Circulare K28 - Traduzida

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Circular n°. K. 28.

1 de 8 de abril de 1991 (emitida pelo Ministério das Relações


Exteriores)
Reconhecimento da posse do status civitatis italiano aos cidadãos estrangeiros
de origem italiana
Constatou-se um número crescente de pedidos de esclarecimentos a propósito dos
procedimentos a serem adotados para definir a situação da cidadania de pessoas
provenientes de Países estrangeiros (principalmente da Argentina, mas também do
Brasil ou dos Estados Unidos) e detentoras de passaporte estrangeiro, as quais
reivindicam a titularidade do status civitatis italiano.
É notório que, devido à simultânea operatividade das disposições dos artigos 1 e 7 da
lei n°. 555 de 13 de junho de 1912, associadas às disposições vigentes em matéria de
cidadania de numerosos Países estrangeiros que no passado foram eleitos como
destino da emigração italiana (por exemplo, todos os Países do continente americano,
a Austrália, etc.) que atribuem o “iure soli” para o status civitatis, a prole nascida no
território do País de destino do emigrado (Argentina, Brasil, Uruguai, Estados Unidos da
América, Canadá, Austrália, Venezuela, etc.), de pai cidadão italiano, adquiria desde o
nascimento, a posse, tanto da cidadania italiana (por via paterna), quanto da cidadania
do País de nascimento, permanecendo na condição de bipátrida, mesmo no caso em
que o pai, durante a minoridade do filho, mudasse a sua cidadania naturalizando-se
estrangeiro.
Paralelamente, os sujeitos nascidos em um País estrangeiro que atribui a cidadania iure
soli e reconhecidos por pai cidadão, ou cuja paternidade tenha sido declarada
judicialmente, também se enquadram na mesma situação de dupla cidadania.
Em decorrência disso, os descendentes de segunda, terceira, quarta e demais gerações
dos nossos emigrados têm a possibilidade concreta de obter a cidadania italiana.
Esta possibilidade foi estendida também aos membros de famílias de antiga origem
italiana que nasceram após o dia 1º. de janeiro de 1948, pois, desta data em diante,
conforme o disposto na sentença n°. 30 de 9 de fevereiro de 1983 da Corte
Constitucional, devem ser considerados cidadãos italianos no momento do seu
nascimento desde que sejam reconhecidos pela mãe ou que a atribuição de
maternidade seja judicialmente declarada.
Subsequentemente, os descendentes de emigrante italiana ou de filha de emigrante
italiano são também considerados cidadãos italianos “iure sanguinis” por via materna,
desde que tenham nascido após o dia 1º de janeiro de 1948, data da entrada em vigor
da Constituição republicana.
Não obstante, importa salientar que o reconhecimento da posse do status
civitatisitaliano a essa categoria de pessoas deve ser subordinado à ocorrência de
determinadas condições e à documentada certificação de algumas circunstâncias
essenciais.
1. A) Condições preliminares para o reconhecimento da cidadania italiana.
Primeiramente, é necessário esclarecer que a eventual posse do status civitatis italiano
deve ser certificada pelo Prefeito do Município Italiano de residência e, portanto, o
respectivo procedimento poderá ser iniciado mediante requerimento dos interessados
somente se estes estiverem inscritos no cadastro da população residente de um
Município italiano.
Além disso, a inscrição cadastral destas pessoas, que entraram na Itália com passaporte
estrangeiro, deve seguir as regras que disciplinam a inscrição no cadastro da população
residente dos estrangeiros, e pressupõe, por parte dos interessados, o cumprimento das
exigências das disposições vigentes em matéria. Acrescenta-se, ainda, que se a
inscrição cadastral dessas pessoas não for possível pelo fato de não constarem entre a
população residente conforme o disposto no art. 3 do Decreto Presidencial n°. 123 de
30 de maio de 1989, o procedimento de reconhecimento da posse do status
civitatis italiano deverá ser realizado, mediante requerimento específico, pela
Representação consular italiana competente em relação à localidade estrangeira de
residência habitual dos sujeitos que reivindicam a titularidade da cidadania italiana.
1. B) Procedimento para o reconhecimento da cidadania italiana.
Os requerimentos de reconhecimento da cidadania italiana com base no art. 1 da Lei n.
555 de 13 de junho de 1912, deverão ser encaminhados ao Prefeito do Município italiano
de residência, ou então para o Consulado italiano no âmbito da circunscrição consular
na qual reside o requerente estrangeiro de origem italiana.
Eles deverão ser acompanhados da seguinte documentação:
1. certidão de nascimento do antepassado italiano que emigrou para o exterior emitida pelo
Município onde ele nasceu;
2. certidões de nascimento, acompanhadas de tradução oficial italiana, de todos os seus
descendentes em linha reta, inclusive aquela da pessoa que está requerendo a posse
da cidadania italiana;
3. certidão de casamento do antepassado italiano que emigrou para o exterior,
acompanhada de tradução oficial italiana se o casamento tiver sido realizado no país
estrangeiro;
4. certidões de casamento dos seus descendentes, em linha reta, inclusive aquelas dos
pais da pessoa que está requerendo a posse da cidadania italiana;
5. certidão emitida pelas Autoridades do País de destino do emigrado, acompanhada da
tradução oficial para a língua italiana, apta a certificar que o antepassado italiano que
emigrou da Itália no passado não adquiriu a cidadania do País estrangeiro em data
anterior ao nascimento do seu filho, que é antepassado da pessoa interessada;
6. certidão emitida pela Autoridade consular italiana, apta a certificar que os antepassados
em linha direta, nem a pessoa que está requerendo a posse da cidadania italiana, jamais
renunciaram a ela nos termos do art. 7 da lei n. 555 de 13 de junho de 1912;
7. certificado de residência.
É importante ressaltar que o requerimento apresentado na Itália deverá ser redigido em
papel timbrado e que as certidões anexadas, se forem emitidas na Itália por Autoridades
italianas, deverão ser produzidas em conformidade com as disposições vigentes em
matéria de selo fiscal. As certidões emitidas pelas Autoridades estrangeiras deverão ser
redigidas em papel simples, e devidamente legalizadas, exceto nos casos em que é
prevista a isenção da legalização com base nas convenções internacionais ratificadas
pela Itália. Os referidos documentos deverão ser acompanhados de tradução oficial para
a língua italiana, que deverá ser redigida em papel no qual é prevista a aposição de selo
fiscal se os documentos forem apresentados na Itália.
Além disso, importa ressaltar que, com o propósito de certificar plenamente o não
exercício, por parte dos sujeitos que estão requerendo a posse da cidadania italiana, do
direito de renunciá-la, com base no art. 7 da referida lei n°. 555/1912, torna-se
necessário, por um lado, realizar as adequadas pesquisas no Município italiano de
origem ou de última residência do antepassado italiano emigrado para o exterior, ou
mesmo no Município de Roma e, por outro lado, contatar diretamente todas as
Representações consulares italianas competentes para as várias localidades
estrangeiras onde o indivíduo em questão tenha residido ou, se for necessário, consultar
o Ministério das Relações Exteriores – Direção Geral de Emigração e dos Assuntos
Sociais – Departamento VIII, para que sejam solicitadas informações aos funcionários
das Representações Consulares pertinentes.
Os Senhores Prefeitos, após verificarem os fundamentos da reivindicação dos
requerentes para a atribuição da cidadania italiana através do princípio “iure sanguinis”,
determinarão a transcrição das certidões de registro civil referentes aos sujeitos
reconhecidos como nossos compatriotas e poderão emitir a específica certificação de
cidadania, bem como realizar as incumbências subsequentes de sua competência.
Os Senhores Prefeitos deverão, por fim, comunicar as determinações assumidas às
Autoridades locais da Polícia Federal e a este Ministério.
Por sua vez, se surgirem dúvidas a respeito da efetiva situação de cidadania dos
requerentes do nosso status civitatis, os Senhores Prefeitos deverão recorrer a este
Ministério, transmitindo a respectiva documentação.
Pede-se para que sejam transmitidas as devidas instruções aos Prefeitos dos
Municípios da Província e que a eles seja fornecido todo o apoio necessário.

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