Anlise Do Comportamento Informacional VRF 1 2
Anlise Do Comportamento Informacional VRF 1 2
Anlise Do Comportamento Informacional VRF 1 2
Tanise Altnetter
Graduanda em Biblioteconomia
[email protected]
Resumo
Abstract
According to data from the Program for International Student
Assessment, the Organization for Economic Cooperation and
Development's 2021 report found that young people do not know how
to distinguish fact from opinion. This finding is worrying because it goes
opposite to one of the principles of the information society, which is the
development of informational competencies from the activities of
information literacy, including in school libraries. The general objective
of this study is to describe the pattern of informational behavior of
basic education students of a private high school in the Federal District,
based on their relationship with information for the distinction
between fact and opinion. The mixed methodological approach is a
descriptive type. The research was carried out with students from the
first year of high school, with the adoption of a questionnaire as an
instrument of data collection. The results indicated that the
investigated public knows how to differentiate fact from opinion,
however, they disregard the library service to support the teaching and
learning process, especially in the development of informational skills.
Keywords: Information competency. User behavior. Users and uses of information. School
libraries. Information literacy
1 INTRODUÇÃO
A sociedade da informação e do conhecimento tem passado por profundas
transformações no que tange à tecnologia e, consequentemente, o acesso à informação,
a qual está cada vez mais aberta e disponível. Tal perspectiva tem influenciado, inclusive,
nas concepções pedagógicas, desenvolvendo novas formas de ensinar e novas formas
de aprender. Siemens (2004) trouxe reflexões sobre uma possível teoria da
aprendizagem para a era digital, a qual ele chama de conectivismo.
Para Siemens (2004), o mundo está cada vez mais conectado, e as pessoas já
nascem em um mundo de informações abertas e amplamente disponíveis. Então, em
um movimento de conexões, cada pessoa é um nó que se conecta a outros nós,
formando uma rede de aprendizagem. Assim, nesse universo de informações, as
pessoas buscam aprender aquilo que lhes é mais conveniente, de acordo com suas
experiências e vivências.
Surgem, nesse contexto, desafios que passam a residir na importância de se
desenvolver estratégias metodológicas voltadas para o desenvolvimento de
competências informacionais, na perspectiva do próprio letramento informacional, para
que as pessoas possam ter a habilidade de distinguir as informações que são íntegras
das que não são. Sobretudo em sociedades polarizadas onde predomina a disseminação
de informações falsas, como alternativa de posicionamento político.
O relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE) de 2021 trouxe, conforme dados do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA), que os jovens não sabem diferenciar fato de opinião. Esta
constatação é preocupante porque vai no caminho contrário de um dos princípios da
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
A partir dos conceitos apresentados, percebe-se a importância de o indivíduo
possuir habilidades em discernir as informações, a fim de não cometer equívocos,
julgando uma opinião como fato ou vice-versa. Nessa perspectiva, é que aparecem as
competências informacionais, ou, de forma similar, o conceito de letramento
informacional.
processos diversos. Fazendo uma análise dos mesmos, chega-se à conclusão de que a
relação mais estreita é estabelecida entre "literacia”, ''letramento” e ''alfabetização”,
assim como “competência” e “habilidades” estão vinculados de forma mais direta.
(GASQUE, 2012, p. 29).
Daí reside a necessidade de se verificar a questão da cognição relacionada ao uso
da informação. Interessante trazer-se o conceito de cognição definido por Mussen et.al
(1988):
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo tem abordagem metodológica quali-quantitativa, visto que
apresenta resultados objetivos que subsidiam análises qualificadas sobre o fenômeno
investigado. Para Creswell (2010) as abordagens mistas permitem que sejam realizadas
análises aprofundadas, considerando diferentes contextos sociais, a partir de dados
quantitativos. Sobre o tipo de pesquisa, trata-se de um estudo do tipo descritivo.
está estruturado em duas partes: (i) contexto geral; e (ii) padrões de competência
informacional.
3.2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO QUESTIONÁRIO
A estrutura do questionário (APÊNDICE A) conta com duas partes fundamentais:
(i) parte geral; e (ii) padrões de competência informacional. A primeira parte contém
questões que apoiam o alcance do primeiro objetivo específico do estudo, que é a
verificação de compreensão sobre a diferença entre fato e opinião. Para tanto, há
questões que verificam a compreensão sobre o conceito de fato e opinião e há questões
que verificam a habilidade de identificação do que é fato ou opinião a partir do contexto
de enunciados específicos.
Para a verificação da habilidade de diferenciação do que é fato ou opinião a partir
do contexto, a questão sete relaciona cinco sentenças afirmativas. Como alternativas de
respostas, os estudantes devem escolher entre (a) Fato e (b) Opinião. Para este estudo,
considera-se como fato aquela sentença que, de forma objetiva, pode ser metrificada
por meio de estudos validados, mesmo assim respeitando outros pontos de vista. Como
opinião, consideram-se aquelas sentenças que carregam subjetividade, são
exclusivamente inerentes à perspectiva dos respondentes e que não contam com
estudos validados que possam confirmar sua veracidade de forma objetiva. Ou seja, não
é uma questão de dizer se a opinião é verdadeira ou falsa, mas sim, de que não há
evidências que a torne uma verdade global, ou seja, um fato.
Ainda sobre a questão sete, este estudo considera como Fato e Opinião o que
está disposto no Quadro 2 para a análise e discussão dos resultados coletados na
pesquisa.
“COVID-19 é uma
HE, Jiahua et al. Molecular mechanism of evolution and human
infecção causada pelo Fato
infection with SARS-CoV-2. Viruses, v. 12, n. 4, p. 428, 2020.
coronavírus”
https://pdfs.semanticscholar.org/93bd/2647c71928cd14029f9fc3f1
e41a68f4c6b8.pdf
“Pessoas que leem "Este trabalho demonstrou que vocabulário e leitura, conforme
mais, tem um Fato sugerem Grabe e Stoller (1997), são reciprocamente causais e que
vocabulário mais rico.” não há dúvida, portanto, sobre a importância do conhecimento de
vocabulário para se efetuar uma leitura suficiente e, por outro lado,
do valor da leitura como um meio de adquirir vocabulário"
completos”
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Tabela 1- Proporção de respondentes por item (fato ou opinião), a partir dos enunciados
ENUNCIADO % % OPINIÃO QUADRO 2
FATO
4. Pessoas que leem mais, tem um vocabulário mais rico 46,3 53,7 FATO
5. No Brasil, para dirigir é preciso ter, pelo menos, 18 anos 98,5 1,5 FATO
completos
Fonte: Dados da pesquisa. Onde: ENUNCIADO = enunciado apresentado na questão sete para
avaliação pelos respondentes; %FATO = percentual dos participantes da pesquisa que
responderam que o enunciado correspondente é fato; %OPINIÃO = percentual dos
participantes que responderam que o enunciado correspondente é opinião; QUADRO 2 =
escopo teórico do estudo que fundamenta a decisão por fato ou opinião (2021).
De forma geral, segundo a Tabela 2, os dados não são tão promissores quando o
objeto de análise é a habilidade informacional dos respondentes, sobretudo, pela
linearidade das respostas. Considerando que a resposta um significa maior habilidade e
a resposta cinco menor habilidade, é possível verificar que em todos os casos, em média,
apenas 10,62% dos respondentes têm facilidade total com as habilidades informacionais
apresentadas. Por outro lado, 12,12% dos respondentes assumem não corresponder às
habilidades informacionais constantes na Tabela 2. Considerando os respondentes que
optaram pelos níveis um, dois ou três, em média, não há nenhum caso que supere mais
que 50% de aderência às habilidades informacionais apresentadas.
A questão nove perguntou para os respondentes quais seriam as ações adotadas
por eles quando buscavam informações para o desenvolvimento de seus trabalhos
escolares.
(2013) considera que as bibliotecas precisam desenvolver estruturas e práticas para que
se tornem centros de recursos de aprendizagem, devidamente alinhadas aos
planejamentos e práticas pedagógicas das diferentes unidades curriculares. Entretanto,
para que isto seja possível, é importante também pensar em currículos mais flexíveis,
formação continuada dos profissionais da educação (incluindo bibliotecários) e
investimento em métodos ativos problematizados. Possibilitando que a biblioteca
escolar seja vista como um espaço central de desenvolvimento dos conhecimentos
estudantis, e não apenas como local de armazenamento de materiais, é importante que
a biblioteca escolar seja vista como espaço central da escola não apenas pela
comunidade escolar, mas sobretudo pelos profissionais que nela atuam.
Para efeitos de compreensão desta pesquisa, é interessante destacar que os
respondentes têm acesso a duas bibliotecas escolares, além de duas bibliotecas
universitárias, caso desejem utilizá-las. Cabe destacar que há um bibliotecário em cada
biblioteca e cada uma delas conta com apoio de dois técnicos de biblioteca por turno.
Em suas buscas na Internet, praticamente metade dos respondentes (50,7%)
realizam buscas usando palavras correlacionadas ao seu objeto de pesquisa, com
adoção de operadores lógicos.
A pergunta dez foi ao encontro das possíveis ações realizadas pelos
respondentes para construir um determinado trabalho escolar. Neste caso, cada
respondente poderia escolher mais de uma alternativa.
O Gráfico 7 mostra que a maior parte dos respondentes sabe o que é plágio. Para
este estudo, foi considerado plágio em seu sentido mais amplo. Ou seja, respeita-se os
diferentes tipos de plágio, entretanto, o intuito é a avaliação do ato de plagiar. Para a
avaliação, o enunciado da questão afirmou que plágio é a apresentação do
5 CONCLUSÃO
O objetivo deste estudo foi descrever o padrão de comportamento
informacional dos estudantes da educação básica de um colégio particular do Distrito
Federal, com base no seu relacionamento com a informação para a distinção entre fato
e opinião. Para tanto, foi aplicado um instrumento de pesquisa questionário o qual
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literacy: final report. Chicago, 1989. Disponível em:
http://www.ala.org/acrl/standards/informationliteracycompetency .Acesso em: 14 out
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Acesso em: 8 dez. 2021.
BEDIN, Jéssica; CHAGAS, Magda Teixeira; SENA, Priscila Machado Borges. Competência
informacional em biblioteca escolar: ações para o desenvolvimento. Revista ACB:
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PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 8. ed. Porto
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estudo de discentes de graduação em Biblioteconomia no estado de Goiás. Dissertação
(Mestrado em Ciência da Informação) - Faculdade de Ciência da Informação,
Universidade de Brasília. 2011.
SIEMENS, George. Conectivismo: Una teoría de aprendizaje para la era digital.
Recuperado el, v. 15, 2004.
Olá, estudante!
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa para estudo de usuários da
informação.
O objetivo da pesquisa é verificar processos e padrões de competência e
comportamento informacional a partir da análise da diferenciação do que é fato e do
que é opinião.
Esta pesquisa não é avaliativa, mas sua participação pode contribuir para a construção
de novos conhecimentos da área de ciência da informação. As respostas serão
analisadas no âmbito da Universidade de Caxias do Sul.
Sua participação é voluntária e suas respostas serão preservadas e utilizadas apenas
para fins científico-acadêmicos.
O tempo estimado de resposta é de 3 minutos.
Contamos com sua colaboração. Agradecemos sua colaboração ao responder esta
pesquisa.
QUESTIONÁRIO
PARTE I: Contexto geral
1. Na sua opinião, quando falamos de fato e opinião estamos falando da mesma
coisa?
a. Sim
b. Não
2. Fato refere-se às informações que têm a fonte e data verificadas, e o contexto
compreendido. Este enunciado é verdadeiro ou falso?
a. Verdadeiro
b. Falso
3. A Opinião refere-se às informações de senso comum e/ou de cunho individual,
normalmente baseada em vivências e experiências pessoais, mas não refletem o
todo, ou seja, não podem ser consideradas necessariamente como verdade. Este
enunciado é verdadeiro ou falso?
a. Verdadeiro
b. Falso
4. Quando vejo/ouço qualquer informação procuro conferir sua veracidade em
outras fontes de informação?
a. Sim
b. Não
5. Quando vejo/ouço qualquer informação penso na possibilidade de existirem
outros pontos de vista?
a. Sim
b. Não
6. Você sabe o que é uma fonte de informação?
a. Sim
b. Não
7. Dos enunciados abaixo, quais são fatos e quais são opiniões?
“COVID-19 é uma infecção causada pelo coronavírus.”
a. Fato
b. Opinião
b) “Instagram é a rede social mais utilizada no mundo.”
a. Fato
b. Opinião
“A Floresta Amazônica é a maior floresta do mundo.”
a. Fato
b. Opinião
“Pessoas que leem mais, tem um vocabulário mais rico.”
a. Fato
b. Opinião
“No Brasil, para dirigir é preciso ter, pelo menos, 18 anos completos.”
a. Fato
b. Opinião
PARTE II: Padrões de competência informacional
8. Observe as habilidades listadas a seguir e indique o seu nível de facilidade
quando você vai realizar qualquer trabalho escolar. Considere 1 como muito fácil
e 5 como muito difícil (marque um X).
HABILIDADE 1 2 3 4 5
confiável
12. Ao realizar uma pesquisa, quais os critérios que você adota para selecionar a
informação? (você pode marcar mais de uma alternativa)
a. Seleciona as informações mais recentes.
b. Seleciona as informações mais importantes.
c. Verifica se as principais palavras do tema a ser pesquisado aparecem nos
textos encontrados na biblioteca ou na Internet.
d. Lê os textos encontrados.
e. Verifica se a pesquisa está completa ou se precisa de pesquisas
complementares.
f. Faz uma nova busca
g. Você compara os textos encontrados
h. Realiza apenas buscas simples sem aprofundar no tema pesquisado.
13. Depois de recuperar as informações para o desenvolvimento do seu trabalho
escolar, o que você faz? (você pode marcar mais de uma alternativa)
a. Acrescenta outras informações que você já tenha sobre o assunto.
b. Não acrescenta outras informações porque acredita que as obras
originais sejam suficientes.
c. Formula novas questões.
d. Analisa criticamente as informações, considerando outros pontos de
vista.
e. Articula as informações aos contextos do seu dia a dia.
14. Quando é necessário fazer uma apresentação de um trabalho de pesquisa, o que
você normalmente faz em relação aos documentos e autores utilizados para na
elaboração da pesquisa?
a. Apresenta o que você acredita que o autor disse.
b. Apresenta o que você pensa que o seu professor quer ouvir, mesmo que
não coincida com a opinião dos autores.
c. Apresenta as opiniões dos autores dos livros consultados.
d. Apresenta uma combinação de reflexões de diferentes autores.
e. Apresenta apenas suas próprias opiniões sobre o assunto.
15. Plágio é a apresentação do trabalho/ideias dos outros como se fosse o seu
próprio. Qual alternativa a seguir configura exemplo de plágio? (você pode
marcar mais de uma alternativa).
a. Usar frases e sentenças dos outros sem dar crédito ao autor.
b. Usar as ideias dos outros como se fossem suas sem dar o crédito ao autor.
c. Copiar o texto escrito por outra pessoa e usá-lo com as aspas.
d. Reformular informações e outras pessoas e usá-las sem dar o crédito ao
autor.
e. Usar imagens protegidas da Internet sem dar o devido crédito para o seu
criador.
f. Eu não sei.
16. Das opções abaixo quais você utiliza para identificar se uma informação é
verdadeira ou falsa? (você pode marcar mais de uma alternativa).
a. Verificar a data das notícias na internet.
b. Ler toda a notícia.
c. Verificar se eu concordo ou não com a informação.
d. Verificar se a fonte da notícia é confiável ou não.