixinhos
sobrepostos da Hering, os símbolos das montadoras de veículos utilizados nas fachadas das
concessionárias, entre outros.
Assim como ocorre com o título de estabelecimento, também não há um regime jurídico próprio para
a insígnia, o que não acontece com o nome empresarial e a marca, pois cada um possui sua
proteção legal.
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Legislação Empresarial
Destaca-se ainda que não se admite a usurpação da insígnia, sendo que, nessa hipótese, a tutela
jurídica da insígnia ocorrerá pela concorrência desleal e pelos princípios gerais do ato ilícito, da
mesma forma que pela proteção do título de estabelecimento.
Para finalidade de marca, a insígnia poderá ser registrada como marca, desde que preencha os
requisitos da Lei nº 9.279/96, em especial do art. 122 e o art. 124, II, devendo ser considerada um
sinal distintivo visualmente perceptível, ou seja, um caractere que a torna reconhecível pelas
pessoas com o intuito de distinguir um produto ou serviço, que assim disciplinam:
Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos
visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.
Por fim, vale ressaltar que letra, algarismo e data, isoladamente, não
podem ser registrados como marca, conforme disposto no acima
mencionado artigo 124, II, da Lei nº 9.279/96.
Mas poderão ser objeto de marca quando estiverem revestidos de
suficiente forma distintiva. Nesse caso, a insígnia gozará da proteção
legal de marca.
DESAFIO
Apresente 4 empresas com insígnias bem conhecidos, faça um cartaz somente com simbologia e
veja se seus colegas conseguem identificar.
Obs: pesquise os mais desafiadores;
37
Legislação Empresarial
Empresário individual.
Inicialmente vale informar que “empresário” é gênero do qual o empresário individual, a sociedade
empresária e a empresa individual de responsabilidade limitada são espécies.
O empresário individual é o sujeito que, independentemente da motivação, faz a opção de
desenvolver sua atividade econômica de forma isolada, sem a participação de sócios.
Devemos destacar que o empresário individual é a pessoa física titular de uma atividade empresarial,
que por sua vez não se confunde com o sócio da sociedade empresária.
Nesse sentido, o sócio não é empresário, mas, sim, integrante do quadro social de uma sociedade
empresária.
Ao empresário individual é assegurado alguns direitos como:
- inscrição/regularidade (a lei considera isso um dever);
- recuperação de empresas (judicial e extrajudicial);
- autofalência;
- requerer a falência de outro empresário sendo credor;
- proteção da sua identificação;
Todos esses direitos e outros também são direitos assegurados à sociedade empresária e às
EIRELIs. A principal característica e diferença do empresário individual para os outros tipos
empresariais, é o fato de o empresário individual não possui a limitação de responsabilidade e da
separação patrimonial.
Na atividade do empresário individual não se considera em separado o patrimônio da empresa e o
patrimônio pessoal; logo, a responsabilidade do empresário individual pelas obrigações firmadas em
razão do seu negócio é ilimitada. Ele responde, inclusive, com seu patrimônio pessoal, ainda que sua
empresa tenha patrimônio próprio. A título de exemplo podemos citar o seguinte: imagine que Dona
Augusta na condição de empresária individual tenha uma pequena oficina de costura chamada
“Senhora do Tecido”. Nessa situação caso a empresa “Senhora do Tecido” tenha alguma dívida a
Dona Augusta poderá ser responsabilizada inclusive com seu patrimônio particular, por isso se fala
responsabilidade ilimitada, ou seja, não existe limite entre o patrimônio do empresário e da empresa.
Ainda importante destacar que o fato de o empresário individual se regularizar o que lhe trará
benefícios e alguns direitos tais como:
- recuperação de empresas,
- uso dos livros contábeis como prova em processo judicial;
- vantagens tributárias (que somente são possíveis se tiver o CNPJ).
Por fim, é necessário apontar que o empresário individual pode admitir sócios, neste caso solicitará
ao Registro Público das Empresas Mercantis a transformação de sua inscrição como empresário
individual para sociedade empresária ou solicitar sua transformação para EIRELI, conforme
prescreve o artigo 968, §3º do Código Civil:
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Legislação Empresarial
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Legislação Empresarial
de responsabilidade dos sócios pelas dívidas da empresa ao valor de suas respectivas quotas, à não
ser, de forma excepcional em caso de desconsideração da personalidade jurídica.
Essas são razões relevantes que levam algumas pessoas a constituírem sociedades empresárias ao
invés de optarem pela figura do empresário individual.
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Legislação Empresarial
pelo empresário a fim de alcançar o lucro. Por isso, o termo mais adequado nos parece ser
“empresário individual de responsabilidade limitada”. Pois estamos diante de um empresário que é
“aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços” nos termos do art. 966 do Código Civil de 2002. E ainda, porque a
limitação de responsabilidade se dá em relação ao empresário e não à atividade, a empresa.
Destaca-se que a lei dá à EIRELI o status de ser uma nova espécie de pessoa jurídica de direito
privado em razão do inc. VI acrescido ao art. 44 do Código Civil, por força da Lei n. 12.441/2011.
Apesar de ser uma alternativa para o empresário individual, importante ressaltar que alei trouxe
requisitos, para a criação da EIRELI a qual será crida observando os seguintes critérios nos termos
do art. 980-A do Código Civil:
a) formada por uma única pessoa;
b) a pessoa natural não pode constituir mais de uma EIRELI.
A pessoa física (natural) poderá ser titular tão somente de uma EIRELI.
c) a pessoa deverá ser a titular da totalidade do capital social;
d) o capital não pode ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no País38;
e) o capital deve ser totalmente integralizado (integralizado de fato e de direito, não meramente
documental);
f) o nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma ou a
denominação (temas que estudaremos adiante).
Vale informar que a EIRELI foi extinta pela Lei nº 14.195/2021 que trouxe a próxima espécie
empresarial a ser estudada, a Sociedade Limitada Unipessoal.
Mas por que estudamos a EIRELI ?
SLU – Sociedade Limitada Unipessoal
Assim como a extinta EIRELI a SLU, Sociedade Limitada Unipessoal, é um tipo de empresa no qual
não há necessidade de sócio para abertura.
Na realidade a SLU é uma forma facilitada, com menos exigência e menos burocrática da EIRELI.
Ainda que tenha a palavra “sociedade” na sua composição, a SLU é formada por apenas uma
pessoa, o próprio empreendedor.
Além disso, o patrimônio pessoal fica separado do patrimônio da empresa. Assim, caso haja algum
problema financeiro relevante, ou mesmo falência, os bens do empreendedor não podem ser
utilizados para quitação das dívidas.
Por conta dessas características, a Sociedade Unipessoal é bastante confundida com a Eireli,
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
No entanto, essas duas naturezas jurídicas têm uma diferença bastante significativa que pode
influenciar no momento da escolha entre uma e outra.
Na Sociedade Limitada Unipessoal não é exigido valor mínimo de Capital Social. Ou seja, este
formato traz a facilidade de ter um valor de abertura acessível, desobrigando o empreendedor a
integralizar valores altos no momento inicial da empresa.
41
Legislação Empresarial
Já na Eireli é preciso integrar o valor correspondente a 100 vezes o salário mínimo vigente na época
da abertura da empresa.
A Sociedade Limitada Unilateral foi criada por meio da MP 881/2019. Conhecida como “MP da
Liberdade Econômica”, foi convertida na Lei 13.874/2019.
A proposta principal que levou à criação dessas legislações foi desburocratizar o processo de
abertura de empresas no Brasil.
A ideia foi criar um formato de empresa que pudesse ser aberta sem o custo elevado do Capital
Social exigido na EIRELI, sem a necessidade de sócios e que mantivesse o patrimônio do
empreendedor protegido.
Essa possibilidade fomenta a legalização de negócios e colabora para o desenvolvimento e o
crescimento da economia nacional.
MEI – Microempreendedor Individual
O Microempreendedor Individual, se trata de em um tipo de empresa com apenas um proprietário,
cujo faturamento anual não pode ultrapassar R$ 81 mil.
Aquele que adota o tipo MEI não pode ter sócios, nem ter participação em outra empresa. Além
disso, esse modelo empresarial permite a contratação de apenas 1 (um) empregado que deve
receber, no mínimo, o piso salarial da sua categoria profissional.
O MEI tem a vantagem de se enquadrar automaticamente no Simples Nacional, regime tributário que
facilita o recolhimento de impostos em uma única guia, o DAS, Documento de Arrecadação do
Simples Nacional, que veremos em um capitulo próprio.
Por fim, cumpre destacar que nem todas as atividades econômicas são permitidas nesse tipo de
empresa as quais devem se enquadrar na Tabela de Atividades Permitidas no MEI.
ME – Microempresa
Microempresa (ME) é um porte de empresa, ou seja, uma classificação de seu tamanho. Possui as
seguintes características:
- Rendimento bruto de até R$360 mil por ano;
- Opção de escolha do regime tributário entre Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real;
- Opção de escolha entre três categorias de natureza jurídica: Sociedade Simples, Sociedade
Empresária e Empresário Individual);
- Menos burocrática e com procedimentos simplificados;
- Emissão de notas fiscais para todas as vendas, seja para pessoa física ou jurídica.
Uma característica muito importante das MEs, e que acaba sendo uma grande vantagem, é o fato
delas se enquadrarem na Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Graças a
essa legislação, que foi instituída em 2006 com o objetivo de regulamentar as atividades, as
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) são protegidas e até mesmo favorecidas
de modo a usufruir de certas importantes vantagens, como pagar menos impostos.
Conforme citado acima, ao explicar o que é uma empresa ME e quais são suas principais
características e vantagens, o faturamento total de uma ME é de até R$360 mil por ano. Isso significa
42
Legislação Empresarial
que existe uma média de R$30 mil por mês que é permitida para que sua empresa ainda se
enquadre como uma Microempresa.
Inclusive, o rendimento bruto anual de sua empresa é importante justamente para decidir entre os
regimes tributários disponíveis e qual deles melhor se aplicará à sua ME – o Simples Nacional, o
Lucro Real ou o Lucro Presumido. No entanto, devemos ressaltar que, para tomar essa decisão e
saber qual opção será mais vantajosa para seu negócio, é necessário contratar um contador.
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Legislação Empresarial
DESAFIO
Pesquise qual a classificação Empresarial se enquadram os Bancos, e se existe diferença entre os
Bancos que mantém agências físicas e os Bancos Digitais.
44
Legislação Empresarial
Título de Crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele
descrito conforme descreve o artigo 887 do Código Civil:
art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito
literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.
Perante a definição legal acima é possível compreendermos o seguinte:
A expressão "Documento" significa que o título de crédito é o conteúdo escrito em algo palpável,
portanto, material.
Dessa forma, não será admitido, por exemplo, uma gravação em uma mídia onde apareça o devedor
confessando o débito e fazendo uma promessa de pagamento.
Ainda, a expressão "necessário para exercício do direito nele mencionado" aponta que se trata de
um Título de Apresentação, ou seja: quando se quiser exercer o direito nele descrito, é necessária
sua apresentação.
Por esse motivo é que a mera cópia do título, ainda que autenticada, não serve para cobrança
extrajudicial ou judicial.
Importante destacar que o título de crédito possui dois elementos em destaque que retratam a sua
finalidade.
Primeiro é a Garantia ao credor, onde o título de crédito tem como finalidade garantir o crédito ali
descrito ao credor. Pois na proporção em que o devedor confessa dever uma determinada
importância e promete pagar, fazendo-o por escrito, o credor terá o documento, o título, como prova
de seu crédito.
Em segundo diz respeito à Circulação do crédito, vez que os títulos de crédito, sendo meios de
circulação de valores, podem ser transferidos a terceiros, ou seja, é possível transmitir o título
recebendo, antecipadamente, o valor nele contido.
45
Legislação Empresarial
Simplificando, para os negócios realizados mediante título de crédito apenas interessa o valor
descrito no documento, não sendo relevante as causas ou outras circunstâncias do negócio.
Merece atenção também a autonomia que é outro princípio essencial que orienta a utilização dos
títulos de crédito.
A palavra autonomia orienta que qualquer pessoa que se vincular ao título de crédito assume uma
obrigação autônoma, independente da legitimidade das obrigações assumidas por outrem.
Dessa forma, aquele que legitimamente lançou a sua assinatura no título de maneira válida, seja a
que circunstância for, não pode opor-se ao portador.
Para exemplificar, imagine a seguinte situação: se Paulo, menor de 14 anos, emite uma nota
promissória em favor de Joaquim, e se Carlos concede o aval, é notório que a assinatura de Paulo
não tem validade porque não pode assumir tal obrigação, por ser menor de idade, absolutamente
incapaz. Todavia o aval de Carlos é válido e Joaquim pode cobrar dele, Carlos, o valor descrito no
título.
A autonomia dos títulos de crédito é extremamente relevante para garantir ao portador do título,
porquanto dispensa a verificação da legitimidade das assinaturas anteriores.
Mais um princípio importante para legitimar a circulação dos títulos de crédito é a abstração do
crédito.
Vale informar que não se pode confundir a abstração do crédito com a abstração do título, pois não
existe título de crédito abstrato, sendo todos materiais conforme dito anteriormente, até porque, como
já descrito, só é título de crédito a obrigação escrita em algo palpável, algo material.
Frise-se: a abstração não é do título, mas do crédito nele descrito.
Deste modo, uma vez feito e posto em circulação um título, o crédito nele descrito desprende-se da
causa de origem, valendo por si mesmo.
Para ilustrar imagine a seguinte situação: se Carlos compra algumas mercadorias de Fernando e, por
não ter dinheiro no momento, emite uma nota promissória em favor de Fernando, não poderá,
depois, alegar que a mercadoria está com algum vício, como forma de se desvencilhar de pagar,
porquanto, emitida a nota promissória, afastou-se, abstraiu-se, o crédito da causa de origem.
A abstração também é importante, porque, se não existisse, o portador do título ficaria sempre na
insegurança e na incerteza da legalidade da existência do crédito.
Devemos destacar que alguns títulos que são denominados títulos causais, haja vista que a própria
lei que os criou admitiu a possibilidade de examinar a causa de origem, ou causa subjacente,
também chamada de causa debendi.
Nesse caso, se trata de títulos derivados de uma operação.
É por exemplo o caso da duplicata que só pode ser emitida por conta de uma fatura que represente a
compra e venda ou a prestação de um serviço. A fatura, a seu turno, é emitida com lastro na nota
fiscal.
Nos títulos causais se for nula a causa de origem, nulo também será o crédito decorrente do título
emitido.
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Porém, se ao combinar com o credor do cheque que este deveria ser levado à compensação em
uma data posterior, e não sendo essa combinação cumprida, o emissor do cheque tem direito a
pleitear indenização contra o descumpridor dessa cláusula, que tem valor para efeitos civis. Esse é o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça em sua Súmula nº 370:
Súmula 370 do STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de
cheque pré-datado.
Em que pese ser um título pagável à vista, conforme anteriormente visto, no caso de cheque da
mesma praça/município (mesmo local de emissão e pagamento), deve ser apresentado para
pagamento até 30 dias após a data de sua emissão, caso o cheque de outra praça (locais de
emissão e pagamento distintos), o prazo é de até 60 dias, conforme artigo 33 da Lei do Cheque:
Art . 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da
emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de
ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou
no exterior.
Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários
diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário
do lugar de pagamento.
O cheque tem como requisitos os seguintes: a expressão “cheque”, quantia, nome do banco, data e
lugar de emissão, assinatura do emitente ou o seu mandatário especial, conforme determina o artigo
1º da Lei de Cheque:
Art . 1º O cheque contêm:
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua
em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes
especiais.
Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com
poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por
chancela mecânica ou processo equivalente.
É importante ter em conta que o cheque é um título vinculado, devendo, portanto, seguir os padrões
previstos na legislação quanto à sua formatação.
Além disso, pode-se perceber que o vencimento não está entre os requisitos do cheque, pois trata-se
de um título à vista, como já informado anteriormente.
Vale informar de acordo com a Lei do Cheque a possibilidade da revogação ou a sustação do
cheque.
A revogação do cheque refere-se a uma contraordem, para não pagamento ou compensação do
título, que deve ter razões motivadas de acordo com o artigo 35 da Lei do Cheque:
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Compra e venda mercantil, no que se refere a emissão de duplicata, se refere aquela celebrada entre
empresários ou entre empresário e consumidor. Assim, é irrelevante a distinção entre compra e
venda empresarial e de consumo.
Na duplicata, o principal devedor é o sacado, que é o comprador, mas ele não é o emitente. Por sua
vez, o vendedor é ao mesmo tempo sacador, o emissor, e beneficiário, credor.
A duplicata é regulamentada pela Lei nº 5.474/68, conhecida como Lei da Duplicata.
Nos termos do art. 1º da Lei da Duplicata, é obrigatória a extração da fatura que dá origem à
duplicata nas vendas com prazo para pagamento superior a 30 dias, e facultativa nas vendas
inferiores a 30 dias:
Art . 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes
domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor
extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
O mencionado prazo começa a contar da data de entrega ou despacho da mercadoria.
Importante informar que em casos de perda ou extravio da duplicata, o vendedor é obrigado a emitir
uma cópia, uma segunda via da duplicata, chamada de triplicata, que terá idênticos efeitos e
requisitos, nos termos do artigo 23 da Lei da Duplicata:
Art . 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair
triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas
formalidades daquela.
Curioso que a emissão da triplicata é baseada na escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
O Livro de Registro de Duplicatas é um livro obrigatório para o empresário que emite duplicatas, pois
nele devem ser escrituradas as duplicatas, conforme artigo 19 da Lei da Duplicata:
Art . 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga
o vendedor a ter e a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas.
§ 1º No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronològicamente, tôdas
as duplicatas emitidas, com o número de ordem, data e valor das faturas
originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador;
anotações das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.
§ 2º Os Registros de Duplicatas, que não poderão conter emendas, borrões,
rasuras ou entrelinhas, deverão ser conservados nos próprios
estabelecimentos.
§ 3º O Registro de Duplicatas poderá ser substituído por qualquer sistema
mecanizado, desde que os requesitos dêste artigo sejam observados.
O prazo prescricional para executar a duplicata é de 3 anos contra o sacado e seu avalista e de 1
ano contra os demais coobrigados, nos termos do artigo 18 da Lei de Duplicata:
Art 18 - A pretensão à execução da duplicata prescreve:
l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três) anos, contados da data
do vencimento do título;
ll - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data do
protesto;
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III. O nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida
abaixo do contexto.
IV. O nome da pessoa a quem deve ser paga. A letra pode ser ao portador e
também pode ser emitida por ordem e conta de terceiro. O sacador pode
designar-se como tomador.
V. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A
assinatura deve ser firmada abaixo do contexto.
Ao passo que o Decreto n. 57.663/66 em seu artigo 1º elenca os mesmos requisitos, acrescentando
apenas:
7 – indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
Nota Promissória.
Quando se fala em nota promissória, se trata de título de crédito consistente em uma promessa de
pagamento, de determinado valor, emitida pelo devedor ao credor.
Refere-se, à uma promessa escrita, ou melhor, uma promessa de pagamento formalizada em um
título, cujo emissor assume um compromisso em favor do credor, isto é, confessa que é devedor e
promete pagar.
Cumpre destacar que devedor na nota promissória também pode ser chamado de emitente ou
subscritor. O Credor, por sua vez, pode ser chamado beneficiário.
A legislação aplicável à nota promissória, segue a mesma norma da letra de câmbio, ou seja, a Lei
Uniforme, o Decreto nº 57.663/66 e também o já citado Decreto nº 2.044/1908 que ainda possui
alguns dispositivos em vigor, aplicando-se também à nota promissória.
Os dados lançados na nota promissória podem ser preenchidos pelo credor, sendo indispensável, no
momento da emissão, apenas a assinatura do devedor
Aqui cumpre informar o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que entende o seguinte sobre
inserir informações após a emissão da nota promissória, em sua Súmula 387:
STF Súmula nº 387: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em
branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do
protesto.
No mesmo sentido da mencionada Súmula, o Código Civil em seu artigo 891 prescreve o seguinte:
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser
preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
Verifica-se que o entendimento do STF e do Código Civil se aplicam a todos os títulos de crédito.
No que diz respeito aos requisitos da nota promissória, há os obrigatórios e outros facultativos, ou
seja, podem ou não estarem presentes no título.
Ambos estão previstos, respectivamente, nos arts. 75 e 76 do Decreto nº 57.663/66:
Os obrigatórios são os seguintes:
Art. 75. A nota promissória contém:
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Nos títulos de crédito, como é feita a execução (cobrança) de cada título?
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Alienação Fiduciária.
Quando se fala em alienação fiduciária, essa é uma garantia em favor de quem financia a venda de
bens a prazo.
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A legislação que regulamenta a alienação fiduciária de bens móveis é a Lei nº 4.728/65, art. 66-B:
Art. 66-B. O contrato de alienação fiduciária celebrado no âmbito do mercado
financeiro e de capitais, bem como em garantia de créditos fiscais e
previdenciários, deverá conter, além dos requisitos definidos na Lei no
10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, a taxa de juros, a cláusula
penal, o índice de atualização monetária, se houver, e as demais comissões e
encargos.
§ 1º Se a coisa objeto de propriedade fiduciária não se identifica por números,
marcas e sinais no contrato de alienação fiduciária, cabe ao proprietário
fiduciário o ônus da prova, contra terceiros, da identificação dos bens do seu
domínio que se encontram em poder do devedor.
§ 2º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, coisa que já
alienara fiduciariamente em garantia, ficará sujeito à pena prevista no art.
171, § 2º, I, do Código Penal.
§ 3º É admitida a alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária
de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, hipóteses em
que, salvo disposição em contrário, a posse direta e indireta do bem objeto da
propriedade fiduciária ou do título representativo do direito ou do crédito é
atribuída ao credor, que, em caso de inadimplemento ou mora da obrigação
garantida, poderá vender a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária
independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ou
extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do seu crédito
e das despesas decorrentes da realização da garantia, entregando ao
devedor o saldo, se houver, acompanhado do demonstrativo da operação
realizada
§ 4º No tocante à cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou sobre
títulos de crédito aplica-se, também, o disposto nos arts. 18 a 20 da Lei no
9.514, de 20 de novembro de 1997.
§ 5º Aplicam-se à alienação fiduciária e à cessão fiduciária de que trata esta
Lei os arts. 1.421, 1.425, 1.426, 1.435 e 1.436 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002.
§ 6º Não se aplica à alienação fiduciária e à cessão fiduciária de que trata
esta Lei o disposto no art. 644 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
No caso de bens imóveis é a Lei nº 9.514/97, artigos 22 e seguintes:
Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo
qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a
transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa
imóvel.
§ 1º A alienação fiduciária poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica,
não sendo privativa das entidades que operam no SFI, podendo ter como
objeto, além da propriedade plena.
I - bens enfitêuticos, hipótese em que será exigível o pagamento do laudêmio,
se houver a consolidação do domínio útil no fiduciário;
II - o direito de uso especial para fins de moradia;
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Explique como funciona o Contrato de Franquia, pesquise uma franquia de sucesso e apresente aos
colegas de classe.
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Vale informar, que o devedor no processo de falência, ou seja empresa ou empresário, não se
sujeitará a cumprir com eventuais obrigações contraídas a título gratuito e nem às despesas que os
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credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais
originárias de litígio com o credor, conforme artigo 5º da Lei nº 11.101/2005:
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
I – as obrigações a título gratuito;
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação
judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o
devedor.
Merece destaque, quando decretada a falência ou deferido o processamento da recuperação judicial,
ocorrerá a suspensão da prescrição e de todas as ações e execuções em face do empresário ou da
sociedade empresária, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário, conforme artigo
6º da Lei nº 11.101/2005:
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da
recuperação judicial implica
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao
regime desta Lei;
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas
dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações
sujeitos à recuperação judicial ou à falência;
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro,
busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do
devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou
obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência.
Só a título de informação, pois será tratado em tópico próprio, na recuperação judicial a suspensão
da prescrição das ações e execuções será de 180 (cento e oitenta) dias. Decorrido o prazo legal, os
credores readquirem o direito de iniciar ou continuar suas ações e execuções, ainda que não tenha
ocorrido o pronunciamento judicial.
No processo de falência o juiz poderá aceitar a recuperação judicial e
homologar o plano de recuperação extrajudicial ou decretar a falência do
principal estabelecimento do devedor, ou da filial de empresa ainda que
sediada no exterior.
O Administrador Judicial, escolhido pelo juiz, poderá ser pessoa física ou
jurídica, será um profissional idôneo, preferencialmente advogado,
economista, administrador de empresas, contador ou pessoa
juridicamente especializada.
Simplificando, o juiz nomeará o administrador judicial para que cuide dos bens da empresa em
falência e gerencie os bens que restaram para buscar pagar o maior número de credores possíveis.
Funciona assim: o juiz vai ordenar a expedição de um edital para sua publicação no órgão oficial, ou
da sentença que decretar a falência do devedor, também publicada em órgão oficial, os credores
terão prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao Administrador Judicial suas habilitações ou
divergências quanto aos créditos relacionados, ou seja, os credores terão que demonstrar para o
administrador o quanto tem direito a receber.
Superada a fase acima, o Administrador Judicial, atendidos os requisitos da lei, fará publicar edital
contendo a relação dos credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, devendo indicar o horário, o
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local e o prazo comum em que qualquer credor, o comitê, o devedor ou seus sócios, ou ainda o
Ministério Público terão acesso aos documentos que deram fundamento para a instauração do
processo judicial., conforme dispõe detalhadamente os artigos 7º e 7º-A da Lei nº 11.101/2005:
Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial,
com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor
e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo
contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º , ou no parágrafo único do art.
99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar
ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos
créditos relacionados.
§ 2º O administrador judicial, com base nas informações e documentos
colhidos na forma do caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital
contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias,
contado do fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo indicar o local, o
horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8º desta Lei
terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa
relação.
Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as intimações e publicado o edital,
conforme previsto, respectivamente, no inciso XIII do caput e no § 1º do art.
99 desta Lei, o juiz instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública credora,
incidente de classificação de crédito público e determinará a sua intimação
eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao
administrador judicial ou em juízo, a depender do momento processual, a
relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, acompanhada
dos cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual.
§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se Fazenda
Pública credora aquela que conste da relação do edital previsto no § 1º do art.
99 desta Lei, ou que, após a intimação prevista no inciso XIII do caput do art.
99 desta Lei, alegue nos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, possuir crédito
contra o falido.
§ 2º Os créditos não definitivamente constituídos, não inscritos em dívida
ativa ou com exigibilidade suspensa poderão ser informados em momento
posterior.
§ 3º Encerrado o prazo de que trata o caput deste artigo:
I - o falido, os demais credores e o administrador judicial disporão do prazo de
15 (quinze) dias para manifestar objeções, limitadamente, sobre os cálculos e
a classificação para os fins desta Lei;
II - a Fazenda Pública, ultrapassado o prazo de que trata o inciso I deste
parágrafo, será intimada para prestar, no prazo de 10 (dez) dias, eventuais
esclarecimentos a respeito das manifestações previstas no referido inciso;
III - os créditos serão objeto de reserva integral até o julgamento definitivo
quando rejeitados os argumentos apresentados de acordo com o inciso II
deste parágrafo;
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Não obedecido este prazo, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
Por fim, no processo de falência existe uma ordem de preferência de credores a serem pagos, ou
seja, dos credores da empresa ou empresário devedor existe uma ordem de que receberá primeiro,
segundo e assim por diante conforme artigo 83 da Lei nº 11.101/2005:
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e
cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes
de trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do
bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de
constituição, excetuadas as multas tributárias;
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de
constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias;
VI - os créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens
vinculados ao seu pagamento; e
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o
limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais
ou administrativas, incluídas as multas tributárias;
VIII - os créditos subordinados, a saber:
a) os previstos em lei ou em contrato; e
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício
cuja contratação não tenha observado as condições estritamente comutativas
e as práticas de mercado;
IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no
art. 124 desta Lei.
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como
valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada
com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do
bem individualmente considerado.
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao
recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as
obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4º (Revogado).
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Quais etapas devem ser seguidas num Plano de Recuperação Judicial?
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Para maior compreensão, a dação em pagamento é instituto do Direito Civil, e está descrito no artigo
356 do Código Civil, consistindo na possibilidade de pagamento da obrigação de maneira diversa
daquela originalmente estabelecida, e quando aceito pelo credor:
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é
devida.
Ou seja, a dação em pagamento é uma exceção onde o direito tributário, por meio do Código
Tributário Nacional passou a, de forma expressa, aceitar quitação de tributos mediante com algo
diverso da moeda, notadamente o pagamento por meio da entrega de bem imóvel aos entes
políticos.
Vale informar que o poder público não estaria obrigado a aceitar esse bem, pois antes seria
necessário a identificação de sua utilidade para administração pública, podendo recusá-lo e insistir
em receber o crédito apenas por meio de dinheiro, por isso se trata de medida excepcional.
A segunda característica dos tributos, se refere como prestação compulsória e instituída em lei
A caracterização dos tributos como prestação compulsória diz respeito por ser algo obrigatório, ou
seja, o cidadão não escolhe se vai pagar ou não, deve pagar em obediência a lei por conta do
princípio da legalidade tributária.
Dessa forma, a obrigatoriedade compulsória do pagamento dos tributos, se dá por conta exatamente
do fato de ele ser previsto em lei, afinal, nosso ordenamento jurídico.
Conforme dito, no que diz respeito a relação jurídico tributária, esta não possui espaço para às
vontades das partes e sim à obrigação de obediência à lei, externando que seu pagamento não
depende da vontade do contribuinte e sim do interesse da arrecadação para a administração pública
para seu regular funcionamento.
Terceira característica dos tributos trata-se de compreender que os tributos não constituem uma
sanção por ato ilícito.
Conforme dito, o dever de pagar tributos advém da necessidade de funcionamento das atividades
dos serviços públicos e não pelo cometimento de ilegalidades.
Nesse sentido, o pagamento de tributos não pode ser visto como uma punição imposta aos cidadãos,
mas sim no sentimento maior de viver em coletividade e colaborar com os gastos da administração
pública para que esta ofereça aos cidadãos os serviços necessários para a vida em sociedade.
Por outro lado, as multas possuem como origem a ocorrência de atividades ilícitas realizadas por
cidadãos que não obedecem algum comando normativo, ao passo em que o dever de pagar tributos
tem base na realização de origem, chamado de fato gerador no direito tributário, lícitos.
Dessa forma, podemos compreender que as penalidades seriam exatamente aquilo que o tributo não
pode ser.
Em outras palavras, as multas constituem sanção ou penalidade por conta da ocorrência de um ato
ilícito e os tributos não.
Para maior compreensão imaginemos a seguinte situação fática na qual um sujeito que é proprietário
de veículo automotor.
Por conta de ser proprietário de veículo automotor, considerando-o ato lícito no ordenamento jurídico
brasileiro e dando origem o dever de pagar específico tributo: IPVA, o Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores.
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Mas caso esse mesmo sujeito proprietário conduza veículo automotor sem possuir carteira de
motorista, ou seja, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação, estará
cometendo infração às normas de trânsito nos termos do artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro,
sujeitando-se a detenção e ao pagamento de multa exatamente pelo cometimento de ato ilícito vez
que não obedeceu a lei.
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão
para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando
perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Relevante observar que no conceito de tributo (art. 3º do CTN), houve determinação de que o tributo
não constituiria sanção por ato ilícito, pouco se importando com as origens das relações que
desencadearam a submissão tributária.
Curioso informar, que o direito tributário não se interessa pela licitude, validades ou efeitos das
relações anteriores à obrigação tributária, apenas preocupando-se com a incidência sobre fatos
geradores lícitos e o dever de pagar tributos.
Suponha a seguinte situação fática: um sujeito busca auferir receita por meio de atividades
criminosas, por exemplo tráfico de drogas, venda de órgãos humanos ou animais silvestres,
exploração de jogos de azar etc. nessa situação estará sujeito à incidência do Imposto de Renda
previsto no artigo 43 do Código Tributário Nacional, como qualquer outra pessoa que receba
rendimentos:
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da
origem e da forma de percepção.
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade,
para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
Veja que o artigo 43 do Código Tributário Nacional diz: “qualquer natureza”.
Dessa forma fica evidente que as relações que originaram essas receitas venham a ser ilícitas,
submeterá a aplicação das normas tributárias.
A lógica dessa incidência guarda aproximação com o sentido de justiça fiscal, haja vista que aquele
praticante de atividades lícitas pagaria seus tributos normalmente, ao passo em que o “criminoso”
teria verdadeiro privilégio fiscal se não fosse igualmente cobrado, além de sofrer penalidades por
conta da atividade ilícita.
O Direito Tributário manifesta esse entendimento no artigo 118 do Código Tributário Nacional ao
prescrever que a incidência de tributação não depende da validade jurídica dos atos ou efeitos
existentes:
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Espécies de Tributo.
Aqui mais uma vez chamamos a atenção para a definição de fato gerador.
De maneira simplificada, podemos definir fato gerador do tributo como sendo a ocorrência fática
descrita em lei que torna legitima a cobrança do tributo face ao contribuinte.
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Ou seja, a lei descreve situações que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se torne possível a
cobrança de um tributo, a chamada obrigação tributária.
Exemplo: Fulano comprou um carro. Pelo fato de ter comprado um carro se tornou proprietário de um
veículo automotor, tal situação fática traz a obrigação de Fulano pagar o imposto estadual IPVA o
imposto sobre propriedade de veículo automotor previsto no artigo 155, III da Constituição Federal:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
III - propriedade de veículos automotores.
Outra informação introdutória importante é que temos tributos nas esferas Federais, Estaduais e
Municipais.
As espécies tributárias são: Impostos, Taxas, Contribuições de Melhoria, Empréstimos Compulsórios
e Contribuições Especiais.
IMPOSTO.
O artigo 16 do Código Tributário Nacional traz o seguinte conceito de imposto:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Além das características já estudadas comuns a todo tributo, da leitura do artigo acima extraímos a
principal característica do imposto que o difere dos outros tributos.
O Imposto é tributo que tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade
estatal especifica relativa as contribuições.
Isso significa que para se cobrar imposto não existe a necessidade de prestação de serviço público
para sua cobrança.
Para maior compreensão, vamos exemplificar o seguinte, conforme já mencionado o sujeito que
compra um carro, veículo automotor terá que pagar IPVA imposto sobre propriedade de veículo
automotor ao estado.
Veja que o proprietário não receberá nada em troca do estado, terá que pagar imposto pelo fato de
ser proprietário de veículo automotor, isso é que significa fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal.
Curioso que o significado da própria palavra “imposto” é aquilo que é “obrigado”.
O artigo 153 da Constituição Federal elenca os seguintes impostos Federais:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
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Poder de polícia está relacionada a atividade de fiscalização do ente público, por exemplo a Taxa de
Controle e Fiscalização Ambiental.
A taxa por utilização de serviço é aquela em que o contribuinte utiliza um serviço e paga por esse
serviço, por exemplo o valor pago para intitulado custas processuais para aquele que busca o Poder
Judiciário para ingressar com ação judicial.
Repare que em ambas as situações, existe o viés contraprestacional, já que o Poder Público apenas
poderá lhes exigir se efetivamente realizar atividade em favor do contribuinte.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
A contribuição de melhoria encontra-se definida no artigo 145, III da Constituição Federal e artigo 81
do Código Tributário Nacional:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
O principal elemento caracterizador da contribuição de melhoria se encontra por conta de o seu fato
gerador na realização de uma obra pública e consequentemente a valorização imobiliária do
contribuinte.
Exemplo: Imagine que um determinado imóvel custe R$ 100.000,00 (cem mil reais) e próximo a este
imóvel a prefeitura realiza uma obra a qual venha a valorizar esse imóvel que passa a valer R$
200.000,00 (duzentos mil reais) por conta da obra.
Nesse caso, legitima à prefeitura a cobrar contribuição de melhoria diante a valorização imobiliária
decorrente da obra pública.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO.
O empréstimo compulsório esta conceituado no artigo 148 da Constituição Federal que traz a
seguinte redação:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
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CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS.
E por fim, os artigos 149 e 149-A da Constituição Federal trazem as contribuições especial definindo-
as da seguinte forma:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o
dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência
social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas,
que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos
aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de
aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para
equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição
extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos
aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser
instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do
deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que
trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou
serviços;
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem , tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da
operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
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DESAFIO
Faça uma lista com os tipos de tributos e suas incidências.
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- instituições bancárias;
- sociedades de crédito, financiamento e investimento;
- sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio;
- caixas econômicas;
- empresas de arrendamento mercantil;
- cooperativas de crédito;
- empresas de seguros privados e de capitalização;
- entidades de previdência privada, aberta, entre outras.
Lucro Presumido.
Aqui neste regime de tributação existe uma forma de tributação simplificada para estabelecer a base
de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
das empresas.
No caso dos dois impostos as alíquotas podem variar conforme a atividade exercida, sendo de 8%
para atividades que envolvam a indústria e comércio e de 32% nos casos de prestação de serviços.
O Lucro Presumido poder ser adotado por empresas que faturam até R$ 78 milhões por ano, além
de, também, ser indicado para aquelas com lucro elevado e que não apresentam a obrigatoriedade
de se enquadrar no Lucro Real nos termos dos artigos 25 e 26 da Lei nº 9.430/1996:
Art. 25. O lucro presumido será o montante determinado pela soma das
seguintes parcelas:
I - o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei
nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pela art.
12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no período
de apuração de que trata o art. 1o, deduzida das devoluções e vendas
canceladas e dos descontos incondicionais concedidos; e
II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em
aplicações financeiras, as demais receitas, os resultados positivos
decorrentes de receitas não abrangidas pela inciso I, com os respectivos
valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do
caput do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e demais
valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período.
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Lucro Arbitrado.
Diz respeito à uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela
autoridade tributária ou pelo contribuinte.
É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações
acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso.
Por exemplo: quando o contribuinte optante pelo lucro real não tem o livro diário ou razão, quando
deixa de escriturar o livro inventário, etc.
Por esse motivo, para muitos estudiosos o Lucro Arbitrado teria um caráter de penalidade.
Quando determinada a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento
previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda
correspondente com base nas regras do lucro arbitrado.
O Lucro Arbitrado ocorrerá conforme descrito no artigo 27 da Lei nº 9.430/1996:
Art. 27. O lucro arbitrado será o montante determinado pela soma das
seguintes parcelas:
I - o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 16 da Lei
nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pela art.
12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no período
de apuração de que trata o art. 1o, deduzida das devoluções e vendas
canceladas e dos descontos incondicionais concedidos; e
II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em
aplicações financeiras, as demais receitas, os resultados positivos
decorrentes de receitas não abrangidas pela inciso I do caput, com os
respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o
inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e
demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período.
§ 1º Na apuração do lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, os
coeficientes de que tratam os incisos II, III e IV do art. 51 da Lei nº 8.981, de
20 de janeiro de 1995, deverão ser multiplicados pela número de meses do
período de apuração.
§ 2º Na hipótese de utilização das alternativas de cálculo previstas nos incisos
V a VIII do art. 51 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, o lucro arbitrado
será o valor resultante da soma dos valores apurados para cada mês do
período de apuração.
§ 3º O ganho de capital nas alienações de investimentos, imobilizados e
intangíveis corresponderá à diferença positiva entre o valor da alienação e o
respectivo valor contábil.
§ 4º Para fins do disposto no § 3o, poderão ser considerados no valor
contábil, e na proporção deste, os respectivos valores decorrentes dos efeitos
do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
§ 5º Os ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no
valor justo não integrarão a base de cálculo do imposto, no momento em que
forem apurados.
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Simples Nacional.
Por sua vez o Simples Nacional é um regime tributário previsto pela Lei Complementar nº 123 de
dezembro de 2006 com a finalidade de simplificar o pagamento de tributos por Microempresas e
Empresas de Pequeno porte, além de propiciar um tratamento diferente e simplificado para esses
pequenos empreendedores, conforme se extrai da leitura do artigo 1 da referida lei:
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e
empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere:
I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de
arrecadação, inclusive obrigações acessórias;
II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive
obrigações acessórias;
III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas
aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao
associativismo e às regras de inclusão.
IV - ao cadastro nacional único de contribuintes a que se refere o inciso IV do
parágrafo único do art. 146, in fine, da Constituição Federal.
§ 1º Cabe ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) apreciar a
necessidade de revisão, a partir de 1o de janeiro de 2015, dos valores
expressos em moeda nesta Lei Complementar.
§ 2º (VETADO).
§ 3º Ressalvado o disposto no Capítulo IV, toda nova obrigação que atinja as
microempresas e empresas de pequeno porte deverá apresentar, no
instrumento que a instituiu, especificação do tratamento diferenciado,
simplificado e favorecido para cumprimento.
§ 4º Na especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido de
que trata o § 3o, deverá constar prazo máximo, quando forem necessários
procedimentos adicionais, para que os órgãos fiscalizadores cumpram as
medidas necessárias à emissão de documentos, realização de vistorias e
atendimento das demandas realizadas pelas microempresas e empresas de
pequeno porte com o objetivo de cumprir a nova obrigação.
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DESAFIO
Qual a diferença entre Lucro Presumido e Lucro Real, qual é mais vantajosa ?
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