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MARIANNA TIEMI HARAKAWA

AQÜICULTURA EM SANTA CATARINA:


A INFLUÊNCIA DO CLIMA NOS DIFERENTES TIPOS DE CULTIVOS

FLORIANÓPOLIS – SC
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
CENTRO DE CIENCIAS AGRÁRIAS – CCA
DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA

MARIANNA TIEMI HARAKAWA

AQÜICULTURA EM SANTA CATARINA:


A INFLUÊNCIA DO CLIMA NOS DIFERENTES TIPOS DE CULTIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia de Aqüicultura da
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito a obtenção do título de
Engenheira de Aqüicultura.

Orientador: Professor Dr. Luis Alejandro


Vinatea Arana

Florianópolis - SC
2009
MARIANNA TIEMI HARAKAWA

AQÜICULTURA EM SANTA CATARINA:


A INFLUÊNCIA DO CLIMA NOS DIFERENTES TIPOS DE CULTIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovada como requisito parcial para obtenção de


título no curso de graduação de Engenharia de Aqüicultura na Universidade Federal
de Santa Catarina.

Banca Examinadora:

Orientador:______________________________________________________
Professor Dr. Luis Alejandro Vinatea Arana

Membro:________________________________________________________
Professor Dr. Walter Quadros Seiffert

Membro:________________________________________________________
MSc. Felipe do Nascimento Vieira

Florianópolis, Novembro de 2009.


AGRADECIMENTOS

Ao querido Prof. Vinatea pela orientação neste trabalho e pelos ensinamentos em


sala de aula.

Aos colegas de curso, em especial a amiga Fernanda, pelos momentos de


descontração, companheirismo e apoio.

Aos amigos de longa data.

Ao meu amado amigo e companheiro Anderson, por mais uma vez, agradeço a
dedicação, incentivo e acima de tudo pela paciência, na elaboração de um mais um
tcc.

À minha família, meus pais, por possibilitar e incentivar a conclusão de mais esta
jornada.
ÍNDICE

Índice de Figuras .............................................................................................. 2

Índice de Tabelas ............................................................................................. 3

Lista de Abreviaturas ....................................................................................... 4

Resumo ............................................................................................................. 5

Abstract ............................................................................................................. 6

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7

1.1. Área de Estudo .......................................................................................... 9

1.2. Características Climáticas de Santa Catarina....................................... 10

1.3. Atividade aqüícola em Santa Catarina................................................... 12

2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 18

3. RESUTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 19

4. CONCLUSÕES ............................................................................................ 29

5. TEMAS PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................... 31

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 32

1
Índice de Figuras

Figura 1 - Localização da área de estudo ...................................................................9

Figura 2 - Vista das dunas do Rio Vermelho (a) e dunas da Joaquina (b),
Florianópolis/SC. .......................................................................................................12

Figura 3 - Fazenda Marinha de Ostras......................................................................14

Figura 4 - Fazenda de camarão ................................................................................16

Figura 5 - Fazenda de Piscicultura............................................................................17

Figura 6 - Número mensal de passagens frontais, em 30°S e 47,5°W, no período de


1990 a 1999 (Rodrigues, 2003).................................................................................22

Figura 7 - Gráficos de Climatologia Mensal de Temperatura Mínima e Máxima (°C), e


Precipitação (mm) em Santa Catarina ......................................................................25

2
Índice de Tabelas

Tabela 1 - Principais produtos da aqüicultura catarinense........................................13

Tabela 2 - Precipitação média anual (mm)................................................................20

Tabela 3 - Características ambientais ideais de algumas espécies cultivadas em


Santa Catarina ..........................................................................................................27

3
Lista de Abreviaturas

SC – Santa Catarina

WSSV – Síndrome do Vírus da Mancha Branca

EPAGRI/CIRAM - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa


Catarina/Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de
Santa Catarina.

ZCAS – Zona de Convergência do Atlântico Sul

CCM – Complexo Convectivo de Mesoescala

NCEP – National Center of Environmental Prediction

NE – Nordeste

NW – Noroeste

SE – Sudeste

SW - Sudeste

ENOS – El Niño Oscilação Sul

4
Resumo

A aqüicultura, isto é, o cultivo de organismos aquáticos, vem evoluindo ao longo dos


anos, de modo que hoje se tornou responsável por uma significativa parte dos
produtos alimentícios de origem aquática consumidos pela população. Também
possuem grande importância no âmbito da sustentabilidade, na medida em que
estes organismos são oriundos de cultivo e não de atividade extrativista,
contribuindo na preservação daqueles que se encontram no ambiente natural. A
otimização da produção na aqüicultura envolve, além de conhecimentos específicos
a respeito da reprodução e desenvolvimento dos animais, a influência dos aspectos
ambientais sobre o cultivo, tal como o aspecto climático. A influência climática está
diretamente relacionada ao sistema de produção nesta atividade, pois atua no
desenvolvimento dos organismos, influenciando o seu metabolismo, encontrando em
determinadas faixas de condições consideradas ótimas, um melhor crescimento.
Neste sentido, este estudo visa colaborar na ampliação das informações para o
desenvolvimento da atividade aqüícola, a fim de obter maior segurança nos cultivos,
minimizando os riscos de perdas e conseqüentemente conseguir maior sucesso na
produção.

PALAVRAS-CHAVE: aqüicultura, aspectos climáticos, produção.

5
Abstract

Aquaculture, that is, the cultivation of aquatic organisms, has evolved over the years
so that today has now become responsible for a significant part of the food source of
water consumed by population. They also have great importance in the context of
sustainability, to the extent that these bodies come from farming, not extractive
activities, contributing to the preservation of those who are in the natural
environment. The optimization of production in aquaculture involves, in addition to
specific knowledge about reproduction and development of animals, the influence of
environmental aspects on the cultivation as the climatic factor. The influence of
climate is directly related to the production system in this activity because it acts in
the development of organisms and influence the metabolism, and found in certain
ranges of conditions considered optimal, better growth. Thus, this study aims to
assist in adding information to the development of aquaculture activity in order to
achieve greater safety for the crops, minimizing the risk of loss and therefore achieve
greater success in production.

KEY WORDS: aquaculture, weather elements, production.

6
1. INTRODUÇÃO

A aqüicultura, ou cultivo de organismos aquáticos, é uma atividade em plena


expansão nos dias atuais. No entanto, no contexto brasileiro, encontra grandes
entraves; entre eles, está a falta de legislação específica, poucos investimentos por
parte de órgãos públicos, assim como parcos financiamentos e crédito financeiro
para pesquisas e para os produtores, se comparadas a outras atividades, como a
agropecuária. Aos poucos, ocorrem avanços nestes aspectos, pois a atividade
aqüícola cada vez mais se mostra como uma opção necessária e viável nos
aspectos, social, econômico e ambiental. O Brasil e, em especial, o estado de Santa
Catarina, possui um grande potencial para o desenvolvimento desta atividade, como
já vem mostrando há algumas décadas. Outro aspecto fundamental a se considerar
é o social, pois como bem afirma Valenti (2000), a implantação de programas de
aqüicultura gera riqueza, com ganhos significativos para a economia regional e
nacional, criando empregos diretos e indiretos, melhorando a qualidade de vida da
população local. Para isso, no entanto, a atividade deve ser planejada considerando
as características das comunidades nas áreas em que for implantada, harmonizando
o processo produtivo com a cultura local. Apesar do pouco tempo de existência,
pode-se afirmar que a aqüicultura já vem se incorporando á cultura de determinadas
localidades e/ou comunidades, que passam a ser caracterizadas pela presença de
cultivos. Como exemplos, podemos citar a comunidade de maricultores do Ribeirão
da Ilha em Florianópolis/SC, nacionalmente conhecida, ou na denominação dos
camarões produzidos no município de Laguna/SC, os “camarões de Laguna”.

Os impactos e outras relações da atividade aqüícola com o meio ambiente já


são relativamente bem estudados, portanto é sabido que a produção deve estar
aliada a ecologia local, isto é, deve respeitar a biodiversidade, o uso da água, uso da
terra, enfim, a busca da sustentabilidade ambiental da aqüicultura deve levar em
consideração os diversos fatores de forma integrada (VALENTI, 2000). Entretanto o
conhecimento do impacto do meio ambiente na aqüicultura não é tratado
comumente, em especial a influência do clima na produção. Considerando-se que as
principais classes de organismos cultivados em Santa Catarina ocorrem em
ambientes abertos, isto é, sob influência direta das condições do tempo, estes
impactos podem ser determinantes na sobrevivência e continuidade da produção. A
atuação de sistemas atmosféricos extremos, como temporais, vendavais e variações
7
bruscas na temperatura pode trazer graves perdas em cultivos. Nestes casos, não
há como exercer uma interferência – proposital ou não – que possa modificar estes
eventos meteorológicos. No entanto, o conhecimento dos padrões atmosféricos
locais é de fundamental importância para determinar certas práticas e manejos de
prevenção, evitando perdas econômicas significativas, provocadas pelo evento em si
ou por enfermidades causadas pelo estresse conseqüentes deste evento. Dessa
forma, partindo-se do princípio da prevenção ou precaução, teremos um aumento da
produtividade.

Os principais fatores que podem afetar a aqüicultura são alterações severas


de temperatura, que causam estresse nos animais, e chuvas intensas que
promovem alterações na salinidade da água. Estes eventos podem ocorrer em
seqüência quando ocasionados pela atuação de frentes frias1, que primeiro trazem a
instabilidade e posteriormente a queda na temperatura. Segundo Andrade e
Cavalcante (2004), na América do Sul estes sistemas são responsáveis
principalmente por acumulados significativos de chuva e incursões de ar frio.

Segundo Valenti (2000), entre os extremos norte e sul do Brasil, encontram-


se ambientes marinhos e regimes climatológicos totalmente distintos. Portanto, é
necessária uma avaliação setorizada dos potenciais da costa brasileira para a
implantação de sistemas de cultivo na aqüicultura.

A interferência das condições do tempo está diretamente relacionada à


susceptibilidade do organismo produzido, assim como o tipo de sistema de produção
praticado. Neste trabalho, somente serão considerados as espécies e os tipos de
cultivo de maior significância na produção aqüícola catarinense.

O presente trabalho tem como objetivos gerais analisar a evolução da


aqüicultura como atividade econômica em Santa Catarina; compreender os
diferentes tipos e sistemas de cultivos praticados no estado; caracterizar os
aspectos climáticos da área de estudo e; verificar as relações da atividade aqüícola
com os aspectos climáticos da região. Além disso, o estudo apresenta os seguintes
objetivos específicos: levantar dados históricos de produção da aqüicultura no
estado de Santa Catarina; caracterizar o clima regional, além de verificar a
1
“São formadas quando duas massas de ar de diferentes regiões de origem e, portanto com
diferentes características, aproximam-se, formando uma zona de transição” (KOUSKY & ELIAS, 1982).

8
freqüência e os períodos de maior ocorrência de fenômenos meteorológicos, que
possam afetar a atividade aqüícola em diversos aspectos (mercado, produção,
crescimento, maturação, mortalidade) e; verificar o impacto do clima nos diferentes
tipos e sistemas de cultivos.

1.1. Área de Estudo

O Estado de Santa Catarina localiza-se na região sul do Brasil, entre as


latitudes 25° 57’ 41”S e 29° 23’ 55”S. Apresenta um extenso litoral delimitado pelo
embasamento cristalino, no setor centro-norte (Serra do Mar, serras do leste
catarinense), e pela Serra Geral, principalmente no setor sul.

Figura 1 - Localização da área de estudo


Fonte: Adaptado de Google Maps (2009)

9
1.2. Características Climáticas de Santa Catarina

Por encontrar-se em latitudes médias o Estado de Santa Catarina sofre


influências climáticas tanto de características tropicais quanto subtropicais, no
entanto possui estações bem definidas e chuvas distribuídas por todo o ano. No
verão, há predomínio das massas de ar de origem tropical e durante o inverno,
principalmente de massas polares. As frentes frias são as principais responsáveis
por incursões de massas de ar polar no Estado catarinense, que durante o inverno
podem causar geadas e até neve em maiores altitudes. Já no verão, geralmente
ocorrem associadas à convecção tropical, provocando chuvas e temperaturas mais
amenas.

Segundo Quadro (1996), alguns fenômenos atmosféricos que atuam sobre a


Região Sul são essenciais para a determinação da climatologia de temperatura e
precipitação. Entre os mais importantes, podemos citar a passagem de sistemas
frontais, que são responsáveis por grande parte dos totais pluviométricos
registrados.

As penetrações frontais na Região Sul, onde está inserida a área de estudo,


está diretamente relacionada a diversas características fisiográficas das paisagens
geográficas ocorrentes, tamanha a influência dessa perturbação sobre os elementos
naturais.

As fitofisionomias predominantes, por exemplo, são do tipo florestal (Melo,


2006). Esta relação é decorrente das incursões da dinâmica frontal, que trazem
consigo grandes volumes de umidade atmosférica. À medida que o sistema avança
em direção as latitudes médias, promove alterações no regime pluviométrico,
aumentando consideravelmente a ocorrência de precipitações. Devido a este fato,
não há uma verdadeira estação seca, apenas eventos esporádicos e pontuais de
estiagens, principalmente em anos de La Niña. Como formações florestais
necessitam de grandes volumes pluviométricos para se desenvolver, não é de se
surpreender que estas sejam as fitofisionomias predominantes nessa região,
especialmente no Estado catarinense, onde este tipo de vegetação é de
característica predominantemente perenifólia, ou seja, não perde suas folhas. Isto
acontece porque não há uma estação seca definida, graças às chuvas provenientes

10
da passagem frontal. Em contrapartida, formações florestais mais ao norte (interior
de São Paulo, p. ex.), sem a influência constante das chuvas frontais, são
tipicamente caducifólias ou semicaducifólias (perdem suas folhas em virtude da
existência de estação seca).

Outro fato interessante a considerar, são os eventos de “ressaca marinha”


decorrentes da entrada de frentes frias de forte intensidade. Os ventos fortes
provenientes deste sistema transferem grandes quantidades de energia ao oceano.
Esta energia se manifesta na forma de agitação marítima, o que causa a formação
de ondas que, ao atingirem a região litorânea, provocam alterações na linha da
costa, devido ao transporte de sedimentos (eventos erosivos). Além disso, afetam a
atividade pesqueira, no sentido de impossibilitar a saída das embarcações ao mar
em função da grande agitação e também a atividade aqüícola à medida que, podem
destruir ou causar danos as estruturas de cultivo localizadas em áreas menos
protegidas.

Em terra firme, ainda na região litorânea, estes ventos fortes provocam


alterações nas áreas da planície costeira dominada pelas dunas. O deslocamento
das dunas, de modo geral, de quadrante sul para quadrante norte, indica a forte
influência dos ventos oriundos das passagens de frentes frias que, embora não
sejam os ventos predominantes, atuam de forma mais intensa, definindo a mudança
fisiográfica através da morfodinâmica. A Figura 2 mostra o campo de dunas do Rio
Vermelho e da Joaquina, no Município de Florianópolis/SC. Pode-se observar que
as dunas móveis possuem um sentido geral de deslocamento de quadrante sul para
quadrante norte, reflexo dos ventos com origem pós-frontal, de atividade mais
intensa que os ventos dominantes de norte.

11
(a) (b)

Figura 2 - Vista das dunas do Rio Vermelho (a) e dunas da Joaquina (b),
Florianópolis/SC.
Fonte: Google Earth (2009)

1.3. Atividade aqüícola em Santa Catarina

Em Santa Catarina, a aqüicultura foi estimulada por órgãos governamentais,


instalando o serviço de extensão pesqueira, postos e estações de piscicultura
(cultivo de peixes) em vários municípios (Poli et al., 2000, p.325). Segue os padrões
da aqüicultura brasileira, no sentido de que está embasada nas pequenas
propriedades (VALENTI, 2000).

A aqüicultura no estado de Santa Catarina evidencia uma boa evolução,


constituída dos segmentos: piscicultura e maricultura. Graças a seu ótimo
desempenho, o estado responde pelo título de principal produtor nacional de ostras
e mexilhões e um dos maiores produtores brasileiros de peixes de água doce
(BRDE, 2004). Na Tabela 1 observamos o desempenho na produção dos principais
produtos da aqüicultura no Estado de Santa Catarina.

12
Tabela 1 - Principais produtos da aqüicultura catarinense

Fonte: BRDE, 2004.

Conforme a Tabela 1 chega-se a conclusão de que, em relação à produção


total, o cultivo de peixes é o mais representativo. No entanto, a produção de
camarão, embora recente, foi a que apresentou um maior crescimento.

A maricultura no litoral de Santa Catarina surgiu como uma alternativa


complementar de renda das comunidades de pescadores artesanais e acabou se
tornando a principal fonte de renda para a maioria dos produtores. É uma atividade
de baixo custo e de rápido retorno. Além disso, por necessitar de água de boa
qualidade para o cultivo, proporciona à comunidade a preocupação de manter a
preservação do meio ambiente.

13
A principal espécie cultivada na mitilicultura (cultivo de mexilhão) é o Perna
perna, e na ostreicultura (cultivo de ostras – Figura 3) é a Crassostrea gigas (ostra
do Pacífico).

Figura 3 - Fazenda Marinha de Ostras


Foto: Marianna Tiemi Harakawa

Segundo Alamino (2004), Santa Catarina destaca-se nacionalmente como


produtor de moluscos marinhos e mexilhões. A atividade gera cerca de 5000
empregos diretos, e movimenta em torno de trinta e oito milhões de reais, o que
representa cerca de 1,15% do PIB catarinense. Podemos encontrar no estado o
cultivo de moluscos marinhos nos Municípios de Garopaba, Palhoça, Florianópolis,
Governador Celso Ramos, Porto Belo, Bombinhas, Itapema, Balneário Camboriú,
Penha e São Francisco. Conforme Poli et al. (p.235, 2004), a partir da implantação
dos cultivos no estado catarinense, tem sido possível observar grande evolução
nessa produção, chegando, na safra de 2000, a cerca de 10 mil toneladas métricas.
Além disso, toda produção brasileira de cultivo dessa espécie é totalmente
proveniente de pequenos produtores, geralmente pescadores artesanais, que ora
ultrapassam o número de 1000 só em Santa Catarina.

O cultivo comercial de ostras e mexilhões no litoral catarinense é baseado


principalmente no sistema de cultivo do tipo suspenso, isto é, em espinhéis (long
lines) ou balsas. Este tipo de cultivo permite produzir grande quantidade de ostras,

14
utilizando uma pequena área (POLI et al., 2004). No entanto, devem ser
considerados alguns aspectos para se realizar uma produção segura, como a
salinidade da água, produtividade primária, temperatura da água, o fouling2,
renovação da água, aporte de matéria orgânica e também fatores como os ventos,
ondas e correntes marítimas, entre outros. A variação da salinidade da água pode
afetar diretamente a velocidade de crescimento dos animais através do estresse
fisiológico. Isto pode ocorrer, por exemplo, em decorrência de grandes volumes de
chuva precipitados, num curto período de tempo

Segundo Poli et al. (p. 257, 2004), a ação dos ventos, ondas e correntes
marinhas são fatores cruciais a serem avaliados quando da instalação das
estruturas de cultivo. A força destes elementos em determinadas épocas do ano,
pode ser tão intensa a ponto de destruir com facilidade qualquer estrutura mantida
na água. As perdas nestes casos podem ser totais. Dessa forma, o conhecimento
prévio da atuação e freqüência de sistemas atmosféricos que possam atingir desta
maneira uma produção deve ser primordial.

Na carcinicultura (cultivo de camarão), Santa Catarina foi o estado pioneiro da


Região Sul na atividade com pesquisas, começando na década de 70 (POLI et al.,
2000, p.330). O cultivo somente obteve sucesso após a introdução da espécie
exótica Litopenaeus vannamei (camarão branco do Pacífico). A partir de então,
houve a implementação de várias fazendas de cultivo, principalmente nas áreas de
estuários e baías no estado de SC (Figura 4).

Segundo o relatório do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul


(2004), no período de 1998 e 2003, a área produtiva do camarão cultivado em Santa
Catarina aumentou cerca de 90% ao ano. Da mesma forma, o número de
estabelecimentos produtivo cresceu substancialmente, de três (1998), evoluíram
para 62 (2003) e a produção de camarão aumentou cerca de 130% ao ano, em igual
período.

A carcinicultura era, entre as atividades aqüícolas praticadas no estado, a de


maior lucratividade. No entanto, há alguns anos, a atividade entrou em crise devido
às enfermidades que assolaram diversas fazendas de cultivo nos últimos anos.
2
Organismos incrustantes que se aderem à concha dos moluscos bivalves cultivados e/ou da
estrutura de cultivo.

15
Segundo Costa et al. (2008), a produção de camarões vinha em franco crescimento
no Estado até 2004, quando produziu 4.189 toneladas. A partir de 2005, no entanto,
a produção vem sofrendo uma queda acentuada Essa queda teve como principal
causa o surgimento da enfermidade denominada Mancha Branca (Síndrome do
Vírus da Mancha Branca - WSSV), a mesma que ocasionou sérios prejuízos nos
principais países produtores ao redor do mundo.

Da mesma forma que se caracteriza por uma atividade altamente rentável, é


por outro lado de altíssimo risco, pois envolve grandes investimentos, risco
ambiental e vulnerabilidade dos animais.

Figura 4 - Fazenda de camarão


Foto: Marianna Tiemi Harakawa

Os camarões são organismos altamente sensíveis às mudanças na qualidade


da água e do ambiente de cultivo, e quaisquer alterações nos padrões ótimos de
produção podem provocar mortalidades expressivas. A resistência destes animais é
medida pela sobrevivência dos mesmos. Oscilações na temperatura, salinidade, pH,
entre outros parâmetros físico-químicos, são os principais fatores que levam a
redução da resistência e conseqüentemente às perdas.

De acordo com Barbieri Júnior & Ostrensky Neto (2002), os camarões são
animais pecilotermos (de sangue frio), ou seja, quanto maior for a temperatura da
água (evidentemente, que dentro dos limites de conforto de cada espécie), mais
intensas as suas atividades metabólicas (principalmente consumo de ração e

16
velocidade de crescimento). Por isso, a temperatura é um dos parâmetros mais
importantes para o cultivo de camarões.

Em Santa Catarina, há predomínio de cultivos semi-intensivos, isto é, o


número de camarões por metro quadrado é de cerca de seis a 20 (Poli et al., 2004,
p. 213). Neste tipo de cultivo, conforme Arana (2004), os viveiros seguem as
seguintes características: tamanho médio (de 1 a 10 ha); fundo e paredes de terra;
trocas de água mínimas por bombeamento; densidade de estocagem moderada;
alimentação natural complementada freqüentemente com ração balanceada e;
aeração mecânica opcional.

Na piscicultura (Figura 5), o cultivo de peixes de água doce é o mais


representativo no que diz respeito às espécies cultivadas em Santa Catarina.

Os peixes exóticos, isto é, os peixes oriundos de outros países introduzidos


no Brasil, aparecem com maior destaque neste cultivo. Isto ocorre porque esses
peixes possuem alta adaptabilidade, são de fácil manejo e com um pacote
tecnológico já desenvolvido.

Figura 5 - Fazenda de Piscicultura


Foto: Marianna Tiemi Harakawa

Costa et al. (2008), afirma que são aproximadamente vinte espécies de


peixes trabalhadas em Santa Catarina, cada uma com maior ou menor expressão na
produção (algumas ainda em fase de pesquisas). As principais espécies em
produção são as carpas (quatro espécies), a tilápia (em suas várias linhagens) e o

17
“catfish” (bagre americano), considerados de “águas mornas” (temperaturas de
conforto acima de 20ºC) e, as trutas, nas águas frias (abaixo de 20ºC).

Segundo Souza Filho (2001), estima-se que existiam, até o ano de 2001, em
torno de 23 mil piscicultores no estado, dos quais aproximadamente cinco mil
produzem peixes para fins comerciais. Tratam-se, na grande maioria, de pequenos
agricultores que têm na criação de peixe uma atividade complementar,
comercializando seus produtos em feiras ou na propriedade, diretamente para a
indústria ou para pesque-pague.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado baseado fundamentalmente em levantamento


bibliográfico. A revisão bibliográfica teve como objetivo aprofundar os conhecimentos
em climatologia e fenômenos meteorológicos, incluindo a investigação a respeito de
eventos extremos, como vendavais, tempestades, descargas elétricas e tornados,
entre outros, além da freqüência que estes podem ocorrer, trazendo transtornos e
prejuízos aos produtores. Além disso, buscou-se compreender, através das
referências bibliográficas, quais as possíveis influências e impactos destes
fenômenos na atividade aquícola, isto é, verificar as diferentes respostas fisiológicas
dos animais em situações onde as condições ambientais são diferentes daquelas
em que se procura cultivar.

O trabalho proposto requereu a participação direta de técnicos e professores,


entre outros pesquisadores envolvidos com o processo de produção na aqüicultura,
além do próprio autor e do professor orientador. Esta participação decorreu através
de entrevistas e conversas informais a respeito dos diferentes sistemas de cultivo e
suas técnicas.

Para a caracterização da climatologia do Estado de Santa Catarina, foram


utilizados dados diários de estações meteorológicas convencionais para as
seguintes variáveis: temperatura mínima, temperatura máxima e precipitação. Dados
estes provenientes das estações meteorológicas sob controle do Centro de
Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina da

18
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina –
EPAGRI/CIRAM.

A determinação das microrregiões levou em consideração a semelhança nas


características climáticas entre os municípios e a localização geográfica dos
mesmos. Para tanto, o município que representa o clima da microrregião foi
determinado somente pela presença de uma estação meteorológica convencional
com maior série de dados, além de considerar também a qualidade e confiabilidade
destes dados.

A região do Oeste é representada pela estação meteorológica localizada no


município de Chapecó, Meio-Oeste pela estação de Caçador, Planalto Serrano pela
estação de Lages, Planalto Norte pela estação de Major Vieira, Vale do Itajaí pela
estação de Indaial, Litoral pela estação de São José e Sul pela estação de
Urussanga.

3. RESUTADOS E DISCUSSÃO

O estresse dos animais geralmente está associado ao desenvolvimento de


enfermidades, principalmente patógenos oportunistas, devido à deficiência de seu
sistema imunógeno provocado por fatores externos. Conforme Valenti (2000), na
aqüicultura muitos processos podem causar estresse, como superpopulação e
variações ambientais bruscas (temperatura, salinidade e oxigênio, principalmente),
que devem se situar dentro de uma faixa recomendável para a espécie cultivada.

O conhecimento aprofundado das características climáticas da região deve


ser o primeiro passo para a implantação de uma fazenda de cultivo. Neste sentido,
foram determinados padrões climáticos característicos de cada época do ano. Para
tanto foram considerados os meses de dezembro, janeiro e fevereiro como verão;
março, abril e maio como outono; junho, julho e agosto como inverno; e setembro,
outubro e novembro como primavera.

Quadro et al. (1996), afirma que a distribuição anual de chuva no sul do Brasil
se faz de forma bastante uniforme. Ao longo de quase todo o seu território a média
anual de precipitação varia de 1250 a 2000 mm, conforme observamos na Tabela 2,
19
com dados de precipitação do presente estudo. Ainda segundo Quadro et al. (1996)
a temperatura, por sua vez, exerce um papel no mesmo sentido da precipitação,
reforçando a uniformização climática na distribuição pluviométrica no sul do País.

Tabela 2 - Precipitação média anual (mm)


Oeste Meio-Oeste Planalto Serrano Planalto Norte Vale do Itajaí Litoral Sul
2074,3 1639,9 1625,4 1623,4 1703,6 1689,2 1672,6

Estudos anteriores revelam que os principais sistemas meteorológicos


causadores de instabilidades, que atingem a Região Sul, mais especificamente o
estado de Santa Catarina, são as frentes frias, ZCAS, CCM’s, convecção tropical e
outros sistemas atmosféricos de baixa pressão, como os vórtices ciclônicos, jatos
em baixos níveis da atmosfera e cavados (centros de baixa pressão).

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é um tipo de sistema frontal


estacionário que ocorre na parte mais quente do ano. É possível classificar um
sistema estacionário como ZCAS quando este permanece por pelo menos quatro
dias sobre uma região, onde em superfície o vento é tipicamente de norte, ao norte
da ZCAS, e de sul, ao sul do sistema. Caracteristicamente, quando a ZCAS está
mais forte, ocorre supressão de precipitação no sul do Brasil e quando ela se
enfraquece, esta região tem uma intensificação da precipitação (Justi da Silva &
Silva Dias, 2002).

Os jatos em baixos níveis indicam a presença de um importante corredor de


umidade oriundo de regiões tropicais, responsável por significativos volumes de
chuva durante grande parte do ano, nas regiões subtropicais.

Os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM) são responsáveis por


condições de tempo severo, ou seja, trovoadas, rajadas de vento, granizo e
precipitação pluviométrica intensa, que atinge principalmente o oeste catarinense no
período da noite e madrugada. A trajetória dos CCM subtropicais tem geralmente o
seu início na região a leste dos Andes, seguindo para as direções leste e sudeste.
As primeiras células convectivas que ainda precedem a definição do início do CCM
podem ocorrer tanto no início da tarde como no início da noite. O fim do CCM ocorre
em sua grande maioria por volta do meio-dia subseqüente, tendo um tempo de vida

20
de 10 a 20 horas (Silva Dias, 1996). Na Região Oeste, os CCM’s são comuns
durante a primavera e verão. Eles promovem grandes estragos num curto período
de tempo.

Quando se trata de perturbações atmosféricas, a mais freqüente em Santa


Catarina é a frente fria. A intensidade e freqüência deste fenômeno são variáveis
conforme a estação do ano. Além disso, durante o processo de deslocamento, a
frente fria vai se enfraquecendo. Nos meses de inverno elas encontram-se mais
ativas e fortes devido à ação das massas polares, e durante o verão estão mais
fracas e muitas delas nem chegam a atingir latitudes menores, deslocando-se
diretamente para o oceano.

A freqüência sazonal e anual de frentes frias também está diretamente


relacionada a outros processos sinóticos, como os fenômenos El Niño e La Niña.

Andrade e Cavalcanti (2004) constataram maior freqüência de sistemas


frontais nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil durante a primavera. O período
estudado foi de 1980 a 2002 (Figura 6).

Em seu estudo, Rodrigues (2003), realizou uma climatologia de frentes frias


na região do litoral catarinense, baseado em dados de reanálises do NCEP, obtendo
um total de 429 casos de passagens frontais entre os anos de 1990 e 1999 (Figura
7). Em média, 42,9 frentes frias atingem o litoral catarinense por ano, tendo nos
meses de primavera a maior freqüência desse sistema.

Embora a freqüência de frentes frias seja maior nos meses de primavera,


comprovadamente, através de estudos anteriores, não chegam a causar alterações
significativas nas condições do tempo, pois neste período os sistemas frontais
atingem o estado de Santa Catarina já mais enfraquecidos.

21
Figura 6 - Número mensal de passagens frontais, em 30°S e 47,5°W, no período de 1990 a
1999 (Rodrigues, 2003).

Com relação aos ventos, Rodrigues (2003) afirma que em meses de inverno,
é verificada praticamente a mesma freqüência de ventos se SW e SE, no litoral
catarinense. No verão, os ventos de SE se tornam bem mais freqüentes, associados
aos sistemas de baixas pressões em latitudes menores. Os ventos de NW são em
geral de curta duração, e estão associados a uma condição pré-frontal. Já os ventos
de NE são os mais freqüentes no litoral, e estão relacionados à ausência de
passagens frontais.

Os ventos de quadrante norte em geral são predominantes na região da


Grande Florianópolis, no entanto os ventos mais intensos são os de quadrante sul,
em geral em situações pós-frontais.

Com relação à temperatura, a geada pode ser considerada como um dos


principais fenômenos atmosféricos que atuam no sul do Brasil, pois está associado à
ocorrência de temperatura do ar abaixo de 0°C, com formação de gelo nas
superfícies expostas (Quadro et al., 1996). A formação de geada é um fenômeno
mais comumente observado no interior do Estado durante os meses de inverno, pois
além de estar relacionado às baixas temperaturas, para que este evento
meteorológico ocorra é necessário que haja condição de baixa umidade relativa do
ar.

22
A ocorrência de fenômenos como El Niño e La Niña também provocam
alterações nos padrões climáticos regionais, principalmente os relativos à
precipitação. Diversos estudos comprovam anomalias positivas de precipitação na
Região Sul do país em anos de ocorrência de El Niño-Oscilação Sul3 (ENOS). Da
mesma forma é comprovada a existência da relação entre anomalias negativas de
chuva em anos de La Niña; nestas ocasiões, são comuns as estiagens,
principalmente no oeste catarinense.

Na Figura 8 verificamos que, durante o ano, a média das temperaturas


máximas varia de 17°C a 31°C, e as mínimas de aprox imadamente 6°C a 22°C,
sendo as temperaturas mais baixas registradas na região do Planalto Serrano e as
mais altas no Vale do Itajaí, Litoral e Sul do estado. As temperaturas mais altas no
litoral catarinense, que atingem em média cerca de 29°C durante o verão, por
exemplo, prejudicam o crescimento de moluscos como a Crassostrea gigas, pois
quando a temperatura atinge em torno de 28°C interr ompe o seu desenvolvimento.
Além disso, outro aspecto produtivo é que, durante o verão, com a elevação da
temperatura das águas, há um aumento da produtividade primária, o que implica em
manejos mais freqüentes para limpeza, deixando as ostras ainda mais vulneráveis.

A Crassostrea gigas é uma espécie típica de águas frias. Poli et al. (p. 256,
2004) afirma que, em regiões com temperatura elevada há uma alta mortalidade,
podendo ocorrer a chamada “mortalidade em massa de verão”, que incidiu sobre os
cultivos em Santa Catarina no ano de 1987, chegando a 90% de perdas.

Além da temperatura alta, outro problema constatado no cultivo destes


moluscos, associado às variáveis meteorológicas, é a precipitação. Grandes
volumes de chuva em um curto espaço de tempo promovem a diluição das águas e,
conseqüentemente, uma brusca variação da salinidade do ambiente de cultivo. Este
fato retarda o crescimento das ostras, pois as colocam fora de sua zona de conforto
térmico.

3
O ENOS, ou El Niño Oscilação Sul representa de forma mais genérica um fenômeno de interação
atmosfera-oceano, associado a alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do
Mar (TSM) e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e no Pacifico
oeste próximo à Austrália (Fonte: CPTEC/INPE).

23
Outra espécie de molusco cultivada que tem seu ciclo regulado pela variação
sazonal, e que tem seu desenvolvimento diretamente afetado pelos fenômenos
meteorológicos, é o mexilhão da espécie Perna perna. Segundo Poli et al. (p. 227,
2004), embora o Perna perna seja considerado uma espécie eurihalina, ou seja, tem
a capacidade de resistir uma ampla variação de salinidade, o mexilhão não
sobrevive em salinidade menores do que 19% e maiores do que 49%, sendo sua
faixa ótima entre 34 e 36%.

No habitat natural o P. perna vive em condições onde as variações de


temperatura estão entre 18 e 27°C (Valenti, 2000). No entanto, sua faixa ótima de
crescimento ocorre entre 21° e 28°C; fora desta fai xa, a espécie tem seu
desenvolvimento afetado (Poli et al., 2004, p.227).

No caso do camarão da espécie Litopenaeus vannamei realizados na Região


Sul do Brasil, os cultivos de inverno apresentam problemas ligados à redução das
taxas de crescimento e até o aumento das taxas de mortalidade, o que exige um
planejamento rigoroso por parte dos produtores, de modo a aproveitarem melhor as
épocas mais quentes do ano (Barbieri Júnior & Ostrensky Neto, 2002).

As alterações bruscas nas condições do tempo em muitos casos são fatais na


carcinicultura, pois se tratam de organismos extremamente vulneráveis às
oscilações repentinas dos parâmetros físico-químicos da água. Neste tipo de cultivo,
quanto maior for a temperatura (dentro da faixa de conforto térmico) mais intensas
serão suas atividades metabólicas (consumo de ração e velocidade de crescimento).

24
Climatologia de Temperatura Máxima (°C)

35,0
33,0
31,0 Oeste
29,0 Meio-Oeste
Temperatura (°C)

27,0 Planalto Serrano


25,0 Planalto Norte
23,0 Vale do Itajaí
21,0 Litoral
19,0 Sul

17,0
15,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês

Climatologia de Temperatura Mínima (°C)

25,0
23,0
21,0 Oeste
19,0 Meio-Oeste
Temperatura (°C)

17,0 Planalto Serrano


15,0 Planalto Norte
13,0 Vale do Itajaí
11,0 Litoral
9,0 Sul

7,0
5,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês

Climatologia de Precipitação (mm)

250
230

210 Oeste
Precipitação(mm)

190 Meio-Oeste
Planalto Serrano
170
Planalto Norte
150
Vale do Itajaí
130 Litoral
110 Sul
90

70
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês

Figura 7 - Gráficos de Climatologia Mensal de Temperatura Mínima e Máxima (°C), e Precipitação (mm)
em Santa Catarina
(Dados: Epagri/Ciram)

Segundo Barbieri Júnior & Ostrensky Neto (2002), em períodos de chuvas e


ventos intensos, a movimentação da água pode provocar a ressuspensão de matéria

25
orgânica que está depositada no fundo dos viveiros. Na coluna d’água, grande parte
do oxigênio dissolvido será então gasta na oxidação dessa matéria orgânica.

A redução da salinidade da água devido aos eventos meteorológicos, também


é prejudicial para a carcinicultura. No entanto, Litopenaeus vannamei é uma espécie
que apresenta grande tolerância a salinidade, sendo cultivada inclusive em água
doce. Mas para que isso seja viável, os animais devem passar por um processo
gradual da concentração de salinidade (aclimatação), de modo que seu organismo
consiga promover um equilíbrio osmótico (Barbieri Júnior & Ostrensky Neto, 2002).

Um longo período de estiagem é da mesma forma prejudicial ao cultivo, pois


altera a salinidade, neste caso aumentando-a. Contudo, neste caso, é possível
tomar medidas de precaução mais fáceis e efetivas.

Em Santa Catarina, conforme observamos na Figura 8 não há, por definição


climatológica, um período seco, pois a chuva ocorre em volumes significativos
mesmo nos meses de inverno, onde acontecem em menores volumes em relação
aos meses de primavera e verão. Este fato se explica devido à predominância de
diferentes sistemas atmosféricos ao longo do ano. Em todas as regiões o período
mais chuvoso é a primavera seguida pelo verão, portanto, na aqüicultura de modo
geral, é recomendável cuidado extra durante este período.

Quando tratamos de piscicultura devemos conhecer a fundo os padrões


reprodutivos das espécies, pois muitas delas apresentam relação direta com as
épocas do ano, por exemplo, períodos mais quentes, mais frios, ou épocas de cheia
dos rios, isto é, de chuvas, ou de seca, nas estiagens. Além disso, as principais
espécies cultivadas em Santa Catarina têm diferentes características relativas ao
ambiente natural de cultivo, pois se tratam, em sua maioria, de espécies exóticas.
Podemos afirmar que há a chamada piscicultura de águas mornas, com espécies
tipicamente tropicais como as tilápias, carpas e o bagre americano (catfish) – zona
de conforto acima de 20°C –, e a piscicultura de ág uas frias com as trutas, que
possuem uma zona de conforto abaixo de 20°C.

As tilápias, que ficam atrás somente das carpas em quantidade de cultivos no


estado, são peixes tropicais que apresentam uma distribuição geográfica restrita a
regiões com temperatura não inferior a 20°C, durant e o inverno. De maneira geral,

26
se reproduzem em temperaturas superiores a 20°C, ap resentando os melhores
resultados entre 26°C e 32°C. Quando a temperatura baixa de 15°C, o consumo de
alimento é praticamente interrompido, embora os valores letais girem em torno de
10°C e 12°C (Poli et al., 2004, p. 310).

As temperaturas máximas e mínimas devem ser consideradas num cultivo,


conforme a faixa ótima de desenvolvimento dos organismos, assim como os
volumes de precipitação mensal e/ou sazonal.

Na Tabela 3, verificamos as exigências ambientais durante o período de


crescimento (engorda) de algumas das principais espécies cultivadas em Santa
Catarina. É na faixa ótima de crescimento que devemos manter os ambientes de
cultivo para obter melhores resultados de produção.

Tabela 3 - Características ambientais ideais de algumas espécies cultivadas em


Santa Catarina
Espécie Origem Tipo de cultivo Ciclo (dias) Temperatura (°C) Salinidade (‰)
Crassostrea
Exótica Espinhel 180 - 240 11 - 25 18 a 32
gigas

Perna perna Nativa Espinhel 180 - 270 21 a 28 34 a 36

Litopenaeus Viveiro
Exótica 80 26 a 31 18 a 19
vannamei (semi-intensivo)
264 - 270 (inverno
e primavera) no
Tilápias, Carpas Viveiro
Exótica verão melhores 25 a 32 -
e Bagres (Policultivo)
resultados
esperados

O tempo de permanência ou ciclo de um cultivo, ou seja, o tempo que o


organismo cultivado leva para obter o tamanho comercial, também varia conforme a
época do ano em que se iniciou o cultivo, pois está diretamente relacionado ao seu
desenvolvimento. Segundo Poli et al. (p. 229, 2004), o padrão de crescimento dos
mexilhões em cultivo varia, dependendo da época de início dos mesmos. No
entanto, de maneira geral, em Santa Catarina, os mexilhões têm atingido o tamanho
comercial (7 – 9 cm de comprimento) em cerca de oito meses, a partir de sementes
(jovens com 2 cm de comprimento).

27
Nas condições naturais de nosso estado há uma grande influência de fatores
ambientais como: temperatura, salinidade e produtividade da água na área onde se
pretende instalar os cultivos. Portanto é aconselhável que o produtor defina o
período ideal para o manejo (Poli et al., 2004, p.229).

28
4. CONCLUSÕES

No estado de Santa Catarina, durante o inverno a principal perturbação


atmosférica é a frente fria, que nesta época ano estão mais ativas e intensas. Devido
à precipitação (que ocorre de forma mais contínua) e a queda abrupta na
temperatura do ar provocada pela passagem deste sistema, pode haver redução da
salinidade em cultivos de água salgada/salobra. Além disso, a mudança brusca de
temperatura da água de cultivo promove alterações no metabolismo dos
organismos, deixando-os mais vulneráveis, permitindo a instalação de patógenos
oportunistas e a conseqüente mortandade.

A presença de anticiclones, ou seja, centros de alta pressão com


características de massas de ar polar (fria e seca), conseqüentes à passagem de
uma frente fria no inverno. Estas podem trazer prejuízos à aqüicultura, na medida
em que derrubam drasticamente a temperatura podendo dar origem a geadas,
quando caem a 0°C ou menos, podendo ainda congelar as águas superficiais de um
viveiro de cultivo. Estas condições de tempo são mais comumente observadas nas
regiões mais frias e altas do Estado, como a serrana.

A primavera, assim como o outono, é uma estação de transição. Entretanto, o


período que precede o verão é caracterizado como o de maior ocorrência de
sistemas atmosféricos severos, não sendo aconselhável, durante este período,
realizar manejos e/ou estar com cultivos em fases mais delicadas, isto é, fases que
exijam maiores cuidados, pois o produtor corre o risco de sofrer perdas irreparáveis
em sua produção aquícola. Neste período é mais freqüente a ocorrência de
granizos, tempestades, vendavais e descargas elétricas.

No verão, os sistemas convectivos, principalmente a convecção tropical


(chuvas de fim de tarde) são mais comuns e provocam altos volumes de precipitação
em curto espaço de tempo, acompanhados, geralmente, de trovoadas e descargas
elétricas. Estes são os sistemas que mais afetam a maricultura em geral, devido à
diluição da água, causando alterações nos parâmetros físico-químicos da mesma,
sobretudo na salinidade.

A melhor condição de tempo no caso da aqüicultura é o tempo estável, isto é,


seco e ensolarado. Situações de dias assim são mais comuns durante o outono,

29
onde há predomínio de temperaturas amenas e menores ocorrências de sistemas
convectivos.

Para a aqüicultura, as principais variáveis meteorológicas que afetam os


diferentes tipos de cultivo estudados são a temperatura do ar e a precipitação.
Dessa forma, podemos concluir que a época mais propícia para iniciar um cultivo,
varia de espécie em espécie, pois depende das exigências ambientais,
principalmente da temperatura. De modo geral as espécies tropicais necessitam de
temperaturas mais altas favorecidas durante as estações de verão e primavera.

O inicio do cultivo, deve ser realizado em condições ideais, pois é a fase em


que os organismos estão mais expostos às condições do tempo, já que se
encontram em fase de adaptação ao novo ambiente. Além disso, é recomendável
não manter cultivos durante os meses de primavera e, se não for possível devido ao
ciclo de produção mais extenso, deve-se tomar precauções/medidas preventivas,
como por exemplo, cultivar em densidades menores, verificar constantemente a
qualidade da água, entre outros cuidados.

30
5. TEMAS PARA TRABALHOS FUTUROS

A realização deste trabalho permite uma continuidade ou até mesmo a


elaboração de novos estudos, através do aprofundamento em determinados temas
tratados ao longo deste. São sugeridos alguns, como os seguintes:

 Aprofundar estudos a respeito da influência dos aspectos climáticos para


cada um dos diferentes tipos de cultivos (sistemas e métodos) e diferentes espécies,
de forma individual;

 Verificar as alterações fisiológicas nos animais cultivados expostos ao


estresse devido às variações nas condições de tempo;

 Elaborar protocolos de cultivo sob a ótica dos padrões climatológicos do


estado de Santa Catarina;

 Verificar aspectos produtivos estatisticamente, comparando cultivos


afetados por eventos climáticos extremos e cultivos realizados com os cuidados em
relação ao período ideal, isto é, em épocas com melhores condições de tempo;

 Estudar a relação das especificidades das patologias com as variações


meteorológicas.

31
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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