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PLATAFORMA PARA MICROEMPREENDEDORISMO EM COMUNIDADES

TRADICIONAIS DO BRASIL: VALORIZANDO O SABER TRADICIONAL.

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

1. TÍTULO
PLATAFORMA PARA MICROEMPREENDEDORISMO EM COMUNIDADES
TRADICIONAIS DO BRASIL: VALORIZANDO O SABER TRADICIONAL.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS


Maria Raimunda da Silva Batista (Serviço Social)

3. ÁREAS DESENVOLVIDAS
Serviço Social

ESCOPO DO PROJETO

4. APRESENTAÇÃO
No Brasil a realidade sociocultural é marcada pelas diferenças de inúmeros povos
com modos de vida, de crença e de manejo do território e dos recursos naturais distintos aos
do que se entende que são usuais, sendo assim povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas,
caiçaras, quebradeiras de coco-babaçu, seringueiros e outras comunidades com estilos de vida
são definidos como comunidades tradicionais (Marés et al, 2018).
Ao tratar de povos tradicionais, encontramos uma grande diversidade, e acima de
tudo força em lutas por seus direitos e identidade, além de saber reconhecer novas
oportunidades de se reinventar quanto a estratégias para vencer obstáculos que se fazem
presente. Nas comunidades tradicionais a subsistência se baseia principalmente em suas
próprias raízes, seja a partir da agricultura, pesca, extrativismo e principalmente artesanato, o
fazer de um material de maneira autônoma cercado de características próprias.
Entretanto a preservação da identidade dessas comunidades vem sendo cada vez mais
conturbada pela globalização e sistema econômico atual onde o visado em grande parte é a
estabilidade financeira no âmbito trabalhista, muitas vezes a manutenção de raízes culturais
não é considerado pelas gerações mais jovens atuais desses povos o que consequentemente
implica na perda de parte desta comunidade e da preservação da cultura própria visto a
migração externa permanente das comunidades em busca de novas oportunidades
empregatícias. Além disso, a falta de investimentos como incentivo econômico em seus meios
de trabalho é outro fator que ocasiona o abandono desses conhecimentos.
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Portanto a partir disto com o objetivo de incentivar e criar oportunidades para que as
comunidades tradicionais exponham seus microempreendimentos de produtos ou serviços a
possíveis investidores ou compradores, elaboramos um projeto que consiste na criação de uma
plataforma digital em que seja possível a concentração de informações de serviços e produtos
em diferentes comunidades tradicionais do Brasil voltados ao microempreendedorismo como
o ecoturismo e artesanato.
A missão será criar uma via de negociação entre vendedores de povos tradicionais e
possíveis compradores, sua visão será trazer ganhos aos microempreendedores das
comunidades tradicionais visando os valores de respeito, inovação e qualidade com o objetivo
de impactar positivamente a economia das comunidades a partir de produtos já
comercializados, sendo responsável pelo projeto sua autora e sem endereços físicos para este
mesmo projeto visto sua aplicabilidade de maneira remota, o principal público-alvo será os
empreendedores e moradores de comunidades tradicionais. Espera-se com o projeto ajudar na
autonomia econômica dos povos tradicionais e na inovação para o incentivo do
microempreendedorismo que preserve identidades tradicionais.

5. OBJETIVOS
5.1. GERAL
Criação e execução de plataforma digital que possibilite a comunicação entre
microempreendedores de comunidades tradicionais do país e potenciais compradores ou
investidores de serviços ou produtos.

5.2. ESPECÍFICOS
● Elaborar uma plataforma capaz de comportar diversas páginas de diferentes usuários;
● Capacitar colaboradores e cursos que mostram o funcionamento da plataforma;
● Divulgar em diversos meios a utilização da plataforma e as vantagens oferecidas na
venda por meio dela;
● Executar o projeto e monitorando este pelo período de um ano avaliando
mensalmente a opinião dos usuários;
● Avaliar quantas negociações foram fechadas com sucesso e o índice de uso da
plataforma no período de testes preliminares;
● Avaliar a satisfação dos usuários ao fim do projeto e verificar sua continuidade ou
encerramento.
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6. JUSTIFICATIVA
Atualmente no Brasil cerca de mais de 250 etnias indígenas distintas que vivem no
território nacional que lutam por mais autonomia, tentam adquirir a partir da comercialização
de produtos e turismo, alternativas para diminuir a dependência dos governos cada vez
menores (Peduzzi, 2018). Além disso, o Quilombo Mimbó do estado do Piauí é outro
exemplo de negócios de povos tradicionais onde as mulheres se tornam protagonistas dentro
da economia obtida pela comunidade (Portal O Piauí, 2022). A partir disto constata-se que há
uma silenciosa batalha das comunidades tradicionais em manter suas raízes culturais e obter
uma emancipação e expansão econômica a partir de seus saberes.
Das diversas maneiras de empreender dentro das comunidades como o extrativismo,
cultivo e entre outros, o artesanato é um item com potencial no mercado de consumo, visto
que apresenta uma identidade bem definida e aspectos materiais e estéticos únicos em cada
produto, porém a modalidade enfrenta uma série de dificuldades para lograr o
desenvolvimento econômico e do empreendedorismo.
Há uma preocupação iminente quanto à autonomia dos artesãos na produção e
comercialização pela falta de uma figura que se atente às a aspectos mercadológicos e faça o
elo entre o produtor e mercado (Mello et al, 2006). Além disso tem-se o receio da
descaracterização identitária dos produtos da comunidade por vias individuais na busca de
atender o mercado de consumo, desconsiderando aspectos simbólicos e identitários (Lima,
2017). A partir disto ressalta-se a importância do projeto apresentado, visto que este poder ser
utilizado como ferramenta de ligação entre comunidades e investidores que venha a ressaltar e
valorizar a identidade dos objetos artesanais.

7. REFERENCIAL TEÓRICO
Para Birley (1985), o empreendedor não depende apenas de recursos físicos e
financeiros para um negócio, mas também de informações, opiniões e contatos de negócios.
As redes sociais do empreendedor são um capital, já que contribui para novas oportunidades e
diminui riscos vindos de informações e saberes de terceiros que fazem parte dessa rede de
contatos. As redes sociais se caracterizam por serem espaços de comunicação e interação
entre pessoas, são sites na internet construídos para permitir interação social e o
compartilhamento de informações em vários formatos, chamamos de mídias sociais sites de
relações entre pessoas (Neto e Barreto, 2015). A partir disto conclui-se que a plataforma que
desejamos realizar trata-se de uma mídia social com enfoque na exposição e negociação de
produtos e serviços.
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A rede de empreendedorismo sociocultural nada mais é que para além de material


com e exposição de produtos, uma relação ao social, sendo então sociomaterial (Ganem e
Davel, 2022) enquanto as redes sociais são fundamentais tanto no marketing quanto nas
negociações (Folha Web, 2019). A internet é fonte de informação e é a maioria quando o
assunto é canal de utilização para promover e divulgar seus negócios (Sacchitiello, 2022). A
partir disso podemos afirmar que a utilização de ferramentas digitais para o sucesso de um
negócio como a produção de itens artesanais e outras formas de gerar renda econômica para
quilombolas, ribeirinhos, indígenas e outros povos deve ser prioridade, visto que apesar de
existente ainda não é uma realidade implementada para diversos povos (Sucupira, 2015).

8. METODOLOGIA DE APLICAÇÃO DA PROPOSTA


Inicialmente será necessário a elaboração e criação de uma plataforma no meio
digital com linguagem simples, clara e que possua a possibilidade de tradução para a língua
inglesa quando necessário, essa plataforma consiste em possibilitar a criação de uma página
própria para o microempreendedor e a comunidade a qual pertence. A página do
empreendedor será criada a partir de capacitação por cursos (seja no entendimento do
funcionamento da plataforma quanto disponibilidade da criação de design e identidade própria
que chamem a atenção de possíveis colaboradores) na própria plataforma para gerar páginas
de maneira autônoma, entretanto com o auxílio de colaboradores previamente capacitados se
necessário.
A página do empreendedor será um expositor mostrando produtos e serviços que tem
a oferecer para potenciais compradores sejam empresas de pequeno a grande porte
possibilitando sobretudo a comunicação entre ambas as partes. Em casos de dificuldades de
comunicação poderá ser pedido auxílio através da plataforma de um intermediador para a
negociação de uma possível venda ou contratação, esse intermediador poderá ser tanto
externo à comunidade ou interno desde que este esteja apto a realizar a negociação e ter feito
curso de capacitação oferecido pelo projeto, como por exemplo dificuldades de comunicação
devido à diferença linguística entre vendedor e comprador.
Após a criação, elaboração de cursos e capacitação de colaboradores o projeto estará
em execução durante o prazo de um ano para posterior análise. Anterior e durante isso deverá
ser feita a divulgação dessa alternativa para microempreendedores nos mais diversos espaços
do país, buscando chegar às comunidades tradicionais seja por meio digital ou meio físico de
maneira a convencer e explicar o que o projeto pode mudar na comercialização dos produtos.
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Durante o uso da plataforma será fundamental a opinião de seus usuários para


avaliação do bom funcionamento desta, e a garantia de que ela possa ser usada por indivíduos
de diferentes posições sociais, comunidades e locais. Portanto será implementado a aplicação
de pesquisas de satisfação mensais a partir de questionários objetos qualitativos e que
possibilite comentários próprios a fim de analisar a satisfação geral das avaliações deixadas
durante seu uso a partir dos questionários.
Será avaliada de maneira quantitativa também a quantidade de negociações fechadas
com sucesso e o índice de uso da plataforma no período de testes preliminares, para que ao
fim da implementação e execução do projeto sejam feitas análises que busquem entender se o
uso da plataforma foi expressivo e que seja possível observar os resultados trazidos pelo
projeto, se alcançou seu objetivo e se este deve ter continuidade na sua aplicação com ou sem
ajustes.

9. RESULTADOS ESPERADOS
É de suma importância a criação de novas estratégias para possibilitar novas
oportunidades econômicas para que os povos tradicionais alcancem sua autonomia
respeitando e valorizando também suas tradições e identidade. Espera-se com este projeto
auxiliar comunidades tradicionais e seus microempreendedores a alcançar novos espaços e
novos públicos para a divulgação de seus serviços e produtos quebrando as barreiras impostas
por barreiras geográficas, linguísticas e sociais que atualmente a partir de novas ferramentas
tecnológicas tem sido rompidas principalmente com a internet que será elemento fundamental
no projeto.

10. 11. REFERÊNCIAS


BIRLEY, S. The role of networks in the entrepreneurial process. Journal of
Business Venturing.v.1, n.1, p. 107-117, 1985.
Cidadeverde. Mulheres descendentes de quilombolas usam a internet para
empreendedorismo. Cidadeverde, 2022. Disponível em:
https://cidadeverde.com/blogdascidades/118442/mulheresdescendentes-de quilombolas-usam-
a-internet-para-empreendedorismo. Acesso: 24 nov. 2022.
Folha BV. Empreendedores de favelas usam redes sociais para atrair negócios
Comunidades como a da Rocinha, no Rio de Janeiro, se valem das fotos do Instagram para
chamar a atenção de turistas. Folha Web, 2019. Disponível em:
https://folhabv.com.br/noticia/VARIEDADES/Inovacao-e-Tecnologia/Empreendedores-
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defavelas-usam-redes-sociais-para-atrair-negocios/55919. Acesso em: 24 nov. 2022.


GANEM, M.
L. F.; Davel, E. P. B. A DIMENSÃO SOCIOMATERIAL DAS REDES DE
EMPREENDEDORISMO CULTURAL: A EXPERIÊNCIA EMPREENDEDORA DE
COMUNIDADES CULTURAIS DA BAHIA. XVIII ENECULT- Encontro de Estudos
Multidisciplinares em Cultura, 2022.
LIMA, G. D. de. O empreendedorismo cultural revelando a identidade de artesãos
quilombolas: um estudo na comunidade de Conceição das Crioulas. 2017. Dissertação
(Mestrado)- Curso em Administração. Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco.
Acesso em: 24 nov. 2022.
MARÉS, C.F. CALEIRO, M.M. (Org.) . Indígenas, Quilombolas e outros Povos
Tradicionais. 1. ed. CURITIBA: CEPEDIS, 2018. v. 1. 525 p. MELLO, S. C. B.; Leão, A. L.
M. S.;Paiva Júnior, F. G. Competências empreendedoras de dirigentes de empresas brasileiras
de médio e grande porte que atuam em 124 serviços da nova economia. Revista de
Administração Contemporânea, v. 10, n. 4, p. 47-69, 2006.
NETO, M. R.; Barreto, L. K. S. AS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS COMO
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO E MARKETING NA CONTEMPORANEIDADE.
Quipus. V.4. n. 2. jun./nov. 2015.
PEDUZZI P. Agenciabrasil. Um milhão de indígenas brasileiros buscam alternativas
para sobreviver. AgênciaBrasil.ebc, 2018. Disponível em:
https:agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-04/um-milhao-de-indigenas-
brasileirosbuscam-alternativas-para-sobreviver. Acesso em: 18 nov. 2022.
Portal O Piauí. Mulheres empreendedoras do Quilombo Mimbó recebem certificação
sobre negócio da moda. PortalOPiaú. 2022. Disponível em:
https://portalopiaui.com/noticia/6100/mulheres-empreendedoras-do-quilombo-
mimborecebem-certificacao-sobre-negocio-da-moda.html. Acesso em: 24 nov. 2022.
SACCHITIELLO B. Meiomensagem. O perfil e os desafios dos empreendedores das
favelas. Meioemensagem. 2022. Dísponível em:
https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2022/08/11/o-perfil-e-os-desafios-
dosempreendedores-das-favelas.html. Acesso em: 24 nov. 2022.
SUCUPIRA G. A. Desafios de Empreender Negócios Sociais no Brasil. 2015.
Artemisia e Instituto Gênesis PUC-Rio. Monografia (Graduação). Curso em Administração.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Acesso em: 24 nov. 2022.

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