Raqi 025
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Raqi 025
FLORIANÓPOLIS – SC
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
CENTRO DE CIENCIAS AGRÁRIAS – CCA
DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA
Florianópolis - SC
2009
MARIANNA TIEMI HARAKAWA
Banca Examinadora:
Orientador:______________________________________________________
Professor Dr. Luis Alejandro Vinatea Arana
Membro:________________________________________________________
Professor Dr. Walter Quadros Seiffert
Membro:________________________________________________________
MSc. Felipe do Nascimento Vieira
Ao meu amado amigo e companheiro Anderson, por mais uma vez, agradeço a
dedicação, incentivo e acima de tudo pela paciência, na elaboração de um mais um
tcc.
À minha família, meus pais, por possibilitar e incentivar a conclusão de mais esta
jornada.
ÍNDICE
Resumo ............................................................................................................. 5
Abstract ............................................................................................................. 6
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7
4. CONCLUSÕES ............................................................................................ 29
1
Índice de Figuras
Figura 2 - Vista das dunas do Rio Vermelho (a) e dunas da Joaquina (b),
Florianópolis/SC. .......................................................................................................12
2
Índice de Tabelas
3
Lista de Abreviaturas
SC – Santa Catarina
NE – Nordeste
NW – Noroeste
SE – Sudeste
SW - Sudeste
4
Resumo
5
Abstract
Aquaculture, that is, the cultivation of aquatic organisms, has evolved over the years
so that today has now become responsible for a significant part of the food source of
water consumed by population. They also have great importance in the context of
sustainability, to the extent that these bodies come from farming, not extractive
activities, contributing to the preservation of those who are in the natural
environment. The optimization of production in aquaculture involves, in addition to
specific knowledge about reproduction and development of animals, the influence of
environmental aspects on the cultivation as the climatic factor. The influence of
climate is directly related to the production system in this activity because it acts in
the development of organisms and influence the metabolism, and found in certain
ranges of conditions considered optimal, better growth. Thus, this study aims to
assist in adding information to the development of aquaculture activity in order to
achieve greater safety for the crops, minimizing the risk of loss and therefore achieve
greater success in production.
6
1. INTRODUÇÃO
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freqüência e os períodos de maior ocorrência de fenômenos meteorológicos, que
possam afetar a atividade aqüícola em diversos aspectos (mercado, produção,
crescimento, maturação, mortalidade) e; verificar o impacto do clima nos diferentes
tipos e sistemas de cultivos.
9
1.2. Características Climáticas de Santa Catarina
10
da passagem frontal. Em contrapartida, formações florestais mais ao norte (interior
de São Paulo, p. ex.), sem a influência constante das chuvas frontais, são
tipicamente caducifólias ou semicaducifólias (perdem suas folhas em virtude da
existência de estação seca).
11
(a) (b)
Figura 2 - Vista das dunas do Rio Vermelho (a) e dunas da Joaquina (b),
Florianópolis/SC.
Fonte: Google Earth (2009)
12
Tabela 1 - Principais produtos da aqüicultura catarinense
13
A principal espécie cultivada na mitilicultura (cultivo de mexilhão) é o Perna
perna, e na ostreicultura (cultivo de ostras – Figura 3) é a Crassostrea gigas (ostra
do Pacífico).
14
utilizando uma pequena área (POLI et al., 2004). No entanto, devem ser
considerados alguns aspectos para se realizar uma produção segura, como a
salinidade da água, produtividade primária, temperatura da água, o fouling2,
renovação da água, aporte de matéria orgânica e também fatores como os ventos,
ondas e correntes marítimas, entre outros. A variação da salinidade da água pode
afetar diretamente a velocidade de crescimento dos animais através do estresse
fisiológico. Isto pode ocorrer, por exemplo, em decorrência de grandes volumes de
chuva precipitados, num curto período de tempo
Segundo Poli et al. (p. 257, 2004), a ação dos ventos, ondas e correntes
marinhas são fatores cruciais a serem avaliados quando da instalação das
estruturas de cultivo. A força destes elementos em determinadas épocas do ano,
pode ser tão intensa a ponto de destruir com facilidade qualquer estrutura mantida
na água. As perdas nestes casos podem ser totais. Dessa forma, o conhecimento
prévio da atuação e freqüência de sistemas atmosféricos que possam atingir desta
maneira uma produção deve ser primordial.
15
Segundo Costa et al. (2008), a produção de camarões vinha em franco crescimento
no Estado até 2004, quando produziu 4.189 toneladas. A partir de 2005, no entanto,
a produção vem sofrendo uma queda acentuada Essa queda teve como principal
causa o surgimento da enfermidade denominada Mancha Branca (Síndrome do
Vírus da Mancha Branca - WSSV), a mesma que ocasionou sérios prejuízos nos
principais países produtores ao redor do mundo.
De acordo com Barbieri Júnior & Ostrensky Neto (2002), os camarões são
animais pecilotermos (de sangue frio), ou seja, quanto maior for a temperatura da
água (evidentemente, que dentro dos limites de conforto de cada espécie), mais
intensas as suas atividades metabólicas (principalmente consumo de ração e
16
velocidade de crescimento). Por isso, a temperatura é um dos parâmetros mais
importantes para o cultivo de camarões.
17
“catfish” (bagre americano), considerados de “águas mornas” (temperaturas de
conforto acima de 20ºC) e, as trutas, nas águas frias (abaixo de 20ºC).
Segundo Souza Filho (2001), estima-se que existiam, até o ano de 2001, em
torno de 23 mil piscicultores no estado, dos quais aproximadamente cinco mil
produzem peixes para fins comerciais. Tratam-se, na grande maioria, de pequenos
agricultores que têm na criação de peixe uma atividade complementar,
comercializando seus produtos em feiras ou na propriedade, diretamente para a
indústria ou para pesque-pague.
2. MATERIAL E MÉTODOS
18
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina –
EPAGRI/CIRAM.
3. RESUTADOS E DISCUSSÃO
Quadro et al. (1996), afirma que a distribuição anual de chuva no sul do Brasil
se faz de forma bastante uniforme. Ao longo de quase todo o seu território a média
anual de precipitação varia de 1250 a 2000 mm, conforme observamos na Tabela 2,
19
com dados de precipitação do presente estudo. Ainda segundo Quadro et al. (1996)
a temperatura, por sua vez, exerce um papel no mesmo sentido da precipitação,
reforçando a uniformização climática na distribuição pluviométrica no sul do País.
20
de 10 a 20 horas (Silva Dias, 1996). Na Região Oeste, os CCM’s são comuns
durante a primavera e verão. Eles promovem grandes estragos num curto período
de tempo.
21
Figura 6 - Número mensal de passagens frontais, em 30°S e 47,5°W, no período de 1990 a
1999 (Rodrigues, 2003).
Com relação aos ventos, Rodrigues (2003) afirma que em meses de inverno,
é verificada praticamente a mesma freqüência de ventos se SW e SE, no litoral
catarinense. No verão, os ventos de SE se tornam bem mais freqüentes, associados
aos sistemas de baixas pressões em latitudes menores. Os ventos de NW são em
geral de curta duração, e estão associados a uma condição pré-frontal. Já os ventos
de NE são os mais freqüentes no litoral, e estão relacionados à ausência de
passagens frontais.
22
A ocorrência de fenômenos como El Niño e La Niña também provocam
alterações nos padrões climáticos regionais, principalmente os relativos à
precipitação. Diversos estudos comprovam anomalias positivas de precipitação na
Região Sul do país em anos de ocorrência de El Niño-Oscilação Sul3 (ENOS). Da
mesma forma é comprovada a existência da relação entre anomalias negativas de
chuva em anos de La Niña; nestas ocasiões, são comuns as estiagens,
principalmente no oeste catarinense.
A Crassostrea gigas é uma espécie típica de águas frias. Poli et al. (p. 256,
2004) afirma que, em regiões com temperatura elevada há uma alta mortalidade,
podendo ocorrer a chamada “mortalidade em massa de verão”, que incidiu sobre os
cultivos em Santa Catarina no ano de 1987, chegando a 90% de perdas.
3
O ENOS, ou El Niño Oscilação Sul representa de forma mais genérica um fenômeno de interação
atmosfera-oceano, associado a alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do
Mar (TSM) e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e no Pacifico
oeste próximo à Austrália (Fonte: CPTEC/INPE).
23
Outra espécie de molusco cultivada que tem seu ciclo regulado pela variação
sazonal, e que tem seu desenvolvimento diretamente afetado pelos fenômenos
meteorológicos, é o mexilhão da espécie Perna perna. Segundo Poli et al. (p. 227,
2004), embora o Perna perna seja considerado uma espécie eurihalina, ou seja, tem
a capacidade de resistir uma ampla variação de salinidade, o mexilhão não
sobrevive em salinidade menores do que 19% e maiores do que 49%, sendo sua
faixa ótima entre 34 e 36%.
24
Climatologia de Temperatura Máxima (°C)
35,0
33,0
31,0 Oeste
29,0 Meio-Oeste
Temperatura (°C)
17,0
15,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês
25,0
23,0
21,0 Oeste
19,0 Meio-Oeste
Temperatura (°C)
7,0
5,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês
250
230
210 Oeste
Precipitação(mm)
190 Meio-Oeste
Planalto Serrano
170
Planalto Norte
150
Vale do Itajaí
130 Litoral
110 Sul
90
70
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês
Figura 7 - Gráficos de Climatologia Mensal de Temperatura Mínima e Máxima (°C), e Precipitação (mm)
em Santa Catarina
(Dados: Epagri/Ciram)
25
orgânica que está depositada no fundo dos viveiros. Na coluna d’água, grande parte
do oxigênio dissolvido será então gasta na oxidação dessa matéria orgânica.
26
se reproduzem em temperaturas superiores a 20°C, ap resentando os melhores
resultados entre 26°C e 32°C. Quando a temperatura baixa de 15°C, o consumo de
alimento é praticamente interrompido, embora os valores letais girem em torno de
10°C e 12°C (Poli et al., 2004, p. 310).
Litopenaeus Viveiro
Exótica 80 26 a 31 18 a 19
vannamei (semi-intensivo)
264 - 270 (inverno
e primavera) no
Tilápias, Carpas Viveiro
Exótica verão melhores 25 a 32 -
e Bagres (Policultivo)
resultados
esperados
27
Nas condições naturais de nosso estado há uma grande influência de fatores
ambientais como: temperatura, salinidade e produtividade da água na área onde se
pretende instalar os cultivos. Portanto é aconselhável que o produtor defina o
período ideal para o manejo (Poli et al., 2004, p.229).
28
4. CONCLUSÕES
29
onde há predomínio de temperaturas amenas e menores ocorrências de sistemas
convectivos.
30
5. TEMAS PARA TRABALHOS FUTUROS
31
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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